Especialista comenta cuidados que pais devem ter com seus filhos no meio digital
Recentemente, a Netflix lançou a minissérie “Adolescência”, que causou um grande sucesso: 66,3 milhões de visualizações em menos de duas semanas, de acordo com o site Omelete. Esse grande interesse dos telespectadores vem do impacto que o enredo traz ao abordar como as redes sociais podem influenciar o comportamento dos jovens, muitas vezes de forma perigosa.
Jamie, de 13 anos, é o personagem principal da trama e é acusado do assassinato de uma colega de escola. Ao longo dos episódios, a produção expõe como o ambiente digital é um terreno fértil para a disseminação de conteúdos misóginos e machistas, discursos extremistas e desafios que colocam em risco o desenvolvimento saudável dos adolescentes.
A série reforça a necessidade de um maior acompanhamento por parte dos pais e educadores, para ajudar a mitigar impactos negativos nas vidas dos adolescentes com o Jamie. Marco Giroto é fundador da SuperGeeks, escola de competências para o futuro para crianças e adolescentes e comenta que a falta de preparo para lidar com o mundo digital é um dos principais desafios da nova geração.
“As redes sociais se tornaram o principal canal de informação e socialização dos jovens, mas nem todos entendem como funcionam as métricas, algoritmos e os impactos do que consomem. O problema não é a tecnologia em si, mas o uso que se faz dela”, explica.
O monitoramento ativo dos pais e a educação digital são fundamentais para garantir um uso mais saudável das plataformas. O ideal não é proibir, mas ensinar. Os pais precisam saber e entender o que seus filhos consomem online e ter conversas sobre os riscos, comofake news, discursos de ódio e desafios virais.
Além da supervisão, Marco reforça a importância de oferecer conhecimento técnico sobre o funcionamento das redes sociais: “Quando os jovens se aprofundam no estudo de programação e tecnologia, eles passam a enxergar a internet de forma mais crítica e responsável. Isso ajuda a evitar que sejam influenciados por conteúdos prejudiciais”.
Com a popularização de séries e filmes que abordam esses temas, a discussão sobre o impacto das redes sociais na juventude se torna ainda mais necessário. O desafio agora, é transformar esses alertas em ações, garantindo que as novas gerações saibam navegar pelo ambiente digital de forma segura e consciente.
Sobre
A rede de franquias SuperGeeks nasceu com o objetivo de formar não somente consumidores, mas também criadores de tecnologia. Desde 2014, a marca assume uma posição importante ao preparar as novas gerações para os desafios e oportunidades do futuro tecnológico, dedicando-se a ensinar programação e robótica de maneira lúdica e criativa, atendendo a todas as faixas etárias.
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Ansiedade digital e os desafios para a saúde mental
Psicóloga aponta estratégias práticas para equilibrar o uso das telas e recuperar o bem-estar emocional
A disseminação das tecnologias digitais alterou expressivamente a interação social, afetando o equilíbrio emocional e psicológico dos indivíduos. O acesso contínuo à informação, característica marcante desta era, expôs as pessoas a níveis elevados de ansiedade e sobrecarga emocional, condições frequentemente relatadas em consultórios de saúde mental.
De acordo com diversos estudos recentes, a exposição prolongada às telas e o uso excessivo de redes sociais estão diretamente relacionados ao aumento da ansiedade. Esses fatores são capazes de duplicar os casos de distúrbios psicológicos em comparação a períodos anteriores ao avanço tecnológico.
A psicólogaMaria Klien, especialista em ansiedade e medos, destaca que a hiperconectividade influencia diretamente a saúde mental. Conforme ela explica, a exposição constante a notificações, mensagens e demandas virtuais gera um estado permanente de alerta, prejudicando o repouso mental necessário para o equilíbrio emocional.
“A ansiedade desencadeada pela vida digital deriva, frequentemente, da percepção distorcida de urgência imposta pelas plataformas. A mente humana não está adaptada para a incessante exposição a estímulos, resultando em quadros de estresse”, esclareceMaria Klien.
Além dos sintomas emocionais, o uso excessivo das telas pode resultar em distúrbios físicos, como alterações do sono e comprometimento da visão. Esses fatores se somam às consequências psicológicas, agravando o quadro geral de saúde do indivíduo.
Maria Kliensugere práticas específicas para minimizar os impactos negativos da vida digital. Entre as estratégias indicadas estão a definição clara de limites no uso das plataformas, a redução do tempo diário dedicado aos dispositivos eletrônicos, silenciar as notificações e a incorporação regular de atividades de atenção plena.
“Estabelecer limites rígidos para o uso de aparelhos digitais é crucial. Uma rotina que inclua momentos específicos para a verificação das plataformas online pode reduzir significativamente a ansiedade”, recomenda a psicóloga.
Outra orientação é evitar o contato com dispositivos digitais pelo menos uma hora antes de dormir, medida que favorece a qualidade do sono. O período de repouso livre de interferências tecnológicas auxilia na recuperação emocional e cognitiva do indivíduo.
Para auxiliar nesse processo, a prática demindfulnesstem se mostrado eficaz ao estimular a concentração no momento presente, proporcionando um descanso mental das tensões causadas pelo ambiente virtual. Tal técnica oferece uma abordagem eficaz para lidar com a sobrecarga emocional da vida contemporânea.
“O mindfulness é uma ferramenta essencial para reconectar as pessoas ao momento presente. Com a prática regular, se torna possível mitigar os efeitos negativos da hiperconexão”, finalizaMaria Klien.
Sobre Maria Klien
Maria Klien exerce a psicologia, se orientando pela investigação dos distúrbios ligados ao medo e à ansiedade. Sua atuação clínica integra métodos tradicionais e práticas complementares, visando atender às necessidades emocionais dos indivíduos em seus universos particulares. Como empreendedora, empenha-se em ampliar a oferta de recursos terapêuticos que favorecem a saúde psíquica, promovendo instrumentos destinados ao equilíbrio mental e ao enfrentamento de questões que afetam o bem-estar psicológico de cada paciente.
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Conexões digitais e a solitude contemporânea: em busca de um equilíbrio entre tecnologia e relações humanas
Por Evandro Lopes, especialista em Marketing, Neurociência e CEO da SLComm
Nos encontramos em um paradoxo fascinante: nunca estivemos tão conectados e, ao mesmo tempo, tão carentes de conexão. A tecnologia nos permite acessar qualquer informação em questão de segundos, mas, ironicamente, é justamente essa avalanche de dados que nos leva a buscar refúgio na simplicidade do passado. Um estudo da Cigna Health revelou que 61% dos adultos nos EUA relataram sentir solidão frequente. O uso excessivo das redes sociais foi identificado como um dos principais fatores. Além disso, o retorno a leitura de clássicos, o resgate das relações interpessoais e a necessidade de sentido em um mundo digitalizado mostram que, diante da aceleração do tempo, olhamos para trás em busca de equilíbrio.
A redescoberta de livros como ‘O Príncipe’, de Maquiavel, ‘Mais Esperto que o Diabo’, de Napoleon Hill e ‘Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas’, de Dale Carnegie, não é coincidência. Essas obras fornecem não apenas conhecimento atemporal, mas respostas para um mundo que se reinventa constantemente. De acordo com um relatório da WordsRated, a venda de livros de não ficção voltados para desenvolvimento pessoal e liderança cresceu 11% entre 2020 e 2023, e segundo a Amazon Books Trends Report, houve um crescimento de 34% na busca por livros de filosofia estoica, impulsionado pela necessidade de lidar com incertezas modernas.
O aumento da ansiedade e da solidão em meio à hiperconectividade demonstra que os seres humanos não querem apenas se comunicar, mas se conectar de verdade. Estudos apontam que relações sociais significativas são determinantes para o bem-estar e a longevidade, reforçando a importância do contato humano genuíno. O estudo de Harvard sobre felicidade, que acompanha participantes há mais de 80 anos, concluiu que relações sociais fortes são o maior preditor de felicidade e longevidade, mais do que dinheiro ou sucesso profissional.
No ambiente corporativo, líderes como Satya Nadella, da Microsoft, e Ed Catmull, da Pixar, têm mostrado que o sucesso empresarial está diretamente ligado à empatia e ao estímulo de conexões reais entre colaboradores. Enquanto isso, a cultura participativa e a inteligência coletiva transformam o mundo digital, mas também apresentam desafios, como a superficialidade da informação e a criação de bolhas de pensamento. O relatório da University of Southern California de 2023 mostrou que 66% dos usuários de redes sociais são expostos majoritariamente a conteúdos alinhados com suas opiniões, limitando o pensamento crítico e criando polarização.
Diante desse cenário, precisamos nos perguntar: estamos realmente evoluindo ou apenas nos adaptando ao caos? O avanço tecnológico pode e deve ser aliado das relações humanas, mas isso exige um esforço consciente para equilibrar a vida digital e a real. Resgatar o que há de mais essencial na humanidade – a troca significativa, a empatia e o aprendizado profundo – pode ser o caminho para um futuro onde a tecnologia não substitui, mas potencializa nossa essência.
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“O Jogador Número 1” e a realidade virtual presente
“Sei que parece uma decisão estranha, mas as pessoas precisam passar mais tempo no mundo real”. Publicado em 2011 e posteriormente transformado em filme em 2018, o Jogador Número 1 poderia estar descrevendo a realidade do momento presente, em 2023.
O filme apresenta a cidade de Columbus em 2044, onde as divergências sociais são ainda maiores e a tecnologia alcançou um novo patamar. OASIS é um jogo de realidade virtual criado por James Halliday, onde a população está, na maior parte do tempo, confundindo realidade e virtual. O criador do famoso jogo morre e esconde dentro do jogo um quebra-cabeça, que daria ao vencedor a administração total do OASIS e uma grande fortuna, levando assim as pessoas a se dedicarem em busca de resolver o enigma deixado pelo excêntrico criador do jogo (BERNARDI, s/d)
Wade, personagem principal do filme, do qual é apresentado o ponto de vista no universo, possui uma realidade difícil financeira, social e emocional. Visto que seus familiares morreram, passando este a viver com sua tia no que seria uma espécie de comunidade carente, presenciou diversas situações de violência e comportamentos agressivos dentro de casa. Wade expressou: “felizmente, eu tive acesso ao OASIS, que era como ter uma válvula de escape para uma realidade melhor. O OASIS manteve minha sanidade. Foi meu parquinho e meu jardim de infância, um lugar mágico onde tudo era possível.”
No jogo não há critério definido e estabelecido para fazer parte, sendo aberto ao público adulto, infantil e idoso, haja vista que na realidade virtual poderiam ser o que quisessem até mesmo outras espécies, ter a aparência desejada e viver como pretendiam.
Wade andando em seu bairro que é como uma espécie de comunidade carente, no entanto todas as pessoas têm acesso ao OASIS.
Fonte: Imagem retirada do filme na HBO
O universo recriado dentro do jogo possuía grande dimensão, roubando as pessoas do mundo real, inclusive de forma financeira, visto que as moedas utilizadas dentro do game poderiam comprar itens fora do mundo cibernético, cuja entrega se dava via drone. Neste tempo vive-se algo muito semelhante, vejamos:
Assim como o OÁSIS, a nossa internet é uma das formas mais empregadas atualmente de geração de lucro. Ainda não entendemos por completo quais são as fronteiras e os limites da rede mundial de computadores, ou até onde se estendem suas capacidades e possibilidades; em seu respectivo universo, o mesmo pode ser dito da criação de Halliday. No entanto, já existem diversas formas de se criar riqueza através dela – da simplicidade de vendas online até a complexidade das criptomoedas. Grandes corporações e cidadãos comuns disputam espaço e promovem inovações constantes, enquanto governos nacionais ainda tateiam as melhores formas de impor controle e regulamentação ao domínio virtual (CINEMA COM RAPADURA, 2018).
Ainda, percebe-se que assim como em Columbus, a cada dia a tecnologia vai ganhando espaço no mundo, contexto em que as pessoas passam grande parte de seus dias interagindo no mundo virtual. O tempo que a população passa em média na internet aumentou consideravelmente nos últimos tempos, dessa forma o NordVPN, instituto especialista em cibersegurança, realizou uma pesquisa constatando o que segue:
Os brasileiros, maiores de 18 anos, tendem a se conectar às 8h33 da manhã e sair às 22h13 da internet. Em uma semana típica, a NordVPN calcula que os entrevistados passam mais de 91 horas usando a internet, o que equivale a quase quatro dias. “Isso equivale a 197 dias por ano, ou seja, mais de 41 anos, considerando que a expectativa média de vida da população no país é de 75,9 anos, isso representa mais da metade de suas vidas”. (ITFORUM, 2022)
À medida que se conecta a necessidade de passar mais tempo em rede, muitas vezes o tempo online não é percebido pelo usuário. Neste sentido, embora permaneçam on-line por muitas horas seguidas, pode não perceber que está imerso no mundo virtual mais tempo do que o programado.
A internet possui alta rotatividade de informações, pensamentos e opiniões, um grande volume de conteúdos e uma constante interação social, demonstrando a cada tempo a sua velocidade, no entanto, corre-se um grande risco de levar os internautas a viverem esse aceleramento na vida real (SOUZA; CUNHA, 2019) Considera-se a celeridade da internet um dos seus maiores avanços, contudo essa urgência na vida real pode facilitar alguns transtornos aos internautas como ansiedade, depressão e outros problemas relacionados à saúde mental. No entanto, seria um ledo engano acreditar que os males são causados apenas pela velocidade, observa-se:
O bullying virtual, as agressões verbais e as mensagens mal interpretadas podem influenciar em mudanças de hábito, discórdias e até desestruturação de famílias que são alguns dos fatores que aumentaram as taxas de quadros de depressão (RADOVIV et al. 2017).
A internet atualmente não é constituída apenas de fontes seguras, não é mais utilizada apenas para trabalho ou estudo, pelo contrário sua maior utilização se dá através das mídias sociais. A rede social possui uma grande semelhança com o OASIS, é um lugar onde você pode ser quem quiser e apresentar ao outro apenas a parte que deseja de si mesmo, sendo muitas vezes utilizadas por pessoas que não sabem se conectar no mundo real.
Como um ambiente considerado livre, nas mídias sociais as pessoas expressam tudo o que pensam, não se importando muitas vezes com as consequências dos atos. Como acontece com a sociedade do Jogador Número 1, frases como
As pessoas podem ser outras na realidade rimam intensamente com o que vivemos nas redes sociais, onde é sempre mais fácil ser a melhor das pessoas ao mesmo tempo em que se está livre para ser a pior. Essa relação entre realidade e ficção, tão atual, é ainda mais aprofundada quando Halliday (Mark Rylance), criador do OASIS, diz a Parzival (avatar de Wade) que eu gostava quando era um jogo (FÉLIX, 2018).
Quando o OASIS deixou de ser um jogo e passou a ser a própria vida das pessoas, perdeu o sentido para seu desenvolvedor, deixando de cumprir o objetivo para o qual foi criado, o entretenimento. O game passou a ser lugar de disputa, comércio, vida noturna, relacionamentos, sendo elemento central da sociedade. Ao longo do filme observa-se que algumas pessoas foram capazes de atentar contra a própria vida por perderem no jogo, outros se casaram sem nunca terem se encontrado pessoalmente se relacionando através do avatar, ainda crianças com avatar possuindo aparência de adulto frequentando corridas, lutas.
Ao perder no jogo, a pessoa da ficção se via arruinada, uma vez que possuía uma autoidentificação inadequada, ou seja, pensava que era apenas o seu avatar, esquecendo-se de si fora do game. Longe das telas a situação não é diferente, há um grande exibicionismo de perfeição nas redes sociais, gerando comparação e frustração aos seres humanos “normais”,
Enquanto se transforma a vida no digital, no online, esquece-se que o mundo lá fora é o real, o que há de mais válido. Camufla-se em avatares, em pseudônimos e em formas anônimas e, aos poucos, esquece-se o que se é ou, inclusive, entrega-se a uma insatisfação por não ser o que gostaria de ser(FÉLIX, 2018)
O mundo digital precisa ser uma extensão da realidade, um ambiente utilizado de forma saudável, sem fazer dele a razão da existência. Ao final do filme, é apresentada a decisão de fechar o OASIS duas vezes na semana, o que gerou grande insatisfação nos usuários, mas entende como uma sabedoria para que o mundo real fosse vivido. Observa-se que a única forma de desconectar o homem é se a internet for “desligada”, pois este não possui controle sobre seu acesso. Referências: BERNARDI, Julio. Jogador Nº 1 e a internet na era virtual. Disponível em: https://cinemacomrapadura.com.br/colunas/482454/jogador-n-1-e-a-internet-na-era-virtual/ Acesso em: 14 de março de 2023 FELIX, Sihan. Crítica | Jogador Nº 1 é aquele que salta à frente. Disponível em: https://canaltech.com.br/cinema/critica-jogador-n1-110982/ Acesso em: 14 de março de 2023.
ITFORUM. Brasileiros passam em média 91 horas semanais na internet. Disponível em: https://itforum.com.br/noticias/brasileiros-passam-em-media-91-horas-semanais-na-internet Acesso em: 13 de março de 2023 SOUZA, Karlla; DA CUNHA, Mônica Ximenes Carneiro. Impactos do uso das redes sociais virtuais na saúde mental dos adolescentes: uma revisão sistemática da literatura. Revista Educação, Psicologia e Interfaces, v. 3, n. 3, p. 204-2017, 2019.
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Pesquisa aponta que a cada hora o Brasil registra mais de três casos de ‘stalkinng’
A maioria das vítimas são mulheres perseguidas por ex-parceiros; Especialista em Direito das Famílias fala sobre o crime de perseguição
Monitoramento, mensagens, chamadas insistentes, cartas, abordagens inconvenientes em lugares normalmente frequentados, ameaças, entre outros. A pessoa que sofre essas ou outras formas de perseguição, é vítima de um crime, que apenas recentemente foi reconhecido pela lei: o stalking. O crime de stalking vem do inglês e significa perseguir/vigiar. Trata-se de uma conduta reiterada por parte do agente, seja homem ou mulher, no intuito de perseguir uma pessoa de forma incansável. Essa perseguição pode se dar de várias formas, atualmente, a maneira mais comum é por meio da internet, que se denomina cyberstalking“.
Diversas pesquisas de instituições brasileiras e estrangeiras, mostram que a principal vítima do cyberstalking são mulheres e a maioria dos perseguidores são pessoas conhecidas ou que possuem algum contato com a vítima, como ex-parceiros (as). Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontam que a cada hora o Brasil registra mais de três casos de ‘stalking’.
Fonte: Imagem no Freepik
De acordo com o advogado especialista em Direito das famílias, Robson Tiburcio, o crime é definido pela ação frequente de perseguição, através de qualquer meio, em que a vítima é ameaçada de forma física ou psicológica e que se depara com seu espaço de liberdade e privacidade invadidos.
“A partir do momento em que a vítima deixa de ir a algum lugar por medo de que a pessoa que está perseguindo esteja lá, ou muda o trajeto para evitar essa perseguição, ou em geral altera seus hábitos por medo ou ameaça, é necessário que ela busque a justiça”, afirmou o advogado.
Robson aponta que, ao fazer a denúncia, a vítima precisa ter provas de que houve perseguição, como prints de conversas, histórico de chamadas e fotos. Caso não apresente esses registros, a voz da vítima é válida e caberá à investigação levantar elementos que provem que houve, ou não, perseguição.
A revolução tecnológica digital mudou a forma de relacionar-se entre diversos ambientes, como as reuniões de trabalhos que passaram a ser feitas virtualmente, sem a necessidade de todos os envolvidos se encontrarem pessoalmente. No campo dos relacionamentos interpessoais, não foi diferente, os encontros passarem a ser intermediados por aplicativos de relacionamentos (apps), mais conhecidos como os apps de paquera.
Para Guimarães (2002) as inovações tecnológicas no campo da informática facilitaram mudanças comportamentais. “Refeições são entregues em casa, compras são feitas através do telefone, as idas ao cinema foram em grande parte substituídas pela diversão através do vídeo”. Ou seja, “a terceirização dos serviços fez com que mais pessoas pudessem trabalhar em casa, comunicando-se com o mundo exterior através de seu próprio computador”. (Guimarães, 2002).
Com a pandemia da Covid 19, o cenário exposto por Guimarães (2002) aumentou, já que pessoas do mundo todo tiveram que substituir o escritório, pelo sofá de casa, para a realização de atividades profissionais. Não foi só isso, as escolas passaram a ofertar aulas on-line, medidas adotadas para evitar a disseminação do coronavírus. O mundo virtual tornou-se mais presente no campo interpessoal, e até mesmo as relações amorosas tiveram que se adaptar. Guimarães, Dela Coleta e Dela Coleta (2008), observam que “os bate-papos fazem com que o contato afetivo seja bem facilitado, principalmente para pessoas inseguras ou com problemas de socialização”.
Fonte: Freepik
Nessa perspectiva, Viera (2006) observa que, a internet tornou-se uma oportunidade de o utilizador avaliar potenciais parceiros românticos que de outra forma seria improvável de encontrar. Para o autor supracitado, o universo virtual possibilita que os adeptos usem diversos meios de comunicação, como forma de interagir com a pessoa do outro lado da telinha, antes de existir um encontro presencial. Ou seja, é possível usar os meios virtuais, para ter uma noção se a pessoa pode ser compatível para um relacionamento futuro, ou ser apenas bons amigos.
Foi o caso da analista judiciária Paula Souza Sabatine e do engenheiro Guilherme Augusto Brandão Silva, que se conheceram no auge da pandemia, em 2020, e esse ano se casaram pelas redes sociais. A história de amor chamou à atenção dos veículos de comunicação social e virou notícia nacional. Em entrevista ao portal G1 notícias, Paula conta que conheceu o marido em um aplicativo de paquera, mas tinha resistência em conhecê-lo por desconfiança e precaução com a pandemia. Nesse tempo, segundo ela, ele foi embora para Holanda, quando a pediu em casamento. Paula e Guilherme Brandão se casaram, em Belo Horizonte, por procuração e coube ao sogro representar o noivo, que estava em outro país.
Apesar do romance que culminou em casamento dos mineiros Paula e Guilherme, é preciso ter alguns cuidados para não cair no golpe amoroso. Gennarini (2020) explica que a denominação estelionato sentimental apareceu pela primeira vez no processo do juízo da 7ª Vara Cível de Brasília – Tribunal de Justiça do Distrito Federal 87. Segundo ele, um homem foi condenado a restituir à ex-namorada valores referentes a empréstimos e gastos diversos efetuados na vigência do relacionamento no montante de R$ 101.537,71.
Fonte: Freepik
O estelionato é crime previsto no Código Penal, no artigo 171, o qual diz que obter para si ou para outrem vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo alguém ao erro. Infelizmente, esse tipo de crime, tem acontecido frequentemente, na esfera virtual, onde as pessoas costumam tornar-se mais vulneráveis por expor demais sua vida íntima. Por isso, é necessário que os usuários tomem cuidado ao fornecer informações pessoais, por isso a cautela é imprescindível.
Gennarini (2020) enfatiza que um relacionamento amoroso deve ser pautado pela confiança, lealdade, honestidade e respeito de um para com o outro. Diante disso, é importante tomar alguns cuidados ao relacionar-se com as pessoas virtualmente, e não ser tomado por um medo de conhecer alguém. Até porque a internet é uma ferramenta de uso diário, seja no ambiente de trabalho, familiar e social.
REFERÊNCIAS
Código Penal, Decreto Lei de Nº 2.848. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm> . Acesso: 06, de nov de 2021.
G1 Notícias. Pandemia faz noiva em BH se casar com o sogro. Disponível em <https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2021/10/05/pandemia-faz-noiva-de-bh-se-casar-com-o-sogro-entenda.ghtml>. Acesso: 06, de nov de 2021.
Gennarini, Juliana Camarigo. O estelionato sentimental, amoroso ou afetivo: ilícito penal ou apenas um ilícito civil? (2020) Disponível em <file:///C:/Users/Daniel/Downloads/1737-Texto%20do%20artigo-3220-1-10-20210505.pdf> Acesso: 06, de nov de 2021.
Guimarães, J, L; Dela Coleta, A, S; e Dela Coleta, M F. O amor pode ser virtual? o relacionamento amoroso pela internet. 2008. Disponível em <https://www.scielo.br/j/pe/a/R5cvWJVsKZLL4rsXMtz8bhS/?lang=pt&format=pdf> Acesso: 06, de nov de 2021.
Guimarães, G. M. (2002). Relações virtuais, Aurora de um novo pensar.
Vieira, Gaspar Vanessa. “Marcamos um encontro no mundo virtual?” – Vinculação, autocompaixão e saúde mental na utilização da internet para estabelecimento de relacionamentos íntimos. 2016. Disponível em <https://repositorio.ismt.pt/xmlui/bitstream/handle/123456789/687/Disserta%C3%A7%C3%A3o-Vanessa-Vieira.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso: 06, de nov de 2021.
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Excesso de reuniões virtuais compromete bem-estar e produtividade no trabalho
A diretora da Prime Talent, Bárbara Nogueira, ressalta que é importante reduzir o volume e a duração dos encontros online para evitar os sintomas da já conhecida “Fadiga do Zoom”.
Na nova realidade forçada pela pandemia da Covid-19, grande parte das pessoas foi obrigada a adaptar a vida à rotina virtual. Os happy hours e conversas com amigos e familiares tiveram migrar para o formato online, assim como as reuniões de trabalho e as aulas para alunos de todas as idades. Tudo isso na tentativa de manter, dentro do possível, uma conexão social ativa, um ritmo de trabalho eficiente e o aprendizado regular durante todos esses meses em que adotar o isolamento e evitar aglomerações se fizeram – e ainda se fazem – necessários. No entanto, a diretora,career advisoreheadhunterda Prime Talent, Bárbara Nogueira, argumenta que essas circunstâncias, podem prejudicar diretamente o corpo e a mente, provocando a já conhecida “Fadiga do Zoom”. Consequentemente, a produtividade também é afetada.
Desde o ano passado, essa expressão – em alusão a um dos programas de chamadas de vídeo que mais se popularizou na pandemia – tem sido bastante usada no ambiente corporativo, em todo o mundo. Mas os problemas provocados pelo excesso de conferences estão relacionados a qualquer ferramenta para essa finalidade, como Hangouts, Teams, Skype, entre outras. Trata-se, resumidamente, de uma exaustão extrema e desmotivante, em função da permanência, por um período de tempo prolongado, em encontros pela internet. Inclui, também, irritabilidade, olhos secos e vermelhos, sem falar do cansaço, mal-estar e dores de cabeça ao final da jornada de trabalho ou até mesmo após um bate-papo virtual.
Bárbara Nogueira, diretora da Prime Talent Carmine Furletti / Divulgação
A “Fadiga do Zoom” é gerada por diversos fatores. Entre eles, estão a hiperestimulação visual, que leva a esse cansaço e a essa irritação; a falta de linguagem corporal; e a mobilidade prejudicada, ou seja, a sensação de estar preso ao ângulo de visão da câmera. Outro “gatilho” costuma ser a autoavaliação constante, aliada ao sentimento de pressão social, porque a pessoa percebe que está sendo observada por todos, em todos os momentos, e não fica à vontade.
A exaustão também pode ser causada pela necessidade de aumentar a atenção no decorrer das vídeo-chamadas, que exigem um esforço maior para processar pistas não verbais dos participantes. Sem falar que muitas pessoas se sentem obrigadas a olhar para a tela o tempo inteiro, como forma de demonstrar que seguem atentas à reunião, e isso consome muita energia. Por fim, a tendência às distrações é mais um aspecto que pode ocasionar o desgaste mental, uma vez que os profissionais acabam propensos a realizar tarefas paralelas durante acall.
Diante desse contexto, Bárbara, que é graduada em psicologia, orienta os profissionais a ficarem muito atentos ao bem-estar no dia a dia, pois o estado permanente de cansaço pode evoluir para um esgotamento total, com prejuízos significativos para ao corpo e a mente. E ainda afeta diretamente a produtividade e a concentração em casa e no trabalho. “As empresas mais preparadas e estratégicas já têm desenvolvido programas e até novas políticas internas para o apoio aos funcionários que atuam no modelo home office, aproximando cada vez mais o setor de Recursos Humanos do negócio e dos colaboradores”, destaca.
Em busca de mitigar as chances de “Fadiga do Zoom” e de outros transtornos relativos ao excesso de conectividade, como o tecnoestresse, ações voltadas à saúde e ao descanso mental dos profissionais estão sendo implementadas, além de soluções inovadoras e mais prazerosas de usar videoconferência. Em linhas gerais, é possível ressaltar algumas estratégias para amenizar o impacto negativo do excesso de encontros remotos e do uso de tecnologia, como não emendar reuniões sequenciais, ampliando intervalos entre elas; evitar conferências com duração muito prolongada; substituição de chamadas de vídeo por áudio, quando possível; e o incentivo ao período de trabalho produtivo e sem conversas virtuais. No caso das lideranças, usar algum tempo para realmente verificar como as pessoas estão é muito importante. Independentemente das iniciativas que sejam adotadas, buscar equilibrar o real e o virtual, garantindo o uso saudável da tecnologia, é a melhor maneira de prevenir esses sintomas.
Sobre a Prime Talent A Prime Talent é uma empresa de busca e seleção de executivos de média e alta gestão, que atua nos 24 setores da economia, em todo o Brasil e na América Latina, com escritórios em São Paulo e Belo Horizonte. Referência nas áreas de Recursos Humanos e Gestão, tem à frente os sócios David Braga (CEO) e Bárbara Nogueira (diretora). Braga já avaliou, ao longo de sua carreira, mais de 10 mil executivos, selecionando para clientes Latam. É autor do livro “Contratado ou Demitido – só depende de você” e professor convidado da Fundação Dom Cabral (FDC). Além disso, exerce a função de conselheiro da ACMinas e da ChildFund, instituição eleita, pelo quarto ano consecutivo, uma das 100 melhores ONGs do Brasil, que apoia crianças e adolescentes em extrema vulnerabilidade. Já Bárbara Nogueira, que conta com a experiência de mais de 5 mil executivos selecionados, é graduada em Psicologia e certificada em Executive Coach, pela International Association of Coaching, e em Micro Expressões e programação Neurolinguística. É também embaixadora da ChildFund.
O momento agora é extremamente importante no combate ao coronavírus. Com as medidas adotadas para que as crianças fiquem em casa, os estudos são feitos através da internet. Para isso, professores e alunos estão tendo que se adaptar. É muito importante que o aluno mantenha a disciplina de estudos, se dedique e acredite que isso vai passar.
A maior dificuldade de estudar em casa é não ter um tutor, um orientador, um professor ou alguém estudando lado a lado. Alguns alunos podem sentir desânimo por esse motivo. Por exemplo, caso ele tenha uma dúvida, o professor não vai estar ali presente fisicamente para esclarecer o assunto. A internet nesse momento de dúvida também pode acabar desviando a atenção do estudante, pois ele acaba entrando em uma mídia social ou vendo algo que não tem ligação com a matéria e a dúvida dele.
Fonte: encurtador.com.br/lmtKW
Com isso, ele corre o risco de perder o foco. Durante a quarentena, o aluno precisa se conscientizar que é algo passageiro e que é importante que se dedique e se adapte à nova realidade para não perder tempo. Manter o foco é o grande segredo.
Outro ponto importante é ter disciplina e criar uma rotina. O aluno não pode se entregar a “joguinhos” e séries de plataformas online. Ele precisa ter uma rotina responsável com os estudos. Oriento meus alunos a acordarem cedo, que se arrumem como se fosse para a escola. Devemos ‘dizer’ ao nosso cérebro que ele deve continuar trabalhando normalmente.
Fonte: encurtador.com.br/gPR25
Para saber o que estudar, fique de olho nos conteúdos disponibilizados pela sua escola, pegue a grade escolar e estude como se estivesse na escola. Não deixe de fazer a tarefa de casa, até porque você já está em casa. Aproveite também várias dicas que estão sendo dadas e divulgadas por muitos professores no YouTube. Não desanime, persista e acredite.
O estudo é algo muito importante para que nesse momento a criança e o adolescente possam ocupar seu tempo e se distrair de notícias ruins. Tenho distribuído material gratuito lá no meu canal do YouTube. E torço para que esse momento passe o mais rápido possível. Mas enquanto isso não acontece fique em casa.
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Purl e a difícil entrada das mulheres em um mundo dominado por homens
A criadora do curta-metragem Kristen Lester, contou durante um vídeo do canal da Pixar que baseou a animação Purl na experiência que teve em seu primeiro trabalho
Purl é o novo curta-metragem da Disney Pixar, criado pela diretora e roteirista Kristen Lester que mostra a realidade de muitas mulheres que decidem entrar em um mercado de trabalho que é dominado por homens. No curta, conhecemos Purl, uma bola de lã rosa muito animada para começar em seu novo emprego e conhecer seus colegas de trabalho.
A bola de lã rosa chega bastante falante, cumprimentando a todos e tentando se encaixar em um grupo, no entanto, há um grande problema. Ela é uma bola de lã rosa e baixinha. Todos se afastam de Purl quando ela se aproxima, ninguém ri de suas piadas, as pessoas, todos homens, a excluem ao máximo para que ela não tenha uma voz ativa na empresa.
Fonte: https://bit.ly/2EkD35S
Purl, querendo muito ser inserida no meio, decide alterar toda a sua essência. Podemos ver isso quando ela vai ao banheiro e começa tricotar uma nova versão dela. Sua cor rosa chiclete fica em um tom mais claro e ao mesmo tempo fechado, agora está usando um terno e sua – antes divertida e viva – expressão, agora se tornou séria e grosseira.
Assim, ocorre uma enorme mudança na forma de tratamento dos homens da empresa para com Purl. Eles a respeitam. Agora, Purl não é mais fofa e nem delicada. Ela começa a ter voz na empresa pois tem abordagem agressiva e “sem noção”, assim como os homens da empresa.
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Quando Purl já está totalmente integrada ao grupo masculino, outra bola de lã entra para a empresa, e inicialmente, não querendo ser desprezada pelos seus colegas de trabalho, faz uma piada sobre a nova integrante da empresa e acompanha os homens para uma saída ao “Happy Hour”. Mas Purl para e começa a pensar que ela já esteve na mesma situação da outra bola de lã e de última hora, decide ajudar a novata. Seus colegas homens ficam confusos e constrangidos e a deixam.
É bem evidente que a bola de lã Purl e a outra bola amarela representam mulheres e suas grandes dificuldades em serem inseridas em um emprego onde a grande maioria é composta por homens. Pois mulheres são comumente vistas como bolas de lãs frágeis e delicadas demais para conseguirem tomar uma decisão que leve a empresa para um bom rumo. Isso é verdade? Não. Mas é o que é propagado? Também não.
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Infelizmente, o que acontece são mulheres mudando suas características para conseguir ter o mesmo tipo de voz que um homem teria, e acabam perdendo sua identidade. Por que características femininas como a delicadeza são tão rejeitadas? Porque é isso o que acontece quando você tem que enfrentar um “mundo de homens” para atingir seus objetivos.
A criadora do curta-metragem Kristen Lester, contou durante um vídeo do canal da Pixar que baseou a animação Purl na experiência que teve em seu primeiro trabalho, onde era a única mulher presente no ambiente e que para continuar a fazer o que gostava, teve que “se tornar um dos caras” sic. Contou também que quando encontrou um novo trabalho, com uma equipe na qual havia mulheres, teve consciência que seu antigo emprego a fez deixar seu aspecto feminino para trás para ser incluída em um grupo. (Você pode assistir o vídeo de Kristen por meio deste link).
Fonte: https://bit.ly/2EkD35S
O final do curta é bem admirável, pois encontramos o ambiente de trabalho de Purl com várias outras bolas de lã, ou seja, mulheres, compartilhando com harmonia e amizade o espaço com os “caras”. A atitude de Purl ao ajudar Lacey (bola de lã amarela), foi significativa para que o local totalmente guiado por homens comece a dar espaço para as mulheres também.
A desigualdade de gênero no mercado de trabalho é uma realidade mundial. Há, obviamente, as poucas exceções onde pode se encontrar um ambiente trabalhista onde mulheres e homens dispõem dos mesmos direitos, mas como vemos em Purl, é uma caminhada a ser seguida para que esses direitos sejam obtidos. Haverá um dia onde nenhuma mulher precisará alterar sua identidade para conseguir um cargo e os mesmo direitos que homens têm sem fazer grandes esforços. Já estamos caminhando para essa realidade. Ainda bem.
FICHA TÉCNICA DO FILME:
PURL
Título original: Purl Direção: Kristen Lester País: Estados Unidos da América Ano: 2019 Gênero: Animação