No dia 23 de maio, ocorreram na sala 217 do CEULP as sessões técnicas, como parte da programação da quarta edição do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS), mediadas pela Profª Me. Cristina D’Ornellas Filipakis. Dentre os temas discutidos, houve “Impactos da situação de violência de gênero sobre o relacionar-se”, artigo produzido pelas egressas do curso Psicologia do CEULP, Amanda Évem Sena Cristo e Gleycielle Silva Magalhães, supervisionadas por Cristina
A apresentação foi realizada por Gleycielle, que falou sobre a violência como processo de uso da força ou do poder sobre outra pessoa, causando algum tipo de dano e que o meio intrafamiliar pode ser um dos cenários para que ocorra essa violência, assim como esta pode influenciar na forma como a pessoa se relaciona. Gleycielle também apresentou as diferenças entre violência contra a mulher, violência doméstica e violência de gênero.
Fonte: encurtador.com.br/npyOV
Como aporte teórico, Gleycielle apresentou sobre a teoria geral dos sistemas,sobre a teoria cibernética e sobre a teoria da comunicação. Utilizou – se de vinhetas clínicas(falas pontuais dos clientes) para exemplificar os fenômenos de triangulação e diferenciação do self.
Por fim, Gleycielle apresentou sobre a abordagem utilizada nos atendimentos, sendo a Psicoterapia Sistêmica Novo Paradigmática, baseada nos preceitos de complexidade, instabilidade e intersubjetividade, que consistem em ampliar o foco sobre os sistemas, os considerando como não estáveis e considerando a participação do psicoterapeuta no sistema, que o afeta e é afetado por ele.
Compartilhe este conteúdo:
CAOS 2019: padrões estéticos no filme Dumplin’ são discutidos no Psicologia em Debate Especial
Isaura falou sobre os aspectos que permeiam a trama, apresentando a protagonista do filme, mulher gorda, apelidada pela mãe como dumplin’ (fofinha).
No dia 23 de maio, ocorreu na sala 203 do CEULP o Psicologia em Debate Especial, com o tema geral “Cinema e Sexualidade”. Dentre os diversos temas discutidos, a acadêmica de Psicologia do CEULP, Isaura de Bortoli Rossatto, apresentou Dumplin’: padrões estéticos precisam ser desafiados por mulheres grandes. O Psicologia em Debate Especial fez parte da programação da quarta edição do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS).
Isaura falou sobre os aspectos que permeiam a trama, apresentando a protagonista do filme, mulher gorda, apelidada pela mãe como dumplin’ (fofinha), que está em luto pela morte da tia que a acolhia, suas inseguranças em relação ao próprio corpo e a competição anual Miss Bluebonnet, ocorrida na cidade do Texas.
Fonte: encurtador.com.br/CJW09
Isaura demonstrou em sua fala a necessidade de se desafiar os padrões estéticos, assim como a forma com que os eufemismos utilizados para se referir a pessoas gordas podem ter significado para quem os fala ou os escuta, afirmando que a palavra “gorda” não é ofensa.
Por fim, Isaura relatou um pouco sobre sua própria história e como passou a se aceitar, finalizando com a frase de Dolly Parton, presente no filme, “descubra quem você é e seja você de propósito”.
Compartilhe este conteúdo:
CAOS 2019: Psicologia em Debate Especial discute sobre os desafios de uma criança trans, presente no filme Meu nome é Ray
No dia 23 de maio, ocorreu na sala 203 do CEULP o Psicologia em Debate Especial, com o tema geral “Cinema e Sexualidade”. Dentre os diversos temas discutidos, a acadêmica de Psicologia do CEULP, Gabriela Gomes Miranda, apresentou Meu nome é Ray: alerta para os desafios de uma criança trans. O Psicologia em Debate Especial fez parte da programação da quarta edição do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS).
Gabriela, ao falar sobre o filme, apresentou também sobre identidade de gênero, em que o corpo biológico não é determinante para a identificação, sobre indivíduo transgênero, o qual tem a convicção de pertencer ao sexo oposto e sobre transfobia, que é a discriminação e preconceito contra pessoas trans.
Por fim, Gabriela demonstrou a necessidade de apoio social para pessoas transexuais, o qual é observado no filme por parte da mãe de Ray. Gabriela refletiu que essa não é a realidade para a maioria das pessoas transexuais, que por vezes sofre discriminação até mesmo por parte da família.
Compartilhe este conteúdo:
CAOS 2019: Despatologização e inserção social de pessoas “trans” é tema de minicurso
Para o minicurso, Lucrécia falou um pouco sobre sua experiência como mulher transexual, relatando suas dificuldades com o mercado de trabalho e outros dispositivos sociais.
No dia 21 de maio, ocorreu na sala 221 do CEULP o minicurso Despatologização e inserção social de pessoas “trans”, ministrado por Lucrécia Alves Barbosa, licenciada em Geografia e especialista em Psicopedagogia Educacional. O minicurso, dentre outros oito, fez parte da programação da quarta edição do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS).
Para o minicurso, Lucrécia falou um pouco sobre sua experiência como mulher transexual, relatando suas dificuldades com o mercado de trabalho e outros dispositivos sociais. Segundo ela, “a pessoa trans tem acesso a tudo, mas não tem permanência, pois tudo é moldado para as pessoas cisgênero”.
Fonte: Acervo Pessoal
Lucrécia também apresentou sobre o conceito de gênero, a sigla LGBTQIAP +, feminismo, o boneco do gênero, que identifica o que é identidade de gênero, orientação sexual, sexo biológico e expressão de gênero e sobre transexualidade e sua despatologização, que é a retirada de sua característica como doença.
Por fim, Lucrécia propôs uma atividade para os participantes do minicurso, que consistiu em dividi-los em grupos e montarem a apresentação de um texto que ela disponibilizou, sobre uma pesquisa realizada com psicólogos de várias abordagens, no intuito de compreender suas opiniões sobre a despatologização da transexualidade. Todos apresentaram e deram um feedback positivo sobre o minicurso.
Compartilhe este conteúdo:
Se a rua Beale falasse: uma ode ao amor e à resistência
Melhor Atriz Coadjuvante (Regina King), Melhor Roteiro Adaptado (Barry Jenins), Melhor Trilha Sonora Original (Nicholas Britell)
Baseado na obra homônima de James Baldwin (1974), com roteiro adaptado por Barry Jenkins (premiado por Moonlight), o filme Se a rua Beale falasse se passa em Harlem, nos anos 70, época de forte opressão étnica por parte da polícia nos Estados Unidos. Entretanto, a sensação que cada cena do filme passa é a de que elas não estão distantes dos dias atuais e não caracterizam a realidade de apenas um lugar no mundo. Assim como o fez em Moonlight, Jenkins trabalha a realidade de forma poética e não apelativa, deixando para o espectador o trabalho de fazer maiores reflexões.
A história é contada por Tish (Kiki Layne), que ao longo do filme vai situando o espectador na jornada vivida por ela e por Fonny (Stephan James), trazendo lembranças da infância e da amizade entre ambos até o momento em que se apaixonam. Os detalhes dessas lembranças ganham um roteiro mais contido, entretanto, nada impede que o público se emocione com o que eles têm a contar. Os closes demorados das câmeras ajudam nisso, enfatizando os olhares e expressões faciais dos personagens.
Fonte: https://bit.ly/2DQKKzg
Há também uma narrativa lenta, com diálogos curtos e calmos, que enaltecem o sentimento puro e inocente vivenciado por Tish e Fonny. Assim, o filme entrega uma história de amor, não daquelas vistas em contos de fadas, mas daquelas que resistem a obstáculos colocados pela sociedade, incrustrados de preconceito e intolerância. Essa história se passa em um cenário que tem como pano de fundo o preconceito étnico, trazendo à tona a cumplicidade, coragem e força de dois jovens negros que têm um sentimento recíproco entre si.
A narrativa de Tish nos apresenta a rotina dela e de Fonny, na qual tem de lidar com julgamentos pela cor da pele. Em um desses julgamentos, Fonny acaba sendo preso por um crime que não cometeu, tendo como base a palavra de um policial – branco – que representa toda a intolerância e racismo agindo como opressão na vida de quem não fez nada mais do que nascer negro.
Fonte: https://bit.ly/2DMhvxQ
Isso tudo parece muito clichê. Porém, clichês existem por uma razão. Essa mesma história pode ser vista em vários outros filmes e, como a arte imita a vida, sabemos que fatos assim são comuns na sociedade, como, por exemplo, um homem negro ser morto pelo segurança de um hipermercado, tendo como aparente justificativa o racismo deste.
Agora, além do sentimento mútuo de amor, o casal vivencia também a dor da prisão injusta. Ao descobrirem que Tish está grávida, passa a existir uma ambivalência de sentimentos: a alegria pela nova vida e a angústia por tentarem tirar Fonny da prisão antes do nascimento dessa nova vida.
Jenkins opta por focar as atenções nas repercussões que a acusação e prisão de Fonny tem em Tish e familiares, não perdendo tempo com as questões jurídicas. O drama pessoal e a injustiça social se apresentam como efeitos colaterais traumáticos, levando Tish e seus familiares a formarem um sistema coeso em função da gravidez e da tentativa de tirar Fonny da prisão.
Fonte: https://bit.ly/2BFJi2C
Um ponto interessante é que o filme não aborda o racismo de forma escancarada e utilizando-se de apelo. Não há a necessidade de brigas e violência, apenas cenas cotidianas, corriqueiras e fatuais que são complementadas pela narração de Tish e dos diálogos envolventes.
Focar a atenção no drama pessoal e injustiça social, tal como trazer isso de forma natural, foram escolhas acertadas de Jenkins. Não é pertinente, nesse contexto, entender a atuação jurídica na história. O principal objetivo do filme é mostrar o quão arcaica a sociedade de modo geral está, onde ainda é necessário haver conscientização sobre questões que nem deveriam precisar disso, nesse caso, questões étnicas.
Fonte: https://bit.ly/2BDRzUU
A poesia desse romance acompanhada por sua crítica social leva o espectador a se envolver com os personagens e a refletir sobre questões pertinentes nos dias atuais. Se a rua Beale falasse, com certeza estaria pedindo clemência e, principalmente, evolução nos modos de conviver em sociedade e das pessoas enxergarem o mundo e a si mesmas.
FICHA TÉCNICA:
SE A RUA BEALE FALASSE
Título original:If Beale Street Could Talk Direção: Barry Jenkins Elenco: Kiki Layne, Stephan James, Regina King; Ano: 2018 País: EUA Gênero: Drama
Compartilhe este conteúdo:
Sexualidade, diversidade e liberdade: um evento PRÉ-CAOS 2019
No primeiro semestre de 2019, o Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS) trabalhará com o tema “Psicologia e Sexualidade – corpo, conhecimento e liberdade”. Com o intuito de oferecer uma prévia para o público sobre como será o congresso, a coordenação de Psicologia teve a ideia de realizar um evento PRÉ-CAOS.
Para tanto, conta com a organização da turma da disciplina de Psicologia da Sexualidade Humana, com supervisão dos seus docentes Me. Cristina D’Ornellas Filipakis, Me. Fabiano Fagundes, Me. Lauriane Moreira e Me. Sonielson Luciano de Sousa. O evento ocorrerá no dia 31 de outubro de 2018, no CEULP, sob o título SEXUALIDADE, DIVERSIDADE E LIBERDADE: PRÉ-CAOS 2019.
De acordo com a Profa. Me Cristina Filipakis, “as expectativas são as melhores possíveis, porque a gente fez uma proposta que começou ainda no CAOS desse ano, em que a gente pensou em fazer um evento pré-CAOS para divulgar o nosso evento e esse tema sobre sexualidade, que gera muita curiosidade nas pessoas. Desde o começo do semestre então a gente queria fazer essa proposta para os alunos. Mas a gente nunca imaginou que a proposta seria tão bem recebida e eles iriam se engajar tanto em um evento tão organizado como está, completo. Então nós, o grupo de professores, estamos surpresos, impressionados e muito orgulhosos da turma, porque está tendo uma dedicação muito grande. Então a gente acredita que vai ser um evento muito bom e isso é legal, porque é um evento organizado pelos alunos e isso mostra a potência dos alunos e o quanto os alunos organizados e unidos podem fazer pelo curso, pela profissão e pela comunidade. Então estamos muito felizes e a expectativa é ótima. A gente acredita que será um evento muito bom e que terá uma repercussão muito grande, tanto dentro do CEULP e do curso, como fora”.
Confira a programação:
– Cine Alteridade Especial: filme “A garota dinamarquesa”, das 12h às 14h, sala 220 F;
– Minicurso 1: Sexualidade Masculina: saúde e disfunções sexuais, com Dr. Adelmo Aires Negre, das 15h às 17h, sala 221
– Minicurso 2: Terapia Sexual: a vida com mais prazer, com Sexóloga Glícia Neves da Costa, das 15h às 17h, sala 223
– Minicurso 3: Sexualidade Feminina: saúde e disfunções sexuais, com Dra. Marcia Cristina Terra de Siqueira Peres, das 15h às 17h, sala 227
– Teste rápido, com o Núcleo Henfil, das 17h às 19h, nas salas 424 e 425
– Sarau, das 17h às 19h, no hall do Núcleo Alteridade
– Mesa redonda, das 19h às 22h, no auditório central, com os profissionais:
– Dhieine Caminski, psicóloga, especialista em Saúde da Família (UNIVALD) e gerente de Saúde Mental da SEMUS – Palmas
– Gleidy Braga, jornalista e bacharela em Direito, especialista em Gestão e Políticas Públicas (FESPSP) e mestranda em Desenvolvimento Regional (UFT)
– Pierre Brandão, educador físico (CEULP), fisioterapeuta (FUNEC), mestre em Gerontologia (UCB) e doutor em Educação Física (UCB)
– Rafaela Alexandra Vieira, economista, especialista em Gestão Pública, Gestão de Pessoas. Gerenciamento de Projetos e Orçamento de Finanças Públicas e vice-presidente da ATRATO (Associação das Travestis e Transexuais do Estado do Tocantins).
Nesta terça-feira (16), a turma 0848 de Psicologia da Saúde debateu sobre as temáticas “promoção de saúde” e “prevenção de doenças”. Aplicando uma metodologia ativa, a professora Izabela Querido dividiu a turma em dois grupos e cada qual ficou responsável pela leitura sobre um. Logo após cada integrante de cada grupo ia até o quadro e escrevia uma frase ou palavra que chamou a atenção no texto. Ao final, foi solicitado para os grupos debaterem sobre o tema.
O objetivo da aula foi mostrar aos acadêmicos que os temas “prevenção de doenças” e “promoção de saúde” são interligados e a separação entre eles ocorre apenas didaticamente, assim como mostrar práticas que permeiam as ambas no fazer do psicólogo na área da saúde.
A acadêmica da turma, Michele Alves Soares Costa, sobre a metodologia utilizada na aula diz “achei interessante, pois tivemos a oportunidade de socializar a opinião acerca do conhecimento explanado, não ficando apenas no campo individual ou em um pequeno grupo”.
Compartilhe este conteúdo:
Representação de Ipê é símbolo de resiliência na XXII Expro
A árvore foi confeccionada por estagiários e colaboradores do (En)Cena
O curso de Psicologia participou da XXII Exposição de Profissões (Expro) do Ceulp, que aconteceu nos dias 9 e 10 de outubro. O evento tem como objetivo mostrar para os alunos visitantes de escolas públicas e privadas as diversas áreas acadêmicas e de atuação. Entre as atividades desenvolvidas no stand do curso de Psicologia, está a árvore de ipê rosa, repleta de cartões com mensagens que refletem o trabalho da área.
A atividade foi pensada por estagiários e colaboradores do (En)Cena e acadêmicos de Psicologia e tem como objetivo mostrar que mesmo durante a seca é possível florir, assim como a árvore de ipê, que durante esse clima, apresenta sua exuberância em forma de flores. Da mesma forma, a resiliência é a capacidade de passar por perturbações e minimizar ou superar os efeitos nocivos dessas, inclusive saindo dessas situações fortalecido ou até mesmo transformado.
Para a acadêmica do curso de psicologia, Suelen Queiroz, “a iniciativa foi muito legal, me identifiquei muito com a frase ‘você é mais forte do que pensa’. Semana passada tive uns contratempos da vida e essa frase me lembrou o quanto realmente isso é verdade. É tudo uma questão de resiliência! ”
Compartilhe este conteúdo:
O papel social da Casa de Apoio Vera Lúcia Pagani: (En)Cena entrevista Elisangela Cardoso
Considerando a necessidade em hospedar pacientes e seus acompanhantes que passam pelos hospitais públicos de Palmas/TO, houve a criação da Casa de Apoio Vera Lúcia Pagani. A casa recebe pessoas de todos os municípios de Tocantins, assim como de alguns estados vizinhos. Essas pessoas são encaminhadas pelos hospitais para a casa, que as acolhe, de forma gratuita, apoiando-as em um momento difícil, que envolve a própria saúde ou a saúde de alguém que ama.
Fonte: https://bit.ly/2xrq7Yk
Tendo em vista a importância da Casa de Apoio Vera Lúcia Pagani, o (En)Cena entrevistou Elisangela Sardinha Fonseca Cardoso, gerente da casa, que fala do papel social e dos desafios desta.
(En)Cena –Como é formada a equipe aqui na casa de apoio?
Elisangela Sardinha Fonseca Cardoso – O administrativo, que são as pessoas que acolhem. Fazem a acolhida com os documentos que vem de fora, dos três hospitais públicos de Palmas. Nós só podemos receber o público do HGP, Dona Regina e do Infantil. Lá a assistência social faz uma triagem, dessa triagem eles veem todo o parecer social da família, se não tem alguém aqui dentro de Palmas, porque a casa é para os 139 munícipios e outros estados também que são atendidos pela casa de apoio. Então o administrativo são pessoas que vão fazer essa acolhida, vão olhar os documentos, vão ver a respeito dos leitos, das camas. Nós temos esse cuidado, o administrativo pega o documento e o encaminhamento (eles ligam antes para ver se tem vaga). Aqui nós temos 126 camas, então tem que ligar antes para ver se está superlotado. Tem vezes que temos que ligar para o HGP avisando que não tem mais vaga, para não encaminhar mais, porque pode ser uma pessoa que vem hoje e amanhã já vai embora ou pode ser uma pessoa que fica 3, 4 anos, como é o caso de mães que estão com o bebê no Cristo Rei, que é conveniado com o HGP. Então esse administrativo acolhe e tem que ser muito bem direcionado no trabalho de acolhimento com essas famílias, porque recebemos um pouco de cada coisa, como pessoas que recebem um diagnóstico de câncer e estão fazendo radioterapia, ou chega desesperado porque o filho está em uma UTI entre a vida e a morte. O administrativo então é a porta de entrada daqui da casa de apoio, por isso ele fica de plantão. A gente fala plantão porque tem a turma da manhã, a turma da tarde e o vigia que fica a noite.
(En)Cena – O vigia então também faz esse acolhimento?
Elisangela Sardinha Fonseca Cardoso – Faz. A gente prepara todos que vem para cá. Tem uma preparação para fazer pelo menos uma acolhida, tratando as pessoas bem, então eles têm que ser qualificados. Hoje mesmo estamos com um momento de palestra multidisciplinar com fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais, porque nós temos que estar bem para atender esse povo. Agora há pouco mesmo, nos deparamos com um senhor que está em estado terminal, vazando sangue pela boca, então temos que chamar logo o SAMU. Se eu não estivesse aqui, o administrativo já está experiente com isso, em fazer esse atendimento. Não só de fazer o acolhimento, de levar até os quartos, mas de explicar as normas. Nós temos uma normativa para eles conviverem bem dentro da casa, pois são pessoas de vários tipos que aqui entram. O administrativo, junto com a gerência e todos aqui, ficam de olho para que tudo ande bem, porque a casa não dorme. Tem pessoas aqui que a casa já virou moradia, devido a situação do familiar que está na UTI em estado permanente. Tem o assistente de serviços gerais também, que ele tem que olhar a casa, ter cuidado com as coisas dentro dos banheiros. A equipe tem que estar de olho e tudo o que acontece é relatado, para a segurança e o bom tratamento dessas famílias que aqui estão. A casa de apoio não foi feita para paciente. Ela é ligada a assistência social da Secretaria de Trabalho do Estado. Ela foi visada para os acompanhantes, pois eles precisam estar saudáveis para acompanhar quem está no hospital. Essa é a visão da casa de apoio. Entretanto, como o quadro oncológico está muito grande no HGP, que infelizmente essa doença, o câncer, está muito aglomerada, abriu-se quartos masculinos e femininos para esses pacientes. Crianças, jovens, idosos, precisam muito da casa de apoio. Uns vem fazer radioterapia e quimioterapia e leva um certo tempo e aqui ficam como se fosse da casa mesmo. Temos que prestar esse atendimento com qualidade.
(En)Cena –Então é um trabalho em equipe mesmo, de forma multidisciplinar?
Elisangela Sardinha Fonseca Cardoso – Isso mesmo. Tem a gerência que cuida do que a casa necessita, questões dos servidores, que são do Estado. Então eu tenho mesmo que gerenciar a casa e levar toda a demanda para a assistência social. Tem o assistente de serviços gerais, que uma cadeira que fica ali jogada no banheiro e deveria estar no quarto, ele limpa, descontamina e coloca no lugar certo, questões de limpeza geral, também fica de olho para o caso de alguém passar mal e ele já pedir ajuda. Acaba que tem bem distribuída a função de cada um, mas todos temos que nos envolver em prol do atendimento geral. É uma equipe, temos que andar juntos pensando na proposta de fazer um bom atendimento para essas pessoas.
(En)Cena – A casa depende de donativos?
Elisangela Sardinha Fonseca Cardoso – O Estado entra com o prédio e a manutenção dele. E como a demanda é tão grande, precisa de apoio da comunidade. Tem a equipe, água, luz, necessidades como móveis, que são pagos pelo Estado. Agora, tem uma questão que é o café da manhã e o café da tarde, que não recebemos pelo Estado, dependemos de doações de parceiros e também o que chamamos de apoio extra, que é o apoio da comunidade. Às vezes tem situações em que as pessoas não têm nem mesmo os produtos de higiene, porque sai com o familiar em situação crítica e não lembra ou não tem tempo para isso. Às vezes vem só com a roupa do corpo, então chega aqui e nós temos que fazer esse papel social. Aí a gente passa para a comunidade, para pessoas que já conhecem o nosso trabalho. A casa em si tem o que precisa para a manutenção dela, mas o extra, os produtos para as pessoas aqui, a gente sempre conta com os parceiros e com os donativos.
(En)Cena –E recebe bem esses donativos?
Elisangela Sardinha Fonseca Cardoso – Nós recebemos, é coisa de Deus. O social, na questão do donativo, tem muito que vem do bem, da humanidade, de Deus. Às vezes nós estamos precisando então a gente liga para algum parceiro, para algum grupo, que já estão acostumados, que sabem do nosso trabalho, que já fizeram algum trabalho na casa também, sabe que a gente tem transparência. Então eles podem fazer essa ajuda também, a gente recebe. A própria comunidade aqui da cidade de Palmas já sabe do trabalho da casa de apoio. Claro que tem períodos que passamos por situações complicadas, mas quando tem a necessidade, nós temos que pedir, ainda mais para as pessoas que nós recebemos, na questão de produtos extras, de higiene principalmente, porque às vezes eles não conhecem nada aqui ou não tem dinheiro para comprar o que precisa. Cerca de 120 pessoas passam por aqui.
(En)Cena – Por semana?
Elisangela Sardinha Fonseca Cardoso – Nós estamos terminando o relatório das entradas e saídas desse ano, estamos com praticamente 13 mil pessoas que passaram pela casa de apoio desde dezembro até agora. Até junho tinha 9 mil. Nós temos tudo isso controlado, os encaminhamentos, entradas, o mapa de alimentação, que são muitas refeições diárias, sem contar com as doações para o café da manhã.
(En)Cena –Então é inquestionável a importância da casa para essas pessoas, na questão física, de ter um lugar para dormir e se alimentar. Na questão emocional dessas pessoas, tem alguma ação voltada para isso?
Elisangela Sardinha Fonseca Cardoso – Temos segmentos religiosos, temos segmentos sociais, com dinâmicas. Estamos com o Projeto Ariana, de uma senhora que é funcionária pública e o grupo de pessoas é voltado para ajudar na questão social, temos o padre que vem dar um apoio espiritual, tem alguns grupos evangélicos que vem, mas eu sempre deixo aberto para quem queira fazer algo, alguma dinâmica. Temos também Canção Nova, que atua tanto no social quanto no espiritual. Então a gente tem um público bem voltado para a área social e também para a área espiritual.
(En)Cena –Tem algo que você sente que poderia melhorar ou acrescentar?
Elisangela Sardinha Fonseca Cardoso – Estamos precisando muito de apoio na questão de artesanato, para as mulheres e para os homens terem alguma coisa para fazer, porque às vezes eles ficam muito ansiosos e às vezes ficam muito tempo aqui. Eu tenho pessoas que querem ser voluntárias, mas aí precisa de material para alguém vir fazer esses cursos, atender essa demanda.