Danúzia Alves Dalat: a riqueza de cursar Psicologia após a aposentadoria

O (En)Cena entrevista a acadêmica de Psicologia do Ceulp/Ulbra, Danúzia Alves Dalat, 54 anos, divorciada, mãe de dois filhos. Atualmente Danúzia reside em Palmas-TO, e como ela mesmo se apresenta, é “paraisense de vivência e natural de Araguacema-TO”. Psicologia é a sua segunda formação superior, sendo a primeira graduação a Licenciatura em Geografia e pós graduada em Gestão Escolar.

Em uma breve apresentação pessoal a entrevistada pontua que depois de atuar por 32 anos como professora e coordenadora pedagógica, e aposentar-se aos 50 anos por tempo de contribuição, deu início ao processo de formação em Psicologia que já era um desejo antigo. Hoje no nono período de formação, ela fala com expectativa sobre a possibilidade de uma nova atuação profissional.

Confira este e outros detalhes na entrevista abaixo.

(En)Cena – O que te motiva a fazer psicologia já em uma fase mais amadurecida da vida?

A possibilidade de atender a um desejo antigo de fazer essa graduação; disponibilidade e maturidade para me dedicar aos estudos e a possibilidade de uma nova atuação profissional, que certamente me trará uma melhor qualidade de vida, considerando que o ser humano necessita ser ativo.

(En)Cena – Qual a área de atuação você pretende focar depois da formação?

Clínica e institucional.

(En)Cena – Qual dica você deixa para quem pretende cursar psicologia?

Estudar e estudar! Esforçar-se para vencer a procrastinação diante das atividades acadêmicas propostas pelos educadores. Penso que esse “fenômeno procrastinação” das atividades acadêmicas é uma demanda latente e com prejuízos.

(En)Cena – Que aspectos internos foram mobilizados em sua vida a partir do curso?

Sem dúvidas, o autodescobrimento, a autonomia e autoestima

(En)Cena – Como é a experiência de conviver no curso com pessoas de diferentes idades e perspectivas?

Riquíssima!! Conviver com pessoas de idades distintas, nos possibilita novos aprendizados. Na troca de experiências, ambos têm muito a oferecer se compreendermos que as habilidades múltiplas são fundamentais para a completude humana.

(En)Cena – Quais os maiores desafios enfrentados na pandemia relacionado à formação acadêmica?

O distanciamento do convívio entre os acadêmicos e professores para a contextualização e trocas de conhecimentos foi desafiador. Além das atividades em grupos, especialmente por não conhecer quem estava do outro “lado”, isso dificultava compreender o contexto vivenciado, considerando que todos nós estávamos vivendo em suas “bolhas”, com suas mais variadas demandas e perdas.

(En)Cena – Qual mensagem você deixa para os nossos leitores?

Na meia idade nós precisamos fazer o exercício “doloroso” de olharmos para dentro, para então, confrontarmos com o nosso eu e voltarmos pra nós mesmo, enxergar a nossa sombra e então, preencher a nossa ansiedade, o nosso vazio, para o que mais combatemos em toda a nossa vida. É descobrirmos que somos capazes de ser quem realmente somos, e oportunizar aos outros espaço para que eles sejam quem são e assim vivermos melhor conosco e com as outras pessoas.