Berenice Maciel e a realização do sonho de ser psicóloga

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O (En)Cena entrevista a acadêmica de Psicologia do Ceulp/Ulbra, Berenice Maciel Macedo, 53 anos, casada, mãe. Berenice mora em Paraíso – TO e diariamente percorre uma média de 70km para assistir as aulas e cumprir sua jornada acadêmica, tempo esse investido nas aulas e estágios.

Psicologia é a sua primeira formação superior, e atualmente cursando o nono período Berenice vem cumprindo essa trajetória acadêmica com muita determinação e comprometimento, tendo a psicologia como um sonho sendo realizado.

Em uma breve apresentação pessoal a entrevistada pontua que ainda no término do ensino médio cursar psicologia já era um sonho, mas devido a algumas condições desfavoráveis naquela fase optou por adiar o sonho por um período, tempo esse em que se casou, teve as suas filhas, as formou e entre os 49 e 50 anos retomou o sonho e deu o primeiro passo para realizá-lo se tornando assim acadêmica do Ceulp/Ulbra.

Confira este e outros detalhes na entrevista abaixo.

(En)Cena – O que te motiva a fazer psicologia já em uma fase mais amadurecida da vida?

Em primeiro lugar, realização de um sonho, depois passei por dificuldades de saúde emocional, e enquanto busquei tratamento terapêutico tive mais certeza da minha decisão em cursar psicologia.

Qual a área de atuação você pretende focar depois da formação?

Clínica, e também tenho a pretensão de fazer licenciatura.

Qual dica você deixa para quem pretende cursar psicologia?

É um curso ímpar, mas destaco a importância de se a ter certeza na decisão de cursa-lo, afinal envolve o cuidar da alma humana.

Que aspectos internos foram mobilizados em sua vida a partir do curso?

Muitos, desde a desconstrução pessoal, alguns pontos de vista, a empatia e resiliência.

Como é a experiência de conviver no curso com pessoas de diferentes idades e perspectivas?

No início me senti um pouco discriminada, mas aos poucos fui me priorizando e buscando meus ideais.

Quais os maiores desafios enfrentados na pandemia relacionado à formação acadêmica?

Não tive desafios, me adaptei com muita facilidade.

Qual mensagem você deixa para os nossos leitores?

Independente da situação ou condição de cada indivíduo, é necessário reconhecer que precisamos ter coragem, determinação e foco.

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A saúde mental dos estudantes na graduação de cursos superiores no Brasil

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O limite entre a normalização da falta de saúde mental e a necessidade por melhoria no modelo atual de ensino

A graduação é, do início ao fim, uma jornada árdua. Tal jornada costuma ser mais longa e tortuosa para uns do que para outros. Porém, as graduações têm feito um enorme papel no processo de sofrimento psíquico. Datas limite, trabalhos para ser entregues diariamente, a falta de convivência no ambiente presencial das universidades, uma carga horária exaustiva, e provas.

Diversos alunos ingressam na universidade passando por um momento de transição educacional do ensino médio para o superior. Esses alunos chegam às universidades carregados de expectativas quanto ao seu futuro, medos e ansiedades. É um período estressante de adaptação, do qual esses novos alunos precisam passar por desafios de independência e amadurecimento. No início, o sentimento comum dos alunos é uma ansiedade relativamente animada, misturada com um medo do que vai vir no futuro. No final da graduação, esses mesmos alunos já estão completamente diferentes. Mais maduros, o sentimento que tende a reinar é a exaustão e o esgotamento tanto mental, quanto financeiro ou físico. 

Existe um processo de sofrimento psíquico já existente, mas que foi agravou-se com a pandemia de COVID-19. Por conta do ensino à distância provocado pela epidemia de COVID-19, as universidades se encontram na posição de aumento de atividades, trabalhos e artigos para equivalência do engajamento nos processos de ensino que era visto presencialmente, compensando a falta de contato presencial. 

De acordo com uma postagem feita pelo site Fundacred feita pela psicóloga Karen Graner, aponta que 30% dos estudantes brasileiros e 49,1% dos estudantes do mundo todo sofrem com problemas relacionados à saúde mental. Além disso, a Global Student Survey em uma pesquisa publicada pela chegg.org, afirma que sete a cada dez universitários brasileiros declararam que a pandemia trouxe impactos na sua saúde mental – o maior número dentre os 21 países que participaram da pesquisa. Além disso, 87% deles apresentaram estresse e ansiedade e 21% buscaram ajuda profissional. Segundo dados divulgados pelo Google, a busca em 2020 por termos relacionados à saúde mental aumentou em 98%, e a pergunta “como lidar com a ansiedade” cresceu em 33% em relação ao ano de 2019. 

Fonte: https://blush.design/collections/L9oIBvB7R7IjzZWxOfIu/open-doodles

 

Ansiedade e estresse podem estar ligados a diversos fatores. Viver um momento histórico tal como é a pandemia não é nada fácil. É exaustivo, cheio de perdas e permeado por luto (tanto por experiências quanto perdas humanas). Os alunos tiveram que imediatamente se adaptar à falta de contato, um ensino que muitas vezes não é motivacional e nem tem uma manutenção do engajamento e da atenção dos estudantes. A situação tem durado dois anos, e todos (nem só os estudantes) torcem pelo fim dela.

Mas afinal, o que é a saúde mental nos dias de hoje? Estamos constantemente permeados pela ansiedade em um nível tão alto que se tornar psicopatologicamente ansioso, ter crises de pânico, se tornou normalizado. Os relatos de alunos que sofrem de crises em épocas de entrega de trabalho e em semana de provas são comuns nos grupos de Whatsapp e em outras redes sociais. O adoecimento se tornou um novo normal que não deveria ser normal. De acordo com a pesquisa citada, a sensação constante de cansaço, o peso ao acordar no dia seguinte os sintomas de ansiedade exacerbada e até mesmo a depressão faz parte do relato de sete de cada dez estudantes.

Fonte: https://blush.design/collections/L9oIBvB7R7IjzZWxOfIu/open-doodles

Como estudantes, necessitamos de que as universidades trabalhem para criar um ambiente, sendo ele tecnológico ou presencial, que seja acolhedor. Por efeito, isso causaria uma diminuição no nível de sofrimento psíquico dos estudantes das graduações. É preciso trabalhar a compreensão, não só na relação universidade-estudante, mas também entre estudante-estudante e pelos acadêmicos na sua individualidade. O discurso de autocompaixão, auto acolhimento, respeitar os próprios limites e impor limites nunca se tornou tão crucial.

REFERÊNCIAS

Saúde mental dos estudantes requer atenção das instituições de ensino. Fundacred, 2021. Disponível em: <https://www.fundacred.org.br/site/2021/04/09/saude-mental-dos-estudantes-requer-atencao-das-instituicoes-de-ensino/>. Acesso em 29 de Ago. de 2021.

MONTEIRO, Adriele Freire.  Saúde mental de acadêmicos no último ano do curso de graduação em psicologia do CEULP/ULBRA. Trabalho de Conclusão de Curso – Bacharel em Psicologia – Centro Universitário Luterano de Palmas, Curso de Psicologia. Palmas, 2017.

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Saúde mental de acadêmicos no último ano de curso

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En(Cena) entrevista a psicóloga Adriele Freire

 “A reta final da graduação é marcada por mudanças, como o início dos estágios específicos supervisionados e da elaboração do trabalho de conclusão de curso que podem trazer sofrimento psíquico aos universitários’ ‘- Adriele. (Trecho retirado do artigo encurtador.com.br/ajAF p.7)

Adriele Freire, acadêmica egressa do CEULP/ULBRA, atualmente Psicóloga no Serviço Escola de Psicologia (SEPSI) do CEULP/ULBRA, teve como sua tese de conclusão  de curso “A SAÚDE MENTAL DE ACADÊMICOS NO ÚLTIMO ANO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DO CEULP/ULBRA”, tema esse que se tornou base para uma série de reflexões.

Aproveitando o vasto conteúdo e a importância desse TCC para graduandos, trouxemos a presença  de Adriele Freire. A entrevista concedida nos proporcionou ainda mais conhecimento, nos fazendo sentir parte do processo, ao mesmo tempo que pode sanar curiosidades.

Fonte: Arquivo Pessoal

EN(CENA) – Comparando 2017 e o ano atual, você acha que o sofrimento psicológico dos alunos, estando na reta final da graduação ou não, é diferente?

Adriele Freire – Acredito que sim, principalmente por causa da pandemia, que trouxe várias outras preocupações aos acadêmicos junto com mudanças significativas em suas rotinas.

EN(CENA)- Atualmente a ULBRA não possui mais o Trabalho de Conclusão de Curso. Você acha que isso diminuiu o sofrimento psicológico?

Adriele Freire – Sim, pois foi um dos aspectos mais citados pelos acadêmicos como estressor nessa etapa do curso quando realizei a pesquisa. Alguns até sugeriram que fosse realizado em dupla como alternativa para diminuir o estresse.

EN(CENA)- Você acha que existe uma normalização do sofrimento, não só nas turmas de Psicologia mas no ensino superior como um todo?

Adriele Freire – No ensino superior como um todo penso que ainda existe certa falta de conhecimento e, consequentemente, preconceito em relação ao cuidado com a  saúde mental. Em relação às turmas de psicologia, em alguns momentos, parece que há negligência em relação ao autocuidado.

Fonte: encurtador.com.br/acA68

EN(CENA)- Essa questão do sofrimento aliada à pressa de se formar para entrar no mercado de trabalho e conseguir independência pode trazer diversos desgastes para o estudante. Desgastes dos quais resultam em transtornos como a ansiedade e a depressão. A transição brusca do ensino presencial para o remoto pode ter potencializado o surgimento desses transtornos?

Adriele Freire- Acredito que sim, pois a pandemia trouxe muitos temores e incertezas em relação ao futuro tanto profissional quanto pessoal e familiar.

EN(CENA)Aqui no CEULP/Ulbra nós temos o alteridade, que é o núcleo de atendimento educacional especializado em discentes universitários. O qual conta com servidores multidisciplinares entre eles  psicólogos e estudantes de Psicologia. Como projetos de extensão como esse contribuem de forma positiva aos acadêmicos? Como incentivar os alunos a buscarem esses serviços em suas faculdades?

Adriele Freire –É muito importante na vida do universitário, pois é um suporte social que auxilia nesse momento tão importante que é a formação profissional. Acredito que a divulgação desse serviço principalmente através das redes sociais pode ser uma forma de incentivo, uma vez que são cada vez mais utilizadas.

EN(CENA) Em seu artigo você nos traz a realidade dos sintomas psicossomáticos em acadêmicos, como  por exemplo privação de sono, estresse, angústias  e facilitadores de desequilíbrios hormonais. De que formas esses sintomas prejudicam os acadêmicos e como eles podem ser aliviados ou reduzidos?

Adriele Freire- Podem prejudicar em vários aspectos, como no desempenho acadêmico e até no dia a dia. Utilizar estratégias de coping, de autocuidado podem ajudar, são coisas que os acadêmicos geralmente esquecem-se de fazer, talvez devido à demanda da faculdade e mesmo a ansiedades relacionadas à formação.

Fonte: encurtador.com.br/mtBG6

EN(CENA)Existe um estigma de que  estudantes de Psicologia/ saúde cuidam dos outros, mas negligenciam sua própria saúde mental e física. Quais dicas você daria para que esses estudantes pudessem otimizar o tempo, mas sem se esquecer do autocuidado?

Adriele Freire- Acredito que a terapia é uma grande aliada nesse aspecto, mas na impossibilidade de fazer, o suporte de colegas que estão no mesmo momento ou passando por situações semelhantes pode ajudar bastante, um exemplo podem ser encontros em grupos para falar sobre as questões da faculdade.

EN(CENA) Entre o meio acadêmico de psicologia, muito se fala  e  se estuda sobre suicídio e depressão. Mas sabemos que muitos desses alunos fazem parte das estáticas de tentativa de suicídio. Em sua opinião como promover uma psicoeducação, além do exigido academicamente (palestras, trabalhos) para que de fato esses alunos se conscientizem?

Adriele FreireTalvez a partir de rodas de conversa sobre a saúde mental dos próprios acadêmicos de psicologia em que haja um momento de troca entre eles seja uma forma de verem em si mesmos o que estudam, de forma que consigam entender e agir de forma efetiva sobre si mesmos.

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Adaptação ao novo normal – O desafio de formar na pandemia

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Um dos grandes desafios que todo o mundo está enfrentando com certeza é a pandemia pelo coronavírus. Além de trazer uma nova realidade e um novo “normal”, tivemos que aprender a conviver com a distância, descobrir novos talentos e também nos reinventarmos diante deste novo cenário.

Como estudante de Psicologia, foi um grande susto vivenciar um fato como este, já estudamos várias pandemias que aconteceram no decorrer dos séculos e décadas, mas nunca esperei que eu pudesse viver algo do tipo. Inicialmente seria apenas uma quarentena, que começou a se estender por dois, quatro, seis meses e depois um ano.

Inicialmente quando as aulas pararam me senti assustado e sem saber o que poderia acontecer, mas a esperança de que as aulas voltassem e tudo normalizasse estava presente. Tivemos que nos adaptar a um novo contexto, as aulas não poderiam voltar de forma presencial e, portanto tivemos que aderir ao modelo de ensino remoto.

Fonte: Pixabay

No primeiro foi um pouco estranho, muitos colegas não conseguiram se adaptar e até trancaram o curso para esperar o retorno das aulas presenciais. Este retorno a cada semestre era adiado e então não tivemos escolha, a não ser nos adaptar a isto.

Cheguei ao último ano de curso e vi vários colegas que se formaram na modalidade online e foi tudo diferente. O sonho de estar no auditório com a família, amigos e a emoção comovendo todos, deu lugar a uma tela de computador onde tudo era transmitido através de uma videochamada.

Sinto-me privilegiado de mesmo diante deste cenário poder ter a oportunidade de continuar estudando e contribuindo para o meu sonho de me tornar um psicólogo. Mesmo tendo que me adaptar, eu me sinto confiante de não ter desistido. Não foi fácil, as aulas remotas muitas vezes eram pesadas e cansativas e chegava a pensar se estaria mesmo aprendendo.

Fonte: encurtador.com.br/gruI7

Com o avanço da vacinação, fico mais alegre de ver que as matérias de estágios voltaram de forma presencial, mas tenho muitas saudades de andar pelos corredores da Ulbra, encontrar os amigos, professores, dividir uma sala de aula, reclamar do frio do ar condicionado e vivenciar a experiência de estar em uma sala de aula. Ainda não é o momento de voltarmos ao total, mas a alegria de ver que as pessoas estão conseguindo ficar imunizadas, me deixa mais tranquilo de fazer a minha parte tomando todos os cuidados.

Com o início do estágio, essa confiança retornou com mais força e me sinto mais próximo de alcançar o meu objetivo. Confesso que ainda tenho a esperança de que quando for a minha vez, eu esteja no auditório para conseguir me formar. Acredito que o grande êxito da faculdade além de poder exercer a profissão, é ver as pessoas que amo celebrando comigo a vitória de conseguir finalizar uma parte da vida acadêmica, pois sei que um psicólogo nunca deve parar de estudar.

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Que grade seguir: aberta ou fechada?

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O mínimo que devemos saber sobre o funcionamento da grade curricular

É comum na escolha da graduação você se interessar pela composição das matérias pertencentes a grade curricular daquele dado curso em questão, no entanto na maioria das vezes é de costume que os acadêmicos de primeira viagem não se importem em saber e levar em consideração se essa grade é aberta ou não, o que futuramente lhe trará intromissão em seu cotidiano. “Para Gargantini (1996) a existência de um currículo é uma questão acadêmica e não somente legal e burocrática. Ensinar um conteúdo não é gerar cópias dele mas, sim, ensinar a fazer ciência, é recriá-lo” (CALAES e PACHECO, 2001).

A grade aberta permite que o estudante pegue as disciplinas em horários flexíveis e a quantidade que lhe for conveniente; em uma instituição de ensino particular o benefício pode estar relacionado a questão financeira, pois possibilita você pagar menos (pegando menor quantidade de matérias) e continuar com os estudos, outro fator positivo é você poder trabalhar ou possuir outras obrigações que não permita que no horário estabelecido (como na grade fechada) você esteja, viabilizando que seu tempo não fique concorrido, caso haja tempo e condições, você também poderá acrescentar mais matérias além das que pertencem aquele período, concedendo que o acadêmico adiante seu curso, terminando em menos tempo; ao contrário disso existe a possibilidade da pessoa exceder o tempo previsto para a conclusão do mesmo.

Contudo, o ponto positivo mais plausível é o de permitir organizar sua rotina e agenda tal como poder escolher quais dias e horários da semana estará na faculdade; por outro lado muitas vezes acontece de mesmo a grade sendo aberta determinada matéria ter apenas em um horário especifico disponível, o que torna necessário a pessoa ter que se enquadrar naquele determinado tempo; muito comum acontecer nos últimos períodos, próximo a conclusão do curso, que você se sente na obrigação de pegar aquela matéria exclusiva, principalmente quando essa é pré-requisito para outra.

Fonte: encurtador.com.br/anwxK

A grade fechada é quando existe a obrigatoriedade de você pegar todas as matérias daquele dado semestre, se tratando de um curso que tenha apenas em um período do dia (matutino, vespertino ou noturno) você estará sujeito a se adequar aquele horário, sem flexibilidade de alteração. Assim, aguarda-se que dentro do tempo pré-estabelecido o estudante esteja saindo da instituição de ensino ao qual entrou para a graduação, não ocasionando na antecipação ou retardo de tempo para a conclusão, apenas em caso de trancamento de matricula, sendo possível enquadrar a grade fechada na grade aberta, basta que você siga as disciplinas pertinentes a cada período.

Aqui abro um parêntese para uma vivência desagradável, aconteceu assim que iniciei a graduação, logo no 1° período, sem muita noção, me deparei na mesma turma/sala com estudantes do 8°, tendo que compartilhar de conhecimentos com pessoas que possuíam bem mais facilidade do que quem acabou de entrar e estava se adaptando a instituição; uma coisa é certa, na vida nem tudo é como pensamos, por isso é melhor nos permitir sermos surpreendidos.

Por mais que tenha achado aquilo embaraçoso, é como diz a frase de Michael John Boback “Todo progresso acontece fora da zona de conforto”. Com isso lá na frente me vi estando além dos calouros, e outro fator positivo extraído disso são as pessoas que passamos a nos relacionar e conhecer ao longo do curso, pois certamente com a grade fechada você inicia e termina com a mesma turma, e na grade aberta existe uma rotatividade de pessoas, ou seja, nem sempre eu estaria com quem gostaria, mas estaria na possibilidade de conhecer quem ainda não tivesse tido contato, e assim seguia, uma valsa de dissabor e delícias.

Fonte: encurtador.com.br/bgEJ7

A aquisição do saber, diante de tudo isso é o que temos de mais essencial, não descartando o impacto que isso trará ou trouxe, se tratando do aprendizado nas relações interpessoais seja nas disciplinas obrigatórias, optativas ou institucionais, o que sempre prevalecera será a vivencia extraída daquele momento. Logo, o conhecimento nos faz ir além, com esse objetivo podemos pôr na balança se é ideal fixarmos em uma grade aberta ou fechada, independente da realidade do que almejamos alcançar.

REFERÊNCIAS

Calais, Sandra Leal; Pacheco, Elisabeth M. de Camargo. Formação de psicólogos: análise curricular. Psicol. esc. educ. v.5 n.1 Campinas jun. 2001. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572001000100002> Acesso em: 18 de abril de 2021.

Boback, Michael John. Disponível em: <https://www.suramajurdi.com.br/2020/09/25/frase-inspiracao-todo-progresso-contece-fora-da-zona-de-conforto-michael-john-bobak/>. Acesso em: 18 de abril de 2021.

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Sem sentido: diversas formas para sobreviver ao mundo capitalista

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O filme em geral apresenta vários aspetos importantes. Um dos sub temas que deve ser levado em destaque é o sofrimento que o universitário passa para ter uma boa qualidade de estudo

O filme “Sem sentido” (1998) é baseado na vida de Deryll Witherspoon (Marlon Wayans) filho mais velho de uma mulher negra e pobre que foi abondonada pelo marido tendo de criar os cinco filhos; eles moram em Harlem bairro de Nova York. O filme, apesar de ter sido dirigido por uma mulher branca, Penelope Spheeris, não dá nenhuma variabilidade às mulheres, resumindo-as apenas como mães que criam filhos. O longa também mostra a visão dos brancos sobre os negros naquele período histórico (MENDONÇA, ROCQUE, 2016).

Deryll é aluno do curso de economia em uma universidade, onde faz todo tipo de trabalho para conseguir pagar seu curso e sustentar sua família pobre. Neste sentido, a participação de estudantes universitários no trabalho é uma realidade; pesquisa da Universidade Federal do Goiás (UFG) diz que a maioria dos estudantes conciliam estudo com o trabalho e contribuem na renda familiar.  O filme retrata claramente isso, porém esse estudante de economia vai além de um trabalho comum (TOSTA, 2015).

Uma das formas que Daryll acha para conseguir mais dinheiro é sendo doador de sêmen, cabelo, sangue. Esse ato é algo muito comum nos Estados Unidos. Com o desemprego, cada vez mais americanos procuram agências para venderem seus sêmens, óvulos, sangue e até cabelo para poderem sobreviver (GLOBO ECONOMIA, 2018). Pela busca por mais dinheiro, Daryll vê um anúncio convocando voluntários para uma experiencia cientifica, que busca testar uma nova droga com o objetivo de aumentar os cinco sentidos. Numa atitude desesperada ele torna-se cobaia e receberá um bom dinheiro.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Hitler permitiu várias experiências cientificas absurdas forçadas em prisioneiros no campo de concentração. Apesar disso ser proibido atualmente, o filme retrata que essa prática ainda é frequente, porém a diferença é que atualmente essas experiências ocorrem com o consentimento do voluntário, com direito de saber os riscos e benefícios possíveis. As pessoas pobres, sem nenhum meio de sustento se submetem a isso em troca de uma boa quantia. As cobaias humanas são pessoas usadas para testes de novos remédios da indústria farmacêutica (GLOBO ECONOMIA, 2018).

Ao mesmo tempo que Witherspoon se submete a ser uma cobaia humano, surge um processo seletivo para ser analista júnior em Wall Street, porém ele foi excluído da competição por causa da sua condição econômica e social. Contudo o rapaz volta a disputa trapaceando e se beneficiando dos superpoderes conferidos pela droga experimental, passando por todo efeito colateral que ela proporciona e se torna o analista júnior do ano, mas confessa que trapaceou.

O filme em geral apresenta vários aspetos importantes. Um dos sub temas que deve ser levado em destaque é o sofrimento que esse universitário passa para ter uma boa qualidade de estudo apesar de ser de uma família pobre em uma sociedade capitalista, porém com esforço e foco ele consegue alcançar seus objetivos de conseguir um bom emprego. Isso remete a realidade de vários jovens no mundo.

FICHA TÉCNICA:

Direção: Penelope Spheeris
Elenco: Marlon Wayans, David Spade, Matthew Lillard;
Ano: 1998
País: EUA
Gênero: Comédia Romântica

REFERÊNCIAS:

O GLOBO ECONOMIA. Mais americanos procuram vender seu sêmen, sangue ou cabelo para chegar ao fim do mês. 2008. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/economia/mais-americanos-procuram-vender-seu-semen-sangue-ou-cabelo-para-chegar-ao-fim-do-mes-3803403>.Acesso em: 30 setembro 2019.

TOSTA, Tania. A participação de estudantes universitários no trabalho produtivo e reprodutivo. Goiânia (GO), v. 47, n. 165, 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n165/1980-5314-cp-47-165-00896.pdf>. Acesso em: 30 setembro 2019.

MENDONÇA, Lêda; ROCQUE, Lucia. A mulher e o “fazer ciência”: uma análise de filmes de comédia no ensino farmacêutico. Rio de Janeiro- RJ, 2016. Disponível em: <file:///C:/Users/evell/Downloads/22464-81845-1-PB.pdf>.Acesso em: 30 setembro 2019. P. 738.

YARAK, Aretha. “Ser cobaia humana virou uma profissão”, diz pesquisador

Roberto Abadie, autor de The Professional Guinea Pig, revela os bastidores do mundo das cobaias humanas. 2010. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/saude/ser-cobaia-humana-virou-uma-profissao-diz-pesquisador/>. Acesso em: 30 setembro 2019.

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Professora de Psicologia do Ceulp/Ulbra comemora 10 anos de docência

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Nesta quarta-feira, 01 de agosto, a professora mestre Lauriane dos Santos Moreira, comemorou seus 10 anos de docência no curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra. A professora que é dona de um senso de humor crítico e extremamente educativo, têm exercido papel de inspiração para os acadêmicos do curso de Psicologia durante esses 10 anos de profissão.

Fonte: Professora Lauriane está à esquerda, com peruca cor de rosa.

Em suas redes sociais, Lauriane externalizou sua felicidade e satisfação em ser professora no curso de Psicologia. Além disso, agradeceu a contribuição de figuras importantes para a sua caminhada acadêmica.  Para não deixar de lado seu senso de humor característico, finalizou a publicação comemorativa dizendo, Para quem achava que não duraria um semestre, comemoro a plenos pulmões uma década como professora! Isso no mês de agosto, quando o Sol está em Leão, quando meu cabelo está lindo, quando meu niver se aproxima e eu tô me achando.”

Lauriane Dos Santos Moreira

Possui graduação em Psicologia pelo Centro Universitário Luterano de Palmas (2006). Tem especialização em Saúde Pública com Ênfase em Saúde Coletiva e da Família (2010) e em Análise Comportamental Clínica (2013). É mestre em Desenvolvimento Regional (UFT). Atualmente é professora no curso de Psicologia do Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA). Atua principalmente nos seguintes temas:Políticas Públicas de Saúde Mental, Psicologia Social Comunitária e Análise do Comportamento e Cultura.

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(En)Cena entrevista Dann Toledo

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Com grande participação nos movimentos estudantis e sociais que envolvem a Saúde Mental, Dann Toledo fala sobre sua experiência como estudante e militante dos temas da Psicologia, e também do Blog que mantém com a colaboração de estudantes de todo o Brasil, o “Psicoquê? Ajudando a Construir a Psicologia”.

Foto: Arquivo Pessoal

Dann Toledo, idealizador e editor chefe do Blog Psicoquê? Ajudando a Construir a Psicologia. Acadêmico (Concluinte) de Psicologia da Faculdade da Amazônia (FAMA) de Vilhena – RO. Representante do Conselho Nacional dos Estudantes de Psicologia (CONEP) no Estado de Rondônia, e do Coletivo Organizador do Encontro Regional de Estudantes de Psicologia (COEREP) das Regiões Norte e Nordeste.

(En)Cena – O que lhe atraiu para o curso de psicologia?

Dann Toledo – Quando criança, assim como várias pessoas, eu queria ser pediatra. No ensino médio graças a um professor de química que eu tinha, eu coloquei na cabeça que seria biólogo.  Queria ser como aquele cara, as aulas dele eram incríveis. Mas, aqui em Vilhena, não tem Biologia e dos cursos que eram oferecidos aqui, Psicologia me parecia o melhor. Isso que eu tinha somente aquela visão pseudo psicanalista do que é Psicologia. Ao longo desses anos meu caso com ela, foi e tem sido repleto de idas e vindas. Paixões e decepções.

(En)Cena – Como graduando concluinte, você acha que ao final do curso, a academia forma profissionais preparados para exercer a profissão?

Dann Toledo – Um profissional não é forjado somente num banco universitário, pois somos um constructo de um todo e do meio no qual estamos inseridos. O psicólogo é formado levando em conta todo o seu meio e as influências que ele sofre. Somente a faculdade não preparará o profissional. Em qualquer curso, ainda mais em psicologia, somos muito mais do que o que aprendemos, e somos formados por tudo isso. Se eu sair do curso somente com minha bagagem universitária eu não estarei preparado para atuar profissionalmente, pois serei somente teórico, e a psicologia é muito mais do que apenas teoria.

(En)Cena – Qual a importância do envolvimento de acadêmicos nas discussões sobre Saúde Mental?

Dann Toledo – Em 2010 fui delegado regional na Conferencia estadual de saúde mental que teve em Porto Velho e fui suplente para a nacional. Lá pude ficar mais por dentro da realidade dos CAPS e da saúde mental. Resultado: Me apaixonei. Creio que seja de suma importância que venhamos a conhecer mais sobre essa realidade, sobre como tratar o louco, sobre o que é ser louco e sobre como ser louco é normal e lindo. Saúde mental, assim, como outras políticas públicas devem fazer parte do cotidiano de qualquer estudante de psicologia.

(En)Cena – O que você acha que falta no acadêmico de Psicologia hoje em dia?

Dann Toledo – Acredito que falta vivência, falta conhecimento de movimentos sociais, falta compromisso social, compromisso estudantil, lutas sociais.  A universidade não nos ensina isso, não nos ensina a sermos militantes, coisa que todos nós deveríamos ser.

(En)Cena – O Blog Psicoquê nasceu como?

Dann Toledo – Eu estava na biblioteca da faculdade durante uma aula vaga e vi um cartaz com o link de um blog de serviço social que tinha sido criado por um aluno. Entrei no blog e achei interessante a ideia. Resolvi criar um de psicologia. Sem muita pretensão. Era pra ser algo interno, para o pessoal da faculdade mesmo. Com textos produzidos por nós mesmos e nó máximo algo sobre a psicologia em Rondônia. Porém, graças ao desinteresse do restante dos estudantes da faculdade, eu convidei alguns colegas de outros estados que faziam parte da COEREP para que pudessem escrever.

Então o blog começou a ter mais visibilidade e graças à página no Facebook e a equipe maravilhosa (vou “puxar o saco” para que continuem conosco), hoje ele conta com cerca de 2000 visualizações diárias. O Blog completou um ano em junho e hoje conta com cerca de 15 colunas, e com algumas outras que estrearão em breve.  A ideia do blog sempre foi popularizar a psicologia, e pra isso procuramos não nos prender a uma única linha. Temos colunas sobre Comportamental, Humanista, Social, Psicanálise, Gestalt, Saúde Mental, Comunitária, Logoterapia entre outras.

(En)Cena – Como você percebe o cenário de Saúde Mental em Vilhena – RO, como são os serviços e como os profissionais atuam?

Dann Toledo – Minha experiência no CAPS daqui foi pequena, o CAPS daqui ainda é pequeno, mas, faz um excelente atendimento. Eu atendi uma paciente por quatro meses. Ela tinha depressão, síndrome do pânico com agorafobia. Estava encostada pelo INSS porque não tinha como trabalhar, mas queria porque queria voltar a trabalhar.

Foram quatro meses para trabalharmos questões como o fato de que ela dava os medicamentos dela pros outros. Quando o filho ficava triste, por exemplo, ela automedicava ele com Ritalina. Levou um tempo para ela entender que se desse pra alguém ela ficaria sem e seria prejudicada.

Bem, quatro meses depois ela chegou na terapia dizendo que tinha conseguido fazer pão e ido vender na feira, coisa que ela não fazia a muito tempo, e também foi sozinha, até a terapia. O filho tinha que trazê-la porque ela não conseguia sair nem na frente de casa sozinha, mas então conseguiu ir a feira vender pão. Foi gratificante.

(En)Cena – Os encontros de psicologia, hoje, trazem que temas à discussão?

Dann Toledo – No Encontro Nacional de Estudantes de Psicologia – ENEP (último encontro que fui), as discussões giraram em torno de diversas frentes, dentre elas: Ato médico – tema que vai ser conteúdo de cartilha que vamos lançar; Tivemos grupos de trabalho sobre LGBT, Negros e Negras, Mulheres e Políticas públicas sobre educação.

Fizemos também um ato em favor da educação pública de qualidade. Então, creio que hoje, os temas girem em torno disso. E aquelas discussões essenciais que devem fazer parte de qualquer encontro: Saúde Mental e Luta antimanicomial.

Dann Toledo em atuação no ENEP  Foto: Arquivo Pessoal

(En)Cena – Sua trajetória nos conselhos e outros grupos de representação começou quando e porque?

Dann Toledo – A história é um pouco engraçada. Em 2008 o EREP Norte e Nordeste aconteceu em Rondônia. O pessoal da Coerep veio divulgar na minha faculdade o encontro e algumas colegas minhas começaram a se organizar. A priori, eu não cogitei a hipótese de ir, pois eu estava namorando e seria bem em um feriado que eu poderia ficar mais tempo com ela. Porém no dia da viagem, levei um pé na bunda e com o coração partido comprei minha passagem e fui pro meu amado EREP. Lá, fui mordido pelo bichinho chamado movimento estudantil e cá estou.

Ato público em favor da educação pública de qualidade JÁ! ENEP
Foto: Arquivo Pessoal

(En)Cena – A atuação como representante no CONEP traz quais responsabilidades?

Dann Toledo – Essa entrada na CONEP é muito recente, mas vejo que as responsabilidades que tenho, não são devido o fato de eu estar fazendo parte da CONEP, mas sim ao fato de eu ser um estudante de psicologia, e um cidadão que tem por direito e dever brigar por nossos direitos. Sendo assim a CONEP trás um respaldo maior, e também um maior cuidado da minha parte, tendo em vista que hoje eu também represento um coletivo muito maior do que eu. Faço parte também da COEREP – Coletivo Organizador do Encontro Regional de Estudantes de Psicologia das Regiões Norte e Nordeste – e recentemente ingressei no Coletivo Barricadas Abrem Caminhos. Creio que isso tudo venha agregar muito a mim e espero poder estar condizendo com tudo isso que me propus.

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