Bohemian Rhapsody: espíritos fortes têm ‘gênios’ indomáveis

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Concorre com 5 indicações ao OSCAR:

Melhor Filme, Melhor Ator (Rami Malek), Melhor Edição (John Ottman), Melhor Edição de Som (John Warhurst), Melhor Mixagem de Som

A ambivalência de Freddie Mercury em grande medida lembra dois aspectos centrais da filosofia nietzschiana que influenciaram sobremaneira linhas teóricas da Psicologia Moderna: Vontade de Potência e Amor Fati

Fonte: encurtador.com.br/ouLQ7

Mais do que a cinebiografia da Banda inglesa Queen, Bohemian Rhapsody é uma ode a Freddie Mercury, vocalista que deu o tom diferenciado para a agremiação e que, com o seu estilo peculiar, delineou as tendências do showbiz em língua inglesa nos anos 1980 e 1990. Em 134 minutos o espectador é ‘envenenado’ por uma sequência frenética de acontecimentos que só poderiam condizer com as características do representante mor da banda, cuja existência meteórica refletia uma habilidade que poucos artistas conseguiram imprimir: viver várias vidas numa única – e curta – existência. Na versão feminina, algo similar ocorreu com Amy Winehouse.

Atuando como Mercury, o talentoso Rami Malek ganha o reconhecimento do público e da crítica por encarnar o espírito controvertido – e igualmente apaixonante – do britânico, que em aproximadamente duas décadas (o filme, no entanto, só retrata 15 anos do ídolo) mudou a forma de se produzir música no Ocidente e de interagir com o público, como bem pontuou a cantora pop norte-americana Lady Gaga, fortemente influenciada pelas performances do vocalista, que mesmo na fase mais crítica da AIDS (ele integrou uma legião de artistas e intelectuais ceifados pela doença, na década de 90) manteve uma postura que dispensava a culpa e o ressentimento.

Neste sentido, Freddie Mercury data um período de transição entre, de um lado, uma geração fortemente marcada pela necessidade de liberdade, e disposta a pagar o preço por esta mesma liberdade (antítese das anteriores, com tônica social repressiva e psicologicamente recalcada) e, de outro lado, uma geração mais fluida – nascente nos anos 2000 –, também altamente adepta da liberdade, só que com mais dificuldade para lidar com os reveses da vida, notadamente no que parte da psicanálise e da sociologia identifica como um descompasso entre o excesso de expectativa e, na práxis, o fato de ter que lidar com a realidade, tal qual ela se apresenta.

Fonte: encurtador.com.br/lotI4

A vida – ou as vidas – do cantor inglês, marcada por sucesso, fama, segurança e insegurança, ambientes tóxicos, doença, família, dinheiro, amores e aproveitadores, refletem um caráter ambivalente de Freddie, caráter este que ora o colocava a mercê afetivamente de uma amiga que o acompanhou por toda a vida adulta, ora o enchia de rompante e de energia para encarar noites seguidas na companhia de homens e de drogas (não que haja uma relação direta entre estes objetos, caro leitor). Além disso, no cenário existencial de Freddie Mercury houve espaço para o amor e para a generosidade, notadamente a partir de seu romance com Jim Hutton, e tendo em vista a aproximação com a família, que sabia de sua homossexualidade, mas que não encarava a questão de frente – supostamente porque o próprio Freddie assim o desejava.

Esta ambivalência de Freddie Mercury em grande medida lembra dois aspectos centrais da filosofia nietzschiana que influenciaram sobremaneira linhas teóricas da Psicologia Moderna, como o Humanismo, a Esquizoanálise, o Existencialismo e a Psicanálise Junguiana, dentre outras. Trata-se da ‘Vontade de Potência’ e do ‘Amor Fati’. Pois bem, sobre a relação da ‘Vontade de Potência’, no que há de mais elementar, Nietzsche – tendo recebido influência direta de Schopenhauer e dos ‘anos selvagens’ da Filosofia, como pontuou o alemão Rüdiger Safranski – calcou toda a sua tese inicial, obviamente identificando e combatendo, a posteriori, o niilismo schopenhaueriano.

Neste sentido, Mercury é a personificação do sujeito ocidental que começa a experimentar a liberdade de pensamento e de expressão, aliando a isso uma recusa à docilização dos corpos, tese estruturada, àquela mesma época, pelo francês Michel Foucault. Assim, o vocalista do Queen identifica na imanência, nas relações concretas e no contato com os prazeres o que havia de mais real na existência, abstendo-se, portanto, das reservas/restrições/contingências sensoriais típicas da pré-revolução cultural.

Fonte: encurtador.com.br/svGQZ

Ora, a genealogia da moral nietzschiana e, depois, foucaultiana, já havia escrutinado o suposto sistema doutrinário do cristianismo da época, que era – ainda é, muitos apontam – acusado de exercer poder sobre as massas a partir do controle dos pensamentos (pelo dispositivo do pecado e da censura a determinadas narrativas) e, também, sobre os corpos, a partir de um rígido sistema de delimitação performática que impedia homens e mulheres de agir de acordo com as suas vontades pessoais. Legislar e contingenciar (este último, no sentido econômico mesmo, de impor controle, contenção), desta forma, era a máxima tanto da esfera pública, a partir dos modernos governos europeus (que, ainda assim, levaram a cabo a vida do inglês Turing, morto injustamente por ser gay) e das próprias estruturas privadas, tendo na igreja cristã um bastião relevante.

Freddie Mercury, a partir de suas apresentações que destoavam explicitamente do que se esperava dos papeis de gênero, consolida, portanto, um movimento de resistência ao rolo compressor das ideias hegemônicas. Só se pode fazer isso se houver bastante clareza de que vale a pena viver de acordo com as convicções pessoais, dando vazão à máxima socrática do ‘torna-te quem és’. Esta não é uma tarefa fácil, mas certamente representa bem como Freddie Mercury transformou a sua própria existência num palco da ‘Vontade de Potência’.

Querer liberta: eis a verdadeira doutrina da vontade e da liberdade – assim Zaratustra ensina a vós […] Para longe de Deus e dos deuses me atraiu essa vontade; que haveria para criar, se houvesse – deuses! Mas para o ser humano sempre me impele minha fervorosa vontade de criar” – Nietzsche, Assim falou Zaratustra.

Ao procurar expandir-se ao máximo, muitas vezes sendo incompreendido, atacado e desprezado, o astro do Queen, de outra parte, garantiu um séquito de seguidores por todo o mundo, que viram nele um eco de suas vontades ainda não materializadas – ao menos não em escala global, sob a pele de um showman -, e que se coloca no plural, como aquele que é amante, amado, traído e traidor, usuário de drogas e artista incomparável, num movimento que permite a ação das investidas antagônicas da vida.

A ‘Vontade de Potência’, então, como força cega e natural, rompe qualquer tentativa de dicotomizar a vida entre bem/mal, certo/errado… ela opera pelo princípio da expansão pela acomodação de forças e pela criação de novos valores. Mercury, desta forma, fez valer esta máxima, e mesmo que tenha morrido jovem para os parâmetros da época, se aproximou daquilo que, em psicologia, costumou-se chamar de autorrealização, no sentido de que, mesmo em períodos de sofrimento agudo – como quando, no filme, enfrenta o diagnóstico por HIV –, esteve próximo do seu mais íntimo desejo, da sua vontade, numa aceitação inconteste dos movimentos que regem a vida.

Fonte: encurtador.com.br/suzV1

É neste momento que a existência de Freddie coaduna com outra proposição nietzschiana, a do ‘Amor Fati’. Trata-se de um pressuposto que eclode ao mesmo tempo em que o sujeito se permite viver sob a égide da ‘Vontade de Potência’. Alguns podem perguntar se isso ocorre de modo consciente ou inconsciente. Para um psicanalista junguiano, quanto mais houver a possibilidade de viver alinhado as necessidades do centro psíquico (ou Self), tanto mais é possível reconhecer as próprias necessidades e, independente das forças em contrário (claro, guardadas as devidas proporções e tendo-se por base evitar visões polarizadas), faz valer tais necessidades.

Freddie Mercury abraça como ninguém a sua própria vida, de um ser que não é originalmente da Inglaterra, um homossexual com dentes protuberantes – que lhe garantiram um timbre de voz singular –, com trejeitos femininos (se ainda hoje a referência masculina aos traços femininos ainda causa repulsa, imagine nos anos 70 e 80) e que, independe do olhar do outro, está disposto a pagar caro pela própria irreverência. De temperamento forte, foi a solidão o primeiro efeito colateral experimentado pelo astro. Mas ainda assim isso não lhe tirou o brilho. A segunda metade do longa deixa isso muito claro. Encarnado na pele de astro, ele era alguém que exalava energia. Para fazer isso, Mercury demonstrou ter as características de um espírito incomum e, igualmente, indomável.

“Quero cada vez mais aprender a ver como belo aquilo que é necessário nas coisas. Amor-fati [amor ao destino]: seja este, doravante, o meu amor! Não quero fazer guerra ao que é feio. Não quero acusar, não quero nem mesmo acusar os acusadores. Que minha única negação seja desviar o olhar! E, tudo somado e em suma: quero ser, algum dia, apenas alguém que diz Sim!” – Nietzsche, Gaia Ciência, §276

Fonte: encurtador.com.br/swH38

O showman inglês, então, foi alguém que disse sim para a vida, num amor indubitável pela existência. Amor este marcado pelos aparentes excessos, mas que produziu novos cenários. Mercury aceita a imanência, a concretude da existência. Com sabores/prazeres, mas também com suas dores. Não por menos, nega qualquer pecha de coitadismo quando de seus últimos anos de vida. Disse não se arrepender de nada, bem a seu espírito. Isso reflete uma personalidade que nega o niilismo e afirma a sua própria trajetória como um percurso possível e belo, apesar dos revezes. Aprender amar o próprio destino e ver beleza onde, pela educação enviesada, só se vê desabono, é, em essência, uma prova de autorrealização.

Bohemian Rhapsody é um filme que, guardadas as proporções, soube sintetizar bem todas estas nuances. Ele prende o expectador em todos os seus minutos, mesmo que já se conheça a história de Freddie Mercury. São minutos inebriados pela performance do astro, que soube se opor a um sistema de representações ditado por uma política e uma moral repressivas. A seu modo, conduziu uma revolução que ajudou a moldar o comportamento de toda uma geração, geração esta que passa a se familiarizar com vozes globais pela liberdade, pelo direito de ser quem é, um dos valores das sociedades liberais do ocidente, em que pese a guinada conservadora destes últimos anos. Bohemian Rhapsody faz lembrar que, se houver coragem de viver, de ousar e de não se acovardar, a vida pode ser extremamente significativa, mesmo que breve.

FICHA TÉCNICA:

BOHEMIAN RHAPSODY

Título original: Bohemian Rhapsody
Direção: Bryan Singer
Elenco: Rami Malek,  Ben Hardy, Roger Meddows-Taylor, Mike Myers;
Países: EUA, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
Ano: 2018
Gênero: Biografia, Drama, Música.

REFERÊNCIAS:

FOUCAULT, Michel. Ética, Sexualidade, Política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.

JUNG, C.G. O Eu e o Inconsciente. 18 Ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2004.

NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra. São Paulo: Editora Martin Claret, 2003.

_________. A Gaia Ciência. São Paulo: Companhia das Letras, 1ª ed. 2001.

SAFRANSKI, Rüdiger. Schopenhauer e os anos mais selvagens da filosofia. São Paulo: Geração Editorial, 2011.

 

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‘Ser psicólogo é desenvolver a empatia’: (En)Cena entrevista Ulisses Franklin

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Ulisses Franklin Carvalho da Cunha é psicoterapeuta clínico. Mestrando no Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente (UFT – 2018). Graduado em Licenciatura Plena em Geografia (UFT, 2011). Bacharel em Psicologia pelo CEULP/ULBRA (2017). Pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Rio Sono e em Gestão Pública e Sociedade pela Universidade Federal do Tocantins – UFT. Atualmente exerce cargo efetivo de Técnico de Nível Superior junto à Universidade Estadual do Tocantins – UNITINS, atuando como psicólogo Educacional no Núcleo de Apoio Psicossocial e Educacional (NAPE).

Fonte: Arquivo pessoal

(En)Cena – Vi que antes de cursar psicologia você já era graduado em Geografia. O que te fez querer adentrar nesse universo tão vasto da psicologia?

Ulisses Franklin – Na realidade fazer Psicologia já era um sonho antigo, todavia, o curso era e ainda é de difícil acesso: nas Universidades públicas costuma ser em regime integral e nas particulares costuma ter um alto custo, então, não era acessível a mim de início; depois que me formei em Geografia e as formas de acesso à Psicologia se ampliaram foi que tive a oportunidade de entrar no curso.

(En)Cena – Como foi a experiência de concluir a faculdade? Você se deparou com uma realidade diferente do que imaginava? Como as enfrentou?

Ulisses Franklin – Como eu já tinha outra formação e conhecia como funcionava o mercado de trabalho não tive dificuldades em enfrentar os obstáculos de recém-formado. Quando concluí o curso já era servidor efetivo de uma universidade na área administrativa, então, quando concluí o curso de Psicologia pedi uma oportunidade para trabalhar como psicólogo e desta forma contribuir com a universidade e permitir que eu ficasse na minha área de formação recente.

(En)Cena –  Para além do CRP, o que te torna psicólogo?

Ulisses Franklin – Essa pergunta é bastante pertinente. Acredito que ser psicólogo é desenvolver a capacidade de enxergar o outro com as lentes da empatia, do não julgamento, da solidariedade e da humanidade; características estas que devem pautar o nosso fazer em qualquer uma das áreas de atuação.

(En)Cena –  Dentro do ramo da psicologia, quais suas áreas de atuação profissional?

Ulisses Franklin – Atualmente estou atuando como psicólogo educacional em uma universidade pública, trabalhando com processo de escuta clínica institucional à comunidade acadêmica (alunos, professores e servidores), bem como elaboração e implantação de projetos e ações de prevenção e cuidado em saúde mental. Também estou atuando como Psicoterapeuta Clínico na iniciativa privada em consultório particular. Também estou me dedicando a um Mestrado Acadêmico, visto que estar na condição de estudante é outra área de atuação que deve sempre fazer parte da nossa rotina enquanto profissionais da Psicologia.

(En)Cena –  Na sua atuação clínica, qual é o seu maior público? E qual a maior demanda?

Ulisses Franklin – Na clínica meu maior público são mulheres adultas jovens (entre 18 e 30 anos, em média) que me procuram com demandas relativas a relacionamentos afetivos conturbados, seja com as figuras paternas ou com seus companheiros.

(En)Cena – Você tem alguma filosofia de trabalho? Se sim, poderia nos falar mais sobre ela?

Ulisses Franklin – Eu diria que minha filosofia de trabalho é dar o melhor de mim sempre, procurar melhorar minhas habilidades de escuta, meus conhecimentos teóricos e práticos acerca do fazer psicológico.

(En)Cena –  Dentre todos os estigmas e preconceitos sociais que o trabalho do psicólogo clínico passa, qual é o principal conselho que você dá para as pessoas que precisam buscar ajuda, mas se sentem resistentes ao processo?

Ulisses Franklin – Infelizmente o senso comum e a maioria das pessoas ainda nos veem como profissionais que tratam da loucura e que só devem ser procurados quando o adoecimento psicológico já se encontra instalado e operando num nível patológico, onde a vida do sujeito se encontra comprometida pelo adoecimento; todavia, sempre que tenho a oportunidade de desconstruir essa visão limitada eu a faço: Buscar ajuda não é sinal de fraqueza ou incapacidade, pelo contrário, buscar ajuda é sinal de força e coragem! Problemas e sofrimento faz parte da vida de todos nós, a Psicologia é a ciência e profissão que busca encontrar métodos e estratégias para amenizar a dor, para ressignificar situações dolorosas, para fazer brotar dentro de cada um seu potencial de superação e de resiliência.

(En)Cena – Como profissional você sente que os pacientes/clientes chegam com um conceito diferente da profissão?

Ulisses Franklin – Às vezes eles depositam em nós todas as suas esperanças e acreditam que vamos dar respostas prontas e pontuais para os problemas que os trazem até nós, e às vezes se decepcionam quando descobrem que não é bem assim! O que fazemos é ajuda-los a descobrir essas respostas, o trabalho de psicoterapia é totalmente conjunto e colaborativo!

(En)Cena – Como Palmas ainda é nova, a importância do papel do psicólogo está começando a ser compreendida no momento atual. Quais as dificuldades você encontra diante de tal desafio?

Ulisses Franklin – Penso que os principais obstáculos que ainda temos a enfrentar está relacionado à ampliação do fazer da Psicologia para além do modelo clínico e curativo e também na ampliação dos campos de atuação do psicólogo, por exemplo, nas escolas da educação básica, onde ainda há alguns entraves à nossa atuação;

(En)Cena – Quais são os principais fundamentos teóricos que embasam sua maneira de atuar? Costuma-se usar técnicas estrangeiras? Qual a sua visão relacionada à construção de técnicas científicas nacionais?

Ulisses Franklin – Tive contato com os diversos teóricos e fundamentos epistemológicos que embasam a Psicologia ao longo da graduação; Posso dizer que conheço um pouco de cada uma das principais abordagens e dos principais autores desta Ciência; Embora esteja atuando na clínica dentro do referencial cognitivista, não me encerro somente nesta perspectiva, abrindo mão às vezes de técnicas e autores de outras perspectivas também, claro que sempre dentro da ética da profissão, do cuidado com o outro, enfim, antes de ser terapeuta de abordagem X ou Y, somos psicólogos e isso por si só já nos traz uma grande responsabilidade e seriedade. Com relação a técnicas estrangerias, como estou me aprofundando na TCC – Terapia Cognitiva Comportamental, que é de origem norte americana, acabo tendo contato com estudos e pesquisas vindo de lá, mas é claro que é preciso ter bom senso para fazer as devidas considerações observando que somos de contexto bem diferente. Considero que seja de vital importância o aprofundamento de pesquisas e estudos de base nacional para a consolidação da Psicologia aqui no Brasil.

(En)Cena – Quais as suas expectativas em relação ao futuro da profissão de psicologia?

Ulisses Franklin – As melhores possíveis, com certeza! Sonho com o dia em que nossa profissão será amplamente reconhecida e legitimada em todos os lugares e campos de atuação.

(En)Cena – Você tem atuação clínica, desenvolve projetos ou faz intervenções em grupos em prol de uma minoria, como comunidade LGBT, mulheres negras? Você tem um posicionamento militante quanto a isso? Faz parceria com grupos estaduais ou nacionais em defesa desses?

Ulisses Franklin – Atualmente devido à sobrecarga de trabalhos e atividades que desempenho não tenho estado envolvido com as demandas dos segmentos minoritários, como os que você cita na pergunta, mas é claro que sempre que tenho a oportunidade me coloco à disposição destes para falar em prol deles, em prol desta luta por direitos e reconhecimento, que é super válida, necessária e que deve ser uma luta de todos nós. Meu posicionamento acerca destas temáticas é sempre a do respeito às individualidades e do reconhecimento da diversidade humana.

(En)Cena – Para você, qual a importância do engajamento político da classe, principalmente dxs psicólogxs com atuação clínica?

Ulisses Franklin – Penso que todo ato de reconhecimento ou de luta por direitos é um ato político, em si. Não diria que somente os profissionais com atuação clínica devessem engajar-se em questões políticas, pelo contrário, pensar na construção e implantação de políticas públicas e de direitos da pessoa humana é dever de todos da categoria, independente da área de atuação.

(En)Cena – Qual a sua opinião sobre o sindicato dos psicólogos que foi recém-criado, em relação a importância desse órgão para a classe?

Ulisses Franklin – Penso que é uma iniciativa válida e necessária, todavia, considero que é importante ainda consolidar primeiramente a atuação do nosso Conselho Regional, tornando-nos mais participativos e presentes junto ao nosso órgão representante.

(En)Cena – Para finalizar, você poderia deixar um conselho para os futuros profissionais que pretendem atuar na área clínica?

Ulisses Franklin – A área clínica, embora ainda seja nosso carro-chefe, é a área onde mais se demora para consolidar na carreira e no mercado de trabalho, devido aos estigmas, às dificuldades iniciais e aos custos, todavia, acredito que essas dificuldades podem ser enfrentadas e vencidas, se tiveres um trabalho pautado na ética, no compromisso com a profissão, na seriedade e no respeito à figura humana. Ademais, sugiro estudar sempre, ampliar seus horizontes de atuação, seus conhecimentos e sua visão de homem e de mundo, para assim possuir maiores recursos e argumentos para se legitimar no mercado e ser reconhecido pelo que faz em prol da categoria e da profissão. Obrigado pela oportunidade!

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Ética em psicologia: uma apropriação

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Quando se fala de postura ética profissional de um profissional psicólogo, logo somos remetidos ao nosso código de ética, que mais orienta uma postura e uma atuação do que regulamenta leis e normas de conduta;já que este código nos acompanha desde a iniciação acadêmica.

 No que diz respeito a disciplina de ética e legislação no curso de psicologia hoje, tivemos contato direto com esse código e fomos levados a indagar a necessidade de um código que também orientasse a conduta de um acadêmico de psicologia. Esta orientação, desde a formação do profissional psicólogo, é de extrema importância, pois o acadêmico esta imerso em atuação desde o primeiro período do seu curso.

Fonte: https://bit.ly/2lfnKRW

Tão cedo este acadêmico vai ter contato com a realidade dos profissionais em suas diversas áreas e o código de ética do profissional, apesar de se preocupar em tanger também atuação de um acadêmico, ele não entra em linhas de discutir a sua atuação em todos os momentos do seu curso, é mais em linhas gerais. Então ter a quem ou a o que recorrer no momento de dúvida sobre como agir em determinadas situações faz extremo sentido quanto ao amparo desde psicólogo em formação.

No momento de discussão e da elaboração de um código de ética que orienta a atuação do acadêmico foi tocado, por diversas vezes, no assunto de quantas normas já existem hoje que orientam esse acadêmico na sua formação, mas que nem sempre há um contato com elas desde o início. O acadêmico entra na instituição muito perdido, são muitas informações, normas ao mesmo tempo que ele tem que se dar conta. Se adaptar ao formato da instituição nas suas burocracias, normas e diretos como também aos seus locais de estágio é sua realidade naquele momento.

Fonte: https://bit.ly/2HUDhiN

É importante também ressaltar a necessidade de que ter uma mistura dessas normas em um local acessível, de linguagem fácil que ajude esse acadêmico a ter noção do que diz respeito a ele na sua formação. Ele vai poder se orientar tanto nas vias institucionais, nas vias do seu próprio curso, atuação, direitos, normas, deveres, como nas orientações que serão voltadas exatamente ao seu dia a dia. E poder participar da construção dessas orientações vai empoderá-lo já de início nesta jornada.

Essa imersão do acadêmico vai gerar nele um sentimento de amparo, de ter um norteador desde o princípio e também vai acostuma-lo a estar sempre buscando orientar a sua atuação. Então esse contexto vai gerar profissionais mais conscientes da necessidade de buscar melhorar sempre e garantir que seja normatizado e executado tudo que está diante dele como dever, ou mesmo direito.

Isso garante um profissional mais preocupado com a situação da sua classe trabalhista, do que está bom e do que não está; vai gerar um profissional que queira participar das conquistas da sua classe tanto pela melhoria na sua profissão quanto na qualidade de serviço que estará sendo levada para seu cliente. E ele vai saber o quanto isso é importante para uma boa atuação. Ainda mais quando se trata de um profissional que visa saúde e bem-estar mental de indivíduos.

Fonte: https://bit.ly/2JIeC6S

Não estou dizendo que os profissionais já formados que não tiveram oportunidade de ter essa preocupação desde a sua vida acadêmica, seja um profissional despreocupado com a sua classe e com a sua orientação. Eu estou apenas ressaltando que acontece e muito de uma pessoa terminar a sua graduação, montar a sua clinica, seu local de trabalho, conquistar o seu espaço no mercado e se esquecer que faz parte de um conjunto de profissionais que são altamente influenciados pelo conjunto, no que diz respeito a psicologia como uma ciência nova.

Diante disso temos uma profissão hoje que está em ascensão, que está buscando ter seu espaço na sociedade. Empoderar seus profissionais, abrir caminhos e regulamentar uma serie de condutas ainda não exploradas, pois nosso objeto de estudo está em constante mudança. O homem está nessa mudança. Não podemos fechar os olhos para isso e fazer uma atuação imutável, que não acompanhe os processos que o homem, tanto individualmente como em sociedade está em constante mudança.

Como profissionais que visam a saúde, não podemos nos esquecer a importância que todo esse contexto tem na nossa atuação. Então gerar profissionais mais atentos a estas questões vai exatamente garantir uma nova atuação todos os dias. Novas modalidades, busca por melhoria, tanto na sua condição quanto na condição do seu paciente. E juntos teremos uma classe, tanto acadêmica quanto profissional que vai estar preocupada com esses pontos. Por isso é tão importante essa orientação desde o começo.

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O que esperar de um atendimento no SUS

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Aproximadamente às 23:40 da noite de um domingo dei entrada na Unidade de Pronto Atendimento – (UPA- SUL), com fortes dores na região abdominal e nos rins. Fiquei esperando a triagem, logo fui chamada. Na sala de triagem haviam dois profissionais, enfermeiro e técnica de enfermagem, os quais rapidamente, após a triagem, me encaminharam para a sala do médico e responderam algumas perguntas que fiz, sempre muito educados. Neste momento pude ver um dos princípios do SUS sendo aplicados a mim com muita responsabilidade e profissionalismo, pois naquele momento tinham outras pessoas na fila para serem atendidas, mas o princípio de equidade foi aplicado e imediatamente foi atendida pelo médico por se tratar de uma necessidade um pouco maior do que das pessoas que estavam ali naquele momento.

Cheguei ao consultório médico, me queixando de fortes dores tanto na região abdominal quanto nos rins, então, logo passei por uma avaliação médica, e a partir desta avaliação iniciou-se a suspeita de apendicite, e caso fosse confirmada já sairia dali direto para o Hospital Geral de Palmas – HGP. Inicialmente fiquei desesperada, pois se tratava de um procedimento cirúrgico, que por menor que seja, tem sempre um risco.

Fonte: https://goo.gl/Dc8JJ2

O médico continuou a me fazer algumas perguntas, e então chegou a uma segunda suspeita, a de cálculo renal. Ele sempre muito atencioso e continente, vendo meu desespero por sentir tamanha dor e incertezas do que poderia ser, logo receitou alguns medicamentos para dor, o qual tendo sido avisado que sou alérgica a dipirona prontamente trocou o medicamento. Após isso me pediu alguns exames de sangue, que diriam se alguma daquelas suspeitas se confirmava.

Neste momento fui encaminhada a enfermaria feminina e informada que ficaria ali por um período para receber a medicação, ser feita a coleta do sangue para o exame e para ser observada até o resultado do exame ficar pronto. Até este momento todos os profissionais que me assistiram tinham sido educados, atenciosos, éticos e sempre agindo com muito profissionalismo. Pensei então, “tive sorte dessa vez”. Até que a técnica em enfermagem chegou para aplicar a medicação, imediatamente com muita grosseria mandou que eu me sentasse e puxou meu braço, nesse momento perguntei que medicamento era aquele que ela estava aplicando e sua resposta foi a pior que eu poderia escutar: “Não interessa, você não precisa saber, só precisa ficar quieta para eu conseguir pegar sua veia, se não quiser ser furada mais uma vez”.

Ao ouvir aquilo eu só tinha vontade de chorar, pois via ali uma pessoa totalmente inapropriada para exercer aquela função. Ela estava, naquele ato, desrespeitando todos os princípios, códigos e leis que asseguram ao paciente o direito de saber a quais procedimentos está sendo submetido. Ao ouvir aquela resposta me senti tão humilhada, maltratada por alguém que escolheu aquela profissão e agora, talvez por frustração, raiva ou qualquer outra coisa que a profissão tenha lhe causado, me tratava de maneira tão grosseira.

Fonte: https://goo.gl/fnwUxr

Sem responder minha pergunta, ela aplicou o medicamento e saiu. Após algum tempo ela retornou e aplicou mais um medicamento, e novamente eu perguntei o que era aquilo, falei que era alérgica a dipirona e queria saber o que era. Ela me olhou e perguntou se a dor tinha passado, eu ainda com muita dor, respondi que não. Então ela falou: “Agora com esse aqui vai passar, ou passa ou então não tem mais jeito para você aqui”, e mais uma vez saiu sem responder a minha pergunta.

Depois disso, deitei na cama e comecei a chorar, pois os sentimentos de medo, incerteza e indignação me inundaram naquele momento. Vendo aquele choro discreto na última cama do corredor, uma outra técnica se aproximou de maneira educada começou a conversar, perguntou o que eu estava sentindo e por que eu chorava se já tinha sido medicada e o medicamento já devia estar fazendo efeito, ouvindo isso chorei ainda mais pois a dor continuava na mesma intensidade o medicamento não teve efeito. Então respondi que a dor estava na mesma intensidade de quando cheguei, e que a outra mulher tinha falado que se aquele medicamento não parasse a dor nada mais poderia ser feito ali para me ajudar. Ela me ouviu, conversou comigo, esclareceu quais foram os medicamentos que foram aplicados e foi procurar o medico para que reavaliasse se aquele era o melhor medicamento mesmo, já que a dor era incessante.

Em seguida outro médico chegou, me reavaliou e mandou aumentar a dose do medicamento, pois aquele era o mais forte que tinha na unidade e realmente, se aquele meio terapêutico não surtisse efeito eu seria encaminhada ao HGP. Este médico respeitando o princípio de autonomia e justiça, respeitando o princípio do SUS de Integralidade, agindo com ética, educação, atenção e humanidade, me explicou tudo o que estava acontecendo comigo de forma objetiva e com linguagem fácil, me assegurou que em breve a dor iria passar e que logo voltaria com o resultado do exame. Continuei aguardando por um tempo e depois fui informada pela “enfermeira boazinha” que tanto o primeiro quanto o segundo médico que me atendeu tinham ido para o repouso e que em breve outro médico vinha olhar o exame.

Fonte: https://goo.gl/9kmR79

Às 06:00 horas da manhã esse outro médico apareceu, bem grosseiro começou a gritar o nome das pacientes em voz alta na enfermaria, ao chegar no meu nome fiz um sinal com a mão e ele pediu que me aproximasse dele, então desci da cama tonta pois a pressão estava um pouco baixa e fui, ele olhou o exame e falou que não tinha nada e já podia ir para casa. Eu falei que ador ainda persistia, em menor intensidade mas ainda doía. Sem ao menos ler no prontuário onde estava escrito com destaque que sou alérgica a dipirona, ele me receitou uma dipirona e falou que após isso estava de alta. Novamente tive que falar da alergia e então depois de verbalizar, em tom de ironia, que “esse povo hoje em dia são cheios das alergias” receitou um buscopam simples.

Por volta das 08:00 horas da manhã da segunda-feira retornei para casa, ainda com um pouco de dor e com a pressão baixa e com uma experiência muito mais dolorosa do que deveria. O sentimento era de gratidão para algumas pessoas maravilhosas que realmente desempenaham com muito profissionalismo suas funções. E de indignação por outros que fazem aquilo como se estivessem cumprindo uma pena, tratando tão mal uma pessoa que já se encontra fragilizada tanto fisica como emocionalmente.

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Epistemologia e ética em psicologia

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De que maneira a ciência psicológica pode contribuir com a produção de novos conhecimentos, considerando os aspectos epistemológicos e éticos da Psicologia Social? Qual (is) impacto (s) do processo tecnológico e demais estímulos sociais percebidos nos estudos da psicologia social no século XXI?

A psicologia pode contribuir para produção de novos conhecimentos, pois sendo ela uma ciência, tem como objeto de estudo o homem, seus comportamentos e processos mentais, o que é uma peça fundamental para esclarecimento de certas perguntas que as demais ciências, através de estudos anteriores, não conseguiram responder.

Dessa forma ela se dedica ao homem e o observa tanto como indivíduo quanto como ser social respeitando a ética, pois entende que o homem é um ser de relações e que sem o outro não há interação, não há sociedade. O viver em sociedade promove trocas de experiências, trocas de valores, crenças, e isso gera conhecimento, novas descobertas pelo fato dessas trocas instigarem o pensamento humano e o conhecer a si mesmo isso contribuirá para o despertar e o desenvolvimento das demais coisas.

Como ser social esse indivíduo vai ser formado sempre pelo meio, seja ele familiar, religioso ou educacional. Porém alguns aspectos podem impactar neste processo tanto de forma positiva quanto negativa. Os processos tecnológicos são um exemplo disto. Quanto a formação de uma nova geração se torna positivo, pois é a perpetuação do desenvolvimento tecnológico marcando a geração. Já em meio ao processo social vem a ser negativo.

Fonte: https://bit.ly/2JXrkOs

Em um contexto familiar são misturadas diversas gerações em um mesmo ambiente. Podemos exemplificar o caso de um adolescente imerso nas redes sociais e na geração do smartphone que é visto como preguiçoso ou até mesmo acomodado por seus pais e avós. Ora, os pais do garoto não tiveram acesso a esse meio quando jovens e não o compreendem, mais ainda seus avós, que nem mesmo fazem questão de conhecer as tecnologias desta era.

Em um momento do dia seus pais o pegam fazendo uso de seu aparelho, mas o garoto está realizando um trabalho de escola, fazendo leitura de um livro. O garoto será julgado por esse ato, os pais não compreendem que o smartphone pode ser usado para esse meio, isso gera um conflito.

Assim mesmo também acorre com aspectos sociais. A criança ao ser inserido no contexto escolar se depara com diversas culturas diferentes e novas interações sociais com colegas e professores, estas não são as mesmas que os pais lhe passarem e isso pode gerar conflitos relacionais e até mesmo confusão dos próprios valores a primeiro momento na criança.

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#CAOS2018: Questões éticas em atendimento psicoterapêutico online é tema de minicurso

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O minicurso é parte da programação do CAOS 2018 que acontece no Ceulp até o dia 25 de maio.

No dia 22 de Maio de 2018, ocorreu na sala 222, do Ceulp/Ulbra o minicurso “Questões éticas em atendimento psicoterapêutico online”, ministrado pela psicóloga clínica e presidente da COF (Comissão de Orientação e Fiscalização do CRP23) Keila Barros Moreira e pela psicóloga clínica, atuante na gerencia de Saúde Mental da Secretaria de Saúde e presidente da COE (Comissão de orientação e Ética do CRP23) Rayana Rodrigues Lira. De maneira conjunta as palestrantes tiraram dúvidas sobre o atendimento terapêutico online.

Foto: Alessandra Soares Araújo

Inicialmente, foi falado a importância do engajamento do profissional de psicologia juntamente com o CRP de sua região para juntos, realizarem um trabalho integro. A partir disso, iniciou-se a discussão sobre as resoluções N° 11/2012 e N°11/2018 assinalando suas modificações frente as mudanças tecnológicas.

Segundo Rayana, tendo informações com base na resolução N°11/2018, publicada no dia 11 de maio de 2018, um dos principais benefícios estará voltado para a liberdade de cada Conselho Regional discutir as demandas com base nas necessidades de sua própria localidade, considerando o contexto profissional. Cada Conselho Regional terá o prazo de até 180 dias, contando a partir da publicação da resolução N°11/2018, para elaborar sua própria resolução e mandar para o Conselho Federal para ser aprovada.

Mais informações podem ser obtidas no site do evento

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Desafios éticos na ludoterapia

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A infância é um processo dialético, isto é, passível de transformações e mudanças, e para que ocorram essas modificações a criança passa por várias fases e em cada uma delas a mesma ocupa diferentes lugares nas relações humanas. (VYGOTSKI, apud ARCE, 2004). ALudoterapia é um procedimento psicoterápico para tratamento infantil, através da ação de brincar, usando brincadeiras, jogos, brinquedos, os quais a criança brincando projeta seu modo de ser.

O terapeuta observa e interpreta suas projeções para compreender seu mundo interno e a dinâmica da sua personalidade. O objetivo da ludoterapia é proporcionar um espaço de construção de novos significados das experiências vividas pelas crianças dentro de um processo de intervenção psicológica. O brincar da criança, de acordo com Vygotsky, possibilita a construção dos signos psicológicos, a apropriação do mundo externo e a construção da representação interna do meio externo.

O CEULP/ULBRA oportuniza o acadêmico de Psicologia entrar em contato com as práticas profissionais do psicólogo,para desenvolver a capacidade de observar, descrever, analisar, interpretar e orientar os problemas de origem psicológica, tais como: cognitivos, emocionais, comportamentais e ecológicos, visando abranger aspectos sócio-político-econômicos, dentro de uma formação generalista.

Fonte: https://bit.ly/2ynweQq

Ao início do processo terapêutico é esclarecido aos pais e responsáveis como se dará o acompanhamento da ludoterapia e como se trata a assistência dos estagiários com as crianças. É colocado que a sala tem um vidro onde todo o atendimento será observado por estagiário do CEULP/ULBRA e é firmado um combinado entre os pais e a professora orientadora quanto a presença das crianças e a procedência diante de faltas.

Também colocado à disposição dos pais a possibilidade de procurar professora orientadora para eventuais conversas sobre os filhos, bem comoencaminhamentos para grupo de orientação de pais, encaminhamento médico, tudo que vá promover a saúde e bem-estar destas crianças, como é previsto no código de ética do profissional psicólogo (2005, p. 8).

“Art. 1º – f) fornecer, a quem de direito, na prestação de serviçospsicológicos,informações concernentes ao trabalho a serrealizado e ao seu objetivo profissional; g) Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação e serviços psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetem o usuário ou beneficiário; h) Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, a partir da prestação de serviços psicológicos, e fornecer, sempre que solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho; ”

Diante de identificação de casos violência, abuso ou quaisquer outros atos que comprometam a saúde física e mental das crianças, os alunos juntamente com a professora, não devem ficar alheios, fazendo a tomada de decisão de intervenção para o cuidado desta criança. É assegurado ao profissional psicólogo que faça uso de intervenções maiores, como intervenções judiciais e civis para denunciar os atos citados no artigo 2º do código de ética: “Art. 2º – a) praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizemnegligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão; ”.

Fonte: https://bit.ly/2JXzNBe

No final do semestre letivo é dever do acadêmico produzir um relatório para a instituição com base no que foi aprendido na prática pré-profissional. Este relatório deve respeitar o código de ética (2005, p.13) no que diz respeito ao sigilo profissional: “Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissionala fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidadedas pessoas, grupos ou organizações, a que tenhaacesso no exercício profissional. ”

Esta primeira experiência coloca o acadêmico a par da necessidade de respeito que cabe dentro da atuação clínica, mesmo que de início sua atuação tenha sido de observação, o acadêmico aprende a ter um olhar mais seguro de como deve agir dentro de uma psicoterapia em grupo e individual, pois a professora mostra em todos os méritos a melhor forma de agir diante dos casos. A mesma se preocupa com toda a organização do atendimento, desde a roupa que os acadêmicos estarão usando até o contato que eles terão com estas crianças. É uma oportunidade de experiência riquíssima que aproxima os acadêmicos da pratica profissional somado ao aprendizado da conduta ética que o profissional psicólogo deve ter.

REFERÊNCIAS:

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA.LEI NO 5.766: Código de Ética Profissional do Psicólogo. Brasília, 2005. 18 p. Disponível em: <http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf>. Acesso em: 06 set. 2016.

VIGOTSKY, L.S. A formação social na mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos. São Paulo: Martins Fontes, 1984

Ludoterapia como um Vygotskiano faz. Disponível em: <http://www.ipaf.com.br/arquivos/artigos/ludoterapia.pdf>. Acesso em: 7 set. 2016.

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OKJA: senciência para quem?

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“Lucy Mirando está alcançando o impossível, estamos nos apaixonando por uma criatura que planejamos comer” (Trecho do filme OKJA)

Produzido por Joon-Ho Bong e estreado em 2017, pela Netflix, OKJA é um filme para quem tem um grande afeto por animais e gosta de refletir sobre o seu estilo de vida. O drama enlaça essas duas temáticas revelando ao expectador uma realidade cruel que ele tende a negar, principalmente quando este assume uma posição utilitarista.

A trama inicia em 2007, em New York – USA, onde Lucy Mirando (Tilda Swinton) ao tornar-se a nova diretora executiva (CEO) da indústria agroquímica de sua família, e também a mais odiada mundialmente, coordena um projeto inovador que possibilitaria transformar tal aparência da corporação. O concurso do “Melhor Super Porco” é o milagre que Lucy pretende atingir a longo prazo, especificamente, em dez anos.

Fonte: https://goo.gl/FowVM1

Para alcançar este objetivo, a CEO engana seus futuros consumidores com a falácia de que o Super Porco foi encontrado milagrosamente numa fazenda chilena, que depois foram reproduzidos 26 animais, de forma “natural”, e distribuídos em 26 cidades diferentes ao redor do mundo, com sedes da corporação, para fazendeiros criá-los de acordo com sua cultura durante o tempo supracitado. Dessa forma, esta seria a solução para o combate à fome de modo sustentável, diminuindo o impacto no meio ambiente (excreção) e produzindo uma carne saborosa.

“ECO SUSTENTÁVEL; NATURAL; NÃO TRANSGÊNICO”. Fonte: http://filmspell.com/wp-content/uploads/2017/08/1-Introduction-Pictures-in-Pictures.png

Okja é uma super porca criada por Mikha (An Seo-Hyun) e seu avô em Sanyang, numa fazenda na Coreia do Sul, de forma tranquila e natural. Apesar de alguns comportamentos entre a menina e a Super Porca remeterem ao carinho com que os seres humanos tratam seus bichinhos de estimação, Okja ultrapassa essa linha, pois é a melhor amiga de Mikha desde seus quatro anos.

Apesar do fato de Okja ser um animal fictício, que por vezes aparenta ser a soma de características de vários animais comumente conhecidos, há uma alta probabilidade de que em algum momento do filme ela cause sentimentos empáticos a quem estiver lhe assistindo. Nisso, a protagonista demonstra habilidades de comunicação e estratégia, além de evidenciar que é um ser vivo dotado de senciência.

Fonte: https://goo.gl/Tm1WmS

Para Monlento (s/d, s/p) a sensciência é a “capacidade de ter sentimentos associados à consciência”, podendo ser comprovada no âmbito comportamental e/ou no biológico, e aponta que é preciso atentar ao fato que esta pode ter graus distintos em diferentes espécies do reino animal. E, nessa vertente, a Declaração de Cambridge sobre Consciência (2012) decretou que evidências mostram que o ser humano não é o único animal dotado de consciência. E, apesar de que os demais animais não apresentarem um neocórtex, eles experienciam estados conscientes através de substratos neuroanatômicos, neurofísicos e neuroquímicos e são capazes de ter comportamentos propositais.

Dessa maneira, um dos grandes desafios para Neurobiologia é comprovar que os animais não verbais possuem algum nível de consciência. Visto que a senciência caracteriza-se pela subjetividade, se faz necessário o uso de métodos seguros que conseguem acessar essa peculiaridade dos animais em teste, sem que a subjetividade do observador interfira nos resultados. Portanto, há uma alta probabilidade na fidedignidade destes (OLIVEIRA; GOLDIM, 2014).

Dez anos depois, o zoologista Dr. Johny Wilcox (Jake Gyllenhaal), averigua pessoalmente que Okja é a melhor super porca, consequentemente, a leva para New York. Após descobrir que a corporação negou a venda de Okja ao avô e que a levaram embora, Mikha começa a sua saga para salvar a melhor amiga. E é ajudada pela Frente de Libertação Animal (ALF, sigla em inglês) que planeja usar Okja como uma cobaia, colocando-lhe uma câmera para gravar as atrocidades que fazem com esses animais no laboratório.

Fonte: https://goo.gl/wpcFpG

A ALF, uma entidade aberta e composta por ativistas anônimos, objetiva libertar os animais em condições de sofrimento, mantendo-os em lugares seguros e apropriados para posteriormente devolvê-los ao seu hábitat natural. Nesse contexto, suas ações são ilegais e infringem os locais e métodos das organizações que fazem exploração animal, ocasionando boicotes e déficits financeiros nas mesmas. Desse modo, segundo suas diretrizes, revelam as atrocidades acometidas nesses ambientes e agem com precaução para que nenhum animal seja colocado em situação de risco, sejam eles humanos ou não (BITE BACK MAGAZINE, s/d).

Entretanto, esse preceito diverge das práticas do filme, pois o plano expõe Okja a uma situação de risco. Ao chegar no laboratório em NY, ela é colocada para acasalar com um super porco macho, além de retirarem amostras de sua carne para experimentação. Perplexos com a cena gravada, um dos integrantes do ALF confessa que mentiu a tradução em relação à autorização da Mikha. Diante disso, o líder do grupo ressalta quão a tradução é sagrada, fato esse demonstrado pelo uso de língua distintas no filme, espanca-o e o bane da organização. Tal comportamento ironiza com o ideal de “não violência e proteção”, diverge da conduta entre seus próprios membros.

Em entrevista à Agence France-Presse (AFP), Ben Zipperer, do Economic Policy Institute, afirma que a mão-de-obra imigrante nos EUA é de aproximadamente 25 milhões de pessoas (AFP, 2017). No longa, esse aspecto é evidenciado quando apresentam os funcionários da corporação que estão na linha de produção, em sua maior parte, como latino-americanos. Pode-se inferir, deste modo, que o funcionamento dessas organizações, ligadas à produção e consumo de animais, tem contribuição de pessoas de outras culturas, além dos estadounidenses.

Em suma, Joon-Ho Bong faz diversas críticas sociais e políticas, uma delas deu-se por meio do posicionamento de Nancy Mirando (a irmã gêmea de Lucy), que apesar da corporação ter suas barbáries expostas, não se omite e manda lançar o produto no mercado, afirmando que se o custo for baixo as pessoas irão consumir. Essa cena alude na peripécia de que meio social sofre um fenômeno de “perda” de memória recente, particularmente se não se sente prejudicado diretamente pelas situações desagradáveis que vivencia.

Fonte: https://goo.gl/TN3NgD

Ainda nessa ótica, é válido ressaltar que a carne animal como um produto é comercializada de uma forma que não seja atrelada ao animal vivo (WEBSTER, 2005). Logo, nenhuma novidade é acrescentada quanto à realidade contemporânea, mas o produtor utiliza-se de um personagem fictício para relembrar-nos do infausto sofrimento que compactuamos para termos nossas “suculentas“ refeições diariamente.

A reflexão, filosofia, teoria ou estudo que é realizado da moral, chama-se ética (TAILLE, 2010) e objetiva avaliar se os comportamentos (costumes) instituídos são aceitáveis, de modo que não ocasione danos ao outro. A partir desse preceito é necessário avaliar de que modo a ética voltada para esses seres não-humanos, ou melhor, a bioética, está sendo praticada pelos seres humanos, nos âmbitos individual, social e profissional:

A forma como diferentes profissionais tratam os animais é extremamente importante para o desenvolvimento de programas de educação, por meio da utilização de diferentes inferências e aplicação de instrumentos diversificados, cuja atuação em distintas frentes adequadas a um público diverso, vise conscientizar todos os segmentos da sociedade da necessidade de procedimentos éticos no uso dos animais (FISCHER; TAMIOSO, 2016).

Fonte: https://goo.gl/nhvftY

Por fim, apesar de Okja não ter tido o mesmo fim que os demais super porcos, sua liberdade, quase fracassada, é uma vitória para seus semelhantes. Estes rugem como forma de comunicação enquanto ela vai embora, levando consigo um filhote entregue pelos próprios pais. Silva (2012) aponta que para a dinâmica da ética utilitarista é conveniente abater determinados animais de forma rápida e indolor, desde que seja justificável.

Nesse ínterim, o desfecho do filme incita questionamentos inquietantes, para se analisar ao longo do dia ou da vida, como: o que diferencia Okja dos demais super porcos? Ter uma compradora que a quer viva? O que distingue o seu pet do animal que você cria ou compra para consumo? Por que nos chocamos tanto quando sabemos que em algumas culturas é normal comerem cachorros, mesmo tendo uma variedade de animais em nossa mesa?

Fonte: https://goo.gl/BUUGN9

“O maior erro da ética é a crença de que ela só pode ser aplicada em relação aos homens”
ALBERT SCHWETZER (Prêmio Nobel da Paz, 1952)

Nota: este texto não prioriza fazer com que o leitor torne-se vegetariano ou até mesmo vegano, mas que este reflita seu modo de vida e o seu posicionamento bioético em relação aos animais não-humanos.

FICHA TÉCNICA
OKJA

Fonte: encurtador.com.br/gjBD9

Diretor:  Joon-Ho Bong
Elenco: Seo-Hyun Ahn, Tilda Swinton, Jake Gyllenhaal
Gênero:  AventuraFicção científicaDrama
Ano: 2017

REFERÊNCIAS

AFP. (2017). A economia dos EUA pode crescer sem imigrantes? Disponível em: https://economia.uol.com.br/noticias/afp/2017/02/06/a-economia-dos-eua-pode-crescer-sem-imigrantes.htm. Acesso em 16 de novembro de 2017.

FISCHER, M. L.; TAMIOSO, P. Bioética ambientalconcepção de estudantes universitários sobre ouso de animais para consumotrabalhoentretenimento e companhia. Ciências &Educação, v. 22, n. 1, 2016.

LA TAILLE, Yves de. Moral e Ética: uma leitura psicológica. Psic.: Teor. e Pesq. [online]. 2010, vol.26, n.spe, pp.105-114. ISSN 0102-3772. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722010000500009.

LEVAI, Laerte Fernando. Artigo Os animais sob a visão da ética. Publicada pela Alpa – Associação Leopoldense de Proteção dos Animais. In revista Brasileira de Direito Animal de 2006.

MAGAZINE, Bite Back. Who is the ALF?. West Palm Beach, Florida. Disponível em: <http://www.animalliberationfront.com/ALFront/ALF_leaflet_biteback.pdf >.  Acesso em 16 de novembro de 2017.

MOLENTO, Carla Forte Maiolino. (s/d). Senciência Animal. Disponível em: <http://www.labea.ufpr.br/PUBLICACOES/Arquivos/Pginas%20Iniciais%202%20Senciencia.pdf>. Acesso em 12 de novembro de 2017.

OLIVEIRA, Elna Mugrabi; GOLDIM, José Roberto. Legislação de proteção animal para fins científicos e a não inclusão dos invertebrados – análise bioética. Rev. bioét. (Impr.). 2014; 22 (1): 45-56.

SILVA, J. M. Do senciocentrismo ao holismo ético: perspectivas sobre o valor a bioesfera. In: BARBOSA, A. et al. (Ed.). Gravitações bioéticas. Lisboa: Centro de Bioética, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, 2012. p. 123-145.

The Cambridge Declaration on Consciousness. In: Francis Circk Memorial Conference; 7 Jul. 2012; Cambridge. Consciousness in human and not human animals. [Internet]. Cambrigde: The Memorial; 2012. Acesso em 12 novembro de 2017. Disponível: <http://fcmconference.org/img/CambridgeDeclarationOnConsciousness.pdf>

WEBSTER, J. Animal welfare: limping towards eden. Oxford: Blackwell, 2005.

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Reflexões sobre as novas relações de trabalho

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No dia 05 de maio de 2017 aconteceu na sala 203, a partir das 8h o Psicologia em Debate com o seguinte tema “Relações de trabalho e corrosão do caráter em Sennett” apresentado pelos acadêmicos de Psicologia do CEULP Erismar Araújo e Fabrício Veríssimo. A princípio foi abordada a definição de corrosão, ou seja, o ato ou efeito de corroer que segundo o dicionário genérico é o desgaste gradual de um corpo qualquer que sofre transformação química e/ou física, proveniente de uma interação com o meio ambiente. Foi abordada também a definição geológica: destruição de rochas devido à decomposição química realizada por água salina ou doce; química: transformação química de metais ou ligas em óxidos, hidróxidos etc., por processos de oxidação pelo contato com agentes como o oxigênio, umidade.

Fonte: http://zip.net/bstKtb

Em seguida foram explanadas questões biológicas, religiosas e psicológicas a cerca do caráter (formação moral) sendo respectivamente: aspecto morfológico ou fisiológico utilizado para distinguir indivíduos em uma espécie ou espécies entre si (marca a mesma espécie), indicadores gerais sobre condutas (deveres) e conjunto coerente de respostas dadas por um indivíduo a uma série de testes e que permite, por comparação estática, situá-la numa categoria determinada.

Adentrando mais ao tema vimos sobre a dinâmica entre capitalismo versus rotina versus natureza flexível, onde o trabalhador disciplinado é aquele que se preocupa com o trabalho, têm uma rotina a seguir, relações duráveis devido à maior estabilidade no ambiente de trabalho e gosta de estar inserido nesse meio, já o trabalhador flexível tem uma visão de articular melhor com o outro, diante das mudanças no mundo de trabalho, sendo passível de mudança e estabelecendo relações menos duráveis.

Assim, tal dinâmica remete a questão de como se podem buscar objetivos de longo prazo numa sociedade de curto prazo? O que nos leva a seguinte conclusão, de que os dois modelos (disciplinado e flexível) se encaixam ao modelo de vida que levamos hoje (capitalismo). Ou seja, temos uma “certa” rotina, porém buscamos uma flexibilidade no trabalho, como por exemplo, o flexitempo, que é quando procuramos criar tempo e alimentar as demais áreas da nossa vida, criando assim uma dinâmica favorável.

Fonte: http://zip.net/bctJ3T

Por fim, entramos na ética do trabalho em que tal dinâmica: disciplina e flexibilidade diante do capitalismo podem levar a uma desorganização do tempo, o trabalho em equipe quando não bem estruturado é afetado, a autodisciplina e automodelação dentro das empresas acarretam na individualidade do sujeito e uma competição a fim de atingir metas impostas, o ambiente de trabalho visto como polivalentes e adaptáveis as circunstâncias (sujeito passivo) e a ética protestante levando o indivíduo a ter o trabalho como foco principal na sua vida. Logo, a relação de trabalho que é toda essa dinâmica vista, pode influenciar na corrosão do caráter do sujeito, moldando-o para operar junto ao capitalismo, toda essa corrosão pode levar o sujeito ao adoecimento psíquico, adquirindo algum tipo de psicopatologia ao longo da vida.

REFERÊNCIA:

SENNET Richard. A Corrosão do Caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999.

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