(En)Cena entrevista a psicóloga Keila Barros Moreira

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No dia 25/05 o 3º Simpósio Tocantinense de Avaliação Psicológica irá contar com a psicóloga Keila Barros Moreira

O 3º Simpósio Tocantinense de Avaliação Psicológica contará com uma mesa redonda como abertura do evento, tendo como convidadas as psicólogas Ana Beatriz Dupré Silva, Keila Barros Moreira, e Ester Borges de Lima Dias. A psicóloga responsável pela mediação será Ruth Prado Cabral como mediadora. O tema a ser abordado é “Métodos e Técnicas da Avaliação Psicológica”.

Através da estagiária Giovanna Gomes, foi feita uma entrevista para o (En)Cena com a psicóloga Keila Barros Moreira, psicóloga que será uma das três convidadas a participarem da mesa redonda do 3º Simpósio Tocantinense de Avaliação Psicológica. Como uma forma de aproximar os inscritos dos convidados, a psicóloga respondeu algumas perguntas do (En)Cena.

Ao ser perguntada sobre a sua área e tempo de atuação, a psicóloga respondeu:

Atuo na clínica desde 2014 em consultório próprio, percurso que se materializou em 2019 na criação da – Nova Instituto de Psicologia, onde além de mim atendem mais 6 psicólogos.

 Sou Especialista em Atendimento Sistêmico de Famílias e Redes Sociais e mestranda do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Saúde da UFT, onde estou pesquisando métodos educativos sobre luto para trabalhar transgeracionalmente com os idosos da Universidades da Maturidade – UMA e seus familiares.

Fonte: encurtador.com.br/fkqKP

Ao falar sobre como é a caracterização da avaliação psicológica no país, a psicóloga fala sobre a necessidade da Psicologia de superar o paradigma construído na história da Psicologia de rotular, diagnosticar, adequar, ajustar as pessoas em um perfil ou em perfis específicos.

Eu vejo que em nível de Brasil ainda precisamos superar o paradigma construído na história da Psicologia de rotular, diagnosticar, adequar, ajustar as pessoas em um perfil ou em perfis específicos. É uma luta histórica de a psicologia deixar de atuar nesse sentido e atuar respeitando as singularidades humanas e as diversas formas de manifestar tais singularidades.

Em nível de Estado, atuei como conselheira do Conselho Regional de Psicologia da 23ª Região – Tocantins, no triênio 2016 a 2019. Estive como presidente da COF – Comissão de Orientação e Fiscalização em parte desse período. Estive como membro da Comissão de Psicologia Clínica do CRP/23 de janeiro/2020 a fevereiro/2022.

Enquanto  conselheira, além de Palmas, visitei várias cidades do Tocantins, orientando e fiscalizando os profissionais.  O que víamos  com maior frequência, era a falta de conhecimento dos psicólogos sobre o processo de avaliação, o que acabava incorrendo em erros e faltas éticas.

É responsabilidade do profissional se qualificar, buscar conhecimentos e aceitar somente serviços para os quais esteja apto para realizar com rigor técnico e ético como prevê nosso Código de Ética.

Os CRP’s também devem fazer o que lhes cabe, orientar e fiscalizar. Porém, na prática, os Conselhos não têm ‘pernas’ para fazer o que deveriam.

O número de profissionais só tem aumentado e os Conselhos atuam com uma equipe muitas vezes reduzida e com pouca estrutura  para o tamanho das demandas, e apesar da boa vontade e dedicação dos  conselheiros e equipe  não dão conta de atender tudo o que deveriam.

Percebo que o CFP tem oferecido espaços de construção conjunta com os CRP’s na atualização das orientações à categoria. Eu mesmo participei desse processo de atualização da resolução que orienta a confecção dos documentos emitidos pelo psicólogo, incluindo os oriundos de avaliação psicológica, infelizmente esse momento ocorreu com pouca adesão da categoria, não só no Tocantins, mas em todo o Brasil. A resolução citada, é a 06 de 2019, que foi disponibilizada inclusive comentada, no intuito de fazer com que fosse acessível para o maior número de profissionais.

Eventos como o que irá acontecer têm um importante papel, de criar espaços de diálogos e trocas que possibilitem uma formação crítica, técnica e ética desses profissionais.

Fonte: encurtador.com.br/dwNOY

Ao ser perguntada sobre como é realizada a avaliação psicológica na prática de trabalho atual dela. Keila Barros aponta a necessidade de uma postura curiosa e provocativa, muito retratada dentro da Psicologia Sistêmica.

Para mim, o primeiro passo, a partir de uma postura curiosa, é buscar entender a demanda e provocar o demandante sobre os motivos que a(o) trouxeram para a avaliação psicológica. Não é incomum perceber que a demanda é externa e que não é o mais urgente no momento. Por exemplo, alguém que está sofrendo por não se enquadrar nas demandas escolares, e o nível de sofrimento se sobrepõe à necessidade do processo avaliativo. Talvez a situação exija outras formas de atuar, como a psicoterapia, orientação aos pais. Alguns questionamentos devem ser feitos inicialmente, como por exemplo: Porque buscaram a  avaliação? O que significa a avaliação? O que buscam avaliar? Como está o contexto desse indivíduo? O contexto tem influenciado na demanda?  Avaliação é uma necessidade de quem? Quais são as expectativas do processo avaliativo? Como se sentem com o que escutam de si e do outro sobre esse processo?  

Muitas vezes na sociedade competitiva e acelerada que vivemos, como pouco ou nenhum tempo de viver as emoções, os ciclos e processos, com o intuito de uma resposta/solução rápidas, buscamos diagnosticar comportamentos humanos e esperados em processos de mudanças como, por exemplo, a transição da infância para a adolescência, mudança de cidade e trabalho, separação, lutos…

O que estou tentando dizer, é que precisamos de um olhar crítico como psicólogos,  para não aderir mais ao lugar de avaliar e ajustar as pessoas, em prol da padronização ou de um sistema educacional ou político. Precisamos normalizar as nossas humanidades, que nos coloca como seres que tem qualidades, limites, vulnerabilidades e necessidades, que não vão saber ou dar conta SEMPRE, é isso não é um defeito ou atestado de incompetência, é nossa humanidade se manifestando, é deveria estar tudo bem. 

Quando necessária a avaliação psicológica precisa ser realizada com todos os critérios éticos e técnicos, levando em consideração seu caráter dinâmico e não cristalizado. Deve ser fundamentada na abordagem e pressupostos teóricos do profissional, o documento deve ter uma linguagem acessível, e deve ser construído a partir de um raciocínio que leve em consideração as singularidades, os diversos contextos relacionais e territórios sociais vivenciados pelo sujeito, a nível micro e macro.

Sobre existir algum aspecto da avaliação psicológica da qual ela considera mais importante de ser praticado com habilidade e/ou cautela, a psicóloga responde:

Devemos ser curiosos,  atentos, bom ouvintes, com a capacidade de realizar perguntas reflexivas e provocativas, de analisar e contextualizar, de distinguir as pistas do caminho percorrido com o avaliando sem a interferência das hipóteses levantadas pelo demandante e das nossas próprias crenças. Trata-se de um processo imprevisível, inédito e surpreendente!

Precisamos também ter questionamentos e críticas com relação ao processo avaliativo, se não, corremos o risco de incorrer nos mesmos erros do passado. 

A Avaliação Psicológica como campo do saber tem servido a que? Ou a quem?

Em que medida ainda temos servido aos desejos da normatização/adequação? Os diagnósticos psicológicos têm contribuído com o que ou quem? Qual o impacto dos diagnósticos na vida das pessoas? Um diagnóstico define alguém?

Recentemente houve a tentativa de incluir a velhice como patologia no CID 11, sem contar a patologização de comportamentos infantis e da adolescência,  não deveríamos questionar qual tem sido o nosso papel social em tudo isso? 

Apesar de ter construído algumas respostas a partir da minha experiência, meu objetivo aqui não é esse, dar respostas… mas sim,  provocar reflexões sobre o que temos feito, como temos feito e qual o impacto do que temos feito no outro, mas também em nós.

Fonte: encurtador.com.br/elvG9

Dentro da avaliação psicológica, existe sempre uma divergência entre a utilização ou não de testes. Por conta disso, foi levantada a pergunta entre a relação de vantagem e desvantagem da não utilização de testes, e a psicóloga respondeu:

Não colocaria dessa forma, é algo bem complexo para ser respondido de maneira simples.  A partir da identificação de qual é o objetivo da avaliação, da demanda, especificidades do avaliando e contexto, o psicólogo deve se questionar quanto aos métodos mais adequados para seus objetivos. Há uma diversidade de técnicas e instrumentos, entre eles os testes. Os testes cabem em todas as demandas? Penso que esta é uma boa pergunta para começar.

Por exemplo, uma avaliação para laqueadura, se com uma anamnese detalhada a pessoa demonstra ter um planejamento familiar, transmite segurança, tem consciência dos riscos de  fazer um procedimento irreversível, eu preciso aplicar um teste para confirmar o que já está claro? Ou os testes são uma forma de quantificar e validar as percepções do psicólogo?  Será que eles auxiliam para que os documentos psicológicos sejam mensuráveis e confiáveis?

Existe sempre a expectativa de que a avaliação psicológica deve fornecer respostas ou hipóteses de uma forma diretiva. Em relação a isso, Keila Barros responde e até mesmo cita autores contemporâneos como uma forma de reflexão e contribuição sobre o assunto.

Eu penso que a psicóloga(o) deve estar muito atenta, não só sobre quais são os objetivos e percurso da avaliação psicológica, mas também sobre a complexidade das pistas/respostas. É importante, como já disse, deixar claro o caráter não cristalizado do processo avaliativo. A avaliação psicológica, trata-se de um retrato do momento presente do indivíduo. Então ela não define, ela não restringe àquela pessoa há um jeito de ser e viver. Se isso não ficar claro para o profissional, infelizmente para o demandante ficará menos ainda.

Considero importante também,  enfatizar os aspectos positivos do indivíduo, e principalmente,  apresentar os aspectos tidos como ‘negativos’ como parte da constituição desse sujeito. Não é algo que deva ser negado ou excluído de nossa completude, ou do qual deveríamos nos envergonhar, faz parte de nosso universo interior. Mesmo que desejemos mudar comportamentos, não deveríamos vê-los como pecados capitais. Eu sei que essa tem sido uma construção social, buscar a perfeição, atender estereótipos/padrões pré-definidos etc. precisamos trabalhar arduamente para transpor esse paradigma de uma vez por todas.

Distingo que muitos autores e teorias contemporâneas convergem e contribuem nesse sentido. Maturana (2002), Rosenberg (2006), Aun, Vasconcellos e Coelho (2012), Bauman (2014), Brown (2013), Santos (2019)  trazem cada um à sua maneira, reflexões que nos levam à necessidade de acolher como parte de nós nossas vulnerabilidades e sentimentos que embasam comportamentos considerados negativos, que respaldam nossas necessidades, isso nos fortalece, nos liberta das prisões dos estereótipos sociais, nos conecta com nossa essência.

Primeiro porque as nossas multifacetas constituem nossa singularidade humana; segundo, eu só posso mudar em mim, o que reconheço existir; terceiro, é preciso distinguir, se a mudança é algo que escolho/desejo/necessito ou é uma demanda externa que busca me enquadrar em comportamentos padrões? Quarto, eu não me torno alguém defeituoso por ser diferente, por ser quem sou,   quando nós acolhemos, somos capazes de mudanças extraordinárias e também como assinala Maturana, de aceitar o outro como genuíno outro na relação.

No final da entrevista, foi feito o seguinte questionamento: Que competências um psicólogo necessita para realizar avaliação psicológica?. Do qual a nossa psicóloga entrevistada respondeu:

Acho que respondi essa na quarta pergunta rsrs! Além de muito do que já foi citado, precisa se identificar com os constructos do processo avaliativo, por favor, não fazer por fazer! Deve aprofundar, se qualificar, buscar conhecimentos que o capacitem para desenvolver um bom trabalho. Como já dito, respeitando os aspectos legais, éticos e técnicos do processo. E principalmente, tendo um olhar curioso e raciocínio crítico do processo avaliativo e de seus impactos no sujeito e sociedade.

REFERÊNCIAS

BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de. Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.

MATURANA, H. Emoções e Linguagem na Educação e na Política. Tradução de José Fernando Campos Fortes. 3ª Reimpressão. Belo Horizonte. Editora UFMG, 2002.

SANTOS, E. Educação Não Violenta: Como estimular autoestima, autonomia, autodisciplina e resiliência em você e nas crianças. Editora: Paz & Terra, 2019.

ROSENBERG, Marshall B. Comunicação Não-Violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. 2 ed. São Paulo: Ágora, 2006.

AUN, Juliana Gontijo, VASCONCELOS Maria José Esteves & COELHO Sônia Vieira. Atendimento Sistêmico de famílias e redes sociais: Volume I – Fundamentos Teóricos e Epistemológicos. 3ª edição, Ed. Belo Horizonte: Ophicina da Arte & Prosa, 2012.

BROWN, Brené. A coragem de ser imperfeito. trad. Ana Rita Mendes ; rev. Maria João Amorim. – 1ª ed. – Amadora : Nascente, 2013. – 237, [1] p. ; 24 cm. – Tít. orig.: Daring greatly. – ISBN 978-989-668-199-0

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O “Encanto” das relações transgeracionais na formação das crenças

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Encanto, filme da Walt Disney Animation Studios, lançado em dezembro de 2021, literalmente “encantou” o público e está prestes a concorrer ao Oscar de 2022 na categoria de Melhor Filme de Animação e Melhor Trilha Sonora.

O filme conta uma história extraordinária sobre uma família que possui poderes únicos, e vivem nas montanhas da Colômbia em uma casa mágica.

A história e a construção dessa narrativa iniciam quando a jovem Alma Madrigal foge com seu marido e seus filhos trigêmeos, Julieta, Pepa e Bruno por causa de um conflito armado, e o marido acaba morrendo tentando proteger eles e outras pessoas da vila. Alma consegue salvar seus filhos, e a vela que ela estava segurando adquire poderes mágicos – um “milagre” – e acaba derrotando seus perseguidores. Depois disso eles se refugiam nas montanhas, e formam uma comunidade ali.

 Cada membro da família em um dado momento da vida é contemplado com um dom único, com habilidades sobre-humanas, e com esses dons eles servem esta comunidade, todos com excessão de Mirabel, a filha mais velha de Julieta, que é a protagosnista calorosa e espirituosa do filme.

Desde o início do filme, se pode perceber na fala da Mirabel um pouco da dinâmica desta família. A avó trata ela de forma diferente dos outros, ela é vulnerável ao desprezo desta família, que a exclui em vários momentos por ela não ter recebido um presente (por razões desconhecidas). A própria existência de Mirabel é vista como prejudicial à família. Espera-se que ela permaneça em um canto, fora de vista. Ela é deixada de fora dos retratos de família e menosprezada.

Fonte: encurtador.com.br/nxCRX

A postura da avó é de muita arrogância, é autoritária, impondo e centralizando o seu poder. Durante o enredo percebemos sua rigidez e agressividade, inclusive responsabilizando a neta da possível destruição da família, após uma previsão feita por seu filho Bruno, que tem uma visão que ameaça a morada mágica da família e, após isso ele se retira para um exílio para proteger ela e a si mesmo, bem como sua família, pois a matriarca Madrigal não tolera rachaduras em suas fundações.

Dentro da psicologia chamamos isso de ambiente invalidante, onde por mais que a família pode ser a coisa mais importante para um indivíduo,  ainda assim pode ser impregnada de toxicidade e ser motivo de adoecimento psíquico. No enredo, por exemplo, a sensação dela de não fazer parte daquela família, de não conseguir corresponder às expectativas da matriarca, o peso de tudo isso, somados ao medo e à culpa impactam muito Maribel. E neste olhar psicológico, podemos perceber a autenticidade emocional da protagonista.

Ao contrário do que muitos pensam, sentir-se bem ou feliz o tempo todo não é uma receita para o bem-estar, como descobriram os pesquisadores da emoção.

Pessoas com maior flexibilidade de experimentar emoções positivas e negativas em seu ambiente apropriado mostram maior capacidade de resiliência do que pessoas com menos flexibilidade. Embora Mirabel abra o filme com uma introdução otimista dos poderes da família, desviando as perguntas das crianças da vila sobre o dom dela, e mesmo que durante a cerimônia milagrosa de seu primo mais novo ela diz para si mesma: “Não fique chateada ou com raiva. “Não se sinta arrependida ou triste.” “E eu estou bem, estou bem demais; mas me sinto deixada pra trás, não dá mais…, e mais pra frente, “eu não estou bem”, ela continua expressando sua frustração por não ter um dom mágico e estar cansada de “esperar por um milagre”.

Fonte: encurtador.com.br/fpzDE

Talvez seja exatamente porque ela não está completamente emaranhada na família que ela adquire a capacidade de ver as coisas como elas são, não como elas idealmente deveriam ser. Assim, só ela pode ver as rachaduras na casa da família muito antes de qualquer outra pessoa (exceto o tio Bruno). A avó acha suas preocupações ameaçadoras e a repreende fortemente, dizendo que ela está imaginando coisas, ou pior, causando a destruição da família.

“Honrar o milagre” era a coisa mais importante para esta avó. Para ela, o valor desta família esta intimamente atralado ao milagre, desta forma percebemos as crenças e o funcionamento dessa família, a tradição, no que eles acreditam, e o que fala mais alto. Eles deveriam manter esses dons a qualquer custo (inclusive ao custo da saúde psicológica dos familiares).

Luíza, por exemplo, se mostra muito ansiosa, tendo que aguentar um peso que ela já não sente que tem forças para suportar. Ela não sabia dizer não, assumia a responsabilidade de ajudar e satisfazer as expectativas de todos. Izabela também, por ter que ser perfeita, fazer tudo certinho, manter seu padrão de beleza, e o custo desta autoimagem. Mas o dom estava acima de tudo, da liberdade e das necessidades dos membros dessa família. A avó se mostra completamente decepcionada com Mirabel, e fica claro como ela não estava disponível para validar as emoções dos seus filhos e netos.

Nenhum deles tinha liberdade de escolha, e nem abertura para falar como se sentiam em relação ao dom recebido, e o que ele representava na sua vida.

Vai se percebendo os inúmeros sofrimentos e prejuízos emocionais, inclusive na formação nas crenças nucleares de todos eles. A forma como o adulto se relaciona com a criança é internalizado pra ela, essa percepção do mundo a criança aprende na relação estabelecida com a família. Onde tem aceitação, amor, liberdade, ela começa a perceber o mundo a partir dessa relação, e da mesma forma quando existe uma relação disfuncional, autoritária, rigorosa, exigente e rígida vai trazer a criação de crenças disfuncionais que acompanham o indivíduo ao longo de toda a vida.

Segundo a Terapia Cognitivo Comportamental, as crenças nucleares são formadas desde a infância, se solidificam e se fortalecem ao longo da vida. Elas representam o nível cognitivo mais profundo, são ideias absolutistas e rígidas, enraizadas e cristalizadas, e formam como é chamada – a tríade cognitiva, que nada mais é do que o jeito de se perceber como pessoa, perceber os outros e enxergar o mundo.

Um terapeuta da TCC consegue fornecer ferramentas suficientes para colaborar com a mudança do sistema de crenças distorcidas do paciente, para assim, permitir que o sujeito que sofre com a visão irreal de si, dos outros e do mundo consiga fazer uma reestruturação cognitiva e adquirir uma flexibilidade psicológica, conseguindo modificar sua percepção, sua forma de se sentir e de se comportar para melhor, proporcionando à pessoa uma vida mais realista, adaptativa e leve.

O filme consegue captar esse belo encontro entre as gerações, cheio de dor e tristeza, mas também de esperança, nesta dualidade da família.

No final, a avó Alma encontra Mirabel chorando no rio onde seu marido Pedro morreu, e finalmente assume a responsabilidade por colocar muita pressão sobre a família e admite que esqueceu que seu verdadeiro presente não eram seus poderes e milagres, mas sim a própria família. Seu modo rígido de conduzir a família se tornou disfuncional, e ela então flexibilizou esse modo de funcionamento para haver a reconciliação entre elas.

Na conclusão do filme, Mirabel não recebe poderes em forma de magia, mas ela recebe seu lugar na família e, por sua vez, descobre como a geração de sua mãe e a dela carregavam o peso de seus poderes. Seu dom especial é o amor e seu controle sobre o grande coração da família. Assim como a casa foi sendo construída ao redor deles, os Madrigals se reconstroem como uma família que pode ser inteira e estável. Eles ganham uma nova base, uma fundação que lhes permitirá ser quem eles querem ser, com dons ou sem dons. Eles são mais fortes do que eram no início, tudo graças à capacidade de Mirabel de ser vulnerável. A beleza e o amor que vem das histórias das famílias, as pressões implacáveis e a tristeza muitas vezes produzida deste contexto familiar, é um convite a olharmos mais de perto, de entender a história e a origem das tradições. Podemos conhecer os pais e familiares que enterraram seus traumas em nós e aprender com eles, assim como Maribel fez quando perdoou a avó. Podemos tentar enxergar além do sofrimento transgeracional, esta bagagem trazida pelos nossos antepassados, buscando tirar o melhor proveito dessas experiências, tanto boas como ruins, e aprender com elas.

FICHA TÉCNICA

Título original: Encanto

Ano de Produção: 2021

Diretores: Byron Howard, Charise Castro Smith e Jared Bush

Gênero: Animação, Família, Fantasia

Países de Origem: Colômbia e EUA

REFERÊNCIAS

Encanto, Disney, 2021. Disponível em: https://disney.com.br/filmes/encanto. Acesso em 18/03/2022.

Encanto, Wikipedia, 2021. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Encanto_(filme). Acesso em 18/03/2022.

O que é um Trauma Transgeracional, A mente é maravilhosa, 2021. Disponível em: https://amenteemaravilhosa.com.br/trauma-transgeracional/. Acesso em 18/03/2022.

Saiba o que são crenças e como trabalhá-las na TCC, CETCC, 2020. Disponível em: encurtador.com.br/fuF14. Acesso em 21/03/2022.

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Caos 2021 – Sessão técnica aborda intervenções em Terapia Sistêmica

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Na quinta-feira, 04/11, foi dado início a apresentação da sessão técnica 1 do Evento CAOS 2021-Congresso de Saberes Acadêmicos em Psicologia com o tema “Psicologia e Atuação Psicossocial em Situação de Emergência”. A supervisora da sessão técnica 1 e professora Cristina D´Onellas Filipakis iniciou a palavra explicando sobre o acontecimento e as apresentações referidas de cada grupo de alunos que apresentaram seus trabalhos e também apresentou a mediadora da sessão técnica 1, a psicóloga egressa da universidade CEULP-Ulbra TO, Isaura Bortolli Rossato.

A primeira apresentação da sessão técnica foi o artigo com o título “A Escuta Terapêutica pelo Olhar Sistêmico” sendo as representantes as acadêmicas: Luara Botelho Guimarães, Silva Carvalho dos Santos e Rosimeire Alves Pereira, o grupo têm como ênfase a abordagem sistêmica da Psicologia, indicando o objetivo deste artigo que é a compreensão do atendimento do profissional, possíveis técnicas, suas repercussões nas inter-relações em seus atendimentos online. Além deste objetivo colocaram importantes tópicos: teoria sistêmica, setting terapêutico, a comunicação, relação conjugal, 1º axioma, a impossibilidade de não comunicar, relação maternal, relação mãe e filha; 2º axioma na comunicação distinguimos os aspectos de conteúdo e relação e experiência intrafamiliar, com isso as informações foram elaboradas de acordo com cada tópico, tendo em destaque a fala de Rosimeire Alves Pereira, houve perguntas e comentários no final da apresentação do artigo.

A segunda apresentação da sessão técnica 1 foi o artigo com o título “Terapia Sistêmica Utilizando Perguntas Circulares” sendo as representantes as acadêmicas: Brenda Karelly Silva de Sousa e Thalia Soares Barbosa da Silva, este grupo também tem como ênfase a abordagem sistêmica da Psicologia, tem como observação importante apresentado durante este artigo a família e suas mudanças, nas estruturas e fatores sociais e econômicos e a pretensão em investigar sobre os novos tipos de famílias, suas dinâmicas e a utilização das perguntas circulares como técnica terapêutica. Colocaram importantes tópicos; família: sistema e definições, a terapia familiar através das perguntas circulares, vinhetas clínicas, com isso a informações foram elaboradas de acordo com cada tópico, tendo em destaque a fala da Brenda Karelly Silva de Sousa, também houveram perguntas e comentários no final da apresentação do artigo.

A terceira apresentação da sessão técnica 1 foi o artigo com o título “Programação Neurolinguística: O uso no desenvolvimento cognitivo e emocional do ser” sendo a representante a acadêmica Amanda Mariana Silva de Sousa Furtado, este artigo tem como ênfase a abordagem comportamental neurolinguística em que está relacionada a Psicologia, fala sobre os padrões internos e externos em nós, ou seja, as crenças estabelecidas no ser. Colocado importantes tópicos; crenças, crenças limitantes, crenças limitantes x crenças fortalecedoras, neuroplasticidade, programação neurolinguística, PNL na prática, com isso a informações foram elaboradas de acordo com cada tópico, tendo em destaque a fala da Amanda Mariana Silva de Sousa Furtado, também houveram perguntas e comentários no final da apresentação do artigo.

A quarta e última apresentação da sessão técnica 1 foi o artigo com o título “Um Olhar Sistêmico da Violência Implícita sob Alguns Aspectos dos Conflitos Familiares” sendo a representante a acadêmica Maianna Deyse Sobrinho Macedo, este artigo tem como ênfase a abordagem sistêmica da Psicologia, o artigo indica a importância de abordar a questão da violência intrafamiliar e suas especificidades psicológicas e tentar discutir o reflexo dos sintomas que interferem as famílias, houve explicações sobre todo conteúdo do artigo, tendo em destaque a fala da Maianna Deyse Sobrinho Macedo, também houve perguntas e comentários. No final de todas as apresentações teve os agradecimentos da Profª Cristina D´Onellas Filipakis, que parabenizou a todos.

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Configuração familiar e movimento: um passeio pela definição de parentalidade

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O presente estudo tem como objetivo discutir a noção de parentalidade, considerando as formas sucessivas como a configuração da família e as relações de parentesco foram se construindo ao logo do tempo. Pretende-se, ainda, abordar as recentes atualizações quanto à definição de família, enfatizando as transformações contínuas no mundo contemporâneo, em especial nas últimas décadas, observando como se dá a construção da parentalidade em sua dimensão afetiva.

O conceito de parentalidade refere-se ao processo de construção no exercício da relação dos pais com os filhos e é um termo relativamente recente que começou a ser utilizado no Brasil a partir da década de 80. Atualmente, o conceito vem sendo usado para designar o processo dinâmico pelo qual passam os pais, que vai além do biológico, envolvendo aspectos que vão desde a história familiar de cada um  até o contexto sociocultural vigente na atualidade.

Quando estudamos a história das famílias e das relações de parentesco, podemos constatar que a noção de parentalidade nem sempre esteve presente. As relações familiares foram evoluindo ao longo da história de forma complexa e acompanhando as transformações ocorridas na sociedade. A construção do vínculo de parentesco, dessa forma, encontra-se em mudança permanente, assim como o indivíduo e sua forma de se relacionar com o mundo à sua volta.

Fonte: encurtador.com.br/jrMQW

Como nos relata Silvia Maria Zornig, (2010), “nas sociedades tradicionais, as relações de aliança eram estabelecidas em função do patrimônio familiar”, marcado pela transmissão do nome e dos bens. Somente a partir do século XVIII, um novo modelo de família, não mais atrelado à tradição e sim calcado em laços afetivos, estendeu-se às diversas classes sociais, levando consigo os valores e ideologias oriundas da sua classe social de origem. Assim, “as alianças conjugais passam a ser estabelecidas com base no afeto e não mais como arranjos externos, que não levavam em consideração as escolhas individuais”. (ZORNIG, 2010).

Philippe Ariès (2006) enfoca as mudanças da família ao longo da história a partir de outra perspectiva, ou seja, o lugar que a criança ocupa na família e na sociedade. De acordo com o autor, na Idade Média, a transmissão dos valores e dos conhecimentos, e de modo mais geral, a socialização da criança, não eram, portanto, nem asseguradas nem controladas pela família. A criança se afastava logo de seus pais, e pode-se dizer que durante séculos à educação foi garantida pela aprendizagem, graças à convivência da criança ou do jovem com os adultos. A criança aprendia as coisas que devia saber ajudando os adultos a fazê-las. (ÀRIES, 2006).

Desse modo, quando a criança se tornava independente das pessoas responsáveis por cuidar dela, já ingressava no mundo adulto, aprendendo as tarefas do cotidiano e questões práticas, ligadas à sobrevivência e ao convívio com os adultos, de forma que as relações afetivas não tinham dimensão relevante.

Fonte: encurtador.com.br/bnFT8

Tal processo, descrito por Ariès (2006), inicia-se após a Idade Média e se estende pelos séculos seguintes, evidenciando as constantes transformações em curso. O papel da criança na família se modificava, portanto, na medida em que a organização familiar também se transformava, em favor da inclusão das trocas afetivas e das práticas de cuidado nas relações entre os membros da família. Assim, a família, como instituição social, torna-se responsável pela sociabilidade, afetividade e uma enorme variedade de elementos no processo de desenvolvimento dos filhos.

Nesse contexto, ideias sobre moralidade, condutas adequadas no meio social, educação e aprendizagem passam a ser incorporadas pela sociedade progressivamente, dando início à noção de criança como indivíduo, ao mesmo tempo em que se toma consciência das obrigações de cuidado por parte dos adultos e da necessidade de dar a ela um tratamento adequado.

O desenvolvimento das relações afetivas passa, dessa forma, a ser uma característica central da família. Singly (2007) distingue dois períodos da família contemporânea: o primeiro que vai do século XIX até os anos 1960, marcado pelo “amor no casamento, pela divisão do trabalho entre o homem e a mulher, a atenção à criança, à sua saúde e à sua educação” e o segundo período, situado após 1960, marcado pelo crescente individualismo e uma busca por maior autonomia dos indivíduos, as quais engendram inúmeras transformações nas organizações familiares. (SINGLY, 2007, p. 130).

A família do tipo nuclear consolida-se principalmente depois da Revolução Industrial, quando ocorre a organização populacional e a fixação em núcleos urbanos, sendo composta basicamente por pai, mãe e filhos, constituindo assim a família patriarcal que se organizou em torno da figura do pai, fechada em sua intimidade e com um determinado padrão de educação para seus filhos.

Fonte: encurtador.com.br/czGV1

Alguns estudiosos como Poster (1979) relatam que “por volta do séc. XIX e início do séc. XX as famílias das classes trabalhadoras também acabaram adotando o modelo de família nuclear burguesa, quando foram forçadas a deixar o campo e ingressar no trabalho em indústrias nas cidades” (POSTER, 1979, p. 25).

Com as transformações em pauta e reorganizações constantes, a família altera sua estrutura e seus papéis, ao mesmo tempo em que se mantém como uma forma de organização social consistente. A família brasileira, por exemplo, já não tem a mesma estrutura rígida. A monoparentalidade passa a ser bastante comum, encontrando-se com muita frequência a mulher como chefe de família, além de diversas outras formas que fogem do modelo convencional de família.

Para Szymansky (1998), a própria ideia de família vem mudando, influenciada, dentre outros fatores, pela saída da mulher do espaço doméstico para o mercado de trabalho, o que transformou a instituição, além de outros elementos como o controle da natalidade, o aumento do número de divórcios, declínio da autoridade paterna e marital, a acentuação do individualismo e da liberdade dos membros da família.

Nesse contexto, Michelle Gorin et al. (2015) entende que, as reorganizações são constantes e a parentalidade continua a ser exercida, não necessariamente pelo pai e pela mãe biológicos, no contexto da família nuclear tradicional, mas pelo arranjo que se compõe para exercer as funções parentais em relação às crianças. Tais funções podem ser exercidas, por exemplo, pelos próprios pais, por dois pais, duas mães, madrastas e padrastos, por exemplo.(GORIN et al., 2015, p. 4).

Fonte: encurtador.com.br/aqNX4

Para Vilhena et al. (2011), os fatores biológicos têm sido cada vez menos utilizados como referência do que é uma família, de modo que esta pode ser pensada sob diferentes aspectos, seja como unidade doméstica, assegurando as condições necessárias à sobrevivência, como um conjunto de laços de parentesco, como um grupo de afinidade, com variados graus de convivência e proximidade e de tantas outras formas.

Segundo os autores, devemos pensar a família como uma construção social, sem tomarmos nenhum arranjo como norma, mesmo porque esta instituição passa por um processo de desinstitucionalização, no sentido de ser considerada cada vez mais uma realidade privada, diminuindo o seu significado púbico.

Nesse sentido, assim como expressa Gorin et al. (2015), a discussão sobre as formas de ser família hoje não deve se realizar apenas em torno do exercício das funções paternas e maternas, mas independentemente do arranjo conjugal, a parentalidade deve se ocupar da estruturação psíquica do sujeito, por meio por meio da troca afetiva e da transmissão dos interditos, transmitindo a noção da renúncia como regra estruturante da ordem familiar.

Desse modo, o papel das figuras parentais se mostra absolutamente libertador e formador, no sentido de preparar os filhos para suas responsabilidades em relação às normas de convívio social e para a entrada na vida adulta, de modo que a formação do sujeito seja reflexo tanto da vivência em família quanto da vida em sociedade.

REFERÊNCIAS

ARIÉS, Philippe. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: LTC, 2006. Disponível em: http://files.grupo-educacional-vanguard8.webnode.com/200000024-07a9b08a40/Livro%20PHILIPPE-ARIES-Historia-social-da-crianca-e-da-familia.pdf

GORIN, Michelle Christof; MELLO, Renata; MACHADO, Rebeca Nonato; Féres-CARNEIRO, Terezinha. O estatuto contemporâneo da parentalidade. Rev. SPAGESP, vol. 16, n. 2, Ribeirão Preto, 2015. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-29702015000200002&lng=pt&nrm=iso

PONCIANO, E. T.; FÉRES-CARNEIRO, T. Relação pais-filhos na transição para a vida adulta, autonomia e relativização da hierarquia. Psicologia: Reflexão e Crítica, n. 27, 2014. Disponível em:     https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-79722014000200388&script=sci_arttext&tlng=pt

POSTER, M. Teoria critica da família. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. p. 25.

SZYMANSKY, H. A relação família/escola desafios e perspectivas. Brasília: Líber Livro, 1998.

VILHENA, J;SOUZA, A. C. B;UZIEL, A. P;ZAMORA, M. H;NOVAES, J. V. (2011). Que família? Provocações a partir da homoparentalidade. Revista Mal-Estar e Subjetividade, n. 11. Disponível em:  https://periodicos.unifor.br/rmes/article/view/5034/4040. Acesso em: 12 abr. 2021.

ZORNIG, Silvia Maria Abu-Jamra. Tornar-se pai, tornar-se mãe: o processo de construção da parentalidade. Rev.Tempo Psicanal. vol. 42, n. 2. Rio de Janeiro, jun. 2010. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382010000200010&lng=pt&nrm=iso

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CAOS 2020: Relações familiares e escolares são tema em sessão técnica

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Sessão técnica é parte da programação do CAOS 2020 que acontece no Ceulp até o dia 07 de novembro.

Nesta quinta-feira (05), ocorreram remotamente as Sessões Técnicas do Congresso Acadêmico de Saberes da Psicologia – CAOS 2020. As apresentações de trabalhos por comunicação oral foram de acadêmicos e psicólogas mediados pela psicóloga e Profa. Cristina Filipakis (Ceulp/Ulbra).

A psicóloga Ester Maria Cabral apresentou o trabalho “As Relações Pessoais Da Família Pastoral E Suas Implicações Emocionais”. Discorreu sobre a compreensão das relações familiares e pessoais das famílias pastorais por meio do Pensamento Sistêmico a partir da Teoria Geral Dos Sistemas e Teoria Da Comunicação. Em sua pesquisa, Ester observou o impacto na saúde física e emocional da situação financeira, mudanças de moradia, adoecimento e solidão nas famílias de pastores presbiterianos.

As acadêmicas Isaura Rossatto e Yasmilsa Mesquita apresentaram o trabalho “Colaboração Entre Parceiros Em Relações Heterossexuais”. Pontuaram sobre a influência dos papéis de gênero na sociedade patriarcal sobre a colaboração em casais. Indicaram a importância das práticas colaborativas por meio do Pensamento Sistêmico Novo-Paradigmático e de formas de relacionar voltadas para a legitimação na convivência.

Os acadêmicos Leticia Antunes e Murilo Morais apresentaram o trabalho “Conflito Nas Relações Familiares: Parentalidade”. Discorreram sobre a família na contemporaneidade e triangulação na parentalidade a partir das relações de mãe-filha. Também refletiram acerca dos papéis femininos acumulados na família, no que tange as premissas dos indivíduos acerca do trabalho e do ideal que se têm da família socialmente.

Fonte: Arquivo Pessoal

Por fim, a psicóloga Talita dos Anjos Lima apresentou o trabalho “Psicologia Escolar: Identificando Possíveis Demandas De Dificuldades De Aprendizagem Por Meio De Protocolo De Rastreio”. Discorreu sobre a escola como campo de socialização e atuação da psicologia escolar, bem como sobre seu trabalho em atendimento educacional especializado por meio do Projeto de Atenção Interdisciplinar em Saúde Mental nas Escolas (PAISME) em Porto Nacional – TO.

Essa edição do CAOS, inteiramente de forma remota, tem como tema “Psicologia e Profissão: a avaliação psicológica em destaque”. A programação conta com palestras, mesas redondas, minicursos e sessões técnicas. Nessa edição, estar inscrito no evento é fundamental para receber certificação. Mais informações podem ser obtidas no site do evento.

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CAOS 2019: Violência de gênero nas relações é pauta em sessões técnicas

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No dia 23 de maio, ocorreram na sala 217 do CEULP as sessões técnicas, como parte da programação da quarta edição do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS), mediadas pela Profª Me. Cristina D’Ornellas Filipakis. Dentre os temas discutidos, houve “Impactos da situação de violência de gênero sobre o relacionar-se”, artigo produzido pelas egressas do curso Psicologia do CEULP, Amanda Évem Sena Cristo e Gleycielle Silva Magalhães, supervisionadas por Cristina

A apresentação foi realizada por Gleycielle, que falou sobre a violência como processo de uso da força ou do poder sobre outra pessoa, causando algum tipo de dano e que o meio intrafamiliar pode ser um dos cenários para que ocorra essa violência, assim como esta pode influenciar na forma como a pessoa se relaciona. Gleycielle também apresentou as diferenças entre violência contra a mulher, violência doméstica e violência de gênero.

Fonte: encurtador.com.br/npyOV

Como aporte teórico, Gleycielle apresentou sobre a teoria geral dos sistemas,  sobre a teoria cibernética e sobre a teoria da comunicação. Utilizou – se de vinhetas clínicas  (falas pontuais dos clientes) para exemplificar os fenômenos de triangulação e diferenciação do self.

Por fim, Gleycielle apresentou sobre a abordagem utilizada nos atendimentos, sendo a Psicoterapia Sistêmica Novo Paradigmática, baseada nos preceitos de complexidade, instabilidade e intersubjetividade, que consistem em ampliar o foco sobre os sistemas, os considerando como não estáveis e considerando a participação do psicoterapeuta no sistema, que o afeta e é afetado por ele.

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Sessões Técnicas abordam a Violência Conjugal no CAOS 2019

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Nesta quinta-feira (23) aconteceu a apresentação dos artigos científicos submetidos ao CAOS 2019. A programação chamada de Sessões Técnicas, contou com quatro grandes temas que foram mediados pelos professores de Psicologia: Cristina Filipakis, Sonielson Luciano de Sousa, Thaís Monteiro e Irenides Teixeira.

A acadêmica de Psicologia Josiane Ribeiro Freitas apresentou o artigo “A violência conjugal e o discurso das vítimas sob a ótica da perspectiva sistêmica”, que foi escrito juntamente com a acadêmica Keila Ferreira da Silva sob supervisão da professora Cristina.

Fonte: Arquivo Pessoal

Josiane explanou sobre os tipos de violência que as mulheres sofrem por parte dos seus companheiros, abordando a violência física, patrimonial, psicológica e moral. Além disso, ela chamou atenção para como os padrões de violência são passados de geração para geração, num processo conhecido como transmissão transgeracional, caso não sejam resolvidos e ressignificados.

Em conclusão, a acadêmica levou o público a refletir sobre como a violência contra a mulher ainda está muito presente nos dias atuais, suscitando a necessidade de que as formas de se relacionar baseadas no machismo sejam repensadas e reformuladas.

 

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Ligas Acadêmicas de Psicologia: aberta as inscrições!

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As inscrições vão até o dia 30 de setembro de 2018.

Nesta quarta-feira, dia 19 de setembro de 2018, teve a abertura das inscrições das Ligas Acadêmicas do curso de Psicologia (2018/2), o encerramento está previsto para o dia 30 do mesmo mês. As ligas são uma iniciativa do Centro Acadêmico (C.A.) de Psicologia com parceira com a coordenação do curso de Psicologia e professores orientadores de cada abordagem.

Profª Me. e coordenadora adjunta Cristina D’Ornella Filipakis. Foto: Laryssa Araújo.

Lanusse Guimarães, diretora de pesquisa e extensão do C.A. de Psicologia, diz que as ligas têm como objetivo o fortalecimento dos saberes científicos, bem como o desenvolvimento das atividades de extensão voltadas as suas respectivas abordagens. Assim, os encontros acontecerão semanalmente nos meses de outubro e novembro, com direito à certificação com as horas extracurriculares concernentes às atividades realizadas de cada liga.

Profº Me. Sonielson Luciano. Foto: Laryssa Araújo.

Neste semestre, na inscrição, serão oferecidas ligas nas seguintes abordagens: Psicanálise, Análise do Comportamento, Fenomenologia Existencial, Sistêmica e Cognitivo-Comportamental. É válido lembrar que para abertura de cada liga é necessário que haja no mínimo 10 inscritos.

Acadêmicas de psicologia, Evelly Silva e Isaura Rossatto. Foto: Laryssa Araújo.

Link para inscrições:

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd5ibmAUoqz3r6O-l8jiAgkVgTBrD5jIzOFPuG9TS0HdyrBcQ/viewform

Nota:

Também é possível acessar o formulário de inscrição através da arte de divulgação abaixo, pela leitura do qwerty code feita na câmera ou aplicativo de celulares:

Arte: Laryssa Araújo

 

 

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