Um olhar a mais para A Arte de Amar: relato de experiência

O presente relato, que é resultado do seminário apresentado pela acadêmica de Psicologia Gabriela Gomes no Psicologia em Debate, uma “deslumbrada por temas sobre amor”, como ela bem pontuou, versou sobre uma apresentação com traços psicanalíticos envolvendo técnicas que buscam atenção e empatia. Ao contextualizar tal abordagem a apresentadora indica seu professor de psicanálise, Drº Adriano Machado de Oliveira, pela influência e sugestão da leitura do livro A Arte de Amar.

Para a palestrante o autor evidencia a questão de comparar o amor com uma arte. Uma forma artesã de construir com conhecimento e esforço o sentimento que eclode nas mais diferentes visões de amar. E por meio das informações apresentadas o amor passa por modalidades diferentes como: 1) Amor fraterno – Não tem exclusividade de pessoas. As pessoas passam a ser mais altruístas de uma forma geral; 2) Amor materno – trata-se de um amor incondicional porém dependente da mãe ser feliz consigo mesma e com o fato de ser mãe. Faz uma metáfora sobre o “leite e mel” na convivência de mãe e filho, onde o “leite” representa as necessidades básicas do filho que a mãe supre ao amamentá-lo, ao educá-lo, ao amá-lo. O “mel” representa o que instiga, que incentiva, que motiva no filho o sentimento de viver neste mundo como sendo algo bom; 3) Amor erótico – tido como amor exclusivo. Ele funde intensamente apenas com uma pessoa. Reforça ao fato de você se entregar a uma única pessoa. 4) Amor próprio – este dentro do universo de amar é ter amor por você mesmo e objetos relativos a sua pessoa.

casal de mãos dadas

Fonte: https://goo.gl/9bAMhK

Segundo Fromm (1971), o amor pode inspirar o desejo da união sexual, mas mistura nela a ternura e se o desejo da união física não for estimulado pelo amor é algo orgíaco e transitório. O autor também procura harmonizar amor próprio com o amor por outra pessoa. Explica que a pessoa que ama a si mesma é diferente da pessoa egoísta, o egoísta é ele e mais ninguém. Este amor egoísta termina quando a pessoa não lhe oferece mais algo do que se esperava; apenas uma das partes deste relacionamento é favorecida. Também foi elucidada a questão de que amor é indivisível em se tratando do objeto do amor e o próprio ser.

Contudo, a palestrante deixa uma reflexão a qual deixo minhas considerações pessoais: “O amor genuíno é uma expressão de produtividade e implica cuidado, respeito, responsabilidade e conhecimento. Não é um “afeto” no sentido de ser afetado por alguém, mas um esforço ativo pelo crescimento e felicidade da pessoa amada, enraizado na própria capacidade de amar que alguém tem.” (FROMM, 1971).

Após a citação de Fromm (1971), a palestra é finalizada com intuito de despertar o entendimento de construir uma vida pela autenticidade, respeito, responsabilidade e pureza. Valorizando o que é fidedigno em relação a mim, aos outros e objetos em geral. Esta atitude e conduta humana pode-se chamar de amor. É o compreender e aprender com ternura uma atividade prática com reciprocidade de sentimentos e ações que levam ao bem estar e não apenas ao que é afetado ou se afeta no outro.

“Psicologia em Debate” é um espaço permanente para apresentação de trabalho de pesquisa e extensão, TCC, entre outros, dos estudantes e egressos de psicologia do CEULP/ULBRA, dando oportunidade de divulgação das atividades desenvolvidas no curso. Entre os objetivos do projeto está a instrumentalização dos alunos e o estímulo para que mais acadêmicos se envolvam em atividades científicas. – Com informações do site do Ceulp/Ulbra.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

FROMM, Eric. A arte de Amar. Belo Horizonte: Editora Itatiaia Limitada, 1971. 171 p.  Tradução de Milton Amado. Título do original americano: The art of loving.