Reflexões sobre Psicologia da Saúde, do Trabalho e do Desenvolvimento

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Durante a jornada acadêmica, anos se passam e diversos professores deixam sua marca de maneiras distintas. Disciplinas variadas e conteúdos importantes contribuem para a construção da nossa visão de mundo. Com o tempo, amadurecemos, ampliamos nosso olhar e conseguimos relacionar diferentes contextos, desenvolvendo um raciocínio clínico.

Nossa mente se torna um banco de dados no qual, com o passar do tempo, conseguimos relacionar algumas variáveis. Este texto é fruto de uma dessas conexões entre conteúdos. Quero compartilhar um recorte de como a graduação tem sido uma experiência enriquecedora, somando-se a cada dia à minha vida.

O texto que trago aqui começou a ser construído quando li o seguinte relato:

“Um dia tenso. Chego ao hospital antes das sete horas, e quatro pacientes internados no andar já esperam minha visita. Não tive tempo de conversar com o médico que passou na véspera e estou atrasada. Impressionante como alguém que levanta da cama exausta consegue já estar atrasada às sete da manhã. Eu preciso ler os prontuários e entender o que ocorreu nas últimas 24 horas. A letra do colega não ajuda. Fico muito irritada. O estômago dói. Penso que deveria parar de tomar tanto café.

Entro no primeiro quarto: mulher, 39 anos, divorciada. Um filho adolescente ainda dorme profundamente no sofá de acompanhante. A mulher geme. Ela tem câncer metastático de pulmão. Não era tabagista. A dor está muito intensa ainda, apesar de utilizar uma bomba de morfina há três dias. Está difícil encontrar a dose ideal do analgésico, pois ela tem muita sensibilidade aos efeitos colaterais. Por um instante, olho a cena de um ponto de vista novo. Observo a mulher e, de repente, me transformo nela”. (ARANTES, 2019 p 42-43)

Esse trecho em específico retrata a intensa rotina de uma médica, uma realidade que muitos profissionais de saúde enfrentam em diferentes contingências, esse recorte chamou minha atenção devido a uma série de fatores, todos relacionados à minha jornada na graduação de Psicologia. No primeiro semestre de 2023, cursei a disciplina “Psicologia e Saúde em Diferentes Contextos”. Foi lá que ouvi pela primeira vez o termo “fadiga de compaixão”. Lembro-me de ficar intrigado e me questionar: “Como é possível que profissionais da saúde, que se dedicam tanto, possam ficar fatigados ao ter compaixão pelo outro?”. Hoje, percebo que esse questionamento refletia minha imaturidade e falta de compaixão em relação a esses profissionais.

Durante essa disciplina, ficou mais claro para mim a ocorrência desse fenômeno e sua natureza frequente e triste na vida desses profissionais; pessoas que se doam tanto que já presenciaram tantas formas de sofrimento que desenvolvem uma resistência a ele, chegando ao esgotamento. O livro de Ana Claudia Quintana Arantes aborda esse fenômeno da seguinte forma:

“A fadiga de compaixão ou estresse pós-traumático secundário ocorre preferencial- mente com profissionais de saúde ou voluntários que têm a empatia como principal ferramenta de ajuda. Pessoas que lidam com tanto sofrimento que acabam por incorporar a dor que não lhes pertence”. (ARANTES, 2019 p 41).

 

Passado um ano dessa disciplina, cheguei ao primeiro semestre de 2024, e como a grade curricular da minha universidade é flexível, algumas disciplinas indicadas para períodos específicos podem ser cursadas em outros momentos. Isso aconteceu comigo em relação à disciplina “Psicologia do Desenvolvimento II”, que é do segundo período e eu cursei no quinto semestre. Nessa disciplina, foi proposta a leitura do livro de Ana Arantes, o mesmo mencionado na aula de Psicologia e Saúde. Ao reler o livro, memórias e aprendizados anteriores voltaram à tona, mas agora foram encarados de outra maneira, tanto por ter passado por outras disciplinas quanto por estar cursando outra que ampliou meu olhar em relação ao outro.

A disciplina “Psicologia do Trabalho” tem abordado o contexto de intensificação e precarização do trabalho, questões que têm me sensibilizado e deixado mais atento a detalhes que se relacionam. Os relatos da médica e o fato da fadiga de compaixão estarem ligados à intensificação do trabalho e às altas demandas, vinculadas à responsabilidade de lidar com a vida humana, foram aspectos que se entrelaçaram em minha compreensão.

A relação entre a fadiga de compaixão e a intensificação do trabalho dos profissionais de saúde é complexa e muitas vezes subestimada. Com a crescente demanda por serviços de saúde, esses profissionais enfrentam uma carga de trabalho intensa, muitas vezes em mais de um local, combinada com a responsabilidade de lidar com o sofrimento humano diariamente.

A intensificação do trabalho na área da saúde vai além da carga horária ou da falta de recursos. Refere-se também à pressão por produtividade e eficiência, que muitas vezes sacrifica o bem-estar dos profissionais. Isso se traduz em jornadas longas, recursos limitados e uma carga emocional pesada ao lidar com o sofrimento humano. Além disso, a sobrecarga cognitiva e física dos trabalhadores pode levar à exposição a riscos e à deterioração da saúde. Em momentos de alta demanda, como em situações de emergência, o risco de acidentes aumenta. Conciliar rapidez e atenção com cuidado na execução das tarefas torna-se um desafio, principalmente quando o foco é garantir o restabelecimento das condições clínicas do paciente, pois existe uma alta demanda de pessoas que precisam ser atendidas, pessoas que estão em sofrimento, e a responsabilidade urgente de lidar com esse sofrimento, é direcionada para esse profissional. (FERNANDES et.al 2014)

Ana Arantes trás uma fala em seu livro que se relaciona com essa contingência de intensificação do trabalho dos profissionais da saúde: 

“Parece que cai bem socialmente dizer que você não teve tempo de almoçar, não teve tempo de dormir, não teve tempo de mexer o corpo, de rir, de chorar – não teve tempo de viver. A dedicação ao trabalho parece estar ligada a um reconhecimento social, a uma forma torta de se sentir importante e valorizado; tudo à sua volta tem a obrigação de entender que o mundo só pode girar se você estiver empurrando”. (ARANTES, 2019 p 38)

 

Para lidar com a fadiga de compaixão, muitas vezes ocorre o distanciamento afetivo, no qual se tenta separar as emoções do trabalho para evitar o esgotamento emocional. No entanto, essa abordagem pode levar à desconexão emocional e à redução da qualidade do cuidado prestado. Por isso, muitas vezes os profissionais da saúde parecem rudes, já que viram tanto sofrimento que desenvolvem uma tolerância ou se afastam das emoções das pessoas para se protegerem.

Diante desses diferentes contextos, percebo como é essencial que os sistemas de saúde reconheçam e abordem a fadiga de compaixão, fornecendo apoio emocional e recursos adequados para os profissionais, mostrando-lhes que também podem ser cuidados. No entanto, é importante que esses profissionais estejam conscientes da importância de cuidar de si mesmos. Como afirmado por Ana Claudia Quintana Arantes (2019 p. 38), “minha vida ficou mais plena de sentido quando descobri que tão importante quanto cuidar do outro, é cuidar de si”. 

REFERÊNCIAS:

ARANTES, Ana Claudia Quintana. A morte é um dia que vale a pena viver. Sextante, São Paulo:, 2019.

FERNANDES, R.C.P., LIMA, M.A.G; ARAÚJO, T.M. Tópicos em saúde, ambiente e trabalho: um olhar ampliado. UFBA, Salvador:, 2014

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Saúde Mental no Trabalho: satisfação e impacto

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Alexia Regina dos Santos (Acadêmica de Psicologia) – alexiaregina@rede.ulbra.br

 

A saúde mental no trabalho é um assunto crucial. A satisfação no trabalho e seu impacto na saúde mental estão interligados. Se uma pessoa está satisfeita no trabalho, é mais provável que sua saúde mental seja positivamente afetada. Ambientes de trabalho que promovem o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, oferecem apoio emocional e reconhecem o valor do bem-estar mental tendem a ter funcionários mais satisfeitos.

Por outro lado, ambientes tóxicos, altas demandas, falta de apoio e pressão constante podem ter um impacto negativo na saúde mental dos trabalhadores. O estresse prolongado no trabalho pode levar a problemas como a síndrome de burnout, ansiedade e depressão.

É importante que as empresas reconheçam a importância da saúde mental, implementando políticas e práticas que promovam um ambiente de trabalho saudável. Iniciativas como programas de apoio emocional, flexibilidade no trabalho e sensibilização para a saúde mental podem fazer uma grande diferença. Borges et al.10 alertam às organizações sobre os custos emocionais e as necessidades que envolvem a saúde mental dos trabalhadores da área da saúde. Salientam que, para uma instituição atingir seus objetivos de excelência no atendimento e qualidade nos serviços prestados, é necessário ter profissionais satisfeitos e que gozem de boa qualidade de vida. (BORGES, 2002)

O estresse ocupacional e o sofrimento psíquico dos profissionais de saúde podem ter um impacto significativo na qualidade do atendimento aos pacientes. Quando os profissionais estão sobrecarregados, exaustos emocionalmente ou enfrentam condições de trabalho adversas, a eficácia dos tratamentos oferecidos pode ser comprometida.

Esses fatores não-econômicos, embora não sejam facilmente quantificáveis em termos financeiros, têm um custo substancial no sistema de saúde. O burnout e a fadiga dos profissionais de saúde podem levar a erros médicos, falta de empatia no atendimento ao paciente e até mesmo à diminuição da qualidade dos cuidados prestados.

                                                                                                         Fonte: google/imagens.com

O impacto do ambiente de trabalho vai muito além das questões econômicas. Um ambiente de trabalho saudável não só beneficia os colaboradores, mas também afeta diretamente a produtividade, a criatividade e a satisfação no trabalho. Aqui estão alguns aspectos-chave:

  • Produtividade: Um ambiente positivo pode impulsionar a produtividade. Colaboradores que se sentem valorizados e apoiados tendem a ser mais engajados em suas tarefas e a produzir resultados mais eficazes.
  • Satisfação do Funcionário: A satisfação no trabalho está ligada ao ambiente em que se trabalha. Quando os funcionários se sentem respeitados, têm oportunidades de crescimento e equilíbrio entre vida pessoal e profissional, sua satisfação aumenta.
  • Criatividade e Inovação: Ambientes que encorajam a colaboração, a diversidade de pensamento e a expressão criativa tendem a ser mais inovadores. A troca de ideias e perspectivas diferentes pode levar a soluções inovadoras.
  • Saúde Mental e Bem-Estar: Um ambiente de trabalho que promove o bem-estar mental dos funcionários reduz o risco de estresse ocupacional, burnout e outros problemas de saúde mental. Isso não só beneficia os funcionários individualmente, mas também contribui para um ambiente mais saudável como um todo.
  • Atração e Retenção de Talentos: Empresas com ambientes de trabalho positivos têm mais chances de atrair e reter talentos. Profissionais buscam não apenas salários competitivos, mas também um local onde se sintam valorizados e tenham oportunidades de crescimento.

De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social , 209.124 mil pessoas foram afastadas do trabalho por transtornos mentais, entre depressão, distúrbios emocionais e Alzheimer, enquanto em 2021 foram registrados 200.244 afastamentos. Esses dados do INSS destacam uma preocupação crescente com o impacto dos transtornos mentais no ambiente de trabalho. “Esse cenário nos mostra a importância de discutirmos essas questões e esperamos que essas diretrizes possam nortear os debates sobre as responsabilidades dos diferentes atores, de modo a mobilizar os esforços para prevenir os impactos negativos do trabalho na saúde mental, promover e proteger a saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores e trabalhadoras, assim como dar suporte às pessoas com problemas de saúde mental para que tenham seus direitos garantidos”, afirma a consultora da OMS. (INSS, 2020)

O aumento no número de afastamentos por transtornos mentais de um ano para o outro destaca a importância de abordar questões relacionadas à saúde mental no local de trabalho. Esses números também apontam para a necessidade de as empresas implementarem medidas preventivas e de apoio para promover a saúde mental dos funcionários. Estratégias como programas de conscientização, acesso a serviços de aconselhamento, ambientes de trabalho que reduzem o estresse e a promoção de uma cultura que valoriza o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal podem desempenhar um papel crucial. A saúde mental no trabalho não é apenas uma questão individual, mas também uma responsabilidade organizacional. Empresas que reconhecem e respondem às necessidades de saúde mental de seus funcionários tendem a criar ambientes mais saudáveis e produtivos.

O Informe Mundial de Saúde Mental: transformar a saúde mental para todos, publicado em junho de 2022 pela OMS, alerta para a necessidade de mudança e investimento em saúde mental, demonstrando que os transtornos mentais são a principal causa de incapacidade e causam um em cada seis anos vividos com incapacidade. Pessoas com condições graves de saúde mental morrem em média 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral, principalmente devido a doenças físicas evitáveis.

Ainda segundo o relatório, 15% dos adultos vivem com algum transtorno mental, como depressão e ansiedade. A consultora da OMS, Cláudia Braga, explica que, na perspectiva de compreender o problema para desenhar estratégias de ação, as diretrizes da OMS e da OIT apresenta dez fatores de risco para saúde mental tais como conteúdo do trabalho/desenho da tarefa, carga de trabalho e ritmo de trabalho, horário de trabalho, baixa participação em decisões relativas ao trabalho, adequação de ambiente e equipamentos, cultura e função organizacional, relações interpessoais no trabalho, papel na organização, preocupações com o desenvolvimento de carreira e questões relativas à interface casa-trabalho. “O que é urgente não é uma ou outra situação específica, já que os contextos e cenários variam, mas os atores-chaves adotarem medidas concretas para superar os problemas”, afirma Braga.

A saúde ocupacional desempenha um papel crucial na promoção e manutenção da qualidade de vida dos trabalhadores. Ao se concentrar no bem-estar físico e emocional no ambiente de trabalho, as práticas de saúde ocupacional não apenas beneficiam os funcionários individualmente, mas também contribuem para o sucesso geral da empresa. Empresas podem criar um ambiente de trabalho saudável implementando diversas práticas e políticas. Aqui estão pontos de relevância:

  • Comunicação Transparente
  • Cultura de Reconhecimento
  • Equilíbrio Entre Vida Profissional e Pessoal Desenvolvimento Profissional:
  • Ambiente Físico Confortável
  • Políticas de Saúde Mental
  • Promoção da Diversidade e Inclusão
  • Participação dos Funcionários

É importante ressaltar que a reputação de uma empresa desempenha um papel significativo na atração de talentos. A forma como uma empresa é percebida pelo público, incluindo potenciais funcionários, pode influenciar sua decisão de se candidatar a vagas disponíveis, mas também para reter funcionários existentes. Funcionários satisfeitos contribuem para uma cultura positiva e podem se tornar defensores da empresa.

REFERÊNCIAS

Borges LO, Argolo JCT, Pereira ALS, Machado EAP, Silva WSA. Síndrome de Burnout e os valores organizacionais: um estudo comparativo em hospitais universitários, 2002.

Organização Mundial de Saúde. Relatório Mundial de Violência e Saúde. Genebra: OMS, 2020. ONU – Organização das Nações Unidas.

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Como manter boas relações no trabalho

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A qualidade das relações é protetiva em relação ao estresse e à insatisfação no trabalho

O estresse nas relações de trabalho é cada vez mais comum nos dias de hoje. As excessivas pressões e demandas do ambiente profissional podem colaborar com o surgimento de  conflitos interpessoais, tensões emocionais e até mesmo problemas de saúde. A constante  busca por melhores cargos, reconhecimento e salário pode levar os colaboradores a se tornarem mais agressivos e individualistas, prejudicando a cooperação e a harmonia entre as pessoas. Além disso, a sobrecarga de trabalho e as longas jornadas também podem causar estresse nas relações Chiavenato (2010).

Os estudos sobre o estresse no trabalho surgem na década de 1970, o estresse ocupacional é decorrente das “relações complexas entre condições de trabalho, condições externas ao trabalho e características do trabalhador, nas quais a demanda de trabalho excede as habilidades do trabalhador para enfrentá-las” (BARROS,2013).

Chiavenato (2010) apontou que as principais fontes de estresse no trabalho denominam-se: causas ambientais e causas pessoais. Sendo as ambientais, oriundas da própria Organização, ambiente com condições ruins de trabalho, acúmulo de tarefas, e as causas pessoais variam de acordo com cada indivíduo, como insegurança, preocupação excessiva, maus hábitos de alimentação. Quando os colaboradores estão constantemente sob pressão para cumprir prazos apertados e entregar resultados, é comum que haja um aumento nas tensões e conflitos. A falta de comunicação efetiva também é um fator que contribui para o estresse nas relações de trabalho.

A ausência de diálogo claro e aberto entre colegas e superiores pode levar a mal-entendidos, ressentimentos e frustrações. A falta de apoio e diálogo adequados também podem gerar um clima de desconforto e tensão no ambiente de trabalho. É importante ressaltar que o estresse nas relações de trabalho não afeta apenas o bem-estar emocional dos colaboradores, mas também pode ter consequências negativas para a produtividade e o desempenho da equipe.

E esse bem-estar é extremamente importante. Abreu (2017) aponta que a qualidade de vida é considerada uma grande aliada na melhoria do desempenho do trabalhador. Dito isso, garantir um ambiente de trabalho saudável é um fator de extrema importância para o bem estar. Ter uma boa relação de trabalho auxilia no processo de colaboração e criatividade, favorecendo bons resultados para a organização e um ambiente organizacional mais agradável. Para lidar com o estresse nas relações de trabalho, é fundamental que as organizações busquem medidas que promovam um ambiente saudável e colaborativo.

Fonte: StockSnap no Pixabay

Equipe colaborativa

Com isso, algumas mudanças de condutas podem favorecer uma melhor relação no ambiente de trabalho:

1-Demonstrar respeito ao próximo, ouvindo e valorizando os saberes dos colegas, buscando uma comunicação afetiva, de forma respeitosa evitando comentários ofensivos.

2- Postura colaborativa em ajudar a equipe, compartilhando os saberes e experiências, estando aberto a aprender.

3-Resolução de conflitos: Busca abordar os conflitos de maneira construtiva. Identifique as questões subjacentes, encontre soluções em conjunto e esteja disposto a ceder em determinados pontos. A resolução colaborativa de conflitos pode fortalecer as relações e reduzir o estresse.

4-Celebrar as conquistas em conjunto, reconhecendo a evolução e potencialidades dos colegas de trabalho, incentivando e proporcionando um ambiente de reconhecimento coletivo.

5-Estabelecer limites: Estabelecer limites em relação ao trabalho, como horários de trabalho, pausas e tempo para descanso. Evitando levar trabalho para casa e aprenda a estabelecer um equilíbrio entre as demandas profissionais e pessoais.

Fonte: Mohamed_hassan no Pixabay

Fortalecer vínculo

6-Manejo do estresse pessoal: Cuidar da saúde mental e física, pois isso pode influenciar suas relações no trabalho. Estar bem consigo mesmo, você estará mais preparado para lidar com o estresse nas relações de trabalho.

7- Estabelecer metas realistas: Evite colocar pressão excessiva sobre si mesmo ou sobre os outros. Estabeleça metas e expectativas realistas em relação ao trabalho e reconheça que as pessoas têm tempos diferentes.

Lembrando que reduzir o estresse nas relações de trabalho é um processo contínuo que requer esforço e comprometimento de todas as partes envolvidas. Ao adotar essas estratégias, o colaborador pode através das relações estar contribuindo para um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e harmonioso.

Referências:

ABREU, A. Qualidade de vida no trabalho: principais técnicas e benefícios! (2017).  Disponível<:http://revistaconexao.aems.edu.br/wpcontent/plugins/download-attachments/includes/download.php?id=1921>. Acessado em 05 Jun. 2023.

BARROS, I. C. S. Estresse ocupacional e qualidade de vida no contexto hospitalar: um estudo psicossociológico. 2013. 230p. Tese (Doutorado em Psicologia) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2013.

CHIAVENATO, I. Comportamento organizacional: A dinâmica do sucesso das organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

 

 

 

 

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CAOS 2022 – Trabalho, Sofrimento e Autorrealização é tema de mesa redonda

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Aconteceu no terceiro dia do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – CAOS, na manhã de 23 de novembro, a mesa redonda “Trabalho, Sofrimento e Autorrealização” com a presença dos Psicólogos Rafael Rodrigues de Souza, Tássio de Oliveira Soares e o mediador Caio Cesar Brum.

Após apresentação dos participantes, o Me. Rafael Rodrigues de Souza, destacou que o sentido do trabalho na realização pessoal é uma troca equivalente, serve para si e para a sociedade, não tendo somente função financeira, apenas o objetivo de ter uma renda gera um processo de sofrimento em decorrência da auto exploração e ausência de sentido. Para o Me. Rafael para a instituição o empregado doente significa prejuízo e para tentar solucionar procura incluir palestras, treinamento, essa não é a solução, o que se faz para tratar o sofrimento no trabalho, o retroalimenta. A empresa não deve existir somente com a função de lucratividade, mas também deve haver um sentido de servir. Portanto, a existência de um equilíbrio financeiro, cultural e social colabora para o reequilíbrio entre instituição e sujeito saudável.

O Psicólogo Tássio, evidenciou que as relações de trabalho têm se tornado uma demanda frequente nos consultórios psicológicos, pois é uma pauta do nosso dia a dia. Para Tássio no trabalho o elemento que procuramos é a autorrealização, tem um sentido de utilidade, funcionalidade, identificação. Trabalhar para a sociedade é uma questão de pertencimento, nível de organização e remuneração, não ter um lugar no trabalho também significa algo para a sociedade, é uma lógica excludente. O trabalho tem uma função estrutural na vida do sujeito, fazer o que deve ser feito é o problema desse arranjo, esse elemento estruturante se torna a única coisa a qual pertence, sendo assim o que era para ser funcionalidade, rouba energia e resulta no sofrimento, portanto é necessário transitar através de outras áreas da vida, ir além do trabalho.

O trabalho gera sofrimento quando o sujeito não se reconhece, a ampliação do olhar para a pluralidade da vida, vislumbrar além das demandas da instituição, do financeiro e da autocobrança, buscar uma colaboração visando não somente a função da lucratividade, mas um equilíbrio entre os vários setores da vida pessoal e profissional, dando sentido ao que se está fazendo e tendo função social, pode ser o caminho para melhorar a questão da saúde mental no trabalho.

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Caos 2022 – Psicologia em debate aborda o tema “Trabalho, esporte e saúde mental”

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Aconteceu na manhã de quinta-feira dia 24/11/2022, as 09h30min, o Psicologia em debate, como parte da programação da 70 edição do CAOS – Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia, com o tema “Trabalho, esporte e saúde mental”

Em uma reunião via meet que teve início às 09h30min, foi apresentado o tema “Trabalho, esporte e saúde mental”,  pelo estudante de psicologia, José Eduardo Bispo que está na sua primeira graduação  e se mostra bastante comprometido a apresentar suas manifestações do que acredita que seja salutar para uma vida mais saudável e em consonância com o bem estar e uma mente mais sadia e próspera.

O evento teve como mediador o mestre Sonielson Luciano de souza mestre em Comunicação e Sociedade (UFT-2018 bacharel em Psicologia (Ceulp), bacharel em Comunicação Social (Publicidade – Ceulp/Ulbra); sócio-fundador do jornal e site O GIRASSOL (desde 1999) – http://ogirassol.com.br. É professor universitário (Ceulp/Ulbra); graduado em Psicologia pelo Ceulp/Ulbra. Pós-graduado (lato sensu) em Educação, Comunicação e Novas Tecnologias, com ênfase em Docência Universitária (Unitins/UFBA – 2006); Licenciado em Filosofia pela Universidade Católica de Brasília (UCB); Pós-graduado em Psicologia Analítica (Unyleya-DF); É coordenador e colaborador do Portal (En)Cena (http://www.encenasaudemental.net).

A apresentação nos presenteou com temas acerca da psicologia positiva-Flow, seus componentes principais, suas práticas nas áreas esportivas e a experiência humana quando envolvidos nesta temática. José falou com muita propriedade que o foco é tão grande que nada e ninguém te dispersa e, ao mesmo tempo você se sente bem e bastante produtivo. Parece que, simplesmente, tudo está “fluindo”, sem nenhum esforço e desgaste físico ou mental.  Tudo o que você sentiu não foi por acaso. Este é o estado de flow, em português “estado de fluxo”. Uma condição em que o seu corpo e a sua mente fluem em perfeita harmonia, te levando ao estado de excelência enquanto trabalha, estuda ou desenvolve um hobby.

LOW é um termo que vem do inglês Fluir e que pode ser traduzido como “experiências de fluxo”. O conceito de FLOW foi desenvolvido na década de 70 pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, PhD e professor da Universidade de Chicago, para designar as experiências ótimas de fluxo na consciência. É como um estado mental onde o corpo e a mente fluem em perfeita harmonia, é um estado de excelência caracterizado por alta motivação, alta concentração, alta energia e alto desempenho, por isso também chamado de experiência máxima ou experiência ótima. As experiências de FLOW muitas vezes são lembradas como os momentos mais felizes da vida da pessoa, os momentos onde ela se sentiu no seu melhor.

Dentro do esporte, quando em estado ‘flow’, atletas ficam totalmente focados no que estão fazendo. Quando um atleta está no estado ‘flow’, os padrões químicos e elétricos no cérebro mudam levando-o ao seu estado ideal. Alterações ocorrem no cérebro que aceleram a tomada de decisões complexas.

O reconhecimento de padrões e a criatividade são aprimorados e ocorre uma impressionante variedade de alterações neuroquímicas, neuroanatômicas e fisiológicas que permitem aos atletas fazer as coisas melhores e mais rápidas. O estado ‘flow’ é a porta de entrada para o “mais” que a maioria dos atletas procura.

O evento contou com mais de cem participantes, que interagiram e se mostraram bastante interessados na temática, o que tornou a psicologia em debate um sucesso, com muita adesão e interesse dos participantes bastante significativa.

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CAOS 2022: Palestra de encerramento aborda perspectivas para intervenção no mundo do trabalho

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Após uma vasta programação sobre saúde mental no trabalho, o Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia 2022 (CAOS 2022) será encerrado na sexta-feira, 25 de novembro, das 9h às 12h, com a palestra “Clínicas do Trabalho: perspectivas para intervenção no mundo do trabalho”, ministrada pela Professora Doutora Karine Vanessa Perez, sob mediação da Professora Mestra Muriel Corrêa Rodrigues.

A última palestra do evento, conduzida pela Doutora e Mestre em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), visa abordar os segmentos que envolvem as clínicas do trabalho com foco em perspectivas de intervenção considerando a promoção de saúde mental nas vivências dos sujeitos.

Karine Vanessa Perez possui ampla experiência na área em seu currículo, como: estágio Sanduíche na Université Catholique de Louvain-la Neuve, onde desenvolveu estudos sobre a Clínica do Trabalho na Bélgica e na França. Pós Doutorado na Université du Québec à Montréal. Docente do Mestrado em Psicologia Profissional da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Integrante do Laboratório de Psicodinâmica do Trabalho (PPGPSI/UFRGS). Conselheira no campo da empregabilidade em Montreal (Canadá). Experiência na área de Psicologia do Trabalho, Clínica do Trabalho, Saúde Mental e Trabalho e Psicologia Social e Institucional.

Já a mediação ficará por conta da psicóloga clínica Muriel Corrêa Neves Rodrigues, professora no curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra, Mestra em Psicologia Clínica e da Saúde pela Universidade da Beira Interior, Covilhã/Portugal (2015).

Neste ano, a edição começa no dia 21 de novembro e segue até o sábado, 26, com o tema principal “Saúde Mental no Trabalho”. O evento promoveu palestras, apresentações especiais do “Psicologia em Debate”, minicursos e mesas redondas a fim de informar e fomentar discussões acerca da importância da saúde mental no trabalho.

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Ambiente de trabalho caótico: oficina de transtornos físicos e mentais

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Com o avançar da sociedade, as mutações presenciadas no setor industrial e de serviços, o crescimento exponencial das demandas em serviços necessários e voluptuários (supérfluos) tem criado um cenário profissional extremamente agitado de competição comercial para entregar o melhor produto e o mais eficiente para o consumidor.

Essa visão de produtividade e comprometimento com público-alvo é algo vem, como dito, se intensificando através dos anos, algumas empresas adotam a postura de aperfeiçoar o serviço desempenhado por seus colaboradores através de novas contratações ou supressões de etapas não essenciais na construção do seu objetivo.

Serviços e produtos que possuem grande demanda são encontrados em todos os seguimentos, por exemplo, automobilístico, aplicativos virtuais, suporte técnico, logística, até mesmo o delivery pode ser observado nesta ótica.

Mas nem tudo são rosas, uma das principais contrapartidas desse grande crescimento e até mesmo pressão dos consumidores em ter o melhor produto, na maior rapidez possível, com o custo-benefício extraordinário faz com que muitos empresários criem um cenário caótico entre seus colaboradores.

Obviamente que um cenário desordenado não é derivado somente da pressão causada pela sociedade em geral, muitas vezes o despreparo do gestor, a falta de uma equipe multidisciplinar que tenha ênfase em psicologia organizacional acaba por não conseguir evitar os atritos e pressões vivenciadas pelos trabalhadores.

As consequências dessa grande pressão, metas profissionais inalcançáveis torna um ambiente crítico que repercute diretamente na vida do indivíduo que exerce aquela atividade essencial para a satisfação direta ou indireta do público.

Fonte: Imagem no Freepik

Quem não se recorda, por exemplo, da comoção nacional para conscientização sobre os riscos dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – DORT, popularmente conhecida como Lesão por Esforço Repetitivo – LER, que é resultante exatamente da grande “mecanização” do corpo humano na execução de uma atividade profissional. O DORT é apenas um dos riscos que já foram amplamente discutidos na mídia nacional. Contudo, outras situações também atingem a estima dos colaboradores, um ambiente de competitividade e cobrança desregulada cria na psique do indivíduo.

Excesso de cobrança, exaustão extrema, esgotamento físico são características da Síndrome de Burnout, uma condição que tem ganhado grande destaque em razão do grande risco à saúde dos profissionais no mercado de trabalho.

Fonte: Imagem no Freepik

De acordo com o próprio site governamental, a síndrome de Burnout causa depressão, exaustão física e mental, falta de vontade e energia, sentimentos de incompetência, priorização das necessidades de terceiros, alterações de humor, etc.

É uma condição que merece ser tratada com zelo e profissionalismo, vez que sua existência prejudica demasiadamente a vida íntima, pessoal e profissional do seu portador.

Medidas alternativas para construção de um ambiente de trabalho engajado e que entregue excelentes resultados da forma mais célere e eficiente possível já estão sendo estudados. Empresas que incentivam o desenvolvimento pessoal e trabalham de forma digna com a compensação de seus colaboradores já vem demonstrando sinais de melhor qualidade de vida organizacional.

Desta forma, o caos pode ser tratado, desestimulado e até mesmo transformado positivamente para o bem-estar daquele ambiente de trabalho.

REFERÊNCIAS

DESCONHECIDO. LER/DORT são as síndromes que mais acometem trabalhadores brasileiros. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. INFORME ENSP. Disponível em <https://informe.ensp.fiocruz.br/noticias/52793> acesso em 26 ago 2022.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Síndrome de Burnout. disponível em<https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sindrome-de-burnout> acesso em 26 ago 2022.

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Entorpecidos por desempenho: exaustos e dopados na sociedade do trabalho

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O sofrimento oriundo do “famoso” desempenho no trabalho hoje se eterniza mais que uma categoria a ser estudada pela psicologia, mas também como uma chave para ser entendida e percebida em uma dimensão subjetiva e com significado e sequelas bem mais profundas do que se imagina. Toda a exaustão provocada pela eterna necessidade de fazer acontecer no ambiente laboral tem tomado de contas da vida do sujeito trabalhador e por que não dizer do seu ser?

A cobrança por ser bom, por ser o melhor, por ser o mais dinâmico, pró-ativo, promovedor de situações novas no trabalho tem aberto um espaço para um sofrimento muitas vezes silenciado pelo próprio sujeito detentor da dor. Este é o retrato de muitos trabalhadores nos ambientes organizacionais contemporâneos. O ativismo laboral acirra a competição, o que por sua vez aciona um ciclo desenfreado de atitudes que mais tem a ver com autodestruição do que com desempenho laboral. Tenho que concordar com a escritora Eliane Brum (2016) que “conseguimos a façanha de abrigar o senhor e o escravo dentro do mesmo corpo”: Em nós!

Nesse ínterim quero aqui destacar dois fatores, um é o nosso corpo adoecido, maltratado, doído pelo excesso de trabalho e o outro é a nossa mente cansada, triste gritando: “estou entorpecida e dopada imergida na cobrança interminável por desempenho”.

Fonte: Imagem por wayhomestudio no Freepik

Os consultórios de psicologia lotam com encaminhamentos médicos de pacientes em busca de saúde mental para enfrentar a lide daria, semanal e mensal de trabalho. A intensidade e continuidade da reprodução laboral conduz o sujeito a estados de canseira mental prejudicando suas funções executivas: memória, atenção… O trabalho que hoje (quase) pós-pandemia parece que não acaba mais, com tanta demanda acumulada de tanta coisa que exige quase sempre uma “hora extra”, um “eu termino em casa” ou “eu faço a noite” ou “eu adianto mais tarde em casa”, enfim é sempre uma desculpa atrás da outra para patrões e empregados correrem atrás da mesma coisa: O desempenho exemplar no trabalho.

O problema é que ambos esquecem que enquanto se direcionam para as metas, muitas vezes intermináveis, escravizam a alma reduzindo o sujeito trabalhador a um mero reprodutor de operações. Situação que muito se assemelha com a história da reprodução sistemática do trabalhador em uma frente de esteira e máquinas de uma fábrica interpretada pelo ator Charles Chaplin no filme tempos modernos, onde mostra de forma crítica e cômica a alienação do trabalho causada pela busca de desempenho e intensidade laboral. E como aconteceu no filme, onde o ator foi parar no centro de saúde, acontece na vida real onde trabalhadores adoecidos pelo trabalho buscam saídas na medicalização e nas terapias psicológicas. Quando chega neste ponto o colaborador uma vez depressivo e exausto, consumido pelas demandas e metas de desempenho laboral, se torna o depressivo e inválido da guerra institucionalizada e internalizada da sociedade do desempenho. Sim ele é mais um na fila do INSS! Será esquecido logo e substituído por outro sujeito que aceite ser chicoteado. O mais importante nessa história é que nesta situação o agressor e vítima se fundem e a violência é instaurada de forma intensa, profunda e silenciosa. Neste ponto só resta uma coisa: Sofrer os impactos da depressão laboral ou hoje em dia muito conhecida como a síndrome de Burnout.

Devemos repensar sobre ser multitarefa, está em um lugar e em vários lugares ao mesmo tempo através de celulares, internet, vídeos-chamada, reuniões e mais reuniões que na maioria das vezes são acrescentadas à sua rotina física de trabalho, não sendo uma em detrimento a outra, mas o trabalho e a reunião ao mesmo tempo de trabalho. Para mim, por minha conta e risco, afirmo que ser multitarefa representa hoje em dia um atraso civilizatório, pois afeta a saúde mental e física não atendendo as demandas iniciais propostas pelo trabalho. O excesso de rotina produz um estado de dor e espasmos, onde de acordo com Eliane Brum (2016) um espasmo anula outro espasmo e quando tudo é grito, não há mais grito. Ou seja no final do dia, é só mais um final de dia com a sensação de ter lutado mais uma luta, intervindo em processos, repetido operações, estando esgotados e entorpecidos pelo desempenho no trabalho.

Fonte: Imagem de John Hain por Pixabay

Concordo com o autor Byung-chulhan em seu livro A Sociedade do cansaço que diz: “A sociedade do trabalho e a sociedade do desempenho não são sociedades livres. Elas geram novas coerções. A dialética do senhor e escravo está, não em última instância, para aquela sociedade na qual cada um é livre e que seria capaz também de ter tempo livre para o lazer. Leva, ao contrário, a uma sociedade do trabalho, na qual o próprio senhor se transformou num escravo do trabalho. Nessa sociedade coercitiva, cada um carrega consigo seu campo de trabalho. A especificidade desse campo de trabalho é que somos ao mesmo tempo prisioneiro e vigia, vítima e agressor. Assim, acabamos explorando a nós mesmos. Com isso, a exploração é possível mesmo sem senhorio”.

REFERÊNCIAS

Exaustos-e-correndo-e-dopados | Brasil | EL PAÍS Brasil (elpais.com)

https://www.culturagenial.com/tempos-modernos-filme/

https://Propessoas.ufg.br/

Workshop Síndrome de Burnout (hipnose-psicanalise.com.br)

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A Psicologia sob a Perspectiva do Terceiro Setor na Proteção Infantil

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O livro Manuais da psicologia – vol. 3 – psicologia organizacional aborda alguns aspectos acerca da atuação do psicólogo na ONG de proteção infantil, visto que certamente é um tema de grande relevância nos dias atuais, destacando-se a importância de conhecermos o público alvo da instituição e quais são as pessoas que utilizam os serviços dessa instituição. Sabe-se que as pessoas que utilizam os serviços são crianças no processo de interação e socialização com as demais, isso se deve ao fato do rompimento das práticas de convivência uns com os outros.

Importante salientar que seja no espaço social ou familiar sabe-se que a cada dia que passa, o distanciamento familiar vem tomando cada vez mais esse espaço, devido a vulnerabilidade social em que as famílias se encontram, pela falta de diálogo e por estar sendo cada vez mais deixado de lado a imposição de regras e limites por parte das famílias.

A ONG em linhas gerais conta com um cenário de crianças e são analisados seus contextos familiares, tendo acompanhamento social na realização de visitas e atividades interventivas, assistindo essas crianças de maneira integrativa e humanizada, algo que as faz sentir melhores consigo mesmas e aptas a encarar as adversidades da vida. Netto afirma em seus achados que: o limite parece claro: nenhuma ação profissional (e não só dos assistentes sociais) suprimirá a pobreza e a desigualdade na ordem do capital. Mas seus níveis e padrões podem variar, e esta variação é absolutamente significativa – e sobre ela pode incidir a ação profissional, incidência que porta as possibilidades da intervenção que justifica e legitima o Serviço Social. O conhecimento desses limites e dessas possibilidades fornece a base para ultrapassar o messianismo, que pretende atribuir à profissão poderes redentores, e o fatalismo, que a condena ao burocratismo formalista (2007, p. 166).

Fonte: encurtador.com.br/ixyQ8

As crianças que se apresentam como público alvo nesse cenário se encontram com déficits econômicos, sociais e culturais, exigindo alternativas que venham ajudar essas famílias a mudar em à forma que estão vivendo se distanciando cada vez mais umas das outras, fazer com que percebam as consequências que acarretarão com esse novo modelo de vida que está sendo adotado e que compreendam a necessidade de mudança, para que consigam reverter essa realidade e com isso possam melhorar a qualidade de vida familiar.

Na atuação do psicólogo é preciso compreender que é preciso que a relação entre a demanda e a cobertura do atendimento esteja voltada para se compreender as consequências que a falta desses vínculos pode ocasionar, visto que, é notória nos dias atuais uma grande e preocupante falta de socialização, onde as pessoas estão cada vez mais se distanciando umas das outras, mesmo as que moram na mesma casa.

FICHA TÉCNICA

Título: Psicologia Organizacional – Coleção Manuais da Psicologia para Concursos e Residências (Volume 3)
Autores: Camila Ferreira Oliveira / José Bonifácio do Amparo Sobrinho / Laila Leite Carneiro / Roberta Ferreira Takei

Páginas: 296
Edição:
Ano: 2018
Editora: Sanar

REFERÊNCIAS

IAMAMOTO, Marilda V. Psicologia em tempo de capital fetiche: capital financeiro, trabalho e questão social. 6 ed. São Paulo: Cortez, 2011.

NETTO, José Paulo. Desigualdade, pobreza e Psicologia. Rio de Janeiro: UERJ. Revista em Pauta. 2007. n. 19, p. 134-170.

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