A música como meio de acolhimento, identificação e encorajamento

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A música é uma forma poderosa de arte que vai além do entretenimento. Ela tem a capacidade de tocar profundamente o ser humano, influenciar o humor, promover o bem-estar psicológico e fortalecer os laços sociais (Marques, 2017). É uma expressão humana profunda, por meio dela, criam-se belas melodias, arranjos, combinações de sons, detalhes… uma construção que culmina num lindo produto. Mas, além de lindas melodias e belos arranjos, particularmente, o que mais me toca, é o cuidado e a intencionalidade presente nas letras, gosto de pensar que é a alma da música.

Nesse texto quero evidenciar letras de músicas, trilhando um caminho entre elas. Ambas são interpretadas pela mesma artista, que iniciou sua carreira muito jovem e até hoje possui esse viés social de música destinada ao público infanto-juvenil e adolescente. Porém, ao ouvir as canções de seus trabalhos solo, pude apreciar melodias e letras que trazem questões muito presentes no emocional do ser humano, desde conflitos à resiliência. 

Letras como as que serão expostas, tem o poder de alcançar o íntimo, tocam em conflitos humanos que muitas vezes não podem ser ditos, assim, as canções dão a possibilidade de se instrumentalizar e contribuir para a elaboração de cada questão pessoal. Este recurso é utilizado em campos como da Musicoterapia, mais intencionalmente, com músicas que remetem a história de vida do paciente, ajudando também no aspecto de identificação e verbalização dos problemas (Brignol, 2009).

Nesse quarto escuro

Existe um menino assustado

Ele é sozinho

E teme que o mundo encontre o seu cantinho

Me entrega ele pra cuidar

Eu sei guardar segredo

Eu sei amar

Não conto pra ninguém

Que esse menino é alguém

De barba e gravata e que esse quarto escuro é sua alma

(Lima, 2010)

Em primeira instância, temos a música Esconderijo, inicialmente nos deparamos com a terminologia “menino”, que está num quarto escuro, sozinho, temeroso, depois surge alguém que traz a figura do acolhimento que assegura o amor, o cuidado, a discrição. Porém vemos ao final da canção, que esse menino, é alguém “de barba e gravata”, um adulto, que esconde na sua alma, todo esse medo, esse sentimento de solidão. Ao refletir num âmbito coletivo, muitos adultos escondem seus anseios, seus temores, e muitas vezes, precisam de alguém como a figura da música, alguém que acolha e exerça o ouvir e o legitimar.

Desacelera

Deita essa cabeça no meu peito

Que a gente encara até o que não tem jeito

Olha como eu faço

Um passo de cada vez

Desapega

Deixa aquela sombra no passado

Agora e sempre eu fico do teu lado

Respira, confia

Um dia de cada vez

Vem amor

Do mundo a gente não vai levar nada

Entre o amor e a alegria

Escolho um de cada

Amor, alegria, um passo, uma coisa, um dia

De cada vez

Recomeça

Tenta ser mais brisa do que vento

Encara o dia nesse movimento

Seja mais dança, mais alma

Mais vida, mais poesia

Vem amor

Do mundo a gente não vai levar nada 

Entre o amor e a alegria

Escolho um de cada

Amor, alegria, um passo, uma coisa, um dia

O tempo cura, fica a cicatriz

Lembrar de uma tristeza

Te faz saber o quanto é lindo ser feliz

Vem amor

Do mundo a gente não vai levar nada

Entre o amor e a alegria

Escolho um de cada

Amor, alegria, um passo, uma coisa, um dia

De cada vez

(Tedeschi, 2022)

 

De cada vez é uma das canções mais lindas que já ouvi, seguindo o teor da primeira canção, vemos novamente a figura do acolhimento chamando à lidar com os medos e temores desacelerado, contando com o apoio, desapegando, respirando, confiando, lembrando que além dos pesares, podemos contar com coisas boas da vida, como o amor e a alegria. Vemos analogias como “Ser mais brisa do que vento”, novamente remetendo à diminuição do ritmo, e na atenção plena a cada instante. Em “Lembrar de uma tristeza te faz saber o quanto é lindo ser feliz” lembramos que podemos olhar para o passado e para cada pesar, e a partir disso, notar e valorizar cada momento de felicidade. E assim, viver um dia de cada vez. 

Hoje eu acordei sem pressa

Deixei a janela aberta

Vi a vida tão repleta de amanhecer

Hoje eu pude ver de perto

Que um coração aberto

Torna tudo mais fácil de acontecer

Eu abro as asas e preparo a alma pra respirar, pra respirar

Eu abro as asas e preparo a alma pra respirar, pra respirar

Hoje eu me joguei das nuvens

Tirei o pó e a ferrugem

Vi que o sol brilha mais claro se a gente ‘tá bem

Voos podem ser mais altos

Frases podem ser mais belas

Hoje eu vou gritar mais forte a sorte que a gente tem

De ser feliz sem ser refém

Eu abro as asas e preparo a alma pra respirar, pra respirar

Eu abro as asas e preparo a alma pra respirar, pra respirar

(Lima, Lima e Lopes, 2017)

Respirar é uma canção com um teor de esperança, a partir do entendimento de que pode se viver a vida um dia de cada vez, o posicionamento agora é outro, durante toda a letra vemos uma permissão pessoal de sentir, de aproveitar cada acontecimento, fator evidenciado em “Hoje eu pude ver de perto que um coração aberto torna tudo mais fácil de acontecer”, “Vi que o sol brilha mais forte se a gente tá bem” e também no refrão “Eu abro as asas e preparo a alma, para respirar”. 

Eu senti

O vento arrastar o medo pra longe de mim

Eu senti

O tempo se abrir e o sol tocar a pele

E eu vi que eu podia mais do que eu sabia

Eu vi a vida se abrir pra mim

Quando eu disse sim

Eu disse sim pro mundo

Eu disse sim pro sonhos

E pra tudo que eu não previa

Sim pro inexplicável

Eu disse sim, eu caso

Eu disse sim pra tudo que eu podia

E eu podia mais do que eu sabia

Eu vivi fugindo de arrependimentos

Sem me redimir

Me perdi, navegando em erros

Sem buscar o leme

E eu vi que eu podia mais

Do que eu sabia

Eu vi a vida se abrir pra mim

Quando eu disse sim

Eu disse sim pro mundo

Eu disse sim pro sonhos

E pra tudo que eu não previa

Sim pro inexplicável

Eu disse sim, eu caso

Eu disse sim pra tudo que eu podia

E eu podia mais do que eu sabia

(Lima Jr, Lima e Lima, 2013).

Quero findar esse caminho de intersecção com essa linda letra que pertence a canção com o nome: Sim. Nessa música, vemos o resultado da abertura pessoal às experiências e desafios da vida, a partir de um Sim. Temos afirmações como “eu disse sim pros sonhos, sim pro inexplicável, eu vi que eu podia mais do que eu sabia, eu vi a vida se abrir pra mim”, evidenciando como se permitir vivenciar é importante para até mesmo descobrir que se pode ir além do que sabia. Aquele menino assustado pode encontrar acalento, pode expressar seus medos, pode viver um dia de cada vez, pode abrir as asas e preparar a alma para respirar , e ver a vida se abrir, a partir de um Sim.  

Como vimos durante a análise e ligações dessas letras, a música é uma ferramenta fantástica e democrática de expressão e identificação. Quando as emoções não são facilmente faladas, a música oferece uma forma simbólica de expressão, e assim muitos podem ouvir e se reconhecer (Brignol, 2019), além de encontrar também possibilidades de esperança frente a intensidade e complexidade que é viver.

Referências: 

Brignol, R. Análise de canções num processo terapêutico grupal e interdisciplinar. URCAMP, 2009.

Lima, S. intérprete: Sandy Leah De Lima, Esconderijo, São Paulo, Universal Records, 2010.

Lima, S;  Lima, L; Lima Jr, D. intérprete: Sandy Leah De Lima, Sim, São Paulo, Universal Records, 2013.

Lima, S;  Lima, L; Lopes, D. intérprete: Sandy Leah De Lima, Respirar, São Paulo, Universal Records, 2017.

Marques, P. A influência da música na saúde mental e bem-estar: um estudo exploratório, Universidade Fernando Pessoa , 2017.

Tedeschi, E. intérpretes: Sandy Leah De Lima; Agnes Nunes, De Cada Vez, São Paulo, Universal Records, 2022.

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Impactos do cenário pandêmico para nossas mentes

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A crise sanitária ocasionada pela pandemia da Covid 19 trouxe um forte impacto emocional em toda a humanidade. De Norte ao Sul do planeta, a sociedade sentiu os efeitos da doença, que mudou o comportamento das pessoas em escala global. Foi preciso o uso de máscara, distanciamento social, para evitar o contágio, e em muitos casos, houve a perda de entes queridos, vítimas da corona vírus. Nesse contexto, que inúmeros questionamentos apareceram, como: “Por que a humanidade está vivendo isso? E, como ficar em casa sem ver pessoas?”.

A pandemia pegou todo mundo de surpresa, como consequência uma crise existencial afetou muita gente, em busca de respostas para os acontecimentos decorrentes do fenômeno viral. Isto é, uma onda de dilemas afetou a cabeça das pessoas, por não saberem como ficaria o mundo, após a pandemia.  Nesse contexto, Knobloch (1998), observa que a crise pode ser designada como uma experiência em que existe algo insuportável, no sentido de não haver suporte, experiência que nos habita. “Como um abismo de perda de sentido, em que se perdem as principais ligações”.

Em uma analogia, o ser humano não tinha preparo nenhum para enfrentar uma crise pandêmica, foi uma corrida contra o tempo até a elaboração da vacina, fora o cenário de filme, em que cidades ficaram vazias. Situação que mexeu com todo o mundo.  Nessa linha, Morin (2005), esclarece que uma mega crise tem a capacidade de atingir o existencial. “Somos levados questionar nosso modo de vida, nossas reais necessidades, nossas verdadeiras aspirações mascaradas nas alienações da vida cotidiana”.

Fonte: Freepik

Sobre crise existencial, Frank (2016) observa que a influência da falta de sentido da vida pode levar a um desequilíbrio psíquico, por um vazio existencial. Fatores que geram depressão, ansiedade, cansaço mental, falta de apetite, e depressão explica Guimarães (2019) e afirma que “a crise existencial interfere na saúde mental do sujeito, através da falta de sentido da vida”. Como consequência, o autor supramencionado acrescenta que a crise existencial gera um “adoecimento relacionado ao sofrimento psíquico” como, ideações suicidas, ansiedade e diversos transtornos mentais de origem existencial.

Hertel (2006) revela que a angústia existencial é um aspecto inerente da humanidade, da qual todos fazem parte. Para ele, é importante que as pessoas tenham autoconhecimento sobre o assunto, no sentindo de ter conhecimento sobre o fim da vida. Tendo a necessidade de que, o indivíduo entenda suas emoções, e, quais são os efeitos que elas provocam em seu comportamento. Nesse ínterim, cada um poderá saber lidar com os questionamentos oriundo de uma crise existencial.

Andrade (2011) define que a ansiedade existencial está na essência do ser humano e pode evidenciar várias nuances, como ansiedade de morte, falta de sentido ou vazio, ansiedade de culpa. “A ansiedade é resultante de algo irreconhecível, o que pode gerar mais angústia, pois se torna difícil lidar com a situação sem ter um ponto de partida para tal.” Segundo Andrade (2011), é impossível acabar totalmente com o aspecto da ansiedade, e aconselha a procurar meios positivos para lidar com ela, pois a ansiedade na medida em que vai crescendo é um sintoma inerente a crise existencial, a qual precisa de tratamento com especialista.

Fonte: Freepik

Com outra perspectiva, Angerami (2018), aponta que o sentido da vida é uma condição que determina uma existência pautada no equilíbrio emocional, ou melhor, uma vida sem a presença de vazio existencial, como consequência sem enfermidades somáticas. Conforme o autor supracitado, o equilíbrio emocional, é uma força vital que possibilita o enfrentamento das dificuldades e surpresas durante a trajetória do indivíduo emocionalmente estável.

Isto significa que em meio as diversidades da vida, a pessoa é capaz de enfrentar diferentes situações justamente por ter uma saúde emocional fortalecida, a qual é capaz de propor soluções em meio ao caos.  Quando isso, não acontece é aconselhável a procura de ajuda por meio de um profissional da saúde mental, o qual irá ajudar a trilhar um caminho saudável para as emoções, e por fim a crise existencial, ou seja, ao sofrimento.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Fabiana. Ansiedade existencial. Oficina de Psicologia. [S.l.], 8 jun. 2011.

ANGERAMI, V. A. Psicoterapia existencial: noções básicas. 15 ed. São Paulo: Artesã. 2018.

FRANKL, V. E. Teoria e terapia das neuroses: introdução à logoterapia e à análise existencial. Tradução Claudia Abeling. 1. ed. São Paulo : É Realizações, 2016.

GUIMARÃES, Vinícius. O comportamento humano em busca de um sentido (2019). Disponível em <https://sistema.atenaeditora.com.br/index.php/admin/api/artigoPDF/27506>. Acesso: 13, de nov, de 2021.

HERTEL, Hildegart. Espiritualidade e crise existencial na vivência do câncer(2006). Disponível em < http://dspace.est.edu.br:8080/jspui/bitstream/BR > Acesso: 13, de nov, de 2021.

Knobloch, F. (1998). O tempo do traumático. São Paulo: Educ.

MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. Porto Alegre: Sulina, 2005.

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A pós-modernidade e seus impactos na saúde mental

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A transição da modernidade para a pós-modernidade vem sendo uma temática bastante estudada e debatida no âmbito da Sociologia, Filosofia, Psicologia e outras áreas do conhecimento. Esses estudos surgem a partir da perspectiva de compreender o ponto de vista individual e coletivo e as transformações que ocorrem na sociedade.

A pós-modernidade é o nome denominado para o momento histórico que estamos vivendo, tempos de ruptura de fatos socioculturais da modernidade e do surgimento de novos, assim, a modernidade e a pós-modernidade se complementam e se contrapõem. Conforme apresenta Goergen (1997, p.63 apud Gatti, 2005, p. 602), “modernidade e pós-modernidade não se encontram numa relação de superação de uma pela outra, mas numa relação dialética”.

A juventude que passa por esse momento de transição afeta e é afetada por esse novo cenário, cada indivíduo é responsável pelo seu próprio progresso através de maneiras imediatistas. Nesse contexto, surge o “neo-individualismo” pós-moderno, no qual o sujeito vive sem projetos, sem ideais, a não ser cultuar sua autoimagem e buscar satisfação aqui e agora, “admirando-se a si mesmo e amando-se perdido na multidão” (GOMES; CASAGRANDE, 2002, p. 698).

Ainda nesta mesma perspectiva Gomes e Casagrande (2002), apontam que essa transição que os jovens estão passando se dá por circunstâncias pós-modernas de um mundo com pouca segurança psicológica, econômica e intelectual, sendo esse, um dos pontos negativos desta nova era, pois o mundo moderno é um lugar de certeza e ordem.

Fonte: Imagem por rawpixel.com no Freepik

Estamos em um tempo de desvalorização da cultura, novos valores estão se formando enquanto ocorre a desconstrução de valores construídos até então, e algumas dessas mudanças podem ser consideradas desfavoráveis, como por exemplo, o individualismo. Um indivíduo voltado para si próprio poderá ter problemas pessoais e grupais, considerando que a sociedade é multicultural, que considera valores, história, e além disso, vivemos em constante socialização para manutenção da sobrevivência.

Existe uma preocupação acerca da influência do individualismo que está relacionada a perda de laços sociais que acompanha a desconstrução de formas de relacionamentos e as possibilidades de diálogos fruto da redução das identidades sociais e culturais. Por outro lado, a pós-modernidade limita as chances de reconstrução desses laços que foram afetados no decorrer do tempo.

Conforme Lacaz (2001), essas novas características favorecem o capitalismo, pois os pós-modernistas compactuam com a forma de convívio social e modelo político-econômico, e o capitalismo traz uma ilusão de pluralidade, quando na verdade ele procura padronizar e homogeneizar. Lacaz ainda salienta que é importante estudar e ter conhecimento da realidade para o enfrentamento do capitalismo hodierno.

Outro ponto que se originou através do capitalismo e que perpetua no período pós-moderno é o consumo excessivo. Para Santos (2002), nos tempos atuais está havendo a sedimentação de um sistema econômico que afeta a todos e permeia as relações humanas. Pois, o modo como vem sendo cultivado e estabelecido o consumo acaba criando falsas necessidades que alimentam o desejo do indivíduo alienado na busca pelo objeto do consumo. Dessa maneira, todas as vezes que os desejos alienados de consumo forem satisfeitos, logo serão substituídos por outros em razão da frequência incessante do consumismo.

Fonte: Imagem no Freepik

Pode-se notar que a lógica dessa busca pela felicidade imediata não consiste apenas nas relações de consumo, como também nas relações sociais, onde o outro é influenciado cada vez adquirir o aspecto de um objeto também de consumo. Portanto, percebe-se que a felicidade se encontra num produto de consumo, que rapidamente é substituída por outro.

Freud (1930/1974), em sua obra “O mal-estar na civilização” destaca a busca das pessoas pela felicidade, relacionando com o princípio do prazer:

O que chamamos de felicidade no sentido mais restrito provém da satisfação (de preferência, repentina) de necessidades represadas em alto grau, sendo, por sua natureza, possível apenas como uma manifestação episódica. Quando qualquer situação desejada pelo princípio do prazer se prolonga, ela produz tão-somente um sentimento de contentamento muito tênue (FREUD, 1930/1974, p.95).

Nessa passagem, Freud (1930/1974) afirma que a felicidade é de caráter temporário e que esta satisfação se prolonga, sendo mais flexível.

Fonte: Imagem no storyset no Freepik

A pós-modernidade não se resume nas subjetividades e nas relações sociais e políticas, mas, em igual medida, interpõe no modo de vida que interfere diretamente nas dinâmicas culturais, criando um problema que aparentemente é de ordem individual que acomete, sobretudo, os jovens contemporâneos. É preciso pensar, pois, nas gerações futuras, amplamente impactadas por um modo de vida que, de acordo com Bauman (2007), Birman (2013) e Freire Costa (2004), afirmou a autoviolência e a vertigem existencial – falta de perspectiva no futuro – como aspectos aceitáveis.

A saúde mental diante a pós-modernidade é afetada diretamente, pois os sujeitos tendem a ser mais individuais, egocêntricos e movidos por relações de poder, que de alguma maneira traga benefícios para si próprio. Por outro lado, o avanço da tecnologia ganha cada vez mais espaço, com isso as pessoas se aproximam sucessivamente desse movimento que a partir disso surgem as reflexões sobre o desenvolvimento do ser humano e os impactos que isso causam no bem-estar dos usuários.

A pós-modernidade está voltada para a tecnologia e para o presenteísmo, as pessoas têm tido uma necessidade de estar bem o tempo todo, produzindo e consumindo, mas a produção da saúde mental não acompanha esse ritmo a qual a sociedade vem se submetendo. A característica da tecnologia em saúde mental é peculiar, pois ao se cuidar do ser humano, não é possível generalizar condutas, mas sim adaptá-las às mais diversas situações, a fim de oferecer cuidado singular (GONÇALVES, 2009, p. 179).

REFERÊNCIAS

BAUMAN, Zygmund. Vida Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.

BIRMAN, Joel. Novas formas de subjetivações. In: CPFL CULTURA – INVENÇÃO DO CONTEMPORÂNEO. Campinas-SP: CPFL, 2013. Disponível em: Acesso em: 22 mai. 2016.

FREUD.S. O mal-estar na civilização (1930). In:_______. Obras psicológicas completas. Rio de Janeiro: Imago, 1974. v. XXI, p. 37-171. Edição Standard Brasileira.

GATTI, BERNARDETE A. Pesquisa, educação e pós-modernidade: confrontos e dilemas. Cadernos de Pesquisa, [S. l.], v. 35, p. 595 – 608, 1 dez. 2005.

GONÇALES, Cintia Adriana Vieira. Cotidiano de atenção à pessoa com depressão na pós-modernidade: uma cartografia. 2010. Tese de doutorado (Enfermagem) – Aluna, [S. l.], 2009. DOI 10.11606. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7136/tde-11012010-123208/en.php. Acesso em: 25 nov. 2021.

LACAZ, Francisco Antônio de Castro. O sujeito n(d)a saúde coletiva e pós-modernismo. 2001. [S. l.], 2001. DOI https://doi.org/10.1590/S1413-81232001000100019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/YpbcLDxHVmYxsfXmTLV3YQv/?lang=pt. Acesso em: 25 nov. 2021.

SANTOS, L. A. R. dos. Psicanálise e educação: um olhar sobre a criança-consumidora e a escola nos dias atuais. Pulsional Revista de Psicanálise, v. 15, n. 155, p. 74-76, mar. 2002.

SOUSA, Sonielson. L.; MIRANDA, Cynthia Mara. Pós-modernidade e vertigem existencial entre jovens. Revista Humanidades e Inovação v.5, n. 4 – 2018.

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O brasileiro e o contexto sociopolítico

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O brasileiro é conhecido por sua alegria e seu jeito de lidar com as adversidades. Em muitos dos casos, as pessoas utilizam da resiliência e do aprendizado que vai aprendendo no seu dia a dia.

Mas se formos pensar nas questões que temos percebido socialmente, dentro até dos discursos em conversas, redes sociais e da demanda em clínica psicoterápica, vemos que alguns fatores tem prejudicado o povo, que são as preocupações com a corrupção e a vida política que envolve questões econômicas, educacionais, saúde, moradia e, não menos importante, o emprego.

Apesar de não ser analista política, estudo o comportamento humano há mais de 10 anos. Aprendo todos os dias, pois ainda tenho muito que conhecer. Dentro de Psicologia estudamos patologias e Psicologia social.

Fonte: encurtador.com.br/rCMPZ

Não importa de que lado político a pessoa esteja, todos desejam que as coisas melhorem, pensando no coletivo. O coletivo é importante assim como o equilíbrio e as possibilidades para que todo o povo brasileiro tenha maior possibilidade de sucesso. Mas posso dizer que a questão da corrupção e do não saber o rumo das situações no país que as pessoas conhecem como seu lugar, o qual constrói sua subjetividade e tem a sua base de vida.

Pessoas com pavor, com medo, corroídas por brigas e isoladas umas das outras. Isso é algo que está passando do limite e que traz realmente prejuízos e perdas no dia a dia de todos. Quando percebemos o absurdo das coisas, começamos a sofrer.

Fonte: encurtador.com.br/rGLM7

Certa vez, presenciei um ataque de pânico bem na minha frente, causado por uma reportagem que trazia vários depoimentos sobre corrupção, impeachment e sobre os marginalizados versus minoria com voz e lugar. O motivo desse ataque? Pode ser mais de um. Como hipóteses diagnósticas podemos citar, por exemplo, depressão, transtornos pós-traumático, de ansiedade e alimentares, estresse dentre outros.

Algumas pessoas acreditam que essas situações políticas, culturais e sociais não impactam a psique dos indivíduos. No entanto, posso afirmar, infelizmente, que esta afirmativa não é real. Todos sofrem psicologicamente com tais situações.

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“Desigualdades sociais” é tema do Psicologia em Debate no Ceulp/Ulbra

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O evento acontece no dia 1º de outubro às 9h30 no CEULP

“O impacto das desigualdades sociais na saúde mental” será tema de discussão no “Psicologia em Debate”, edição especial, organizada pelas turmas de Sociedade e Contemporaneidade, ministradas pelo Prof. Me. Sonielson Luciano de Sousa. Essa edição acontecerá no próximo dia 1º de outubro na sala 414, a partir das 9h30. O tema será apresentado pelo acadêmico de Arquitetura e Urbanismo Nicollas Nepomucenodo CEULP/ULBRA.

“Psicologia em Debate” é um espaço permanente para apresentação de trabalho de pesquisa e extensão, TCC, entre outros, dos acadêmicos e egressos do CEULP/ULBRA, dando oportunidade de divulgação das atividades desenvolvidas no curso. Entre os objetivos do projeto está a instrumentalização dos alunos e o estímulo para que mais acadêmicos se envolvam em atividades científicas. 

O evento acontece desde fevereiro de 2016 no CEULP. A atividade é gratuita e vale horas complementares.

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#CAOS2018: O impacto das tecnologias na configuração familiar é tema de minicurso

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O minicurso é parte da programação do CAOS 2018 que acontece no Ceulp até o dia 25 de maio.

Ocorreu na tarde dessa quarta-feira (23) nas dependências do CEULP/ULBRA, o minicurso “O Impacto das Tecnologias na Configuração Familiar” como parte da programação do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – CAOS 2018. As atividades foram conduzidas pela psicóloga Juciara Cristina Teixeira e o analista de sistemas Heres Edison Neto.

Heres pontuou sobre os papeis que a tecnologia têm assumido nos últimos anos na sociedade, discorrendo sobre o uso da internet no Brasil e a tecnologia frente aos contatos sociais. Em um segundo momento, Juciara explanou sobre as finalidades terapêuticas e a facilidade de desconexão das relações em Bauman.

Para Juciara a individualização está envolvida com a não percepção do cotidiano facilitada pela tecnologia, “uma dica seria se policiar em relação ao tempo dedicado à tecnologia, e se houver um problema grave procurar um profissional de psicologia para tratamento. A tecnologia também está a nosso favor, hoje existem aplicativos que podem ajudar no controle de quanto tempo passamos usando dispositivos tecnológicos. Outra dica seria pedir ajuda aos familiares, pois eles podem estar mais atentos para perceber as nossas atitudes”.

Juciara Cristina Teixeira é psicóloga com especialização em Saúde Coletiva, tem experiência na área social, de saúde e clínica. Heres Edison Valdivieso Tobar Neto é bacharel em Sistemas de Informação egresso do Ceulp/Ulbra.

Mais informações sobre o evento podem ser obtidas no site: http://ulbra-to.br/caos/edicoes/2018#programacao

 

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Uma ou duas coisas que sei sobre Diane Arbus

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“No fundo, a fotografia é subversiva, não quando aterroriza, perturba ou estigmatiza, mas quando é pensativa.”
Roland Barthes, em A Câmara Clara

 

As inquietudes da fotógrafa americana Diane Arbus são uma dádiva e um marco para a fotografia contemporânea. Enquanto uns fotógrafos nos convidam a uma incursão por belas paisagens e outros nos mostram pessoas perfeitas de corpos e mentes, ela nos apresenta a vida sob diferentes ângulos que, aos poucos, personagens estranhos, ou simplesmente incomuns,  são revelados: o diferente, o feio, o grotesco, o doente mental. Ela dá vida aos excluídos. Sua obra expressiva e desafiadora é o resultado de uma insatisfação que se manifesta catarticamente, por meio de imagens viscerais e inesquecíveis. A fotógrafa dos marginalizados expõe as “fraturas” da sociedade.

Diane Arbus e sua câmera

Não há como retornar a realidade do mesmo jeito depois de mergulhar no universo imagético de Arbus, acredito que nem a própria tenha conseguido tal feito. Em cada um de seus retratos há um rastro, uma latência de sua presença. Suas imagens desconcertam o nosso olhar. Somos constantemente, num jogo de ver e (re)ver, capturados pela estranha sensação que as suas fotografias provocam. O impacto transcende a questão da denúncia ou da beleza visual que certamente elas têm. Suas fotografias nos deixam marcas profundas.

 Gigante judeu em casa com seus pais no Bronx N.Y. 1970. Foto: Diane Arbus

Diane Nemerov nasceu em Nova York, em 1923, numa rica família de judeus, e sofreu com as pressões exigidas pela sua posição social. Aos 18 anos, casou-se com Allan Arbus, também fotógrafo. Com ele tomou gosto pela fotografia tornando-se sua assistente em trabalhos para revistas de moda. Mas, o mundo “perfeito” que as revistas apresentavam colocava Diane em posição de negação. Para ela, não havia mistérios nas imagens produzidas para o mercado publicitário e da moda. Em meio a esses questionamentos, decide em 1959, munida de uma Rolleiflex, procurar seu próprio caminho. E, nessa busca, ao rejeitar este universo fashion é que ela descobriu a sua marca.

Na arte da fotografia, decidiu viver uma vida nada convencional. Rompeu com os padrões sociais impostos pela família e pelo trabalho como assistente fotográfica do marido. Tornou-se uma aventureira, tendo a fotografia como sua arma. Vieira (2011) aponta que Arbus interessava-se pelo submundo, pelo marginal, pelo incomum. Para ela, a imersão neste universo tão diferente foi a maneira encontrada para compreender o seu próprio Eu. Certa vez declarou que “a fotografia era um salvo-conduto que me permitia ir a todos os lugares que eu desejasse e fazer o que quisesse”.

Nos anos de 1960, Diane Arbus tinha em comum com August Sander − fotógrafo alemão conhecido por seu trabalho documental e pelos retratos dos mais diferentes tipos humanos − e Richard Avedon – fotógrafo americano conhecido por seus retratos que capturavam a essência de seus retratados -, o interesse pelo indivíduo e a escolha pelo formato de retrato – sempre em preto e branco. Esses artistas, muitas vezes, utilizaram seus retratos como metáforas em que a sociedade americana do século 20 era colocada à prova.

Na concepção de Vieira (2011), a escolha por retratar pessoas incomuns ou em poses idiotas era intencional no seu projeto de revelar outra América, menos potente e mais decadente. Por outro lado, segundo a autora, ao sugerir um mundo em que todos são estranhos ou apresentam algo de bizarro e perturbador, a artista parecia desvelar algo íntimo. O universo particular de seus personagens era desvelado e sua obra ganha notoriedade na década de 1960 ao imortalizar Nova York como o território livre que abriga todo tipo de gente.

Sem título, 1964. Foto: Diane Arbus

O período histórico-social em que Arbus fotografou uma série de homossexuais, travestis, transsexuais e hermafroditas coincidiu com o auge da esquizofrenia da Guerra Fria. Para Kuramoto (2006) Arbus começou a fotografar essas pessoas em 1957 e teve interesse por elas até o final da vida, em 1971. Ressalta a autora que o choque que essas imagens provocam hoje é quase  irrisório quando comparado a tensão que suscitavam à época que foram produzidas.

Em 1963 Arbus ganhou uma bolsa da Fundação Guggenheim. No ano seguinte sua obra ganha espaço no Museu de Arte Moderna dos EUA. No fim daquela década a fotógrafa esteve nos asilos e hospitais e fez dos velhos, doentes e anormais seus modelos. Em seus retratos, a tragédia humana nos sensibiliza, nos choca e nos seduz. Pulsa o mórbido que habita em cada um de nós. É desta fase os perturbadores retratos grotescos.

Para Vieira (2011), o registro mais emblemático de Arbus foi justamente o retrato de um garoto comum (Child with a toy hand grenade in Central Park, N.Y.C. 1962), exibido pela primeira vez na mostra Diane Arbus Revelations. Ao fotografá-lo, ela traz para a superfície algo perturbador, revelado pelo modo como o menino segura a granada e olha para a câmera, simbolizando a máxima que caracteriza o seu estilo − a transformação de pessoas comuns em freaks (palavra inglesa de origem etimológica imprecisa, pode ser entendida como aberração ou monstro).  “Uma fotografia é um segredo que nos fala de um segredo; quanto mais parece explícita, menos somos esclarecidos”, diz Arbus.

Child with a toy hand grenade in Central Park, N.Y.C. 1962.
Foto: Diane Arbus

Outra imagem marcante, e uma das mais conhecidas, é a fotografia das gêmeas idênticas (Identical Twins, Roselle, N. J. 1967), capa de An Aperture Monograph, de 1972. Esta imagem inspirou o gênio Stanley Kubrick no filme O iluminado.

Identical twins, Roselle, N.J. 1967.
Foto: Diane Arbus

As fotografias de Diane Arbus representam um mergulho no que há de mais íntimo em nossos diversos “eus”. Seus personagens, expostos diante de suas lentes em poses desconcertantemente naturais, ampliam o sentido de vazio que nos habita. A fotógrafa com sua sensibilidade estética partilha conosco, por meio de seus retratos,  a beleza existente no bizarro. Compreendemos, por meio de sua obra, a relação de cumplicidade entre fotógrafo e fotografado: marca do seu trabalho. Ela nos mostra o diferente das pessoas ‘normais’. Essa interação resulta em imagens que transformam o conceito que temos de retrato: representação social de pertença, de poder.

Arbus queria muito mais que um retrato convencional, queria revelar os enigmas dos seus personagens:  imigrantes, anões, travestis, velhos, nudistas, mascarados, atores etc. “Sempre vi a fotografia como alguma coisa bagunçada, desobediente, que eu poderia fazer − e isso era justamente o que mais me atraía. Quando comecei a fotografar, me senti meio-perversa”, revelou certa vez. Torturada por seus fantasmas, em julho de 1971, aos 48 anos, foi encontrada morta em seu banheiro com cortes nos pulsos, após ingerir uma alta dose de barbitúricos.

Em 1972, a Bienal de Veneza consagrou a artista expondo seus trabalhos. Com a obra de Arbus percebemos que estamos num eterno jogo de aparências e um diálogo é travado entre o que somos e o que aparentamos ser. Assim, diante de suas imagens grotescas, nos permitimos questionar: Uma pessoa é o que ela parece ser? Somos pessoas únicas e representamos metáforas de nós mesmas?

 

Ela por ela:

“Estou possessa… é como se os nossos sonhos povoassem os sonhos dos outros e, infinitamente, como ramos de árvores, o livro está se multiplicando em minha mente… Também parei de fotografar por cerca de uma semana… e tenho acreditado na culpa e na inocência de fotografar (o que eu secretamente tenho chamado de coleção de borboletas).”

“Quero fotografar as cerimônias importantes do nosso presente porque, enquanto vivemos aqui e agora, tendemos a perseguir somente o que é aleatório, estéril e amorfo. Nos arrependemos pelo presente não ser como o passado e nos desesperamos pela sua marcha constante ao futuro. Os inumeráveis  e inescrutáveis hábitos do presente repousam à espera de seus significados.”

Ela por eles:

“Diane Arbus foi a artista mais corajosa do seu tempo. Corajosa porque teve iniciativa para abandonar seu conforto familiar e de trabalho para enveredar numa aventura ruidosa e praticamente sem volta. Foi uma das primeiras (como mulher e fotógrafa) a trazer um tema assimétrico para seu formato simétrico (fotografava em 6 X 6 cm). Ela trouxe para seu quadro temas impertinentes para uma sociedade acomodada e dominadora. Ela buscou entender o ‘outro’, socialmente diferenciado, trazendo-o como imagem desta mesma sociedade cuja autoimagem era completamente diferente daquela que ela evidencia. Essa coragem de se envolver com as pessoas e com tudo o que isso significava politicamente (e economicamente) a deixava quase sem forças para encarar novamente o conforto do seu espaço íntimo”. Rubens Fernandes Jr.. Pesquisador e crítico de fotografia.

“de um lado, seus retratos são vistos como transparentes, veículos metonímicos para a verdade social ou psicológica de seus assuntos. Arbus extrai significados de seus modelos. No outro extremo, encontra-se uma projeção metafórica. A obra expressaria sua visão trágica (uma visão confirmada por seu  suicídio); cada imagem é nada mais que uma contribuição para seu autoretrato”. Allan Sekula. Fotógrafo, escritor e historiador da fotografia.

“Nos retratos de Diane Arbus a pose é quase sempre curta demais, por mais que dure, o instante é átono, descentrado. Seu temp é um pouco antes ou um pouco depois.” Maurício Lissovsky. Doutor em Comunicação.

“Em todo trabalho de Arbus os mais simples acontecimentos fotográficos incorporam um tipo de literatura: enigmas, fábulas, lapsos freudianos, e a linguagem metafórica que pertence aos sonhos e aos pesadelos. Nenhuma fotografia, antes ou depois dela, fez do ato de olhar um exercício de tanta inteligência ao mostrar que olhar as coisas ordinárias significa tornar-se responsável pelo que se vê”. Richard Avedon. Fotógrafo americano e amigo de Diane Arbus.

Saiba mais:

Apesar de as fotografias de Diane Arbus causarem grande impacto no espectador, elas não são muito conhecidas no Brasil. O conhecimento veio por meio do filme A Pele (2006). Nessa narrativa fílmica, as peripécias da fotógrafa à caça de diferentes tipos personagens foram potencializados pela atriz Nicole Kidmam, que representou uma Arbus estereotipada.

Depois do suicídio, há 41 anos, toda a sua obra ficou sob a tutela da filha mais velha, Doon Arbus. Desde o lançamento do livro Diane Arbus – An Aperture Monograph (1972), apenas mais três livros foram liberados: Magazine Work (1984, esgotado), Untitled (1995) e Revelations (2003), além da biografia não autorizada Diane Arbus – A Biography, de Patrícia Bosworth. Este último resultou numa importante exposição, Diane Arbus Revelations, realizada pelo Museum of Modern Art de San Francisco.

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