O Mito da Beleza na Sociedade da Transparência

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Refletindo a adesão e o desejo por cirurgias plásticas a partir das obras de  Byung-Chul Han e Naomi Wolf 

Naiane Ribeiro de Oliveira Silva – naianeribeiro@rede.ulbra.br

Byung-Chul Han fala sobre os vários aspectos da sociedade agarrada na transparência e em todas as formas que esse conceito pode afetar nossas vidas. Em uma parte específica de seu livro, “ A sociedade da transparência”, o autor reflete sobre a  sociedade da exposição, contexto em que tudo é concebido como uma mercadoria, sendo necessário se expor para ter valor social. (HAN, 2017). Nesse sentido, a superexposição das redes sociais poderia ser interpretada à luz da perspectiva de Han. 

Segundo Han (2017), a fotografia digital caminha de mãos dadas com uma forma de vida totalmente distinta, que se afasta cada vez mais da negatividade.  Essa negatividade seria a alteridade, o que é diferente aos olhos do outro. O filósofo assinala que é uma fotografia transparente sem nascimento e sem morte, sem destino e sem evento, sendo, portanto, desprovida de real sentido. Assim, nota-se que esse trecho se relaciona  diretamente com as “trends” vistas nas redes sociais e com a procura por perfeição constante. 

A procura por defeitos e aspectos humanos que podem ser “melhorados” e otimizados de forma contínua, leva a uma certa alienação dos sentidos, em conjunto com a exposição quase ininterrupta de corpos e vidas “perfeitas”. Essas vidas são maquiadas, cortadas e editadas para se encaixar em um padrão elevado do que seria o ideal mas nem mesmo o “ideal” é real, a vida perfeita é aquela totalmente idealizada e platônica. Nesta ótica,  Han assinala que a  “alma humana deve sua profundidade, grandeza e fortaleza precisamente ao demorar-se junto ao negativo” (HAN, 2017, p. 19). Nesta ótica, podemos refletir:  para onde vai essa grandeza e fortaleza quando se evita o negativo, quando se foge dele e o modifica?”

Sala de procedimentos cirúrgicos
Marcel Scholte por Unsplash

Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) foram feitas 1.306.962 intervenções cirúrgicas estéticas em 2020 no Brasil, esse dado cresce cada vez mais e apresenta somente cirurgias estéticas. De acordo com o jornal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul existem dois tipos de cirurgias plásticas, as reparadoras e as estéticas, em alguns casos as duas definições se encaixam (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA PLÁSTICA, 2023).

Procedimentos e padrões estéticos são amplamente divulgados para o público feminino, cirurgias para “consertar” o corpo após a gestação, para aumentar ou diminuir os seios, para alterar o rosto e muito mais. Porém, recentemente o público masculino também tem aderido a modificações estéticas, um exemplo disso é o alongamento ósseo que é uma cirurgia originalmente voltada a aqueles que tenham tido alguma irregularidade no crescimento ocorridos na infância ou sequelas de acidentes. Muitos homens sofrem com a pressão estética da altura e procuram essa solução (Serviço de Ortopedia e Traumatologia).

“A coação expositiva leva à alienação do próprio corpo, coisificado e transformado em objeto expositivo, que deve ser otimizado. Já não é possível morar nele, sendo necessário, então, expô-lo e, assim, explorá-lo. Exposição é exploração, e seu imperativo aniquila o próprio morar.” (HAN, 2017) A fim de agradar a exposição e fazer parte dela, é imperativo haver a mudança e adaptação, a forma que encontramos é através das cirurgias plásticas, exercícios físicos, dietas restritivas e muito mais. Os exemplos que encontramos do corpo e personalidade perfeita estão nas redes sociais, onde os aspectos humanos são modificados por ferramentas tecnológicas, como photoshop e inteligência artificial.

E qual é o problema disso tudo? Segundo Han, o problemático não é o aumento das imagens em si, mas a coação icônica para tornar-se imagem. Tudo deve tornar-se visível; o imperativo da transparência coloca em suspeita tudo o que não se submete à visibilidade. E é nisso que está seu poder e sua violência.

Por uma outra perspectiva, segundo Naomi Wolf (2018), quanto maior o poder e o espaço que a mulher ocupa nas sociedade, maiores as exigências em relação ao seu corpo. A autora afirma que as mulheres abriram uma brecha na estrutura do poder, contexto em que, ao passo que ascenderam em suas carreiras, outros problemas impeditivos de uma vida plena, tal como o aumento na taxa de  distúrbios relacionados à alimentação e a busca por cirurgia plástica, aumentaram consideravelmente. Isto, na visão de Wolf, é mais uma estratégia de controle do feminino. 

O conceito de beleza e do que é perfeito é profundo e tem vários aspectos associados, Naomi diz que é ainda um sistema monetário, semelhante ao padrão ouro. “Como qualquer sistema, ele é determinado pela política e, na era moderna no mundo ocidental, consiste no último e melhor conjunto de crenças a manter intacto o domínio masculino” (WOLF, 2018). Apesar da maioria dos adeptos a cirurgias e modificações corporais se identificarem como mulheres, aqueles homens que sofrem de pressão estética também são vítimas do sistema e são atores dele.

A “beleza” não é universal, nem imutável, embora o mundo ocidental finja que todos os ideais de beleza feminina se originam de uma Mulher Ideal Platônica, muitas culturas tem seus ideais baseados na seleção natural e não no que é considerado belo. Segundo Naomi, o mito da beleza não tem absolutamente nada a ver com as mulheres. Ele diz respeito às instituições masculinas e ao poder institucional dos homens, da imagem do homem e do que ele representa em uma sociedade patriarcal (WOLF, 2018).

O mito da beleza e a sociedade da exposição são obras que dizem respeito ao que significa ser mulher e ser pessoa na sociedade globalizada e engolida pela tecnologia. Os aspectos de importância do que é perfeito e belo mudam conforme o mundo e as culturas mudam, o que será das pessoas que fizeram modificações irreversíveis no futuro? Qual será a concepção de beleza pós plástica? São questões que só serão respondidas com o transpassar do tempo (da vida), mas que nos cabe reflexão e ponderação desde já. 

REFERÊNCIAS

HAN, Byung-Chul. Sociedade da transparência; tradução de Enio Paulo Giachini. Petrópolis, RJ. Editora Vozes, 2017.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA PLÁSTICA. A mais recente pesquisa global da ISAPS demonstra aumento significativo em cirurgias estéticas em todo o mundo, 2023. Disponível em:<https://www.isaps.org/media/hdmi0del/2021-global-survey-press-release-portuguese-latam.pdf>. 

WOLF, Naomi. O mito da beleza: como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres. Editora Record, 2018.

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Os possíveis impactos da “tiktokização” da vida

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O termo foi criado depois da fama do aplicativo TikTok, em que transformou a experiência em redes sociais, mudou comportamentos e traz prejuízos para a qualidade de vida. 

Naiane Ribeiro de Oliveira Silva – naianeribeiro@rede.ulbra.br

A presença das redes sociais no dia a dia não é novidade, visto que tudo anda tão rápido, as “trends” mudam em questão de dias e a utilização das redes cresce praticamente de forma exponencial. Os estudos que envolvem esse tema são muitos e criaram um novo conceito, o de “tiktokização”. Esse termo vem do aplicativo de vídeos TikTok que cultivou sua fama durante a pandemia de covid-19. Por conta das restrições e quarentenas, a população se viu isolada fisicamente e emocionalmente, resultando em formas de escape através das redes sociais (ALCOFORADO, 2021). 

O formato em vídeos de 30 ou 60 segundos se popularizou nas plataformas, transformando conteúdo audiovisual em algo ágil, de baixo custo e com alta taxa de engajamento por parte da audiência, tornando-o mais atraente. A forma como a população consome e compra também mudou quase completamente, se os consumidores estão em redes sociais vendo vídeos, onde estão os vendedores? A resposta é clara: nas redes sociais fazendo e divulgando vídeos.

A forma como o capitalismo e o consumismo se adaptaram a essas mudanças é interessante, segundo Issaaf Karhawi, jornalista e doutora em ciências da computação, o ponto mais importante ao pensar nos vídeos curtos seja a atenção. Um recurso constantemente dividido e disputado. Nas palavras de Karhawi, “diante disso, os conteúdos gerados por marcas e influenciadores digitais disputam a nossa atenção, e o uso de vídeos curtos é uma saída para conseguir alcançar os consumidores, os públicos e a audiência”. (ALUTAYBI, 2020). 

Neste sentido, a TikTokização tem sido observada em várias áreas, como música, dança, humor, moda, desafios virais e até mesmo em memes. O sucesso do TikTok gerou uma nova forma de produção e consumo de conteúdo, influenciando outras plataformas e levando à criação de conteúdos mais curtos, visualmente atraentes e adaptados à atenção rápida dos usuários.

Essas novas formas de vender e consumir se expandem para o dia a dia, em  que consumimos muitos conteúdos e muitas informações durante horas, sem parar. De acordo com uma publicação de 2012 da Revista IstoÉ, a Universidade de Chicago chegou a fazer um estudo relacionando vícios comuns ao vício nas redes sociais. “Os pesquisadores concluíram, para espanto geral, que resistir às tentações do Facebook e do Twitter é mais difícil do que dizer não ao álcool e ao cigarro (LÓES, 2012). 

As redes sociais são projetadas para manter nossa atenção por meio de um fluxo constante de informações e estímulos visuais. Os vídeos curtos, em particular, têm a capacidade de nos prender rapidamente com seu conteúdo envolvente e fácil de consumir. No entanto, esse apelo instantâneo pode levar ao uso excessivo citado anteriormente, resultando em consequências negativas para a qualidade de vida e do sono. 

A sensação de “FOMO” (Fear of Missing Out – medo de perder algo) é comum quando estamos constantemente conectados às redes sociais, temendo perder atualizações importantes ou eventos sociais (ALUTAYBI, 2020). Isso pode levar a uma compulsão por verificar constantemente as notificações e os feeds, mesmo antes de dormir, interferindo na capacidade de relaxar e adormecer adequadamente.

Neste sentido, os fatos associados à FOMO se associação com a) Comparação social: Ao ver os destaques da vida de outras pessoas nas mídias sociais, é fácil comparar-se a elas e sentir que está ficando para trás em termos de realizações, diversão ou sucesso. 2) Curadoria da vida: As pessoas tendem a mostrar os melhores momentos e conquistas em suas postagens nas redes sociais, criando uma versão idealizada de suas vidas. Isso pode levar os outros a acreditar que todos estão constantemente se divertindo e vivendo experiências incríveis, o que pode aumentar o sentimento de FOMO. 3) Conectividade constante: As mídias sociais proporcionam uma conexão quase constante com o mundo ao nosso redor, expondo-nos a eventos e atividades em tempo real. Isso pode gerar ansiedade por não querer perder nada ou por sentir que não está aproveitando ao máximo cada momento (ALUTAYBI, 2020)

A luz do celular interfere no sono
Foto de Andrew Guan na Unsplash

A natureza viciante das redes sociais e dos vídeos curtos também pode levar ao prolongamento do tempo de uso antes de dormir. É fácil cair em um ciclo vicioso de rolagem infinita, assistindo a vídeos um atrás do outro, em detrimento de uma rotina de sono adequada. O resultado é uma privação de sono, que tem efeitos prejudiciais na saúde mental, cognição, humor e funcionamento geral do corpo.

Para manter uma boa qualidade de vida e preservar o sono saudável, é essencial estabelecer limites saudáveis no uso das redes sociais e na visualização de vídeos curtos. É importante definir horários específicos para o uso dessas plataformas, especialmente antes de dormir. Desenvolver uma rotina relaxante antes de dormir, desconectando-se das telas e reservando um tempo para atividades tranquilas, como leitura ou meditação, pode ajudar a promover um sono mais reparador. 

Além disso, é essencial buscar um equilíbrio saudável entre o mundo virtual e o mundo real. Priorizar o tempo de qualidade com amigos e familiares, participar de atividades que nos tragam alegria e satisfação pessoal, e dedicar-se a hobbies e interesses individuais podem melhorar significativamente a qualidade de vida e reduzir a dependência das redes sociais.

Em suma, embora as redes sociais e os vídeos curtos possam trazer muitos benefícios, é importante utilizá-los com moderação e consciência. A qualidade de vida e o sono são afetados pelo uso excessivo dessas plataformas, mas estabelecendo limites saudáveis, buscando um equilíbrio e priorizando o bem-estar físico e emocional, podemos encontrar um meio-termo que nos permita aproveitar as vantagens das redes sociais enquanto preservamos nossa saúde e qualidade de vida (OLIVEIRA et al, 2022).

REFERÊNCIAS

ALUTAYBI, Aarif et al. Combating fear of missing out (FOMO) on social media: The fomo-r method. International journal of environmental research and public health, v. 17, n. 17, p. 6128, 2020.

ALCOFORADO, Michel. O fenômeno da ‘tiktokzação’ do trabalho. CBN, 10/09/2021. Para onde vamos? Disponível em <https://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/352638/o-fenomeno-da-tiktokzacao-do-trabalho.htm>

OLIVEIRA, A. F. Uso de dispositivos eletrônicos e distúrbios do sono durante a pandemia de Covid-19. Research, Society and Development, v. 11, n. 11, e317111133639, 2022. 

LÓES, João. Viciados em redes sociais. IstoÉ, 04/05/2012. Comportamento. Disponível em <https://istoe.com.br/204040_VICIADOS+EM+REDES+SOCIAIS/> . 

SALLAS, Vanessa. TIKTOKIZAÇÃO: O SUCESSO DOS VÍDEOS CURTOS NO MARKETING DE INFLUÊNCIA. Trama Comunicação, 17/03/2022. Marketing de Influência. Disponível em <https://www.tramaweb.com.br/tiktokizacao-videos-curtos/

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O alcance das fake news na política brasileira: votação do PL 2630/2020

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As mídias sociais precisam de fiscalização ou regulamentação? É isso que o Projeto de Lei 2630/2020 propõe?

Naiane Ribeiro de Oliveira Silva – naianeribeiro@rede.ulbra.br

O cenário político brasileiro é fortemente influenciado por notícias falsas desde a criação delas, nas eleições de 2018 elas foram utilizadas de diversas formas, assim como nas eleições de 2022. As redes sociais que estão presentes no cotidiano brasileiro não possuem regulamentação dentro de leis que possam impedir que essas notícias se espalhem, muitas vezes as “Big techs” – As maiores empresas de tecnologia – são as que fazem a própria regulamentação com regras e certos limites impostos. Conteúdos preconceituosos e explícitos frequentemente “passam” por essas regulamentações, mesmo com a proibição.

Visando uma regulamentação através de terceiros e mais transparência, o senador Alessandro Vieira redigiu um texto para um projeto de lei em 2020 que institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet (PL 2630/2020) que “estabelece normas, diretrizes e mecanismos de transparência de redes sociais e de serviços de mensageria privada através da internet, para desestimular o seu abuso ou manipulação com potencial de dar causa a danos individuais ou coletivos”.

Tal projeto de lei teve muita repercussão na internet e por parte das Big Techs, que tiveram um posicionamento contra esse projeto, colocando conteúdos e indivíduos que compartilham da mesma opinião com mais relevância nas redes sociais, com o intuito de influenciar a sociedade a também ser contra o projeto de lei. No texto original, retirado do site do senado, o Art 2° diz que “a Lei deve considerar os princípios e garantias previstos nas Leis nº 12.965, de 23 de abril de 2014 -Marco Civil da Internet, e nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 -Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais.”

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O marco civil da internet e a lei geral de proteção de dados pessoais são formas de regulamentação do infinito campo de possibilidades das mídias sociais, e esse projeto seria mais uma. Citando como objetivos a lei traz três tópicos importantes: I – o fortalecimento do processo democrático por meio do combate à desinformação e do fomento à diversidade de informações na internet no Brasil; II – a busca por maior transparência sobre conteúdos pagos disponibilizados para o usuário e III – desencorajar o uso de contas inautênticas para disseminar desinformação nas aplicações de internet.

Tendo isso em vista, a repercussão desse projeto de lei por aqueles que utilizam de fake news para benefício próprio foi grande. Assim como as falsas argumentações para que o projeto não fosse para frente, como a bancada evangélica que demonstrou preocupação inicial pois a lei “mantém em suas regras diversos dispositivos que penalizam a pluralidade de ideias e sobretudo os valores cristãos” (CNN), formando um movimento contra o desenvolvimento da lei.Após essa revolta, o relator do texto (Orlando Silva) fez alterações acatando algumas sugestões da bancada evangélica e de vários outros partidos.

O maior argumento dos opositores a essa lei é que poderia ferir princípios da liberdade de expressão(BBC), mas até onde essa liberdade é válida? Quando a liberdade passa a ser discriminação, preconceito e desinformação? Quem pode colocar limites dentro das redes sociais e aplicativos de comunicação? Outro ponto crítico da lei, segundo a BBC, é qual será o órgão responsável por fiscalizar a aplicação da lei e, eventualmente, punir as plataformas, já que críticos temem algum tipo de censura.

Após essa PL ser discutida, foram feitas sugestões de um novo órgão a ser criado para tal regulamentação ou até mesmo um órgão já existente ser responsabilizado, como a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que recentemente sugeriu uma regulamentação própria, independente da aprovação da PL. Segundo o veículo de comunicação JOTA, a agência tem levado a proposta de um modelo de fiscalização baseado em blockchain, que seria diverso composto por veículos jornalísticos, agências de fact-checking, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e as Big Techs. A pergunta que fica é até onde os interesses pessoais desses grupos influenciam a fiscalização.

Em um caso emblemático, a Google colocou como sugestão na sua página inicial um link para um texto contra o PL, afirmando que “O PL das Fake News pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil”. Segundo a Agência Brasil, a frase remetia os internautas para um artigo no qual o diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas da empresa no Brasil, Marcelo Lacerda, criticava o Projeto de Lei (PL) 2630, que tramita no Congresso Nacional desde 2020.

Valter Campanato/Agência Brasil

O aplicativo de mensagens “Telegram” também divulgou sua oposição ao disparar uma mensagem para os usuários, segundo o portal Agência Brasil “Na mensagem disparada, o Telegram Brasil alega que o projeto de lei representa “um ataque à democracia” e que  o PL “concede poderes de censura” ao governo federal e cria um sistema de vigilância permanente que “matará a Internet moderna”.

Na União Europeia existe a Lei de Serviços Digitais, que tem o objetivo de criar  um espaço digital mais seguro para utilizadores digitais e empresas, protegendo os direitos fundamentais online para empresas e clientes. A PL 2630 é baseada nessa lei que  protege os utilizadores de conteúdo prejudicial e ilegal.(PARLAMENTO, 2023)

REFERÊNCIAS 

PARLAMENTO EUROPEU. Atualidades. A Lei dos Mercados Digitais e da Lei dos Serviços Digitais da UE em detalhe. [S.l.]. European Parliament, 2023. Disponível em: <https://www.europarl.europa.eu/news/pt/headlines/society/20211209STO19124/a-lei-dos-mercados-digitais-e-da-lei-dos-servicos-digitais-da-ue-explicadas>. Acesso em: 16 mai. 2023.

DANIELLA ALMEIDA. Agência Brasil. MPF cobra Telegram sobre disparo de mensagem contra PL das Fake News. Brasília: Agência Brasil, 2023. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-05/mpf-cobra-telegram-sobre-disparo-de-mensagem-contra-pl-das-fake-news#. Acesso em: 16 mai. 2023.

FÁBIO MUNHOZ. CNN BRASIL. Bancada Evangélica manifesta “preocupação” sobre PL das Fake News. [S.l.]. CNN , 2023. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/bancada-evangelica-manifesta-preocupacao-sobre-pl-das-fake-news/. Acesso em: 26 mai. 2023.

MARIANA SCHREIBER. BBC Brasil. 5 pontos polêmicos do PL das Fake News. Brasília: BBC News Brasil, 2023. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cyeyxje7r9go. Acesso em: 16 mai. 2023.

ALEX RODRIGUES . Agência Brasil. Notificada, Google retira link para texto contra PL das Fake News. Brasília: Agência Brasil , 2023. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-05/notificada-google-retira-link-para-texto-contra-pl-das-fake-news. Acesso em: 14 mai. 2023.

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A infância atravessada pela tecnologia e por redes sociais

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Reflexões sobre a influência das tecnologias no desenvolvimento infantil

(EN)Cena entrevista Adriane Carvalho, psicóloga clínica especialista em TCC (Terapia Cognitiva Comportamental) que tem o trabalho focado na ansiedade e no atendimento a jovens adolescentes, assim como a mulheres. Nessa entrevista conversamos com Adriane sobre as relações entre as mídias sociais e o uso delas por jovens e crianças.

(En) Cena- Adriane, as mídias sociais têm se tornado cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas, inclusive das crianças. Na sua perspectiva, como o uso das mídias sociais influenciam crianças e jovens? 

-As mídias têm tomado uma proporção grande na vida das crianças e jovens, porque eles nasceram nessa geração tecnológica, e geralmente já fazem o uso, seja monitorado ou não pelos pais, eles já possuem acesso a whatsapp, instagram, youtube entre outros. As redes acabam sendo motivo de distração e entretenimento como na época em que a TV fazia esse papel, e a influência dependerá muito de quais os conteúdos essa criança e jovem tem acessado.

 

(En) Cena- O uso indiscriminado e sem acompanhamento das redes sociais pode ser um ambiente perigoso para crianças e jovens, uma vez que nem sempre sabemos quem são as pessoas do outro lado da tela. Assim, temos visto cada vez mais as mídias sociais sendo utilizadas para pedofilia. Como você vê essa questão?

-Acredito que assim como a rede social pode promover diversão, brincadeira e entretenimento, ela pode ser muito perigosa. No que se refere a pedofilia é de suma importância que os pais tenham acesso às contas que os filhos acessam e com quem conversam. Na vida presencial os pais não vão deixar o filho ir para a casa de um coleguinha que não conhecem ou não sabem das procedências familiares, é necessário que a mesma postura seja tomada no que se refere aos cuidados de com quem esse filho está conversando no ambiente virtual, afinal esse ambiente também é real e no caso de crianças que sofrem pedofilia, os traumas psicológicos são causados da mesma forma.

(En) Cena- Qual o papel dos pais e/ou responsáveis pelas crianças e jovens na prevenção desse tipo de violência no contexto virtual?

-Orientar as crianças e os jovens sobre os perigos, e essa orientação talvez será repetitiva, mas ela tem que acontecer.Entender que dependendo da idade do seu filho, você precisa sim monitorar o que ele acessa e com quem conversa, as crianças e adolescentes não possuem uma psique desenvolvida o suficiente para perceberem quando estão em risco, por isso os pais precisam sim, estar tendo acesso aos conteúdos acessados.

(En) Cena- De que forma a psicologia poderia prevenir ou intervir sobre esses casos?

-Conscientizando tanto crianças e adolescentes sobre os riscos reais que esse ambiente pode promover, com palestras, oficinas, grupos e até mesmo nos atendimentos individuais. Para os pais também promover rodas de discussão para que os mesmos percebam e ajam em favor da proteção das crianças/adolescentes, entendendo que nem sempre as redes sociais são apenas distração, mas também podem oferecer riscos.Em casos onde a criança já passou pela violação de um pedófilo, a terapia irá trabalhar em cima das queixas da criança para superação do trauma e diminuição dos prejuízos acarretados nos pensamentos, emoções e comportamentos.

(En) Cena- Em um caso recente um homem foi preso por estupro pela internet depois de conversar e influenciar um menino de 10 anos. Esse contato entre eles foi feito por 3 anos antes de o homem ser preso, quais os alertas que os pais/responsáveis, ou mesmo a sociedade como um todo, podem estar sensíveis para perceber indícios disso?

-A conscientização dos adultos e responsáveis, sobre o quanto crianças e adolescentes não terão maturidade para interagirem em rede social sozinhos e sem monitoramento. Não aceitarem que a criança tenha contato com pessoas desconhecidas do rol de amigos dos pais ou que são apenas “amigos virtuais” , pois essa criança pode estar sendo enganada. Algo que também devemos nos atentar são as idades que cada aplicativo ou meio midiático indica para se fazer o uso, creio que uma ótima medida, seria os pais ou responsáveis monitorar para que seu filho não tenha uma rede social até a idade permitida pelo próprio

app.

(En) Cena- Com as mudanças e possibilidades das redes sociais, os pais ou responsáveis de crianças muito novas também tem um espaço e um meio de expor crianças, essa exposição de imagem muito cedo e feita de forma constante pode ter consequências psicológicas para elas?

-Não podemos afirmar que tenha consequências, pode ser que sim e pode ser que não. Por que vai depender de outros fatores, como: essa exposição atinge essa criança de que forma? Esses pais sabem lidar com essa exposição? Já vimos varias crianças que cresceram sendo alvos da mídia, e de holofotes e que não tiveram prejuízos significativos em sua saúde mental, mas também vemos o extremos de crianças que cresceram nesse meio e se tornaram adultos problemáticos, logo precisamos entender que são vários fatores envolvidos que determinam se a pessoa terá ou não prejuízos psicológicos no futuro. Talvez a criança fique mais exposta a consequências, no entanto não podemos afirmar

que terá.

(En) Cena- Até que ponto os pais podem verificar as redes sociais dos filhos, sem que isso seja uma invasão da privacidade ou individualidade?

-Em algumas idade, como dito anteriormente o cuidado deve ser lidado como aquelas perguntas básicas que os pais fazem aos filhos quando estão indo para a casa de um colega que eles não conhecem, ou seja sempre, explicando o motivo de estar monitorando o celular.Em caso de adolescentes, o indicado é o diálogo antes de monitorar, mostrar para esse filho que não é uma questão de invasão, mas de cuidado e amor.

 

(En) Cena- Como os pais podem abordar temas como esses com os filhos, para que eles também fiquem cientes?

-Sempre que possível. Podem usar das manchetes ou de casos que aconteçam com pessoas próximas, para alertar a criança/adolescente sobre os perigos. O assunto pode até parecer chato para o filho, no entanto através da repetição, eles vão aprendendo a ficar em alerta com a situação.

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“Homens, Mulheres e Filhos” – a fragilidade das relações humanas transpassadas pela tecnologia

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O filme Homens, Mulheres e Filhos retrata desafios diários do uso excessivo do mundo da internet e como isso afeta as relações que consideramos importantes

Lançado em 2014, o drama norte americano “Homens, mulheres e filhos” dirigido por Jason Reitman  e baseado na obra de Chad Kultgen tem como principal tema o vício na internet escancarado mas ao mesmo tempo sutil que a sociedade vive. É um filme melancólico e extremamente real que retrata a vida de diversos adolescentes e seus pais em um mundo obcecado por tecnologia e redes sociais.

A trama acompanha dificuldades sociais comuns que são afetadas pela internet e que muitas vezes não vemos essa como a culpada, e sim as pessoas com quem nos relacionamos. A cultura do videogame, anorexia, infidelidade, busca pela fama e a excessiva quantidade de material pornográfico disponível são os temas dessa obra que se espelha de uma forma sublime a vida real

Começando pelo casal, Donald e Helen Truby, que estão passando por problemas sexuais e procuram essa satisfação na internet, Helen mantém diversos casos através de um site de namoro e Donald mantém relações com acompanhantes além de manter um ávido hábito de consumo de pornografia. Em um momento Donald acaba vendo o perfil de Helen no site em que ela utiliza e vai encontrá-la, acabam discutindo sobre ambas infidelidades e decidem ignorar o acontecimento. 

Donald e Helen têm um filho adolescente, Chris, que tem interesse em material pornográfico assim como seu pai, mas sua peculiaridade é que Chris gosta de assistir aqueles que estão fora do padrão, atingindo o mundo do fetiche. Ao tentar ter interesses tradicionais, Chris começa um namoro com uma líder de torcida da sua escola, Hannah, mas quando tentam ter o ato sexual Chris não consegue se excitar e Hannah termina com ele, apesar de falar para todos da escola que fizeram sexo.

O sonho de Hannah e de sua mãe, Donna,  é de que ela seja famosa e encontram uma oportunidade de participar de uma série de tv, porém Hannah é desclassificada pelo conteúdo mostrado em um website em que tem fotos provocativas dela, o site é sustentado pela sua mãe que acredita que isso trará a tão sonhada fama. Após essa situação Donna retira o site do ar.

Todos da escola em redes sociais.
Fonte: Cena do filme, por 50 anos de filme

Ainda no círculo de Hannah, sua colega de torcida Alisson Doss perdura em hábitos anoréxicos com a ajuda de um grupo que encontrou em uma rede social e depois de anos gostando de um colega de classe chamado Brandon, ela finalmente consegue a atenção dele e eles compartilham o primeiro beijo. Depois de muita insistência por parte de Brandon ela é vencida e eles tem a primeira relação sexual do casal, que Brandon trata como algo casual e com certo desinteresse.

Allison desenvolve uma gravidez ectópica em que o óvulo fertilizado se fixa fora do útero e não consegue sobreviver. Allison tem um aborto natural e depois de ser socorrida no hospital, seus pais descobrem sobre a gravidez, enquanto isso Brandon se preocupa com os outros colegas da escola descobrirem que eles tiveram relações sexuais.

O filme retrata também a vida de Tim, que após o divórcio de seus pais para de jogar futebol americano na escola para participar de um jogo de RPG online. Após o pai de Tim, Kent, ver comentários sobre a mãe dele em um dos chats desse jogo Kent o confronta e o obriga a parar de jogar online e retornar para o futebol americano. Tim namora Brandy Beltmeyer, e eles mantêm uma relação online através de uma conta secreta que Brandy tem em uma rede social.

A conta de Brandy é mantida em segredo pois sua mãe, Patricia, é superprotetora e monitora a filha constantemente por medo dos perigos que a internet representa, porém não percebe que a sua proteção exagerada é prejudicial para Brandy. Quando Tim é proibido de acessar a internet isso o afeta, no mesmo dia Patricia descobre a conta secreta da filha e se passando por ela, fala para Tim que não está mais interessada. Essa sequência de eventos na vida de Tim leva ele a tentar suicídio por overdose de remédios e quase morrer, Brandy se desespera e Patricia desativa seus métodos de vigilância após perceber que eram métodos nocivos.

Patricia monitorando a vida online de Brandy
Fonte: Cine Garimpo

Por conta dessa preocupação exagerada de Patricia, ela comanda um grupo para pais que estão interessados em proteger seus filhos dos conteúdos presentes na internet. Em uma dessas reuniões ela conhece Donna, mãe de Hannah e a ensina sobre o que pode ser legal e ilegal no site da filha. No mesmo grupo ela conhece Kent e começa a se relacionar com ele, quando ela fala sobre o site ele se mostra contra mas eles se reconciliam após conversar sobre as dificuldades de serem pais solteiros.

Apesar de ser um filme de drama/comédia Homens, mulheres e filhos é um filme triste e melancólico porque traz de uma forma crua a natureza humana e as modificações que o contato sem moderação com a internet tem. As relações familiares, de amizade e amorosas perdem seu calor quando transpassadas pela frieza das redes sociais e de todo o mundo de informações contidas nelas.

Como praticamente com todas as coisas, o ser humano não consegue lidar com os prazeres de forma moderada e saudável, muitas vezes nos vemos envoltos em vícios de dopamina que são difíceis de identificar e de largar. Nesse filme, são retratados  a busca pelo prazer sexual cada vez mais intenso, busca por identificação e comunicação, assim como a busca pelo reconhecimento, pela fama vinda de olhos atentos e famintos do outro lado da tela.

O contato dentro e fora da família e a comunicação é a principal falta percebida na vida das pessoas e a saída mais fácil e rápida para isso é o celular, as redes sociais, os canais de comunicação e tudo que existe disponível. A saída mais complicada e dolorosa é se aprofundar em si mesmo até encontrar uma luz ou ser vulnerável com o outro e se colocar nesse lugar suscetível ao fracasso dentro das relações.

As óticas mais urgentes apresentadas são as de Chris e de Tim. O consumo da pornografia cresce cada vez mais assim como a quantidade de conteúdo disponível e os temas abordados, segundo Um estudo conduzido no Brasil pelo IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), as pessoas no Brasil começam a consumir pornografia aos 12 anos.

As consequências psiquicas que isso traz ainda não são totalmente conhecidas mas o que se pode afirmar é que a pornografia também pode ser um vício pois ativa a dopamina no cérebro. Além disso, a visão sobre as pessoas é distorcida para encaixar sobre a ótica do sexo e da objetivação de corpos, principalmente das mulheres, além do olhar deformado do desempenho sexual e a expectativa performática apresentada na pornografia.

Ao retratar um adolescente com impotência sexual gerada por esse vício, o filme levanta um alerta para o acesso precoce a esse tipo de conteúdo, que inicialmente deveria ser consumido por maiores de idade, mas a facilidade que o mundo virtual traz altera essa realidade. 

Outro aspecto urgente é a tentativa de suicídio por overdose de Tim. Quando ele se vê sem a sua rede de apoio quase estritamente virtual, essa é a única saída que ele vê, após a separação dos seus pais não é mostrado um momento de reconciliação entre ele e a mãe ou um momento de acolhimento desse adolescente o que seria importante para sua saúde mental.

Ao todo, a falta de conexão humana real e pessoal é o que realmente afeta a todos nós que estamos conectados o tempo todo, o filme acaba com uma ideia de que é nesse aspecto que precisamos prestar atenção no dia a dia, e menos na realidade existente nas mídias sociais.

Referências

SANCHES, Danielle. Pornô aos 12; primeira transa aos 18: estudo mostra hábitos sexuais no país. Viva bem UOL, 23/12/2022. Disponível em: <https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2022/12/23/porno-aos-12-e-masturbacao-semanal-estudo-aponta-habitos-sexuais.htm?cmpid> Acesso em: 29/03/2023

CAMPOS, Leonardo. Crítica: Homens, mulheres e filhos. Plano crítico, 03/08/2017. Disponível em: <https://www.planocritico.com/critica-homens-mulheres-e-filhos/> Acesso em: 29/03/2023

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A vida e a obra do controverso Elon Musk, o segundo homem mais rico do mundo.

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Elon Musk é um personagem mundialmente conhecido, empresário, investidor bilionário e recente dono da rede social Twitter, mas qual é a história dele?

Naiane Ribeiro de Oliveira Silva – naiane.r.oliveira@gmail.com

Um dos objetivos de uma das empresas de Elon é colonizar Marte.
Fonte: Imagem de Tumisu por Pixabay

Nascido em Pretória, na África do Sul, Elon Reeve Musk é filho de Maye Musk e Errol Musk. Tem dois irmãos e uma meia irmã. Cativado pela tecnologia desde a infância, mostrou interesse em computação aos 10 anos, vendia ovos de páscoa feitos em casa de porta a porta junto com seu irmão mais velho e desenvolveu seu primeiro jogo de computador aos 12 anos. A infância foi atingida pela separação dos pais, o bullying sofrido na escola e pela sua dificuldade em socializar, por conta do diagnóstico de autismo.

Apesar da infância ter sido socialmente conturbada, segundo o canal de notícias financeiras CNBC, a família de Musk sempre esteve privilegiada por conta de seu pai que era dono de metade de uma mina de esmeraldas na Zâmbia, e antes disso, os descendentes da família Musk faziam parte de um grupo de colonizadores europeus que invadiram a África do sul, e durante o Apartheid, se beneficiaram economicamente da segregação entre brancos e negros.

Elon, na sua primeira oportunidade, decidiu se mudar para o Canadá com sua mãe e seus irmãos, passou dois anos estudando na Queen ‘s University no Ontário e terminou os estudos na Universidade de Pennsylvania com diplomas em economia e física. Com movimentos bem pensados, Musk aumentou sua fortuna criando uma companhia bancária online em 1999 e se unindo com a Confinity, uma startup financeira, criando o PayPal. Depois de conflitos de ideias Musk foi retirado do posto de CEO em 2000 mas conseguiu por volta de 165 milhões em 2002 com a venda da empresa para o eBay (GEETER; TURNER, 2018)

Com seus recursos ele já pensava em criar uma empresa que futuramente viria a ser a Space Exploration Technologies, ou SpaceX, com o objetivo final de colonizar o planeta Marte de uma forma acessível. Além desse investimento, Musk também é um dos maiores investidores e agora também CEO da Tesla Motors , uma companhia de carros elétricos. Esses investimentos eram seus principais em 2008, ano em que quase faliu, mas conseguiu dar uma reviravolta em 2010. 

Satélite da SpaceX
Fonte: Imagem de SpaceX-Imagery por Pixabay

Tudo isso também o levou a ser notado em Hollywood chegando a participar do filme “Homem de Ferro 2”. Com a SpaceX expandindo ele se ateve a outros projetos importantes como a OpenAI, uma organização que pesquisa sobre a inteligência artificial e cria formas práticas em que podem ser utilizadas, e a Neuralink, que pesquisa sobre dispositivos que podem ser implantados dentro do cérebro humano.

Com relação a sua vida privada, desde criança sempre foi reservado pois sofria muito bullying na escola, em um episódio chegou a ser hospitalizado após ser jogado de uma escada. Após o divórcio dos seus pais ele morou com o pai durante um tempo, mas depois desse período não mantiveram contato. Com o resto da família é bem próximo de sua mãe e ainda tem contato com seu irmão e sua irmã, que também são empresários (HARTMANS, 2023)

Conheceu sua primeira esposa, Justine no Canadá e começou a namorar com ela após um reencontro anos depois, em 2000. Tiveram o primeiro filho que morreu por SIDS (Síndrome da Morte Súbita Infantil) e depois tiveram gêmeos e trigêmeos, 5 filhos no total, mas se separaram em 2008. 

Após o divórcio ele começou a namorar a atriz Talulah Riley e casou- se com ela em 2010, depois de dois anos se separaram. Recasaram em 2013 e Elon pediu divóricio novamente um ano depois, mas desistiu. Em 2016 Riley pediu divórcio e foi finalizado, mas disse que mesmo após a separação os dois estão em bons termos.

Ainda em 2016, namorou com a atriz Amber Heard mas se separaram um ano depois por conta de suas rotinas, ele relatou que foi uma separação difícil. Em 2018, Elon apareceu em um evento com a artista e DJ Grimes e disse que se aproximaram após pensarem na mesma piada sobre inteligência artificial, em 2020 Grimes divulgou uma foto em que aparece grávida e confirmou que estavam tendo um filho cujo nome é “X Æ A-XII” com pronúncia de X Ash A-12.

Em Setembro de 2021 eles se separaram, segundo ele o trabalho deles era muito distante, em estados e lados diferentes, por conta do trabalho ele viaja bastante para outros países. Ainda em 2021 Elon teve filhos gêmeos com Shivon Zilis, uma executiva na empresa Neuralink através de inseminação artificial e de forma reservada, a notícia saiu somente em 2022.

Musk e Grimes continuaram a criar o filho juntos e em março de 2022 tiveram uma menina através de uma barriga de aluguel, Exa Dark Sideræl Musk, porém os pais a chamam de Y. Segundo Grimes, o casal mantém uma relação fluída em que não estão juntos mas ainda querem ter mais filhos (TEH, 2022)

Em 2022 sua filha de 18 anos transgênero mudou seu nome legalmente e quis se distanciar do pai além de não querer ser associada com ele de nenhuma forma. Em suas redes sociais ele faz piadas e desdenha de questões sociais como o uso de pronomes escolhidos por indivíduos transgêreros ou não binários. No total Musk tem 10 filhos, 9 ainda estão vivos, ele diz que eles são os amores de sua vida.

Elon Musk e seu primeiro filho com Grimes
Fonte: Imagem de elonmusk por Twitter

A vida profissional de Elon toma conta de quase todo seu tempo, recentemente com a compra da plataforma social Twitter, ele fez mudanças drásticas no aplicativo ao demitir pessoas em massa, colocar 80 horas semanais e instalar quartos na empresa. Musk também suspendeu contas de diversos jornalistas norte-americanos (WARZEL, s/d)

Além disso restituiu contas de pessoas que haviam sido banidas do Twitter por violar regras estabelecidas, como Donald Trump e Andrew Tate – que atualmente está preso e sobre investigação por suposta relação com tráfico humano. Em suas redes sociais Elon Musk prega e defende a liberdade de expressão acima de todas as coisas (HARTMANS; DELOUY, 2023

Além da atenção que está sendo dada ao twitter, Elon também é muito ativo e influente no cenário político dos Estados Unidos, já fez parte da equipe do ex-presidente Donald Trump e constantemente fala sobre questões voltadas a ideais da direita e esquerda estadunidense. Deixou suas opiniões bem claras através das redes sociais principalmente durante a pandemia de coronavírus, onde não apoiava normas de segurança como a quarentena e a aplicação de vacinas (SHERMAN;, JORDAN, s/d)

Durante a pandemia Elon fez diversos posts no twitter espalhando fake news e desestimulando as normas aplicadas para a diminuição de casos de Covid além de influenciar seus seguidores dentro da política a apoiarem seus interesses pessoais. Interesses que atingem todas as empresas nas quais ele comanda, principalmente o twitter que vem sendo mudado constantemente, uma das mudanças notadas é o aparecimento do conteúdo dele no topo do feed dos seus usuários.

Também houve a eliminação de spam e bots através do número de telefone que os usuários fornecem ao criar a conta, o código de vários países foram excluídos inclusive da Ucrânia, país que está passando por uma guerra com a Rússia e isso afetou a divulgação de casos e vídeos desse conflito.

Os banimentos da plataforma efetuados por Musk contemplam suas próprias vontades, aumentando a tolerância de verificação e ao mesmo tempo cobrando 8 dólares para a manutenção do selo de verificado a fim de evitar que outras pessoas passem por ele. Antigos funcionários relataram para o The Washington Post que a experiência de usuário de Elon é muito única, e que ele relata experiências muito pessoais.

A vida e a personalidade de Elon Musk é vista como contraditória, suas opiniões políticas mudam constantemente e suas atitudes perante suas empresas e companhias são tomadas de forma impulsiva, baseadas na sua experiência de vida elitizada e infelizmente conturbada 

Referências

HARTMANS, Avery; DELOUYA, Samantha. Elon Musk regained the title of ‘world’s richest man.’ Here’s how the billionaire went from getting bullied as a child to becoming one of the most successful and controversial men in tech. Insider, 28 de Fevereiro 2023. Disponível em <https://www.businessinsider.com/the-rise-of-elon-musk-2016-7> Acesso em:

HARTMANS, Avery et al. Inside the turbulent personal life of Elon Musk, who had secret twins with an exec, got divorced 3 times, and was seen at the Super Bowl with Rupert Murdoch. Insider. 13 de Fevereiro 2023. Disponível em: <https://www.businessinsider.com/elon-musk-relationships-2017-11> Acesso em: 15/03/2023.

GEETER, Darren; TURNER, Ashley. Elon Musk’s family tree explained. CNBC. 12 de Agosto 2018. Disponível em: <https://www.cnbc.com/video/2018/08/12/elon-musk-kimbal-maye-solar-city-tesla-spacex.html>. Acesso em: 15/03/2023.

SHERMAN, Natalie; JORDAN, Dearbail. Who is Elon Musk? BBC News, 19 de Dezembro 2022. Disponível em <https://www.bbc.com/news/business-61234231>. Acesso em:

TEH, Cheryl. Elon Musk and AOC got into another Twitter spat, with the congresswoman telling Musk to ‘lay off the proto-fascism’ and put down his phone. Insider. 16 de Dezembro de 2022. Disponível em: <https://www.businessinsider.com/aoc-elon-musk-twitter-spat-lay-off-proto-fascism-2022-12> Acesso em: 15/03/2023

WARZEL, Charlie. Elon Musk Is a Far-Right Activist. The Atlantic. 11 de Dezembro 2022. Disponível em: <https://www.theatlantic.com/technology/archive/2022/12/elon-musk-twitter-far-right-activist/672436/> Acesso em:15/03/2023

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Por que acreditamos em fake news e como combatê-las: um olhar sobre os vieses cognitivos

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Uma grande quantidade de informações que nós temos contato diariamente não são verdadeiras. Conheça porque acreditamos em fake news e como podemos combatê-la.

Pixabay

O acesso a informações e notícias está mais fácil

O termo “Fake News” tem sido amplamente divulgado e debatido, visto que é algo que impacta as opiniões e comportamentos das pessoas. As fake news descrevem histórias e manchetes sensacionalistas ou enganosas que circulam pelas redes sociais. Embora o conceito de notícias falsas não seja novo, a forma como a sociedade consome tecnologia e mídias sociais facilitou a disseminação de informações falsas em escala global. Segundo o Centro de Tecnologia da Informação e Sociedade da Califórnia, as consequências desse fenômeno vão de manipulação da opinião pública à instabilidade política. Neste cenário, a implicação da psicologia ao estudo desse fenômeno é importante porque ela pode apresentar uma compreensão aprofundada sobre esta temática e colaborar para o seu enfrentamento.

Por que acreditamos nas fake news? Na psicologia do ser humano existe algo chamado viés cognitivo, que permite que as pessoas criem atalhos e padrões mentais para conseguir pensar e executar diversas atividades no dia a dia. Esse processo biológico é o que permite o aprendizado de padrões de comportamento. Exemplos como chegar na faculdade ou como escrever, para não ter a necessidade de aprender todas essas informações continuamente, são formas como esse aprendizado se torna útil. Uma vez que esse processo é algo que acontece em milésimos de segundo, é possível que alguns erros resultam disso.

Outro aspecto psicológico interligado às fake news, é o uso da  manipulação de emoções em manchetes para ampliar o alcance, e o ato das pessoas de não lerem o que a matéria ou artigo diz. De acordo com princípios do Behaviorismo e Análise Comportamental, a memória é influenciada pela emoção, aquilo que elicia uma resposta emotiva, pode ser associado aos comportamentos. Muitas fake news geram medo e engajam reações rápidas, sendo um contexto favorável para  a sensação de pânico na população. Outra emoção comumente eliciada, é a raiva, a partir da apresentação da informação de uma forma que cria um senso de urgência nas pessoas, podendo facilitar comportamentos agressivamente.

Uma característica psicológica muito importante para entender as fake news é o viés de confirmação. Neste tipo de viés, as pessoas tendem a procurar e acreditar em informações que confirmam suas crenças e essas informações apelam para tais crenças porque existe essa tendência de acreditar no que suporta tais visões. Esses aspectos são parte da individualidade de cada pessoa, mas se associam a interesses coletivos, como assuntos sobre religião, política, ciência etc. Um dos perigos desse viés é a interpretação pouco acurada da realidade, principalmente em contextos sociais e políticos em que as notícias inflamam ou suprimem conflitos sociais.

Pixabay

Aplicativos de comunicação ampliam o alcance das fake news

Um setor diretamente impactado pelas fake news é o governo. A intencionalidade de governos e pessoas tem de ser analisada para entender o impacto social que as fake news produzem. A política é o principal motivador da geração dessas notícias, o que gera a polarização de opiniões e mobiliza a população, levando à manifestações violentas, como o caso Pizzagate. Neste caso, ocorreu a disseminação de uma teoria da conspiração envolvendo tráfico humano e a candidata à presidência dos estados unidos Hillary Clinton foi antecedente ao disparo de tiros dentro de uma pizzaria de Washington. Nesse contexto, algumas comunidades da extrema direita americana utilizaram das  redes sociais, contexto em que pessoas de vários países, bem como robôs (robôs-bots) divulgaram essa notícia falsa.

O exemplo mais recente das consequências da fake news está na atual guerra entre a Ucrânia e a Rússia, em que mídias sociais espalham conteúdos enganosos dos dois lados, o que pode gerar efeitos catastróficos para a população, de acordo com pesquisadores de Cambridge. Não saber se uma notícia é real ou falsa é confuso, e fazer essa distinção é difícil, no entanto existem formas de combater esse fenômeno, como o uso de algoritmos que detectam informações falsas e as removem. Algumas redes sociais, como o Instagram utilizam desses algoritmos para rotular e avisar os usuários quando uma postagem que foi verificada é falsa.

Outra forma de combate é a alfabetização midiática, que se tornou essencial para crianças e jovens que estão cada vez mais inseridos na tecnologia e no mundo da internet. Essa alfabetização é a capacidade de acessar e analisar informações e redes sociais de uma forma crítica para que os indivíduos possam se inserir na sociedade através das mídias. É um conceito importante para a psicologia porque as relações estão cada vez mais envoltas na tecnologia, assim como a subjetividade é influenciada por ela.

Para além das abordagens reativas, é necessária uma análise do sujeito sobre a ótica das consequências das fake news, como isso impacta a confiança? Como isso impacta a democracia? O que muda quando o sujeito é exposto a fake news por muito tempo? A tecnologia, sendo a maior propagadora disso tudo e mudando a forma de raciocínio, pode resolver esse problema?

A solução mais prudente é pensar de forma crítica sobre a veracidade das informações antes de compartilhá-las e se atentar a características dessas notícias, como sites que parecem ter credibilidade mas não tem, em vez de www.globo.com estar acessando www.globo.com.co. Uma outra recomendação muito relevante é o site https://www.aosfatos.org/, um site brasileiro de checagem e investigação de notícias. É importante saber quais canais de notícias são confiáveis e não extremistas, a verificação de fatos pode diminuir a incidência desses casos. Também existem jogos que ensinam sobre notícias falsas ao colocar o usuário em contato com a possibilidade de produzir sua própria notícia, assim se familiarizando com o processo de manipulação e podendo reconhecê-lo mais facilmente.

 

REFERÊNCIAS

Center for Information Technology & Society; Santa Barbara, CA; < https://www.cits.ucsb.edu/fake-news/why-we-fall > Acesso em 24/02/2023.

Center for Information Technology & Society; Santa Barbara, CA; < https://www.cits.ucsb.edu/fake-news/danger-social > Acesso em 28/02/2023

Center for Information Technology & Society; Santa Barbara, CA; <https://www.cits.ucsb.edu/fake-news/protecting-ourselves-teach >  Acesso em 28/02/2023

Jenny Gross;; 20/01/2023 <https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/01/como-a-finlandia-esta-ensinando-uma-geracao-a-detectar-desinformacao.shtml> Acesso em 28/02/2023

SaraBrown;Cambridge,MA;6/04/2022;<https://mitsloan.mit.edu/ideas-made-to-matter/russia-ukraine-war-social-media-stokes-ingenuity-disinformation> Acesso em 28/02/2023

SPINELLI, Egle Müller. Comunicação, Consumo e Educação: alfabetização midiática para cidadania. Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, v. 44, p. 127-143, 2021.

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Psicologia analítica e a religiosidade

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Ao considerarmos que o ser humano é um indivíduo biopsicossocial, por que não considerar o aspecto religioso? No registro da obra Psicologia e Religião, Jung traz essa visão como algo a ser considerado pelos profissionais da saúde mental pois é o que há de mais antigo e universal no ser humano. Para Jung, a religiosidade é considerada uma atitude extremamente interligada com a subjetividade humana. 

Fonte: encurtador.com.br/uAXY1

A experiência do numinoso (Contato com o desconhecido, com o sagrado) pode ser uma experiência com bastante dualidade quando se fala na psicologia clínica, pois a luta pela parte da ciência da psicologia às vezes apaga a importância dessas experiências para a construção do self.

Dentro da história da humanidade há um apelo por conhecer a origem de tudo, ter uma explicação para a vida em si. Esse conceito pode ser relacionado intimamente com os arquétipos e a simbologia que eles trazem, algo que está no inconsciente coletivo e que move os seres humanos.

“[…] Em nossa época há muitas pessoas que perderam sua fé em uma ou em outras religiões do mundo. Já não reservam nenhum lugar para ela. Enquanto a vida flui harmoniosamente sem ela, a perda não é sentida. Sobrevindo, porém, o sofrimento, a situação muda às vezes drasticamente. A pessoa procura então subterfúgios e começa a pensar sobre o sentido da vida e sobre as experiências acabrunhadas que a acompanham.” (JUNG, Espiritualidade e Transcendência, p.86).

Neste trecho, Jung fala sobre a importância que a religiosidade e as religiões têm para o sentido da vida dos seres humanos. Quando tais pensamentos de falta de sentido aparecem, é necessário a ajuda de um profissional, antes pessoas dentro da religião, hoje, psicólogos.

Fonte: encurtador.com.br/cNOP9

A relação entre psicologia e religião é íntima, visto que acreditar e ter vontade são conceitos utilizados em ambos. Ao tratar uma pessoa em sofrimento é necessário olhar profundamente no consciente e no inconsciente, a religião sendo uma parte importante dos dois não pode ser deixada de lado.

“No âmbito das interações entre indivíduo e psique coletiva, entende Jung que a existência de uma atitude  religiosa  viva  e  válida  é  o  único  meio capaz de promover esta conciliação” (ARANHA, 2004).

Referências 

ARANHA, Maurício. Alguns aspectos da religião na psicologia analítica. Ciências & Cognição, v. 1, 2004.

JUNG, Carl Gustav. Espiritualidade e transcendência: Seleção e edição de Brigitte Dorst. Editora Vozes Limitada, 2015.

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Análise Bioenergética como psicoterapia

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A psicoterapia é essencialmente o cuidado psíquico, dos sentimentos e de transtornos mentais, quando novos psicólogos se formam ou até mesmo dentro da academia, muitas vezes somente os fatores mentais são levados em consideração, em como eles afetam o comportamento, a vida social e por aí vai. Mas existe um ramo dentro da psicologia que ao levar em consideração fatores biopsicossociais, também dá atenção para o corpo e faz a psicologia a partir disso.

Fonte: (Instituto de Análise Bioenergética de São Paulo (bioenergetica.com.br))

A Análise Bioenergética é um termo criado a partir dos estudos desenvolvidos pelo psicanalista Wilhelm Reich por Alexander Lowen, que liga a expressão corporal aos sentimentos e busca entender a personalidade através dessas expressões. Hoje, após a contribuição de diversos pesquisadores e discípulos de Reich, a análise bioenergética envolve ferramentas que são importantes no processo terapêutico, como liberação de tensões, posturas que facilitam as vibrações naturais do corpo e respiração.

Ao utilizar a bioenergética na saúde pública, psicólogos tem a chance de diversificar o trabalho feito e adicionar autopercepção ao público sobre sua totalidade. Além de contribuir para a saúde mental ao aliviar dores crônicas e psicossomáticas

Fonte: Análise Bioenergética – SOBAB (analisebioenergetica.com.br)

Um conceito abordado na psicologia como um todo é a autorregulação, que é descrita como a capacidade biológica e natural de ser autônomo quando o assunto são emoções e sentimentos. A bioenergética trabalha esse conceito ao relacioná-lo com a autonomia do ser, a autorregulação nos faz refletir sobre a nossa ação com o ambiente, assim como a ação do ambiente sobre o indivíduo. Ao educar pela autorregulação é possível entrar em contato com os próprios sentimentos e expressá-los de forma autêntica a partir do corpo.

O grounding, ou aterramento é uma das técnicas que pode ser incluída na bioenergética por exercer uma atividade de concentração no próprio corpo, trazendo benefícios psíquicos.

Essa linha teórica ainda é pouco abordada dentro da faculdade, tendo em mente os poucos recursos terapêuticos do corpo que se é utilizado em um contexto clínico, no contexto de saúde mental e saúde pública é algo mais visto. Há também uma escassez de trabalhos e artigos publicados sobre esse assunto.

REFERÊNCIAS

DE OLIVEIRA, Gislene Farias; DA SILVA, Regina Coeli Araújo; ROLIM, Solange Gonçalves. Análise Bioenergética: uma revisão sistemática da literatura. ID on line. Revista de psicologia, v. 7, n. 20, p. 75-96, 2013.

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