Desafios de ser Universitário em meio a Pandemia

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No início do ano, janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou emergência de saúde pública em razão ao surto ocasionado pelo novo coronavírus, que deu origem a Covid-19 e ainda advertiu quanto ao grande aumento de contaminação pelo vírus em vários países do mundo e assim em 11 de março de 2020, disse se tratar de uma grave pandemia.  No mesmo mês a maioria dos países já estava com pessoas contaminadas pela doença com vários números de mortes (OLIVEIRA, et. al 2020). No Brasil, em consonância com a OMS, o Ministério da Saúde, expediu a Portaria nº 188, de 03 de fevereiro de 2020, na qual declarou a emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, também em decorrência da infecção Humana, pelo novo Coronavírus (BRASIL, 2020).

A Covid-19, de acordo com Santos (2020), é uma patologia resultante de um vírus da família do Coronavírus.  Os primeiros casos da doença ocorreram na cidade de Whuran, na China, sendo que posteriormente a Covid-19 espalhou-se por vários lugares do planeta, sendo classificada assim pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como uma pandemia, devido o alto nível de alcance dela.

Segundo a Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ (2020), por mais que a pandemia ainda estivesse em fase de estudos, já era do conhecimento que o contágio ocorria pelo vírus resultante do contato com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse e catarro.  Assim, as pessoas não deveriam procurar ter contato com outras pessoas, através de toque ou aperto de mão e ainda com materiais que poderiam estar contaminados, seguido ainda de contato com a boca, nariz ou os olhos.

Fonte: Imagem no Pixabay

Apreensivas com o atual quadro de saúde da população, decorrente da pandemia, as Instituições de ensino Superior (IES) dos mais variados países e estados brasileiros   seguindo orientação da OMS e consequentemente após medidas tomadas pelos seus respectivos governos, pararam suas tarefas acadêmicas de forma presencial. Isso em razão da possibilidade de transmissão do vírus decorrentes da aglomeração, tendo como consequência o distanciamento social de toda comunidade acadêmica da unidade escolar.  (OLIVEIRA, et. al 2020).

No Brasil, devido a situação de caos instalada pela Covid-19, o Ministério da Educação em busca de uma alternativa, autorizou a utilização de meios de tecnologias de informação e comunicação em substituição as disciplinas presenciais. Com isso, os alunos se depararam com uma nova realidade em que além dos desafios já existentes, por estarem fazendo um curso superior, tiveram que se adequarem a um novo ambiente para aprendizagem, bem como se prepararem com estrutura tecnológica para tal fim, pois muitas instituições, principalmente as privadas se adequaram a modalidade remota.

Além disso, essa modalidade apresentou novos desafios, dentre eles de acordo com Cavalcante et al. (2020), os contrastes sociais no Brasil, tendo em vista que muitos discentes e docentes não dispunham de condições para possuírem uma estrutura adequada para atuarem na EAD em suas residências;  questões voltadas para gênero (no caso de mulheres, devido a    necessidade de cuidar dos filhos e familiares); falta de estrutura domiciliar para as atividades educacionais; necessidade de complementar renda (devido o afastamento das atividades sem vínculos); peculiaridades cognitivas e de aprendizado dos alunos.

Fonte: Imagem no Freepik

Percebe-se que a pandemia trouxe ainda aos universitários alterações no estado emocional, psíquico, associados a vários outros fatores.  De Acordo com Martins et al. (2020), em março foi realizada uma pesquisa numa universidade privada e filantrópica localizada no município de Fortaleza, tendo como objetivos identificar a prevalência do sentimento de angústia autorreferido e seus fatores relacionados, bem como a adesão ao isolamento social de universitários da área da saúde durante a pandemia da COVID-19, sendo os alunos com maior proporção da faixa etária entre 19 e 29 anos. Os participantes eram alunos dos cursos de Educação Física, Psicologia e Estética e Cosmética.

 Dos dados levantados do total de 541 universitários que participaram da pesquisa, 59,3% disseram   ter conhecimento suficiente sobre a doença; 93,9 tinham envolvimento com as notícias; 90,4% eram favoráveis ao isolamento social e 93,5 aderiram ao isolamento social como combate a Covid-19. Os impactos na formação educacional 75,7 %; em relação a questões financeiras 97,4 % e emocional 88,5 %. Quanto as rotinas de estudos virtuais 71,5% e de atividades físicas em casa como estratégias para enfrentar o isolamento social foi de   52,8%. Quanto aos sentimentos 89,5% disseram estar angustiados e 91,7 % preocupados com a pandemia em relação ao mundo 91,3% e em relação ao próprio estado 91,3.   Ainda sobre a pesquisa verificou-se que o sentimento de angústia era associado ao envolvimento com as notícias, a preocupação com o mundo e com o Estado do Ceará. (MARTINS et al. 2020, p. 5)

De uma forma geral, a crise resultante da pandemia trouxe grandes impactos em vários setores da sociedade e com o meio universitário isso não foi diferente.  O isolamento social exigido como uma das medidas preventivas, e todas as outras questões que envolveram a pandemia, como por exemplo notícias trágicas   disseminadas pelos meios de comunicação, provocaram medo, ansiedade e estresse na população em geral e para os docentes e discentes, isso não foi diferente.  Além de tudo isso, os universitários ainda tiveram os desafios da nova modalidade online, para aqueles que continuaram suas atividades e a falta dela para aqueles que não foi possível dar continuidade nos estudos.  Toda essa problemática trouxe consequências para o ensino aprendizagem, além de várias situações de sofrimento psíquico e emocional para os estudantes universitários.

Fonte: Imagem no Freepik

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria n. 188, de 03 de fevereiro de 2020. Declara Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) em decorrência da Infecção Humana pelo Novo Coronavírus (2019-nCoV). Diário Oficial da União, ed. 24-A, seção 1, Brasília, DF, p. 1, 04 fev. 2020. Disponível em: <https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-188-de-3-de-fevereiro-de-2020-241408388>. Acesso em:  05 dez 2021.

CAVALCANTE, et. Al. Educação superior em saúde: a educação a distância em meio à crise do novo coronavírus no Brasil. Revista UNAL, 2020. Disponível em: <https://revistas.unal.edu.co/index.php/avenferm/article/view/86229/75046>. Acesso em: 05 dez 2021.

FIOCRUZ. Covid-19- Perguntas e respostas. FIOCRUZ, 2020. Disponível em: <ttps://portal.fiocruz.br/pergunta/o-que-e-o-novo-coronavirus>. Acesso em: 05 dez 2021.

MARTINS et al. Sentimento de angústia e isolamento social de universitários da área da saúde durante a pandemia da COVID-19. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, Periódicos UNIFOR, 2020.  Disponível em: <https://periodicos.unifor.br/RBPS/article/view/11444/pdf>.Acesso em:  05 dez 2021.

OLIVEIRA, et. al. Estratégias para retomada do ensino superior em saúde frente a COVID-19, Revista Enfermagem Atual, 2020. Disponível em: <http://revistaenfermagematual.com.br/index.php/revista/article/view/803>. Acesso em: 05 dez 2021.

SANTOS, V. S. Coronavírus (COVID-19). Brasil Escola, 2020.  Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/doencas/coronavirus-covid-19.htm>. Acesso em: 05 dez 2021.

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Caos 2021: Efeitos psicossociais da Pandemia na Vida Escolar

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Com o tema: A Psicologia e Atuação Psicossocial em Situações de Emergência, o Centro Luterano de Palmas – CELP/ULBRA, promoverá entre os dias 03 à 06 de Novembro, o Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – CAOS. Sendo esse, um evento aguardado anualmente entre os acadêmicos de Psicologia e os interessados pelas temáticas.

No dia 04, das 19:h às 22h por meio de uma sala virtual pelo Google Meet, que terá como ministrante a Pedagoga, Neuropsicopedagoga e Mestre em Ciências da Educação, Monique Wermuth Figueiras, que irá explanar em um dos Minicursos ofertados o tema: “Efeitos psicossociais da Pandemia na Vida Escolar”.

Fonte: encurtador.com.br/ezP27

Com a advento da COVID- 19, veio também os portões fechados das escolas, o distanciamento das salas de aulas e também a convivência e os saberes passados nesse ambiente social e de aprendizagem.

 Será abordado no minicurso as consequências que a pandemia trouxe no âmbito escolar, o que causou na vida dos estudantes no processo de aprendizagem e na sua vida social, e o que podemos tirar de proveito com o retorno as salas de aulas presenciais.            

Abordar essa temática com mais profundidade se faz necessário, sendo temática de grande relevância para os estudos abordados no CAOS.

Para garantir a sua participação no CAOS 2021, basta cadastrar-se pelo site http://ulbra-to.br/caos/, sendo um congresso gratuito e que ocorrerá de forma online. Venha participar conosco!

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Caos 2021: Gerenciamento de crises de ansiedade no contexto pandêmico

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No dia 04 de novembro de 2021, das 19h às 21h, ocorrerá o minicurso: Gerenciamento de crises de ansiedade no contexto pandêmico.  Este acontecerá no segundo dia do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – CAOS, conduzido por Elisandra Silveira Rodrigues, que vai abordar sobre contextos de crises: manejo e assistência a pessoas em risco iminente em suicídio.

Com a vinda da pandemia o novo modo e adaptação de vida, a formas on-line de estudar, muitas pessoas desenvolveram ainda mais as crises de ansiedade. Os impactos da pandemia de COVID-19 na saúde mental podem apresentar desde reações normais e esperadas de estresse agudo por conta das adaptações à nova rotina, que foi o que aconteceu com muitos. A nossa facilitadora irá abordar mais profundo sobre isso que afetou muitas pessoas, e apresentar as formas de assistência que podemos dar a pessoas em risco iminente em suicídio.

Fonte: encurtador.com.br/cmpsO

Durante uma pandemia é esperado que as pessoas estejam frequentemente em estado de alerta, preocupadas, confusas, estressadas e com sensação de falta de controle diante das incertezas do momento. Estima-se que entre um terço e metade da população exposta a uma epidemia pode vir a sofrer alguma manifestação psicopatológica, caso não seja feita nenhuma intervenção de cuidado específico para as reações e sintomas manifestados. Com isso é importante destacar que nem todos os problemas psicológicos e sociais apresentados poderão ser qualificados como doenças; a maioria será classificada como reações normais diante de uma situação anormal. Reações mais frequentes como adoecer e morrer, perder pessoas estimadas, Transmitir o vírus a outras pessoas. É esperada também que as pessoas vivenciem sensações recorrentes de impotência, irritabilidade, angústia, tristeza.

Como a Prevenção do suicídio abrange desde a oferta das condições mais adequadas para o atendimento e tratamento efetivo das pessoas em sofrimento psíquico até o controle ambiental dos fatores de risco. São elementos de divulgação e informações apropriadas. Com a pandemia muitas pessoas tiveram gatilhos que se desenvolveram em grandes crises de ansiedade e ideação suicida. E estamos aqui para mostrar e falar das recomendações e orientações para nossa saúde mental, e que vc jamais estará sozinho.

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Pandemia e isolamento: um relato da alma

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Início de 2020, ano de promessas e mudanças, muitas coisas esperavam-me. Época em que fazia uma transição do CEULP (Centro Universitário Luterano de Palmas) para a UFT (Universidade Federal do Tocantins), cheio de esperanças para uma renovação feliz e produtiva. Via no ano que se iniciava, novas portas que haveriam de abrir-se para mim. Saído de um crítico e longo período da minha vida, em que era mantido pelo desejo dentro de ciclos de repetições eternas, agora, encontrava-me diante de novas possibilidades onde a palavra de ordem era liberdade.

O início do ano para mim sempre é uma época áurea. Fazendo aniversário em março, os dias que correm até ele são um processo de troca de pele, renovação. Meus estudos pessoais em psicologia analítica andavam a mil, cheios de produtividade e ação. Para além do que haveria de acontecer, aquela era definitivamente uma época de forte transição, tudo apontava para isso. Lembro de conversar com um querido amigo que sentia que as mudanças advindas da nova idade, alcançando os 23 anos, seriam mais radicais que as de costume. Pior que eu estava certo, só não sabia quão intensas seriam.

14 de março foi meu aniversário, e 14 de março o dia em que foi decretado lockdown em Palmas. Para meu espanto, o sentimento de grandes mudanças não se limitava a mim. Sim, é claro que caí naquela positividade do início da pandemia. “Agora todos nós podemos nos recolher e prestar mais atenção a nossas subjetividades”, “é o mundo pedindo por mais introversão por parte de nós”. A gente bem que tenta dar justificativas mais positivas para o caos interno que haveria de acontecer, e talvez conseguiram servir de barragem contra o manancial de afetos que estava para inundar o meu humor, assim como o de tantos.

No primeiro mês de pandemia, rondaram tantos “serás” por todos nós, que acredito que ainda houve um tempo hábil de esperança e, portanto, calmaria nos ansiosos corações extrovertidos. Eu, como um desses, apesar de ainda quieto e resignado, já começava a sentir falta dos estímulos externos das noites e bares. Mas isso não impediu o que se intentava, pude experimentar o processo de recolhimento.

Meu processo autoanalítico entrou em todo vapor, cheguei a ter 28 sonhos em um período de um mês. Anotava-os todos e os observava. Os anos de estudo e dedicação davam seus resultados. Lutei contra estátuas gigantes de bronze, matei um padre a sangue frio, escalei um vulcão, voltei para o ensino fundamental, fui abordado pela polícia, participei de um ritual xamânico bizarro com José de Abreu barbudo, achei uma pedra rosa brilhante que tinha que ficar dentro da água, troquei olhares místicos com um gato preto, briguei com meu irmão, entre outras aventuras.

Fonte: encurtador.com.br/hvGSU

Jung diz que quanto maior a tensão psíquica, mais intensos e profundos são os seus processos. À medida que os meses passavam, era nesse lugar que ia me encontrando cada vez mais. Um misto de pura angústia e convicção de que esse período seria chave em minha vida me inundava, deixando-me ao menos resignado.

Vários processos que jaziam hibernados pela força do recalque foram sendo liberados, mostrando também a face tenebrosa do processo de autoconhecimento. Os sonhos que advinham desse processo, bem, prefiro não os citar, apenas dizer que “Freud explica”. Porém, tais vivências eram alternadas ciclicamente por recompensas, e acho que aí reside a esperança de todo terapeuta em formação passando pela sua análise, esses processos são recompensados por momentos de profunda paz interior.

Comi e reli livros, e talvez posso dizer que foi aí que de fato aprendi a ler assertivamente. Retracei rotas, retornei para o CEULP a fim de não atrasar ainda mais minha formatura, o tempo urgia. Não fui dos melhores estudantes ao longo das aulas online, mas compensava essa falta através dos meus estudos pessoais, e posso dizer que assim minha consciência se manteve tranquila, pois minha formação estava em pleno vapor.
Em novembro não pude mais ater-me à resistência a terapia online, minha saúde mental pedia por tratamento. Para minha grande surpresa, me adaptei de forma súbita a esse molde terapêutico, e ressignifiquei completamente os tabus até então construídos, e hoje já planejo minha prática clínica também para essa forma de atendimento, acho revolucionário.

O processo não necessariamente ficou mais brando, porém ficou mais claro por onde percorria analiticamente, e aos poucos pude ir tendo maior clareza dos nós cegos que mantinham a constelação da minha consciência. Em várias áreas minha vida, pude começar a enxergar a transição de ciclo aparecer no horizonte. Aos poucos fui retornando à velha amiga extroversão, e tudo que suas delícias objetais pode oferecer. Agora, porém, parecia que eu tinha mais propriedade para exercitá-la, mais confiança.

Entre trancos e barrancos aos poucos estou voltando a vida normal, se é que existe isso. Claras marcas residem em minha alma, e o processo está longe de ter se apaziguado ou acabado. Os perigos ainda rodeiam, e as vezes tenho a impressão de que quanto mais estamos preparados para a vida, mais ela nos coloca a prova, não há muito tempo para descanso.

Em meio a passagem pela noite escura, pude aprender a enxergar melhor.

Fonte: encurtador.com.br/qrP69
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Pandemia – Angústias e adaptações acadêmicas

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Os tempos de pandemia nos fez rever muitas coisas, não que a vida fosse feita de certezas, mas agora o incerto é muito mais evidente. O cotidiano parecia ter parado, mas, graças à tecnologia, se adaptou. Pouco há contato físico, ficando em evidência aplicativos de entrega, novas relações de ensino e trabalho entre outras inúmeras circunstâncias. Enquanto a ciência busca suas respostas, não sabemos se vamos adquirir o vírus ou perder alguém.

Em março de 2020 as aulas presenciais já tinham sido substituídas pelas remotas, um sistema novo. A minha esperança era de que logo tudo isso passaria e voltaríamos à “normalidade”, mas começou a se ouvir falar no “novo normal”, onde as coisas tiveram que se adaptar. Estar em um processo de formação em meio a uma pandemia não é fácil, existem inúmeros desafios a se enfrentar como o medo, a rotina e as atividades laborais.

Em agosto de 2020 meus familiares contraíram o vírus, meu pai de forma grave e a tempestade do turbilhão de coisas aumentou, mas da mesma forma que ela veio, se foi e tive a sorte de que muitos não tiveram de ter meu pai em casa novamente. Logo o ano mudou e como numa utopia, parecia que tudo ia embora, mero engano. Em março de 2021 o semestre acadêmico estava se iniciando, e eu estava trabalhando diretamente com o público. Contraí o vírus e nessa mesma época foi decretado um lockdown em Palmas, tendo como sequelas as constantes crises de ansiedade, uma péssima concentração e uma má respiração, em que, consequentemente, houve queda em meu desempenho acadêmico. Logo me vi angustiada pela culpa e pela sensação de que não estava dando o meu melhor.

Fonte: encurtador.com.br/bkswM

Uma das coisas mais difíceis para um acadêmico em formação no meio da pandemia é a ânsia pela formatura, pois não sabemos se concluímos as matérias, ainda por influência das próprias expectativas.  O meu sonho era de poder entrar no auditório da faculdade, com toda minha família e amigos vibrando por mim, ouvir meu nome, andar da entrada do auditório até sentar na cadeira no palco, sentir o frio na barriga e a emoção de que finalmente teria conseguido agradecer naqueles discursos clichês, vivenciar os olhos lacrimejados e os sorrisos das pessoas, mas agora me parece um sonho distante ou uma ideia que sofrerá modificações, cabendo mais uma vez a conformidade e compreensão.

Os estágios voltaram a sua forma presencial, agora tenho que me deslocar, sendo um pouco difícil conciliar questões da faculdade, trabalho e o fato de que a pandemia ainda existe, a esperança minha e de muitos é a vacina, a  qual tomei a primeira dose e  sigo esperando ainda mais os avanços  da ciência para que, de alguma forma, as coisas se tranquilizem ou pareçam mais seguras.

Enquanto acadêmica em um curso que lida com a saúde mental, destacou a importância da vacina, do SUS, e de um bom governante. Tempos como esses exigem de nós muita resiliência. Para mim é difícil e revoltante morar no Brasil, pois politizaram o coronavírus, se tornando por muitas vezes lamentavelmente lucrativo. Penso que precisamos nos agarrar ainda mais a um espírito colaborativo e de solidariedade, pois vemos acentuadas ainda mais a fome, o descaso e a desigualdade. Thiago Melicio ensina que “não há como pensar a promoção, e  proteção de saúde, em especial saúde mental, sem pensar na promoção da cidadania”. Em meio a tudo isso, a responsabilidade de uma boa formação e ser uma excelente profissional aumenta, sendo meu maior desejo fazer a diferença, mesmo em meio a  dúvidas.

Fonte: encurtador.com.br/syCDT
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Jovens “nem-nem” chegam a 16% durante pandemia

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Dados captados pela segunda edição do Atlas da Juventude, lançado em junho deste ano, apontam que os efeitos da pandemia, que agravou ainda mais o quadro social brasileiro, afetou especialmente os mais jovens. Houve crescimento considerável dos chamados jovens “nem-nem”, ou seja, daqueles que não estudam ou trabalham. De 10% dessa população, em 2020, saltou, em 2021, para 16%. Para a presidente-executiva da Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior), Fernanda Amorim, o levantamento pode ajudar a embasar políticas voltadas à inclusão e a uma educação de melhor qualidade.
– Os efeitos da pandemia sobre a vida do jovem são visíveis. Quando nos debruçamos sobre o aspecto estritamente do trabalho, observamos não apenas os impactos na renda, mas também no ingresso ao mercado de trabalho. Os jovens que estão trabalhando são, em sua maioria, estudantes e se dividem principalmente entre os que são dependentes financeiros de suas famílias e aqueles de quem o domicílio depende do seu salário – explica Amorim.
Segundo as informações obtidas pelo Atlas, as principais atividades exercidas continuam sendo empregos com carteira assinada (principalmente entre os mais velhos) e aprendizes. Os trabalhos autônomos são mais comuns na faixa dos 25 a 29 anos e em áreas urbanas. A ajuda doméstica sem remuneração é mais comum na faixa dos 15 a 17 anos e em áreas rurais. Entre jovens consultados que não estão trabalhando, 30% não estão estudando.
– A grande maioria continua procurando alguma colocação. Dentre estes, 40% estão nessa busca pela primeira vez. A dependência financeira é a realidade da grande maioria deles, mas 7% contribuem para sustentar o domicílio, total ou parcialmente – detalha a presidente -executiva da Brasil Júnior.
Dentre os jovens que não estão trabalhando, 60% não tiveram qualquer atividade remunerada neste período. Os 40% restantes obtiveram alguma renda na informalidade ou no trabalho autônomo. Destes, 20% fizeram trabalhos pontuais sem carteira assinada e 10% trabalharam por conta própria ou abriram um negócio, o que mostra uma crescente no desejo dos jovens de empreender
– Dos jovens que declararam não estar trabalhando e nem procurando trabalho, quase a totalidade é de dependentes financeiros. O que impressiona é que mesmo assim, 3% nessa situação de vulnerabilidade contribuem para sustentar de alguma forma o domicílio em que vivem. Neste grupo, temos, entre 15 e 24 anos, 60% que estão se dedicando aos estudos, o que nos leva a um marcar terrível de 40% de pessoas nesta faixa etária longe da educação – aponta Amorim.
Diante de uma realidade difícil, o sentimento dos jovens em relação às perspectivas do trabalho no futuro é de desconfiança: 40% estão animados e esperançosos, mesmo percentual daqueles que se sentem inseguros.
– Os números do Atlas da Juventude, que é produzido por entidades dedicadas à causa jovem, incluindo a Brasil Júnior, são claros e podem embasar políticas de inclusão desse contingente no mercado de trabalho, passando pelo incentivo a uma educação inclusiva de qualidade. Temos ainda como reverter um quadro sombrio e sem muitas perspectivas. O futuro precisa de cuidado hoje – resume Amorim.
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14 Dias: Relato de experiência de isolamento devido testagem positiva para COVID-19

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Olá, sou Jéssica Gontijo Nunes, tenho 26 anos e estou no último período de psicologia no CEULP/ULBRA. Vim relatar minha experiência com o COVID-19. Desde que a pandemia começou a ser noticiada, em abril de 2020, eu e minha família (mãe e irmão) tentamos manter os devidos cuidados para não nos contaminarmos.

No dia primeiro de abril, minha mãe começou a apresentar espirros, mas como ela tem alergia não suspeitamos de nada. No final do dia seguinte, senti uma leve dor de cabeça, mas como estava estudando muitas horas seguidas na frente do notebook não achei que poderia ser algo a mais, até mesmo porque essas dores de cabeça, costumo sentir devido ficar muitas horas estudando e lendo. Porém, meu irmão também começou a apresentar dores musculares e no dia seguinte (segundo dia, a contar a cada 24 horas após o início dos sintomas) começou a ter febre.

No domingo, e terceiro dia de sintomas da minha mãe e meu segundo dia de sintomas, assim como, do meu irmão, decidimos procurar uma unidade de saúde. Fomos medicados e orientados por um médico sobre os devidos cuidados e tratamento, o exame de SWAB-nasal foi agendado para o dia seguinte. Foi informado que demoraria em torno de cinco dias para recebermos os resultados dos exames, mas devido minha mãe pertencer ao grupo de risco, pois é cardíaca, hipertensa e idosa, ela procurou fazer o teste rápido na farmácia no dia posterior (quarto dia de sintoma).

No teste rápido da minha mãe foi diagnosticado positivo para COVID-19. Nesse dia ela teve muitos sintomas, dor de cabeça, cansaço, pressão baixa, temperatura corpórea baixa. Estive o tempo todo cuidando dela, pois meus sintomas eram bem leves e eu estava muito preocupada com a sua saúde. Decidimos então, passar por uma avaliação médica particular, uma médica amiga da nossa família. Ela foi muito atenciosa e considerou todas as queixas e dúvidas que tivemos em relação ao estado de saúde da minha mãe e suas comorbidades. Explicou como a doença tem se manifestado em pessoas com comodidades e quais cuidados precisam ser redobrados de acordo com as patologias.

Fonte: encurtador.com.br/fpDP4

Seguimos ao longo dos quatorze dias sendo medicados e recebendo o apoio de todos os amigos e familiares. Para muitos a chegada dos últimos dias de isolamento é esperada com alegria por vencer a doença, mas para mim foi cercada de muito medo e insegurança. A médica disse que os cuidados ao longo de todo o tratamento eram primordiais, pois algumas medicações precisavam ser tomadas por mais de duas semanas. Ela explicou que alguns pacientes com comorbidades ao longo dos quatorze dias apresentaram piora nos seus quadros clínicos devido a indisciplina no tratamento. Então, no décimo terceiro e décimo quarto dia fiquei bastante atenta a todos os sinais e comportamentos da minha mãe, para que eu tivesse certeza da real melhora dela. E assim, recebemos alta depois do período de isolamento.

Durante e após o período de isolamento, apresentei alguns sintomas neurológicos como falta de concentração, falta de memória, dificuldade em concluir frases verbalizadas, raciocínio lento. Provavelmente, esses sintomas foram intensificados devido às alterações emocionais durante esses dias. Solicitei afastamento por duas semanas das atividades da faculdade e dos grupos de estudos que participava, preferi me ausentar de esforços cognitivos nesse período para que eu pudesse me recuperar mais rápido. Afinal de contas, já estou no último semestre de faculdade, e sou responsável pela avaliação e tratamento psicológicos de pacientes na clínica-escola (com apoio e respaldo técnico de supervisores). Além de estar em processo de finalização do meu trabalho de conclusão de curso. Ao longo dos dias esses sintomas foram desaparecendo quase que por completo.

O apoio familiar e de amigos foi muito importante para manter o equilíbrio emocional e a saúde mental. Diariamente eles me mandavam mensagem para saber da nossa evolução e diziam palavras de carinho e esperança. Com alguns deles, troquei experiências de como foram os quatorze dias de sintomas e sobre situações que poderíamos passar. Isso foi, sem dúvidas, a parte que mais me fortaleceu, entender o que outras pessoas passaram e conseguir controlar o medo de que algo mais grave pudesse acontecer a qualquer instante.

Fonte: encurtador.com.br/xFGQ1

E por falar em medo, como foi assustador estar realmente inserida nessa experiência. A notícia do teste testar positivo foi um dos momentos mais assustadores da minha vida, sentir que você não tem controle sobre essa doença, não saber ao certo como ela reagirá no seu corpo, o que iria sentir, foram pensamentos constantes na minha mente. E ainda, outras pessoas da sua família também testarem positivo e esses mesmos medos se projetarem a eles, foi bem difícil de lidar. Foi um desafio psicológico dia após dia, para que não tivesse nenhum descontrole emocional, fora os sintomas físicos característicos da doença.

Passar por essa experiência de pandemia e estar contaminada, me fez repensar muito sobre os comportamentos humanos e como o ser humano leva a vida. Saber que o mundo está adoecido, muitas pessoas morrendo, famílias sendo devastadas pelo luto de um familiar, pessoas perdendo seus empregos, hospitais lotados e sem vaga de UTI, me fez refletir a respeito do quanto ainda precisamos compreender sobre responsabilidade social. Não dá para continuar sendo a mesma Jéssica de um ano e meio atrás. Não dá para ser indiferente a dor do outro em meio a tanto sofrimento. Empatia foi um dos grandes aprendizados que tive ao longo desses quase dois anos de pandemia.

Mesmo com tanta angústia e sofrimento, também percebi que ainda tem muita gente bacana e solidária nesse mundo. Vi muitas ações sociais sendo realizadas, muitos profissionais realizando assistências gratuitas às vítimas diretas e indiretas do COVID. Pude repensar à minha maneira de me relacionar, e principalmente, a demonstração de afeto com pessoas próximas. O isolamento social proporcionou que, por meio de palavras, vídeo chamadas e ligações, a distância física já não fosse tão distante assim. Perceber que evoluir também é repensar como você pensa, age e interage foi essencial para que eu entendesse os efeitos da pandemia na minha vida.

Além das mudanças pessoais, pude entender melhor a experiência de empatia com as outras pessoas no meio de tanto caos. Sei que serei uma psicóloga ainda mais dedicada a minha profissão e aos meus pacientes. Pois, o mundo precisa entender que a dor da perda, em qualquer área, causa muito sofrimento, e esse sentimento precisa ser respeitado. E eu, enquanto profissional de saúde mental desenvolvi ainda mais habilidades de compreensão e dedicação a técnicas científicas para melhoria da qualidade de vida dos meus pacientes.

Fonte: encurtador.com.br/IKTZ9
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Persistência: a busca pelo objetivo e o medo do fracasso

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Em momentos de crise, muitas pessoas deixam de ter persistência, perdendo o foco e o empenho para conquistar seus sonhos e objetivos. Antes de falar sobre a batalha diária, que é ir em busca de um objetivo, é preciso entender e classificar o que seria o sonho e o que acontece com os nossos pensamentos ao fazer essa identificação.

O sonho nada mais é do que tudo aquilo que planejamos e que, às vezes, pode parecer impalpável e pouco concreto. Apesar da significação, é essencial deixar claro que é muito importante sonharmos. Um indivíduo que não sonha, fica estagnado, paralisa, não se projeta e não é capaz de planejar o futuro. Portanto, sonhar é saudável.

Tão saudável e agradável, também, é termos objetivos. E claro, sem deixar os sonhos de lado por parecerem pouco concretos. O ideal é unir o útil ao agradável: trazer esse objetivo aos nossos sonhos. E o objetivo é tudo aquilo que pretendemos, o nosso propósito. Quando possuímos isso, temos foco. Quanto mais foco, mais palpável e concreto o objetivo se torna. 

Fonte: encurtador.com.br/wCHMZ

Desde o nascimento, somos criados para termos conquistas. Incentivamos as crianças a vencer, ovacionamos os vitoriosos, louvamos aqueles que vencem. Por isso, desde cedo somos programados para aceitar a nós mesmos somente se formos vencedores. É comum ouvir que quem não vence, é um fracassado. É preciso ter cuidado. Esse pensamento faz se desenvolver um medo que pode nos impedir de tentar, de sair da zona de conforto. Ter medo do fracasso pode ser excludente. 

Para superar os obstáculos de forma prática, é preciso classificar. Identifique o que é sonho e o que é objetivo. Traga seu sonho para o concreto, avalie as possibilidades. A palavra-chave, nesse caso, é “planejar”. Pergunte-se: em que o seu objetivo está alicerçado? Será que em pensamentos? Em devaneios? Ou em coisas concretas, palpáveis? Planeje e supere o medo do fracasso. 

A diferença entre as pessoas que vão atrás do seu objetivo e aquelas que têm medo do fracasso, é o acesso ao emocional. A pessoa que deixa de acessar o emocional, trazendo razão e consciência para os seus objetivos consegue planejar, faz ser concreto.

Portanto, o que nos faz um vencedor é a capacidade de planejar, considerar a dificuldade e o possível fracasso. Respeite o seu processo. Não abandone um circuito pelo número de pedras no caminho. Respeite o seu tempo e o momento. Por isso, não se sinta frustrado com algo só por demorar um pouco ou não ser tão rápido quanto gostaria, ou por não ser perfeito. Seja persistente e alcance seus objetivos e sonhos.

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Pesquisa aponta a importância dos pets no desenvolvimento de crianças e jovens durante o confinamento

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O estudo realizado pela Mars Petcare revelou que a maioria dos pais enxergam os gatos e cães como bons companheiros para seus filhos, principalmente em momentos de estresse

A pandemia mexeu com o estilo de vida de toda a população mundial e, certamente, os mais afetados foram as crianças e jovens. A maioria precisou se adaptar aos novos hábitos impostos pelo confinamento com o ensino virtual e isso afetou o bem-estar físico e mental pela falta de contato com os colegas de classe. Pensando nisso, a Mars Petcare realizou uma pesquisa online entre fevereiro e março de 2021 com dois mil pais nos EUA e Reino Unido para entender os benefícios dos animais na vida dos pequenos.

Os dados mostraram que o convívio com um pet pode reduzir o estresse e até mesmo melhorar a função cognitiva entre os estudantes. 83% dos pais entrevistados afirmam que o gato ou o cão da família ajudou os filhos a se sentirem menos solitários durante o isolamento social.

As principais descobertas da pesquisa destacam que a boa relação entre seres humanos e pets, na infância e adolescência durante o confinamento trouxe inúmeros benefícios, incluindo motivação no ambiente de estudo e interesse na prática de atividades físicas. Confira abaixo:

Entre os entrevistados:

  • 83% disseram que a presença de um animal ajudou o filho a se sentir menos solitário;
  • 72% alegaram que a criança está mais motivada com um animal de estimação por perto;
  • 56% chegaram a dizer que ter um animal em casa ajudou a melhorar o desempenho acadêmico dos filhos;
  • 83% disseram que os pets ajudam a reduzir a ansiedade dos filhos;
  • 85% afirmaram que ter um gato ou cão em casa tornou o aprendizado virtual mais agradável para os jovens.

Os pais entrevistados também encontraram muitos outros motivos para elogiar a presença dos pets. A maioria afirmou que eles ajudaram a aumentar a autoconfiança de seus filhos, mantê-los em uma rotina diária, ofereceram mais oportunidades para prática de atividades físicas e até mesmo melhorou o humor de toda a família.

Fonte: encurtador.com.br/bvOQX

Em relação ao tempo:

A pesquisa também descobriu que alguns pais acham que o tempo que o animal passa com a família também beneficia a ele mesmo.

  • 87% acharam que o tempo extra que o pet passa com seus filhos foi agradável para o animal;
  • 77% acreditam que o tempo extra deixou o pet mais calmo.

Os pets no ambiente de estudo:

Para muitos pais as interações controladas e regulares com animais nas escolas poderiam apoiar a confiança, felicidade e aprendizado dos filhos.

  • 80% acharam que a interação controlada com pets deve ser usada nas escolas à medida que os alunos começam a fazer a transição para outras salas de aula;
  • 75% acreditam que as escolas devem investir mais na introdução de animais no ambiente tradicional de sala de aula.

Com esses dados é possível perceber o impacto positivo no bem-estar físico e emocional de crianças e adolescentes durante o confinamento também é possível enxergar que a convivência com gatos e cães se tornou importante e necessária na rotina desses jovens.

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