A Ética é um caminho para a felicidade, destaca Clóvis de Barros Filho

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Durante uma palestra promovida pelo Sebrae/TO na noite desta quinta, 19, no Colégio São Francisco de Assis, em Palmas, o filósofo e professor da USP Clóvis de Barros Filho disse que a Ética é um importante caminho para a felicidade. Neste contexto, a fidelidade é uma das premissas que devem nortear todas as ações humanas; caso contrário, trocas sociais e afetivas chegarão a uma situação insustentável.

De acordo com o prof. Dr. Clóvis, a falta de fidelidade implica na falta de amor a si próprio. Isso tem efeitos, inclusive, na crise de sustentabilidade ambiental com a qual o mundo lida atualmente. Ser fiel, para Clóvis, é manter um pacto com as escolhas e decisões que se faz no passado. Portanto, é uma ênfase de caráter ético. Isso é o que geraria amor e confiança mútuos, em todas as esferas da vida. “Faça tudo de tal maneira que amanhã você consiga fazer o que você fez hoje. Ou seja, não comprometa o amanhã!”, destacou o professor, que é considerado pela revista Exame e pela HSM Expo como um dos melhores palestrantes do país e o melhor das Américas sobre o tema ‘Ética’.

Em sua palestra “Ética, Amor e Sustentabilidade”, Barros Filho citou também pensamentos de grandes personagens históricas como Aristóteles, Jesus Cristo e Friedrich Nietzsche. “O que a vida deve ter para valer a pena? A vida vale a pena quando há busca pela excelência”, disse ele em uma das reflexões sobre ética a partir do pensamento grego. Buscar a excelência de si próprio, assim, é colaborar para a excelência dos “Kosmos” (Universo). E agir com excelência implica em respeitar as próprias inclinações. “Só assim para que o indivíduo possa explorar ao máximo os seus próprios recursos”.

Clóvis também destacou a Ética a partir dos ensinamentos de Jesus, para quem “a vida digna é a vida dedicada ao outro”. Desta forma, “é possível colocar significado à própria vida. Do contrário, nos iludimos com encontros e buscas temporárias, com a acumulação desmedida que, no final das contas, não preenche o vazio existencial”.

O professor exemplificou ainda situações que evidenciam a escassez da moral. “Em uma escola colocaram câmeras nas salas de aula e comunicaram aos pais que eles podem acompanhar seus filhos pela internet. É como se dissesse que na frente das câmeras eles devem se comportar e por trás podem fazer o que quiser. É a escassez da moral e é aí que a ética se faz tão necessária”, afirmou Barros Filho, ao acrescentar que é preciso ficar alerta para o foto de que “não se pode buscar a qualquer custo seus objetivos. Não se pode obter a qualquer preço o que quer. Neste processo, tem que levar em conta a variável mais importante, que é o impacto que provocamos nos outros”.

Além disso, Clóvis diferenciou os conceitos de Ética e Moral. “A Ética é um entendimento coletivo para aperfeiçoar a convivência em sociedade. É uma inteligência compartilhada a serviço de todos”. Já a Moral é “uma reflexão em primeira pessoa. É aquilo que não faríamos mesmo que estivéssemos invisíveis. Ou seja, não faria diferença se tivesse alguém olhando ou não, sempre inclinaríamos a agir de acordo com a nossa moral”.

Ao fim da palestra, o professor doutor fez um chamamento para que cada um se dispusesse a oferecer a alguém um momento bom. “Todos nós somos responsáveis por construir juntos uma convivência possível. Se não for por nós, que seja para nossos filhos, para as próximas gerações”, finalizou.

CONGRESSO

Clóvis de Barros Filho participou da abertura do I Congresso Sebrae de Sustentabilidade. O evento teve início nesta quinta, 19, com as boas vindas dada pelo superintendente do Sebrae, Omar Antonio Hennemann. “No dia a dia esquecemos da sustentabilidade. Precisamos pensá-la como nossas necessidades atuais sem comprometer as próximas gerações”, destacou ele, ao ressaltar um dos temas do congresso. O superintendente estava acompanhado do presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae, Pedro Ferreira, e do diretor de Administração e Finanças da instituição, Jarbas Meurer.

Além de Barros Filho, o congresso também recebe os palestrantes Ricardo Voltolini, que aborda “Liderança e Sustentabilidade”, Felipe Saboya (“Iniciando a Gestão Empresarial Responsável”), Michelle Fildelhoc (“Empreendedorismo Social”), e a Monja zen budista Coen Roshi, com a palestra sobre “Desastres Naturais e Violências Humanas”. (Com informações do Sebrae/TO)

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Circonsciente – sustentabilidade no circo

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A coleta seletiva, conforme Cartilha do Ministério Público do Estado de São Paulo (2014)  é um processo de separação dos resíduos sólidos que seriam descartados como “lixo” e auxilia na destinação correta desses materiais. A partir desta separação, portanto, é possível reciclar os resíduos que não são de origem orgânica e transformá-los em outros produtos ou fabricação da própria matéria-prima. Os materiais separados são divididos em: papéis, plásticos, vidros e metais.

Além da coleta seletiva para a reciclagem, existem materiais que são separados para terem sua destinação apropriada, chamada logística reversa (MPSP, 2014), por apresentarem risco à saúde ou provocarem contaminação do solo, eles são: pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, medicamentos e lixos hospitalares.

Foto: Ana Carolina Peixoto – Lixeiras produzidas pelos alunos do curso de arte circense.

Existem muitos locais que servem de ponto de coleta destes materiais, como indústrias e farmácias. A lei federal n° 12.305/2010 “tem como princípio a responsabilidade compartilhada entre governo, empresas e população para gerenciamento adequado de um dos maiores problemas do mundo hoje: o lixo urbano” (MPSP, 2014, p. 10). Esta lei visa incentivar a coleta seletiva e utilizar-se da participação direta de cooperativas de catadores, transformando o cenário do lixo urbano, bem como auxiliando na economia nacional, gerando empregos para milhares de pessoas.

A prática diária da coleta seletiva começa na base, dentro de nossas casas, e se constitui como algo de extrema importância para o meio ambiente, diminuindo a contaminação dos rios e solos. E é essa iniciativa que o curso de arte circense da Casa da Cultura Professora Maria dos Reis, em Taquaruçu (Palmas/TO), vem promovendo junto a seus alunos, abrangendo também toda a comunidade. O ministrante, professor Kadu Oliviê, artista oriundo de Goiânia – GO, traz como objetivo em seu curso mostrar a arte do circo para as crianças da comunidade, a fim de integrá-las no mundo artístico e potencializar habilidades que são inerentes às crianças, tais como a criatividade e a espontaneidade. Precursor desta proposta, Kadu inovou ao trazer para seus alunos uma forma diferente de aprender circo; “confeccionar”, a partir de materiais recicláveis, lixeiras coloridas de coleta seletiva.

Essa proposta visa, além da conscientização dos alunos, promover a sustentabilidade ambiental a partir da base, através das crianças que serão “professores” dos pais e familiares na busca de uma comunidade mais sustentável. É importante evidenciar o envolvimento de toda a comunidade na construção de um saber ecológico, haja vista todos serem responsáveis pelo que produzem e pela sua destinação. As lixeiras para coleta seletiva confeccionadas pelos alunos de Arte Circense contaram com materiais como jornais, garrafas PET e papelão, que seriam descartados ou reaproveitados em outra oficina presente no mesmo local, a de Reciclagem, ministrada pela artista plástica Sandra Oliveira.

Ao produzirem o material, os alunos são orientados acerca do que é a coleta seletiva e é promovida uma reflexão acerca da importância de realizá-la, ao mesmo tempo em que fazem malabarismos, acrobacias e pintam-se de palhaços. Trata-se, assim, de uma ferramenta recreativa para produzir a sensibilização das crianças da comunidade de Taquaruçu e, a posteriori, atingir também seus familiares.

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XXIV Encontro Brasileiro de Psicologia e Medicina Comportamental acontece em Agosto

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Em sua 24ª edição, o Encontro Brasileiro de Psicologia e Medicina Comportamental discute “A ciência do comportamento para a construção de um futuro sustentável”

O evento acontece de 19 a 22 de Agosto na Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo. Dentre os temas a serem abordados durante o encontro estão análise do comportamento (básica, aplicada, histórico-conceitual) processos comportamentais básicos e complexos, psicologia clínica, desenvolvimento atípico, saúde, educação, trabalho, esporte, economia, política, cultura, etc.

O objetivo do encontro é atender desde os iniciantes na análise do comportamento até os mais profundos estudiosos da área. A inscrições podem ser efetuadas on- line até 07 de agosto. O participante deverá preencher a ficha de inscrição e efetuar o pagamento através de boleto bancário ou cartão de crédito.

A Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental (ABPMC) Fundada em 1991 é uma entidade que tem por objetivo congregar psicólogos e médicos interessados no desenvolvimento científico e tecnológico da Análise do Comportamento, da terapia comportamental, da terapia cognitivo-comportamental e da medicina comportamental.

Programação do XXIV Encontro

19/ago

07h30-08h30 Credenciamento
08h30-10h00 Mini-Cursos (20)
10h00-10h30 Coffee-Break
10h30-12h00 Mini-Cursos (20)
12h00-14h00 Almoço
14h00-17h00 Mini-Cursos (21)
17h30-18h30 Welcome Coffee – Teatro Gamaro
18h30-20h30 Abertura do XXIV Encontro da ABPMC – Teatro Gamaro

20/ago

08h00-10h00 Mesas, comunicações coordenadas, comunicações orais e supervisões públicas
10h00-11h00 Coffee-Break e Paineis
11h00-12h30 Comunicações coordenadas, comunicações orais e supervisões públicas
12h30-14h00 Almoço
14h00-14h30 Primeiros Passos
14h30-15h20 Palestras, conferências e comunicações orais
15h20h-16h20 Coffee-Break e Painéis
16h20-17h10 Palestras, conferências e comunicações orais

21/ago

08h00-10h00 Mesas, comunicações coordenadas, comunicações orais e supervisões públicas
10h00-10h30 Coffee-Break
10h30-12h30 Mesas, comunicações coordenadas, comunicações orais e supervisões públicas
12h30-14h00 Almoço
14h00-14h30 Primeiros passos
14h30-16h30 Mesas, comunicações coordenadas, comunicações orais e supervisões públicas
16h30-17h00 Coffee-Break
17h30-19h00 Assembleia

22/ago

09h00-11h00 Mesas, comunicações coordenadas, comunicações orais e supervisões públicas
11h00-12h00 Palestras, conferências e comunicações orais
12h00-13h00 Encerramento

Para mais informações entre no site: http://www.encontroabpmc2015.com.br/.

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Sustentabilidade Líquida na Contemporaneidade

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Como iniciar este texto sem apelar à pieguice do tema na contemporaneidade, quando vemos propagandas apelativas na televisão, inúmeras produções de Hollywood falando sobre a preservação, cartazes espalhados pelo chão, pessoas gritando a plenos pulmões “Salve o Planeta”, marcas famosas criando produtos biossustentáveis? E, ainda assim, a sustentabilidade parece longe de ser alcançada; todas as ações voltadas para este fim parecem fazer eclipse no ideal que visamos. Zigmunt Bauman outrora discursara sobre a vida líquida, “a vida líquida, assim como a sociedade líquido-moderna, não pode manter a forma ou permanecer em seu curso por muito tempo” (BAUMAN, 2007, p. 7). Gostaria, portanto, de produzir uma reflexão no leitor ao pensar no conceito de consciência sustentável líquida. Será possível pensarmos em uma consciência ecológica que não se sustenta por muito tempo em decorrência do imediatismo presente na corrida industrial do século XXI?

Em tempos remotos, era possível notar uma postura de respeito e comunhão, e até submissão, do homem com a natureza, quando as explicações para os fenômenos que ocorriam se davam ao poder de uma força maior. Hodiernamente, nota-se uma postura antropocêntrica e, conforme Bonazina et. al. (s/d) “economicista-predatória, em que o ser humano coloca-se como centro do Universo”. Por conseguinte, esta mudança na relação de homem-natureza ocasionou em uma ruptura no processo de subjetividade do ser humano, ao pensarmos na Ecopsicologia como norteador da análise do homem como parte fundamental e ativa na natureza, e esta como unidade constituinte da identidade do homem. Tal como elucida Bonazina et. al. (s/d),

A Ecopsicologia surge como um ramo da Ciência que parte de uma análise da subjetividade humana, das relações que caracterizam o convívio social e das relações do homem com o meio ambiente, para a construção de uma “nova psicologia do meio ambiente, que nos ajude a entender o que devemos fazer e continuar fazendo, individual e coletivamente, de forma que possamos mudar nossa conduta, local e global, para salvarmos a vida do planeta”.

A Ecopsicologia é, pois interdisciplinar e transdisciplinar, na medida em que perpassa por outras ciências – Ecologia, Psicologia, Sustentabilidade e, através do pensamento crítico, vai além da disciplinaridade para compreender os fenômenos culturais, sociais e econômicos criados pelo contexto de onde provêm (CARVALHO, 2013).

Não é possível falar da ruptura homem-natureza, sem citar as rupturas que acometem as relações sociais e do homem com sua subjetividade. Neste ínterim, portanto, vale citar Guatarri quando nos propõe a ecosofia que articula três princípios ecológicos, “do meio ambiente, o das relações sociais e o da subjetividade humana” (2001, p. 8) que se produzem e são produzidos em um mesmo processo. Em outra instância, Bonazina et. al. (s/d) nos confere estes três conceitos, pressupondo a re-significação dos atuais valores e percepções que nos permitam alcançar o desenvolvimento sustentável, tal como preconiza Metzner “[…] Nós somos parte da natureza, estamos na Terra, não sobre ela” (apud BONAZINA et. al., s/d, grifo nosso). E se, como apontou Bauman, a sociedade é líquido-moderna e é vivida constantemente em condições de incerteza, “o problema é apegar-se firmemente à única identidade disponível e manter juntos seus pedaços e partes” (BAUMAN, 2007, p. 13).

O outro registro são as relações sociais, as circunstâncias que permitem ao indivíduo desenvolver-se como sujeito. “[…] a sociedade não tem substância própria, precisa dos indivíduos para ser o que é, e estes, precisam da sociedade para existir” (BONAZINA et. al., s/d, p. 4).  É no meio social que o indivíduo se constitui, e na constituição das subjetividades são construídos os valores sociais e as relações de poder em um momento de produção capitalística onde as inovações tecnológicas têm apresentado inúmeros impactos no meio ambiente, podendo ser positivos ou negativos, e neste momento mostra-se o registro ecológico frisado por Guatarri, o meio ambiente.

A subjetividade é, portanto, as formas de se produzir enquanto sujeito nas relações do eu com o outro, com as experiências de vida e no contato com o ambiente. Trazendo ao nosso modelo econômico vigente, “o capitalismo redimensionou a esfera da subjetividade, introduzindo novas formas de pensar, agir e ser, padronizando os desejos e ações humanas” (POSSOLLI, s/d, p. 130), na medida em que a subjetividade é moldada segundo a semiótica dominante, neste caso, o capitalismo. É nesta lógica dominante, aliada aos recursos tecnológicos e midiáticos do mundo pós-moderno que se produzem e mantém o status quo das subjetividades capitalísticas. Estas subjetividades dominantes, por sua vez, nos denotam ao conceito explicitado anteriormente de consciência sustentável líquida, aquela que não se mantém, e que se produz na relação com o exterior. Pode-se dizer, então, que sustentabilidade está na moda? É um meio de se atingir um status de solidário e redimir-se de sua culpa quanto aos atos contra a natureza? Poli e Hazan (2013, p. 391) explicitam que,

Essa visão inocente e singela da sustentabilidade serve à superficialidade do homem contemporâneo e apazigua a leve lembrança que carrega dentro de si de que deve ser solidário ao outro, de que deve respeitar o espaço que ocupa e que o rodeia, além de todos os elementos que compõem o seu habitat.

Evidencia-se o discurso midiático que promove a sustentabilidade ideológica como forma de “vender seu produto”. As novas formas de ser e de viver na contemporaneidade produzem e são produzidas pelo consumo desenfreado, desencadeando a dita sociedade líquido-moderna produtora de novas subjetividades que tem como principal objetivo a remoção do lixo que, segundo Bauman (2001, p. 17) “entre as indústrias da sociedade de consumo, a de produção de lixo é a mais sólida e imune a crises”.

 

NOTA:

O presente texto “Sustentabilidade Líquida na Contemporaneidade” é um recorte do projeto de extensão Sustentabilidade e Resíduos Sólidos que esteve em andamento no ano de 2014 no Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA), coordenado pela professora Esp. Lauriane Moreira, do curso de Psicologia. O projeto, como objetivo geral, visa à conscientização dos acadêmicos através de ações sustentáveis, tal como a coleta seletiva e a reciclagem de resíduos sólidos. O texto é uma ação, dentre várias, que visa atingir a comunidade acadêmica de modo geral, e aos demais públicos visitantes do Portal (En)Cena, através da sensibilização operada pelas ações e abrangência de conhecimentos acerca da sustentabilidade ambiental e reutilização dos resíduos sólidos.

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“O Lorax” e a moral da sustentabilidade

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O filme O Lorax em Busca da Trúfula Perdida é uma obra do conhecido Theodor Seuss Geisel, Dr. Seuss, autor de inúmeros contos infantis, entre os mais conhecidos estão “Como Grinch roubou o Natal”, “O Gato da Cartola” (também adaptado ao cinema no clássico filme O Gato) , dentre outros. Suas obras são conhecidas por tenderem ao exagero para chamar a atenção para moral que se quer passar e por, normalmente, serem bem coloridas e alegres.

O filme se passa em uma cidadezinha chamada Thneedville, onde não existem árvores de verdade, pois estas foram completamente destruídas, e consequentemente o ar que respiram é artificial e comercializado pela empresa O’hare, e logo na abertura os personagens desta história cantam uma canção, demonstrando o quão felizes são em morar em Thneedville. Desde as árvores coloridas e dos mais diversos modelos, até mesmo os alimentos, são fabricados com plástico e o ar vendido pelo vilão da história, Sr. O’hare, é distribuído em galões próprios para se encaixarem em uma espécie de “respirador” que exala o ar puro dentro das casas.

Apesar do nome do filme, o personagem principal não é o Lorax, mas sim um jovem absolutamente comum chamado Ted, apaixonado por uma garota, Audrey, que sempre desejou ter uma árvore de verdade. Em seu desejo por demonstrar seu amor, Ted burla as regras e sai da cidade, em busca do Umavez-ildo que, segundo as histórias de sua avó, saberia lhe dizer o que aconteceu com todas as árvores.

O cenário fora da cidade é outro; triste, destruído e devastado, não existe nada além de cinzas e um cheiro podre e o ar irrespirável. Ted encontra, então, o Umavez-ildo morando em uma casinha afastada e solitária, com várias placas pelo caminho demonstrando que visitas não são bem-vindas. Umavez-ildo conta sua história, quando há muito tempo era um jovem ambicioso procurando inspiração para sua obra-prima, uma criação banal, para provar seu valor à sua família e ao mundo.

Em sua busca, encontra um lugar repleto de trúfulas coloridas (espécie de árvore parecida com algodão-doce) e animais alegres que o recebem com uma música de boas-vindas. Sem pensar nas consequências de sua atitude, e desejando o material para sua criação, Umavez-ildo derruba a primeira trúfula, e libera uma criatura mágica, o guardião da floresta chamado Lorax, uma criatura laranja decidida a proteger a floresta da ganância do homem.

Após uma longa conversa, e depois de muita confusão, Lorax convence Umavez-ildo a não derrubar mais árvores. No entanto, em uma ida a uma cidade, Umavez-ildo consegue lucrar vendendo sua obra-prima e fica cego de ambição, esquecendo-se da promessa feita a Lorax e derrubando todas as árvores existentes. Os animais que ali habitavam começam a ir embora, pois suas casas e alimentos foram roubados e destruídos, e Umavez-ildo fica sozinho em um ambiente devastado, pois não tinha mais matéria-prima para fazer sua obra e não tinha mais amigos e família, que só queriam estar com ele por interesse em seu dinheiro.

 

Após contar sua história, Uma vez-ildo entrega a Ted a última semente de trúfula, e o incube de plantá-la no meio de Thneedville, onde todos possam ver e relembrar-se do quão importante é a natureza para nossa subsistência. Após muita luta e muitas dificuldades, pois, ao saber dos planos de Ted, o Sr. O’hare sentiu que seu negócio de lucro estaria ameaçado com a volta das árvores para a cidade e impediu que este feito fosse realizado, Ted conta com a ajuda de Audrey e finalmente conseguem plantar a árvore na praça central da cidade e conscientizar os moradores da importância em preservar a natureza.

Com um enredo de fácil compreensão, o filme O Lorax agrada às crianças com seu cenário colorido e criatura mágicas, e aos adultos através da moral da história, que vem para demonstrar a importância da natureza para os seres humanos como pertencentes ao meio ambiente, e o que a ganância do homem pode acarretar. Podemos pensar, também em um contexto mais amplo, na industrialização irresponsável e consequente desmatamento desenfreado, que tem tornado o ar cada vez mais poluído e ocasionado doenças respiratórias cada vez mais graves.

Não é à toa pensar que logo teremos uma empresa multinacional vendendo “ar puro” para gerar lucros às custas de nossa saúde e bem-estar e construindo mais fábricas para tornar o ar cada vez mais rarefeito, de modo a induzir o consumo de seu produto. O Lorax é, sem dúvida, um filme para todas as idades e, quem sabe, as crianças possuam uma capacidade de absorver melhor a moral que o filme desejou transmitir e possa perpetuar para as próximas gerações.

FICHA TÉCNICA

O LORAX: EM BUSCA DA TRÚFULA PERDIDA

Direção: Kyle Balda, Chris Renaud
Música composta por: John Powell
Duração: 95 minutos
Anos: 2012

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“Wall-E” e o sentimento de responsabilidade ecológica

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Vencedor do Oscar de Melhor Filme de Animação em 2008

Através da magia do cinema infantil, Wall-E agrada também aos adultos, evocando em nós uma reflexão acerca o tema da Sustentabilidade Ambiental . Por meio de uma comunicação acessível, o longa também explora o despertar dos sentimentos: amor e carinho, entre duas máquinas de inteligência artificial.

Em 2110, época em se passa o filme, o planeta Terra tornou-se inabitável, tamanha a poluição causada pela sociedade. O ar tornara-se irrespirável, o sol desaparecera, haviam pilhas e mais pilhas de lixo, obrigando-os a abandoná-la e partir em uma nave para o espaço por cinco anos, deixando robôs Wall-E para trás para “limpar a bagunça”. Entretanto, passam-se setecentos anos desde a partida da nave e, neste espaço de tempo, resta apenas um único exemplar de Wall-E vagando pelo planeta, realizando a atividade que fora incumbido. Neste interím, Wall-E desenvolve sentimentos a partir de suas experiências, passa a colecionar artefatos humanos e cria laços de amizade com o único ser vivo restante, uma barata.

 

 

Ao ser lançada em um cruzeiro, a nave seria incumbida de voltar à Terra assim que se tornasse habitável novamente e, portanto, eram enviados robôs periodicamente para realizar uma revista e encontrar exemplares de seres vivos que comprovassem a possibilidade de prosperar novamente no planeta. Desta forma, é enviada EVA, um modelo de robô moderno enviado à Terra para cumprir a missão de procurar formas vegetais de vida. Ao vê-la, Wall-E que passou anos na solidão, demonstra toda sua afetividade e propõe-se a mostrar-lhe de tudo, sua coleção de objetos humanos, sua “casa”. No entanto, ao encontrar um espécime de planta, EVA entra em estado de hibernação até que a nave a recolha de volta ao espaço. Wall-E, no entanto, não desiste de ficar com EVA e, quando a nave vem buscá-la, ele agarra-se a turbina e vai para o espaço com ela e os seres humanos que lá residem.

 

 

Ao chegar à nave, o cenário é completamente diferente. Um ambiente completamente limpo, digital e, aparentemente, “agradável”. Todos os seres humanos que ali habitam ficam sentados constantemente em uma cadeira toda equipada com acessórios modernos e eletrônicos para se moverem sem precisar andar, comunicarem-se sem precisar olhar no olho do outro, comer tudo o que quisessem. Por outro lado, porém, eram todos obesos e alienados e suas gerações subsequentes sequer sabiam o que era Terra ou vida fora daquela nave. Estavam todos adaptados e condicionados àquela forma de vida uniforme e moldada conforme a “tendência da moda”, ilustrada através da cor da roupa que todos usavam e mudavam quando surgisse uma propaganda que os dissesse que a nova moda era outra cor.

 

 

Entre as várias confusões em que Wall-E se mete para conquistar EVA, há um segundo cenário onde o comandante da nave, responsável por levá-la de volta à Terra quando encontrassem vida vê-se fascinado pela plantinha que EVA trouxera e passa, então, um dia inteiro buscando em seu computador ultramoderno os significados de diversas palavras que foram esquecidas por estes longos anos fora de “casa”; Terra, árvore, mar, água… É neste momento que desperta nele a vontade de voltar, no entanto, o comandante percebe que a nave tem “vida própria”. O que ele achava que antes controlava, a nave, agora tem o controle de tudo e todos que estão ali e não permite que o comandante dê o comando para voltarem à Terra. Inicia-se, assim, a luta pelo bem da humanidade, entre máquinas e pessoas, tendo como aliados dois robôs ajudando o comandante a recuperar o controle da nave e retornar à Terra para reconstruírem o bem maior que possuem.

 

 

Através do filme Wall-E, são abordados temas relacionados as novas tecnologias de comunicação, que unem pessoas que estão distantes e, por outro lado, separam as que estão próximas, deixando de notar o que está em volta e distanciando-se do real; a facilidade de acesso à informação através do comando oral e divulgação em massa do que se deseja e, além de tudo, a aproximação das máquinas com o homem, passando a expressar sentimentos e adquirir personalidade, mostrado através do protagonista do filme. O filme transcorre com a sensibilização dos telespectadores através do romance e afetividade entre robôs de gerações distintas, deixando-nos propensos a captar sua mensagem intrínseca que é a sustentabilidade ambiental.

 

 

No final do filme, os seres humanos voltam à Terra com a esperança renovada de prosperar e cuidar do que tinham de mais precioso, e deixar como herança para seus filhos e netos, e ensinar àquelas que nasceram no espaço sobre como era viver na Terra.

 

 

Deixo, então, a questão: Será preciso destruir tudo para valorizarmos o bem mais precioso, não que possuímos, mas que podemos usufruir para viver bem?

ASSISTA O TRAILER


FICHA TÉCNICA

WALL-E

Direção: Andrew Stanton
Roteiro: Andrew Stanton e Jim Reardon
Música: Thomas Newman
Gênero: Ficção Científica
Estúdio: Pixar Animation Studios
Distribuição: Walt Disney Pictures e Buena Vista International
Ano: 2008

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Dona Antônia: se destruírem a Amazônia o mundo adoece

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Foto Dona Antonia
Dona Antônia das Neves, pensionista, encontrou alegria em projeto que envolve cultura e saúde.
Foto: Sonielson Luciano de Sousa

A marabaense Antônia Alves das Neves, 67 anos, era só alegria nos quatro dias da IV Mostra Nacional de Experiências em Atenção Básica/Saúde da Família, ocorrida em Brasília/DF, de 12 a 15 de março. Esta é a primeira vez que ela viaja pelo projeto “Transformance”, idealizado há vários anos pelo galês Dan Baron, que trocou a Europa pelo interior da Amazônia, onde desenvolve mais de uma dúzia de ações focadas em meio ambiente e saúde preventiva.

Uma das típicas representantes das populações tradicionais da região Norte do país, de pele escura, muita disposição e um grande sorriso no rosto, dona Antônia ainda se utiliza de plantas medicinais para prevenir e tratar patologias, como a gripe, diarreias e alergias. “Meu filho, eu uso isso [as plantas] desde menina, aprendi desde cedo, e você ainda vai encontrar muita gente lá em Marabá que usa [ervas medicinais]. Muitas vezes as pessoas estão gastando muito dinheiro comprando remédios e não resolve, sendo que um chá ou uma garrafada poderia atender”, enfatizou.

Viúva há 10 anos, dona Antônia é pensionista e viu na alegria das netas (ao todo ela tem 20 netos) uma forma de enfrentar a morte do marido, vítima de acidente de trânsito. “Passei a ver minhas netas participando desses movimentos do Dan [Baron], e percebi que uma delas chegou até a viajar para a Colômbia, para tentar dizer ‘pro’ povo lá fora que se destruírem a Amazônia o mundo adoece, e fiquei interessada em participar”, conta, ao relatar sua entrada no projeto que alerta para a necessidade de cultivar as raízes culturais, a produção de arte popular e os laços sociais como forma de se evitar e enfrentar o adoecimento.

Dona Antônia é uma espécie de “faz de tudo” no “Transformance”. Ela participa das campanhas de conscientização em Marabá/PA, além de ajudar na organização de eventos e de apresentações. “Sinto uma alegria grande quando vejo minhas netas dançando no grupo, viajando para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, falando da importância da preservação da nossa Amazônia para que o planeta não adoeça”, comenta.

Trabalhadora da roça por muitas décadas, dona Antônia tem uma ligação intensa com o campo, com a natureza. Ela fazia a farinha para o próprio consumo, e só comprava produtos industrializados em último caso. Depois, ao se mudar para a cidade, percebeu que algumas pessoas estavam lutando para preservar estes costumes. “Me disseram que o que a gente fazia ajudava a preserva a natureza e ter uma saúde boa. Comecei a ver valor no que eu tinha feito durante a vida inteira”, conta, para em seguida destacar que outra de suas netas está com uma viagem marcada para Washington (DC). “Ela vai participar de um evento, meu filho, um evento no exterior para alertar sobre o problema que a Amazônia ‘tá’ passando, e o sofrimento e falta de saúde que isso pode levar”, explica.

Recentemente dona Antônia descobriu que estava com um mioma no útero, e teve que fazer uma vasectomia. Por causa disso, viaja constantemente para Belém, onde faz acompanhamento médico. “Mesmo assim, eu me dedico a esse projeto do Dan [Baron], é uma coisa que vejo futuro, que me alegra e também gosto de ver as meninas felizes (em referência às netas). Eu tenho aprendido muita coisa com isso aí, e espero que outras pessoas vejam os benefícios de se viver de forma simples. Com este projeto, minha vida mudou”, finalizou.

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