Sem sentido: diversas formas para sobreviver ao mundo capitalista

O filme em geral apresenta vários aspetos importantes. Um dos sub temas que deve ser levado em destaque é o sofrimento que o universitário passa para ter uma boa qualidade de estudo

O filme “Sem sentido” (1998) é baseado na vida de Deryll Witherspoon (Marlon Wayans) filho mais velho de uma mulher negra e pobre que foi abondonada pelo marido tendo de criar os cinco filhos; eles moram em Harlem bairro de Nova York. O filme, apesar de ter sido dirigido por uma mulher branca, Penelope Spheeris, não dá nenhuma variabilidade às mulheres, resumindo-as apenas como mães que criam filhos. O longa também mostra a visão dos brancos sobre os negros naquele período histórico (MENDONÇA, ROCQUE, 2016).

Deryll é aluno do curso de economia em uma universidade, onde faz todo tipo de trabalho para conseguir pagar seu curso e sustentar sua família pobre. Neste sentido, a participação de estudantes universitários no trabalho é uma realidade; pesquisa da Universidade Federal do Goiás (UFG) diz que a maioria dos estudantes conciliam estudo com o trabalho e contribuem na renda familiar.  O filme retrata claramente isso, porém esse estudante de economia vai além de um trabalho comum (TOSTA, 2015).

Uma das formas que Daryll acha para conseguir mais dinheiro é sendo doador de sêmen, cabelo, sangue. Esse ato é algo muito comum nos Estados Unidos. Com o desemprego, cada vez mais americanos procuram agências para venderem seus sêmens, óvulos, sangue e até cabelo para poderem sobreviver (GLOBO ECONOMIA, 2018). Pela busca por mais dinheiro, Daryll vê um anúncio convocando voluntários para uma experiencia cientifica, que busca testar uma nova droga com o objetivo de aumentar os cinco sentidos. Numa atitude desesperada ele torna-se cobaia e receberá um bom dinheiro.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Hitler permitiu várias experiências cientificas absurdas forçadas em prisioneiros no campo de concentração. Apesar disso ser proibido atualmente, o filme retrata que essa prática ainda é frequente, porém a diferença é que atualmente essas experiências ocorrem com o consentimento do voluntário, com direito de saber os riscos e benefícios possíveis. As pessoas pobres, sem nenhum meio de sustento se submetem a isso em troca de uma boa quantia. As cobaias humanas são pessoas usadas para testes de novos remédios da indústria farmacêutica (GLOBO ECONOMIA, 2018).

Ao mesmo tempo que Witherspoon se submete a ser uma cobaia humano, surge um processo seletivo para ser analista júnior em Wall Street, porém ele foi excluído da competição por causa da sua condição econômica e social. Contudo o rapaz volta a disputa trapaceando e se beneficiando dos superpoderes conferidos pela droga experimental, passando por todo efeito colateral que ela proporciona e se torna o analista júnior do ano, mas confessa que trapaceou.

O filme em geral apresenta vários aspetos importantes. Um dos sub temas que deve ser levado em destaque é o sofrimento que esse universitário passa para ter uma boa qualidade de estudo apesar de ser de uma família pobre em uma sociedade capitalista, porém com esforço e foco ele consegue alcançar seus objetivos de conseguir um bom emprego. Isso remete a realidade de vários jovens no mundo.

FICHA TÉCNICA:

Direção: Penelope Spheeris
Elenco: Marlon Wayans, David Spade, Matthew Lillard;
Ano: 1998
País: EUA
Gênero: Comédia Romântica

REFERÊNCIAS:

O GLOBO ECONOMIA. Mais americanos procuram vender seu sêmen, sangue ou cabelo para chegar ao fim do mês. 2008. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/economia/mais-americanos-procuram-vender-seu-semen-sangue-ou-cabelo-para-chegar-ao-fim-do-mes-3803403>.Acesso em: 30 setembro 2019.

TOSTA, Tania. A participação de estudantes universitários no trabalho produtivo e reprodutivo. Goiânia (GO), v. 47, n. 165, 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n165/1980-5314-cp-47-165-00896.pdf>. Acesso em: 30 setembro 2019.

MENDONÇA, Lêda; ROCQUE, Lucia. A mulher e o “fazer ciência”: uma análise de filmes de comédia no ensino farmacêutico. Rio de Janeiro- RJ, 2016. Disponível em: <file:///C:/Users/evell/Downloads/22464-81845-1-PB.pdf>.Acesso em: 30 setembro 2019. P. 738.

YARAK, Aretha. “Ser cobaia humana virou uma profissão”, diz pesquisador

Roberto Abadie, autor de The Professional Guinea Pig, revela os bastidores do mundo das cobaias humanas. 2010. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/saude/ser-cobaia-humana-virou-uma-profissao-diz-pesquisador/>. Acesso em: 30 setembro 2019.