Psicologia em Debate aborda a psicologia nas comunidades rurais no CAOS 2023
17 de novembro de 2023 Nayara Batista de Araújo
Mural
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Nayara Batista de Araújo (Acadêmica de Psicologia) – nayaraaraujo@rede.ulbra.br
Nesta quarta-feira, 22, foi realizado mais um Psicologia em debate durante o Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – CAOS. A temática foi sobre A Psicologia nas Comunidades Rurais de Palmas com os estudantes que se encontravam no miniauditório 543.
Fonte: Arquivo Pessoal
O egresso Fabrício Veríssimo da Silva, Psicólogo CRP 23/1850, especialista em psicologia social e comunidade, residente em saúde da família e comunidade palestrou juntamente com Keilliane Tavares Silva, Assistente Social CRESS 3603-25, especialista em saúde da família e comunidade, residente em saúde mental. Ambos destacaram os desafios encontrados durante a intervenção rural realizada no Distrito de Buritirana, ao se depararem com a realidade do acesso aos serviços de saúde de Palmas disponibilizados para a população.
Fonte: Arquivo Pessoal
Por meio do debate, os palestrantes trouxeram dados que apontam que, quando comparada à população urbana, a situação da saúde rural é bem mais precária, com baixa cobertura de saneamento básico, além da maior parte das pessoas acabarem captando água sem tratamento ou com condições insalubres, dentre outros.
O Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – CAOS, é promovido pelo curso de Psicologia do Centro Universitário Luterano de Palmas – Ceulp/Ulbra, e o tema desta edição é Psicologia e Direitos Humanos. O evento iniciou no dia 20 e vai até o dia 25 de novembro. Está acontecendo nas dependências do Ceulp/Ulbra, localizado na Avenida Teotônio Segurado em Palmas – TO.
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(En)Cena realiza intervenção sobre Novembro Azul na avenida JK em Palmas
16 de novembro de 2023 Nayara Batista de Araújo
Mural
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Nayara Batista de Araújo (Acadêmica de Psicologia) – nayaraaraujo@rede.ulbra.br
(En)Cena realizou nesta terça-feira, 14, uma intervenção pública na avenida JK em Palmas. A temática da intervenção foi pautada no cuidado a respeito do Câncer de Próstata com indivíduos que estavam na avenida.
Fonte: Arquivo Pessoal
As estagiárias do portal (EN)Cena Alexia Regina e Nayara Araujo conscientizaram os indivíduos sobre a importância de se prevenir, dado que, o câncer de próstata é o mais frequente entre os homens brasileiros depois do câncer de pele, ressaltando o cuidado que devem ter conhecendo fatores de risco e alguns dos principais sintomas. Em apenas dez segundos de exame é possível ter uma segunda chance de lutar contra a doença.
Fonte: Arquivo Pessoal
Por meio da ação, as estagiárias puderam dialogar com os indivíduos que passavam pela avenida ao entregarem os panfletos informativos, interrogando-os acerca de hábitos que são prejudiciais para o cuidado com o corpo e que não auxiliam na prevenção da doença. Para mais, alertaram os sujeitos com o intuito de estarem atentos caso apresentem dificuldades para urinar, percebam presença de sangue na urina, disfunção erétil, dores ósseas, dentre outros sintomas, procurarem um médico.
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“Muito Além do Peso” – a realidade assustadora da alimentação infantil
14 de novembro de 2023 Nayara Batista de Araújo
Filme
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Come o que vê pela frente, tudo o que seja atraente, é uma fome absorvente.
O documentário Muito Além do Peso, lançado em 2012 dirigido por Estela Renner, revela a realidade da alimentação infantil e as implicações da publicidade de alimentos. Através de uma investigação feita por diversas regiões do país, na qual foi possível mostrar o quanto os efeitos de uma má educação alimentar podem trazer prejuízos à posteridade, pois, a alimentação infantil quando não é conduzida sob os cuidados de um adulto, educando-a para uma alimentação saudável consequentemente acabam se tornando crianças que sofrem com obesidade e outras complicações.
São apresentadas crianças que já fazem uso de medicação para tratamento de doenças crônicas. Com isso, percebe-se as consequências de uma alimentação desregulada no aumento da incidência de doenças graves como quadros de hipertensão, diabetes tipo 2 e colesterol alto, além de problemas respiratórios, dificuldade para dormir, sensibilidade nas articulações, entre muitos outros.
Logo no início do documentário, a música cantada por diversas crianças transpõe o que acontece com a maioria das crianças que estão com excesso de peso, visto que, os efeitos dessa má educação alimentar é capaz de trazer malefícios às novas gerações, que sofrem precocemente.
“Gente, tô ficando impaciente, come frio, come quente, come o que vê pela frente, tudo o que seja atraente, é uma fome absorvente”
Para mais, é relatado que uma das grandes preocupações da população em relação às causas de mortes são as derivadas de homicídios, assassinatos e etc. Contudo, em uma tabela apresentada no documentário é possível perceber que as principais causas de mortes nos Estados Unidos são devido a problemas cardíacos, podendo ter sido evitadas se fossem tratadas. Segundo Elza et al. (2004) a prevenção da obesidade desde idades precoces pode ser uma alternativa para reverter o aumento acelerado dessa doença. Os estudos de intervenção da obesidade infantil em longo prazo, são escassos, porém necessários para o desenvolvimento de políticas públicas efetivas.
Outrossim, a entrevistadora pergunta a várias crianças acerca de alimentos saudáveis como frutas e legumes para saber se elas as conhecem ou até mesmo se já experimentaram. No entanto, algumas crianças não sabem identificar os nomes desses alimentos, mas conseguem detectar o nome e os componentes de salgadinhos e biscoitos. Além disso, optam por comerem alimentos que são industrializados. De acordo com o documentário, 33,5% das crianças no Brasil sofrem sobrepeso.
Um dos fatores prejudiciais que influenciam na desinformação de uma alimentação mais saudável refere-se a linguagem publicitária, uma vez que as crianças passam grande parte do tempo conectados às telas. Posto isso, é de suma importância que os pais estejam atentos e forneçam a seus filhos informações que estimulem e forneçam alimentos que sejam mais nutritivos.
Fonte: IBGE
Em conformidade com o documentário, se os pais não intervirem o quanto antes em uma alimentação adequada, seus filhos podem viver menos devido ao ambiente alimentar que é construído. Posto isso, deve-se observar quais alimentos estão sendo distribuídos às crianças. Conforme Tenório et. al. (2011), a prevenção da obesidade desde idades precoces pode ser uma alternativa para reverter o aumento acelerado dessa doença. Os estudos de intervenção da obesidade infantil se fazem necessários para o desenvolvimento de políticas públicas efetivas.
Fonte: Pixabay
Posto isso, é de suma importância este documentário, tendo em vista o alerta acerca da realidade assustadora da alimentação infantil. Uma questão muito relevante na área da saúde é a tendência culpabilizante que individualizar um comportamento pode ter. Deve-se levar em consideração a má qualidade da alimentação, a insegurança alimentar e financeira, dentre outros.
Fonte: Pixabay
FICHA TÉCNICA
Título original: Muito Além do Peso
Elenco: Nenhum
Ano: 2012
País: Brasil
Gênero: Documentário
Referências:
Mello, Elza D. de, Luft, Vivian C. e Meyer, Flavia. Obesidade infantil: como podemos ser eficazes?. Jornal de Pediatria [online]. 2004, v. 80, n. 3 [Acessado 17 Setembro 2023], pp. 173-182. Disponível em: <https://doi.org/10.2223/JPED.1180>. Epub 05 Ago 2004. ISSN 1678-4782. https://doi.org/10.2223/JPED.1180.
Tenorio, Aline e Silva e Cobayashi, Fernanda. Obesidade infantil na percepção dos pais. Revista Paulista de Pediatria [online]. 2011, v. 29, n. 4 [Acessado 17 Setembro 2023], pp. 634-639. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0103-05822011000400025>. Epub 17 Fev 2012. ISSN 1984-0462. https://doi.org/10.1590/S0103-05822011000400025.
O impacto das redes sociais frente aos relacionamentos amorosos.
O filme “Amor Garantido”, conta a história de Nick Evans (Damon Wayans Jr.) ao se inscrever no site ‘Amor Garantido’, onde o mesmo garantia que qualquer um encontraria o amor através do site. Entretanto, Nick já foi a mil encontros com mulheres e ainda não encontrou o amor da sua vida. Decepcionado, ele decide contratar a advogada Susan Whitaker (Rachel Leigh Cook) uma ótima advogada, porém a mercê da falência, para processar o site de relacionamento. É a partir daí que passamos a acompanhar a jornada de Nick e percebemos que não existem garantias quando o assunto é o amor.
Susan, apesar de resistente a esses aplicativos, decide inscrever-se no site para ter uma percepção melhor sobre o que seu cliente vivenciou, mas o que ela não esperava é que seus encontros seriam tão ruins quanto os de Nick. Os encontros vão de fotos antigas de anos atrás dos candidatos a assuntos tão ruins como falar de dieta. Susan, também entrevista algumas das pretendentes de Nick, que tem uma percepção peculiar sobre ele, como se estivesse determinado não a encontrar o amor, mas a provar que ele não existe. O longa faz uma crítica sutil aos aplicativos de relacionamento e ao excesso de exigências provenientes do “estar sozinho” ou “que ninguém é bom suficiente”, trazendo uma reflexão sobre a necessidade de estar aberto não só às experiências, como às oportunidades que a vida proporciona.
Relacionar-se com outras pessoas nunca foi fácil, seja no passado ou nos tempos atuais. Hoje, talvez, seja até mais difícil, uma vez que nós não temos tempo ou paciência, não encontramos a pessoa certa, tentamos ir nos distraindo com as erradas e, no final das contas, ficamos frustrados com tanto investimento e pouco resultado. Tudo isso junto ao medo natural do ser humano de não encontrar um companheiro, começamos a entender a escolha de Nick em recorrer ao site de relacionamentos, afinal, inventaram esses aplicativos e redes sociais de namoros que, de uma forma ou de outra, dizem que você encontrará o amor da sua vida através destas plataformas. O que na maioria das vezes eles oferecem, afinal, é um jogo de números, pois quanto maiores forem as suas redes, mais chances eles terão de encontrar o que desejam, ou não, como acontece no filme.
Fonte: Imagem por Pixabay
Entretanto, dentro desses sites e apps a maioria das pessoas que se cadastram ficam expostas, não estão atentas a sua segurança digital e até mesmo a física. Segundo GUIMARÃES (2008), se faz necessário termos cuidado quanto ao uso abusivo da Internet, pois existe a possibilidade de mudança de comportamento, causada pela dependência psicológica de estar conectado à rede. Ademais, os riscos ao usar esses apps são grandes, podendo favorecer criminosos a descobrirem a identidade, a localização, coletando dados que coloquem em risco a nossa vida, visto que pode ocorrer a extorsão de forma digital, mas esse não é o foco do texto para ser discutido hoje.
Falando sobre relacionamento humano, usar esses aplicativos acaba excluindo as fases do processo natural de conhecer alguém na vida real, como se a espontaneidade e afinidade fossem deixadas de lado, como uma trapaça, talvez por isso a maioria dos encontros acabam não suprindo nossas expectativas, assim como no filme. As pessoas hoje, parecem não ter tempo ou paciência para uma boa conversa, longa e profunda, ir direto ao objetivo parece ser mais atrativo, por exemplo “sexo ou não”, “você é interessante o suficiente para mim ou não”, quiçá é levado mais em consideração as vantagens “materiais” que muitas vezes o outro tem e pode oferecer.
O filme “Amor Garantido”, constrói ao longo da história uma relação real entre Susan e Nick, onde ambos conseguem ser eles mesmos, presos a detalhes que criam admiração e consequentemente o amor, como por exemplo o emprego de Nick como fisioterapeuta reabilitando um idoso, ou a doação do dinheiro do processo para a ala infantil em que Nick trabalha, fatos que impressionam Susan, assim como a postura de Susan frente aos advogados do site. Em outros momentos aparece de forma mais cotidiana, como o pedido simples de Susan no restaurante e o papo leve entre ele, assim como Nick cuidando do filho da vizinha/amiga de Susan. São nesses momentos em que percebemos a evolução da relação dos dois, onde respeito e carinho passam a existir, mesmo podendo passar despercebido por eles no primeiro momento. O telespectador percebe o amor sendo edificado aos poucos.
Ambos os personagens são bonitos, têm carreiras promissoras, são independentes e tem uma série de características físicas e materiais, mas nenhum dos dois pensa nisso, na verdade todo o relacionamento é construído em quem eles são por dentro, suas personalidades e o tamanho da bondade.
Em qual momento fica evidente o amor? Quando Nick parece não ligar mais para o processo contra o site e quer passar mais tempo com Susan, ela por sua vez percebe estar apaixonada quando isso passa a ser um risco contra a vitória do processo de Nick contra o site “amor garantido”, Susan sacrifica o que está sentindo por Nick pelo bem estar dele. Mas, é no tribunal, porém, que vemos a manifestação real do amor ou paixão. Ao longo do julgamento, em que se é questionado um possível oportunismo de Nick, sob o argumento de acusação do advogado do site, o verdadeiro amor é exposto para todo o tribunal, gerando uma cena surpreendente, atingindo em cheio o coração dos espectadores.
Fonte: Imagem por Pixabay
Apesar de ser uma comédia romântica clichê, o filme passa a mensagem que os sites podem proporcionar mil encontros, ou até mais que isso, mas é no convívio e cotidiano em que vínculos e laços são construídos. No fim, Nick afirma que descobriu que não precisa de garantia no amor ou uma rede de segurança, tudo o que ele deseja é ficar com Susan. Se apaixonar não é um risco mais para ele.
Concluímos, no entanto, que segundo o filme, nem sempre podemos fazer o que queremos. Às vezes precisamos fazer o que é certo. Todas as conclusões apontam que não há como prever o amor, muito menos garanti-lo. Afinal de contas, o amor não é algo que se possa garantir.
Ficha Técnica
Fonte: Imagem de Divulgação Netflix
Título: Amor Garantido
Ano de lançamento: 2020
País de origem: Estados Unidos.
Direção: Mark Steven Johnson
Duração: 90 minutos.
Gênero: Romance/Comédia.
Disponível: Netflix.
Referências:
DELA COLETA, A. DOS S. M.; DELA COLETA, M. F.; GUIMARÃES, J. L.. O amor pode ser virtual? O relacionamento amoroso pela Internet. Psicologia em Estudo, v. 13, n. Psicol. Estud., 2008 13(2), p. 277–285, abr. 2008.
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Felipe Neto e o marco regulatório e as mídias sociais
20 de março de 2023 Nayara Batista de Araújo
Personagens
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Como o youtuber está contribuindo para o debate sobre a necessidade da regulação das mídias sociais
Felipe Neto foi um dos youtubers pioneiros no Brasil e está entre os mais influentes produtores de conteúdo da plataforma, mesmo após 13 anos desde o início das atividades do seu canal. Geralmente com tom cômico mesclado com uma certa agressividade, Felipe Neto ganhou notoriedade expondo opiniões e posicionamentos controversos. No entanto, atualmente tem adotado uma postura mais amena e comedida. Neste sentido, conseguimos perceber seu processo de reinvenção ao longo dos anos. Não podemos deixar de destacar que a flexibilidade, em um mundo de mudança constante, parece ser o ingrediente fundamental para se permanecer social e virtualmente importante.
Afinal, quem é Felipe Neto? Felipe nasceu em 21 de janeiro de 1988, no bairro do Engenho Novo, subúrbio do Rio de Janeiro, onde vivia com a família. De origem humilde, começou a trabalhar desde muito cedo, ainda aos 13 anos, em uma loja que comercializa itens de metal para camelôs. Já aos 14 anos, abriu uma empresa de tele mensagem, que acabou falindo pouco tempo depois. Entrou no teatro pela primeira vez aos 12 e dedicou sua vida ao sonho de ser ator.
Ademais, aos 22 anos, abandonou tudo para se dedicar exclusivamente à carreira, após o sucesso do seu canal no YouTube. Criou empresas a partir do êxito obtido através de seu canal, que hoje emprega dezenas de pessoas no Rio de Janeiro. Felipe ampliou significativamente seu campo de atuação na Internet e hoje é um dos maiores nomes do empreendedorismo digital e tem um dos maiores canais do YouTube no Brasil.
Felipe Neto começou sua jornada no YouTube postando vídeos no seu canal “Não faz Sentido” desde abril de 2010, quando tinha 22 anos, caracterizados com tom cômico e muitas vezes com abordagens mais agressivas. Em tais vídeos, tinha o hábito de permanecer em pé diante da câmera, usando óculos escuros.
Felipe conseguiu ser o primeiro youtuber a conquistar um milhão de seguidores na plataforma de vídeo no Brasil, em agosto de 2012. Recentemente, seu canal mudou de título e leva agora o seu próprio nome, “Felipe Neto”, e o “Não faz sentido” virou apenas um quadro entre os muitos de seu atual canal.
Atualmente, com seu canal acumula 11 milhões de inscritos, sendo um dos maiores do país, e estando entre os dez mais influentes do mundo no YouTube. Nas redes sociais, o perfil de Felipe Neto acumula mais de 3 milhões de seguidores no Instagram, 300 mil visualizações nos vídeos do SnapChat, quase 4 milhões de seguidores no Facebook e 6 milhões no Twitter. Recentemente fez um discurso sobre o marco regulatório na ONU, sendo convidado para participar de um fórum mundial da Unesco, podendo debater propostas para regulamentar as redes sociais e combater a desinformação e fake news.
Vejamos como é interessante essa mudança vivenciada por Felipe Neto. Conforme já destacamos, seu início na internet prosperou a partir de um discurso truncado e um tanto agressivo. Hoje Felipe Neto se aconchega em um posicionamento mais ameno e defende a liberdade de expressão nas redes sociais, porém, respaldada por leis regulatórias.
Há várias razões para justificar um novo marco regulatório para as comunicações no Brasil. Uma delas é a atual falta de pluralismo e diversidade na mídia, que esvazia a mídia de sua dimensão pública e exige ações afirmativas para combatê-la. Outra é que a legislação brasileira na área de comunicação está desatualizada, não atende aos padrões internacionais de liberdade de expressão e não aborda questões atuais como inovação tecnológica e convergência de mídias (DANTAS, 2013).
Fonte: Eduguim (2013).
Além disso, a legislação é fragmentada e multifacetada, composta por diversas leis que não dialogam nem mantêm coerência entre si. Por fim, a Constituição Federal de 1988 ainda carece da maior parte dos dispositivos sobre correspondência (artigos 220, 221 e 223), e mesmo após 23 anos de ratificação, ainda faltam temas importantes como a limitação de monopólios e oligopólios e a regionalização da produção Referências legais. Assim, prevalece a falta de regulamentação, o que apenas dificulta o exercício da liberdade de expressão por toda a população (DEMARCHI; KERBAUY, 2018).
A ausência de tal marco legal beneficia o pequeno número de empresas que hoje se beneficiam da alta concentração da indústria. Esses grupos muitas vezes impedem a difusão de ideias e pontos de vista dos quais discordam e impedem que os cidadãos exerçam plenamente seus direitos à comunicação e à liberdade de expressão, afetando a democracia brasileira. Para ser clara, todas as principais democracias do mundo têm seus próprios marcos regulatórios no campo das comunicações (DEMARCHI; KERBAUY, 2018).
Em países como Reino Unido, França, Estados Unidos, Portugal e Alemanha, a existência dessas citações não constitui censura, mas significa maior liberdade de expressão para amplos segmentos da sociedade. Em todos esses países, não existem apenas leis que regulam o setor, mas também instituições dedicadas à tarefa regulatória. A Relatoria Especial da OEA sobre Liberdade de Expressão destacou em sua agenda de trabalho o papel do Estado na promoção da diversidade e do pluralismo na radiodifusão (DEMARCHI; KERBAUY, 2018).
A moderação de conteúdo tem vários efeitos negativos sobre os usuários e os direitos que eles exercem no ambiente digital. Ou seja, é preciso levantar os perigos da revisão de conteúdo nesta seção e questionar a legitimidade do conteúdo julgado pela plataforma. No entanto, com o objetivo de validar o marco legal da moderação de conteúdo no Brasil, é necessário tornar públicas as propostas de regulamentação da moderação de conteúdo na experiência internacional, para posteriormente discuti-las à luz das propostas legislativas e jurisprudenciais brasileiras (HOFFMANN-RIEM, 2019).
A julgar pelas atividades de revisão de conteúdo, existem significados como restrição da liberdade de expressão, acesso a conteúdo sensível, descrição dos revisores, controle do discurso público e exclusão de conteúdo público. Neste momento, cabe questionar como se avalia a legalidade do conteúdo, de forma a questionar se a plataforma julga o conteúdo, até que ponto a plataforma julga a legalidade da filtragem de conteúdo, e apaga o conteúdo por defeito (ABBOUD; NERY JR; CAMPOS, 2020).
Sem controles sociais e estatais, a moderação de conteúdo nesses ambientes é feita em grande parte pelas próprias plataformas, fazendo com que os espaços públicos sejam regulados por empresas privadas sem a devida prestação de contas ao Estado, ou contando com termos e condições (TeC) opacos e não conformidade. Os direitos humanos e a legislação nacional representam riscos significativos à liberdade de expressão e à qualidade das informações divulgadas e alcançadas pelos usuários (RODRIGUES; BONONE; MIELLI, 2021).
Portanto, dada a influência das plataformas de redes sociais no debate público, sua regulamentação torna-se relevante e imprescindível pela possibilidade e necessidade de estabelecer transparência e regulação social sobre assuntos de interesse nacional em ambiente de controle privado. No Congresso Nacional brasileiro, desde 2018, diversas propostas que visam estabelecer a regulamentação das plataformas digitais vêm sendo tratadas, variando gradativamente entre a desregulamentação total do mercado e o excessivo controle estatal sobre objetos de direitos fundamentais (RODRIGUES; BONONE; MIELLI, 2021).
Muita atenção está sendo dada ao fato de que o Projeto de Lei 2.630 de 2020 está em tramitação na Câmara dos Deputados após ser aprovado pelo Bundesrat, e ao longo de 2021 haverá várias audiências públicas para discutir o projeto e a desinformação – é isso que o Câmara dos Deputados está se concentrando em O objeto principal é proposto. Com isso, os debates sobre regulamentação de plataformas, que ocorrem em boa parte do mundo, tendem a ganhar peso no Brasil (ABBOUD; NERY JR; CAMPOS, 2020).
Novas formas de regulação são exigidas devido às novas dinâmicas econômicas, nomeadamente a desregulamentação dos mercados e a privatização dos espaços públicos. No entanto, essa necessidade deve ser acompanhada de garantias – e não ameaças – dos direitos fundamentais. Propostas normativas que permitam uma regulação democrática e pluralista com base em princípios jurídicos estão, portanto, bem colocadas aos olhos de diversos autores (AZEVEDO, 2020).
A autorregulação regulada é uma alternativa relevante para tentar adequar as empresas privadas à legislação porque estabelece um diálogo entre o setor privado, grupos de interesse e reguladores estatais sem sufocar o desenvolvimento econômico e tecnológico, não apenas preservando, mas possivelmente promovendo a liberdade de expressão. A convergência regulatória, como ferramenta facilitadora, pode ser vista como subsídio e suporte para a formação de novos marcos regulatórios, novos reguladores e manuais internos de compliance, pois sua aplicação legal é realizada de acordo com o arcabouço já estabelecido, simplificando a lei de meio ambiente e regulamentação (BALKIN, 2020).
O exemplo da lei alemã que estabelece responsabilidade por plataformas digitais também mostra que a mesma matéria regulatória não deve ser atribuída a diferentes contextos, mas que novos marcos podem – e devem – ser desenvolvidos levando em consideração exemplos internacionais. No exemplo dado, infere-se que um movimento convergente em matéria jurídica também pode ser observado em dispositivos legais fora do contexto brasileiro (POLETTO; MORAIS, 2022).
A influência da web nas últimas eleições certamente sugere que o debate sobre a forma mais equilibrada de garantir direitos e limitar comportamentos ilícitos na Internet será o foco de atenção nos próximos anos. Combater a desinformação é apenas o lado mais visível do debate, que aborda questões complexas como restrições à liberdade de expressão, papel dos provedores na moderação de conteúdo, transparência de algoritmos, mecanismos de monetização e tratamento de dados pessoais (POLETTO; MORAIS, 2022).
Espera-se que o Congresso aprove instrumentos antes da eleição em uma tentativa de combater a onda de desinformação. Isso não ocorreu principalmente por discordância quanto à redação do PL nº 2630/20. O Projeto de Lei 2.768/2022, apresentado após o término da legislatura, deu à agência a capacidade de supervisionar plataformas digitais, incluindo redes sociais, serviços intermediários, ferramentas de busca, plataformas de compartilhamento de vídeos e muito mais (POLETTO; MORAIS, 2022).
Imagem do Congresso Nacional do Brasil Fonte: Congresso Nacional
O desenho regulatório do terceiro governo Lula para as redes sociais não será simples. A Internet não é ilegal no Brasil. Aliás, dada a vanguarda do país no tema, não faltam leis, projetos de lei e decisões judiciais que visam proteger direitos e combater condutas ilícitas online.
Referências
ABBOUD, G.; NERY JR, N.; CAMPOS, R. Fake news e regulação. 2. ed. São Paulo: Thomson Reuters, 2020.
AZEVEDO, C. H. A. J. A regulação dos serviços over-the-top de vídeo streaming por assinatura no Brasil: uma proposta à luz do modelo de autorregulação regulada. Revista de Direto, Estado e Telecomunicações, vol. 12, no. 2, 2020, pp. 133-171.
BALKIN, J. M. How to Regulate (and Not Regulate) social media. Knight Institute Occasional Paper Series, no. 1, 2020.
DANTAS, M. Comunicações, desenvolvimento, democracia: desafios brasileiros no cenário da mundialização mediática. São Paulo: Perseu Abramo, 2013.
DEMARCHI, C. K.; KERBAUY, M. T. M.. A democratização da mídia no Brasil pós-Confecom (2010-2017): proposta de um estudo de caso. Revista Mídia e Cotidiano, vol. 12, no. 1, 2018, pp. 82- 92.
EDUGUIM. EUA, França e Inglaterra regulam a mídia igual à Argentina. Blog da Cidadania, 2013. Disponível em: <https://blogdacidadania.com.br/2013/11/eua-franca-e-inglaterra-regulam-a-midia-igual-a-argentina/>. Acesso em: 15 de março de 2023.
HOFFMANN-RIEM, W. Autorregulação, autorregulamentação e autorregulamentação regulamentada no contexto digital. Revista da Ajuris, vol. 46, no. 146, 2019, pp. 529- 553.
POLETTO, Á. E.; MORAIS, F. S. de. A moderação de conteúdo em massa por plataformas privadas de redes sociais. Prisma Jurídico, São Paulo, vol. 21, no. 1, 2022, pp. 108-126.
RODRIGUES, T.; BONONE, T.; MIELLI, R. Desinformação e crise da democracia no Brasil: é possível regular fake news?. Confluências, vol. 22, no. 3, 2021, pp. 30-52.
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O Impacto das redes sociais na saúde mental dos jovens
12 de fevereiro de 2023 Nayara Batista de Araújo
Insight
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Redes sociais, um espelho de imagens distorcidas
Fonte: Imagem de HtcHnm no Pixabay
Computador Cyberbullying
Ao postar uma foto nas redes sociais, temos intenção de ganhar “likes” e isso faz com que automaticamente seja gerada uma expectativa, que se associa muito frequentemente com a sensação de ansiedade. É bastante comum para quem posta passar horas contabilizando curtidas e comentários, além de comparar o número de interações recebidas com as de outras pessoas, gerando percepção de inferioridade. Nesse cenário, surgem questões: de onde “por que gostam mais dele?”, “o que tem de errado comigo?”, dentre tantas outras inseguranças despertadas por apenas uma postagem do indivíduo ou de uma terceira pessoa desconhecida ou que não faz parte do meu convívio.
O uso de aplicativos de “photoshop” tem se tornado cada vez mais comuns em postagens feitas nas redes sociais. Algumas pesquisas afirmam que cerca de 90% dos usuários usam essa ferramenta (SOUZA, 2019), criando a ilusão de corpos perfeitos, gerando obsessão, distúrbios alimentares e uma grande competição pelo corpo mais bonito ou por atenção. Tornando-se um poderoso gatilho mental, além de ser uma grande pressão em pessoas de tão pouca idade, que normalmente se inspiram em corpos que não existem, estão apenas alterados no computador. Outro fator são falsas postagens, contexto em que influenciadores postam fotos tiradas de páginas da internet ou forjam momentos em mostram lugares incríveis, carros, viagens e entre outros. Assim, passam a impressão de vidas badaladas e movimentadas, gerando comparações com quem observa tudo do outro lado da tela.
Um notório fenômeno oriundo das redes sociais é o “cancelamento”, um termo novo que consiste em excluir pessoas ou grupos da sociedade que tiveram posicionamentos e comportamentos incompatíveis com o aceito socialmente. Inicialmente a ideia era “cancelar” piadas de mau tom, racismo, machismo, entre tantos outros, porém, muitos usuários nas redes sociais sociais acabam cancelando qualquer opinião, comportamento e estilo de vida que não pareça válido, dentro de uma perspectiva fechada.
A política do cancelamento ajudou muito a mudar padrões de comportamento, entretanto, tem sido implacável, algumas vezes não permitindo ao “cancelado” a chance de errar e se redimir. É como se não houvesse mais espaço para a margem do erro. O certo é acertar sempre! Os jovens têm cada vez mais receio de errar e ter que lidar com a rejeição e todos esses sentimentos negativos. É fato que as pessoas precisam entender que diversos comportamentos não mais são aceitos, todavia, estamos sujeitos ao erro, pois faz parte da condição humana.
Seguindo esse contexto, temos o ambiente do cyberbullying, onde jovens e adolescentes são perseguidos, humilhados, massacrados, intimidados, difamados e agredidos mentalmente diariamente. Tem sido cada vez mais comum a presença de pessoas que disseminam o ódio em redes sociais e provocam o efeito manada, que consiste em um comportamento humano comum diante de atitudes coletivas, uma tendência apresentada pelas pessoas de replicarem as ações de um determinado grupo, escolhe-se o alvo e a mesma é destruída no mundo virtual. A vítima, por sua vez, desenvolve insegurança, ansiedade, vergonha, além de nutrir sentimentos negativos e por vezes afastamento de familiares e amigos.
Para quem não usa ou se importa com redes sociais pode parecer fútil e insignificante, a solução pode ser simples o ato de apenas deixar de usar essas redes, mas em um mundo cada vez mais tecnológico, afastar-se desse meio é cada vez mais complexo, estando presente diariamente em nossas vidas. Quando falamos de jovens, estes estão cada vez mais conectados e são influenciados diariamente nessas redes, algumas vezes condicionando inclusive sua própria felicidade na validação e aceitação de quem está lá apenas como telespectador.
Marcello Casal jr/Agência Brasil
Para ficar mais claro, é como se a cada postagem fosse necessário curtidas, comentários e reações validando o ambiente, a roupa, a música, as pessoas e tudo que faz parte do contexto, se ninguém gostar ou reagir tudo aquilo foi em vão, invalidando toda a alegria sentida e memória criada naquele momento. É um mundo de ostentação altamente relacionado ao desejo de autoafirmação e, quase sempre, ao medo de rejeição, onde a falta de maturidade emocional dos jovens contribui para o aumento de crises depressivas e de ansiedade.
Você pode estar se questionando “isso não acontece assim”, “está sendo muito radical” ou “ninguém faz isso”, será mesmo que isso não acontece? Quem nunca postou algo e apagou porque não teve tantas curtidas e comentários, ou postou algo que parecia ser um máximo e ficou um pouco frustrado por não ter chamado a atenção de outras pessoas, parece pequeno, mas é a partir de ações insignificantes que nascem expectativas, inseguranças e aos poucos perde-se a liberdade e autenticidade. Assim, chega um determinado momento em que paramos de postar o que realmente gostamos ou que nos interessa e passamos a postar o que as outras pessoas gostariam de ver.
O professor e pesquisador brasileiro Cristiano Nabuco (ABREU, 2020), que estuda sobre redes sociais, fala que as pesquisas existentes não têm nenhuma prova de que redes sociais são benéficas para a autoestima, a maioria dos resultados tem conclusão ambígua ou deletérias. Muitas vezes tendo um efeito contrário, dentro das redes sociais as pessoas têm corpos perfeitos, casas incríveis, emprego dos sonhos, viagens mensais, famílias de comercial de televisão, é como se todo mundo fosse feliz e quem está acompanhando tudo isso tivesse a pior vida do mundo, talvez esse seja o mais grave dos gatilhos mentais, porque no fundo nós sabemos que não existe vida perfeita, mas de tanto ver fotos e vídeos passamos a acreditar em uma realidade que não existe, o nosso cérebro passa a desejar algo impossível.
Quando se tem um pouco mais de idade e experiência de vida, consegue-se discernir melhor essas realidades dentro de redes sociais, apesar de algumas vezes ainda assim sermos afetados, mas a pessoa jovem que ainda não viveu muito e não passou por tantas situações, não tem essa capacidade de discernimento, esse jovem é facilmente conduzido a acreditar na vida perfeita de desconhecidos em redes sociais, tendo a ilusão de que tudo precisa acontecer “agora” no tempo presente, passando a comparar a própria vida e os acontecimentos, fazendo com que tudo pareça tão monótono e pacato, uma vida que por vezes não tem nada de errado, mas parece não ser interessante quanto a das outras pessoas.
Essa sensação de monotonia gera frustrações e decepções, por vezes jovens se veem infelizes e insatisfeitos, enxergando a realidade de forma distorcida, a partir daí surgem as doenças mentais, desde ansiedade, estresse, depressão até distúrbios alimentares e comportamentais. A busca pela perfeição leva milhares de jovens a se invalidarem, muitos passam a viver de forma falsa, a fingir gostar de algo por estar na moda, frequentar lugares que não o cabe, cercam-se de pessoas sem vínculo afetivo, tudo para ter uma vida aparentemente mais interessante ou chamativa dentro das redes sociais e se igualar as pessoas que parecem ser perfeitas e tão felizes nesse meio.
A felicidade momentânea provocada por estar fazendo parte desse meio nas redes sociais alivia a sensação de ansiedade e promove a autoafirmação, mas apenas temporariamente, em casa sozinho, o jovem na sua intimidade não se reconhece, se questiona sobre o que ele realmente gosta, a sensação de vazio por não saber o que é real e o que é apenas fingimento para as redes sociais passa a estar presente em seus pensamentos, levando mais uma vez a frustração e às vezes ao isolamento.
Aos poucos o indivíduo não tem mais autenticidade, abrindo espaço para a criação de pensamentos, crenças e pressupostos disfuncionais, o jovem passa a ter uma visão negativa e pessimista sobre si mesmo. O jovem passa a não dar mais importância para os acontecimentos da sua vida, tudo fica condicionado a vida de um desconhecido, quem nem se conhece, mas acompanha em redes sociais, por exemplo “só vou ser feliz se eu fizer uma viagem igual à que meu amigo postou”, ou “só vou me sentir bonita se eu tiver o corpo da blogueira musa fitness”. O poder das redes sociais sobre os jovens em geral tem invalidado a individualidade de cada um, é como se fosse proibido ser você mesmo, ser quem te faz bem.
Ansiedade, depressão, crises de pânico, isolamento, dentre tantas outras doenças psicológicas podem ser causadas pelas redes sociais, a internet passou a ser impiedosa. Os jovens estão cada vez mais expostos, olhar para si mesmo no espelho tem sido cada vez mais doloroso e vazio. Assim, é necessário que pessoas próximas saibam identificar esses sintomas, seja no núcleo familiar, no escolar ou no de convívio direto, é fundamental identificar esses distúrbios no início para que possam ser tratados e danos irreversíveis sejam evitados ainda na juventude.
Por outro lado, as redes sociais também têm se tornado importantes redes de apoio, páginas de pessoas que defendem o amor próprio têm crescido cada vez mais, diversos grupos buscam postar e propagar a vida real, isso tem sido fundamental, não só para os jovens, mas para toda a sociedade que precisa se familiarizar novamente com o cotidiano comum. Precisa ser normalizado, não estar bem todos os dias, que está tudo bem em ter um dia chato, um dia sem fortes emoções, só uma vida comum.
Encontrar esse tipo apoio em redes sociais que buscam melhorar a saúde mental das pessoas é um alívio, ver pessoas comuns, com vidas comuns, com problemas e perceber que tudo isso está dentro da normalidade e entender que isso faz parte da vida, que toda e qualquer experiência boa ou ruim forma quem eu sou. Ao aceitar quem somos de verdade, olhar-se no espelho passa a ser prazeroso, assim conseguimos viver melhor, amar verdadeiramente e ter compreensão com o próximo (ABREU, 2020).
Se não soubermos como é a tristeza, jamais vamos saber como é a alegria, se todos os dias vivemos, fortes emoções isso vai se tornar monótono com o passar do tempo. Tudo precisa de equilíbrio, precisamos sentir um pouco de tudo o que a vida tem a nos proporcionar. Ter gratidão por cada experiência, cada oportunidade de viver o novo independente do que for.
É necessário aprender a administrar o tempo dentro das redes sociais, escolher o que se vê dentro desses meios, visualizar apenas o que realmente vai me acrescentar e excluir de vez tudo o que pode me deixar doente mentalmente, se necessário buscar ajuda de um profissional, todo esforço é válido para buscar a liberdade da perfeição postada nas redes sociais.
Do ponto de vista profissional, a terapia nos dias de hoje deveria estar presente na vida de todos, principalmente dos jovens, em um mundo onde as redes sociais pregam perfeição, é necessário cuidar da saúde mental, por mais fortes que as pessoas pareçam ser, ter uma rede de segurança emocional é fundamental, em um mundo onde as pessoas dizem o tempo todo como eu devo ser, buscar a minha auto aceitação é garantir a sanidade, quando sabemos quem somos e temos conhecimento da nossa capacidade conseguimos nos blindar de realidades distorcidas (SOUSA; CUNHA, 2019)
Os jovens hoje precisam conhecer e ter consciência do seu valor, porque os conflitos internos sempre vão estar presentes, as inseguranças e o medo da rejeição não vão sumir, eles fazem parte do ser humano, porém, quando conhecemos o nosso valor deixamos de ser influenciados. Porque a partir do momento em que nos conhecemos verdadeiramente e sabemos do que realmente gostamos, fica fácil saber quais ambientes queremos frequentar, quais são os hobbies e atividades preferidos. Assim, finalmente passamos a ter a vida interessante que tanto desejamos, neste momento a vida que as outras pessoas postam nas redes sociais não irá interessar mais, porque temos a certeza de quem somos e o que realmente agrada.
Quando aceitamos a vida real e que as adversidades fazem parte do processo, passamos a saber que as postagens tão perfeitas das redes sociais são falsas e as mesmas deixam de ser gatilhos para ansiedade, depressão e tantos outros problemas. Os jovens que têm sido tão afetados podem viver melhor e evoluir sem medo do julgamento. Porém, é necessário desconstruir as redes sociais, esse ambiente e tudo que nele é postado, postagens e vídeos tóxicos precisam ser vistos como problemas, só assim é possível mudar a percepção sobre a influência das redes sociais na vida dos jovens e o quanto isso tem sido prejudicial em suas vidas (SOUSA; CUNHA, 2019)
Precisamos promover a aceitação positiva. Deve-se pensar sobre o tempo gasto em redes sociais e o impacto dela em nossas vidas, a prioridade deve ser o tempo de qualidade que temos com nós mesmos, o primeiro passo para mudanças sempre vai ser o mais difícil, mas a partir da primeira ação a jornada fica mais fácil. As redes sociais reforçam o nosso comportamento de comparação. Contudo, sempre que nos comparamos com outro sujeito, nós perdemos. Todos temos nossa singularidade, e isso é o que nos torna diferentes e também, únicos.
REFERÊNCIAS
ABREU, C. N.. Psicologia do Cotidiano 2: Como a ciência explica o comportamento humano. Artmed Editora, 2020.
SOUZA, K.; CUNHA, M. X. C. Impactos do uso das redes sociais virtuais na saúde mental dos adolescentes: uma revisão sistemática da literatura. Revista Educação, Psicologia e Interfaces, v. 3, n. 3, p. 204-2017, 2019.