#CAOS2019: A realidade mascarada de ser jornalista

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Jordana trouxe um pouco sobre as faces da violência em que as mulheres que trabalham dentro do jornalismo acabam sofrendo.

Nesta quinta, 23, na sala 221 do CEULP, ocorreu uma das seções técnicas com o tema Violência Contra a Mulher no Ambiente Profissional do Jornalismo ministrada por Jordanna de Sousa Parreira, psicóloga e atualmente mestranda em comunicação e sociedade pela UFT. Essa sessão técnica dentre outras quatro, fez parte da programação da quarta edição do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS).

Jordana trouxe um pouco sobre as faces da violência em que as mulheres que trabalham dentro do jornalismo acabam sofrendo.

Dados estatísticos de uma pesquisa que durou 5 meses que tem como fonte principal a Abrajj foram explanados para quem estava presente e isso chocou muito os espectadores pois dos 5 tipos de violência que a pesquisa continha, a violência física foi a que mais se destacou

A conclusão da pesquisa foi a de que infelizmente as mulheres jornalistas são vítimas de violências psicológicas na mesma quantidade que as violências no aspecto contra o corpo, não deixando de lado os outros tipos.

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Professora de psicologia do ceulp participa de evento científico

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O evento acontece no dia 23 de setembro às 16h no parque cesamar

Se você tem interesse em conversar com um cientista sobre assuntos que causam impactos diretamente em sua vida, chegou a oportunidade. “Pergunte a um(a) cientista” será pauta de discussão organizado pelo Observatório de Pesquisas Aplicadas ao Jornalismo e ao Ensino da Universidade Federal do Tocantins (OPAJE-UFT), com a colaboração do Coletivo de Pesquisa e Extensão Trabalho e Emancipação. O tema deste ano será saúde mental, e o público geral poderá tirar dúvidas sobre depressão, ansiedade, sofrimento no trabalho, entre outros, diretamente aos cientistas.

Será a terceira edição do evento, que tomará, ao longo do mês de setembro, uma dimensão nacional.  O evento contará com três cientistas e pesquisadoras convidadas, a psicóloga e professora do Ceulp Ulbra Thais Monteiro; a neuropsicóloga Jordanna Parreira; e a psicóloga Janaína Vilares, que abordarão temas como: narrativas de trabalhadores em sofrimento no serviço público; escuta clínica do prazer e sofrimento no trabalho; e Saúde mental na(s) universidade(s).

Fonte: encurtador.com.br/enrM8

A edição Pergunte a um(a) cientista – Saúde Mental ocorre no contexto do Setembro Amarelo, campanha de prevenção ao suicídio, que desde 2015 incentiva discussões em torno do assunto para conscientização da população e prevenção. O evento é patrocinado pelo projeto de divulgação científica Ciência na Rua. Também conta com o apoio da iniciativa Pint of Science e pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP). http://surgiu.com.br/2018/09/21/projeto-pergunte-a-uma-cientista-aproxima-publico-de-ciencia-em-evento-aberto/ 

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Jocyelma Santana: os desafios de uma mulher no jornalismo

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Paixão pelo que faz define bem a vida da jornalista e professora Jocyelma Santana. Nessa entrevista ela fala sobre os meios de comunicação tradicionais frente às novas mídias, as situações de risco aparente que se impõem ao repórter, o desafio de se separar os papeis dentro e fora do trabalho, e sobre como sua personalidade, apoiada pelos pais, a levou a escolher a profissão na qual alcançou sucesso.

(En)Cena – Você como uma mulher de sucesso, com uma longa trajetória na profissão de jornalista, pode nos falar um pouco sobre os desafios da profissão?

Bom, escolher uma profissão já é um desafio desde o primeiro momento. A gente tem o hábito de cobrar muito cedo dos nossos filhos que façam esta escolha. E é uma decisão quase sempre angustiante. Mas eu nunca tive dúvida. Sempre quis ser jornalista. Gostava muito de escrever, de conversar, de saber de gente, ouvir. E penso que estes ‘gostos’ foram fundamentais para que eu me satisfizesse com a profissão que escolhi. Posso dizer que fui e sou muito ‘abençoada’ ao longo destes 22 anos de jornalismo, maior parte deles fazendo jornalismo de televisão. Também fui professora, exercício do qual tenho grande orgulho – não do que fiz, mas dos alunos com os quais pude conviver, acompanhar o crescimento, perceber os frutos.

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(En)Cena – Quando você se interessou pelo jornalismo, como aconteceu essa descoberta profissional e como foi sua primeira experiência de trabalho?

Como disse antes, em casa sempre fui a mais ‘conversadora’. Recebi muitos olhares desconcertantes, daqueles que valiam como reprimenda, na minha infância, porque conversava demais quando as visitas chegavam. Era o tempo de menino ficar calado, quando os adultos conversavam.  Na escola, tinha o hábito de passar nas carteiras, onde estavam os colegas, para ‘fiscalizar’ as tarefas deles e dar palpite, se estavam errando ou acertando. Mas meu jeito peralta e conversador também foi valorizado pelos meus pais. Eles me estimularam a ler muito, escrever o que desejasse. Tanto isso é verdade, que tenho os diários de adolescente, que achava ter jogado fora. Para minha surpresa, quando me casei, minha mãe me entregou os quatro diários (cadernos) cuidadosamente embalados. Ela havia guardado todos com muito carinho. Então, isso tudo me ajudou a ser jornalista. As lembranças, a vontade de conhecer histórias e escrever.

Minha primeira experiência profissional – já formada – foi numa emissora de televisão em Araguaína. Estava recém-formada, retornando para o Tocantins, em 1995, quando fui convidada para ser repórter do Telejornal 7, um noticiário que iria ser criado no SBT, só para a cidade. Lá fiquei por sete meses. Até que fui convidada para cobrir férias da repórter Vanusa Bastos, na TV Anhanguera de Araguaína. Fiz o período de férias dela, depois fui contratada em definitivo pela emissora do Grupo Jaime Câmara, onde permaneci por 20 anos e 11 meses.

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(En)Cena – Em sua trajetória, houve algum momento que fosse complicado pela sua condição de ser mulher? Como você driblou essa situação?

Complicado, não diria. Passei algumas situações de medo, em algumas coberturas. E desafios em viagens. Certa vez, ainda em Araguaína, fomos a uma propriedade que havia sido ocupada por trabalhadores que desejavam terra para reforma agrária. Fiquei receosa. De outra vez, já no Vale do Araguaia, fui com equipe de reportagem, cobrir um protesto de indígenas. Eles haviam apreendido um carro da Funai e estavam mantendo funcionários da Fundação como reféns, até que reivindicações da comunidade fossem atendidas. Também senti medo. Nos dois casos, o ‘drible’ foi manter a postura, não demonstrar o receio e seguir em frente.

(En)Cena – Você pensa que mulheres jornalistas encontram mais dificuldades em ascender na carreira que os homens?

Muito menos agora. Temos vários exemplos de mulheres no topo da carreira no Jornalismo, aqui no Tocantins. No meu caso, fui editora-chefe dos principais telejornais da emissora – JA1 e JA2, depois de ficar 12 anos na reportagem externa.  Com trabalho, conhecimento, disposição, a mulher jornalista, claro, como as demais profissionais, tem a chance de alcançar postos mais altos. A gente sabe que para isso, esta mulher acaba se sobrecarregando porque não deixa de desempenhar as demais funções, que quase sempre ainda lhe são atribuídas: mãe, esposa, um outro emprego para complementar a renda.

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(En)Cena – Você é uma apaixonada pela profissão. Mesmo fora do ambiente de trabalho, o quanto você carrega da jornalista para a casa, a igreja, o lazer, ou esses papeis são bem definidos e separados?

Outro dia participei de uma palestra sobre a mulher da carreira jurídica. E claro, percebi que os desafios e cobranças são iguais. Você pode levar trabalho pra casa, e leva. Mas não pode levar o filho doente para o trabalho. É fato. Por que não? Porque isso demonstraria fragilidade, atrapalharia os colegas? E não atrapalha trazer trabalho para casa? Claro que atrapalha. Você não se concentra totalmente nos filhos, quando faz isso. Mas com o tempo, a gente acaba percebendo que não vale a pena abrir mão do tempo de casa, do lazer, da igreja, por causa do trabalho. É outro desafio saber separar bem estas atividades, mantendo-as ‘intactas’, sem que uma prejudique a outra. Isso é básico para manter a sanidade.

(En)Cena – Para você, foi muito difícil sair da TV Anhanguera após 20 anos de trabalho?

Eu já vinha me preparando para este momento há algum tempo. A gente percebe que as mudanças vão nos atingir e é preciso estar pronta para quando isso ocorrer. Foi o que fiz. Ao longo destas duas décadas, não fiquei só na emissora. Dei aula em Universidades, fiz concurso público, organizei o ‘plano B’, para a hora da separação deste trabalho. Então, foi mais um passo. Como todos os outros que a vida nos leva a dar ou suportar.

(En)Cena – Como você avalia esse posicionamento da emissora de “renovação”?

Não cabe a mim avaliar. É uma decisão da emissora.

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(En)Cena – Sabemos que as novas mídias vêm provocando profundas mudanças e crise nas emissoras de TV e outros meios de comunicação por diversas possibilidades que oferecem a mais. Como você avalia esse momento? Quais as perspectivas para os tradicionais meios de comunicação de massa?

Esta renovação sim, é obrigatória. Penso que as redações regionais não estão devidamente preparadas para este momento, ainda. Mas isso é questão de tempo. O caminho é feito na caminhada. Hoje, é cada vez mais urgente a inclusão do telespectador/internauta/ouvinte na produção do conteúdo jornalístico. Ele quer ser ver sendo atendido em conteúdos específicos. Tem muita informação circulando, mas isso não tira a importância do cuidado com a apuração, com o tratamento da notícia. Temos muitos instrumentos à disposição para atender esta necessidade do consumidor de informações. Mas é preciso saber, com critério, o que ele quer e dar credibilidade e garantia de veracidade na transmissão deste conteúdo.

(En)Cena – Parafraseando Caetano, “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Para você, qual seria a dor e a delícia de ser mulher?

A dor? É parte, é do processo. É da construção. Passa.
A delícia? É o resultado diário, é a caminhada, é o encontro. Fica.

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Rogério Koff: o jornalismo, a ética na corda bamba e o abismo da relatividade

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O portal (En)Cena aproveitou a passagem do professor e conferencista Rogério Koff por Palmas, em sua palestra sobre “Como agir moralmente em um mundo desencantado? – Do mito do ‘bom selvagem’ ao colapso das utopias”, realizada na última sexta, 18, para conversar sobre a polêmica questão do impeachment presidencial e do comportamento dos veículos de comunicação.

Antes de abordar diretamente no assunto, é importante uma breve revisão sobre a discussão em pauta na palestra. Koff, que é filósofo, jornalista e doutor em Comunicação e Cultura, tratou essencialmente da construção do sujeito na história, a ética e o relativismo tão presente na sociedade atual, especialmente a partir de Nietzsche. Ele fez um passeio que começou no risco do autoritarismo quando há uma moral absoluta passando para o outro extremo, onde há risco de relativizar tudo. Mas, o que tudo isso tem a ver com a psicologia?

De acordo com o professor Dr. Adriano Oliveira, que organizou a conferência, “a construção do sujeito no século XIX e no século XX, interessa diretamente ao psicólogo, porque o psicólogo lida com o sujeito no tempo histórico, lida com o sujeito que tem uma determinada construção e a psicologia não consegue dar conta sozinha da construção desse sujeito na elaboração que ele mesmo faz de si, na reflexividade. Então é importante ter o aporte teórico da filosofia, das ciências sociais, da história, da comunicação, para compreender esse sujeito que vai se apresentar ali como representante da cultura dentro do setting terapêutico, como representante do seu tempo”.

Para o professor Adriano, “existem questões que aparecem na clínica que extrapolam questões terapêuticas, são simplesmente verdades daquela pessoa, e o terapeuta se movimentando corretamente dentro de um arcabouço teórico, tem que decidir, o que não vai ser igual para todo terapeuta, como ele vai lidar com aquelas verdades. E ele também vai ser um equilibrista, como falou o Rogério Koff”. Ainda de acordo com Adriano, a maneira como o psicólogo vai lidar com determinadas verdades, até mesmo silenciando, ou simplesmente dizendo algo sem querer determinar como o paciente pensa, “acaba se apresentando como o psicólogo pensa, que o psicólogo tem uma maneira de pensar, que ele tem valores, que ele tem uma ideologia, e ele acaba, segundo Zimmerman, até mesmo servindo como modelo identificatório para esse paciente”.

Partindo destas premissas, o professor Adriano enfatiza o caráter de modelo identificatório do profissional de psicologia, “então é importante o psicólogo refletir sobre esse sujeito do nosso tempo e que subjetividade é essa que vem se construindo ao longo de séculos e chegou até esse momento dessa forma. E nós lidamos com a subjetividade das pessoas para além do nosso tempo”, enfatiza o Dr. Adriano Oliveira.

Pode-se pegar emprestada a fala de Oliveira sobre o modelo identificatório que se torna o psicólogo, mesmo sem querer, e transpor para a realidade do jornalista, que lida com a exposição de recortes de fatos (ou verdades) e que ao expô-las acaba colocando em sua estrutura narrativa sua ideologia, seus valores, seus interesses ou o interesse das empresas de comunicação para as quais trabalha. Por sua exposição como “porta voz de verdades”, o jornalista acaba se tornando um modelo identificatório para um grande público. Quais os limites éticos desta atuação? É uma reflexão tanto para o profissional como para o público.

Em sua palestra, Koff concluiu com a metáfora da corda bamba. Ele destacou que a sociedade atual está buscando um equilíbrio entre verdades que se apresentam. Não há fundamentos sólidos que justifiquem os valores pelos quais caminha a humanidade, por outro lado, relativizar a ética de acordo com a cultura, o tempo, o lugar ou a sociedade, é correr o risco de cair em um abismo. Se por um lado o fundamentalismo enrijece o caminho, também oferece o risco do autoritarismo. Por outro lado o relativismo permite compreender o sujeito de acordo com sua realidade, mas também apresenta o risco de que qualquer ação seja justificável. “Somos equilibristas da contemporaneidade, andando na corda bamba e não caindo no abismo do relativismo”, conclui Koff.

 Abaixo, segue uma leitura do professor Koff sobre o atual momento político, a ética e o comportamento do jornalista:

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(En)Cena – O Senhor poderia fazer um paralelo entre o impeachment de Collor e o possível impeachment de Dilma? É possível encontrar algo em comum?

Rogério Koff – O Collor… hoje você tem uma divisão muito maior. O Collor foi eleito praticamente sozinho, ele foi eleito em um partido minúsculo, se sustentou um pouco mas, ele sofreu o mesmo tipo de investida, de investigação por parte da mídia, que está acontecendo agora, o irmão dele foi à revista “Veja” e fez uma denúncia. O fato é que o Collor era um presidente sem partido, um presidente isolado. Hoje a correlação de forças, não tomando o partido de X ou Y, mas a correlação de forças é muito diferente, porque, hoje, você tem manifestações de forças de um lado e de outro. Quanto ao Collor, ninguém defendeu Collor, ninguém foi às ruas defender Collor. Ninguém.

(En)Cena – E quanto à mídia nesse processo?

Rogério Koff – Eu não demonizo a mídia, eu acho que em alguns casos há exageros. E a mídia… É que não há mídia, há mídias, a “Isto É” não é igual à “Veja”, que não é igual à “Folha de S. Paulo”, que não é igual ao “Estadão”, que não é igual à “Globo”, que não é igual ao “SBT”, nem ao jornal da “Band”. Há perspectivas diferentes, de abordagens diferentes, mas o que eu vejo é que a mídia está fazendo as coisas que ela deve fazer, que é investigar e divulgar, o compromisso da mídia não é com o poder.

Não existe imparcialidade jornalística, eu sou ético se eu levar em conta uma questão intersubjetiva, eu sou ético se eu exerço a minha liberdade de expressão respeitando a minha fonte é tendo compromisso com meu público, eu vejo esse triângulo: o meio de comunicação (o jornalista), a sua fonte, que é aquela pessoa que diz para o jornalista “olha esta acontecendo isso”, se ela diz está acontecendo isso e o jornalista escreve que está acontecendo aquilo, ele traiu a fonte, e o outro vértice do triângulo, e que é importantíssimo, é o público. Quer dizer, um jornalista que se comporta deste modo intersubjetivo, respeitando a sua fonte e respeitando o seu público, ele poderá estar inclusive emitindo uma opinião, ele poderá estar fazendo uma investigação, ele não está sendo imparcial, ele está emitindo uma opinião fazendo uma investigação e não estará extrapolando nenhum limite ético, no meu modo de ver.

As pessoas acham que a ética jornalística é imparcialidade, e não é, é respeito à fonte, é respeito ao público e respeito às pessoas que são retratadas também. Se alguém é flagrado numa conversa telefônica falando sobre com burlar determinada coisa, eu publico porque meu público tem direito a saber isso. Se eu flagro alguém numa conversa e o cara está dizendo “ah, eu tenho uma amante”, e eu publico isso, eu não estou atendendo a interesse público, eu estou sacaneando o cara, estou  fazendo sensacionalismo. Então existe essa correlação. É muito difícil, isso tem haver com o que eu estou dizendo, é muito difícil dizer o que é certo e o que é errado.

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(En)Cena promove oficina de produção textual para equipe

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Treinamento visa implantação do projeto “Psicorepórter”, que irá envolver acadêmicos de Psicologia no cotidiano do curso
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O (EN)CENA ofereceu à sua equipe, na noite do dia 04/03/2016 (sexta-feira), uma oficina de produção textual, que ocorreu na sala 518 do CEULP/ULBRA. O objetivo é formar redatores e incentivar a escrita. O evento contou com a participação de sete acadêmicos e, em breve, será estendido para outros estudantes interessados em participar da ação.

A oficina é uma iniciativa do curso de Psicologia e foi conduzida a partir de técnicas jornalísticas de elaboração de notícias curtas. A ação está de acordo com as diretivas da coordenação de Psicologia, cujo objetivo é envolver os acadêmicos no cotidiano das diversas disciplinas oferecidas pelo curso. “É uma maneira interessante e participativa no sentido de fazer com que o futuro psicólogo se aproprie das atividades rotineiras do curso. A dinâmica, assim, visa com que todos avancem no processo educativo, de forma contínua e consistente”, assegura a professora Dra. Irenides Teixeira, coordenadora do curso.

O ministrante da oficina e professor Sonielson Sousa acredita “que o projeto é de extrema relevância porque envolve o acadêmico em três aspectos indispensáveis à formação: contato frequente com a escrita, divulgação de sua produção e, por fim, participação direta nas atividades do curso”.

Uma das participantes da oficina, Ismarina Ferreira Fernandes, acadêmica de psicologia, relatou ter gostado muito, pois aprendeu “uma nova forma de expor um assunto”, além de ter ampliado a “aquisição de conhecimento”.

A atividade escrita facilita a organização do pensamento, bem como o desenvolvimento da criatividade. A oficina, assim, reforça as diretivas da coordenação de Psicologia, bem como do próprio CEULP/ULBRA, que é estimular o processo de formação do acadêmico crítico e instigar a curiosidade do mesmo a buscar novos olhares para os fenômenos, a partir da produção de notícias.

A oficina é o primeiro passo para o projeto “Psicorepórter”, que nos próximos dias envolverá uma gama de acadêmicos de Psicologia. Em breve, o (En)Cena publicará mais noticias sobre o tema.

 

+INFORMAÇÕES

(En)cena

Local: CEULP/ULBRA – sala 518

Data da realização: 04/03/2016

Oficina de elaboração de notícias

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A nova roupa da credibilidade – (En)Cena entrevista o jornalista Carlos Moreira

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Não é de hoje que os formatos de programas de TV, rádio e outros veículos estão sofrendo alterações, mas quando o assunto é o jornalismo as mudanças podem ser mais lentas e sutis.

O leitor, o telespectador, o ouvinte, passou a fazer parte da maioria dos noticiários, usando das mais variadas ferramentas tecnológicas para interagir com quem antes “dava as cartas”.

Mesmo assim para muita gente essa participação ainda causa espanto e a quem torça o nariz para a conduta de alguns jornalistas. Mas será que o modo de falar, a roupa, o cabelo, os adereços, pode influenciar no resultado final da mensagem executada?

Na busca por essa resposta, nós do (En)Cena procuramos um jornalista experiente, que hoje vive aqui no Tocantins.

Repórter de rede na TV Anhanguera afiliada da Rede Globo de Televisão, Carlos Moreira respondeu algumas perguntas relacionadas ao tema.

Carlos Moreira tem 14 anos de experiência no jornalismo. Produtor, editor, editor-chefe, apresentador, repórter e repórter nacional da TV Globo. Palestrante em cursos práticos de telejornalismo. Vencedor do Prêmio ACERJ, melhor cronista esportivo do Rio de Janeiro, categoria televisão, no ano de 2012. Atualmente, é chefe de redação e repórter do Núcleo Rede Globo, no Tocantins.

(En)Cena: O que você acha da interatividade dentro dos telejornais?

Carlos Moreira: Hoje, a interatividade é estratégica para um telejornal. Ela traz dinamismo, aproxima o telespectador do produto. Ainda há muito que avançar nesse aspecto, achar os formatos ideais e eficientes, mas o telejornalismo brasileiro já começa a entender essa lógica. A repercussão e desdobramentos de uma reportagem exibida num determinado telejornal, por exemplo, em poucos segundos, ou minutos, repercute na internet, nas redes sociais. E o telespectador é o agente principal disso. Esse já é um grande passo de interatividade.

O telespectador não apenas assiste passivamente, e sim provoca desdobramentos, amplia discussões, encontra novos pontos de vista. Aplicativos como o QVT (QUERO VER NA TV), da TV Anhanguera, também reforçam a interatividade com o público. É uma ferramenta extraordinária, que aproxima a comunidade dos telejornais da emissora. E o melhor de tudo é que essa relação não fica no virtual. Na grande maioria das vezes, as demandas apresentadas pelos internautas/telespectadores são resolvidas “in loco”. A internet é uma grande aliada da interatividade. Os veículos que compreenderem isso e investirem nessa integração de plataformas, sem dúvida, estarão à frente.

(En)Cena: Na sua opinião, qual a principal mudança do jornalismo dos últimos 20 anos?

Carlos Moreira: No jornalismo, de forma geral, a pluralidade. A quantidade de informação produzida no mundo, hoje, é fascinante. Obviamente, existem questionamentos, mas o acesso à informação é muito maior, melhor e plural.

Mais uma vez, podemos destacar a internet como protagonista nessa transformação.
Especificamente no telejornalismo, a mudança mais visível foi na linguagem, a busca pela naturalidade. A desconstrução do tom “professoral”.

Jornalistas, repórteres, apresentadores mais humanos e menos robotizados.

(En)Cena: A forma de se vestir de apresentadores e repórteres, pode influenciar no resultado final da notícia?

Carlos Moreira: Sim, acredito que isso possa influenciar na recepção da mensagem. Um figurino muito extravagante, por exemplo, pode roubar a atenção do telespectador. Quando somos estimulados a aprender, a receber informação, ativamos os nossos sentidos. Se por algum motivo esses sentidos forem desviados do objetivo principal, no caso entender uma notícia, a comunicação falha. Quem nunca parou pra reparar a gravata torta de um apresentador, o brinco ou cabelo de uma repórter, ou num figurino exagerado e, no fim das contas, perdeu a notícia? Entretanto, tudo pode variar de acordo com o público, a faixa etária, etc.

(En)Cena:  Você acredita que veículos como rádio e TV, migrem para internet?

Carlos Moreira: Essa fusão de plataformas já começou. Mas não enxergo como “o fim” desse ou daquele meio de comunicação. A internet é o conjunto de todos eles. Vídeos, áudios, textos, fotos, etc. Acredito na integração. E como podemos levar a internet pra quase qualquer lugar, ela tem o papel natural de liderar essa integração dos meios.

(En)Cena: Qual a principal diferença entre a linguagem usada na internet e nos demais veículos de comunicação?

Carlos Moreira: A internet é ilimitada, infinita. Está em permanente construção, transformação. É um meio democrático, plural. Trabalha com todos os públicos e linguagens. Se você gostou, clica e vê, ouve, interage. Não gostou, fecha e navega pra próxima. TV tem uma linguagem própria. O rádio outra. O jornal impresso também. Mas todos eles cabem na internet. E esse é o grande desafio, é um estímulo para os veículos. Integrar-se à internet. Esse, sim, é um caminho sem volta. A internet já é o presente. É a realidade da comunicação mundial.

Esta semana, li que o “The New York Times” e a BBC vão publicar conteúdo diretamente no Facebook. A comprovação da dimensão que a internet tomou. A confirmação do quanto ela é vital para o jornalismo. Já se discute a produção de cinema com câmeras GO-PRO e iPhone. Fazer filme, novela, séries, em altíssima definição, com um celular e alguns acessórios, até pouco tempo era algo inconcebível.

Era preciso gastar milhares de reais em um caminhão de equipamentos. Daqui pra frente, o domínio das tecnologias e ferramentas fará toda a diferença entre o fracasso e o sucesso dos profissionais e dos veículos.

(En)Cena: Você concorda com o envolvimento emocional de apresentadores e repórteres na hora de dar uma notícia?

Carlos Moreira: Como fingir tranquilidade no meio de uma guerra? Como ser indiferente diante de uma tragédia? Como esconder a alegria diante da conquista de um ouro olímpico? Quando penso na imparcialidade, sempre me remeto à ética, à apuração precisa, penso em fidelidade ao fato, sem julgamentos, opiniões. Mas se estamos na frente da câmera para representar o público, e seja quem for o nosso telespectador, além dos olhos, precisamos ser também os ouvidos, o nariz, as pernas, os braços, e, na minha opinião, o coração de quem se depara com uma notícia. E por mais que nos preparemos para determinadas situações, o choro, a dor, a revolta, a indignação vão nos acompanhar. Como em tudo, é preciso ter discernimento. Mas esconder impressões – o que é diferente de expor opiniões – pode ser uma grave distorção do fato.

Recentemente, a repórter Carol Barcellos, do programa Planeta Extremo, da Rede Globo, fazia uma entrevista no Nepal e começou um terremoto. A reação dela foi de pavor. Nada mais humano e, naquele momento, mais jornalístico diante da situação que a jornalista vivia. O parceiro dela, Clayton Conservani, também participou da cobertura. O cansaço, a tristeza, o estresse, os medos eram visíveis. Ele estava quase sem voz. Mesmo assim, fez várias reportagens e entradas ao vivo. Se partirmos do princípio do “isolamento emocional”, os dois não fariam o trabalho brilhante e marcante que fizeram.

(En)Cena: É possível afirmar que a naturalidade se aproxima da displicência, quando o assunto é noticiário?

Carlos Moreira: Não. Naturalidade é naturalidade. Displicência é displicência. No meu ponto vista, naturalidade é fazer com fluidez. Displicência é fazer de qualquer jeito. Entendo que se soar artificial, displicente, não pode ser natural. Se o sentido é tornar nossos telejornais mais próximos, interativos, objetivos, o caminho é ser natural. E ser natural, nesse caso, é usar as suas próprias características para transmitir a informação de forma eficiente e se comunicar com veracidade.

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Jornalismo? E eu com isso.

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Logo ao acordar foi dizendo “bom dia comunidade”, e relatando fatos de pessoas que nunca vi na minha vida. Uma mãe que chorou, um homem que fugiu, outro que morreu afogado e um outro que morreu de amor.

Dentro da lotação a caminho do trabalho, dizia em alto e bom tom que o nordeste pedia água e soluçava de fome. Esfregou na minha cara, como conta vencida, através de um papel com cara de sujo, que as taxas vão deixar minha conta bancária no vermelho.

Quando cheguei ao trabalho, apareceu na tela do meu monitor contando que atriz fulana de tal esta de dieta, depois que o ator cicrano anunciou o fim de um casamento que havia durado apenas três dias… Os três dias mais longos de sua vida.

Quando voltei pra casa, um casal simpático me dizia “boa noite” trazendo nas bochechas a câimbra de um sorriso aeróbico depois de chorar contando tantas desgraças.

Fui dormir pensando: Se ele vive me acompanhando em cada passou que dou, eu quero vingança. Quero passar o resto dos meus dias contando tudo de todos, para todo mundo. Especialmente para aquela senhora de sorriso fácil que contava histórias durante a viagem de lotação. Quero alimentá-la de fartos causos para que, assim, ela sempre tenha assunto, e eu tenha sempre prazer em entrar naquele ônibus sabendo que o motivo daquele sorriso fácil, foram as boas novas que eu contei a ela, enquanto ela preparava o café.

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As mil e uma facetas de Sheherezade

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O fenômeno do telejornalismo jornalismo midiatizado dos últimos tempos tem sido Rachel Sheherezade. Entendo por telejornalismo midiatizado como uma estratégia bem elaborada que traz alguns elementos característicos: o (a) jornalista como um ator-atriz com rosto jovem e bonito, traços e cacoetes bipolares, retórica sedutora e capacidade para ancorar e provocar polêmicas das mais variadas situações; a notícia é editada de forma apressada permitindo ao final caras, bocas e entonação de voz aprovadora ou condenadora; cenário e iluminação que fogem ao azul-jambo pardo dos que já se condicionaram à estética da rede de TV considerada mais poderosa no país e, por fim, a extensionalidade da personagem construída pelos processos midiáticos para convergir em multiplataformas comunicacionais disponíveis na atualidade (da TV até blogs, bloguetes e grandes redes sociais).

Sheherezade cumpre muito bem este cardápio estabelecido. Por detrás dele, recordo Eliseo Verón, um estudioso argentino radicado na França, ao trazer em décadas passadas a reflexão sobre as gramáticas de produção e de reconhecimento de sentidos. Sheherezade expressa uma gramática de produção de sentidos para o contrato de leitura audiovisual que os telespectadores que possuem inúmeras gramáticas de reconhecimento daquilo veiculado por ela e rede de representação. Recordemos, também, desculpem-me pelo tom “aulesco”, das reflexões que Martín-Barbero, outro estudioso da Comunicação, levantou a partir das teorias da recepção. A cada segmento sócio-cultural e seus espaços sócio-políticos situados mil e, das múltiplas possibilidades de ancoragem nas mensagens para as interpretações diferenciadas.

Rachel Sheherezade é uma versão também inteligente de Sherazade (Xerazade), sim, aquela esposa do rei traído que a cada nova esposa cortava-lhe a cabeça no dia seguinte à noite que passavam juntos. Sherazade contava uma história que o distraía, deixava ganchos e acumulava-o de curiosidades. A jornalista Sheherezade utiliza-se dessa artimanha, ela conseguiu trazer a ideia de rei para o povo. Aqui moram questões para estudos acadêmicos e atenções aos riscos políticos, porque desperta paixões e pode conclamar mais às irracionalidades latentes da população.

A esposa pela mídia não busca o convencimento dos seus opositores e nem aliados, ela deseja despertar a indiferença do rei. Um rei adormecido que pode despertar ensandecido com práticas totalitárias e revanchistas, a espelhar e devolver o que os poderes executivo, legislativo e judiciário têm-lhe deixado de fazer. O conservadorismo romântico fascista ai reside.

Cutucadas e posts de Facebook contra ou a favor apenas desafogam os egos dos “faiceiros” fashionistas. As mil e uma caras de Sheherezade chegam às casas pelas TVs e pelo boca a boca. O fenômeno passa, quem se recorda de Casoy como “Isto é uma vergonha”. Mas dessa vez, um povo-rei pode se levantar e colocar mais déspotas iluminadamente esclarecidos no poder.

(Fonte: Domínio público/ Internet)

Sheherezade chega aos lares convencionais, aos postos de gasolina, às farmácias, até às prisões femininas… Por um acaso, quantos de vocês sabem o número de TVs de 14 polegadas existentes em celas das prisões? Quais os significados de direitos fundamentais constitucionais que esta hipodérmica agulha midiática está contribuindo para engendrar? A jovem senhora circula entre os campos da comunicação e da política (é servidora licenciada do Tribunal de Justiça da Paraíba), de uma forma ou de outra, também sabe manejar algumas táticas para estabelecimento de habitus a la Bourdieu…

Está na hora, de regionalmente, também, chamar o pessoal inteligente e comprometido das Academias, gente que pensa da mídia local, Ministério e Defensoria Públicos, Magistratura e representações políticas como a dos movimentos sociais “menos festeiros” para ESTUDAR esses fenômenos e dar respostas mais concretas, Sheherezade é apenas um dispositivo, que se continuar bem acionado construirá escola ultraconservadora.

Enquanto ela tem mil facetas nós temos apenas uma, bem daquele estilo: “Notícia, vem cá… senta no meu sofá que vou falar sobre você.” Em tempos de multiplataformas de ancoragem ser anzol não funciona.

Em contraponto ao dito por Foucault – Eu penso em As mil e uma noites: falava-se, narrava-se até o amanhecer para afastar a morte, para adiar o prazo deste desenlace que deveria fechar a boca do narrador – agora, fala-se, narra-se no prime time para adiantar o momento em que a boca do receptor deve se abrir… o problema é em quais circunstâncias isso ocorrerá.

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Viu as notícias ultimamente? Que Loucura!

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Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte.”– Gabriel García Marquez

Eu estou sendo jornalista há pouco mais de um ano. O perdão pelo gerúndio descarado logo na primeira sentença deste texto virá com a explicação de que para mim, ninguém é jornalista, ninguém “é”, em um sentido de completude, em uma profissão, que, como o jornalista colombiano Gabriel García Márquez bem definiu, “torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte”.

No meu fazer diário, na minha rotina, na esperança e no medo que me acompanham, diuturnamente, eu estou sendo jornalista. Dá vontade de ser astronauta, de ser ponta direita do Botafogo, de ser Rei e de ser malabarista, dá vontade de ser sério, de ser regrado, de ter horário, de não ver, de deixar para lá, de esquecer, de voltar e de mudar, dá vontade de um monte de coisa e não dá vontade de nada.

Dá até vontade de escrever em primeira pessoa, coisa que seria tirar o jornalista, escravo do relato, de seu território. Calha que esse texto é justamente sobre isso, sobre desterritorializar.  Vou sendo então jornalista, mas desjornalizado.

Eu acordo, ligo o computador, busco café, bebo o café e vejo as notícias, leio o que já sei, leio o que não sei, leio o que nunca vou saber. Me encanto pelo começo, morro de tédio no meio e acho um absurdo no fim, levanto, almoço, converso, dirijo. Boa Tarde! Trabalho!

Leio jornais, revistas, panfletos, livros, bulas, anúncios, rabiscos, grafitis, e leio televisão, leio rádio leio falas, rostos, choros e gritos. Estar sendo jornalista me impede de deixar de ler, e eu gosto disso.
Escrevo com aspas, escrevo sem aspas, escrevo no futuro – para adiantar a novidade, escrevo no passado – para mostrar que o fato existe, escrevo no presente como obrigação maior que tudo. Quando escrevo leio de novo, depois outros leem.

Ando nas ruas, encontro pessoas, falo com pessoas, pergunto da vida, da escola, do trabalho, da rotina, da leitura, da comida, do preço, dos segredos, da alegria, da tristeza, da morte, pergunto se ofende, se responde, se reclama, se dói, se esquece, se mudou, se ficou, se deixou, se tramou, se fechou, se abriu, se vai concertar, se vai prevenir, se vai procurar, se vai descobrir.

Penso em fotos, fatos, figuras, formações, falcatruas, em maneiras, mentiras, momentos, matrizes, mercadorias, medidas, penso em pautas, em pontos, em programas, em pílulas, em posturas, em palavras, em porquês, em como, quando, onde, quem. Eu faço, corro, canso, grito, falo, pergunto, replico e treplico.

Eu sento, olho no relógio, olho para a página em branco, olho para o texto rabiscado as pressas, olho para os dedos, levanto, bebo água, bebo café e depois bebo água, eu sento, eu olho para o relógio e escrevo : “Morte em estradas têm alta no carn-“ eu apago, eu escrevo: “Aumentam mortes em estr”, eu apago e escrevo “Estradas do Tocantins, têm alta em-“, eu levanto, eu olho pela janela, eu sento e escrevo “Mortes em estradas aumentam”.

20 linhas, 25 linhas, 30 linhas, abre aspas, Nós acreditamos que a falta de prudência dos motoristas aliada a péssima condição das estradas contribuem para a alta taxa de acidentes com vítimas fatais nessa época do ano, fecha aspas. Dados, números, contagem, fala de vítima não fatal, fala de familiar em velório, fala de prefeito, ex-prefeito, policial, testemunha. Fecha, corrige, apaga, conserta, troca, muda, repõe, assina, entrega. Vê a foto, aumenta a foto, meia página, título, olho, assinatura.

Daí vou para casa, só pra relaxar, ligo o computador e vou ver como está o mundo… viu as notícias hoje? Tá uma loucura lá fora!

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