O oxigênio da vida

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Eles moravam em um dos bairros mais violentos de São Paulo. Estavam perto dos 20 anos. Eram três amigos de infância. Um dia, olharam para a estrada à frente e viram uma bifurcação: de um lado, uma placa indicando a rota conhecida; do outro, um livro abandonado.

Bifurcados, só tinham uma certeza: o caminho conhecido havia sido percorrido por muitos de seus outros amigos, onde alguns se perderem e outros perderam o oxigênio. Os três sonhavam alto: cursar uma faculdade. Diploma não era futuro, era delírio. Como incluir na dispensa de casa um item tão luxuoso como estudo? Das 24 horas do dia, 14 trabalhavam. Remuneração baixa, mas vital para o sustento das famílias.

Era preciso coragem de guerreiro para correr atrás de escassas oportunidades e resiliência de bambu para colecionar nãos. Entraram para a faculdade. Nos bancos escolares, agarravam-se aos livros para abandonar a realidade que, desde o berçário, assegura a alguns a evolução e a outros a submissão. Na árdua jornada, a fome esmagava o estômago e o sono abatia o corpo.

Fonte: encurtador.com.br/zNSX6

Fortaleciam-se na leitura de biografias, repletas de histórias de sucessos conquistadas por escaladas de fracassos. O que a realidade negava, os sonhos consentiam. Jamais desistiram de erguer o canudo no pódio da formatura. Eram escoltados pelo vigor da juventude, onde os olhos se perdiam no imenso horizonte de vida.

O sol energizava o caminho da persistência e a chuva limpava a poluição do desânimo. Final dos anos 2000, três amigos subiram ao pódio: um erguia o canudo de Ciência da Computação, outro de Comunicação e o outro de Administração de Empresas. Quando se viram bifurcados, decidiram seguir pela estrada do livro abandonado.

No caminho, encontraram o “Diário de Bitita”, de Carolina Maria de Jesus (1914-1977), que foi catadora de lixo, moradora de favela e tornou-se escritora de sucesso traduzida para vários idiomas: “Eu passava os dias lendo ‘Os Lusíadas’, de Camões, com o auxílio do dicionário. Eu ia intelectualizando-me, compreendendo que uma pessoa ilustrada sabe suportar os amarumes da vida”.

Eles sabiam aonde queriam chegar. Escolheram o melhor GPS para os guiar até o destino escolhido. Eles orientam. Eles consolam. Eles guiam. Jamais te abandonarão. Carolina os catou nos lixos e eles acalmavam sua dor. Estarão sempre perto de você para te receber de páginas abertas.

Livros, o oxigênio da vida.

Respire-os.

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O que combina com a liberdade e a vida

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Todo ser humano deveria ter direito, desde o berçário, à moradia, à alimentação, à saúde, aos estudos, à segurança e ao transporte. Ninguém é livre morando nas ruas, pois mendigar não é liberdade. Para quem não tem nada, emprego é tudo. Emprego e salário justo são os pilares de sustentação de uma vida digna e livre. E o estudo é o alicerce dessa liberdade. Ver alguém escolher entre se sustentar e estudar é desumano. Estudo deveria ser sempre um direito, nunca um sonho.

Mas se o emprego é o pilar de sustentação de uma pessoa, o desemprego é o temporal que derruba esse alicerce. O desemprego rouba a autoestima, destrói famílias e coloca as conquistas de alguém em leilões, onde os ganhos de uns são perdas de outros.

O desemprego também pode ser uma oportunidade para se reinventar, mas quando ele assombra milhões de pessoas, deixando-as na miséria, há pouco espaço para reinvenção. Para quem nunca viveu o desespero de ver uma montanha de contas vencidas destruindo uma vida, o desemprego é só uma estatística, mas para quem o conhece, ele é um pesadelo.

Fonte: encurtador.com.br/gxJQ8

A liberdade também não combina com endividamento. Bom salário comprometido com dívidas penhora a carta de alforria de alguém no banco, e instituições financeiras não alforriam por compaixão

Outra coisa que combina com a liberdade é a coragem. Pessoas valentes podem ser muito diferentes entre si, mas têm algumas características em comum: não culpam ninguém por seus fracassos, encaram a realidade e batalham por seus sonhos, podendo adiá-los e reinventá-los, sem jamais abandoná-los. Por outro lado, pessoas que se queixam da vida e acusam outras por seus fracassos tendem a fugir da verdade e a se refugiar na ilusão da mentira. Só é livre quem não teme a verdade e sabe conviver com a realidade.

Um caminho seguro para a verdade é a leitura. Ler é uma bússola que nos aponta o Norte. A leitura pode não nos dar liberdade, mas certamente libertará nossa mente. Não somos livres para mudar certas realidades, apenas somos livres para escolher como lidar com elas.

Fonte: encurtador.com.br/cfvET

Nesta gangorra chamada vida, que ora nos leva para cima, mostrando as belezas lá do alto, e ora nos arremessa para baixo, nos ferindo com as pancadas, surgirão bifurcações. O caminho escolhido diante de uma bifurcação é que vai distanciar vitoriosos de perdedores. Perdedores perdem tempo reclamando e vitoriosos ganham tempo agindo.

Mas se a única garantia que vencedores e perdedores têm nesta vida, tão bela e efêmera como a flor de lótus, é a não garantia do minuto seguinte, devemos lutar ferozmente cada segundo vivo para escrevermos a história que sonhamos, porque a verdadeira comunhão com a liberdade é a vida.

Sem vida, não há luta.

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Profa. Dra. Ana Beatriz compõe Rede de Leitura Inclusiva no Tocantins

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A Rede de Leitura Inclusiva é um projeto mobilizado pela Fundação Dorina Nowill para Cegos na perspectiva de fomentar o acesso à Leitura e à informação para pessoas com deficiência, fornecer livros acessíveis e engajar os profissionais que atuam como intermediários da leitura.

Fonte: Arquivo Pessoal – Abertura contando a história do GT Palmas – Tocantins

O 2º Encontro de Leitura Inclusiva do GT Palmas – Tocantins aconteceu no último dia 04/10/19 no SESC – Centro de Atividades, organizado pela parceria das representantes do SESC, Geovana Lima, da UFT, Alessandra Santarém, e Ana Beatriz, do CEULP/ULBRA, por meio do Núcleo de Apoio ao Discente – Alteridade, mobilizada pela Fundação Dorina Nowill para Cegos.

Fonte: Arquivo Pessoal – Thaís (bibliotecária do CEULP/ ULBRA), Anny e Ana Beatriz (do Alteridade), Carla Silvestre (do ITPAC) e Ângela Vitória (intérprete do Alteridade)

Nesse encontro foram convidadas pessoas de várias instituições de ensino públicas e privadas, de bibliotecas e vários órgãos envolvidos na divulgação da leitura, arte e cultura inclusiva, com o intuito de estreitar o relacionamento e disseminar ações de inclusão, garantindo o direito ao acesso de pessoas com deficiência.

Fonte: Arquivo Pessoal

O encontro teve como objetivos a retomada das ações da rede, divulgação das ações da rede, convite para a partição de novos membros e a divulgação da inclusão de sessão de cinema com audiodescrição na programação do Cine SESC, que na ocasião projetou o filme “A Filha de Ninguém”.

Fonte: Arquivo Pessoal – Ilma declamando um poema e Thainá interpretando em LIBRAS.

Do que se trata

A Rede de Leitura Inclusiva é um projeto mobilizado pela Fundação Dorina Nowill para Cegos na perspectiva de fomentar o acesso à Leitura e à informação para pessoas com deficiência, fornecer livros acessíveis e engajar os profissionais que atuam como intermediários da leitura para que este público também seja contemplado em suas atividades.

Fonte: Arquivo Pessoal – Psicóloga Carla F. Silvestre, cega, egressa do CEULP, conversando com Angelita Garcia e o público sobre como é ser uma leitora cega.

Esta ação acontece em âmbito nacional onde cada Estado é mobilizado a formar Grupos de Trabalho para que construam novas ações de leitura e inclusão ou potencializem as já existentes. O GT do Tocantins (Palmas) foi criado em junho de 2015 quando, a Fundação Dorina Nowill, a partir da visita de Perla Assunção, convidou profissionais de várias instituições e iniciou as atividades do grupo. Dentre estes profissionais se encontra a profa. do curso de Psicologia do Ceulp, Dra. Ana Beatriz Dupré.

Fonte: Arquivo Pessoal – Profa. Thainá da UFT Porto Nacional apresenta projeto de extensão.

A partir de então, várias reuniões e eventos aconteceram, tendo o 1º Encontro de Leitura Inclusiva do Tocantins ocorrido no CEULP/ ULBRA, em agosto de 2015. Em agosto de 2016 ocorreu o 1º Encontro da Rede de Leitura Inclusiva, em São Paulo, ocasião em que a Profa. Dra. Ana Beatriz Dupré Silva, coordenadora do Alteridade, esteve presente.

Fonte: Arquivo Pessoal – Apresentação do Boi Encantado, pelo grupo Encantados Contadores de Histórias, de Santa Catarina, que lançou o CD com a história cantada e com audiodescrição.

Após esses primeiros momentos, os GT´s passaram a desenvolver atividades em suas regiões, sendo sempre apoiados pela Fundação Dorina Nowill. E, no último mês de agosto, a Profa. Dra. Ana Beatriz, juntamente com a bibliotecária da UFT, campus Porto Nacional, Alessandra Santarém, e a produtora cultural do SESC, Geovana Lima, foram convidadas a participar do 2º Encontro da Rede de Leitura Inclusiva, em São Paulo.

Fonte: Arquivo Pessoal – Os autores Francisco Hélito, cego, Edimilson Sacramento, cego, e Lázaro Ramos, falam de suas produções lançadas em Braille. Na foto também aparecem Perla Assunção e Angelita Garcia, da Fundação Dorina Nowill, articuladoras da Rede de Leitura Inclusiva.
Fonte: Arquivo Pessoal – Materiais recebidos durante o evento e que estão disponíveis no Alteridade.

E assim, durante três dias, reafirmou-se a importância de promover o acesso à leitura a todas as pessoas, assim como a projetos culturais, para uma formação global e cidadã. Nesse encontro se reuniram representantes de todos os    GT’s que compõem a Rede de Leitura Inclusiva, de forma que todas as ações pudessem ser compartilhadas. Além disso, foi apresentada a pesquisa Cenário da Leitura Acessível no Brasil, do Data Folha. 

 

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A humanização da ciência na meditação

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Especializada nos maiores filósofos do mundo, Editora Edipro proporciona ao leitor um marco da filosofia que influencia os pensamentos e estudos até os tempos atuais.

A nova face da ciência, não menos científica, porém mais humana. Esse era o mote de Edmund Husserl ao escrever Meditações Cartesianas, publicado pela Editora Edipro, com tradução diretamente de sua língua vernácula, o alemão.

Publicada postumamente, a obra do matemático e filósofo reúne as polêmicas consideradas epistemológicas de sua última fase produtiva. O autor compilou palestras apresentadas na Universidade de Sorbonne em 1929, traduzida para o francês em 1931 que resultou no livro publicado 12 anos após sua morte.

Considerada uma de suas reflexões mais amadurecidas, causou um intenso impacto histórico em meio à imensa produção literária por ele legada. Husserl levanta questões sobre a fenomenologia, método de investigação filosófica, que inaugura um caminho que levaria à busca por uma nova face da ciência, mais humana, porém com embasamento científico sobre a meditação.

Fonte: encurtador.com.br/dHNW0

Para o autor, meditar deve ser uma prática mais profunda do que compõe os estudos feitos no seu tempo Descartes, conclui que o diagnóstico da crítica da razão lógica, ou da lógica formal de corte fregeano, só abria o caminho rumo à pesquisa dos princípios, agora já não mais nomológicos, mas normativos, em que se ancoraria a outra face da ciência.

Daí o pathos das Meditações: encontrar o alter ego e a intersubjetividade. Qual o significado tão polêmico disso? A filosofia e, com ela, as ciências sociais instituíam para si próprias e para o seu modo de ver as coisas, objetos únicos, subvertendo o paradigma hegemônico do positivismo.

Meditações Cartesianas, publicado pela Editora Edipro, traz ao leitor a importância dos pensamentos de Edmund Husserl, que significam um marco para filosofia, com aplicação sistemática de uma maneira particular de filosofar, mostra a honestidade intelectual do autor e uma reviravolta filosófica que influência no modo de pensar até hoje.

Fonte: encurtador.com.br/asOTX

Sobre o autor: Depois de encerrar em 1928 longa e célebre carreira como professor de filosofia em importantes centros universitários da Alemanha, Husserl – àquele tempo já citado por Heisenberg e Weyl – de repente inflama o cenário científico-filosófico europeu de tal maneira, “preenche” a conturbada década de 1930 com tal intensidade, a ponto de se tornar inevitável às reflexões de Gödel e Wittgenstein. São três os pontos nodais desse percurso meteórico do derradeiro Husserl: (1) a publicação em 1929 de Lógica formal e transcendental; (2) no mesmo ano, o empreendimento das Meditações Cartesianas; (3) a detalhadíssima reconstrução historiográfico-genética (via Galileu, Descartes e Kant) do traçado fundamental da Crise das ciências europeias. É evidente, portanto, que o último Husserl tenha exercido papel dos mais significativos nos contextos de formação de importantíssimas correntes filosófico-críticas do século XX, e que seu estudo tenha se tornado, por isso, simplesmente incontornável.

 Sobre o tradutor: Fábio Mascarenhas Nolasco é Doutor em Filosofia pela Unicamp e Professor de Epistemologia da UnB.

Sobre o revisor técnico: Tommy Akira Goto é Mestre em Filosofia e Ciências da Religião pela Universidade Metodista, Doutor em Psicologia pela PUC, e membro-colaborador do Círculo Latino americano de Fenomenologia.

 Ficha técnica


Editora:
 Edipro
Assunto: Filosofia/Fenomenologia
Preço: R$ 69,00
ISBN: 978-85-521-0034-8
Edição: 1ª edição, 2019
Tamanho: 16×23
Número de páginas: 176

 Mais informações:

Fernanda Baruffaldi | (11) 2275-6787 | E-mail
LC – Agência de Comunicação | Site

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A beleza da simplicidade em Cora Coralina

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Não é difícil se encantar com tanta beleza e simplicidade, até Carlos Drummond de Andrade se rendeu ao talento de Cora

 “Mulher da roça eu o sou, sou semente, sou pedra. Pela minha voz cantam todos os pássaros do mundo”

Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, conhecida como Cora Coralina, publicou o seu primeiro livro ‘Poemas dos becos de Goiás e estórias mais’, em 1965, sendo um compilado de histórias que viveu e sentimentos que sentiu. E quem diria que uma humilde mulher de cabelos brancos aos 75 anos pôde ressignificar sua vida e marcar para sempre o universo literário.

Adepta da linguagem simples e verso livre, devido à crença que o prazer da leitura deve ser disponível a todos (e também por sua baixa escolaridade), Cora Coralina, com extrema sensibilidade ao falar de sua terra Goiás, cotidiano e afazeres, deixou de lado as utopias de um eu lírico irreal que costumava ser o foco dos poemas daquela época. De modo original, ela incentiva a reflexão e revela a alma delicada que iria se tornar uma das maiores poetisas do século XX.

Fonte: https://is.gd/U0IFOV

Mãe dedicada e doceira de mão cheia, começou a vender doces para sustentar os quatro filhos após ficar viúva, achou entre receitas a doçura das palavras. Grande pensadora desde nova, aos 14 anos começou a ter seus textos publicados nos jornais locais e nacionais, aos 20 anos já era considerada a maior escritora do Centro-Oeste. Em 1984 recebeu da Universidade Federal de Goiás o título de Doutora Honoris Causa devido ao seu destaque e importância. Em 1985 recebeu o título de intelectual do ano e o troféu Juca Pato pela União Brasileira de Escritores (UBE).

“Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos. ”

Não é difícil se encantar com tanta beleza e simplicidade, até Carlos Drummond de Andrade se rendeu ao talento de Cora; em suas palavras: “Minha querida amiga Cora Coralina: Seu Vintém de Cobre é, para mim, moeda de ouro, e de um ouro que não sofre as oscilações do mercado. É poesia das mais diretas e comunicativas que já tenho lido e amado. Que riqueza de experiência humana, que sensibilidade especial e que lirismo identificado com as fontes da vida! ( …).”

Fonte: https://is.gd/mxMRNN

Muito mais que ter seu nome registrado no mundo literário, Cora Coralina é referência de coragem e dedicação ao seguir seu sonho independentemente da idade, processo chamado na Psicologia Junguiana como Individuação, onde o ser se dá conta que negligenciou algumas vontades no decorrer da vida e se volta a elas, a fim de aprimorar seu Self.

“Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas”. Além de expressar cultura, a poetisa mostra que a alma da poesia está na vida, na beleza e lutas do dia a dia. Cora faleceu em 1985, foram 95 anos tocando o coração das pessoas em vida. A partir de então, suas palavras fazem essa função.

Fonte: https://is.gd/v11SuJ

Referências

AMABILE, Luís Roberto. O dia em que Drummond descobriu Cora Coralina. Disponível em  http://biblioteca.pucrs.br/curiosidades-literarias/o-dia-em-que-drummond-descobriu-cora-coralina/ . Acesso em 14/03/2019.

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O luto em O Último Adeus

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‘Existe morte ao nosso redor. Em todos os lugares para onde olharmos. 1,8 pessoa se mata a cada segundo. Só não prestamos atenção. Até começarmos a notar’ (p.251)

O Último Adeus é um livro que embora a escritora tenha sido sensível na forma de falar sobre suicídio, não é tranquilo de se ler, porém sua leitura é clara e não cansativa. Cynthia Hand traz uma nova abordagem de como, quando e porque falarmos do tema, trazendo características de como superar o luto das pessoas que perdemos ao longo da vida.

Narrado por Alexis (Lex), que está no final do segundo grau e a espera das tão esperadas respostas sobre eventuais aceites, enviadas pelas faculdades, vivia razoavelmente bem, tendo problemas que hoje muitos jovens tendem como ‘’normal’’ que é o divórcio dos pais. Lex vivia um dia por vez. Amante da matemática, membro do clube de cálculo, ela infelizmente perdeu seu irmão mais novo Tyler (Ty) de 16 anos, saudável, jogador estrela do time de basquete e bastante popular na escola. Ele não conseguiu vencer a batalha com seus demônios internos, assim entrado no índice de pessoas que deram fim a própria vida.

Lex agora anda perdida, lidando com a perspectiva do luto, sentimento de culpa, raiva e principalmente cuidando da mãe que diz ter perdido a vontade de viver. Por escolha própria a menina se afasta dos amigos e do próprio namorado por não saber lidar com toda a ‘’pena’’ que sentiam por ela, porém todos eles não desistem e tentam ajudá-la o máximo que podem.

Fonte: https://bit.ly/2FESY0V

Embora o pai seja ausente, concorda em pagar terapia para a menina e toda a história se desenvolve com a ajuda de Dave, o terapeuta que tenta diversas vezes intervenções diferentes para que a garota passe pelo processo de cura e aceitação. A maneira em que os dois entram de acordo é a de Lex passar a escrever um diário sobre Ty tendo como enfoque principal as primeiras e as últimas coisas relacionadas a ele e as lembranças que se tem.

Lex acaba entrando em crise por perceber que lembrar-se dos momentos em que teve com o irmão não é tão fácil principalmente após a morte dele, onde ela acredita estar esquecendo-se de tudo que se pode relacionar a Ty e o medo de não lembrar mais dele lhe consome.

‘’As pessoas que amamos nunca se vão realmente.’’ (p. 343)

Em certo momento do livro Lex revela sentir como se houvesse um buraco dentro de seu peito que se abre de repente em momentos totalmente aleatórios durante seus dias e rapidamente se fecham, e as vezes ela sente o perfume do irmão e o vê pela casa, o que a faz pensar que está ficando louca e que se contar para Dave ele vai tentar medicá-la.

“Eu não estava prestando atenção. Estava ocupada demais sendo a protagonista do meu próprio filme, enquanto meu irmão estava em algum lugar lá fora aquela noite, no escuro, sofrendo. E 17 dias mais tarde, ele estava morto.” (p. 139)

O Último Adeus literalmente bate onde mais dói, fazendo com que o/a leitor/a tenha vontade de entrar no enredo para melhorar a vida de Lex, num movimento em que esta, perceba que apesar dos pesares não está só e nem que sua vida acabou ali. Neste contexto, a terapia vai ter um grande significado na vida dela, fazendo-a entender não o ‘’porque’’ do acontecido, e sim ‘’para que’’ aconteceu.

Fonte: https://bit.ly/2FESY0V

Título: O Último Adeus

Título Original: The Last Time We Say Goodbye

Autor: Cynthia Hand

Editora: Darkside

Páginas: 352

Ano de Publicação: 2016

Gênero: Drama

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Hoje sou Alice: a toca do coelho é bem mais profunda

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“Em ‘Hoje eu sou Alice’ a autora relata a extraordinária jornada de uma mulher com transtorno dissociativo de personalidade, que precisou lutar contra a anorexia, o álcool, mas, mais do que tudo, contra nove personalidades alternativas que emergiram após ficarem adormecidas diante de uma infância pertubadoramente cruel. Sem controle, Alice entregou-se a elas – e sua vida passou a ser um caleidoscópio de acontecimentos e revelações. Emocionante e incrivelmente inspirador, este é o relato cativante sobre uma doença rara e sobre a história de uma mulher que decidiu lutar contra a realidade e a imaginação.” – Larousse do Brasil

Alice Jamieson decide contar todo seu trajeto de vida através dessa autobiografia por nome de ‘’Hoje sou Alice’’, nela ela conta os abusos sofridos tanto físicos quanto psicológicos desde quando tinha seis meses de idade até sua adolescência, cometidos por diversas pessoas: homens, mulheres e até um círculo de pedófilos em que seu pai estava inserido, porém a maioria dos abusos era cometido pelo seu pai. Desencadeando uma série de traumas, ela teve anorexia, desenvolveu TOC e o mais descrito e perceptível durante todo o livro é o desenvolvimento de um distúrbio de múltiplas personalidades (sendo pelo menos nove).

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Fonte: encurtador.com.br/cJMRY

“(…) Ao longo de toda a minha infância, sofri abuso sexual, físico e emocional, e não contei a ninguém. Este livro descreve como na infância desenvolvi mecanismos para lidar com o abuso e como agora, adulta, tenho lutado para levar uma vida normal em meio a períodos de psicose, crises nervosas, vício em drogas e automutilação. Não me desculparei pela linguagem chocante em alguns trechos e pelas verdades indigestas que precisam ser contadas. O abuso infantil é algo inimaginável para os que não foram vítimas dele, ao passo que é o inferno para os que sofrem diariamente com o sentimento da vergonha e à noite são tomados pelo medo de que a porta seja aberta e que o homem – quase sempre é um homem – entre em seu quarto. Na maioria das vezes, o abuso se dá em casa e geralmente envolve parentes próximos – pais, irmãos etc.” – página 13

A autora enriquece o livro de detalhes, dando aquele ‘’soco no estômago’’ de todos os leitores, relatando não só os abusos, mas todas as consequências suportadas durante sua vida adulta, assim marcada por transtornos psicológicos. No decorrer de todo seu crescimento Alice retomava as dolorosas lembranças por pesadelos ou até mesmo flashbacks.

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Fonte: encurtador.com.br/bdhA7

“Eu estava sempre visualizando a imagem de um homem entrando no meu quarto e tirando as minhas roupas no meio da noite, percorrendo meu corpo com suas mãos, afastando meus braços, me tocando em lugares que não deveria. De manhã, enquanto minha visão ainda se adaptava à luz, eu tinha visões fragmentadas, malformadas, que eram tão repugnantes que me faziam correr para o chuveiro a fim de queimá-las debaixo da água quente e eliminá-las do meu cérebro’’. – página 30

Toda a criação das personalidades desenvolveu-se durante sua infância, criadas assim para ser uma válvula de defesa e sobrevivência. Das personalidades que mais perturbavam a escritora eram: JJ, um menino de 10 anos que gostava de brincar com uma arma de plástico e cometer pequenos furtos; Kato, um adolescente suicida e violento, que quando controlava Alice fazia a mesma acordar em hospitais com os braços enfaixados e Shirley, uma menina de 14 anos que gosta de ficar bêbada e cozinhar.

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Fonte: encurtador.com.br/cJMRY

‘’No todo, já tive cerca de cem overdoses e precisei de quinhentos pontos nos braços: chamamos essas marcas de cicatrizes de batalhas. Sobrevivi a essas batalhas, o que uma pessoa religiosa provavelmente chamaria de milagre.’’ – página 283

Tirando o fato de o livro contar uma vida destruída e triste, a autora sempre dá detalhes de como ver e perceber que uma criança está sofrendo ou sofreu abuso, falar sobre a temática dói, porém nos prepara melhor para prevenir que novos casos ocorram, destacando a leitura como muito importante.

A linguagem do texto é clara e tranquila de se ler, fazendo com que os leitores se sintam dentro da história, colocando-se no lugar da autora e percebendo a inocência da mesma. O livro é um relato cruel, causa desconforto e nos faz interromper a leitura diversas vezes.

FICHA TÉCNICA DO LIVRO

Titulo: Hoje eu sou AliceNove Personalidades, Uma Mente Torturada.
Autora: Alice Jamieson
Ano: 2010
Páginas: 336
Editora: Larousse do Brasil

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Projeto de Remição da Pena, a leitura como inclusão social

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O sistema carcerário é um dos principais problemas que vive o Brasil. O reeducando, que em certos casos, já vive com as deficiências da saúde pública e um crítico sistema educacional, ao entrar no cumprimento da pena, enfrenta problemas de questões humanitárias que prejudicam sua evolução durante o tempo da detenção, um tempo que deveria ser separado para reflexão, estudos e controle comportamental.

A Lei nº 7.210/84 de 1984, de execução penal determina uma humanização durante o cumprimento. Trinta anos depois, atualmente, ainda não houve uma efetivação de se trabalhar essa pena na questão humanitária. Problemas como o do sistema carcerário, é uma função dos governos, diante de tanta lentidão e falta de sensibilidade na execução dos projetos, em certos casos, o sistema privado, as instituições de ensino e também a sociedade em geral podem assumir a iniciativa contribuindo para um melhor desenvolvimento de um país.

A leitura como exercício da mente, essa é a estratégia utilizada pelo Conselho Comunitário e a Universidade Luterana do Brasil, Ceulp/Ulbra, na cidade de Palmas-TO. As duas instituições, assinaram convênio através de uma portaria expedida pelo juiz da vara criminal, para execução do Projeto de Remição da Pena pela Leitura – RPL. A intenção é envolver inicialmente os acadêmicos dos cursos de direito, psicologia e Serviço Social, no desenvolvimento intelectual dos reeducando através da leitura de obras literárias.

De acordo com o Presidente do Conselho Comunitário de Palmas, Geraldo Cabral, na pratica o direito possui acima de tudo uma função social, não é simplesmente uma lei seca. Segundo o Presidente, os acadêmicos poderão ver de perto a realidade carcerária, a superlotação e estrutura física, das unidades prisionais de Palmas. “É um trabalho pequeno, de formiguinha, construindo no dia a dia aos poucos, mas com isso vai certamente colaborar com a diminuição na questão da superlotação dos presídios”, acredita Geraldo Cabral, exaltando ainda a parceira com o Ceulp/Ulbra. “Esse projeto demonstra o interesse de função social de uma universidade comprometida com os problemas sociais, e com isso os alunos podem relacionar essa questão social com o curso de direito”, diz.

Cerca de 60 alunos já estão envolvidos com o projeto. Os acadêmicos adotam no máximo três reeducando, e o acompanham durante um mês através da leitura de um livro. Depois da leitura do livro, o reeducando, faz um trabalho de resumo escrito, o acadêmico responsável corrige o trabalho e repassa para o conselho comunitário que, atribui uma nota. No final desse processo, o reeducando recebe como beneficio uma remição da pena de quatro dias, por leitura concluída.

A estudante do 9° período de direito, Thais Clara Gomes Silva, 21 anos, adotou três reeducando, e trabalha com os as dinâmicas do projeto através dos livros: Inquietação, Superando a Ansiedade e Vida Conjugal. “Eu nunca tinha ido a um presidio, lá a gente ver de certa forma como excluídos são os detentos, é gratificante ver que estamos podendo ajudar de alguma forma e ver a ressocialização para eles também”, relata.

Segundo a coordenadora do projeto RPL e professora do curso de direito do Ceulp/Ulbra, Denise Cousin Souza Knewitz, a previsão é que Cerca de 400 detentos podem ser envolvidos inicialmente no projeto. “O sistema prisional não contribui o suficiente para a recuperação do detento, acredito que a leitura pode contribuir, eles podem melhorar através da leitura”, a coordenadora lembra ainda a importância da doação de livros pela sociedade. “Nesse projeto a instituição educacional representa a sociedade na contribuição para amenizar esse que é um dos grandes problemas do Brasil”, finaliza.

Uma das beneficiadas com o Projeto RPL, Janaina Lustosa Vieira, 38 anos, 2ºgrau completo, divorciada e mãe de dois filhos, entrou como reeducando há um ano e meio no Presídio Feminino de Palmas-TO. Ela conta que, não acredita no projeto que o governo prega de reeducação. “A situação aqui é tão ruim que as pessoas saem pior ainda, aqui é a escola do crime”, Janaina acredita que a leitura é o verdadeiro caminho para os reeducando. “As detentas , elas conversavam sobre drogas e crime, depois desse projeto da leitura, estão conversando sobre as historias dos livros”, diz.

Fabricações de tapetes e crochês são alguns dos projetos desenvolvidos nos presídios no Brasil. “A sociedade acha que o preso é ignorante e só sabe fazer tapete, eu vejo que os presídios precisam ter mais informação e cultura, devido a maioria semianalfabeta”, desabafa a reeducando Janaina Lustosa, revelando ainda a ultima obra literária que acaba de ler – livro 11 minutos, do autor Paulo Coelho. “Uma pena que é apenas um livro por mês, deveria ser mais. Aqui no presidio não tem atividade física, isso gera muito ociosidade, finaliza.

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Leitura – um vício edificante

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Para muitos ler não é uma atividade muito atraente, para Lara Franco, ler é bem mais que um hobby, chega a ser quase um vicio. A estudante de 19 anos que cursa Jornalismo na Universidade Federal do Tocantins (UFT) como a paixão pela leitura influenciou na criação de um blog e na escolha de sua profissão.

Foto: Arquivo pessoal

(En)Cena – O que de você gosta fazer em seu tempo vago?

Lara Franco – Meus hobbies favoritos são basicamente ler, escrever e assistir a filmes e seriados.

(En)Cena – Ler é um de seus passatempos preferidos, desde quando você começou a se interessar pela leitura?

Lara Franco – Eu acho que me interessei pela leitura desde que comecei a ler, literalmente. Ainda quando eu estava na pré-escola fiz aulas particulares, ministradas por uma vizinha, e em razão disso aprendi a ler muito cedo. Quando aprendi peguei gosto pelos livros muito rápido, eu lembro nitidamente dessa época da minha vida, na minha cidade natal, em que eu lia tudo o que via pela frente. Além disso, havia muitos livros na minha casa, especialmente porque minha mãe era professora, então isso ajudou muito a fazer da leitura um hábito.

(En)Cena – De que forma esse interesse influenciou suas escolhas durante sua infância e adolescência?

Lara Franco – À medida que eu fui crescendo esse hábito já havia se tornado parte de mim e da minha personalidade. Uma vez eu cheguei a escrever uma redação de quatro páginas que li para toda a turma, os colegas reclamavam a cada página virada, mas eu lembro de ter sido um dos momentos que mais me orgulho até hoje. Por gostar de ler e escrever, português, redação e literatura acabaram sendo minhas matérias favoritas e as que eu mais me esforçava para garantir boas notas. Ao fim do ensino médio, apesar das dúvidas e de certa pressão dos professores e da família, acabei vendo que o que sempre me deu prazer desde a infância havia sido a leitura, e que trabalhar com isso seria extremamente satisfatório, apesar do reconhecimento e da remuneração da área serem poucos. Decidi, então que era com as palavras que eu gostaria de fazer carreira. Minha primeira opção foi o curso de Letras, mas por não ter curso aqui ou ter apenas pago, acabei optando pelo Jornalismo, que também me colocaria para ler e escrever e me satisfaria como profissional de forma semelhante.

(En)Cena – Você está sempre rodeada de pessoas que gostam de ler? Qual é sua reação quando alguém diz que não gosta de ler?

Lara Franco – Sim, não tem como negar que meus amigos mais próximos são todos leitores, acho que isso acaba sendo o item que nos aproximou no primeiro momento, sejam eles amigos virtuais ou não. Como leitora “compulsiva”, eu consigo ver muita coisa através da leitura, desde as nuances da história até mesmo traços do autor, e para mim isso é fantástico. Poder vivenciar tantas coisas através de um pequeno objeto de papel é gratificante e ao mesmo tempo intrigante. Quando alguém me diz que não gosta de ler, fico sem entender, acho até que nunca vou conseguir. No fundo mesmo, acho que as pessoas que dizem isso apenas não acharam o livro certo ainda.

(En)Cena – Tem idéia de quantos livros já leu?      

Lara Franco – Não faço a menor idéia.  Já tentei contar através do site do Skoob, mas a memória sempre me falha. Realmente não dá para dizer um número, especialmente que porque leio desde muito nova, devem ter sido centenas, com certeza.

(En)Cena – Qual é o seu estilo preferido?

Lara Franco – Eu não tenho realmente um estilo favorito, leio de tudo um pouco, desde clássicos de Machado de Assis e Shakespeare até best-sellers recentes. Sempre dou uma procurada por tramas intrigantes e assassinatos, acho que são bons exercícios para a mente tentar desvendar crimes com personagens, mas sou bem diversificada enquanto a temática do que leio.

(En)Cena – Você tem um blog, quando e por que ele surgiu? Sobre o que você escreve nele?

Lara Franco – O Rascunho com Café na verdade começou por que eu escrevia Fanfics (Fanfictions; um gênero de histórias escritas com universos já existentes, como o de Harry Potter, por exemplo, ambientada com os mesmos personagens, mas escritas pelos fãs da série, ou banda, ou filme ou livro) para um site, que depois de um tempo exigiu que a categoria para que eu escrevia fosse excluída.

Sem um espaço interessante para escrever e um pouco cansada do gênero que eu já escrevia, conversei com uma amiga virtual de Manaus e sugeri um blog para que escrevêssemos nossas histórias em nosso próprio ambiente. Com a ideia do blog, juntei um grupo de amigas autoras e em março fizemos nossa estreia. Por falta de tempo, cada uma de nós posta semanalmente, cada uma em um dia da semana, além das nossas histórias originais, também escrevemos crônicas, resenhas de curtas e livros entre outras produções. O Rascunho com Café é como um baú de ideias coletivo, e talvez por isso eu tenha tanto carinho por ele.

Blog Rascunho com Café

(En)Cena – Você cursa Jornalismo, no que pretende trabalhar depois de formada?

Lara Franco – Eu gosto muito da área de assessoria de comunicação, a qual eu já exerço por meio de estágio. Mas, eu ainda quero cursar Letras ou encontrar uma pós graduação que entre um pouco nessa área. Pretendo conciliar os dois cursos futuramente, mas por ora, pretendo atuar em assessoria.

(En)Cena – Tem planos para escrever um livro?

Lara Franco – Siiim! Há anos que estou tentando arduamente ao menos dar o fim em um. Escrever ao menos um livro é um sonho enraizado, acho que eu já nutria desde a minha redação de quatro páginas. Desde que escrevo fanfics que tenho aprimorado minha escrita e buscado novas ideias para escrever, apesar do processo criativo ser árduo, especialmente se combinado com jornadas acadêmicas e de trabalho, este sonho eu carrego comigo para sempre, e tenho me esforçado para escrever algo diferente e bom o suficiente para publicar, mesmo que de forma independente.

(En)Cena – A leitura possibilita viajar sem sair do lugar, algum livro já fez você querer muito conhecer algum local, cidade ou país?

Lara Franco – Sim, o livro “Anjos e Demônios”, de Dan Brown, foi sem dúvidas o livro que mais me deu vontade de conhecer um lugar. Ambientado em Roma e no Vaticano, “Anjos e Demônios” descreve tão gloriosamente cada lugar, que a cada capítulo eu abria o Google só para sonhar com a tal cidade.

(En)Cena – Já ganhou algum prêmio de melhor redação ou destaque de leitura?

Lara Franco – Sim, a escola em que eu estudei o ensino fundamental dava prêmios de Leitores Destaque a cada mês, ganhei várias vezes, acho até que li a pequena biblioteca da escola quase inteira. Até hoje ainda nutro certa nostalgia e carinho por livros da coleção Vagalume, Olho no lance e Para Gostar de Ler que me jogaram de vez nesse universo das palavras.

(En)Cena – Muitas pessoas criticam as obras de sucesso Harry Potter, Jogos Vorazes e Crepúsculo. Como você avalia esse tipo de leitura?

Lara Franco – Não tenho nada contra Best Sellers, o fato de serem uma leitura mais juvenil e terem feito muito sucesso já cria uma porção de “haters” que odeiam apenas pelo simples fato dos livros serem juvenis e famosos, ou por tentarem serem ultra cult. Ainda há muito preconceito literário e as pessoas fazem muito juízo de valor com os Best Sellers. É claro que nem todos são bons, mas muitos têm seus motivos por terem feito tanto sucesso, como é o caso de Harry Potter, que tem uma legião de fãs furiosos mesmo anos após o término da série. Eu acho que qualquer leitura é bem vinda, cada um lê o que gosta, não cabe a ninguém julgar se o que leio é fútil, infantil, velho ou obsoleto. O importante mesmo é ler e aquilo te proporcionar uma boa experiência.

(En)Cena – Em que você acha que esses livros ajudam ou prejudicam na formação do leitor?

Lara Franco – Ajudam em coisas óbvias, como vocabulário e escrita, mas também são grandes remédios para a memória, amenizam o estresse, sem contar são ótimas fontes de conhecimento, e isso nunca é demais. O único problema que vejo na leitura, é que, se excessiva, ela pode atrapalhar em coisas como trabalho, estudo (se o livro não tiver nada a ver com a matéria), pelo fato de tomaram demais a atenção de quem lê. Mas esses são males fáceis de curar.

Foto: Arquivo pessoal

(En)Cena – Se alguém te pedisse para indicar um livro que a tornasse mais feliz, que livro recomendaria?

Lara Franco – Eu indicaria o livro “Eu sou o Mensageiro”, de Markus Zusak. Creio que esse seja meu livro favorito e que li mais vezes. Além de ser super engraçado, o personagem é tão humano e defeituoso quanto a maioria de nós, isso nos ganha logo no primeiro capítulo. Apesar de soar meio superficial, no decorrer da trama o livro se mostra extremamente consistente, o personagem engraçado mostra suas mágoas, especialmente relacionadas à família, amores e amigos, e a lição que ele traz no final é maravilhosa, perfeita para dar um gás em quem não espera muito de si mesmo.

Veja também: http://www.brasilescola.com/ferias/a-importancia-leitura.htm,http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/12/03/pisa-desempenho-do-brasil-piora-em-leitura-e-empaca-em-ciencias.htm

Links: https://www.facebook.com/rascunhocomcafe/photos_stream (rascunho com café)

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