O papel do psicólogo em contexto de vulnerabilidade social: como a atuação profissional pode promover o bem-estar em contextos de vulnerabilidade e desigualdade

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Como o psicólogo pode fazer a diferença em contextos de vulnerabilidade social? Qual é o impacto da sua atuação em comunidades que enfrentam exclusão, pobreza e falta de acesso a serviços básicos? Diante das desigualdades que afetam a saúde mental de tantas pessoas, de que forma o psicólogo pode contribuir para a promoção do bem-estar e saúde mental? Essas são questões de grande importância ao discutir o papel desse profissional em cenários onde a vulnerabilidade social se manifesta de forma mais intensa, exigindo abordagens mais empáticas.

A vulnerabilidade social não pode ser vista apenas como algo individual, mas como um resultado do social, do contexto e da realidade a qual tal comunidade está submetida. Percebemos, então, que é de suma importância que o profissional da psicologia atue com um olhar crítico sobre as estruturas sociais que viabilizam as condições de vulnerabilidades.

Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que a saúde mental está ligada às condições socioeconômicas, destacando que pessoas em situação de vulnerabilidade social têm maior risco de desenvolver transtornos mentais devido ao estresse crônico, à violência e à falta de suporte adequado. A OMS fala também da importância da atuação interdisciplinar e da inserção de psicólogos em programas de saúde pública, pois a promoção de saúde mental e o apoio psicossocial são fatores determinantes para a resolução dos impactos da vulnerabilidade social. O psicólogo tem o papel de tratar, mas também o de prevenir os problemas relacionados à saúde mental em populações vulneráveis (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2022).

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), em seu Código de Ética, enfatiza que o psicólogo deve atuar de maneira crítica e consciente das desigualdades que afetam as populações/comunidades com as quais trabalha, visando promover o fortalecimento dessas pessoas, grupos e comunidades. O CFP também incentiva a prática de uma psicologia comunitária que valorize o conhecimento e a autonomia das pessoas, permitindo que elas se tornem agentes de mudança em suas próprias vidas e em suas comunidades. Reforça-se a ideia de que a prática do psicólogo em situações de vulnerabilidade social deve estar pautada em uma ética de compromisso com a transformação social (Resolução do Exercício Profissional 8 2020 do Conselho Federal de Psicologia, 2020)

Desse modo, enfatizamos que a atuação do psicólogo em contextos de vulnerabilidade social pode fazer a diferença ao promover estratégias de enfrentamento e resiliência, tanto em nível individual quanto comunitário. A importância de sua atuação se dá ao oferecer suporte emocional, facilitar o fortalecimento de redes de apoio e contribuir para a construção de um senso de pertencimento, dignidade e respeito. Em comunidades que enfrentam exclusão, pobreza e falta de acesso a serviços básicos, o psicólogo desempenha um papel fundamental na promoção do bem-estar mental e social, indo além do tratamento clínico para atuar em questões estruturais que compactuam com as desigualdades. Ao estar vinculado em iniciativas de saúde pública e trabalhar de forma interdisciplinar, o psicólogo contribui para a prevenção de problemas de saúde mental e ajuda a transformar as realidades de grupos vulneráveis. Dessa maneira, o psicólogo pode não apenas mitigar os impactos das desigualdades, mas também promover o empoderamento e a cidadania dessas populações.

 

Referências

Saúde mental depende de bem-estar físico e social, diz OMS em dia mundial. Disponível em:

<https://brasil.un.org/pt-br/74566-sa%C3%BAde-mental-depende-de-bem-estar-f%C3%ADsico-e-social-diz- oms-em-dia-mundial>. Acesso em: 04 de out. 2024.

RESOLUÇÃO No 8, DE 07 DE JULHO DE 2020. Disponível em: <https://site.cfp.org.br/wp- content/uploads/2020/07/Resolu%C3%A7%C3%A3o-CFP-n%C2%BA-082020.pdf>. Acesso em: 04 out. 2024.

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