Por que somos monogâmicos? Reflexões sobre a prática da monogamia em nossa sociedade

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O ideal do relacionando monogâmico obtendo como final feliz o casamento
Fonte: pixabay.com.br

Afinal, por que somos monogâmicos? Refletir sobre a prática da monogamia e não-monogamia em uma sociedade mononormativa carregada de valores patriarcais e de estereótipos de gênero é uma tarefa de certo modo difícil. Podemos responder a pergunta inicial com uma simples frase: “porque é o certo!”. Mas de onde veio o conceito de certo ou errado na forma de se relacionar afetivo-sexualmente? Em primeiro lugar, gostaríamos de ressaltar que esta reflexão não se refere a determinar o que é certo ou errado nos padrões de relacionamentos, mas sim, abrir o debate sobre a forma de relacionamentos possíveis. 

Desde sempre nos é ensinado modos de nos relacionar em sociedade, assim, entende-se que comportamentos sócio-afetivos-sexuais nos são ensinados. Em uma sociedade baseada em valores patriarcais, religiosos, heteronormativos é difícil pensar que existem outras possibilidades de nos conectar afetivo-sexualmente com o outro. Para ser feliz precisamos: crescer, estudar, casar, ter filhos. Esta é a norma que nos é ensinada. E de onde vem esta norma?

Nossa primeira reflexão parte da ideia do amor romântico que foi popularizado no século XIX o qual pode nos ajudar a entender a atual monogamia como norma de relacionamento. O amor romântico é entendido como uma construção sociocultural advinda dos romances trovadorescos do século XI onde o amor era idealizado como o sublime da perfeição. O amor cortês jamais seria alcançado pois era considerado a sublimação da perfeição. Este conceito foi disseminado através de poemas e peças teatrais que encantavam o espectador de modo a desejar aquele amor para si, perseguindo este desejo por toda sua vida. O romance Tristão e Isolda, história medieval originada da literatura celta e popularizada na literatura francesa no século XII, representa bem este sentimento. 

Voltando ao século XIX, a literatura nos mostra vários exemplos de romances tendo como plano central a luta pelo amor: heteronormativo, branco, burguês. Valores estes tão bem representados na literatura onde o casal lutou durante toda a história para ficarem juntos no final, claro, ao conseguirem finalmente o “casamento” a história acabava. Afinal, Capitu traiu Bentinho? Esta é a indagação que persiste até os dias atuais, uma vez que seria impensado, até para os dias de hoje, Capitu amar Bentinho e Escobar, pois a norma se baseia na tese mononormativa de que só é possível se relacionar com uma pessoa e principalmente para as mulheres. 

O século XX trouxe a popularização do cinema e os grandes clássicos hollywoodianos mantendo o mesmo ideal de amor, onde o casal deveria sempre optar por uma pessoa para amar e se relacionar para o resto de suas vidas. A popularização do cinema invadiu classes socioculturais diversas e atingiu todas as faixas etárias com as adaptações dos contos de Grimm pela gigante do entretenimento Disney e a famosa figura da princesa encantada que deveria esperar seus príncipes para que finalmente tivesses sua salvação de uma vida de maus tratos. Mesmo que o perfil das princesas Disney tenha mudado com o tempo, animações como Frozen e Moana representam bem estes perfis, ainda se persiste a figura da princesa que precisa necessariamente encontrar seu par, casar e “ser feliz” no castelo nas nuvens. 

Em contraposição ao ideal masculino de ter sua “princesa” que deveria ser a imagem de um “anjo”, figura idealizada como dócil, terna, feminina e obviamente virgem, o “príncipe”, forte, másculo, protetor e atencioso foi idealizado através de personagens a exemplo dos filme Ghost, do Outro Lado da Vida ou Top Gun, Ases Indomáveis, com trilhas sonoras marcantes para fixar ainda mais no público o ideal romântico que perpetuam no imaginário coletivo como grandes exemplares de pares perfeitos, ou seja, o amor romântico idealizado e sobretudo, único e exclusivo, até mesmo após a morte.   

O advento da internet e a popularização das redes sociais tem nos influenciado e hoje a figura dos “influencers” ditam como devemos nos comportar. Fotos e vídeos de casais “perfeitos” fazem com que o grande público anseie por uma vida igual e o mesmo modelo de mononormativo de relacionamento. Se por um lado a popularização das redes sociais continua reafirmando um modelo de relacionamento mononormativo percebe-se também que o discurso tem se ampliado e hoje vemos o debate de relacionamentos não-monogâmicos como formas válidas de se relacionar afetivo-sexualmente. Debates que seriam impensáveis há algumas décadas. Hoje, podemos ver uma crescente onda de relacionamentos não-monogâmicos como o poliamor, relacionamentos abertos, swinger e outras práticas e modelos de relacionamentos.

Mesmo com a abertura do debate sobre variados tipos de relacionamentos ainda observa-se que o assunto está envolto de tabus e preconceitos.  Ao examinar alguns comentários em posts e reels que se referem aos relacionamentos não-monogâmicos a maioria das pessoas se posicionam de maneira agressiva e/ou crítica e dirigem comentários como: “falta de maturidade”, “se quer liberdade não namore/case”. O que revela que o assunto deve ser cada vez mais debatido e normalizado.

Atualmente podemos observar diferentes formas de se relacionar
Fonte: pexels.com.br

Podemos então creditar o costume ocidental da monogamia apenas ao ideal de amor romântico? Na verdade, é difícil dizer que uma norma socialmente aceita é debitada apenas a um fator e este texto se propõe a realizar reflexões, deste modo, a segunda reflexão que propomos tem relação a questões ligadas a fatores econômicos. 

Durante o desenvolvimento das sociedades humanas houveram mudanças de costumes e desde que se descobriu como ser social os indivíduos se relacionam de diversas maneiras. Em sociedades nômades, há milhares de anos, acreditava-se que as mulheres engravidavam por influência de poderes divinos, não havia o ideal de família nuclear e os filhos eram responsabilidade de toda a tribo. A partir do momento que se entendeu que as mulheres engravidavam através de relações sexuais com homens, houveram novos arranjos pois viu-se que as mulheres poderiam assegurar sua maternidade e aos homens ficava a dúvida. (Almeida, 2021).

A partir daí começou-se a definir relações exclusivas para se assegurar a paternidade e o direito de herança. Este foi a tese levantada pelo economista, filósofo, sociólogo e jornalista alemão Friedrich Engels em sua obra A origem da Família da Sociedade Privada e do Estado (1884), onde ele explica a formação da família nuclear e monogâmica pela ótica da sociedade capitalista, sendo assim, não seria possível outro modelo de família (relações afetivas/sexuais) que não assegura a manutenção da propriedade privada através da certeza da paternidade. 

Segundo Engels a família era uma forma de organização social baseada na cooperação e na comunidade de bens, onde não se tinha a noção de propriedade privada e a relação entre homens e mulheres eram igualitárias. Com o desenvolvimento das forças produtivas e da agricultura, a propriedade privada surgiu como forma de controlar os recursos naturais, o trabalho humano gerou a divisão da sociedade em classes e a exploração do trabalho humano gerou a divisão da sociedade em classes e divisão de papéis sexuais, onde os homens seriam responsáveis pelo sustento e proteção e as mulheres seriam as responsáveis pelos trabalhos familiares e a manutenção dos filhos e da casa, embora a necessidade de trabalho pesado ainda continuaram como tarefa feminina. 

Desta forma, as sociedades igualitárias e comunitárias foram sendo substituídas pela norma de famílias nucleares e mononormativa, assim, não haveria a possibilidade de dúvidas quanto à paternidade e o direito à herança estaria garantida aos filhos legítimos. Outro fator importante envolve o ideal patriarcal de assegurar, além do patrimônio (capital) que a mulher fosse também uma propriedade masculina ficando ligada ao homem através do casamento e da maternidade. Mas, e quanto às famílias de classes econômicas mais baixas que não teriam patrimônio a ser passado? O que se argumenta é que além do capital financeiro a sociedade que tem o patriarcado como base, mesmo sem herança para ser passada para as futuras gerações, o peso da continuidade, ou seja, “meu filho levará meu nome” sendo este considerado também um patrimônio a ser passado. 

Chegamos, então, ao final destas reflexões com o intento de abrir e ampliar o debate sobre o modo como as pessoas se relacionam afetivo/sexualmente. Podemos então responder a pergunta inicial deste texto, por que somos monogâmicos? Entendemos que há muitas questões envolvidas e este texto discute apenas duas delas, há ainda muito a ser discutido e podemos e devemos nos questionar: Afinal, há uma norma? Esta norma pode/deve ser pensada/discutida? Por que devemos aceitar que nos relacionamos de maneira que outras pessoas acreditam ser o certo?  Por que não podemos nos relacionar com quem ou como nos sentimos melhores/completos? Afinal, nascemos para sermos felizes e a forma como nos relacionamos afetivo/sexualmente é de grande importância. 

Referências: 

ALMEIDA, A. L. de. Contribuições da Psicologia Social Acerca da Monogamia Compulsória. Belo Horizonte. 2021. 24p. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://jornaltribuna.com.br/wp-content/uploads/2021/06/AS-CONTRIBUICOES-DA-PSICOLOGIA-SOCIAL-ACERCA-DA-MONOGAMIA-COMPULSORIA.pdf. Acesso em: 18/02/2023. 

AMORIM, P. M. DE. REIS, D. B. DOS. Monogamia e identidade: Considerações Psicanalíticas. Ágora (Rio de Janeiro) v. XXIII n.2 maio/agosto 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/agora/a/5yCbk7g9Lt7j5qjd7wBFPyp/?lang=pt . Acesso em: 20/02/2023. 

ENGELS, F. A Origem da Família da Propriedade Privada e do Estado. Tradução de Ruth M. Klaus. São Paulo. Centauro. 2002

GONÇALVES, I. V. Matemática dos afetos, dissensos e sentidos sociais acerca das

noções de “monogamia” e “não-monogamia”. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais – UFJF v. 16 n. 3 Dezembro. 2021 ISSN 2318-101x (on-line) ISSN 1809-5968 (print). Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/TeoriaeCultura/article/view/34430 . Acesso em: 19/02/2023.

VIEIRA, E. PRETTO, Z. Mulheres não monogâmicas: Trajetórias em uma sociedade Mononormativa. Repositório Universidade RUNA. Dezembro/2021. Disponível em: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/20369 . Acesso em: 19/02/2023. 

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O relacionar-se na monogamia, poligamia e amor livre

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O amor é construído socialmente, sendo produto de cada época vivenciada.

O relacionamento amoroso ainda é enraizado na cultura patriarcal, que é caracterizada por devoção ao comando realizado pelo “pai”, uma figura máxima de autoridade dentre de tal tipo de regime e heteronormativa, já que é característico de normas do comportamento heterossexual. De acordo com o dicionário Aurélio (2010), heterossexual é o indivíduo que manifesta interesse pelo sexo oposto. Ou seja, são homens que têm interesse sexual e afetivo por mulheres, e mulheres que têm interesse sexual e afetivo por homens, padrão social de sexualidade atual, e tem como regra, de se relacionar, o amor romântico. Também de acordo com o dicionário Aurélio, monogâmico é o indivíduo que tem um só parceiro, em uma relação que pode se estender por toda vida ou não. Este modo de se relacionar prega um conjunto de crenças, valores e expectativas de como um determinado individuo, que está envolvido no romance, deve agir em um relacionamento.

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Há uma crença de que este amor é a única forma satisfatória de se relacionar. Há uma idealização seguida de uma projeção do eu na pessoa amada. No entanto, com a convivência diária, com a excessiva intimidade, a idealização não consegue ser sustentada e o inevitável acontece: tédio, sofrimento e enganação. De acordo com Freud (1996), projeção é um mecanismo de defesa do ego com o intuito de reduzir tensões psíquicas internas. Determinado indivíduo lida com sentimentos reais, mas não admite ou não percebe, de modo a identificar no outro algo referente a si próprio e não ao outro.

Parte dos sintomas, ademais, provém da defesa primária – a saber, todas as representações delirantes caracterizadas pela desconfiança e pela suspeita e relacionadas à representação de perseguição por outrem. Na neurose obsessiva, a autoacusação inicial é recalcada pela formação do sintoma primário da defesa: autodesconfiança. Com isso, a autoacusação é reconhecida como justificável; e, para contrabalançá-la, a conscienciosidade que o sujeito adquiriu durante seus intervalos sadios protege-o então de dar crédito às auto-acusações que retornam sob a forma de representações obsessivas. Na paranoia, a auto-acusação é recalcada por um processo que se pode descrever como projeção. É recalcada pela formação do sintoma defensivo de desconfiança nas outras pessoas. Dessa maneira, o sujeito deixa de reconhecer a auto-acusação; e, como que para compensar isso, fica privado de proteção contra as auto-acusações que retornam em suas representações delirantes. (FREUD, 1996, p.182)

Para Freud (1996), os conteúdos projetados são inconscientes e são sempre desconhecidos da pessoa que os projeta, de modo a evitar o desprazer de entrar em contato com tais conteúdos. O amor na sociedade ocidental era permeado de dispositivos sexuais que funcionavam como uma forma de controle. Foucault (2012) declara que o poder disciplinar controla os indivíduos por meio da vigilância de seus comportamentos, manifestando-se implicitamente, não por ação violenta, com cunho reparativo ou vingativo, como no medieval, mas com viés punitivo-educativo, com efeito amplo e invisível. Este poder ressalta a visibilidade do sujeito, aterrorizando-o e garantindo eficácia perene.

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Enquanto nos países árabes a poligamia é aceita e os homens costumam ter várias mulheres, no ocidente a monogamia está instalada como a única maneira aceitável de vínculo conjugal. Entretanto, o amor na sociedade ocidental acaba por ser permeado de dispositivos sexuais que funcionam como uma forma de controle.

[…] a sociedade disciplinar é aquela na qual o comando social é construído mediante uma rede difusa de dispositivos ou aparelhos que produzem e regulam os costumes, os hábitos e as práticas produtivas. [Na sociedade de controle] os mecanismos de comando [são] distribuídos por corpos e cérebros dos cidadãos. Os comportamentos de integração e de exclusão próprios do mando são, assim, cada vez mais interiorizados nos próprios súditos. O poder agora é exercido mediante máquinas que organizam diretamente o cérebro (em sistemas de bem -estar, atividades monitoradas, etc.) no objetivo de um estado de alienação independente do sentido da vida e do desejo de criatividade. (NEGRI E HARDT, 2001, p. 42 –3)

No entanto, o amor é construído socialmente, sendo produto de cada época vivenciada. Na Idade Média, era vigente o Amor Cortês, que é caracterizado por uma relação íntima entre Amor e Morte, o imbricamento entre Nobreza e Sofrimento, bem como o confronto entre o Casamento socialmente condicionado e o Verdadeiro amor, levado até as suas últimas consequências trágicas (NAVARRO, 2017). O amor cortês é ambivalente, já que ao mesmo tempo em que há paz, existe o sofrer; ao mesmo tempo em que lapida, fragiliza. O homem é sempre o mais apaixonado, agindo de maneira irracional, preso ao seu sentimento descontrolado. No entanto se faz presente uma autonomia dos sentimentos, já que a igreja ortodoxa deixa de exercer tanto poder.

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Logo, o Amor Cortês representa uma revolução nos modos de pensar e de sentir, e não deixa de empreender uma velada crítica aos padrões repressores de seu tempo. No entanto se fazia presente um amor cortês e inalcançável. Com o iluminismo, o amor passou a ser associado ao ridículo, já que muitos agiam com o coração ao invés da razão. No século XIX voltou a reinar um ideal de amor romântico, sendo visto como a finalidade da vida, que ainda se permeia nos dia de hoje, mas não é a única forma de amar, se fazendo presente novas formas de uma época vigente (L´INCAO, 2013; LINS, 2012).

O amor romântico nasce sob a influência do romantismo (XVIII), na Europa, com a particularidade de continuar sendo uma das marcas registradas da cultura ocidental, resistindo como uma forte referência para as práticas amorosas nos dias de hoje (COSTA, 1998). É um amor revolucionário, já que contesta padrões culturais e religiosos de comportamento. É visada a autonomia de se expressar, de escolher com quem se relacionar. No entanto, pode ser um ideal inalcançável, já que há uma idealização do eu perfeito no outro. O amor romântico está ligado diretamente à ideia de “amor perfeito”: uma crença medieval de que o amor verdadeiro entre um homem e uma mulher deve ser uma adoração de reverência. Esse ideal amoroso leva à frustração quando o individuo percebe que a fantasia é diferente da realidade do dia-a-dia. Freud afirma que o amor é uma repetição e suas matrizes são os imagos parentais, ou seja, a pessoa está tentando reconhecer no outro as condições infantis de amar.

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A monogamia (“mono” = “um” e “gamia” = “casamento’) é um contrato entre duas pessoas, em que se espera fidelidade e lealdade de ambas. Por muito tempo a monogamia foi considerada o símbolo da felicidade amorosa, (COSTA, 1998), mas com as modificações sociais e os males deste tipo de relação (ciúmes, mentira, traição), o ser humano passou a encontrar novas formas de se relacionar e amar. O relacionamento, então, sai do ideal social (monogâmico e heteronormativo) e passa a debandar para o ideal pessoal e o felizes para sempre passou a ser, então, desconstruído. Isso também remete a uma derrocada do poder soberano do cristianismo, que já não exerce muita influência sobre a vida privada.

De acordo com Regina Navarro (2017), o amor romântico passou a entrar em declínio quando as pessoas começaram a observar que tal tipo de amor não era tão satisfatório o quanto se pregava. Um amor utópico, não correspondia a vida real, resultando em sofrimento – psicanaliticamente falando. Um fator importante foi a desconstrução de unidade em um relacionamento – com eventual perda de individualidade dos integrantes, ou seja, a individualidade começou a ser muito valorizada. Isto se intensificou com o surgimento das pílulas, movimentos sociais (feministas, hippie e gay), aliados com o advento da internet, nos anos 90. Com isto, o amor romântico dá lugar a uma nova forma de amar que não exija mais exclusividade total. De acordo com o site UOL, em 2013 aconteceu em Berkeley a primeira Conferência Acadêmica Internacional sobre o Poliamor. Ainda no mesmo ano, no Brasil, aconteceu o maior poliencontro reunindo 180 pessoas. No Facebook a página Poliamor Estável conta com a participação de 9.5 mil membros.

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É importante destacar em pormenores as formas de amar na contemporaneidade. Tem-se, então, a monogamia, o relacionamento livre e o poliamor. No relacionamento livre há uma autonomia plena para se envolver afetiva e/ou sexualmente com várias pessoas. A pessoa pode estar casada ou estar namorando a distância, não há pré-requisitos para ser praticante. O que é preciso ser construído é uma autonomia emocional para ter diversos parceiros, ter tempo e dedicação para tais (NAVARRO, 2017). No entanto não é algo desordenado, é fundamental que existam acordo e regras mútuas entre os parceiros, nos quais são decididos os limites suportados por cada parte. Diálogo, transparência e honestidade são bases para qualquer relacionamento. Na monogamia tal comportamento é visto como traição, mas no amor livre há um acordo esclarecido entre ambos. É possível viver amor e paixões.

Referências

AMORIM, Ana Nascimento de; STENGEL, Marcia. Relações customizadas e o ideário de amor na contemporaneidade. Estudos de Psicologia, [s.i], v. 3, n. 19, p.157-238, set. 2014. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/epsic/v19n3/03.pdf >. Acesso em: 02 nov. 2018.

ARAUJO, Maria de Fátima. Amor, casamento e sexualidade: velhas e novas configurações. Psicol. cienc. prof.,  Brasília ,  v. 22, n. 2, p. 70-77,  Junho  2002 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932002000200009&lng=en&nrm=iso>.Acesso em: 04  Nov 2018.  http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932002000200009.

PINHEIRO, Raphael Fernando. A monogamia e seus reflexos no direito de família. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-monogamia-e-seus-reflexos-no-direito-de-familia,39706.html>. Acesso em: 23 out. 2018.

SOUZA, Thuany Barbosa de. Amor Romântico. 2007. 36 f. TCC (Graduação) – Curso de Comunicação Social, Centro Universitário de Brasilía, Brasília, 2007. Disponível em: <http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1833/2/20366245.pdf>. Acesso em: 20 Out. 2018.

LINS, Regina Navarro. Novas Formas de Amar – Nada vai ser como antes, grandes transformações nos relacionamentos amorosos. 2017: Ed. Planeta do Brasil.

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