Os efeitos da Pandemia na saúde mental das famílias brasileiras

Compartilhe este conteúdo:

A crise sanitária mundial ocasionada pela pandemia da Covid 19, iniciada em Wuhan, na China, no ano anterior, trouxe várias consequências negativas à saúde mental da humanidade, nos quatros cantos do mundo. No Brasil, não foi diferente. Conhecido por ser um povo alegre e festeiro, o brasileiro viu-se obrigado a ficar mais tempo, em casa, bem como foi preciso manter um distanciamento social, para evitar a disseminação do vírus.  Apesar da vacina ter sido elaborada, em tempo recorde, e distribuída para imunização em massa, os efeitos do coronavírus à saúde mental das pessoas não passaram. Haja vista que durante a pandemia, muitos indivíduos perderam familiares, vítimas do vírus, outros o emprego. Situações que contribuíram para o desequilíbrio emocional de muita gente.

Outro fator que levou muitos brasileiros ao desespero, foi o consumo desenfreado de fakes sobre a doença. Torales, O’Higgin, Castaldelli, Ventriglio (2020) apontam que a falta de uma fonte confiável aumentaram a incerteza e o medo do indivíduo, em face ao desconhecido.  Efeito agravado no Brasil, pela crise institucional entre o Governo Federal e os Estados da federação, informou a revista científica Lancet (2020), bem como os veículos brasileiros de comunicação. “Conforme editorial escrito na Lancet” (2020), o Brasil atravessou a pandemia em meio a uma crise político-institucional de grandes proporções, pelo fato dos governantes terem um posicionamento diferente ao enfrentamento da doença, que vitimou mais de 600 mil brasileiros, informou a Organização Mundial de Saúde (OMS).

A Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais de Saúde (CNDS, 2008) observa que a equidade ganha cada vez mais destaque no debate brasileiro e mundial a respeito da organização dos sistemas de saúde, para responder à questão de como melhorar o acesso e resolubilidade do sistema, para diminuir as imensas disparidades no estado de saúde entre indivíduos, grupos da população e países. Nesse sentindo, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi determinante para o recebimento de diversos pacientes com Covid, 19, haja vista que a rede particular de saúde não conseguiria atender a demanda de pessoas, bem como nem todo mundo tem condições de arcar com um plano de saúde. 

As ondas da pandemia foram um verdadeiro cenário de guerra, a humanidade não estava preparada emocionalmente para viver um cenário pandêmico que vitimou muitas famílias.  As cenas de filas de carros de funerária em cemitérios de todo o país, para enterrarem os mortos pela Covid 19, ficou eternizado na memória de cada brasileiro.  A saúde mental de quem perdeu alguém precisa ser levada em consideração, muitos perderam todo uma família, os relatos podem ser assistidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. 

Fonte: Freepick

 

Outro ponto é a crise econômica, no Brasil, tem tirado o sono de muitos brasileiros, que são arrimos de família, ou seja, provedores dos lares. Situação que provoca um quadro de ansiedade e até mesmo de depressão, em muitas pessoas, por não saberem, como lidar com as dívidas, e não deixar faltar o alimento aos entes.  Esse cenário pode ser explicado pela alta da inflação, a qual influencia diretamente no aumento dos preços. Somente este ano, o gás de cozinha e a gasolina aumentaram mais de uma vez, fora o aumento da cesta básica. Sobre o assunto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), disse que a economia brasileira encolheu 4,1%, no ano de 2020.  Segundo o órgão os problemas de ordem econômica foram piorados com a pandemia, que deixou muitas pessoas desempregadas.

Os últimos dois anos não têm sido fáceis para o povo brasileiro, o qual vivencia uma crise econômica e de saúde, oriundas da pandemia. Fatores que interferem na saúde emocional de uma forma direta.  Por isso, é necessário cuidar da mente, por meio do SUS, que oferece tratamento gratuito. É preciso falar sobre saúde mental, em especial, em momentos de crise.  Além de buscar ajuda profissional evite ficar ligado muito tempo no noticiário, concentra-se em soluções.

Fonte: Freepick

Referência

Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais de Saúde (CNDS,2008) “As causas sociais das iniquidades em saúde no Brasil. 

Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE)(2020). Disponível em < https://www.ibge.gov.br/> Acesso: 27, de out de 2021.

Organização Mundial de Saúde (OMS)

Revista Eletrônica BBC. PIB: Pandemia agrava o que seria pior década de crescimento do Brasil em mais de um século. Publicação 3 de março, de 2021. Disponível em < https://www.bbc.com/portuguese/brasil-56257245> Acesso. 27, de out de 2021.

Brasil, Senado Federal. Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), da Covid 19.

Torales J, O’Higgins M, Castaldelli-Maia JM, Ventriglio A. The outbreak of COVID-19 coronavirus and its impact on global mental health. Int J Soc Psychiatry. 2020.

The Lancet. COVID-19 in Brazil: “So what ?” (Editorial). Lancet. 2020.

Compartilhe este conteúdo:

Os desafios da saúde mental que ainda são um dilema para o universo masculino

Compartilhe este conteúdo:

A saúde mental masculina ainda é um tabu para muitos homens, por não aceitarem que é preciso cuidar da mente. Para eles, falar sobre saúde nas emocional é sinônimo de fraqueza, o que é malvisto ainda para muitos. Esse comportamento pode ser explicado pela masculinidade tóxica, a qual afeta o bem-estar do homem contemporâneo, além do machismo, um dos fatores responsáveis pela violência contra a mulher, no Brasil. “A masculinidade tóxica gera inúmeros impactos negativos” (PAULA E ROCHA, 2019).

Silva (2006) aponta que para o   homem atribuiu-se características, como a liderança, racionalidade, força física, destreza, coragem, competitividade, pouca afetividade, virilidade. Enquanto a mulher deveria ser cuidadora, recatada, frágil, flexível, delicada e emocional (Silva, 2006). Nesse sentindo, configura-se a mulher como o aposto do homem, em que para o último é destinado o espaço público, enquanto ao primeiro, ambientes privados. Nesse dualismo, que os homens se tornaram os provedores dos lares, incapazes de demonstrarem suas emoções, pelo fato de ser a figura que abastece toda família. 

Esta análise contribui para o fortalecimento da masculinidade tóxica, explicada por Paula e Rocha (2019) “O homem sempre recebeu estímulos para conter as suas emoções e, por vezes, expressar emoções negativas, e poucos foram os momentos em que as emoções positivas fizeram parte de sua educação sobre como ser homem”. Paula e Rocha (2019). Atualmente a masculinidade com traços de toxidade tem sido pauta de diversos debates entre diversos grupos de mulheres, até porque o machismo está entre as causas do aumento da violência doméstica contra a mulher.

Conforme Ministério da Saúde, a taxa de suicídio entre os homens é mais alta em relação as mulheres. Isso acontece, justamente pela negligência com a saúde mental. A resistência em buscar ajuda é também explicada pelo machismo, em que o homem não pode chorar e falar sobre seus sentimentos, porque criou-se uma cultura em que homem não chora.  De acordo com o órgão, por não cuidarem de suas emoções, muitos homens desenvolvem ansiedade e depressão, e buscam na bebida e no consumo de drogas uma válvula de escape para suas dores.

Fonte: Freepick

Segundo o Instituto Britânico de Saúde Mental Mind (2020), uma pesquisa detectou que 6% dos homens disseram sofrer com problemas mentais no ambiente de trabalho, e por isso sofreram discriminação, sendo 2% demitidos. Ou seja, discutir abertamente sobre transtornos mentais, ainda é um desafio para a sociedade que precisa amadurecer sobre esse assunto, o qual é visto com bastante preconceito e desconfiança. Por isso, muitas pessoas oferecem barreira para abordar a saúde mental, em especial, o masculino, como já foi mencionado.

De acordo com o psiquiatra Coelho (2020) “a maioria dos homens tem vergonha de falar sobre seu sofrimento mental, seja por tristeza, ansiedade, insônia, irritabilidade, falta de prazer, desânimo etc. Consequentemente, deixam de ter uma vida feliz, saudável e com melhor qualidade” (Coelho, 2020). Por isso, o médico alerta que ao observar alguns dos sintomas, é preciso procurar um profissional especializado da saúde. Ou seja, é preciso por fim a essa cultura do homem durão e insensível, é preciso desconstruir conceitos enraizados na sociedade, em que o homem precisa dar conta de tudo. O ser humano é frágil, e inclui a figura masculina também.

Fonte: Freepick

Referência

Coelho, José (2020). A saúde mental dos homens. Disponível em < https://www.injq.com.br/single-post/saude-mental-dos-homens> Acesso.26, de out de 2021.

Instituto Mind (2020). Disponível em < https://www.mind.org.uk/information-support/legal-rights/discrimination-at-work/overview/#.XARYZ-JRfx8> Acesso 26, de out de 2021.

Paula, R e Rocha, F. Os impactos da masculinidade tóxica no bem-estar do homem contemporâneo: uma reflexão a partir da Psicologia Positiva (2019). Disponível em < http://editora.universidadedevassouras.edu.br/index.php/RM/article/view/1835/1336>. Acesso 26, de out de 2021.

SILVA, S G da. A crise da masculinidade: uma crítica à identidade de gênero e à literatura masculinista. Brasil, Ministério da Saúde.

Compartilhe este conteúdo:

Os desafios de crianças e adolescentes durante a pandemia de Covid 19

Compartilhe este conteúdo:

A crise sanitária ocasionada pela pandemia da Covid 19 trouxe um novo cenário para toda a humanidade, além de uma mudança repentina de hábitos. Os abraços foram interrompidos, as aulas escolares presenciais passaram a ser on-line, e de repente as pessoas tiveram que usar máscaras, como medida de prevenção, além do distanciamento social. Tantas transformações repentinas, mexeram com o emocional de muita gente, em especial dos adolescentes, que tiveram que fazer de suas casas, uma extensão da escola. 

Conforme a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP,2020), foi necessário preparar uma cartilha para a promoção de saúde mental das crianças e adolescentes, como uma forma de orientar os pais em relação aos filhos, nesse período, que ainda está para ser vencido.   Estabelecimento de rotina, organização do uso de celulares com a limitação de tempo e o acesso sobre notícias, no que tange a pandemia deveriam ser restritos, em prol do bem-estar, estas foram algumas sugestões feitas pela SBP (2020). “5. É crucial que os pais ouçam seus filhos e acolham suas angústias”.

Apesar das ondas mais duras da pandemia terem passado e a disseminação do vírus ter diminuído com a imunização em massa, com as vacinas, as consequências ficaram, o que provocou uma desordem emocional em muitos adolescentes. Nesse sentido, que (MATA, DIAS, SALDANHA, PICANÇO, 2020) abordam sobre as sequelas na saúde mental que a Covid 19 trouxe à criança e ao adolescente. “Dificuldade de concentração, alteração no padrão do sono e da alimentação, maior apego aos pais ou aos responsáveis, irritabilidade, medo, solidão, tédio e maior tempo de exposição às telas” (MATA, DIAS, SALDANHA, PICANÇO, 2020).  

Fonte: Freepick

 

A falta de contato físico foi um grande desafio para o adolescente, que é acostumado estar inserido em grupos que compartilham dos mesmos valores e percepções.  Geralmente, estes são formados com os colegas de escolas. Fegert (2020) aponta que com o isolamento social, muitos serviços básicos, relacionados a educação, assistência à saúde e lazer, foram interrompidos, além de não oferecerem suporte a saúde mental da criança e do adolescente. Estes, mantidos em casa, precisaram reorganizar suas rotinas, fator que pode ter forte impacto em seus aspectos psicológicos e emocionais “(FEGERT JM, et al., 2020).

Para Stvenson (2009), o planejamento estratégico de tempo para manter a saúde física e mental seria uma estratégia utilizada pelos pais, para ocuparem o tempo dos adolescentes, de uma forma inteligente. Nunn (2020) coloca que oferecer um ambiente seguro emocional para as crianças e adolescentes foi o grande desafio para os pais.  Colizzi (2020) observa que apesar dos esforços, a Covid 19 trouxe um aumento da ansiedade em resposta ao estresse que aumentou consideravelmente.

Ferget (2020) reforça que as crianças e adolescentes que tiveram a doença são as mais suscetíveis a terem sequelas emocionais, por isso é necessário um acompanhamento com o especialista para ressignificar essa etapa. Nunn (2020) e orienta que para vencer esse momento, os pais devem estar mais próximos dos filhos estabelecer atividades para a produção de estímulos positivos. Diante disso, é importante que os pais fiquem atentos aos comportamentos dos filhos, mas é preciso que os primeiros busquem ajuda também. A Covid 19 afetou a vida de todas as pessoas, por isso é necessária uma rede de apoio, como forma de fortalecer os relacionamentos e construir espaços seguros.

Fonte: Freepick

Referência

FEGERT JM, et al. Challenges and burden of the Coronavirus 2019 (COVID ‑19) pandemic for child and adolescent mental health: a narrative review to highlight clinical and research needs in the acute phase and the long return to normality. Child and Adolescent Psychiatry and Mental Health.

(MATA,I;  DIAS,L; SALDANHA,C; PICANÇO  M) As implicações da pandemia do COVID-19 na saúde mental e no comportamento das crianças.(2020). Disponível em <  https://cdn.publisher.gn1.link/residenciapediatrica.com.br/pdf/pprint377.pdf>. Acesso: 22,  de out. 2021.

NUNN K. Keeping our children safe and calm in troubled times. Journal of Paediatrics and Child Health, 2020.

Sociedade Brasileira de Pediatria(SBP). Pandemia de COVID-19: guia prático para promoção da saúde mental de crianças e adolescentes(2020) . Disponível em < https://cdn.publisher.gn1.link/residenciapediatrica.com.br/pdf/v10n2a21.pdf > Acesso: 22, de out, de 2021.

STEVENSON E, et al. Pandemic influenza planning: Addressing the needs of children. American Journal of Public Health, 2009.

Compartilhe este conteúdo:

As transformações tecnológicas e a ascensão dos relacionamentos líquidos

Compartilhe este conteúdo:

O advento de novas tecnologias mudou a concepção de tempo para a sociedade. As reuniões de trabalho podem ser feitas simultaneamente, aos quatros cantos do mundo, e para conhecer alguém não é preciso sair de casa, basta somente instalar um aplicativo de relacionamentos no celular. As conversas em frente à porta de casa foram transferidas para os grupos de WhatsApp, assim é o mundo pós-moderno, em que tudo é muito rápido e pouco duradouro. Esta percepção sobre os relacionamentos é explicada pelo sociólogo Zygmunt Bauman (2007), o qual observa que a sociedade vive em um tempo líquido, em que nada dura. Ou seja, tudo é passageiro. Uma crítica a superficialidade das relações que vão embora como água no ralo.

 Conforme Bauman (2009), o que importa é a velocidade e não a duração dos fatos, ou seja, dos relacionamentos.  Ainda aponta que a valorização do indivíduo em detrimento do coletivo também é característica dessa sociedade líquida que vive em constante autocrítica, autoexame e autocensura. (Bauman, 2009). Para o sociólogo, as mudanças comportamentais seguem as renovações tecnológicas, ou seja, uma transformação constante. Isto é, uma sociedade que precisa viver o instantâneo, sem a necessidade de criar uma base sólida, pois o que importa não é a construção em si, mas o auge do momento, mesmo que seja segundos.  

Nessa linha de pensamento, Oliveira (2015) destaca que “as condições tecnológicas e modernas de vida fazem com que os indivíduos se deparem com uma grande variedade de escolhas ou experimentos”. Situação que interfere no dia a dia da humanidade, desde sua forma de comer, vestir e agir (Oliveira, 2015). Ou seja, a expressão de vida de uma pessoa tem sido determinada pela tecnologia que influencia sua forma de lidar com os outros, bem como a expansão ao acesso digital, que a cada dia tem alcançado também a terceira idade (Oliveira, 2015)

Para Martinez (1998) os relacionamentos atuais podem fazer surgir um vazio o qual não será preenchido, pois na ética do prazer imediato e rápido não existe lugar para grandes investimentos amorosos o que pode frustrar o sujeito. Martinez (1998). Sobre esse pensamento, Jablonski (2001) admite que as variáveis sociais exerçam impacto nas relações de conjugalidade, como a modernização, a urbanização da sociedade, a diminuição dos membros que compõem uma família. A valorização do individualismo, o aumento da expectativa de vida, a valorização cultural do amor são outros posicionamentos que explicam a fragilidade dos relacionamentos. Jablonski (2001)

Fonte: Freepick

Lipovetsky (2004) afirma que apesar das relações atuais serem frágeis, os ideais de relacionamento estável, duradouro não foram descartados pela sociedade. Ou seja, as pessoas desejam ter relações amorosas sólidas, em detrimento do relacionamento líquido exposto por Bauman, mas admite que existe uma ausência de referência normativa sobre relacionamentos fortalecidos, o que pode ser traduzido pela mídia, que diariamente traz o divórcio de celebridades estampadas na capa das revistas eletrônicas.  Nesse sentido, o telespectador, leitor são bombardeadas com esse tipo de informação, cotidianamente. 

A fragilidade do ser humano pode ser explicada pela sua falta de entidade em diversos momentos de sua trajetória, bem como a influência dos noticiários, em especial, o que é exposto na internet. Bauman (2004) ao expor uma sociedade líquida, temporária, sem nenhuma solidez, expõe a problemática dos relacionamentos superficiais, em que as pessoas desejam viver o lado bom, em detrimento ao momento ruim, por isso tudo é líquido como água do rio, que sempre está indo para algum lugar.  Não há um tempo para criar raízes e aprofundar os sentimentos, por isso a sociedade vive em constante insatisfação. Tudo é líquido, mas todos querem o sólido, mas não querem pagar o preço. 

Fonte: Freepick

Referência

BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido – sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro, 2001. Jorge Zahar.

BAUMAN, Zygmunt.  Vida Líquida. Rio de Janeiro, 2009. Jorge Zahar.

JABLONSKI, Bernardo. Atitudes frente à crise do casamento (2008)

LYPOVESTSKY, Gilles. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla, 2004.

MARTINEZ, Marlene Castro Waideman. Sexualidade – família – AIDS. Na família e no espaço escolar contemporâneo. São Paulo: Arte e ciência, 1998.

OLIVEIRA, Diego. A terceira idade e os relacionamentos líquidos nas redes sociais(2015). 

Compartilhe este conteúdo:

Olhando retrospectivamente – Técnica criativa para ajudar na regulação das emoções

Compartilhe este conteúdo:

Trago hoje aqui o descritivo e a explicação de uma técnica de regulação emocional extraída do livro “Não acredite em tudo o que você sente” de Robert L. Leahy, que têm por principal objetivo proporcionar ao leitor discernimento e direção em relação às emoções, e perceber o panorama mais amplo da vida na hora de lidar com emoções difíceis.

  Todas as técnicas do livro são de uma combinação de abordagem cognitivo-comportamental e terapia do esquema emocional, e ajudam o leitor a explorar suas crenças pessoais sobre as emoções, e determinar se estas crenças são úteis ou prejudiciais para os seus objetivos de vida. 

A Terapia Cognitivo – Comportamental foi desenvolvida por Aaron Beck no início dos anos 60, o qual começou a perceber na sua rotina como psiquiatra que os tratamentos até então vigentes para a depressão não eram tão eficazes. Depois de ver o sucesso do tratamento psicoterápico para os pacientes com depressão, passou a expandir e utilizar técnicas similares para tratar outras doenças como ansiedade e transtornos de personalidade. Resumidamente explicando, a abordagem explora os pensamentos numa visão de que, ao invés de tentar tratar os sintomas desses pacientes, ele deveria tratar o pensamento distorcido. A TCC, como é conhecida, evita ficar revivendo traumas passados e problemas na infância. Ela foca em que o paciente entenda como o seu passado afeta seus pensamentos e atitudes.

Fonte: encurtador.com.br/fqvB8

 

Ela funciona transformando o padrão de pensamentos negativos, em pensamentos mais saudáveis, que resultam em comportamentos positivos, não necessariamente necessitando que uma pessoa descubra porque aquele padrão de pensamento negativo existe. Ao invés disso, ela ensina a reconhecer e entender o processo cognitivo, impedindo que esses pensamentos se formem.

Já a Terapia do Esquema (TE) desenvolvida por Jeffrey Young em 1990, é uma abordagem integrativa, sistemática e estruturada. Seu início foi como uma extensão da Terapia Cognitiva para o tratamento de transtornos de personalidade, mas desde então desenvolveu uma identidade própria, a qual busca atender padrões mal adaptativos complexos de longa duração e dá maior consideração a fatores atuantes na infância.

Fonte: encurtador.com.br/sEGH4

 Uma maior ênfase é dada na utilização de técnicas de imagens, vivenciais e interpessoais. Essas técnicas permitem a abordagem de aspectos emocionais e de mais difícil acesso. Outra distinção é a visão da relação terapêutica como instrumento de mudança, através da utilização de estratégias de reparentalização limitada e de confrontação empática.

      No capítulo 9, onde é utilizada uma destas técnicas, traz a seguinte pergunta: O que é importante para mim? O nome da técnica é Olhando Respectivamente, e traz perguntas profundas e importantes para o leitor refletir sobre a forma como ele está deixando as emoções controlarem suas atitudes, de forma que muitas vezes num panorama mais amplo de vida, certas coisas não são tão importantes, mas quando não há essa reflexão, as pessoas tendem a simplesmente reagir às emoções ou às situações, sem levar em conta o que realmente importa. 

Muitas vezes somos levados pela emoção do momento, e pensamos de forma muito imediatista. Essa técnica traz à tona os valores pelos quais a pessoa gostaria de viver, e se suas atitudes estão sendo condizentes com estes valores.

E se você se deparasse com o seu próprio funeral? O que as pessoas diriam sobre você? E porque isso é importante?

Fonte: encurtador.com.br/tBGIN

 

Além disso, depois de refletida esta parte, o que você pode fazer esta semana que esteja alinhado com estes valores?

Aqui inclusive penso que até caberia levar o leitor a se questionar o que você poderia deixar de fazer que não agrega e não vai em direção a estes valores importantes citados na primeira resposta.

Esta técnica trabalha com aspectos principalmente afetivos (emoções) e suprarracionais (trabalha com a imaginação e intuição, fazendo um relaxamento e o uso da fantasia para imaginar um tempo futuro), e em menor grau com aspectos cognitivos (quando posteriormente a pessoa fizer suas conclusões no final do exercício) e também físicos, pois o participante é orientado a relaxar fisicamente enquanto escuta uma música suave de fundo para melhor aproveitamento da técnica. 

REFERÊNCIAS:

LEAHY, Robert. Não acredite em tudo o que você sente, Artmed, 1ª Ed., 2020.

AARON Beck – Quem é o criador da Terapia Cognitivo Comportamental, IPTC, 2021. Disponível em: < https://iptc.net.br/aaron-beck/ >. Acesso em 23 de out. de 2021.

O que é a Terapia do Esquema, IPTC, 2021. Disponível em: <https://iptc.net.br/o-que-e-a-terapia-do-esquema/>. Acesso em 23 de out. de 2021.

Compartilhe este conteúdo:

Os impactos psicológicos e financeiros de uma vida sem planejamento

Compartilhe este conteúdo:

A falta de planejamento sempre foi um carma na vida de muitas pessoas que buscam mudança, desenvolvimento pessoal e profissional, posto que, parafraseando o Gato Cheshire de Alice no País das Maravilhas (Lewis Carroll) aquele que não sabe para onde ir, qualquer caminho serve, até mesmo o fracasso.

Em um país de proporções continentais, é de se esperar problemas em proporções continentais, em todos os campos da vida social e coletiva, o que resulta em diversos conflitos de interesses que acabam virando processos judiciais, lotando assim o Poder Judiciário com demandas que poderiam facilmente ser evitadas com um diálogo saudável e com bastante planejamento.

Diante disso é que se tem observado um interesse crescente da sociedade em se prevenir, de entender os riscos dos próprios atos, de otimizar os serviços que ofertam, principalmente após a pandemia que virtualizou uma boa parte do comércio em geral, com um aumento disparado no setor de entregas e transportes.

Diante deste conjunto, o (En)Cena entrevista o advogado Alcides Ferreira, advogado, atuante na área de compliance, planejamento e prevenção familiar e tributário para pessoas e empresas, para falar sobre a importância de um bom planejamento estratégico e os impactos psicológicos que podem ocorrer na ausência destes, principalmente neste cenário pandêmico que o mundo vive.

Fonte: Arquivo Pessoal

 

(En)Cena – Fale sobre sua formação e como é o seu cotidiano de trabalho?

Alcides Ferreira: Minha formação acadêmica foi repleta de aprendizados importantíssimos. Contei com a ajuda de diversos docentes que possuíam uma extensa bagagem de experiência e busquei absorver ao máximo tudo que era desenvolvido em sala. Sempre demonstrei uma pré-disposição para matérias contratuais e tributárias, por essa razão fui monitor nas disciplinas de Direito Civil – Contratos e Direito Tributário, ambas com o professor e advogado Thiago Perez.

Além da experiência acadêmica, estagiei em diversos órgãos, escritórios de advocacia, tendo diversos profissionais que impulsionaram meus conhecimentos jurídicos e métodos de atuação. Destaco, mais uma vez a importância do professor Thiago Perez que foi professor e mentor e hoje é um grande amigo.

Na vida profissional, busquei pôr em prática todos os conhecimentos adquiridos, além da própria experiência agregada com o passar dos anos.

Hoje atuo, principalmente, fora do Poder Judiciário, visando trabalhos de prevenção, planejamento, estratégias de atuação, projeção de riscos etc., buscando auxiliar o cliente a ter uma redução de gastos e uma contenção de possíveis riscos.

(En)Cena – Por que escolheu atuar com prevenção e planejamento?

Alcides Ferreira: Atuar especificamente com prevenção e planejamento é o resultado de ter observado todo o cenário jurídico brasileiro e perceber que uma boa parte de todas as contendas judiciais poderiam ser evitadas caso houvesse um conhecimento prévio dos riscos de atuação, além de planejamentos a longo prazo.

Um exemplo que pode ser citado são os processos relacionados ao divórcio, inventários e partilhas de bens. Na maioria esmagadora dos casos há um litígio intenso entre as partes, há manipulação de herança, chegando a situações até de assassinato, como o caso do advogado Danilo Sandes, em Araguaína-TO.

A máxima “o combinado não sai caro” é um exemplo da importância da prevenção. Um bom planejamento é peça fundamental para se evitar dores de cabeça futuras. Um contrato pré-nupcial, evita discussões e contendas no divórcio. Um planejamento tributário evita o pagamento indevido e/ou desnecessários, sobrando mais recursos para serem investidos. Um planejamento sucessório, evita brigas entre herdeiros além dos gastos exorbitantes nessa etapa tão dolorosa da vida.

Fonte: https://url.gratis/l2uiTg

 

(En)Cena – Qual o resultado prático e psicológico de uma prevenção no âmbito familiar?

Alcides Ferreira: Já temos uma resposta sobre o resultado prático de uma atuação preventiva no âmbito familiar.

Traçar um planejamento de acordo com o perfil familiar é extremamente importante, sabendo que existirão contendas em um divórcio, por exemplo, a elaboração de um contrato que disponha todas as regras e divisão de bens; os deveres para com os filhos; o tipo de guarda, evita cerca de 70% (setenta por cento) dos problemas.

Já em um inventário, um bom planejamento evita discussões desnecessárias e brigas irracionais sobre o que é de direito de cada um dos herdeiros, já que isto será previamente estabelecido.

É sempre importante lembrar que a prevenção e o planejamento são mecanismo para minimizar os riscos e prejuízos, não há uma garantia de que estes não ocorrerão. Mas, se ocorrer, serão em pequena escala em vista ao que poderia ser.

(En)Cena – Um processo judicial será sempre uma tormenta na vida dos envolvidos?

Alcides Ferreira: Nem sempre! Hoje o próprio judiciário tem tomado iniciativas para ter um processo mais humanizado. Existem sistemas de apoio aos familiares em processos da Vara de Infância e Família, além das audiências de conciliação do CEJUSC – Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania, que buscam sempre a resolução pacífica de um imbróglio judicial.

Mas, infelizmente, muitas das vezes os processos judiciais são intensos, de modo que além do próprio resultado do processo, há ainda o abalo de ter que enfrentar todas a brigas que surgem, além dos argumentos lançados nos autos e em audiências de instruções, oitivas de testemunhas que mais se parecem com inquisições.

Em suma, dada às proporções do nosso país, há de tudo um pouco nos processos judiciais, mas é fato que o impacto psicológico é gritante.

Existe um texto de uma colega advogada, aqui no (Em)Cena, salvo engano se chama Bravura e Sobrevivência, onde ela dá dicas importantíssimas para a saúde mental da mulher durante um processo judicial, recomendo a leitura.

(En)Cena – Um bom planejamento evita dores de cabeça?

Alcides Ferreira: Não, mas reduz significativamente. A nação brasileira, no geral, não possui hábitos saudáveis quando se trata de prevenir. Temos aquele ditado “é melhor prevenir que remediar”, mas, na prática, a maioria das pessoas levam as situações no famoso “deixa acontecer”.

Cito um exemplo dentro da própria psicologia. Se desde a primeira infância houvesse uma preocupação com a saúde mental efetiva por parte da maioria dos brasileiros, uma boa parte dos problemas da vida adulta relacionados à psiquê poderiam ser evitados.

Hábitos alimentares e os cuidados com a saúde física são outros pontos que indicam o quão importante é saber planejar, pois, este só será colocado em cheque no futuro.

É sempre bom lembrar que não basta planejar, tem que saber analisar os possíveis riscos, criar as mais variadas projeções de cenários, por mais desagradáveis que seja, até aquelas em que a possibilidade de ocorrer seja remota, só assim poderá ter uma redução efetiva nas dores de cabeça em situações emocionalmente instáveis.

(En)Cena – Quais seriam os principais métodos de planejamento?

Alcides Ferreira: Vou delimitar a resposta dessa pergunta no âmbito familiar. Os métodos de planejamento irão variar em cada caso, a fim de ter uma adequação a situação vivida pelos indivíduos.

Dentro do planejamento sucessório, por exemplo, existe o testamento, uma prática muito conhecida de determinar, ainda em vida como irá ocorrer a sucessão dos bens.

Outra forma de planejamento sucessório são doações com reserva de usufruto vitalício, situação em que a pessoa já passa os bens para os herdeiros, nas devidas proporções, mas continua detentor da posse, podendo usufruir dos bens e dos frutos que sobrevier destes.

Além das situações já citadas, um método novo, eficaz, e econômico que vêm ganhando força, são as chamadas Holdings, que dão a mesma proteção que os métodos anteriores, além de garantir uma proteção maior para o patrimônio de cada pessoa.

Fonte: https://url.gratis/eGp7KT

 

(En)Cena – Os impactos psicológicos da pandemia são fatores que influenciam a instabilidade de relacionamentos, além da própria mortalidade. Como a falta de preparo pode prejudicar a vida de um indivíduo?

Alcides Ferreira: A pandemia do Covid-19 criou um marco na história, forçou a mudança de hábitos em todo o globo. Medidas de contenção, lockdowns, uso de máscaras, todas as medidas restritivas impactaram a psiquê de cada indivíduo. Tanto é que houve um crescimento, no começo da pandemia, de pedidos de divórcio, pois algumas pessoas não conseguiram lidar com esse novo cenário.

O despreparo nestes casos resulta nas situações que já citei: prejuízos e problemas no momento do divórcio; o luto intensificado pelo doloroso, oneroso e moroso processo de inventário.

A falta de planejamento fechou diversas empresas que não possuíam um planejamento estratégico ou não conseguiu elaborar um plano tático de atuação nesses meses de intenso clamor social.

A falta de prevenção, por exemplo, com relação ao uso de máscaras e o distanciamento social, ceifou a vida de várias pessoas que foram contaminadas pelo vírus da Covid-19.

Estar preparado para as adversidades da vida é compreender que elas podem nunca ocorrer, mas, se porventura chegarem, haverá um preparo para lidar passar pelos momentos de turbulência.

Compartilhe este conteúdo:

Chris Gardner: A vivência nas ruas em busca de um sonho 

Compartilhe este conteúdo:

Inspirado em uma história real, o filme “À Procura da Felicidade” (The Pursuit of Happyness), conta a história de Chris Gardner, um pai de família que trabalha duro, mas que não consegue dinheiro suficiente para pagar as contas do final do mês e vive pressionado pela sua esposa que se chama Linda, a procurar um emprego melhor. 

O casal tem um filho chamado Christopher Gardner Jr. que é uma criança de cinco anos. Com o aumento das brigas do casal, Linda decide ir embora deixando Christopher aos cuidados de Chris. 

Chris sempre foi muito determinado em sua vida, e mesmo trabalhando teve que enfrentar de cabeça erguida todas as dificuldades que passou juntamente com seu filho. Com as dívidas aumentando e sem poder pagar pela moradia, eles tiveram que ir para as ruas, dormir em bancos, praças, e no metrô.  Uma das cenas mais marcantes do filme, é quando eles dormem no banheiro do metrô e Chris para distrair o filho, fala que estão se escondendo dos dinossauros. No momento em que seu filho adormece, ele começa a chorar baixinho, e transmite a dor que ele está passando.

 

Fonte: Google Imagens

É comum que em cidades grandes, muitas pessoas que possuem emprego e família, não consigam manter um lar, ou não tenham dinheiro suficiente para pagar o aluguel, gás, energia, água e por isso vivem em situação de rua (ROCHA, OLIVEIRA, 2019).

Essas pessoas que estão nesta situação, muitas vezes de abandono, retaliação, encontram na rua um lugar onde elas possam ficar, muitas vezes fazem seu ciclo social nestes lugares, onde acabam encontrando parceiros de vida e de sonhos (BRASIL, 2012).

Chris nunca deixou de sonhar com uma vida melhor, mesmo com a tristeza e sofrimento de passar frio, fome e não ter um lugar para que seu filho e ele dormisse, ele trabalhava como corretor e queria muito uma oportunidade para poder ter uma vida digna. 

Pessoas que estão em situação de rua compartilham de sonhos de um dia saírem desta vida onde são invisíveis e desprezados pela sociedade. Não são todos, pois muitos deles, por estarem nesta situação se entregam ao sofrimento e não acreditam que podem ou que merecem ter uma saída. Muitas vezes fazem o uso prejudicial de álcool e outras drogas pois encontram neles, uma maneira de enfrentar ou até mesmo escapar da realidade vivenciada (BRASIL, 2020).

Rocha e Oliveira (2019), apontam que algumas situações como a fragilidade das relações familiares, socioeconômicas, desemprego e uso de substâncias químicas são os principais fatores que podem levar as pessoas a estarem em situação de rua. Chris e seu filho, tiveram que enfrentar uma avalanche de frustrações da vida, o abandono da esposa e mãe do filho, o desemprego, e as contas atrasadas, levaram eles a perderem tudo e irem para as ruas. 

A maior lição que podemos tirar deste personagem é a sua incrível força de vontade e determinação. Em nenhum momento vemos Chris desistindo, pelo contrário, ele luta, corre atrás e sonha. Sonhar é uma capacidade que muitas pessoas no dia-a-dia vão perdendo por causa das dificuldades, e Chris chegou a viver como uma pessoa invisível pela sociedade e mesmo assim escolheu não deixar de acreditar. 

Fonte: Google Images

Um ponto que chama a atenção é que Chris não ficou o tempo todo nas ruas, em certo ponto do filme, ele procurou abrigos onde teve que enfrentar uma fila para ser chamado e conseguir uma vaga para poder dormir com o seu filho. Aqui no Brasil, o SUS disponibiliza uma equipe denominada Consultório na Rua, que presta serviços de saúde, abordagem, acompanhamento de internações, pré-alta, pós-alta, agendamento de consultas, para promover o acesso de pessoas em situação de rua nos serviços de atenção básica em saúde (CAZANOVA, 2012).

O centro POP (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua) e a Casa Acolhida são serviços de assistência social que auxiliam pessoas que estão em situação de rua e precisam de abrigo temporário ou de forma permanente (BRASIL, 2013). No decorrer do filme, a principal preocupação de Chris era não ter um lar e um teto para poder abrigar o seu filho. Naquele momento, apesar da tristeza que ele sentiu, foi visto que ele não teve a sua saúde mental abalada, mas preocupava-se principalmente com as necessidades básicas que eles precisavam no momento. 

A história de vida de Chris Gardner inspirou muitas pessoas a continuarem sonhando com uma vida melhor e após conseguir montar sua própria empresa de corretores denominada Gardner Rich & CO, se tornou um milionário e também se tornou um palestrante, onde conta sua história e de como conseguiu superar todas as dificuldades nesta etapa da vida dele. 

Apesar desta história ter sido usada como motivacional, precisamos lembrar que a maioria das pessoas que estão em situação de rua não tem o mesmo “final feliz” de Chris. Elas continuam nas ruas e mesmo sonhando em conquistar, elas não possuem oportunidades de sair dessa situação. Não podemos generalizar que em todos os casos, irá aparecer um Chris Gardner, mas o que podemos tirar de lição é que, mesmo que em uma minoria, existem pessoas que conseguem sair das ruas e tem uma vida onde podem desfrutar de teto, moradia, comida, água, energia, roupas e emprego. E as que não conseguem não significa que são piores ou que não batalham, é que faltam oportunidades para que elas possam ao menos tentar. 

 

Chris Gardner/Fonte: Google Imagens

 

Existe a necessidade de políticas públicas para que pessoas que estejam em situação de vulnerabilidade social, sejam acolhidas. Os CREAS (Centro de Referência Especializado em Assistência Social) são dispositivos onde essas pessoas podem procurar ajuda. Este dispositivo tem por objetivo, atender pessoas que passam por algum tipo de risco, violência e outras formas de violação de direitos.  A falta de documentação não impede que usuários procurem o serviço, que é gratuito. A Assistência Social é um direito de todos para que o acesso aos direitos e a ressignificação de valores da vida social do indivíduo sejam assegurados (BRASIL, 2021). 

Fonte: Google Imagens

FICHA TÉCNICA

Filme: À Procura da Felicidade (The Pursuit of Happyness)

Ano: 2006

Direção: Gabriele Muccino 

Intérprete: Will Smith 

 

REFERÊNCIAS: 

BRASIL. (2012). Manual sobre o cuidado à saúde junto à população em situação de rua. Brasília: Ministério da Saúde.

BRASIL. (2013). Centro POP- Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua. Brasília: Ministério da Cidadania. 

BRASIL. (2021). Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS). Governo do Brasil. 

CAZANOVA, R. F.. A Integralidade na Fonte do Consultório de Rua no SUS.

Orientadora: Leonia Capaverde Bulla. 2012. 151f. Dissertação (Mestrado em Serviço Social)

– Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Faculdade de Serviço Social, Porto

Alegre, 2012.

ROCHA, Felipe Coura; OLIVEIRA, Pedro Renan Santos de. Psicologia na rua: delineando novas identidades a partir do trabalho com a população em situação de rua. Pesquisas e Práticas Psicossociais, São João del Rei, v. 1, n. 15, p. 1-18, 01 mar. 2020.

SÃO PAULO (Estado). Brasil. Câmara Municipal de Adamantina. Entenda a diferença entre pessoas em situação de rua, “trecheiros” e moradores de rua. 2020. Disponível em: https://www.adamantina.sp.leg.br/institucional/noticias/entenda-a-diferenca-entre-pessoas-em-situacao-de-rua-trecheros-e-moradores-de-rua. Acesso em: 29 set. 2021.

Compartilhe este conteúdo: