Avaliação psicológica para porte de arma de fogo

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O 3º Simpósio de Avalição Psicológica Tocantinense que ocorreu no dia 25/05/22, no Centro universitário Luterano de Palmas, abordou diversos temas relevantes para o mundo acadêmico e profissional, dentre eles está A avalição psicológica para porte de arma de fogo.

Atualmente no Brasil, o cidadão comum tem o direito de possuir armas de fogo. A posse de armas é o registro e autorização para comprar e ter armas de fogo e munição em casa ou local de trabalho, desde que o dono do objeto seja o responsável legal pelo estabelecimento, o que NÃO autoriza o cidadão a portar/andar com a arma. Para conseguir a arma, é necessário cumprir com alguns requisitos, como ter idade mínima de 25 anos, uma ocupação lícita (trabalho) e residência fixa.

Já o porte de armas é a autorização para que o sujeito ande armado fora de sua casa ou local de trabalho. Na lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o porte foi permitido aos agentes de segurança pública, membros das Forças Armadas, policiais e agentes de segurança privada. Em 2019, o Presidente Jair Bolsonaro flexibilizou o uso de armas de fogo através do decreto Nº 9.785, que incluiu ao grupo de pessoas autorizadas os indivíduos: Colecionador ou caçador com Certificado de Registro de Arma de Fogo expedido pelo Comando do Exército; advogados, Oficiais de Justiça; Jornalistas que atuem na cobertura policial; Agentes de Trânsito; Políticos durante o tempo de mandato; Moradores de áreas rurais; Motoristas de empresas e autônomos (transporte de cargas); Conselheiros tutelar; Funcionários de empresas privadas de segurança e de transportes de valores; Dono de escola de tiro, de estabelecimento que venda armas e munições e Agentes públicos da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), da administração penitenciária e de medidas socioeducativas.

Fonte: encurtador.com.br/lABEL

Mesmo com as exigências flexibilizadas nos últimos anos, a aquisição de uma arma de fogo no Brasil continua a exigir um conjunto rigoroso de etapas e, entre estes, está a necessidade da realização de uma Avaliação psicológica para a conquista da “aptidão psicológica, que deverá ser atestada por psicólogo credenciado pela Polícia Federal”.

Esta aptidão psicológica é avaliada a partir de um laudo, que é emitido por um psicólogo que ateste que tal pessoa submeteu-se a uma Avaliação Psicológica. E este Laudo, por sua vez, considerará se aquele indivíduo, no momento daquela avaliação, estaria apto ou inapto para o manuseio de uma arma de fogo.

Segundo o Conselho Federal de Psicologia, A Avaliação Psicológica é um processo técnico e científico realizado com pessoas ou grupos de pessoas que, de acordo com cada área do conhecimento, requer metodologias específicas. Ela é dinâmica, e se constitui em fonte de informações de caráter explicativo sobre os fenômenos psicológicos, com a finalidade de subsidiar os trabalhos nos diferentes campos de atuação do psicólogo, dentre eles, saúde, educação, trabalho e outros setores em que ela se fizer necessária. Trata-se de um estudo que requer um planejamento prévio e cuidadoso, de acordo com a demanda e os fins aos quais a avaliação se destina.

Segundo a Resolução CFP nº 07/2003, “os resultados das avaliações devem considerar e analisar os condicionantes históricos e sociais e seus efeitos no psiquismo, com a finalidade de servirem como instrumentos para atuar não somente sobre o indivíduo, mas na modificação desses condicionantes que operam desde a formulação da demanda até a conclusão do processo de avaliação psicológica”.

Fonte: encurtador.com.br/alrzD

Desse modo, a avaliação psicológica demonstra-se extremamente necessária e importante nesse contexto, pois é através dela que diversos indicadores necessários para o manuseio de uma arma de fogo são analisados e observados no sujeito. Além de funções cognitivas como atenção, concentração e memória, é importante frisar que alguém que irá manusear uma arma de fogo deverá apresentar a capacidade e a salubridade psicológica para exibir: maturidade emocional; habilidade de empatia; bom raciocínio lógico e habilidade de senso crítico na tomada de decisões; flexibilidade e adaptação; capacidade preservada de autocrítica e autoimagem; capacidade preservada de tolerância à frustração; equilíbrio e estabilidade emocional; forte tolerância ao estresse, entre outros.

Quanto a regulamentarização técnica e ética dos profissionais, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicou em 26 de Janeiro, a Resolução CFP Nº 01/2022, criada para regulamentar procedimentos a serem adotados por psicólogos (as) na avaliação para a concessão de registro e porte de arma de fogo.

O texto da Resolução destaca que os profissionais devem fundamentar essa avaliação em preceitos éticos e técnicos, previstos em normativas do CFP quanto a avaliações psicológicas, bem como no respeito à dignidade e os direitos da pessoa humana estabelecidos na Constituição Federal.

A norma elenca requisitos para que o(a) profissional da Psicologia esteja habilitado a realizar avaliação para o registro e porte de arma de fogo. Entre as exigências está a inscrição ativa no Conselho Regional de Psicologia, o credenciamento à Polícia Federal ou outros órgãos competentes para este fim, assim como conhecer e cumprir as regras legais e normativas expedidas pelos órgãos competentes no campo do registro e porte de arma.

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA BRASIL. Resolução detalha avaliação psicológica para porte de arma. Disponível em: agenciabrasil.ebc.com.br. Acesso em: 30 mai. 2022.

CENTRAL DE AVALIAÇÃO MÉDICA E PSICOLÓGICA DO TRÂNSITO. Avaliação Psicológica para Porte de Armas. Disponível em: exametoxicologicogoias.com.br. Acesso em: 30 mai. 2022.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Avaliação Psicológica. Disponível em: https://site.cfp.org.br. Acesso em: 30 mai. 2022.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Avaliação Psicológica: CFP publica resolução sobre registro e porte de armas. Disponível em: https://site.cfp.org.br/. Acesso em: 30 mai. 2022.

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You – Quando a perversão é confundida com amor.

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É uma série de televisão americana de suspense psicológico, a primeira temporada é baseada no livro homônimo de 2014 escrito por Caroline Kepnes. Que descreve a história de Joe Goldberg (Penn Badgley) que é um gerente de livraria de Nova York, que se apaixona por uma cliente chamada Guinevere Beck (Elizabeth Lail).

Desde o inicio a série é narrada por Joe, o que dá a possibilidade das pessoas que assistem entenderem sua mente. Desde o momento que Beck entra na livraria em que Joe trabalha, o mesmo começa a descrevê-la. Ele gosta da forma como a observa e como busca maneiras de entender seus passos dentro da livraria, mesmo não a conhecendo. Joe antes mesmo de conhecê-la por um encontro ou algo típico de um início de relacionamento, o mesmo à procura nas redes sociais, busca o máximo de informações possíveis, obtendo assim, a sorte de encontrar o endereço de Beck. Joe passa a observá-la por vários dias, chegando a entrar na casa de Beck enquanto ela não estava e furta uma calcinha. Ele a observava até mesmo se relacionando com outros homens. Um desses homens é o Ben, no qual Beck demonstra interesse.

A verdadeira personalidade de Joe começa quando ele sequestra Ben e o deixa por vários dias no porão da livraria, sendo que depois o mata e queima o corpo em um bosque, tudo isso para que Ben ficasse fora de seus planos.  E os abusos de forma secreta continuam, Joe tem a sorte de furtar o celular de Beck sem que ela perceba, passando assim a ter acesso a todas as conversas dela.

Fonte: encurtador.com.br/lBLPU

Depois de alguns encontros, o casal começa a ter um relacionamento mais sério. O problema agora é com as amigas, Joe sempre afirma em suas narrações que as amigas não demonstravam nenhum companheirismo para com Beck, e a rivalidade maior era com Peach, a amiga mais próxima. Uma  grande hipocrisia na fala de Joe é quando ele afirma que Peach era perversa, porque sempre queria Beck por perto, guardava várias fotos da mesma, manipulava e a desejava. Peach também acaba sendo morta por Joe. O mesmo afirma que foi o  melhor para Beck.  O fim desta primeira temporada termina com Beck descobrindo a obsessão de Joe, ela encontra todos os objetos que ele furtou, mas, também encontra objetos da ex-namorada que também foi morta. Beck tenta fugir, mas acaba sendo assassinada por Joe.

Percebe-se que Joe tem um interminável desejo de satisfazer e proteger Beck, “Tudo para o Outro”. Esse é o objetivo dele. Joe até chegou a fazer terapia, mas no intuito de saber se Beck estava lhe traindo com esse psicólogo que ela fazia terapia. Fink, 2008 afirma que “A maioria dos clínicos não recebe muitos pacientes que possam ser classificados com exatidão como perversos, falando em termos psicanalíticos.” Joe jamais se acharia uma pessoa má, para ir à terapia, tudo que ele fazia era por amor a Beck.  Para a psicanálise a perversão é entendida como pessoas estruturalmente perversas, que não se relacionam com o outro como uma pessoa inteira. O perverso toma o outro como um objeto. A finalidade do perverso é sempre sua satisfação sem considerar o outro. Pode se dizer que o perverso não tortura necessariamente sua vítima de forma física, mas pode subjugar sua visão de mundo. O que de fato acontecia com Joe e Beck, ele não aceitava o mundo de Beck, em suas narrações afirmava que a vida dela seria diferente ao lado dele. De forma inconsciente, Joe não pensava em Beck, mas sim no desejo de tê-la somente para ele.

“É comum os perversos terem bastante certeza” (Fink 2008). Joe tinha certeza de que tudo que estava fazendo daria certo, ele transmite isso o tempo todo. Um homem confiante, onde tudo que fazia tinha um propósito, e esse propósito era de salva Beck de sua vida rodeadas de pessoas que não queriam o bem dela, pois apenas ele poderia dar o melhor para ela, exemplo de um relacionamento abusivo. Dessa forma, a psicanálise explica que “na perversão, o desejo parece como vontade de gozo, e o ato é praticado geralmente como vitorioso, isento de culpa. O perverso sabe o que quer.” (Ferreira, 2011)

Fonte: encurtador.com.br/eiyX7

Joe em sua grande perversão, não enxerga que está errado, sempre afirma que tudo isso era por amor, que ele a amou, mas não foi reciproco. O que ele faz nunca é sua culpa, faz porque tem um porque e a culpa é de Beck por ter pessoas ruins à sua volta. Dessa forma, a psicanálise explica que “na perversão, o desejo parece como vontade de gozo, e o ato é praticado geralmente como vitorioso, isento de culpa. O perverso sabe o que quer.” (Ferreira, 2011).  Pode se concluir que Joe é um exemplo clássico de psicopata, um perverso que não sente culpa ao mentir e principalmente ao matar.

REFERÊNCIAS

Fink, Bruce. Introdução clínica à psicanálise lacaniana. 1° edição. Zahar. 2008.

FERREIRA, Breno de Oliveira; MENESES, Hélem Soares de. Perversão à Luz da PsicanálisePsicologado[S.l.]. (2011). Disponível em: https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/perversao-a-luz-da-psicanalise.  Acesso em 29 de maio de 2020.

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A rápida decomposição da rosa: relacionamentos abusivos

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Os relacionamentos atuais (inclusive o meu) estão, em grande escala, baseados na posse e este sentimento de posse, pode ser o motivo da ´´morte“ de muitos relacionamentos. Este trabalho tem como ideia principal, fazer uma analogia da rápida decomposição da rosa comparando com os relacionamentos possessivos. Minha inspiração foi um rico ensinamento de  Osho: Se você ama uma flor, não a colha. Por que se você colhê-la, ela morre e deixa de ser o que você ama. Então se você ama a flor, deixe-a estar. O amor não está na posse. O amor está na apreciação.

Fotografei a rosa por 14 dias, aos quais vou relatar adiante.

Analogia: Eu sou a sádica (dominadora/sedutora) e a rosa a masoquista (dominada/seduzida)

1° Dia

Cheguei a floricultura e vi uma encantadora rosa, era linda e cheirosa, me apaixonei e a tomei para mim. Ao chegar em casa, a primeira coisa que fiz foi colocá-la em uma garrafa com água fresca. Foi fotografada pela 1ª vez as 17 horas. A textura da pétala era macia e aveludada, extraia de mim o deseja de abraçá-la e cheirá-la por horas, pois seu cheiro era fresquinho e delicioso. Sua cor me encantava os olhos, era um vermelho vivo e vibrante. Sua estrutura era ereta, estava lá confiante de “cabeça erguida“. Havia também 2 (duas) folhas verdinhas e apesar de ser uma rosa aberta, seu botão estava estreito e justinho, acompanhado por um talo longo e verde.

2° Dia

A textura da pétala continuava macia e aveludada, com cor viva e vibrante. Ah, seu cheiro continuava fresco e gostoso. Aquele cheiro me satisfazia, continuava com o desejo de passar o dia a cheirando. Continuava lá, firme e ereta, com 2 folhas verdes e um talo longo e verdinho. Apesar de seu botão ter aberto um pouco, mesmo assim fui gentil e troquei sua água. A levei para dois cômodos da casa.

3° Dia

Continuava macia e aveludada, me agrava o toque. Seu vermelho continuava vivo e vibrante. O cheiro fresquinho e gostoso. Estava em posição ereta. Continha ainda suas 2 (duas) folhas e um talo verdinho. Me agradava muito, como recompensa lhe troquei a água. Deixei-a na varanda tomando ar fresco.

4° Dia

Apesar das pontas das pétalas estarem um pouco secas, o botão um pouco mais aberto e o cheiro não tão fresco, ela continuava me agradando, pois suas pétalas estavam macias e aveludadas, sua cor era um vermelho vivo e vibrante e seu aroma ainda estava gostoso. Sem falar que continuava com 2 (duas) folhas, ereta e com talo verdinho. Transitei com ela por 3 (três) cômodos da casa.

5° Dia

Acordei irritada com ela, pois sua textura não era mais tão macia como antes. Sem falar que sua cor estava saindo do vermelho e indo para o vinho. Seu cheiro não estava tão agradável, começou a feder. Sua estrutura tendia para o lado, não estava mais ereta como antes. Suas duas folhas estavam com uma aparência seca, com textura dura e de cor verde amarelado, no entanto seu talo continuava verde. Diante de tanta decepção a insultei e ameacei, pois ela não estava me agradando como antes. Não lhe troquei a água, pois não merecia.

6° Dia

Ao olhar pra ela, fiquei extremamente irritada. As pétalas estavam com as pontas secas e duras, o inicio das pétalas estavam vermelhas, mas suas pontas tendiam para a cor preta. Seu cheiro fedia a morte, sua estrutura ao invés de tender para o lado, agora tende para baixo. 1 (uma) folha já caiu, permanecendo apenas 1 (uma), e ainda por cima pendurada por um talo seco. O talo da rosa estava com 2 cores, verde na ponta e próximo ao botão estava amarelado. O botão estava bem aberto. Mesmo diante desta decepção fui muito gentil ao trocar sua água. No entanto ela precisava de uma lição para aprende a me respeitar. Eu a puni, deixei 24h dentro de um quarto fechado e escuro, na qual ela ficou próxima a parede que batia sol.

7° Dia

A ingrata estava morta. Mesmo depois de tudo que fiz por ela, não fiquei triste, fiquei com ódio. Sua textura estava seca, indo para o duro. Sua cor estava mesclada entre roxo, amarelo e preto. Ela simplesmente fedia a morte. Sua estrutura estava virada para baixo. Já sem folhas, o talo saía do verde, indo para o preto e sua espessura perto do botão estava cada vez mais fina. Para recompensar sua morte, a deixei no ar-condicionado.

8° Dia

A textura estava seca e dura. A cor amarelo queimado mesclado com vinho e preto. O cheiro era de folha seca. Sua estrutura estava totalmente para baixo. O talo se encontrava preto e fino, mas a parte que estava coberta por água estava hidratada e se encontrava com cor verde escuro. Como forma de demonstração de me afeto por ela, eu quis agradá-la, troquei sua água, molhei suas pétalas e a levei para tomar ar fresco na varanda.

9° Dia

A rosa estava como no dia anterior, textura seca e dura, com amarelo queimado mesclado entre vinho e preto. Cheiro de folha seca. Inclinada para baixo, cada vez mais seca e preta, apenas o meio do talo permanecia verde escuro. Eu a insultei, como pode tanta ingratidão?! Mesmo assim ainda a levei para tomar ar fresco na varanda.

10° Dia

A rosa estava igual a dia anterior. Meus insultos não adiantavam. Parece que ela se acostumou. Adaptou-se rápido. Ela precisa de mim, eu via isso. Novamente eu a insultei.

11° Dia

A única mudança mais visível foi em relação ao talo, a cor do meio, que estava verde escuro, agora estava passando para a cor preta. Eu não lhe dei muita atenção, fiquei distante.

12º Dia

Continuava como no dia anterior e cada vez mais estava dependente de mim. Eu a insultei.

13° Dia

Enfim seu talo ficou totalmente preto. Coitada, totalmente dependente dos meus generosos cuidados.

14° Dia

Continuava como no dia anterior. Tirei-lhe da água. Eu tinha total domínio sobre ela.

Relacionamento Abusivo

Em entrevista ao Repórter Unesp, a psicóloga Raquel Silva Barreto, declarou que uma “Relação abusiva é aquela onde predomina o excesso de poder sobre o outro. É o desejo de controlar o parceiro, de tê-lo para si. Esse comportamento, geralmente, inicia de modo sutil e aos poucos ultrapassa os limites causando sofrimento e mal-estar. ” E no meu relato com a rosa esta relação é bem nítida. Eu vi a rosa extremamente linda e a tomei para mim, comecei a controla-la de modo sutil, onde eu punia e reforçava aos poucos, lhe causei sofrimento e morte (do eu), até ter domínio total sobre ela.

Eu me encontrei na posição de Dominador-sedutor pois eu detinha poder/posse sobre a rosa, e meu objetivo era ser a coisa mais importante para ela. Como eu a tirei de seu lugar de origem, ela dependia de mim para ser molhado, tomar ar fresco etc. No momento em que ela não me agradava, eu a punia, mas ao mesmo tempo eu a compensava, o que fez com que ela ficasse fortemente ligada e dependente. Para isso, muitas vezes a inferiorizei, até que ela ficou totalmente curvada, sem vida e dominada, vendo em mim as qualidades que ela não possuía.

Experiência pessoal

Fazer este trabalho foi muito significativo, pois já vivi um relacionamento em que sempre tive um sentimento muito grande de posse. Quando eu comprei a rosa ela estava maravilhosa. Fiquei encantada, e com o passar dos dias, a ver morrendo me deixou bem triste. Quando eu a puni do 6° dia, não esperava que ela estaria morta no 7° dia, mas ela estava morta e quando a vi chorei muito. Fiquei totalmente desolada e angustiada. Refleti muito sobre o relacionamento que tive e percebi o quanto eu fiz mal ao meu namorado em todas as vezes que eu o privei de ser ele mesmo, tentado transforma-lo em alguém com qualidade e características que somente eu gostaria que ele tivesse.

Depois de punir a rosa, a deixei no quarto com o ar-condicionado ligado, a molhei, troquei sua água, a levei para diferentes cômodos da casa, mas nada adiantou, nada lhe trouxe a vida de volta. Tive domínio e superioridade diante da rosa, no entanto a rosa não era mais a mesma, estava sem vida e sem personalidade própria.

Este trabalho me ajudou e enxergar a beleza e riqueza das diferenças dentro de um relacionamento. Hoje não penso em ter um namorado que viva apenas por e para mim, mas o quero para o mundo, e que a escolha seja dele de estar e permanecer comigo. Fazer o contrário, do que fiz com a rosa, em meus relacionamentos, fez com que eu potencializasse as qualidades dos parceiros que tive e que tenho. Diante disto, a reciprocidade, o amor e o respeito se tonou evidente em minhas relações, sendo saudáveis e gostosas de se permanecer.

Referências:

Repórter Unesp. Psicóloga explica relacionamentos abusivos: o que é e como lidar com essa situação. Acessado em<

http://reporterunesp.jor.br/2015/08/20/psicologa-explica-relacionamentos-abusivos-o-que-e-e-como-lidar-com-essa-situacao/ > no dia 22/03/08/19

ZIMERMAN, David. Manual de Técnica Psicanalítica. Editora: Artmed,  2003

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Sou incrível demais para me perder em você

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Você quis tantas pernas e tantas bocas…
Eu não queria ninguém que não fosse você!
Agora eu quero sorrisos que envolvam e mãos passageiras.
Você vem me dizer que não quer mais ninguém a não ser eu.
Querido(a), você pode querer e ter quem você quiser!
Eu não quero e nem tenho posse sobre você!
Então você quer ter posse sobre mim?
Meu corpo tocado por outra pessoa te apavora?
Quando era você que entrelaçava os corpos e desejava tantas bocas.
Não tinha problema quando eu não sabia.
Porque juramos que seria eu e você.
Enquanto eu era só sua, você se permitia a viver uma grande aventura.
Eu não estava lá!
Era você e sua vaidade profana ou seria egoísmo?
Quando leviano foi, nossa jura chegou ao fim!
Te perdoo pelos seus deslizes.
Não tem problema você ser assim.
Desde que não fosse um segredo.
Permito a mim ser fiel às vontades que antes eu não tinha.
Ser minha e tão minha.
E ser de quem eu quiser.
Não há posse no amor não é verdade?
Me ame livre ou me deixe.
Só não me peça algo que você não pode fazer!
Eu sou incrível demais para me perder em você!

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