‘Medidas Psicológicas’ abre possibilidades de atuação

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A disciplina é fundamental para a introdução aos instrumentos psicométricos

A disciplina de Fundamentos das Medidas Psicológicas, ministrada pela professora Ruth Cabral, é um pré-requisito para que, mais à frente, os acadêmicos se debrucem sobre uma das áreas de maior ascensão e visibilidade na Psicologia, a Avaliação Psicológica.

Nesta etapa, Ruth irá instigar os acadêmicos a conhecerem o histórico de testagem dentro da formação profissional, além pontuar os principais teóricos da área, e identificar as funções/perspectivas de cada processo avaliativo. ‘É importante observar que a avaliação psicológica não se resume apenas à aplicação de testes. Há um conjunto de procedimentos, como Entrevistas, Questionários, Escalas e Análise Documental, dentre outros, que municiam o profissional a dar um parecer o mais abrangente possível’, disse Ruth, ao pontuar que, durante todo este processo, não se pode esquecer o caráter humanista que deve acompanhar a/o psicóloga/o, para evitar o risco de este cair em interpretações reducionistas.

De acordo com a coordenadora do curso, profa. Dra. Irenides Teixeira, a disciplina é fundamental para a introdução aos instrumentos psicométricos. ‘E seguramente temos um dos mais equipados laboratórios de testes em toda a região Norte e Nordeste, de acordo com as normas do Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos do Conselho Federal de Psicologia. É nesta disciplina que nossos acadêmicos já se preparam para uma das etapas mais empíricas do curso, e de grande visibilidade perante a sociedade’, disse Irenides.

Em Fundamentos das Medidas Psicológicas os acadêmicos irão ser qualificados, também, a fazer a diferenciação entre laudo ou relatório psicológico, parecer, declaração e atestado, além de ter acesso ao processo de Avaliação Psicossocial.

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HACKATHON: TIBI identifica demandas da escola através de acolhimento e triagem

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O resultado da maratona será divulgado nesta sexta, dia 25/05, durante o encerramento do CAOS e do ENCOINFO, a partir das 19h, no auditório central do Ceulp/Ulbra.

TIBI é uma plataforma para identificar demandas da escola através de acolhimento e triagem (pelo chat), num atendimento breve e focal com os adolescentes/estudantes por parte de psicólogos e/ou estagiários de psicologia. Foi desenvolvida por uma equipe composta por acadêmicos de Psicologia e dos cursos da área de Computação, participou do 1º Hackathon Tech for Life, cujo tema é “Tecnologia e Saúde Mental”.

O objetivo final é mostrar as demandas (através da Dashboard) que a escola e/ou turma de alunos têm, num determinado momento, facilitado a atuação do psicólogo/estagiário no planejamento de intervenções com esses alunos e escola.

O resultado da maratona será divulgado nesta sexta, dia 25/05, durante o encerramento o encerramento do CAOS e do ENCOINFO, a partir das 19h, no auditório central do Ceulp/Ulbra.

1º Hackathon Tech for Life – Em parceria com os cursos de Sistemas de Informação, Ciência da Computação e Engenharia de Software, o curso de Psicologia participa do 1º Hackathon Tech for Life – que é uma maratona de programação – nos dias 19 e 20 de maio. A temática do 1º Hackathon é “Tecnologia e Saúde Mental” (o tema específico, no entanto, será anunciado na abertura do evento), com o propósito de trabalhar a inovação no desenvolvimento de protótipos, softwares aplicativos, dentre outros projetos de temática tecnológica que possam ser aplicados ou desenvolvidos com este objetivo. A ação é uma prévia do CAOS (Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia) e do ENCOINFO (Congresso de Computação e Tecnologias da Informação).

Integrantes da equipe

Alexandre Henrique Kavalerski Teixeira, 20 anos, acadêmico do 7° período de Ciência da Computação e funcionário da Fábrica de Software do CEULP/ULBRA.

Arthur Gabriel Silva Arante, 19 anos, Acadêmico do 5º período de Sistemas de Informação e Web Designer na empresa DIX BPO

Laryssa Nogueira dos Anjos Araújo, 22 anos, acadêmica de 8 período de psicologia e estagiária do Portal de Saúde Mental (En)Cena.

Petros Cardoso Barbosa,19 anos, acadêmico do 5° período de Psicologia no Celup/Ulbra

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#CAOS2018: Atuação do Psicólogo a partir de Tecnologias Sociais é tema de minicurso

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O minicurso é parte da programação do CAOS 2018 que acontece no Ceulp até o dia 25 de maio.

Ocorreu na tarde dessa terça-feira (22) nas dependências do CEULP/ULBRA, o minicurso “A atuação do Psicólogo a partir de Tecnologias Sociais” como parte da programação do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – CAOS 2018.  A mediadora Viviane Paiva é Psicologa, especialista em Filosofia Contemporânea e especialista em Redes de Atenção a Saúde.

Viviane relatou sobre sua vasta e rica experiência em trabalhar em CAPS e Hospitais, o que mudou seu olhar, abrindo possibilidades de pensar em sua própria forma de atuar. Teve descobertas que constituiu a sua formação enquanto pessoa e profissional. E aconselha os futuros profissionais a se desafiarem, saírem da zona de conforto e encontrarem possibilidades de crescimento e mudanças sociais.

A Psicóloga passou alguns videos, tais como: holocausto brasileiro (que relata horrores de um hospício mineiro); Em nome da razão (Documentário sobre um manicômio de Barbacena – Minas Gerais); e Hotel Laide (Uma pensão de apoio, de modo a auxiliar quem queira deixar o crack e outras drogas).  Paiva mostrou tais documentários e abriu para a reflexão sobre a importância do psicólogo pensar novas tecnologias para desvelar violências psicológicas e físicas, deixando marcas de compreensão da necessidade de um tratamento humanizado.

Por fim a psicologa declara que muitas pessoas que são consideradas ´´loucas“ estão nas cadeias ou vivendo nas ruas. Surgindo o desafio, que é a necessidade da junção da psicologia com tecnologias leves e pesadas para resgatar a dignidade destas pessoas, de modo a não reproduzir o comportamento de apoio a repressão, de tratamentos de choque ou tratamentos medicamentosos excessivos. A atuação com boas políticas de atuação pode mudar práticas e formas de se produzir saúde.

Mais informações podem ser obtidas no site do evento: http://ulbra-to.br/caos/edicoes/2018#programacao

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Os desafios de Ser mulher – (En)Cena entrevista a Bombeira Fernanda Cerqueira

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Em entrevista ao Portal (En)Cena, a Bombeira Militar, Fernanda Cerqueira Martins.

Foto: Arquivo pessoal

(En)cena –  Como funciona o seu trabalho? É interno ou externo? E quais os maiores desafios do mesmo?

Fernanda Cerqueira – Trabalho diretamente nas viaturas do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins, alternando entre prestação de primeiros socorros e combate a incêndio. A profissão Bombeiro Militar exige habilidade, controle emocional, força física, e segurança. Características que podem ser treinadas tanto em Homens quanto Mulheres, desde que estes tenham afinidade com a profissão. Portanto o maior desafio é buscar por essas características.

(En)cena – Em relação a atuação profissional, em algum momento foi perceptível o olhar de dúvida dos colegas ou civis, de que não conseguiria dar conta da execução da tarefa? Como foi esta experiência?

Fernanda Cerqueira – Diariamente nos deparamos com o olhar de espanto e dúvida quanto a boa execução do serviço, advindas tantos de colegas de profissão quanto de civis. Como por exemplo: levantar uma maca com vítima, tenho que provar a cada troca de guarnição que sou capaz de realizar tal atividade. Já quanto a civis já me deparei com situações em que a vítima pediu para levantar da maca e ir até a viatura andando por não acreditar que eu a poderia levar. Provei a esta que poderia levá-la sim e com tranqüilidade.

(En)cena – Há assédios na rua? Se sim, como se deu e qual foi seu comportamento e sentimento diante do acontecido?

Fernanda Cerqueira – Poucas vezes me deparei com assédio na ruas, mantive a postura. E evito ficar levando tal situação a sério. O assédio infelizmente é uma realidade na vida de nós mulheres independente da profissão e do lugar que se frequenta.

(En)Cena – Sempre sonhou em ser bombeira? Qual foi a reação da família e amigos diante de sua decisão? Desde adolescente já havia escolhido a profissão de ser Bombeira Militar, escolha muito bem aceita por minha família e amigos.

Fernanda Cerqueira – Percebo uma grande admiração pela profissão por grande parte das pessoas, principalmente o público feminino, acredito que estas se sentem bem representadas.

(En)Cena – Como é o relacionamento com os colegas de trabalho, sendo que é uma profissão dominada pelo sexo masculino?

Fernanda Cerqueira – No início me sentir acanhada por ser a única mulher na guarnição, observando as bombeiras mais antigas, observei que estas já estavam acostumadas e não se esquivavam de nada por serem minoria. Aos poucos acostumei e hoje me sinto muito a vontade e tenho uma ótima relação com os colegas, apesar de sempre ter que ficar provando que consigo executar minhas atividades tão quanto eles.

(En)Cena – Qual sua mensagem para outras mulheres que queiram entrar nessa profissão?

Fernanda Cerqueira – É uma profissão desafiadora, porém muito prazerosa, onde se descobre que nossos limites vão muito além do que imaginamos. Experimente.

(En)Cena – Quais os benefícios e as vantagens da mulher nessa profissão?

Fernanda Cerqueira – A profissão, por sua natureza, nos torna mais fortes, seguras e decididas.

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Os desafios de Ser mulher- (En)Cena entrevista a Jornalista e Advogada Gleidy Braga

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Em entrevista ao Portal (En)Cena, a Jornalista e Advogada Gleidy Ribeiro, que é especialista em Gestão e Políticas Públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) e Mestranda em Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal do Tocantins, expõe sua opinião sobre os desafios e conquistas das mulheres na política e no mercado de trabalho.

Fonte: Arquivo pessoal

(En)cena – De acordo com o IBGE, as mulheres possuem nível de escolaridade superior ao dos homens, representando 53,5% dos mestres do país. No entanto, as mulheres possuem um salário inferior, computando em torno de 30% menos que o dos homens. O que você tem a falar sobre este cenário?

Gleidy Ribeiro – A posição inferior de nós mulheres  no mundo do trabalho é fruto de um processo histórico, cultural, social e econômico.  Alguns estudos destacam a nossa contribuição histórica e  rejeitam  o discurso de que somos naturalmente pré-determinadas para trabalhos secundários e pouco valorizados em função do sexo. Ao contrario do que querem nos fazer acreditar, o trabalho, principalmente nas sociedades primitivas,  sempre esteve presente em nosso cotidiano, seja na esfera pública ou privada. Fomos as primeiras cientistas, médicas professoras e artesãs, entre tantas outras profissões. No entanto, enfrentamos há séculos, sobretudo pós-revolução industrial, uma desvalorização do nosso trabalho, mesmo que tenhamos mais escolaridade. Este é um cenário perverso que só se descontrói investindo em educação para promoção de sociedade mais inclusiva e igualitária, sobretudo no mercado de trabalho.

(En)cena – Muitas instituições evitam a contratação da mulher por conta da maternidade. Diante deste cenário, para uma mulher construir uma carreira sólida muitas vezes se é preciso abdicar-se da maternidade? Qual o peso da maternidade na construção de uma carreira sólida? Há mais prós ou contra?

Gleidy Ribeiro – O Brasil possui uma legislação que busca proteger à maternidade. E essa legislação busca justamente dar estabilidade das mulheres no mercado de trabalho. Contundo, na pratica existem barreiras que acabam impedindo que as mulheres continuem trabalhando. Isso porque são as mulheres, em sua maioria, que se ocupam das responsabilidades domésticas e dos filhos. Não diria que a maternidade é um problema para a construção de uma carreira solida, mas sim a falta de compartilhamento de responsabilidades com a criação dos filhos e pouco investimentos públicos em  políticas públicas que favoreçam a permanência das mulheres no mercado de trabalho.

(En)cena – Hoje, no Brasil, há apenas em torno de 10% de mulheres no Congresso Nacional. No México já chega em torno de 40% de mulheres no parlamento. Na Argentina se vê um número maior. Em sua opinião, o que acontece aqui no Brasil, e o que podemos fazer para reverter este quadro?

Gleidy Ribeiro – Li em uma entrevista da  diretora de operações do facebook, Sheryl Sandberg, a executiva mais poderosa do setor de tecnologia da empresa, que as pessoas  não sentem  confortáveis com mulheres no poder. Porque o estereótipo das mulheres diz que devemos nutrir, ajudar, cuidar dos outros, enquanto os homens devem ser poderosos. Isso explica muito porque nós mulheres não estamos nos espaços de poder. Não fomos educadas para ocupar espaços públicos e sim espaços privados, sobretudo o espaço doméstico. Quando mulheres ocupam espaços públicos quase sempre elas são chamadas de agressivas, duras, insensíveis e intransigentes. Para reverter essa situação, volta a defender a necessidade de uma educação inclusiva e igualitária. Nossas meninas precisam entender desde cedo, que elas podem sim ocupar espaços na vida pública. Por outro lado, para mudar a curto prazo essa realidade, os partidos precisam investir na formação politica das mulheres para que de fato tenhamos mais mulheres nos espaços públicos de representação.

(En)cena – Muitas mulheres participam de eleições somente como ´´tapa buraco“, isto se dá por conta da obrigatoriedade de um número especifico de mulheres por partido, e quem devem fazer parte das chapas. São poucas mulheres que disputam com projetos, garra e visão de mudança? Você percebe que este cenário se dá por falta de oportunidade/apoio ou por falta de interesse/ação por parte da própria mulher?

Gleidy Ribeiro – Os partidos não investem a longo prazo na formação política das mulheres, por isso, quando tem eleições as mulheres surgem apenas para tapar buraco. Mas essa postura dos partidos reflete uma construção histórica e social, que sempre limitou a participação política das mulheres na política.  Ao homem sempre foi dado o direito de definir os rumos da coletividade, a mulher a obrigação com cuidado e os afazeres domésticos. E mesmo no mercado de trabalho, não temos a mesma valorização econômica  que o trabalho do homem. Esses papeis socialmente definidos acabam limitando a participação das mulheres na disputa eleitoral e consequentemente no baixo número de mulheres eleitas em nosso país.

(En)cena – Como você vê a eleição da Dilma Rousseff (PT), a primeira presidente mulher do país? O que é uma mulher no poder? Muda o jeito de governar?

Gleidy Ribeiro – Eu tive a oportunidade de trabalhar por dois anos no primeiro governo da Presidente Dilma. E posso dizer que foi uma honra e um grande aprendizado. Infelizmente, ocorreu com a Dilma a materialização do que chamamos de cultura machista. Infelizmente ela sofreu um impeachment por um Congresso, que a todo momento tentou desconstruir sua condição de mulher à frente da Presidência da Republica. Atualmente todos já entenderam que foi um golpe de estado, onde uma das estratégias era desqualificar sua capacidade para comandar a nação.  Não era raro acompanhamos nos noticiários, os dirigentes de partidos políticos, mandatários, adjetivar a Presidente de autoritária e intransigente, buscando fortalecer no imaginário social o discurso de que o exercício do poder não é tarefa para as mulheres, pois são elas naturalmente despreparadas para comandar.

(En)cena – Na sua opinião, em que se concentrará a força feminista nesse ano de 2018?

Gleidy Ribeiro – Eu acho que não teremos muitas mudanças, continuaremos a ser minorias nos espaços de poder. Os partidos não estão trabalhando efetivamente para ampliar nossa participação. O trabalho tem que ser a longo prazo, investindo na formação politica das mulheres.

(En)cena – Como você avalia a sua atuação frente a Secretaria de Cidadania e Justiça. A senhora sofreu  algum tipo de violência de gênero?

Gleidy Ribeiro – Fui a primeira mulher a ocupar esse cargo, então eu trabalhei muito para não decepcionar  os tocantinenses, sobretudo as mulheres. E deixamos uma marca de competência e firmeza para enfrentar os problemas complexos dos sistemas penitenciário e socioeducativo.  Coordenamos ações educativas de promoção dos Direitos Humanos, da Politica sobre drogas, mulheres e de defesa do consumidor. Captamos mais de 45 milhões de reais do Fundo Nacional Penitenciário garantindo equipamentos, armamento, veículos e recursos para construção da penitenciaria de cariri. Demos posse para o primeiro quadro de servidores para os sistemas penitenciário e socioeducativo. Foram quase 1200 servidores empossados.  E sempre priorizamos o trabalho transparente, baseado no diálogo franco e verdadeiro. Nossa  atuação foi reconhecida nacionalmente, e cheguei a ser eleita a vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Estado de Justiça, Direitos Humanos e administração penitenciária  de todo brasil. Não posso dizer que não sofri violência de gênero, não é comum uma mulher na área de segurança, sobretudo na área de segurança prisional, mas nunca deixei me abater, mantinha o foco, e buscava ser reconhecida pelo trabalho e pela competência.

(En)cena – Você como mulher, de boa experiência, que estratégia você usa  para não ser seduzida, a ponto de reproduzir a violência de gênero?

Gleidy Ribeiro – Tento me policiar e estudar para entender como funciona os mecanismos da  cultura machista para tentar desconstruí-los na vida, mas não é fácil,  porque estamos inseridas nessa sociedade e ninguém está imune a reprodução dessa cultura machista, inclusive nos  mulheres.

(En)cena – O feminismo fragiliza a figura feminina ao mostrá-la como vítima da sociedade dominada por homens. É preciso deixar de pensar que a mulher é sempre uma vítima?

Gleidy Ribeiro – Não. Existe uma compreensão equivocada do feminismo. O feminismo não é o machismo ao contrário. É  um movimento que busca tão somente a igualdade de condições entre homens e mulheres na sociedade. E muitas conquistas que nos mulheres usufruímos  hoje vem dessa luta histórica do feminismo.

(En)cena – Enquanto conselheira Nacional dos Direitos da Mulher, fazendo uma analise, o que nos pode falar a respeito de sua experiência?

Gleidy Ribeiro – Fui empossada conselheira nacional dos direitos da mulher aos 29 anos representando a secretaria geral da presidência da republica, no primeiro governo Dilma. Foi uma honra ajudar a construir a agenda das políticas públicas para as mulheres. Participei ativamente da 3 conferências de políticas para as mulheres.

 

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Psicologia Escolar e Psicopedagogia: atuações na Escola

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A Psicologia é uma ciência de grande relevância social, histórica e política. De acordo com Bock et al (1999) ela particulariza-se das outras especialidades da área de humanas por estudar a subjetividade, contribuindo para a compreensão da totalidade humana. Ainda, a mesma ramifica-se de acordo com abordagens que possibilitaram a formulação do seu saber e, também, conforme suas áreas que o profissional psicólogo pode operar. Dentre tais conhecimentos (ciências) psicológicos, destaca-se a relevância da Psicologia da Educação ou Psicologia Educacional na construção do indivíduo.

Entende-se como Psicologia Educacional, segundo Antunes (2008, p. 469), os conhecimentos científicos que alicerçam a educação e a prática da pedagogia. E difere-se da Psicologia Escolar que, por sua vez, refere-se num tipo de atuação profissional que age no processo de escolarização, direcionando-se à escola e as demais relações que nela são constituídas (idem). Desse modo, é necessário ressaltar que tais se distinguem, onde a primeira é mais ampla e engloba a segunda, que é mais específica.

Fonte: http://zip.net/bktLdX

Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho é abordar as possibilidades de atuação do profissional psicólogo educacional, diferenciando o trabalho deste profissional em relação ao do psicopedagogo no contexto brasileiro. A psicologia Educacional tinha sua visão voltada para a “classificação” dos alunos, isso estabelecendo sua atuação basicamente em nortear a escola entre a “seleção” e “divisão” dos discentes em “normal” e “anormal”. Surge então os serviços de Higiene Mental, onde o seu interesse era voltado para as “crianças problemas” das instituições, o que nos dias atuais chamamos de ”Crianças especiais” (BARBOSA E SOUZA, 2012). Essa área da psicologia vem sendo ressignificada, as amplas possibilidades das atuações desse profissional vêm trazendo um novo olhar para exercício dessa profissão no campo da educação.

Ainda que a escola (e suas ramificações) seja vista como uma instituição de controle, assim como instituições religiosas, a família e o governo, é cabível dizer que nela enfatiza-se e trabalha-se a questão educacional. Antunes (idem) – que se opõe a este conceito, para ela a escola é uma contingência e necessidade que construirá uma sociedade igualitária e justa – compreende a “educação como prática social humanizadora, intencional, cuja finalidade é transmitir a cultura construída historicamente pela humanidade”.

Fonte: http://zip.net/bltKK6

Diante do exposto, é complacente a importância do profissional psicólogo educacional no desenvolvimento teórico relativo a este tema e contribuindo para que as ações de educadores, educandos e sociedade ressignifique tal visão do contexto escolar no que tange a educação. O psicólogo educacional deve ter sua prática voltada para interdisciplinaridade, focado em buscar soluções para os problemas que envolvem os fenômenos educacionais, levando em consideração os aspectos sociais, culturais e religiosos que cercam o contexto do processo de educação. Como destaca Maluf e Cruces (2008, p. 98):

Agora é tempo de mostrar como pode a Psicologia Educacional estar a serviço do bem-estar da comunidade escolar, do desenvolvimento psicológico de todos os envolvidos no processo educacional, da aprendizagem significativa que produzirá no aluno as condições individuais e sociais necessárias para o pleno exercício da cidadania.

Esse profissional é agente transformador, com seu olhar minucioso aos processos de formação do indivíduo por meio do ambiente educacional, ele tem a possibilidade de trazer uma nova realidade para a sociedade, de forma, a transformar e colaborar para o exercício da cidadania, por meio do contexto onde se dá o ambiente educacional. Esse saber psicológico deve dar condições necessárias para se construir uma prática pedagógica realmente inclusiva e transformadora. A psicólogo educacional deve estar comprometido em promover ações efetiva que propicie mudanças e que ajude na compreensão dos processos de constituição do sujeito tornando-o participativo na construção dessas práxis.

Fonte: http://zip.net/brtLcG

Em vista disso o Conselho Federal de Psicologia (CFP) criou as Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas (os) na Educação Básica em 2013, para auxiliar profissionais e estudantes de psicologia a compreender como se dá atuação do psicólogo em tal área.Consoante com o Eixo 3, incluso nas referências técnicas supracitadas, há cinco possibilidades de atuação do psicólogo na educação básica, são elas: tralhando com o projeto político-pedagógico; intervindo no processo de ensino-aprendizagem; trabalhando na formação de educadores; trabalhando com a educação inclusiva; e trabalhando com grupos de alunos (CFP, 2013, p. 56-63). Estes serão apresentados adiante.

O Projeto Político Pedagógico (PPP) se faz presente na área educacional designando como serão desenvolvidas as práticas no âmbito escolar. E, o profissional psicólogo deve colaborar na elaboração, avaliação reformulação do mesmo, de forma que ressalte a subjetividade ou o aspecto psicológico no contexto escolar (CFP, 2013, p. 54). Além disso, é de responsabilidade do psicólogo um trabalho interdisciplinar, de forma que este precisa ter conhecimento sucinto sobre o funcionamento da organização escolar, como decorre a prática pedagógica, por exemplo; e, também, sobre os funcionários que a compõem.

Outra possibilidade de atuação é a intervenção no processo de ensino-aprendizagem. De acordo com o CFP (2013, p. 56): O conhecimento da psicologia na compreensão dos processos de ensino e aprendizagem se constitui, historicamente, desde concepções higienistas até àquelas que analisam esse processo como síntese de múltiplas determinações: pedagógicas, institucionais, relacionais, políticas, culturais e econômicas. As práticas de intervenção, portanto, decorrem dessas concepções.

Fonte: http://zip.net/bdtLKF

Mediante o exposto, infere-se que psicólogo deve utilizar o seu aparato teórico acerca dos fenômenos de ensino-aprendizagem sob a óptica sócio histórica, atuando em práticas sociais de modo crítico, não somente com variáveis que estão dentro do ambiente escolar, como também com os ultrapassam essa instituição, como as relações familiares e seus respectivos componentes, no objetivo de auxiliar no processo de escolarização e sempre ressaltando o valor do docente. Ademais, é válido lembrar que esse profissional usufrui de recursos artísticos que permitem a expressão da subjetividade (CFP, 2013).

No que se refere ao trabalho na formação de educadores, o papel do psicólogo inclui a despatologização do sujeito, de forma que consiga considerá-los e mostrá-lo de forma totalizante aos docentes, ajudando-os numa prática pedagógica humanizada através da formação continuada (FACCI, 2009 apud CFP, 2013), pois são eles os mediadores entre os conhecimentos (históricos e científicos) e os educandos (CFP, 2013). Destarte, a partir das relações, o objetivo final de todo este processo consiste em relacionar o psiquismo, subjetividade e a metodologia educacional.

Com a educação inclusiva o psicólogo deve estabelecer métodos e práticas que possibilite esse indivíduo com necessidades especiais a participar ativamente do espaço educacional. Sendo assim, o profissional deve se valer de práticas sociais que potencialize e auxilie no desenvolvimento psicossocial desse educando. De acordo CFP descrito no eixo 3, o psicólogo educacional do âmbito da educação inclusiva, deverá ajudar este estudante estabelecer meios de enfrentamento para superar a deficiência, tornando-o cada vez mais participativo e incluindo-o nas atividades do ambiente, (CFP, 2013).

Fonte: http://zip.net/bttLX5

Também é preciso que o psicólogo identifique aspectos de concepções de sociedade conforme afirma CFP (2013, p 59) “É importante considerar que na intervenção na escola é preciso que a (o) psicóloga (o) identifique, primeiramente, concepções “de sociedade, de educação, de grupo, de indivíduo, de coletividade” dos professores, estudantes e familiares, assim como as suas próprias concepções”.

E por último, mas não menos importante o CFP destaca uma outra possibilidade de atuação desse profissional, o trabalho com grupos de alunos. Neste campo de atuação se faz necessária a participação do psicólogo nas práticas que auxiliem o aluno no processo de escolarização, acompanhado os educandos nos conselhos de classes, e ficando atento as dificuldades que surgir. Pode-se desenvolver trabalhos como os de orientação profissional, propor oficinas ou momentos de discussão de temas de interesse da escola e do corpo discente, direcionando o ambiente educacional para uma socialização do conhecimento e manutenção do interesse de todos, (CFP, 2013).

Diante o conteúdo evidenciado sobre a atuação do psicólogo educacional, é de suma importância destacar que há sutis diferenças entre essa atuação e o fazer da psicopedagogia.  Na psicopedagogia, o Psicopedagogo promove a possibilidade de mudanças, em processos cognitivos, e pedagógicos que pode está atrapalhando a aprendizagem do indivíduo, isto é, o problema de aprendizagem torna-se se objeto de estudo. Scalzer & Silva (s/d, p.3) afirmam que é de incumbência do Psicopedagogo: […] possuir habilidades para diagnosticar e propor soluções assertivas às causas geradoras de conflitos entre o aluno e o professor, ter habilidades e competências para a escolha de ferramentas e técnicas que possibilitem a melhor aprendizagem com o melhor aproveitamento do tempo, promovendo ganhos de qualidade e melhorando a produtividade do aluno e do professor.

Fonte: http://zip.net/brtLcM

E, é nesse contexto que as atuações se assemelham, uma vez que em relação à intervenção do psicopedagogo, este tem como a prevenção em sua atuação, inclui orientar os responsáveis do aluno, auxiliar os professores e outros profissionais relacionados em questões pedagógicas, contribuindo com a aprendizagem do educando. Segundo Nascimento (2013) o psicopedagogo também tem capacidade de subsidiar informações sobre os problemas de aprendizagem que não se restringem à alguma deficiência do aluno, mas que de fato é decorre de falhas no próprio ambiente escolar. Infere-se que tal fato se estende ao ambiente familiar. Nisso, a autora ainda acrescenta para tal profissional que “seu papel é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervêm ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição. Propõe e auxilia no desenvolvimento, visando evitar processos que conduzam às dificuldades da construção do conhecimento” (idem).

No entanto, Jucá (2000) contrapõe tal ideia ressaltando que a atuação do psicopedagogo é focalizada em aspectos individuais no processo de ensino aprendizagem. Esta afirmação reverbera a posição do CFP (1999) quanto à psicopedagogia de que a mesma trabalha com o fracasso escolar e procura a causa deste no aluno, utilizando métodos e técnicas da psicologia e pedagogia de modo inadequado (formando uma nova teoria).

Fonte: http://zip.net/bstLyT

Além disso, o Conselho assegura que a psicopedagogia é apenas uma especialização, não devendo ser regulamentada como uma profissão, pois não há como obter base teórica, orientação de atuação e técnicas suficientes durante o pouco período de formação especialista comparando-a com a formação universitária. Desse modo, nos cabe observar que essa forte oposição da Classe de Psicólogos não se restringe à defesa de suas teorias e técnicas, mas também defendendo seu espaço no mercado de trabalho.

Portanto, a atuação do psicólogo educacional e do psicopedagogo, são de fundamental importância no processo de aprendizagem do educando, contribuindo significativamente com todos envolvidos, pois trabalham com parcerias, pois se dá o processo de se unir, construir, integrar, fazer relações, afim de contribuir para uma aprendizagem duradoura e eficaz, gerando uma bola qualidade de ensino. Porém, na realidade educacional brasileira é insustentável financeiramente mantê-los ao mesmo tempo numa única instituição. Ademais, perante o conteúdo exposto sobre a atuação do psicólogo educacional e do psicopedagogo, cabe um questionamento ao leitor (principalmente acadêmico e profissional de psicologia): estes profissionais executam a mesma função ou trabalham de modo diferente? Boa reflexão!

REFERÊNCIAS

ANDRADA, Edla Grisard Caldeira de. Focos de intervenção em psicologia escolar. Psicologia Escolar e Educacional, [s.l.], v. 9, n. 1, p.163-165, jun. 2005. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1413-85572005000100019

ANTUNES, M. A. M. Psicologia Escolar e Educacional: história, compromissos e perspectivas. Revista ABRAPEE, Campinas, v. 12, n. 2, Dez. 2008. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572008000200020&lng=en&nrm=iso>.Acesso em 10 de março de 2017.

BARBOSA, Deborah Rosária; SOUZA, Marilene Proença Rebello de. Psicologia Educacional ou Escolar? Eis a questão. Psicologia Escolar e Educacional, [s.l.], v. 16, n. 1, p.163-173, jun. 2012. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1413-85572012000100018.

BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologiasuma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Referências técnicas para Atuação de Psicólogas(os) na Educação Básica. Brasília: CFP, 2013.

Conselho Federal de Psicologia (1999). A criação da profissão de Psicopedagogia é um equívoco! [Online]. Federal Net – Conselho Federal de Psicologia. <http://psicologia-online.org.br/federalnet.html>.

FACCI, Marilda Gonçalves Dias. A intervenção do psicólogo na formação de professores: contribuições da Psicologia Histórico-Cultural. In: MARINHO-ARAÚJO, Claisy Maria. Psicologia Escolar: novos cenários e contextos de pesquisa, formação e prática. Campinas, SP: Editora Alínea, 2009.

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