Livro da Galera Record ganha edição americana

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O romance ‘Where we go from here’, publicado por uma das maiores editoras dos Estados Unidos, é tradução de ‘Você tem a vida inteira’, do brasileiro Lucas Rocha. A obra conta a história de três jovens entrelaçadas pelo vírus HIV. “O livro mostra que o principal desafio do soropositivo hoje é o estigma”, afirma a editora-executiva Rafaella Machado, que, à frente da Galera Record, consolida um trabalho pioneiro de dar voz à diversidade. 

Primeira editora a publicar um livro jovem com protagonista homossexual, a Galera Record teve seu trabalho reconhecido internacionalmente com a chegada ao mercado americano de ‘Where we go from here’, tradução de Você tem a vida inteira, de Lucas Rocha. O romance, que trata sobre o preconceito enfrentado por jovens soropositivos, foi apresentado por Rafaella Machado, editora-executiva da Galera Record, a David Levithan, diretor editorial da Scholastic, uma das maiores editoras dos Estados Unidos. “Conheci o David, que também é autor de livros para jovens, numa Bienal do Livro, e o apresentei ao título. O que mais chamou a atenção dele foi a forma como Lucas abordou a temática do HIV. É uma leitura importante para desconstruir o preconceito”, observa Rafaella Machado. O livro de Lucas Rocha foi um dos três selecionados para o Kit Gay, lançado pela Galera Record em 2018, e foi um dos títulos distribuídos pelo influenciador Felipe Neto na Bienal do Livro de 2019 em seu protesto contra a tentativa de censura do Prefeito Crivella.

A trama de Você tem a vida inteira começa com Ian, que recebe o resultado positivo do teste de HIV. No centro de tratamento onde fez o exame ele conhece Victor, cujo resultado foi negativo. Victor ainda está irado com Henrique, o rapaz com quem está saindo, por ele ter contado que era soropositivo apenas depois que eles transaram – embora tenha se precavido e usado camisinha em todos os momentos.  Já Henrique está gostando de verdade de Victor e, por isso, tomou a decisão de se abrir sobre o HIV. Suas experiências anteriores no assunto não foram muito boas, e ele ainda reluta em acreditar que possa amar alguém de novo. Por meio destes três personagens, ele narra os medos, as esperanças e o preconceito sofrido por quem vive com HIV. Tudo isso numa prosa delicada e embalada também por humor, referências pop e personagens secundários cativantes – de diversos gêneros, cores e sexualidades. “Ainda temos inúmeras vozes em silêncio na comunidade onde estou inserido – da sigla LGBTQIA+, a maior parte das narrativas que vejo são G, e vou ficar muito feliz quando todas as outras letras também tiverem seu espaço de destaque, principalmente na literatura jovem brasileira”, defende Lucas Rocha.

Destaque no exterior e SUS em debate

O editor brasileiro Orlando dos Reis, colaborador da Scholastic, em entrevista ao site Publisher’s Weekly, lembrou de quando leu o original em português pela primeira vez – e se encantou imediatamente: “Ao meio do capítulo quatro, comecei a traduzir. Pensei: ‘Alguém mais precisa ler isso. Não posso ser o único”, entusiasmou-se o editor brasileiro. Depois de publicado, o livro recebeu destaque da editora norte-americana. Em meio aos quase quatrocentos títulos publicados anualmente, a Scholastic escolhe três para “leitura obrigatória” aos funcionários para a convenção anual, e ‘Where we go from here’ foi uma delas. Rafaella Machado, que  participou da Convenção, a convite de Levithan, comenta o sucesso do título na nova casa. “Um ponto do livro que impressionou os funcionários da Scholastic, especialmente neste contexto de pandemia, é a assistência do serviço público brasileiro de saúde ao portador de HIV, que é uma referência mundial”. No livro, Lucas destaca na trama o desempenho do Sistema Único de Saúde brasileiro, o SUS.

3 perguntas para Rafaella Machado

A editora-executiva da Galera Record, Rafaella Machado, faz parte da terceira geração da família no comando do Grupo Editorial Record, fundado por seu avô, Alfredo Machado, em 1942 – Alfredo tinha o sonho de vender livros como ‘um produto de massa’, que todos pudessem comprar. Depois de passar pelo marketing da empresa, Rafaella assumiu a editora Galera Record com a missão de buscar novos autores, com a formação de novas gerações de leitores, sempre preocupada com a inclusão de temas e pautas de representatividade, e captar tendências editoriais.

Qual é a importância do livro do Lucas Rocha hoje?

Rafaella Machado: Há 20 anos, muitos livros e filmes para jovens falavam sobre o perigo do HIV. Agora que o vírus está sob controle, e o Brasil é referência no tratamento, existe uma carência de livros que falem sobre a verdadeira epidemia que circunda os soropositivos, que é o preconceito e a intolerância. O livro do Lucas mostra que o principal desafio do soropositivo hoje não é mais a doença e sim o estigma pessoal.

Como surgiu a ideia de apresentar o livro ao David Levithan?

R. M: Eu conheci o David aqui no Brasil, quando ele veio para a Bienal de 2018 e conversamos muito sobre a importância de livros LGBT contra o autoritarismo e homofobia, especialmente nos Estados Unidos do Trump. Quando acabou a Bienal, o David foi conhecer a sede do Grupo Editorial Record, em São Cristóvão, no Rio, e ele me perguntou qual livro do selo que mais me empolgou ultimamente. Entreguei um exemplar para o David e nunca pensei que ele encontraria alguém para ler o original em português.

Levithan é uma referência no mercado jovem. Como é sua relação com ele?

R. M: Eu me inspiro muito no trabalho dele. Foi para ele que liguei quando o Crivella tentou censurar os livros gays na Bienal e falar com ele reforçou para mim a responsabilidade social de um editor jovem na luta contra o silenciamento, o tabu e preconceito, seja de pessoas homoafetivas ou qualquer outro tipo de minoria.

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CAOS 2019: Despatologização e inserção social de pessoas “trans” é tema de minicurso

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Para o minicurso, Lucrécia falou um pouco sobre sua experiência como mulher transexual, relatando suas dificuldades com o mercado de trabalho e outros dispositivos sociais.

No dia 21 de maio, ocorreu na sala 221 do CEULP o minicurso Despatologização e inserção social de pessoas “trans”, ministrado por Lucrécia Alves Barbosa, licenciada em Geografia e especialista em Psicopedagogia Educacional. O minicurso, dentre outros oito, fez parte da programação da quarta edição do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS).

Para o minicurso, Lucrécia falou um pouco sobre sua experiência como mulher transexual, relatando suas dificuldades com o mercado de trabalho e outros dispositivos sociais. Segundo ela, “a pessoa trans tem acesso a tudo, mas não tem permanência, pois tudo é moldado para as pessoas cisgênero”.

Fonte: Acervo Pessoal

Lucrécia também apresentou sobre o conceito de gênero, a sigla LGBTQIAP +, feminismo, o boneco do gênero, que identifica o que é identidade de gênero, orientação sexual, sexo biológico e expressão de gênero e sobre transexualidade e sua despatologização, que é a retirada de sua característica como doença.

Por fim, Lucrécia propôs uma atividade para os participantes do minicurso, que consistiu em dividi-los em grupos e montarem a apresentação de um texto que ela disponibilizou, sobre uma pesquisa realizada com psicólogos de várias abordagens, no intuito de compreender suas opiniões sobre a despatologização da transexualidade. Todos apresentaram e deram um feedback positivo sobre o minicurso.

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#Caos2019: Relações parentais em famílias com filhos LGBTs

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Minicurso é parte da programação do CAOS 2018 que acontece no Ceulp até o dia 25 de maio

Ocorreu na tarde dessa terça-feira (21) nas dependências do CEULP/ULBRA, o minicurso “Relações parentais em famílias com filhos LGBTs” como parte da programação do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – CAOS 2019. A atividade foi conduzida pelo psicólogo Ulisses Franklin Carvalho da Cunha.

A temática apresentada por Ulisses, é resultado da sua Tese de Conclusão de Curso, e faz uma reflexão sobre as relações maternas e paternas a partir da revelação da homossexualidade dxs filhxs. O psicólogo desvendou mitos e verdades, apontando influências sociais, culturais e religiosas que envolve o processo.

Fonte: Acervo Pessoal

Trouxe ainda, relatos de mães e pais, fazendo uma associação com os processo de luto, que são basicamente: raiva, negação, barganha, depressão e aceitação. Esses processos seria uma consequência da morte simbólica dos sonhos e das expectativa que, antes mesmo de nascer, os pais já depositam nos filhos.

Ao final, Ulisses trouxe reflexões importantes para a prática profissional, esclarecendo que “a ciência ainda não definiu ao certo o que é a homossexualidade e acredito que pela singularidade dos indivíduos, isso não será possível, mas precisamos saber com clareza o que a homessexualidade não é, pois assim, poderemos ter uma prática profissional mais assertiva e mais condizente com a realidade vivida”.

Ulisses Franklin Carvalho da Cunha é Psicólogo egresso do Ceulp/Ulbra. Atua como Psicoterapeuta Clínico e é mestrando no Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente. Possui interesse em temas relacionados à interface Psicologia – Educação – Saúde – Meio Ambiente, e em bem estar existencial nas suas múltiplas dimensões. Atualmente exerce cargo efetivo de Técnico de Nível Superior junto à Universidade Estadual do Tocantins – UNITINS, atuando como Psicólogo Educacional e Responsável Técnico pelo Núcleo de Apoio Psicossocial e Educacional (NAPE).

Fonte: Acervo Pessoal
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Em encontro de travestis e transexuais, defensora pública fala sobre acesso ao direito e preconceitos

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“Após se perceberem de um gênero diferente que lhes foi atribuído no nascimento, essas pessoas passam a enfrentar uma verdadeira luta para viverem em sua identidade. Além de um risco constante de serem vítimas de violência, não contam com uma legislação que as protejam, são excluídas do mercado de trabalho, têm enorme dificuldade para acessar o serviço de saúde, são hostilizadas, violentadas e sofrem, frequentemente, com a incompreensão e rejeição familiar.” Este foi um dos pontos abordados pela defensora pública Letícia Amorim em palestra no 1° Encontro de Travestis e Transexuais do Tocantins, na última sexta-feira, 7.

Coordenadora do Núcleo Aplicado de Defesa das Minorias e Ações Coletivas (Nuamac) Palmas, Letícia Amorim abordou a dificuldade no acesso ao direito e o preconceito da sociedade aos transexuais e travestis, bem como à toda comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Intersexuais (LGBTI). “Em 2018, comemora-se 40 anos do movimento LGBTI no Brasil, mas o marco não é o suficiente para que as propostas que asseguram direitos a gays, lésbicas, bissexuais e pessoas trans sejam aprovadas no Congresso”, disse a Defensora Pública.

Fonte: encurtador.com.br/GJRU4

Letícia Amorim falou também sobre o atendimento dos Nuamacs, que têm entre suas atribuições fomen­tar as políticas públicas em defesa dos direitos das minorias, como na defesa da população LGBTI, ques­tões de sexualidade e gênero, bem como fomentar políticas públicas de desenvolvimento e defesa dos direitos humanos.

Diversas pautas voltadas para o público LGBTI integram a atuação dos Nuamacs, dentre elas: nome social, plano municipal de direitos humanos, tratamento hormonal, atendimentos individualizados em casos de homofobia e transfobia, adoção e união estável para casais homoafetivos, dentre outros.

Encontro

O 1° Encontro de Travestis e Transexuais do Tocantins foi realizado pela Associação das Transexuais e Travestis do Tocantins (Atrato) nos dias 6 e 7 de dezembro, e contou com apoio da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), entre outros parceiros: Instituto Equidade Tocantins, Secretaria Estadual de Cidadania e Justiça (Gerência de Políticas LGBTI), Secretaria Estadual de Saúde (Gerência de IST/HIC-AIDS/HV), Secretaria Municipal de Saúde, Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Tocantins (OAB-TO), Universidade Federal do Tocantins (curso de Enfermagem), Universidade Luterana do Brasil (curso de Psicologia) e Conselho Regional de Psicologia

A programação foi realizada no auditório da DPE-TO, em Palmas, e contou com palestras e debates sobre temas diversos, em especial os relacionados à saúde.

De acordo com a presidente da Atrato, Byanca Marchyori, o Encontro objetivou promover não só o empoderamento das pessoas trans e travestis, mas, principalmente, o mapeamento da atuação destas classes, o que pode facilitar o estabelecimento de políticas sociais, de segurança, educativas e da saúde para este público.

NUAmac

Desde o ano de 2017, O Nuamac Palmas leva atendimento jurídico ao público LGBTI em razão da Semana da Diversidade Sexual do Tocantins – Parada LGBTI. Dentre as atividades realizadas pelo Nuamac, destaca-se a visita aos pontos de prostituição da Capital a fim de identificar as principais necessidades de atendimentos jurídicos das pessoas atendidas.

Para Letícia Amorim, no mercado de trabalho a sociedade e as políticas públicas ainda estão longe de promover a inclusão à população trans. Segundo a Defensora, a falta de oportunidade no mercado de trabalho deságua em outros graves problemas, tais como o suicídio. “É necessário ampliar o acesso desta população à prevenção, proteção e assistência à saúde, além de ofertar atenção integral às suas necessidades”, disse.

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#CAOS2018: tecnologias de avaliação psicológica para cirurgia trans é tema de minicurso

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O minicurso é parte da programação do CAOS 2018 que acontece no Ceulp até o dia 25 de maio

Ocorreu nesta quarta-feira, dia 23 de maio de 2018, no Ceulp/Ulbra, o minicurso “Tecnologias de Avaliação Psicológica para cirurgia trans” ministrado pela psicóloga e profa. Me. Ruth do Prado Cabral, que faz parte da programação do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – CAOS.

Foto: Laryssa Araújo.

Para falar sobre avaliação psicológica e suas tecnologias na população trans, Ruth Cabral primeiramente conceituou a transexualidade e as características presentes nessa comunidade. E a partir disso, apresentou o papel do psicólogo avaliação do indivíduo que está nesse processo transexualizador, cujo é realizado no SUS e regulamentado pela Portaria 457, de 19 de agosto de 2008. Nisso, professora alertou que “permitir a pessoa ser quem realmente ela é e como se expressa é um processo humanizado”. Além disso, os acadêmicos tiveram a autonomia de pesquisar e divulgar dados quantitativos sobre as cirurgias trans no Brasil durante o minicurso.

Figura desenhada por uma acadêmica para facilitar a compreensão do tema. Foto: Laryssa Araújo.

Para Vinícius Nascimento o minicurso foi importante por promover informações aos acadêmicos de psicologia leigos em relação à transexualidade e por agregar conhecimento aos que já sabiam de algo a respeito, pois a avaliação psicológica para essa população até então não havia sido tratada no curso. Para ele, também é de grande valor a explanação da dificuldade que consistem o processo de avaliação psicológica e de diagnóstico para que o indivíduo consiga realizar a cirurgia. Além disso, afirma que essa população tem particularidades que são diferentes do que os estagiários estão acostumados em atender na clínica.

Quem é Ruth do Prado Cabral

Possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2005) e Mestrado Interdisciplinar em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Goiás (2014). Discente do Doutorado em Psicologia Clínica pela Puc-GO. Atualmente é professora no curso de pós-graduação do Centro de Ensino Capacitar, professora na pós-graduação em Análise Comportamental Clínica (IGAC-GO), professora do CEULP-ULBRA, professora de pós-graduação latu senso da Fundação UNIRG. Atuou na área de Avaliação Psicológica na- Conceito- Excelência em Medicina do Trabalho, e professora – Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Atua como Psicóloga Clínica (comportamental). Tem experiência na área de docência, psicologia Clínica e Supervisão em Clínica e Avaliação Psicológica. Atualmente a área de pesquisa refere-se a temática de Sobrecarga Familiar.

 

 

Mais informações podem ser obtidas no site do evento: http://ulbra-to.br/caos/edicoes/2018#programacao

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Saúde e Acolhimento das Pessoas Trans é tema de 4º Fórum Permanente de Saúde Mental

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O evento aconteceu no dia 3 de abril, as 14h, no Auditório Central do Ceulp. Fizeram parte da mesa como mediadores: Dhieine Caminski (Psicóloga Especialista em Saúde da Família e Gerente de Saúde Mental da Secretaria de Saúde de Palmas), Byanca Marchiani (Presidente da Associação das Travestis e Transexuais do Estado do Tocantins), Jéssica Bernardo Rodrigues (Área Técnica do Departamento de Apoio à Gestão Participativa/SGEP/MS). O evento foi voltado para a importância de um profissional da área de saúde estar bem preparado para efetuar um acolhimento humanizado aos transexuais.

Bianca relatou que não teve muito apoio de associações durante seu processo transexualizador, já que aqui no Estado do Tocantins as mesmas são escassas. Com 7 anos usando hormônio, surgiu nela a necessidade de organização, como a aceitação do nome social e uma boa elaboração do serviço de saúde publica para este publico. Declarou sentir muita necessidade de uma história de mudança da narrativa de vida dos transexuais, já que a maioria se encontra na prostituição.

De acordo com dados da Atrato – Associação Das Travestis e Transexuais Do Estado Do Tocantins, foi registrado que 90% dos travestis e transexuais que residem em Palmas estão na prostituição por falta de oportunidades de trabalho. O quadro de escolaridade se encontra com  apenas 59,4% das trans que estudaram até o 3º ano do ensino médio e em relação a violência física, 96,4% já sofreram ataques físicos, até mesmo pela própria família. No ano de 2017 foram registrados em Palmas apenas 3 casos de transfobia e homofobia, sendo que acontece com frequência e devido ser sempre alvo de violência e desrespeito, muitas trans se abdicam de irem em busca de seus direitos.

Outro assunto discutido foi que a estigmatização da população trans dificulta no resultado de um bom acolhimento, ainda há uma dificuldade de entender que são pessoas como qualquer outra, sendo preciso a necessidade de reconhecer a humanidade no outro. Outra questão que dificulta é o fato da comunidade supracitada estar sempre em estado de exasperação, isto porque é sempre alvo de violência. De acordo com a Atrato foram registrados no Brasil 3,7 a cada 100 mil pessoas do grupo LGBT sofrem violência, enquanto em Palmas este numero é extremamente alto, sendo 15,8 a cada 100 mil.

Em outro momento, Felipe Pinheiro relatou que iniciou seu processo transexualizador por conta própria, não teve direcionamento e a partir de muita procura foi garimpando os profissionais de saúde para lhe ajudar no processo. Relatou ter sentido muita desrespeito devido a demora por parte de profissionais em agilizarem seu processo, não se sentindo amparado. E ressaltou a importância de fazer exames rotineiros para não colocar a saúde em risco.

Rafael outro mediador que compôs a mesa, disse que é preciso uma ampliação do acesso da comunidade trans aos programas de saúde e direitos oferecidos, com respeito a totalidade. O mediador fez um questionamento ´´Por que precisamos discutir este assunto?“ em seguida respondendo que ´´somos uma sociedade marcada pelo escravismo e patriarcado, mulheres e negros sem autonomia. Este cenário vem se modificando, mas se encontra muito presente o machismo, o racismo e a LBGT fobia“.

Rafael ainda ressaltou a importância de um espaço de informação para discussão de gênero, pois o resultados das mesmas são determinantes sociais e é necessário que se faça parte da política de saúde. É preciso uma maior reflexão, com intuito de garantir acesso em todos os espaços da sociedade, seja na saúde, lazer ou trabalho. Declarou ´´muitos profissionais da saúde não assumem a discriminação, mas reproduzem através de aceitação de comentários e da reprodução de humor negro. Precisamos compreender a nossa responsabilidade enquanto profissionais e sociedade. O Estado brasileiro precisa se responsabilizar pela vida e segurança destas pessoas“.

Por fim o fórum terminou com perguntas/reflexões do publico presente. A acadêmica de Psicologia do Ceulp Ulbra, Monique Débora, relatou que é visível a quantidade dês colegas de curso que ainda se mantém neutros, e muitos justificam com a religião. A acadêmica gerou reflexão. ´´O que Deus fala pra você não tem de ser imposto pra vida do outro. Não existe uma Psicologia Cristã. O curso de Psicologia do Ceulp favorece, mas muitos acadêmicos não adentram a este campo. Que psicologia estamos construindo? Precisamos de mais psicologia e menos cristianismo. Podemos ser cristãos e ainda assim ter uma postura cientifica, a psicologia é uma ciência e não uma religião“, declarou.

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4º Fórum Permanente de Saúde Mental tem parceira do curso de Psicologia

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Saúde e Acolhimento das Pessoas Trans é tema do evento organizado pela SEMUS e FESP

Em consonância com as discussões que permeiam a crescente visibilidade da luta por um atendimento em saúde igualitário e humanizado à população LGBT, bem como, atenta às constantes expressões de preconceito, discriminação e violência contra essa população de modo alarmante? e mobilizada na oferta de cuidado e acesso a todos os usuários.

A Secretaria da Saúde, através da Gerência de Saúde Mental delineou como tema para o 4º Fórum Permanente de Saúde Mental – A População T em Evidência – Saúde e Acolhimento das Pessoas Trans, a partir da necessidade de discutir acolhimento e atendimento/acesso humanizado? para as pessoas LGBT’s? na RAVS de Palmas – TO.

O evento acontece no dia 3 de abril, no Auditório Central do Ceulp das 13h30 às 18h, com a parceria do curso de Psicologia do Ceulp, por meio das disciplinas Psicologia Comunitária e Estágio Básico III que são ministradas pela Profa. Me. Lauriane dos Santos Moreira.

 

Programação:
Data: 03 de abril de 2018 às 13h30 no Auditório Central do CEULP/Ulbra

13h30min às 14h00 – Cadastramento

14h00às 16h00 – Mesa Redonda – População T em Evidência – Saúde e Acolhimento das Pessoas Trans (Público alvo: Trabalhadores e Usuários do SUS).

16h00 às 17h00 – Abertura para perguntas e discussão.

17h00 – Encerramento.

Mediadoras: 

Dhieine Caminski
(Psicóloga Especialista em Saúde da Família e Gerente de Saúde Mental da Secretaria de Saúde de Palmas)

Byanca Marchiani
(Presidente da Associação das Travestis e Transexuais do Estado do Tocantins) 

Jéssica Bernardo Rodrigues
(Área Técnica do Departamento de Apoio à Gestão Participativa/SGEP/MS).  

 

Inscrições:

https://goo.gl/THsTTg

 

Informações:

SEMUS

 

A declaração de participação (4 horas) será emitida pela Fundação Escola de Saúde Pública – FESP

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“Suicídio, Homofobia e LGBT+” é tema do Psicologia em Debate

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O evento acontece no dia 13 de setembro às 17h na sala 203 do CEULP e marca a ação do curso na campanha “Setembro Amarelo” de prevenção ao suicídio

“Suicídio, Homofobia e LGBT+ – Quem a Homotransfobia matou hoje?” será pauta de discussão da 33ª edição do “Psicologia em Debate”, que acontecerá no próximo dia 13 de setembro na sala 203, a partir das 17h. Com a orientação da Profa Me. Cristina D’Ornellas Filipakis, o tema foi desenvolvido como TCC e será apresentado pela egressa de Psicologia do CEULP Flor de Lyss Feitosa.

O Psicologia em Debate do referido dia marca a atuação do curso no “Setembro Amarelo” que é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, com o objetivo de alertar a população a respeito do suicídio no Brasil e no mundo.

Fonte: https://goo.gl/Tm99YH

 “Psicologia em Debate” é um espaço permanente para apresentação de trabalho de pesquisa e extensão, TCC, entre outros, dos estudantes e egressos de psicologia do CEULP/ULBRA, dando oportunidade de divulgação das atividades desenvolvidas no curso. Entre os objetivos do projeto está a instrumentalização dos alunos e o estímulo para que mais acadêmicos se envolvam em atividades científicas. 

O evento acontece desde fevereiro de 2016 sempre às quartas-feiras, na sala 203, prédio da Psicologia, no CEULP. A atividade é aberta ao público, é gratuita e vale horas complementares.

Fonte: https://goo.gl/Ng5Dys

Saiba mais sobre o Setembro Amarelo

Iniciado no Brasil pelo CVV (Centro de Valorização da Vida)CFM (Conselho Federal de Medicina)ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), o Setembro Amarelo realizou as primeiras atividades em 2014 concentradas em Brasília. Em 2015 já conseguiu uma maior exposição com ações em todas as regiões do país. Mundialmente, o IASP – Associação Internacional para Prevenção do Suicídio estimula a divulgação da causa, vinculado ao dia 10 do mesmo mês no qual se comemora o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. O CVV – Centro de Valorização da Vida (uma das principais mobilizadoras do Setembro Amarelo) é uma entidade sem fins lucrativos que atua gratuitamente na prevenção do suicídio desde 1962, membro fundador do Befrienders Worldwide e ativo junto ao IASP – Associação Internacional para Prevenção do Suicídio), da Abeps (Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio) e de outros órgãos internacionais que atuam pela causa.

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CAOS: Mesa redonda discute violência contra a população LGBT

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A mesa redonda do dia 24/08, no Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – Caos, teve como tema  Violencia de Gênero, Questões LGBT e Desafios Atuais. Compuseram a mesa Dhieine Caminski, psicóloga especialista em Saúde da Família pela Universidade de Itajaú, gerente de Saúde Mental na Secretaria Municipal de Palmas (TO) e Rafaella Alexandra Vieira Mahare, Assessora Técnica e de Planejamento da AGETO/SEINF e Diretora de Administração e Finanças da Associação das Travestis e Transexuais do Estado do Tocantins – Atrato.

Contemplando o complexo desafio de formar psicólogos sensíveis à questões atuais, a discussão da mesa orbitou em torno da estruturação das relações de gênero, como nos habituamos a ela e porque se faz necessário a desconstrução desses conceitos e dos nossos comportamentos pautados neles. Além disso, Rafaella trouxe experiências de suas vivências enquanto mulher trans, que reforçaram a urgência em debater e realizar práticas que contribuam para a diminuição da violência contra a população LGBTQ+.  O dado alarmante de que a capital Palmas (TO) é a que mais assassina a população LGBT, reafirma essa necessidade.

Rafaella Alexandra Vieira Mahare na mesa do CAOS

O mito da não-violência brasileira, postulado por Marilena Chauí contribui para a naturalização da violência contra minorias no Brasil. Ao reafirmarmos insistentemente que o brasileiro é pacífico e amigável e que as manifestações de violência são esporádicas e acidentais, essas violações de direitos, sejam elas físicas, psicológicas e/ou emocionais, são varridas para debaixo do tapete e subnotificadas.

Como então, mediar as relações de gênero dentro de espaços públicos, visto que todas as políticas públicas são pautadas nesse sentido? A aposentadoria, políticas de saúde, garantia de direitos entre outros, são todos pautados na diferença de gênero, e dessa forma, acabam por ser exclusivas para as pessoas que não obedecem à “coerência” do status quo.

As palestrantes pontuaram a necessidade de se haver uma separação entre os dogmas pessoais e o fazer da psicologia, visto que embora o discurso religioso não seja violento por si só, ele está fortemente atrelado à violência contra pessoas que não obedecem à heteronormatividade compulsória.

Neste contexto, em que todas as possíveis ações e atitudes são prescritas pela habituação de gênero, onde a existência do outro é negada e há uma  culpabilização da vítima,  a psicologia tem papel essencial para desconstruir as relações de violência de gênero, tanto a nível individual como, principalmente, por meio de práticas sociais.

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