Vivemos em uma era hiper conectada, a interação virtual é constante e instantânea. No entanto, essa conectividade não tem sido suficiente para evitar o sentimento de solidão que assola muitas pessoas. Segundo Spanemberg (2023), “O sentimento de solidão é uma experiência individual. Não basta estar isolado, afinal muitas pessoas que estão sozinhas não se sentem necessariamente solitárias. E, na contramão, tem gente que está no meio de outros indivíduos, mas isso não é garantia que elas se sintam conectadas.” Este paradoxo da solidão em meio à conectividade é um fenômeno complexo que merece uma análise mais aprofundada. A solidão que permeia a sociedade atual pode ser comparada à experiência dos idosos em instituições de acolhimento, como o Centro de Convivência dos Idosos do Tocantins, onde as interações muitas vezes carecem de profundidade e significado, muitos idosos enfrentam a solidão apesar de estarem cercados por outras pessoas. Essas instituições, como o CCI, antes frequentadas e apoiadas por muitos, agora enfrentam o abandono e a falta de recursos, a situação é tão crítica que, em muitos casos, os próprios idosos precisam colaborar na manutenção dos centros para garantir sua sobrevivência. Este cenário reflete a negligência das relações humanas em uma sociedade que prioriza a produtividade e o sucesso material.
A cultura de produtividade exacerbada tem um papel significativo na intensificação da solidão. Em busca de sucesso pessoal, muitas pessoas acabam negligenciando suas relações humanas. Isso se traduz na falta de apoio a instituições de acolhimento de idosos, que dependem não apenas de recursos financeiros, mas também de dedicação e empatia. Como resultado, tanto os idosos quanto os cuidadores enfrentam uma solidão profunda, acompanhada de sentimentos de abandono e desesperança. Este abandono institucional revela uma falha sistêmica na valorização das relações humanas, onde o retorno não imediato ou tangível é desvalorizado.
Um exemplo claro desse fenômeno é o declínio do apoio às instituições de acolhimento de idosos. Há décadas, esses centros eram lugares de intensa atividade comunitária, com voluntários e visitantes que proporcionam apoio emocional e social aos residentes. Hoje em dia, esses centros tentam sobreviver com meros apoios políticos que oferecem migalhas e muitos sonhos nunca realizados.
Com o tempo, o foco das pessoas mudou para outras prioridades, e essas instituições foram deixadas de lado, sobrevivendo apenas com o básico necessário. Esse abandono reflete a desconexão emocional que muitos sentem em uma sociedade que valoriza o individualismo e a produtividade acima das relações humanas. Como se nota pela dimensão do problema, é crucial revitalizar o apoio a essas instituições e valorizar mais as conexões humanas, apesar de vivermos em um mundo aparentemente conectado, a solidão é uma realidade crescente que não pode ser ignorada.