Caos 2021 – Sessão técnica aborda intervenções em Terapia Sistêmica

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Na quinta-feira, 04/11, foi dado início a apresentação da sessão técnica 1 do Evento CAOS 2021-Congresso de Saberes Acadêmicos em Psicologia com o tema “Psicologia e Atuação Psicossocial em Situação de Emergência”. A supervisora da sessão técnica 1 e professora Cristina D´Onellas Filipakis iniciou a palavra explicando sobre o acontecimento e as apresentações referidas de cada grupo de alunos que apresentaram seus trabalhos e também apresentou a mediadora da sessão técnica 1, a psicóloga egressa da universidade CEULP-Ulbra TO, Isaura Bortolli Rossato.

A primeira apresentação da sessão técnica foi o artigo com o título “A Escuta Terapêutica pelo Olhar Sistêmico” sendo as representantes as acadêmicas: Luara Botelho Guimarães, Silva Carvalho dos Santos e Rosimeire Alves Pereira, o grupo têm como ênfase a abordagem sistêmica da Psicologia, indicando o objetivo deste artigo que é a compreensão do atendimento do profissional, possíveis técnicas, suas repercussões nas inter-relações em seus atendimentos online. Além deste objetivo colocaram importantes tópicos: teoria sistêmica, setting terapêutico, a comunicação, relação conjugal, 1º axioma, a impossibilidade de não comunicar, relação maternal, relação mãe e filha; 2º axioma na comunicação distinguimos os aspectos de conteúdo e relação e experiência intrafamiliar, com isso as informações foram elaboradas de acordo com cada tópico, tendo em destaque a fala de Rosimeire Alves Pereira, houve perguntas e comentários no final da apresentação do artigo.

A segunda apresentação da sessão técnica 1 foi o artigo com o título “Terapia Sistêmica Utilizando Perguntas Circulares” sendo as representantes as acadêmicas: Brenda Karelly Silva de Sousa e Thalia Soares Barbosa da Silva, este grupo também tem como ênfase a abordagem sistêmica da Psicologia, tem como observação importante apresentado durante este artigo a família e suas mudanças, nas estruturas e fatores sociais e econômicos e a pretensão em investigar sobre os novos tipos de famílias, suas dinâmicas e a utilização das perguntas circulares como técnica terapêutica. Colocaram importantes tópicos; família: sistema e definições, a terapia familiar através das perguntas circulares, vinhetas clínicas, com isso a informações foram elaboradas de acordo com cada tópico, tendo em destaque a fala da Brenda Karelly Silva de Sousa, também houveram perguntas e comentários no final da apresentação do artigo.

A terceira apresentação da sessão técnica 1 foi o artigo com o título “Programação Neurolinguística: O uso no desenvolvimento cognitivo e emocional do ser” sendo a representante a acadêmica Amanda Mariana Silva de Sousa Furtado, este artigo tem como ênfase a abordagem comportamental neurolinguística em que está relacionada a Psicologia, fala sobre os padrões internos e externos em nós, ou seja, as crenças estabelecidas no ser. Colocado importantes tópicos; crenças, crenças limitantes, crenças limitantes x crenças fortalecedoras, neuroplasticidade, programação neurolinguística, PNL na prática, com isso a informações foram elaboradas de acordo com cada tópico, tendo em destaque a fala da Amanda Mariana Silva de Sousa Furtado, também houveram perguntas e comentários no final da apresentação do artigo.

A quarta e última apresentação da sessão técnica 1 foi o artigo com o título “Um Olhar Sistêmico da Violência Implícita sob Alguns Aspectos dos Conflitos Familiares” sendo a representante a acadêmica Maianna Deyse Sobrinho Macedo, este artigo tem como ênfase a abordagem sistêmica da Psicologia, o artigo indica a importância de abordar a questão da violência intrafamiliar e suas especificidades psicológicas e tentar discutir o reflexo dos sintomas que interferem as famílias, houve explicações sobre todo conteúdo do artigo, tendo em destaque a fala da Maianna Deyse Sobrinho Macedo, também houve perguntas e comentários. No final de todas as apresentações teve os agradecimentos da Profª Cristina D´Onellas Filipakis, que parabenizou a todos.

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Dificuldades existenciais no contexto pandêmico

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Os pesos ocultos da quarentena estão por vezes presos nas realidades de sofrimento, não divulgadas, não levadas em consideração, não fomentadas a partir do incentivo da fala de quem tem sofrido, independente dos pesos ou medidas que esse sentimento tem, em cada subjetividade. Os impactos visíveis ou invisíveis, nossas relações interpessoais, íntimas, estão em constante mudança, e este momento totalmente desafiador, nos joga na posição de necessidade da capacidade da resolução de problemas, ou, a paralisia das nossas faculdades antes normalmente executadas.

A relação cotidiana mudou, e por consequência nossos aspectos relacionais também experimentam neste fenômeno, necessidade de atualização, sendo este termo, longe de ser interpretado como juízo de valor (bom ou ruim), mas é a forma com que o sujeito se insere, ou se expressa, em um movimento orgânico e dinâmico, mas não unilateral, pois se diversifica a partir de uma estrutura psíquica individual e também coletiva, na busca dificultosa da homeostase.

encurtador.com.br/pqvVX

Posso talvez afirmar que cada um se insere da maneira que cabe, em suas possibilidades e angústias, alguns, o medo do incerto, da possibilidade da incapacidade de retornar a uma realidade antes vivenciada; outros, na precisão de estar sempre, e em constante produção; se Freud estivesse aqui diria que este é nosso sintoma? Seria nossa resistência para não ter contato com o desprazer? Estaríamos tomados pela estrutura egóica? Sabe-se lá se Skinner em um momento como esse, talvez fizesse paralelo sobre estes comportamentos, e diria que é fuga e esquiva, em uma tentativa de reduzir ou eliminar os estímulos aversivos.

Eu mesma, estou tentando pôr panos frios em meus sofrimentos, mas seria muito tolo da minha parte dizer que não estou constantemente lidando com o sofrer, e com a vida que me pressiona a uma glorificação de processos criativos para o sofrimento, as produções, afinal, estamos todos confinados, qual seria então minha desculpa? Nós avançamos no tempo, mas as questões não biológicas, estão constantemente sendo negligenciadas no processo de adoecimento, o que me faz pensar que não avançamos tanto assim.

encurtador.com.br/grDMS

Talvez o leitor esperasse que eu me embasasse em apenas uma teoria, enquanto eu misturava sistêmica, psicanálise, análise do comportamento, e agora, Gestalt e psicologia profunda; quem sabe eu só não esteja buscando incessantemente a quintessência, a pedra filosofal, a individuação, e uma possiblidade de me tornar um sujeito autêntico? Me disponho a deixar parte de mim aqui, e ser… não é sobre pontos finais, ao menos para mim, na maior parte do tempo é sobre interrogações, buscando estar aqui e agora, mas tendo também de resgatar lembranças no fundo do inconsciente, que vez ou outra sussurram ou gritam ao meu ouvido, pedindo atenção, para que eu volte novamente a dar atenção aos meus processos.

Eu enquanto acadêmica me sinto confusa diante de tantas formas de ver o mundo, e enfrentando eu mesma, ao mesmo tempo, para entender quem sou eu no mundo, e o que farei com estes sofrimentos latentes ou abafados pelas implicações sociais. Bem, o contexto não tem sido favorável, na verdade, não sei se algum dia foi, mas me força a crescer. Tive que lidar com o medo da perda de pessoas extremamente próximas, tive de ver o sofrimento de quem passa por uma doença nova, de grande enfermo, observar sobre meus olhos alguém que teve experiência de muito tormento, o que me fez recordar de Jung, e as experiências de “quase morte”, as imagens arquetípicas do self se manifestando.

encurtador.com.br/deIYZ

Mais que nunca, estamos sofrendo, e precisamos dizer, para que não seja tão solitário este sentir. Se eu refletisse nas fases do luto de Elizabeth Kubler-Ross, não conseguiria dizer com precisão em qual fase estou, mas felizmente não é necessária tal linearidade. De raiva a depressão, e talvez eu tenha conseguido chegar em parte, na gloriosa, mas não estável, aceitação… afinal, já entendo que preciso sofrer, e dar voz ao que não consigo dizer. E eu sinto muito por tudo que eu jamais diria neste relato, de tão vasto, vívido, e por ser tão confuso, nem sei como diria. Que sorte a minha seria ser analisanda… por mais doloroso que seja, é difícil fugir do que também sou eu, está comigo, mesmo que eu negue.

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Casamento: perspectivas sistêmica e psicodinâmica

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No casamento, estão implícitos muitos desafios: as projeções feitas com o companheiro anteriormente ao matrimônio, a bagagem das experiências familiares, o comportamento, os princípios/valores familiares, as frustrações mal resolvidas, os conflitos na infância e tantas outras vivências. Tudo isso, entre outras causas, não raras vezes, podem repercutir na vida a dois, levando ao estresse e sofrimento psicológico-emocional, e, consequentemente, podendo contribuir no desgaste e até mesmo ao rompimento do enlace marital (QUISSINI; COELHO, 2014).

O livro “A escolha do cônjuge: um entendimento sistêmico e psicodinâmico” traz dois olhares acerca do ritual do casamento, sendo a visão sistêmica e a visão psicanalítica. Segundo Iara (2000), muito observa-se na prática clínica que não há parceria que se forme sem uma intenção individual, sendo, principalmente o casamento, o fechamento de um círculo já iniciado desde sua concepção, em sua família e em sua sociedade.

http://zip.net/bltHH0

 

No sentido psicanalítico, há um paradoxo no que tange às escolhas do ser humano, pois mostra que ele não tem o poder de decisão que imagina ter, mas também não pode inocentar-se perante seus insucessos (IARA, 2000). Ou seja, em se tratando de casamento, percebe-se aspectos inconscientes que delineiam a escolha do cônjuge, mas ao mesmo tempo, percebe-se a responsabilidade de cada envolvido na relação respeitar o outro e não querer moldá-lo ao seu gosto.

Com isso, a sistêmica diz que a medida que alguém passa a conhecer-se melhor, tomar decisões, ter mais tolerância as frustrações e se comunicar de forma mais clara com o outro, os conflitos interpessoais se reduzem e são resolvidos mais rápido e facilmente. Isso por quê se um muda, o outro não consegue permanecer o mesmo (IARA, 2000).

http://zip.net/bgtJcd

Os valores familiares constituídos por padrões comportamentais, crenças, princípios, ritos e costumes são levados de geração em geração. O nosso psiquismo registra as raízes familiares, transmitidas por meio dos comportamentos, que permeiam as relações no presente e as delineiam para o futuro. Ao deparar-se com as divergências culturais familiares um do outro a relação se estabelece e se concretiza (GROISMAN, 2006).

Nesse sentido, a abordagem sistêmica e psicanalítica, respectivamente, referida por Féres-Carneiro (2005); Magalhães e Féres-Carneiro (2007); Zorning (2010) classificam a família como possuidora de poder geracional, construindo em todos os seus membros transmissões psíquicas que são compartilhadas de maneira ampliada no seu sistema, de modo a constituir hierarquias e as demais relações sociais dentro desse funcionamento circular.

http://zip.net/bftH7C

 

REFERÊNCIAS:

ANTON, Iara L. Camaratta. A escolha do cônjuge: um entendimento sistêmico e psicodinâmico. 1ª reimp. Artmed, Porto Alegre, 2000.

QUISSINI, Cintia; COELHO, Leda R. Maurina. A influência das famílias de origem nas relações conjugais. Pepsic, Pensando fam. vol.18 no.2 Porto Alegre dez. 2014. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2014000200004. Acesso em: 03 set. 2016.

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