Psicologia realiza evento extensionista com curso de Filosofia da UFG

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O curso de Psicologia da Ulbra Palmas, a partir da disciplina de Teoria e Técnicas Psicoterápicas II – Psicologia Analítica, sob a condução do prof. Ms Sonielson Sousa, estabeleceu uma parceria interinstitucional com o curso de Filosofia da Universidade Federal de Goiás – UFG, sob o comando do prof. Dr. Pedro Gomes Neto, para a realização de uma ação extensionista com o objetivo de apresentar e problematizar as bases kantianas da Psicologia Analítica Junguiana. 

A ação, denominada de Diálogos Ulbra e UFG: a teoria kantiana na psicologia complexa junguiana, irá ocorrer em dois sábados deste mês de abril (em datas a confirmar), pela manhã, e contará com a participação de alunos da Ulbra Palmas e da UFG, além da parceria do Instituto Olhos da Alma Sã, de Goiás, e do Coletivo Junguiano do Tocantins, que contarão com vagas para participar do evento. Espera-se que ação – que é gratuita – conte com a participação de 100 pessoas, entre docentes e discentes. As inscrições serão lançadas em breve, e os participantes receberão certificados.

O projeto tem como objetivos incentivar o olhar crítico dos acadêmicos, a partir de um estímulo à diversidade de epistemologias dentro do curso de Psicologia, sobretudo ao tentar abandonar a busca por uma verdade; Descrever e refletir sobre a teoria do conhecimento Kantiana; e apresentar e debater sobre a influência da teoria kantiana na psicologia complexa.

Kant no pensamento junguiano

O evento objetiva discutir, analisar e refletir sobre a importância da teoria kantiana na psicologia analítica, especificamente ao trabalho de Carl Gustav Jung (1875-1691). Kant revolucionou a teoria do conhecimento ao propor que o caminho seguro para as ciências é a investigação dos fenômenos, e não dos númenos (essência; verdade). A ciência, para Kant, deve se ater ao que pela sensibilidade se torna possível ter um conceito, entendimento, e isto só é possível se a investigação for direcionada por objetos sensíveis ou fenômenos. Esta reviravolta na teoria do conhecimento impactou decididamente as novas empiricidades, como afirma Foucault, ou as novas ciências emergentes no século XIX, inclusive a psicologia. Esta faz uso da teoria kantiana reconsiderando o próprio conceito de psicologia, bem como a sua atuação.

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“Malévola: Dona do Mal” em uma interpretação analítica 

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Percurso heroico faz protagonista sofrer grande mudanças internas em busca da integração dos opostos

Malévola é um filme de drama e fantasia dirigido por Robert Stromberg, que dá uma nova roupagem a Bela Adormecida, chamada Aurora; entretanto, tudo é contado através da vida e nuances psicológicas de Malévola, nos fazendo entender que, na verdade, ela não é tão má assim, e tem lá suas motivações para manter-se na defensiva. Sabendo disso, o filme Malévola 2: Dona do mal, reinicia sua trama pautado em questões ainda não superadas.  

Existem inúmeras maneiras de se interpretar a obra cinematográfica, e uma dessas, é sob inspiração da Psicologia Analítica. “A dona do mal”, Malévola, é assim conhecida pelos humanos, através de boatos e histórias passadas de geração em geração, cujo motivo de tanto medo, nem se quer se passa pela consciência destes indivíduos. Talvez estejam imbuídos de uma espécie de contágio psíquico, ou mesmo sob a influência de imagens arquetípicas presentes no inconsciente coletivo. No filme, também fica claro que a Rainha Ingrith é manipuladora e deseja destruir Malévola para obter mais poder, além de visar as terras dos seres mágicos. 

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Traída por Stefan (ainda no primeiro filme) em uma paixão juvenil, Malévola teve suas asas cortadas pela ganância. Por muito tempo teve de se afastar de um elemento tão crucial que é o ar, que trazia a ela as inúmeras tentativas de se afastar dos sentimentos que a aborreciam, por isso, a nova notícia de que Aurora se casaria com o príncipe do reino humano fez com que ela se deparasse com grande fúria. 

Ela de fato não havia superado suas más lembranças, e desejava proteger Aurora de qualquer mal. Entretanto, a jovem sempre foi a ponte para seu vaso alquímico, e desde o seu nascimento trás para perto as relações humanas que tanto evitava. Malévola então cede de sua vontade, para a felicidade de Aurora, e vai ao encontro do rei e da rainha, para o pedido oficial do casamento. 

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Mais uma vez, ela tinha motivos para manter distância, pois a rainha Ingrith colocou em ação seu plano de forjar um feitiço para o rei, e de acusar Malévola de ter o feito, para que assim, tivesse controle total das futuras ações, e pudesse por fim, matá-la. Enfurecida, Malévola sai do castelo e leva um tiro de metal (metal é seu ponto fraco), sendo este elemento do ponto de vista alquímico, referente à razão,  e que em muito está ligado à dimensão do masculino.

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Resgatada por Conall, ela é levada para um distante lugar, ao qual ainda muito machucada, percebe que ali estava acontecendo uma reunião de seres de sua mesma espécie. Naquele local, começa seu processo de busca por sua individuação, onde ela deixa para trás seu mundo ideal, o reino e o lar dos seres mágicos (numa jornada heroica) para se integrar às novas possibilidades daquele coletivo; mas, em grande medida, estava sempre recuando, voltando a si, para o encontro de um paraíso perdido metafórico, numa ação paradoxal, individuando-se sem sair do todo, na sua vivência em comunidade.

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Conall é a representação de sua contraparte psíquica, uma figura externa do sexo oposto, que a ajuda de forma participativa na obtenção do ouro alquímico, ao passo que, todos ali desejavam vingança dos humanos, assim como Malévola que muito sofreu durante sua vida; mas Conall persistia na ideia de que a violência não era a melhor saída. Dentro dessa aventura, Malévola pôde descobrir a origem de seus poderes, e seu destino de proteger a magia, sendo herdeira direta da Fênix.

Em uma das festas da comunidade em que Malévola se encontrava, ela teve súbita sensação de desconforto, que advinha do pressentimento de que sua terra o reino mágico estava em apuros. Conall, percebendo que ela iria até lá, a seguiu, e viu junto a ela, a destruição e a colheita violadora das flores de seu reino; tais flores, na verdade, eram a forma real das fadas depois de sua morte. Percebendo sua presença, os soldados a atacaram com balas de ferro, e Conall ao visualizar a situação, sacrificou sua vida em defesa de Malévola. Tal desfecho trouxe ainda mais revolta para mente da protagonista.

Decididos a iniciar a guerra contra o reino dos humanos, em busca do fim da extinção da sua espécie, Malévola se direciona para uma grande matança, ao passo que Aurora também está em apuros depois de descobrir a farsa da rainha Ingrith. 

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Houve muitas mortes, já que todo exército humano estava preparado para matar “A Dona do Mal”. Aurora, em perigo contra a rainha foi salva pelo amor de Malévola, que a protegeu contra seu ataque, causando sua triste morte. Pondo-se a chorar sobre suas cinzas, a água de Aurora simbolicamente trouxe à tona afetos e, através disso, a fez renascer. Malévola, descobriu ser a própria Fênix da profecia, voltando a vida, e conseguindo a quintessência. 

Pôde-se notar que a protagonista vivenciou uma alteração de consciência, em uma perspectiva da psicologia Analítica e, sobretudo, Transpessoal. A qual há uma inefabilidade no ocorrido, sendo esta, algo que passa das relações neuronais, transcendendo a relação física. Percebe-se que existe uma ausência do medo da morte, e finalmente ela encontra o Logus, o sentido, pois sua verdade transparece a partir da sua mudança de postura, podendo viver o fim da guerra através da ponte existente entre o mundo humano e mágico, com a dialética, situação simbolizada pela união da rainha Aurora e o príncipe Phillip. Ela pôde por fim, superar seu nigredo, na transposição do ódio e da resistência aos humanos.

FICHA TÉCNICA: 

MALÉVOLA: DONA DO MAL

Título Original: Maleficent: Mistress of Evil
Direção: Joachim Rønning
Elenco: Angelina Jolie, Elle Fanning, Sam Riley, Juno Temple;
Gênero: Drama, Aventura
País: EUA
Ano: 2019

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Chico Xavier e a Data limite: O que a psicologia diz sobre as profecias?

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A capacidade de profetizar é algo que chama atenção desde os povos antigos até os mais modernos; existem diversos fatores psicológicos que influenciam o fenômeno, de forma inconsciente.

Em 1971 Chico Xavier, em uma entrevista para o programa Pinga Fogo da TV Tupi, afirmou que o dia 20 de julho de 2019 seria uma data limite para a humanidade passar por uma grande mudança. Segundo ele, quando o homem pisou na lua em 20 de julho de 1969, algumas entidades do mundo espiritual se reuniram e deram um prazo de 50 anos para a humanidade, e caso ela não se destruísse em uma terceira guerra mundial, alcançaria uma nova era.

Dessa forma, essa nova era segundo Pozati (um dos autores do livro Data limite – Segundo Chico Xavier) se trata de um processo de transição planetária que nos convoca a uma conexão com novas energias para que possamos descobrir nosso papel nesse mundo. O autor defende a teoria apontando para outras que se cumpriram, como encontrar água na lua.

Assim, esse assunto tem sido comentado na internet nos últimos dias, fazendo com que muitas pessoas começassem a relatar algum tipo de sensação física ou experiência sensorial. A notícia de que seres extraterrestres estariam agora autorizados a vir para Terra e fazer um contato direto, uma recomendação de não ficar acordado na madrugada do último dia 20 e uma comoção de muitos que acreditam fielmente nesse evento, ficaram evidente nas redes sociais, principalmente no Twitter.

Segundo Alvarenga (1996-2006), em seu livro O segredo das profecias, este fenômeno está além da lógica, indo para uma dimensão simbólica que ganha contornos arquetípicos – imagens primordiais – e estão contidos no inconsciente coletivo. Neste sentido, o temor do homem diante do desconhecido faz com que ele busque por alguma previsão que possa amenizar essa angústia. Na Psicologia Analítica, o desconhecido é o que não está na linha do consciente. Então ao se aprofundar no mar de informações guardadas no inconsciente, o ser humano paulatinamente diminui o medo e passa a viver de modo mais autêntico. O medo dos fenômenos naturais – como contato com eventuais civilizações extraterrestres – ocorre predominantemente em estruturas psicológicas ainda em estado de participação mística (estado de indiferenciação entre o eu e o outro, com ressalvas sobre os fenômenos naturais).

Fonte: encurtador.com.br/bvwW6

Jung, após estudar o livro I Ching, escreveu juntamente com o físico Wolfgang Pauli, o livro Sincronicidade: Princípio de Conexão A-Causal, onde procuraram explicar as coincidências em geral, como também os motivos pelos quais o livro I Ching poderia funcionar. De modo geral, sincronicidade foi um conceito desenvolvido pelo autor para se referir a quando uma construção/percepção interna de um indivíduo está de acordo com o fenômeno externo natural que se revela.

Então a capacidade de profetizar é algo que chama atenção desde os povos antigos até os mais modernos, mas que existem também diversos fatores psicológicos que influenciam este processo de forma inconsciente. Os relatos das experiências de usuários na internet é a prova de que existe uma identificação não apenas da pessoa com a profecia, mas também entre as pessoas que acabam por compartilhar sentimentos e sensações parecidas. Em relação aos estados alterados de consciência que Chico Xavier experimentava, a Psicologia Transpessoal vem estudando e contribuindo para uma compreensão maior.

Stanislav Grof (1978), um dos principais autores da Psicologia Transpessoal, fala sobre como esse fenômeno ocorre. Existe um rompimento e expansão da nossa mente sobre os limites do espaço-tempo onde é possível perceber fenômenos que vão além dos conhecidos, podendo vir de vidas passadas, sendo capaz de ocorrer uma identificação ou fusão com outro indivíduo, o que o autor chama de união dual. Assim também podendo ocorrer uma fusão coletiva, como por exemplo, com todas as pessoas de determinada religião ou crença, animais, plantas, planeta e todo o universo.

Fonte: encurtador.com.br/mrDM0

Jung (1978) aponta que a ligação com essa imagem de divindade, através da religião ou de profecias, vem de um contato indireto com o Self, que é o princípio que regula a personalidade e que reflete a potencialidade desse indivíduo, e dessa forma proporciona encontros e sonhos que o levam a encontrar um significado para a vida.

A idéia do texto não é dizer que tal fenômeno é de fator apenas psicológico, mas que existe uma contribuição para que isso se reverbere com tamanha proporção. Assim como em várias crenças, as profecias estão presentes, existindo uma relevância das mesmas na construção do coletivo e da subjetividade, podendo nesse sentido promover saúde mental.

REFERÊNCIAS:

ALVARENGA, Luiz Gonzaga de. O segredo das profecias. Disponível em: <http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/segredoprofecias.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2019.

GROF, Stanislav. Variedades das experiências transpessoais: observações da psicoterapia com LSD. in. WEILL, Pierre (org.) Experiência cósmica e psicose. vol 5 / IV Pequeno tratado de psicologia transpessoal. Rio de Janeiro, Vozes, 1978.

JUNG, C. G. Psicologia e Religião. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 1978.

POZATI, Juliano; CASAGRANDE, Rebeca. Data Limite – Segundo Chico Xavier. Citadel, 2015.

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Psicologia Transpessoal é ofertada como disciplina optativa no Ceulp

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Disciplina é fruto de interdisciplinaridade entre Psicologia, Filosofia, Ciência da Religião (Estados Alterados de Consciência) e Teleologia darão a tônica.

A partir deste semestre os acadêmicos de Psicologia vão poder cursar a disciplina optativa de Psicologia Transpessoal. O objetivo é proporcionar uma visão ampliada da quarta força da psicologia, que aparece como uma alternativa às abordagens comportamentais, psicanalíticas e humanistas predominantes até o final do século XX.

A disciplina de Psicologia Transpessoal possui quatro créditos, ocorrerá às sextas pela manhã e será ministrada pelo professor Me. Sonielson Sousa. Na Ementa e no plano de ensino, questões como interdisciplinaridade entre Psicologia, Filosofia, Ciência da Religião (Estados Alterados de Consciência) e Teleologia darão a tônica.

De acordo com a Associação Luso-Brasileira de Transpessoal – Alubrat –, em referência a Walsh e Vaughan, a Psicologia Transpessoal é “aquela e em que o senso de identidade ou do eu ultrapassa (trans + passar = ir além) o individual e o pessoal a fim de abarcar aspectos da humanidade, da vida, da psique e do cosmo”.

Trata-se de uma área científica de reafirmação da vida (precursora da Psicologia Positiva), que se utiliza de aspectos logoterapêuticos e “que lida mais especificamente com a ‘Experiência Cósmica’ ou estados ditos ‘Superiores’ ou ‘Ampliados’ da consciência” como dispositivo de promoção da saúde mental. Desta forma, é uma alternativa às abordagens egocentradas, pois reforça a necessidade de se viver a partir das necessidades do Self (si-mesmo), de acordo com o que “se nasceu para ser”.

Além da Psicologia Transpessoal, o curso de Psicologia dispõe ainda das seguintes disciplinas optativas: Psicologia da Comunicação, Saúde Coletiva, Psicologia do Esporte, Psicologia Jurídica, Psicologia Hospitalar, Psicologia do Trânsito, Fotografia Aplicada à Psicologia, Psicossomática, Psicologia Ambiental e Psicologia da Sexualidade Humana. (Com informações da Alubrat)

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Yoga é aliada da Psicologia como Prática Integrativa e Complementar

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Há vários estilos de yoga, e a técnica vem sendo usada por profissionais da saúde como um importante aliado para a mudança de estilos de vida e promoção da saúde – sobretudo a saúde mental

Uma das técnicas de meditação que envolvem aspectos psicofísicos – e espirituais/integrais – mais conhecidas no ocidente, hoje, é o yoga. Trata-se de uma prática originária da Índia, fortemente ligada as tradições hindus e muito difundida no Brasil, Europa e EUA a partir do Vedanta, um conjunto de crenças que busca o despertar espiritual através das ações do cotidiano – que são sacralizadas.

Há vários estilos de yoga, e a técnica vem sendo usada por profissionais da saúde como um importante aliado para a mudança de estilos de vida e promoção da saúde – sobretudo a saúde mental. Neste sentido, o yoga compõe o mix de opções ofertadas pelas Práticas Integrativas e Complementares do SUS – Sistema Único de Saúde, por se entender que o modelo biomédico/biologicista, centrado na medicalização, não consegue atender as demandas apresentadas pelos sujeitos contemporâneos.

Dentro das linhas de yoga há a Kundalini Yoga, que em Palmas é ofertada pela professora Hari Kiran Kaur (Márcia Finelli), uma egressa do Ceulp/Ulbra do curso de Fisioterapia. Hari Kiran Kaur é certificada pelo Internacional Kundalini Yoga Research Institute com aperfeiçoamento em Nível II, Módulos: Ciclos de vida & estilo de vida; Mente e meditação; Comunicação Consciente; Estresse e vitalidade.

De modo resumido, a Kundalini Yoga é uma ciência milenar voltada para a arte de lidar com a expansão da consciência, a partir do despertar da energia Kundalini, composto sutil bioenergético situado na base da coluna. O esforço dos praticantes é fazer subir esta energia pela coluna, a partir de posturas físicas (asanas), intervenções na respiração, além do uso de mantras, dentre outras coisas.

Neste contexto, o Yoga vem sendo cada vez mais usado por profissionais da Psicologia para auxiliar nas intervenções clínicas – sobretudo a partir de abordagens como a Psicologia Junguiana e a Psicologia Transpessoal –, bem como em ações com grupos. Para falar mais sobre este tema, o (En)Cena entrevistou a professora Hari Kiran Kaur. Confira abaixo.

(En)Cena – Quais as contribuições do Yoga para os processos terapêuticos?

Hari Kiran Kaur – O Yoga nos traz a consciência, nos ensina a controlar nossa mente, é um processo de cura para qualquer pessoa e qualquer tipo de doença. Estatisticamente falando 90% das pessoas têm uma mente negativa; se não há um equilíbrio entre as mentes positiva, negativa e neutra, são criadas limitações que geram frustrações que podem se manter internalizadas em nosso subconsciente, levando a algo físico. Nossos pensamentos são primordiais para nossa saúde. Yoga é uma ferramenta importantíssima para gerar o equilíbrio, auxiliando para a diminuição ou extinção de um processo de ansiedade, síndromes de pânico, depressões, onde o aluno passa a tomar consciência da sua responsabilidade no seu processo da própria cura. Se a pessoa não se curar, não vai ter ninguém que poderá fazer isso por ela.

(En)Cena – A psicologia bioenergética e a transpessoal já usam muito o Yoga como suporte/complemento. É possível desvencilhar a prática de seu caráter espiritual?

Hari Kiran Kaur – Desbravando mais uma vez o tema Mente, memórias de um subconsciente carregado por toda nossa vida e com respostas sendo concretizadas na matéria (no corpo como doenças), o Yoga vem nos mostrar e conscientizar que o que o homem vem fazendo consigo mesmo o torna extremamente superficial. Construímos um poder que rodeia o indivíduo. Por exemplo, sempre fazemos as seguintes perguntas: Quantos carros você tem? Quantas casas você tem? Quantos namorados você tem? Que roupa você veste?

O homem está buscando Deus fora de si. O Yoga veio para unir o individual da consciência com a consciência infinita. E a partir da procura deste aluno ou paciente, entra o propósito que ele busca na prática. Mas tornar esta prática espiritual dependerá da crença de cada um. Torna-se possível desvencilhar sim, mas depende de qual linha este aluno irá seguir e como será seu olhar. Segundo a psicóloga Priscila Sobral, as pessoas vão em busca do que faz sentido para elas. ‘Às vezes elas entram em um espaço de Yoga com várias estátuas de deuses Hindus, não se sentem bem… outras pessoas já acham que aquilo faz parte da decoração… tudo vai do que estas pessoas procuram’. As pessoas às vezes confundem o estilo de vida com a religião.

(En)Cena – Você acredita que os terapeutas já focam em intervenções psicofísicas, ou ainda se negligencia o corpo?

Hari Kiran Kaur – Ainda existe uma negação de muitos. Lembro-me do início da acupuntura aqui no Brasil, muitos médicos eram irredutíveis em indicar ao paciente este tipo de tratamento; hoje eles querem o tratamento só para a área da medicina. As mentes estão se abrindo, todos estão conseguindo visualizar a mudança na mente e no corpo. E o acesso que temos via internet está muito fácil, hoje podemos estudar sobre tudo, o que nos limita realmente é a falta de conhecimento. Temos aí um bom livro como, por exemplo, “O Segredo” de Rhonda Byrne, que fez mudar o pensamento de muitas pessoas, temos a física quântica dando sua cara, a Nova Medicina Germânica e por aí vai.

(En)Cena – Em sua opinião é possível ser psicólogo e ser yogi?

Hari Kiran Kaur – É possível ser de qualquer área profissional e ser um yogi.

(En)Cena – O Yoga serve para quem? Há contraindicações?

Hari Kiran Kaur – Yoga é para todos e para todas as idades, não existe contraindicação; alguns exercícios devem ser evitados, por exemplo, em caso de gestantes, temos exercícios que aceleram processos de contrações, mas tudo isso vai ser indicado e todo o cuidado será orientado através do professor. Assim como alunos que apresentem hérnias discais podem fazer Yoga, mas a orientação será primordial para que não haja lesões ou agravamento do quadro clínico.

Quando o aluno entra na sala pela primeira vez, ele não consegue fazer todas as poses, o ganho é gradativo, em longo prazo, mas orientamos que eles fechem seus olhos e se visualizem na pose, este já é um estímulo dado ao cérebro que dará o retorno desejado.

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