Saúde mental e visibilidade: efeitos de uma produção audiovisual

Na incorporação de profissionais em serviços de saúde mental, incluímos declarações de clientes que, frequentemente, sofrem estigmatização ou deslegitimação. Os do Grupo Viver, que ocorrem no Centro de Atenção Psicossocial II Capilé (CAPS II Capilé), de São Leopoldo (RS), acharam um artificio para enfrentar esses discursos.

Pesquisas têm sido mecanismos para causar nos serviços de saúde mental. Tem experimentos em que os próprios clientes são líderes de produções. Entre essas, determinadas se originou em documentários revelando-os como meio de intervenção ao ilusório coletivo estruturado factualmente sobre o louco, estingando o interprete para afirmar regalias e manifestar a diversidade, mudando o ‘usuário-coadjuvante’ para o lugar de ‘usuário-protagonista’, como um sujeito que pretende projetar seus projetos de vida. Ao almejarem mudar a sociedade, reformulam a metodologia desinstitucionalização de atuais significados à loucura.

A criação audiovisual propicia visibilidade de uma inovadora imagem da loucura. O Filme ‘Arte e loucura’, criado com o projeto teatral Nau da Liberdade, preiteou ao prêmio em um dos festivais de cinema mais famosos do País.  A loucura se expõe no cinema em especial através de documentários, em evidência brasileira ‘Em nome da razão’ (1979), ‘Imagens do inconsciente’ (1987), ‘Estamira’ (2005), ‘Procura-se Janaína’ (2007), ‘Ruínas da loucura’ (2009) e ‘Holocausto brasileiro’ (2016). As obras são beneficiadas para acesso e resgate de documentos de memória sobre as condutas de cuidado em saúde mental, instrumento de reflexão sobre o que do passado se atualiza no presente.

Temos apesar disso que entregar que tenho o panorama dos clientes sobre as próprias obras. Membros de produções audiovisuais propiciam espaços públicos ser uma oportunidade de experimentar e ampliar a importância de um saber sobre a humanização e não discriminação dos loucos nos: da comunidade, colocando-se nos loucos; dos acadêmicos e capacitados, para excelente atendimento; e, em especial, pela família, que convivem com o cliente.

As investigações sobre essas criações audiovisuais e como mensagens dos reconhecimentos expostos indicam para o reconhecimento do mecanismo para garantir o estrelato, a autoridade da autoridade para os métodos de reconhecimento e a superioridade da instituição.

REFERÊNCIAS

Retratos do Cotidiano da Saúde Mental Brasileira. 2017 dez. 28 [acesso em 2018 abr 11]. 1 vídeo (53 min 15s). Publicado pelo canal Grupo Viver. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yMlKleylTmE.

Christofoletti R. Ensaio-fílmico: cinema, loucura e resistência. São Paulo: Cultura Acadêmica; 2013. (Coleção PROPG Digital – UNESP). [acesso em 2018 abr 19]. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/109276.

Ateliê de Vídeo, um dispositivo clínico coletivo no campo da atenção psicossocial [tese]. Niterói: Universidade Federal Fluminense; 2015. 182 f.

Levy VLS. Oficinas terapêuticas e produção de vínculo em CAPS AD. Cad. Bras. Saúd. Ment. 2016; 8(19):97- 106.

Pereira FS. O recurso audiovisual como instrumento de emancipação na saúde mental: um estudo da TV Sã na ONG inverso de Brasília [monografia]. Brasília, DF: Universidade Católica de Brasília; 2015. 59 p.

Freitas F. Documentário e loucura: Outras Linguagens, outros olhares. In: Anais eletrônicos do 1º Simpósio de Comunicação e Tecnologias Interativas – LECOTEC, 2008, Bauru. Bauru, Universidade Estadual Paulista, 2008. [acesso em 2017 abr 18]. Disponível em: http://www2.faac.unesp.br/pesquisa/lecotec/eventos/simposio/anais.html.