Berenice Maciel e a realização do sonho de ser psicóloga

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O (En)Cena entrevista a acadêmica de Psicologia do Ceulp/Ulbra, Berenice Maciel Macedo, 53 anos, casada, mãe. Berenice mora em Paraíso – TO e diariamente percorre uma média de 70km para assistir as aulas e cumprir sua jornada acadêmica, tempo esse investido nas aulas e estágios.

Psicologia é a sua primeira formação superior, e atualmente cursando o nono período Berenice vem cumprindo essa trajetória acadêmica com muita determinação e comprometimento, tendo a psicologia como um sonho sendo realizado.

Em uma breve apresentação pessoal a entrevistada pontua que ainda no término do ensino médio cursar psicologia já era um sonho, mas devido a algumas condições desfavoráveis naquela fase optou por adiar o sonho por um período, tempo esse em que se casou, teve as suas filhas, as formou e entre os 49 e 50 anos retomou o sonho e deu o primeiro passo para realizá-lo se tornando assim acadêmica do Ceulp/Ulbra.

Confira este e outros detalhes na entrevista abaixo.

(En)Cena – O que te motiva a fazer psicologia já em uma fase mais amadurecida da vida?

Em primeiro lugar, realização de um sonho, depois passei por dificuldades de saúde emocional, e enquanto busquei tratamento terapêutico tive mais certeza da minha decisão em cursar psicologia.

Qual a área de atuação você pretende focar depois da formação?

Clínica, e também tenho a pretensão de fazer licenciatura.

Qual dica você deixa para quem pretende cursar psicologia?

É um curso ímpar, mas destaco a importância de se a ter certeza na decisão de cursa-lo, afinal envolve o cuidar da alma humana.

Que aspectos internos foram mobilizados em sua vida a partir do curso?

Muitos, desde a desconstrução pessoal, alguns pontos de vista, a empatia e resiliência.

Como é a experiência de conviver no curso com pessoas de diferentes idades e perspectivas?

No início me senti um pouco discriminada, mas aos poucos fui me priorizando e buscando meus ideais.

Quais os maiores desafios enfrentados na pandemia relacionado à formação acadêmica?

Não tive desafios, me adaptei com muita facilidade.

Qual mensagem você deixa para os nossos leitores?

Independente da situação ou condição de cada indivíduo, é necessário reconhecer que precisamos ter coragem, determinação e foco.

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PROFISSÕES 

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Em um dia comum na copa de um hospital de referência da região norte do país, um estagiário do setor administrativo estava em seu intervalo de almoço, sentado em uma cadeira, degustando de algumas bolachas com café sem açúcar. Ninguém imaginava, mas este estava refletindo sobre o dia puxado que teve, sobre as rotinas desgastantes de um assalariado e sobre a pouca rentabilidade que aquele trabalho lhe oferecia. 

Fonte: encurtador.com.br/nDMO4

 

De repente, adentrou na copa um médico com um jaleco branco comprido e em seguida suspirou profundamente, falando consigo mesmo:

  • Ser médico tem que ter muita paixão. Ainda bem que eu amo! Meu Deus, que dia! 

Fonte: Google Imagens

 

Em seguida o estagiário o encarou e refletiu mais ainda. O médico apenas tomou um copo d’água e se retirou do ambiente. O estagiário começou a imaginar como seria sua vida se optasse por medicina. Mentalmente listou algumas vantagens: reconhecimento social e salário bem acima da média nacional foram alguns pontos observados. Em seguida, listou algumas desvantagens: anos de estudo; muito dinheiro e recursos para se dedicar apenas a isso; profissão ainda elitizada e pouco acessível a sua condição social.

Terminando seu devaneio, um pensamento sobreveio como um insight em sua mente, porque não tentar algo como Youtuber? Recursos totalmente acessíveis, demanda muita autenticidade, o que ele tem de sobra, e constância, que tem mais ainda, além de ter horários flexíveis. O que ele teria dúvida era sobre o retorno financeiro dessa empreitada. Já animado com a ideia, começou a esboçar em um papel um roteiro de temas que poderia abordar em suas redes sociais e principalmente no YouTube com vídeos. 

 

Fonte: Google Imagens

 

Chegando ao final do seu expediente, retirou o seu celular e em seguida acionou a câmera e começou a gravar, dizendo:

– Bom pessoal, cá estamos nós em mais um dia, findando a lida do proletariado, triste! Estou cansado, esgotado, querendo só comer e dormir e amanhecer rico amanhã. Será que em um universo paralelo eu sou herdeiro? Só queria viajar no tempo igual no filme A Ressaca e mudar a realidade para me tornar milionário, é pedir muito? Risos. Enquanto isso cá estamos nós sofrendo para sustentar a nobreza do patrão, porque até os médicos, estão pedindo arrego. 

O estagiário gravou apenas este trecho e lançou em seu Instagram e em poucas horas viralizou, pois suas expressões, sotaque, modo de se expressar e gesticular de fato eram autênticos, genuínas e cativantes. Para quem estava do outro lado da tela do celular, se identificou bastante e por isso se viralizou tão rápido. 

 

Fonte: Google Imagens

 

O estagiário se surpreendeu com a velocidade da repercussão, posto que alcançou níveis nacionais, até celebridades e empresas de renome estavam compartilhando seu pequeno vídeo. Surpreso com tudo, tirou a noite para pensar como digerir tudo, ainda sem cair a ficha. 

Passados alguns meses, a mesma pessoa já estava recebendo mais que o quinto do valor como estagiário. E então pensou em uma das exibições feitas nas redes sociais, afirmando:

Gente, e um tempo atrás eu pensando em fazer medicina para poder viver bem?! Meu Deus, tem que ter um pensamento muito pobre e f* para querer fazer medicina só por dinheiro e estabilidade viu! Se tiver alguma ideia, tente meus amores, a vida não se resume a se matar de trabalhar para pagar boleto, não!

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Traumas infantis e o fracasso profissional

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O mercado de trabalho atualmente possui ampla concorrência em todas as áreas, há diversos profissionais buscando se estabelecer e ter a tão sonhada estabilidade financeira. O ambiente profissional funciona como uma “selva”, onde, para sobrevivência, é necessário matar um leão por dia. A competitividade é extraordinária, de modo que cada vez mais pessoas com currículo extremamente rico buscam vagas medianas para garantir seus sustentos.

Essa competição por um emprego é algo externo, vivenciado por todas as pessoas no mercado de trabalho, inclusive em concursos públicos. Acontece que, além do fator externo, muitas pessoas precisam lidar com questões internas que impedem sua ascensão profissional.

Graduados, especialistas, mestres e doutores, pessoas com histórico acadêmico impecável, quando chegam diante do mercado, travam, sequer conseguem desenvolver atividades simples. 

Uma pessoa que cresceu em um ambiente saudável, que não foi exposta a situações críticas e traumáticas em sua primeira infância, mesmo sendo um aluno mediano, conseguirá se desenvolver melhor profissionalmente, posto que não terá bloqueios que lhe impedem de entregar seu potencial máximo em seu cotidiano.

 

Fonte: encurtador.com.br/gANY2

 

Agora, uma pessoa que teve um desenvolvimento conturbado, com problemas familiares, presenciando momentos de extremo constrangimento e traumas, terá uma predisposição para que seu potencial não seja alcançado.

É importante lembrar que a presença de um trauma não está ligada a capacidade técnica-profissional de uma pessoa, posto que cada situação possui suas peculiaridades e, não necessariamente um trauma irá causar prejuízos.

Pessoas muito passivas, que não conseguiam se expressar de forma plena, terão dificuldades em meios sociais ou em discussões profissionais, de modo que suas ideias poderão não ser ouvidas.

Pessoas agressivas possuem dificuldade com a subordinação necessária na maioria dos empregos, e seu descontrole faz com que pessoas com tal comportamento não se mantenham por longos períodos em uma mesma função.

Os traumas são diversos, em alguns, possuem uma característica perceptível, já em outros, tal condição pode ser interpretada como desleixo, falta de atenção, ou até mesmo preguiça em exercer suas funções.

Uma pessoa depressiva, que vivenciou situações extremas em sua vida pessoal, que possui uma forte turbulência emocional e não sabe lidar com tais sentimentos, não conseguirá desempenhar suas funções com a lisura necessária, vez que sua mente não está focada, muitas vezes naquilo que está sendo desenvolvido.

 

Fonte: encurtador.com.br/FITW5

 

Depressão e ansiedade são as condições mais observadas atualmente no ambiente profissional, porém, infelizmente, ainda são pouco compreendidas e, como dito anteriormente, tidas em alguns casos como desinteresse profissional.

Lidar com questões pessoais e profissionais ao mesmo tempo é um desafio muito difícil, algumas pessoas não adquirem um jogo de cintura para desenvolver ambos os lados de sua vida.

Nos dias atuais, há uma ampla divulgação da possibilidade de existências de problemas psicológicos vivenciados em toda a população, os profissionais que atualmente sofrem com alguma condição específica que vêm atrapalhando seu desempenho técnico, poderão buscar ajuda psicológica para que não tenha uma vida acompanhada de fracassos e decepções.

REFERENCIAS

LOPES, Allan. Comportamento agressivo no trabalho e os seus impactos. 2019. Disponível em <https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/colunistas/allan-lopes/comportamento-agressivo-no-trabalho-e-os-seus-impactos/> acesso em 11 set 2021.

FOGAÇA, Luciene. Tratamento para trauma emocionais. Disponível em: <https://psicologaluciene.com.br/traumas-emocionais-e-psicologicos/> acesso em 07 set 2021.

The School of Life. As tristezas do trabalho e o fracasso profissional – er autocompaixão com os próprios fracassos não significa ser inocente, mas tentar compreender os motivos que podem ter levado ao resultado negativo. 2016. VC/AS. Disponível em <https://vocesa.abril.com.br/geral/as-tristezas-do-trabalho-e-o-fracasso-profissional/> acesso em 08 set 2021.

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Evasão escolar e os desafios enfrentados pelos coordenadores de IES

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A evasão tem se tornado cada vez mais comum nas universidades e sua real causa ainda é pouco conhecida.

O contexto acadêmico apresenta-se como um ambiente de desenvolvimento significativo dos jovens e adultos de vários países. Em nosso país, para grande parte dos estudantes, a graduação ainda é a forma privilegiada de promoção social e realização profissional, sendo um seguimento entre a vida colegial e a inserção laboral. Mas o ensino superior no Brasil, após promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394 de 1996), vem passando por crescentes mudanças. De modo que, as instituições educacionais vêm tendo que se adaptar a novas orientações normativas para o desenvolvimento de uma instituição eficiente, empreendedora e sustentável, como também de caráter transnacional (MOROSINE, 2005).

As instituições enfrentam vários problemas, dentre eles, a evasão, indubitavelmente, é um dos mais relevantes. Ela tem se tornado cada vez mais comum nas universidades e sua real causa ainda é pouco conhecida. Alguns estudos apontam elevados índices de insatisfação de universitários brasileiros em relação a escolha profissional (BARDAGI et al. 2007), bem como a procura de profissionais recém-formados por processos de aconselhamento de carreira (BENTON apud BARDAGI et al. 2007), de maneira que, o trancamento de matrículas e a evasão dos acadêmicos são um grave reflexo dessa insatisfação. Todavia, a evasão de estudantes universitários não acomete esta ou aquela instituição; é, portanto, um problema tanto da esfera pública quanto da privada.

Em seu artigo, Bardagi e Hutz (2007) apontam que, um reflexo importante dessa insatisfação com o ensino superior é a evasão, uma vez que o abandono ou trancamento de matrículas nas universidades são também fenômenos em expansão. No levantamento feito por Silva Filho, Motejunas, Hipólito e Lobo (2007 p. 647), sobre a evasão escolar no ensino superior brasileiro envolvendo o período de 2000 a 2005, de acordo com cálculos feitos com base em dados do INEP, a taxa anual média de evasão foi de 22%, com pouca oscilação.

Fonte: encurtador.com.br/dpsCF

Para estes autores, embora não se possa indicar relações diretas de causalidade entre o abandono de curso e a carência de atividades acadêmicas ou frequência de problemas de relacionamentos com colegas e professores, estes aspectos podem intensificar a insatisfação com a experiência acadêmica e propiciar a evasão.

Assim, as razões específicas para a provável causa da evasão ainda encontram-se em discussão, visto que há uma série de fatores influenciadores nos quais implicam a saída dos acadêmicos, como aspectos sociais, econômicos, culturais, logísticos, e outros ainda mais complexos, nos quais envolvem a personalidade e identificação da vocação – o que leva ao aumento da procura de estudantes universitários e recém-formados por processo de aconselhamento de carreira.

Segundo Andriola et al. (2006) os índices de evasão elevados têm como consequência um ônus social e financeiro visto que, além da oferta de vagas para a sociedade já ser escassa, há um desperdício do recurso envolvido nesta oferta. E mais, “atesta certa incapacidade da gestão no trato do problema” (AMARAL, 1999 apud RIBEIRO; MOURA; ANDRIOLA, 2003; ANDRIOLA, 2006).

Fonte: encurtador.com.br/bfoR0

Veloso e Almeida (2002) incluem, ainda, o docente como peça significativa para a permanência dos alunos. Segundo os autores a relação “professor-aluno, no primeiro semestre, é fundamental” para sua permanência, sendo necessária uma “maior dedicação ao atendimento do aluno”. Os autores seguem afirmando que o professor/educador exerce sua tarefa sem o devido comprometimento e clareza de que, suas funções não se restringem ao aspecto aprendizagem intelectual, mas como tarefa essencialmente ética e política, sem dúvida alguma, abrange as crenças, valores e forma de agir de seus alunos e, por isso, extrapolam a sala de aula (p. 31) PLACO, 1994 (apud VELOSO; ALMEIDA, 2002).

Marquesin et al. (2008) também colocam o coordenador como uma figura crítica e reflexiva. Desta forma, é possível perceber a importância estratégica do coordenador de incentivar o corpo técnico ao exercício adequado de sua função, que abarca uma visão holística envolvendo tanto os aspectos cognitivos quanto sociopolítico e, ainda, psicossocial.

Para enfrentar o problema da evasão, Andriola (2016) propõe: “trabalhar os seguintes aspectos: criação de um clima amistoso e cooperativo; integração de estudantes dos mais variados cursos; aumento da reflexão crítica e da consciência coletiva; incremento de informações sobre a Universidade, por exemplo: atividades acadêmicas oferecidas no âmbito do curso ou da IES (investigação, extensão, monitorias, congressos científicos, etc); trabalho individualizado com os calouros que tenham problemas acadêmicos resultantes da escolha equivocada do curso” (ANDRIOLA, 2006 p.379).

Fonte: encurtador.com.br/nGMYZ

Entretanto, para possibilitar esse trabalho faz-se necessário o envolvimento da equipe, e é função do coordenador tal articulação e mobilização. Daí a importância de haver uma coordenação suficientemente segura de seu papel e atuante tanto no planejamento como no acompanhamento das ações propostas estando, para isso, envolvida e acreditando na importância de seu papel e em seu próprio valor enquanto pessoa e profissional fundamental para que o processo educacional aconteça de forma satisfatória. 

REFERÊNCIAS:

ANDRIOLA, W. B.; ANDRIOLA, C. G.; MOURA, C. P. Opiniões de docentes e de coordenadores acerca do fenômeno da evasão discente dos cursos de graduação da Universidade Federal do Ceará (UFC).Ensaio: aval.pol.públ. Educ.,Rio de Janeiro, v. 14, n. 52, p. 365-382, Sept.  2006 Availablefrom<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40362006000300006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 25 Maio2019.

BARDAGI, M. P.; HUTZ, C. S. Rotina Acadêmica e Relaçãocom Colegas e Professores: Impacto na Evasão Universitária. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre – RS. Psico, v 43, n. 2, p. 174-184, 2012. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/view/7870>. Acesso em: 25 maio 2019.

MARQUESIN, D. F. B.; PENTEADO, A. F.; BAPTISTA, D. C. O Coordenador de Curso da Instituição de Ensino Superior: Atribuições e Expectativas. Revista de Educação, v 11, n. 12, p. 7-21, 2008. Disponível em: <http://revista.pgsskroton.com.br/index.php/educ/article/view/1917/1821>. Acesso em: 25 maio 2019.

MERCURI, E.; MORAN, R. C.; AZZI, R. G. Estudo da Evasão de Curso no Primeiro Ano de Graduação de uma Universidade Pública Estadual. NUPES, 1995.

MOROSINE, M. C. Ensino Superior no Brasil. In M. Stephanou, M. H. C. Bastos, (Orgs). Histórias e memórias da educação no Brasil. (p. 296-326). Petrópolis: Vozes, 2005.

VELOSO, T. C. M. A.; ALMEIDA, E. P. de. Evasão nos cursos de graduação da Universidade Federal de Mato Grosso, campus universitário de Cuiabá – um processo de exclusão. Série-Estudos – Periódico do Programa de Pós-Graduação em Educação da UCDB, [S.l.], nov. 2013. ISSN 2318-1982. Disponível em: <http://www.serie-estudos.ucdb.br/index.php/serie-estudos/article/view/564>. Acesso em: 25 mai. 2019.

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