Dia Mundial da Saúde Mental: Anadem reforça alerta sobre a situação dos profissionais de saúde

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Pesquisa aponta que quase 1 em cada 3 médicos apresenta sinais de transtorno de ansiedade e apenas 20,4% nunca manifestaram sintomas de depressão

Estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e à ansiedade, gerando para a economia global um custo de quase um trilhão de dólares. Os dados estão nas novas diretrizes sobre saúde mental no trabalho divulgadas nas últimas semanas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

As orientações contidas no documento possuem relação com o Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado no próximo dia 10 de outubro, e incluem ações para enfrentar riscos, como longas jornadas, comportamentos negativos e outros fatores que criam angústia. Pela primeira vez, a agência de saúde recomenda treinamento de gerentes para prevenir ambientes estressantes e responder aos profissionais em sofrimento.

Pesquisa realizada entre junho e julho, com cerca de 3.500 profissionais, ratifica o cenário apresentado pela OMS e a OIT. Isso porque, segundo a apuração, a maioria dos médicos não possui um estilo de vida equilibrado. Apenas 35% afirmam dormir entre 6 e 8 horas de sono; 2/3 dos entrevistados dizem não ter tido momentos de lazer nas duas semanas que antecederam a entrevista e mais de 70% podem ser considerados sedentários.

“Os profissionais da saúde estão vindo de um período extremamente exaustivo e desgastante, que foi a pandemia, tendo que enfrentar uma carga horária excessiva, muitos inclusive sem tirar férias. Toda essa junção de fatores favorece o adoecimento físico e mental e, consequentemente, os leva a uma conduta mais passível de erros”, alerta Raul Canal, presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem).

A pesquisa corrobora a percepção do especialista em Direito Médico, uma vez que 57%, dos entrevistados dizem ter percebido que o nível de estresse impacta no desempenho no trabalho. 29,4% dos médicos observaram, inclusive, que o nível de estresse já levou a erros médicos. Um dos pontos mais alarmantes revela que pelo menos 1 em cada 3 médicos apresenta sintomas de Burnout, mas ainda não buscou ajuda.

Quando se trata de sintomas de depressão e ansiedade o número também é preocupante. Apenas 20,4% dos médicos nunca apresentaram sintomas. “É preciso agir com ações concretas para preservar a integridade física e, em especial, psíquica dessas pessoas. A Anadem acompanha a situação e, desde o início da pandemia, tem feito campanha contínua em prol de melhorias em suas condições de trabalho”, defende Raul Canal.

Fonte: Imagem no Freepik

Gestão

A pesquisa entre profissionais de saúde revela ainda que a relação entre pares não parece amistosa. Quase metade dos participantes afirmou que não pode contar com uma rede de apoio com seus colegas de trabalho. Em 50,4% dos relatos há uma percepção de abordagem punitiva e não formativa diante de eventos adversos relacionados à assistência.

“Uma boa gestão de pessoas e equipes é fator determinante para a manutenção da qualidade de vida no trabalho. Os benefícios são sentidos na rotina dos profissionais e influenciam na qualidade do atendimento e na segurança dos pacientes”, reforça o advogado e especialista em Direito Médico, Raul Canal.

Ele ressalta que a Anadem recentemente apoiou o lançamento do livro “A nova liderança na enfermagem: competências para excelência na gestão de pessoas e equipes”, em que justamente se discute o papel que profissionais de saúde que ocupam cargos de lideranças devem ter para potencializar suas equipes.

Anadem

A Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem) foi criada em 1998. Enquanto entidade que luta pela categoria e seus direitos, promove o debate sobre questões relacionadas ao exercício da medicina, além de realizar análises e propor soluções em todas as áreas, especialmente no campo jurídico. Para saber mais, clique aqui.

Mais informações para a imprensa

RS PRESS

Newton Silva – newtonsilva@rspress.com.br – (11) 9 5960-3543

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Sacrifício e resiliência – (En)Cena entrevista a médica Susana Silva

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“Acho que só outra mulher conseguiria entender o sofrimento de uma mulher que está na linha de frente contra o COVID, é o medo de perder a família medo de contaminar a família, e se identificar com os pacientes, com as famílias dos pacientes e de se esquecer toda a vaidade de ser mulher para garantir a segurança de não transmitir a doença”
Susana Bernardes da Silva

Como podemos pensar a saúde mental das mulheres que lideram a linha de frente contra a COVID 19? O Portal (En)Cena conversa com a médica Susana Bernardes da Silva, chefe da UTI COVID da Unimed de Palmas-TO, para entender sua perspectiva acerca dos desafios de ser mulher, no Brasil da pandemia.

Susana Bernardes da Silva – Foto: arquivo pessoal

A entrevistada apresenta os sacrifícios diários do bem-estar e da vaidade como parte da dura rotina na linha de frente do combate ao coronavírus. Além disso, retoma as dificuldades enfrentadas usualmente pelas mulheres para serem reconhecidas como sujeitos capazes pela família e pela sociedade. Por fim, a médica destaca como soluções para as mulheres no pós-pandemia: a importância de ter foco e de manter a capacidade de crescer; apesar das inegáveis marcas que o sofrimento psíquico causado pela atual situação de calamidade deixará em profissionais da linha de frente, pacientes e cuidadoras.

(En)Cena – Considerando o seu lugar de fala de: mulher, médica, profissional da linha de frente na luta contra a COVID 19, líder de equipe e usuária ativa das redes sociais: o que é ser mulher no Brasil, durante a pandemia da COVID 19?

Dra Susana Bernardes da Silva – O que é ser mulher durante essa pandemia? Para mim, ser mulher sempre foi se desafiar, sempre foi tentar vencer uma luta todos os dias. Então nessa pandemia me sinto exercendo com mais vigor e com mais força aquilo que sempre vivenciei. Se desafiar a encontrar um lugar melhor para si e para todos que te cercam, mostrar para si e para os outros que você é capaz. Capaz de unir forças para vencer a dor, o medo, o pavor e cuidar e recuperar a vida das pessoas.

 (En)Cena – Na sua opinião, como podemos compreender o sofrimento emocional das mulheres que estão na linha de frente da luta conta a pandemia no Brasil?

Dra Susana Bernardes da Silva – Acho que só outra mulher conseguiria entender o sofrimento de uma mulher que está na linha de frente contra o COVID. Em resumo: é o medo! Medo de perder a família, medo de contaminar a família. É se identificar com os pacientes, com as famílias dos pacientes e se esquecer de toda a vaidade de ser mulher para garantir a segurança de não transmitir a doença. Eu tendo que tomar vários banhos por dia e lavar o cabelo duas ou três vezes ao dia, não posso usar maquiagem ou joias e preciso manter o uso de várias roupas que dificultam ir ao banheiro. É também anular a vaidade e até seu bem-estar para garantir a segurança de quem você ama. Sacrifícios que as mulheres são mais acostumadas a suportar.

Fonte: encurtador.com.br/prBPY

(En)Cena – Quais são os maiores desafios e quais são os maiores aprendizados da sua experiência como médica coordenadora da uti da Unimed-Palmas durante a pandemia?    

Dra Susana Bernardes da Silva – Acredito que o maior desafio e aprendizado nesta pandemia é a resiliência, é como se Deus estivesse testando nossa capacidade de resistir, enviando em forma de ondas de mortes o recado para continuarmos focados em ficarmos mais voltados para nossas próprias famílias. No entanto, nós da saúde precisamos nos dividir entre cuidar das nossas e das outras famílias.

Fonte: encurtador.com.br/acjJP

(En)Cena – Segundo seu conhecimento profissional, como a experiência da COVID pode afetar a saúde mental das mulheres enquanto pacientes? E enquanto cuidadoras?

Dra Susana Bernardes da Silva – Acho que todos ficaremos afetados pelo terror e pavor de estar muito próximos da morte. As pacientes que cuidamos na UTI, acredito que passam por uma sensação de ter renascido e uma eterna gratidão, muitos terão crises de ansiedade. As cuidadoras também sofrem com ansiedade por exaustão, tanto física como mental.

Fonte: encurtador.com.br/kuDNY

(En)Cena – Na sua opinião, qual seria o caminho para as mulheres no pós-pandemia?

Dra Susana Bernardes da Silva – O caminho para as mulheres pós pandemia é manter a capacidade de crescer e manter o foco, mesmo em momentos de extrema adversidade. Não creio que seja algo novo para as mulheres. Como disse no início, sempre vivemos em adversidades e crescemos cada vez mais, dentro da sociedade e da família.

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Livro ensina a lidar com os obstáculos do Transtorno do Déficit de Atenção

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O livro “Desatando os Nós do Transtorno do Déficit de Atenção – TDA”, de Margarete A. Chinaglia, mostra como driblar os obstáculos sem se deixar dominar. 

Por meio de uma linguagem simples, o livro “Desatando os Nós do Transtorno do Déficit de Atenção – TDA”, de Margarete Chinaglia, fala sobre as características principais do transtorno, traz exemplos reais, curiosidades e ensina como lidar com as situações nas diferentes faixas etárias.

Segundo a autora, a proposta é oferecer um suporte para as aflições, além de mostrar a realidade do transtorno e apresentar possíveis caminhos para se encontrar soluções. “Por exemplo, falo sobre a importância de transformar o Transtorno do Déficit de Atenção (TDA) em aliado. O objetivo é transformar os ‘Nós’, ou as dificuldades, em laços ‘frouxos’ para garantir a qualidade de vida”, comenta Margarete.

A obra é voltada para todos os públicos: leigos, para quem tem TDA, familiares e profissionais como psicólogos, neuropsicólogos, pedagogos, psicopedagogos e professores.

Segundo livro sobre o tema 

“Desatando os Nós do Transtorno do Déficit de Atenção – TDA” é o segundo livro que Margarete lança sobre o tema. O primeiro, intitulado “Transtorno do Déficit de Atenção – TDA: sob o ponto de vista de uma mãe”, tinha como objetivo compartilhar a vivência pessoal com sua filha que tem TDA, mostrando os desafios de todas as fases da vida, da infância à idade adulta. “O atual já é mais técnico, com conteúdo informativo sobre o TDA e exemplificações reais da vida cotidiana.”

Chinaglia comenta ainda que a obra traz um histórico sobre o TDA, quando surgiu e quando chegou no Brasil. Fala sobre regiões do cérebro que o transtorno atinge, patologias que podem se associar ao TDA/TDAH, descreve os sintomas em cada faixa etária.

Apresenta ainda formas de lidar e agir com crianças, adolescentes e adultos com TDA/TDAH, tratamentos disponíveis atualmente no país, curiosidades, mitos e verdades entre outros assuntos.

Pesquisa e vivência

A escritora conta que estudou e pesquisou o assunto a fundo para ajudar sua filha e precisou aprender a lidar com o TDA para driblar os sintomas e as consequências do transtorno.

O prefácio da obra foi escrito pela própria filha. A ideia é que a visão dela possa dar um significado no modo de viver e de sentir o transtorno em todas as manifestações e, principalmente, nas escolhas durante a vida.

– O livro traz um suporte como agir, ou como driblar, as características e os obstáculos sem se deixar dominar. Ao contrário disto, usar o TDA a seu favor – conclui.

 

Ficha Técnica

Gênero: medicina I saúde

Editora: Saramago, Rio de Janeiro

Tamanho: 16 X 23 cm

Páginas: 122

ISBN: 978-65-5751-017-9

Palavras chaves: TDA; TDAH; Transtorno, Distúrbio, Hiperatividade

Custo do livro: R$ 34,90

Compra do livro: somente o livro físico.

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A sua saúde mental pode ser monitorada?

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Os smartphones tornaram-se universalmente poderosos a ponto de caracterizem-se como sensores humanos. As câmeras funcionam como os olhos que apontam para todos os lugares, que tudo veem e registram e os fones são a voz e ambos ajudam na imersão ao mundo virtual. Com isso é possível identificar onde as pessoas estão, o que fazem e, às vezes, o que planejam.

Ir ao médico é uma atividade, para muitas pessoas, simples. No entanto, existem pessoas que por medo, pavor, bloqueio entre outros diversos fatores não conseguem ir a um consultório médico. Nos EUA, enfermeiros podem ver a vida de alguns pacientes com diabetes, mesmo quando eles não estão na clínica.

Esta nova maneira de manter o monitoramento sobre pacientes é um dos vários estudos de um aplicativo chamado Ginger.io. Uma vez instalado, a aplicação registra silenciosamente dados sobre um paciente e ajuda em diagnósticos simples[1]. Quando um paciente está deprimido, por exemplo, o seu padrão de comportamento muda, afetando a sua vida social. O Ginger.io identifica a mudança atraves de troca de mensagens e ligações. Ele usa o acelerômetro do smartphone e posicionamento global para medir onde, como e quando você se move [4].

App Ginger.io Fonte: ginger.io

Um dos hospitais que está testando Ginger.io é o Novant Health na Carolina do Norte nos Estados Unidos (EUA), que opera o Forsyth Medical Center e outros 13 centros médicos. Matthew Gymer, diretor de inovação da Novant, diz que seu grupo se aproximou da Ginger.io por causa do relatório de negócios[1].

O app está disponível para Android e iOS, e pode ser baixado por qualquer usuário nos EUA, no entanto só é possível ser ativado por membros vinculados ao hospital. O cadastro é realizado após a assinatura de um termo de compromisso, responsabilidade e confidencialidade.

Captura de tela do novo aplicativo do Ginger.io que conecta treinadores aos pacientes diretamente. Fonte: ginger.io

“Na minha empresa Ginger.io, temos sido capazes de rastrear meio milhão de pessoas com ansiedade e depressão, e reunimos mais de 600 milhões de horas de dados em muitas dimensões comportamentais” [2], é o que diz o Anmol Madan Co-Fundador e CTO do Ginger.io e complementa: “é um conjunto de dados tão grande e rico que permite usar o aprendizado de máquina para detectar padrões complexos de comportamentos que predizem quando um usuário pode precisar de ajuda” [2].

O Ginger.io oferece apoio emocional, ou seja, a qualquer momento o paciente pode solicitar um profissional da saúde disponível para conversa e ter retorno em menos de 60 segundos. Os pacientes são coordenados por médicos, treinadores, psicólogos, terapeutas e psiquiatras de alta qualidade. Todos disponíveis para vídeo chamada.

Os dados registrados pelo aplicativo são úteis para o automonitoramento e também para os diagnósticos dos médicos, visto que eles sinalizam ao usuário (e às pessoas cadastradas pelo usuário, como parentes e amigos) o que pode estar acontecendo e faz recomendações para que a pessoa altere esse comportamento irregular. Esse trabalho, às vezes chamado de “mineração da realidade”, mostrou que as mudanças em como as pessoas usam seus telefones ou onde elas vão pode refletir o início de um resfriado, ansiedade ou estresse [1].

Ambientes de monitoramento e coleta de dados do paciente. Fonte: ginger.io

A informação personalizada é, sem dúvidas, atualmente, um dos principais objetivos do mercado tecnológico. Ou seja, o objetivo é entender como é o comportamento do Francisco e tratá-lo como Francisco. Mas, até que ponto a privacidade do paciente é comprometida?

Aplicativos com essa função geram bastante polêmica. Invasão de privacidade, interferência da tecnologia nas relações sociais e o autodiagnóstico são os pontos mais questionados pelos críticos. A ciência lida com a vida humana e quando se trata de medicina é normal que um novo recurso seja bem criticado [3]. O Ginger.io é um dos apps que representa o que pode esperar dos avanços tecnológicos para o futuro.

Mas ficam os questionamentos: você se submeteria a tal tratamento? Aceitaria um ente próximo se sujeitar a tal monitoramento? Seria, esse método, uma forma de invasão de privacidade? Até que ponto é possível acessar as informações pessoais? Até que ponto abriríamos mão da nossa intimidade?

Os benefícios da utilização da tecnologia para o bem-estar de pacientes e da população em geral são incríveis e bem explorados pela mídia. No entanto, é fundamental que a segurança esteja sempre em primeiro lugar durante todo o controle dos sistemas. Desde os sensores, os envolvidos na manipulação dos dados até o processamento, pois ela é fundamental para a qualidade de vida dos atendidos.

Referências

[1] SIMONITE, Tom. BIG DATA GETS PERSONAL: SMARTPHONE TRACKER GIVES DOCTORS REMOTE VIEWING POWERS. 2016. Disponível em: <http://www.datascienceassn.org/sites/default/files/Big%20Data%20Gets%20Personal.pdf>. Acesso em: 19 out. 2018.

[2] MADAN, Anmol. ANMOL MADAN – MOONSHOTS. 2018. Disponível em: <https://www.anmolmadan.com/>. Acesso em: 14 out. 2018.

[3] MALTA, Pedro Henrique. GINGER.IO: O APP QUE MONITORA SUA SAÚDE MENTAL. 2017. Disponível em: <https://www.agenciabamboo.com.br/gingerio-o-app-que-monitora-sua-saude-mental/>. Acesso em: 02 out. 2018.

[4] KNIBBS, Kate. VOCÊ DEIXARIA UM APP MONITORAR A SUA SAÚDE MENTAL?. 2014. Disponível em: <https://gizmodo.uol.com.br/gingerio-app-saude-mental/>. Acesso em: 14 out. 2018.

Nota: Texto produzido na disciplina Gestão Tecnológica II, professora Parcilene Fernandes de Brito.

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Atenção às Urgências e Emergências: (En)Cena entrevista o Coordenador do SAMU de Palmas-TO

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O SAMU é o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e tem como objetivo prestar atendimento pré-hospitalar de forma rápida e segura para as vítimas que sofrem ocorrências de urgência e emergência, além de conectar essas vítimas à uma unidade hospitalar. Tendo em vista a importância do serviço, que está compreendido na Rede de Atenção às Urgências e Emergências, o (En)Cena, em colaboração com acadêmicos de Psicologia do CEULP/ULBRA, entrevistou o coordenador do SAMU de Palmas/TO, Luciano Batista Lopes.

Foto: Luciano Batista Lopes (à direita)

Luciano é graduado em medicina, com pós-graduação em medicina intensiva e em cardiologia. Possui como área de atuação UTI e Urgências e Emergências, onde foi diretor técnico. Hoje atua como coordenador médico do SAMU de Palmas/TO, onde atua há três anos.

(En)Cena – Como funciona o SAMU dentro da rede de atenção à saúde?

Luciano Batista Lopes – O SAMU é um serviço de atendimento de urgência e emergência. Ele visa conectar as vítimas que precisam do atendimento de forma rápida e segura, tanto para o paciente quanto para a equipe. O objetivo é conectar esses pacientes à uma unidade hospitalar ou pronto-atendimento. Temos vários tipos de ocorrências que englobam o nosso serviço, desde causas externas, como ferimento por arma de fogo, acidentes, até urgências e emergências em clínicas psiquiátricas, gineco-obstétricas. Além disso, o SAMU tem um papel fundamental também na parte social, porque as vezes a gente acaba enviando uma ambulância para fazer um atendimento social. As vezes não tem nenhuma relação com a doença propriamente dita, mas com a questão de poder aquisitivo mais baixo, de não ter um transporte para estar procurando a unidade hospitalar.

(En)Cena – Qual a maior demanda de atendimento?

Luciano Batista Lopes – Sem dúvida alguma a maior demanda são causas externas, do tipo acidentes, principalmente envolvendo motos, e ferimento por arma de fogo, arma branca também.

(En)Cena – Em que casos se deve acionar o SAMU?

Luciano Batista Lopes – É uma boa pergunta. O SAMU é um serviço de urgência e emergência, então situações clínicas, exemplos: paciente com suspeita de AVC, suspeita de infarto, urgências e emergências externas que são os acidentes, gineco-obstétricas, sangramento em grande quantidade, trabalho de parto, psiquiátricos, pacientes com surto psicótico, agitados, agressivos, que possam causar problemas tanto para ele quanto para a população, a parte clínica também. Queimadura é uma das causas que podemos estar atuando, naquele grande queimado, caso leve não.

(En)Cena – Então o encaminhamento ocorre de acordo com a demanda?

Luciano Batista Lopes – Exatamente. Na verdade, é feita uma coleta de dados, temos os técnicos auxiliares em regulação médica, que na hora que você disca o 192 eles atendem ao telefone. Então eles são técnicos para estarem fazendo o primeiro cadastro. Eles cadastram o nome, o endereço e o apelido da ocorrência, qual que é o motivo. A partir daí eles encaminham para o médico da regulação, e o médico da regulação é quem faz a extração e a filtração das informações para estar encaminhando a viatura. Ele julga se há ou não a necessidade da viatura e qual o tipo da viatura que vai, porque nós temos a viatura que vai apenas o condutor e o técnico de enfermagem, que é o suporte básico, e temos a viatura que os componentes são: condutor, técnico de enfermagem, médico e enfermeiro, que essa é uma UTI. Tem todo o aparato, toda a monitorização de um tratamento intensivo.

Foto: Luciano em atendimento ao 192

(En)Cena – Quais são os órgãos que trabalham em conjunto com o SAMU?

Luciano Batista Lopes – Temos parceiros. O corpo de bombeiros, o CIOPAer, que é o serviço da segurança pública, acabamos atuando no serviço aero médico, a polícia militar também é muito importante, com os pacientes psiquiátricos principalmente, a guarda metropolitana também tem atuado com a gente, a INFRAERO, a ATTM que sempre que tem um acidente, a gente pede para o solicitante estar fazendo contato para evitar outros acidentes, sinalizando o local. São os nossos maiores parceiros.

(En)Cena – Tem algo que você acredita que possa ser melhorado no serviço?

Luciano Batista Lopes – A conscientização do que realmente é o serviço, do objetivo do SAMU.

(En)Cena – Então seria mais para a população?

Luciano Batista Lopes – Exatamente. Tanto no sentido de saber quais são as situações clínicas que precisa ser acionado o 192, que são situações de urgência e emergência, quanto a questão dos trotes também. Então precisa dessa conscientização da população.

(En)Cena – Acontecem muitos trotes?

Luciano Batista Lopes – Acontecem. Cerca de 12% dos nossos atendimentos são trotes.

(En)Cena – Certamente isso atrapalha o fluxo do serviço.

Luciano Batista Lopes – Sem dúvida nenhuma. Você ocupa uma linha que possa estar alguém tentando e não consegue ligar porque está ocupada por alguém passando trote e ocupa muitas vezes a ambulância. A equipe é treinada até para tentar identificar esses trotes, mas tem situações que passam e ambulância chega no local e não tem nada.

(En)Cena – Então é por isso que tem aquele interrogatório na ligação?

Luciano Batista Lopes – Exatamente. Por isso que a população as vezes acha um pouco chato. Você liga no SAMU, aí fala com um, fala com outro e demora. Mas é porque a gente realmente precisa filtrar as informações e racionalizar a ambulância, encaminhar para aquilo que realmente tem necessidade.

(En)Cena – Existe alguma demanda que você queira falar que mais te marcou, positiva ou negativamente?

Luciano Batista Lopes – Eu já fui em uma ocorrência depois de Taquaruçu, lá no Mirante. Ali teve um micro-ônibus que na curva passou reto e caiu lá embaixo. De início a gente pensou que como era seis horas da manhã, seria um ônibus com crianças indo para a escola, mas não era. Era um micro-ônibus que tinha apenas duas pessoas, uma já estava em óbito no local, e a outra ficou presa nas ferragens. Tivemos o apoio do corpo de bombeiros, da polícia militar e foi bem difícil fazer o resgate, mas conseguimos. O ônibus estava de ponta e dentro dele tinha duas pessoas, duas vítimas, e eles carregavam dentro do ônibus geladeira, televisão, então eles faziam do ônibus a casa. Então imagina, o ônibus de ponta e aquele tanto de coisa em cima de você e você tentando tirar uma pessoa que está ali, tendo que confiar muito no serviço do corpo de bombeiros para aquilo não cair. A gente teve que descer também para ofertar oxigênio, para medicar. Ele tinha um ferro transpassado na perna que o bombeiro não conseguiu tirar. Foram quase cinco horas de ocorrência. A gente conseguiu fazer o resgate, depois que colocamos ele dentro da ambulância, levamos para Taquaruçu, onde o serviço médico já estava aguardando. Essa para mim foi a mais marcante.

(En)Cena – Então não é um serviço fácil, tem que haver um preparo, um treinamento.

Luciano Batista Lopes – Sem dúvida nenhuma. Tem que estar preparado, tem que estar treinado e capacitado. Mesmo quem já está muito tempo no serviço, sempre tem coisa nova.

(En)Cena – E como acontece esse treinamento?

Luciano Batista Lopes – Aqui nós temos o núcleo de educação e urgência, que é o NEU e hoje é coordenado pela enfermeira Carla. Ele trabalha tanto a urgência e emergência, como ele capacita também na atenção primária. O núcleo é do SAMU, ele oferece cursos de atendimento pré-hospitalar, de emergências, é uma educação continuada, todo mês tem cursos. Como o SAMU atende tanto Palmas, quanto Porto Nacional, Paraíso, Miranorte, Miracema, Novo Acordo, Lajeado, o NEU é responsável por fazer a capacitação e treinamento de todos os profissionais que prestam serviço para o SAMU nas regionais. E Palmas treina quem está no SAMU e toda a rede de atenção primária também. Tem médicos e enfermeiros dentro do núcleo e eles são os responsáveis por estarem capacitando. E além disso eles fazem um serviço nas escolas, que é o SAMUzito, tentando conscientizar as crianças do real objetivo do SAMU e tentando conscientizar também sobre a questão dos trotes, onde a grande maioria é feita pelas crianças.

(En)Cena – Tem algum tipo de acompanhamento psicológico para os trabalhadores do SAMU?

Luciano Batista Lopes – Não.

(En)Cena – Você vê necessidade?

Luciano Batista Lopes – Sem dúvida. Tem necessidade, porque é um serviço estressante, você tem que lidar com várias situações, tanto situações catastróficas, no caso de acidentes graves ou situações onde tem acidentes com múltiplas vítimas, que as vezes tem um grave, tem outro que já está mais descompassado quanto a questão social também. Às vezes você chega em lugares insalubres, às vezes tem situações de maus tratos, principalmente com idosos e às vezes isso abala um pouco o emocional. Lidar com essas situações não é fácil. Da parte da psicologia a gente com certeza precisa. Se tivéssemos um serviço de atendimento, iria beneficiar muito o serviço e os servidores.

(En)Cena – Quais são as suas expectativas em relação ao SAMU?

Luciano Batista Lopes – São as melhores, porque é um serviço que a população sente que é sinônimo de esperança. Aquele que liga 192, no momento em que liga, o intuito dele e a esperança é de um desfecho satisfatório, positivo. Então é em cima disso que a gente trabalha. Expectativa das melhores, de sempre estar fazendo o melhor e tendo um desfecho positivo, que nem sempre é possível.

(En)Cena – Tem alguma mensagem que você gostaria de deixar para a população em relação ao SAMU?

Luciano Batista Lopes – Se você utilizar o serviço da forma correta, a gente consegue atender um número maior de solicitantes e de forma precisa e eficaz. Isso depende muito da conscientização da população.

 

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Psicologia Hospitalar e cuidados intensivos

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No quarto dia da primeira Semana Acadêmica de Psicologia do Ceulp/Ulbra, houve uma mesa redonda com profissionais psicólogos ligados a saúde hospitalar, a partir do seguinte tema: O psicólogo hospitalar na atualidade. Três componentes da mesa trabalham no Hospital Geral de Palmas.

Uma das profissionais focou no tema dos psicólogos hospitalares em unidades de cuidados intensivos. As unidades de cuidados intensivos só atendem pacientes em estado grave ou em casos de risco da própria vida. Desse modo, é preciso primeiramente uma mão de obra qualificada e aparelhos sofisticados.

Quando o paciente é enviado a essas unidades, é de maneira abrupta. Isso acarreta um alto nível de estresse e descontentamento. O ambiente é muito iluminado, confinado e estressante. O enfermo não tem privacidade e geralmente possui pouca relação com os profissionais da saúde, pois há troca constante deles devido ao excesso de testes.

Em uma análise psicológica do estado mental do doente nesta situação, os profissionais disseram que os mesmos se encontram com medo, impacientes, inseguros quanto à recuperação, ansiosos devido aos procedimentos e à falta de comunicação. É a partir desse momento que o profissional da saúde mental deve abordar e estudar a condição do paciente. A partir do seu histórico familiar, social, econômico e trajetória de vida, o psicólogo atende e tenta auxiliá-lo neste processo.

A profissional apresentou aos ouvintes algumas diretrizes necessárias para a assistência psicológica em unidades de cuidado. Ele deve promover o acolhimento do paciente, identificar os aspectos psicossociais a partir de entrevistas e do seu histórico de vida. Tentar minimizar os agentes estressores e geradores de ansiedade. Avaliar a partir da visão do enfermo a gravidade da doença para ele e como reage sobre esta problemática.

hqdefaultFonte: http://nunesjanilton.blogspot.com.br/2016/06/psicologia-hospitalar.html

Os objetivos principais do psicólogo nestas unidades são o alívio da angústia, o favorecimento da melhora da qualidade de permanência nestes locais. Compreender as crenças e os sentimentos deles; enxergar o paciente não como doença, mas sim como indivíduo dotado de singularidades. Eles geralmente apresentam ansiedade e temor dos resultados dos testes; agitação psicomotora; insegurança; medo e impotência; agressividade, depressão ou delírio, além de desequilíbrio psicológico pelo prolongamento da internação, entre outros.

Muitas vezes a gravidade da doença para o paciente é encarada de forma diferente para a família. E em vários casos, eles não podem interagir verbalmente devido a estar debilitados e limitados a aparelhos. Desse modo o psicólogo deve promover meios em que haja gestos ou outras maneiras que estabeleça a comunicação. Também há situações em que o enfermo não reage a nenhum tipo de comunicação devido ao seu estado final de vida.

O psicólogo tenta promover a melhor interação entre o paciente, profissionais e familiares. Esta tríade deve estabelecer a comunicação saudável a partir da compreensão da gravidade da enfermidade. As unidades intensivas são ambientes propícios para discussões familiares e de grande tensão.

O acolhimento é hospedar, receber, dar crédito, atender, escutar os pacientes e familiares. A partir disso cria-se a demanda para iniciar o processo de acolher o doente.  O caso do enfermo é mais crítico porque é bombardeado a todo o momento por estar submetido a vários procedimentos e profissionais.

O psicólogo atua como facilitador de fluxos emocionais; ele tenta estudar a subjetividade do paciente e resgatá-la; tenta recuperar sua identidade como indivíduo. Ele também procura denunciar a finitude do ser humano, pois obedecemos a um ciclo inevitável, que é nascer, desenvolver-se e falecer. Tal compreensão facilita a aceitação da doença.

1427801417_10Fonte: http://www.noarnoticias.com.br/noticias/Setrem-promove-8-Jornada-de-Psicologia/3417

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O psicólogo hospitalar na atualidade

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Durante a 1ª Semana Acadêmica de Psicologia do Ceulp/Ulbra, fui assistir à mesa-redonda realizada em 24/08. Achei muito enriquecedora, pois abordou um tema muito importante, a atuação do psicólogo hospitalar na atualidade. Através das falas dos convidados pude conhecer mais sobre esse campo de atuação, e entender melhor, pois foi falado da atuação do psicólogo no hospital em vários setores.

Começamos com a psicóloga Izabela, falando sobre a atuação nas Unidades de Tratamento Intensivo. Ela nos explicou que muitas vezes o atendimento é feito só com os familiares, pois o paciente está por algum motivo impedido de se comunicar, e que é um trabalho árduo, pois sabemos que os pacientes que estão nessa ala são pacientes em estado grave, muitas vezes sem nenhuma esperança de recuperação, apenas à espera da morte. E por esse motivo é necessário que além do médico, haja também um psicólogo acompanhando a família, ajudando a entender e aceitar aquela situação.

Nos casos em que o paciente, mesmo estando nessa ala, pode se comunicar, o psicólogo age diretamente com ele. Izabela nos explicou que esse atendimento é muitas vezes bem complicado, pois mesmo o paciente estando consciente, ele pode não conseguir falar, e ainda assim o psicólogo tem que se manter ali, dando assistência ao paciente. Muitos desses pacientes estão ali, já sem esperança de cura, mas é importante que se mantenha a fé na cura, e o psicólogo está ali também para incentivar isso.

Muitas vezes o psicólogo não pode sair do Hospital, nem mesmo para seu descanso, eles têm que descansar ali mesmo, fazendo desse trabalho por vezes cansativo para o profissional, que além de ajudar o paciente e seus familiares, tem que buscar manter-se bem para exercer seu papel com bom desempenho.

A psicóloga Marilia trouxe para nós sua experiência atuando na maternidade. Foi também muito enriquecedora e importante sua fala. Ela nos explicou como uma psicóloga age em diversas ocasiões nessa ala. Como quando a mãe chega para ter ser bebê, e é internada, muitas vezes sem acompanhante, isso causa estresse a ela, cansaço, e o psicólogo está ali para apoiar. Quando o bebê nasce, a primeira coisa que as mães querem é pegar seu bebê e ir para casa, mas nem sempre isso é possível.

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Fonte: http://www.suprema.edu.br/2014/equipe-de-ginecologia-e-obstetricia

Mesmo a mãe estando saudável e podendo sair do hospital, o bebê pode precisar de mais alguns dias ali, em observação, sendo medicado, muitas vezes, por nada grave, mas que inspira cuidados. E a mãe, por já estar cansada daquele ambiente, quer ir embora e levar o bebê, porque acredita que em casa, ela será capaz de cuidar como ele precisa e sanar o problema. Então entra o psicólogo, agindo de forma que apoie a mãe, e demonstre entender seu desejo de ir embora, mas explicando para ela que o bebê ainda precisa ficar ali, e que ali ele será mais bem assistido, cuidado, muitas vezes até fazendo a mãe mudar de ideia e aceitar ficar. Há também os casos em que o bebê nasce e precisa ir para o UTI neonatal. Como o paciente é um bebê, a ação dos psicólogos nesses casos é sempre com os pais, ajudando a entender a situação e aceitar.

Quando há casos de morte, não cabe ao psicólogo informar aos pais, mas sim ao médico. Já houve, e ainda há uma discussão em torno disso, muitos médicos acham que esse papel, o de informar óbito é do psicólogo, mas já está confirmado que isso é papel exclusivo do médico. Pois os pais vão querer saber como, por que, e isso não cabe ao psicólogo explicar, ele nem teria informações para isso. Ao psicólogo, nesses casos, cabe o papel de apoiar os pais, sempre na busca da aceitação, é um trabalho difícil, pois os pais já estão fragilizados pelo parto, e tudo que envolve esse momento, mas é preciso que haja a aceitação.

Young Woman Having Counselling Session

Fonte: http://noticias.r7.com/empregos/noticias/dia-do-psicologo-profissionais

Em minha opinião, esse debate foi de enorme importância para nós, acadêmicos, nos permitiu conhecer mais sobre essa área de atuação, suas dificuldades, e também a recompensa, quando tudo “acaba” bem.

Para nós, enquanto estudantes, é necessário conhecer ao menos um pouco, sobre cada abordagem, cada área de atuação, para que na hora de fazermos nossas escolhas, de onde e como atuar, possamos ir com mais segurança, pois sabemos que o trabalho de um psicólogo não é nada fácil. E para que possamos exercer nossa profissão da melhor forma possível, é necessário que saibamos onde estamos, e que tenhamos segurança para atuar ali.

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Pranaterapia: “A medicina do Milênio” – (En)Cena entrevista Luiz Alves

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Insônia, irritabilidade, ansiedade, enxaqueca, depressão, são palavras bem conhecidas e que fazem parte do dia a dia de muitas pessoas, de todas as idades. Saber lidar com as dificuldades não é tarefa fácil, levando em consideração as exigências da vida moderna, como o trabalho, posição social, família, que levam muitas vezes ao esgotamento físico, mental e emocional. Com o intuito de auxiliar nessas questões pertinentes, o Mestre Choa Kok Sui, filipino de ascendência chinesa, estudou e desenvolveu a Pranaterapia, sendo um conjunto de técnicas simples, porém muito eficazes para renovar as energias e promover bem-estar em todas as áreas da vida.

O estudo da Pranaterapia se iniciou na década de 1980 e ao longo de duas décadas, o Mestre Choa realizou pesquisas e experimentos que comprovaram que as pessoas, por meio da sensibilidade das mãos, podem limpar e energizar o corpo bioplasmático cortando elos de energia negativa de maneira rápida e eficiente. Atualmente conhecida como “medicina do Novo Milênio”, a Prana auxilia a medicina convencional em níveis físicos, energéticos, emocionais e mentais. Para falar sobre essa técnica, o Portal (En)Cena convidou o Farmacêutico, Terapeuta e Psicoterapeuta Prânico, Luiz Carlos Alves.

(En)Cena –  O que é a Pranaterapia?

Luiz Carlos Alves – A Pranaterapia ou Cura Prânica é uma técnica de terapia complementar que acelera os processos de cura naturais do organismo por meio da atuação no campo de energia, ou aura, da pessoa. Nessa modalidade terapêutica o toque físico não é necessário: o praticante retira a energia prânica contaminada e depois reenergiza com energia limpa suficiente, acelerando a taxa de cura do paciente.

Desde que foi criada, a Cura Prânica está sendo ensinada a médicos, enfermeiros, massoterapêutas, acupunturistas, quiropratas, clérigos, engenheiros e muitos outros, em todas as caminhadas da vida. Ela permitiu a eles curarem confiantemente e consistentemente no menor período possível de aprendizagem.
Para curar, basta o desejo”, afirma o Mestre Choa Kok Sui, filipino de ascendência chinesa, que durante mais de 20 anos pesquisou e sistematizou a Cura Prânica. Os conhecimentos acumulados por ele nesse período foram reunidos no best-seller “Ciência da Cura Prânica” – um marco na desmistificação da cura paranormal. A obra já foi traduzida para 28 idiomas e distribuída em mais de 45 países.

(En)Cena- Como funciona? Como são realizadas as sessões?

Luiz Carlos Alves – Basicamente as doenças no corpo físico se manifestam por excesso de energia suja, ou doente, em alguma parte, órgão ou chakra do corpo, ou por falta de energia limpa. A Cura Prânica trabalha removendo essas energias doentes e preenchendo o local com energia limpa e saudável, acelerando assim o processo de cura do corpo físico.

As sessões de Terapia Prânica são bem simples, basta um local tranquilo onde o paciente possa ficar relaxado, sentado ou deitado, na presença do terapeuta que realiza o trabalho de limpeza e energização, harmonizando assim a aura e os chakras do paciente, sem a necessidade do toque físico. Pode ser realizado também na modalidade à distância, porém, isso requer um pouco mais de prática e desenvolvimento por parte do terapeuta.

(En)Cena- Quais os benefícios da Pranaterapia?

Luiz Carlos Alves – São inúmeras as possibilidades da Terapia Prânica, podendo tratar qualquer distúrbio de ordem física ou emocional, alguns exemplos:

• Limpeza geral das energias do corpo: equilibra e normaliza os centros de energia (chakras);
• Limpeza do sangue;
• Limpeza dos órgãos internos;
• Ajuste mental e emocional;
• Terapia Prânica para casos de indisposições físicas, desde dores de cabeça a casos como Câncer, AIDS, Lupus e outros;
• Psicoterapia Prânica com Cristais para tratamento de fobias, obsessões, estresse, compulsões, vícios, medos e inseguranças.

(En)Cena – O que são Chakras?

Luiz Carlos Alves – Os Chakras, centros ou vórtices de energia são partes muito importantes do corpo de energia. Assim como o corpo físico tem órgãos vitais e órgãos de importância menor, o corpo de energia tem Chakras grandes (maiores ou principais), pequenos (menores ou secundários) e minúsculos (mini).
Os Chakras principais são vórtices de energia com cerca de 7,5 a 10 cm de diâmetro. Eles controlam e energizam os órgãos principais e vitais do corpo físico. Eles são como usinas geradoras que fornecem energia vital à esses órgãos. Quando a usina geradora funciona mal, esses órgãos adoecem, porque não tem energia suficiente para operar adequadamente.

Os Chakras menores tem cerca de 2,5 a 5 cm de diâmetro e os mini Chakras, um diâmetro menor que 2,5 cm. Os Chakras menores e os mini Chakras controlam e energizam partes menos importantes do corpo físico visível. Os Chakras interpenetram e se estendem para além do corpo físico.

Podem exercem várias funções importantes:

Eles absorvem, dirigem e distribuem o Prana para diferentes regiões do organismo; controlam, energizam e são responsáveis pelo funcionamento adequado de todo o corpo físico e de suas diferentes partes e órgãos. As glândulas endócrinas são controladas e energizadas por alguns dos Chakras principais. Essas glândulas podem ser estimuladas ou inibidas pelo controle ou manipulação deles. Muitas enfermidades são em parte causadas pelo mau funcionamento dos Chakras; alguns são pontos ou centros de faculdades psíquicas. A ativação de certos Chakras pode resultar no desenvolvimento de certas faculdades psíquicas. Por exemplo, os de ativação mais fácil e segura são os Chakras das mãos. Eles estão localizados no centro da palma das mãos e sua ativação permite o desenvolvimento da capacidade de sentir energias sutis e também de sentir auras internas, externas e da saúde.

(En)Cena –  Quais os requisitos para ser um Pranaterapeuta?

Luiz Carlos Alves – Qualquer pessoa com nível mediano de concentração pode aprender, praticar e desenvolver a Terapia Prânica, hoje presente em mais de 80 países, praticada por pessoas de todas as religiões, todas a raças, todas as classes sociais.

(En)Cena – É possível conciliar a profissão de Pranaterapeuta com outra?

Luiz Carlos Alves – Sim, você pode atender em seus horários livres, à noite, finais de semana, não tem que ser uma profissão, não há necessidade de um local específico para se atender. A Cura Prânica foi desenvolvida de maneira a simplificar tudo.

(En)Cena – Há quanto tempo trabalha com isso? Como iniciou?

Luiz Carlos Alves – Há pouco mais de dois anos. Sou farmacêutico, por acaso pesquisando sobre terapias alternativas, me deparei com o nome Cura Prânica, me chamou a atenção o método, pesquisei, li, fiz contatos com terapeutas, me informei sobre cursos, e resolvi realizar o Curso Básico, assim fui praticando em familiares e amigos e dando sequência com outros cursos, Curso Avançado, Psicoterapia, Yoga Arhatica, Cura Prânica com Cristais. Hoje atendo mais no horário noturno, finais de semana e, na modalidade, à distância.

(En)Cena – A terapia tem cunho religioso?

Luiz Carlos Alves – O Mestre Choa Kok Sui não vincula o método da Cura Prânica a nenhuma corrente religiosa. “Se quiser torná-lo religioso”, observa o mestre, “pode dizer que a força vital vem de Deus, assim como tudo. Mas é só isso”.
A imagem que suas obras nos passam, contudo, é a de uma pessoa de profunda religiosidade: ele incentivava os praticantes da cura Prânica a fazerem uma prece antes de iniciarem o tratamento, invocando a proteção divina dos arcanjos, grandes profetas, santos, anjos e guias de cura. Também orienta o praticante a receber e transmitir a energia divina de cura.

(En)Cena – A Pranaterapia pode substituir ou auxiliar os médicos nos tratamentos de doenças?

Luiz Carlos Alves – A Pranaterapia foi desenvolvida para complementar, e jamais, substituir a medicina convencional. Como auxiliar já vem sendo praticada em vários hospitais nos Estados Unidos e em Países da Europa. No Brasil, algumas clínicas nos grandes centros já contam com atendimento de Terapeutas Prânicos regularmente.

(En)Cena – Pode ser chamado de Psicoterapia Prânica, Pranaterapia e Cura Quântica?

Luiz Carlos Alves – A Pranaterapia não deixa de ser uma modalidade de Cura Quântica, existe sim esse paralelo. Já a Psicoterapia Prânica é a Cura Prânica utilizada para tratar distúrbios psicológicos, onde são utilizados as mesmas técnicas e princípios, porém, dirigidos à remoção de enfermidades psicológicas.

(En)Cena – Qual a diferença da cura Prânica com Cristais e a outra realizada com as mãos?

Luiz Carlos Alves – A Cura Prânica com cristais simplesmente utiliza cristais de quartzo como instrumentos para facilitar o trabalho do terapeuta, diminuindo o tempo das sessões e acelerando ainda mais o tempo de cura do paciente. Com os cristais se realiza o mesmo trabalho realizado somente com o uso das mãos, porém, com mais profundidade. Como o poder é maior, exige também mais cautela. O Curso de Cristais só é disponibilizado após o terapeuta realizar todos os outros cursos, e adquirir certa experiência e segurança na prática da Cura Prânica.

(En)Cena – Pra que serve a água e o sal utilizada na técnica?

Luiz Carlos Alves – Durante as sessões de Terapia Prânica, normalmente o terapeuta deixa uma vasilha com água e sal ao lado do paciente, onde é jogada a energia suja ou doente que é retirada da pessoa, com a finalidade de destruir essa energia, uma vez que a água tem a propriedade de absorver a energia e o sal, de desintegrar.

(En)Cena – A meditação está inclusa na terapia?

Luiz Carlos Alves – Algumas meditações são ensinadas nos cursos de Cura Prânica, com a finalidade de ativar alguns centros de energia do terapeuta, desenvolvendo assim seu poder de cura, sua conexão espiritual, e proporcionando também mais saúde física e emocional ao terapeuta. Algumas dessas meditações podem ser oferecidas aos pacientes que se mostrarem com disposição para a prática, pois contribuem também com o processo de cura.

Sobre o Autor:

Natural de Santa Izabel Ivaí – Paraná e atualmente morando na cidade de Paraíso do Tocantins – TO, Luiz Carlos Alves é farmacêutico – Bioquímico (1999,UEM); Pós Graduado em Farmácia Clínica e Farmácia Hospitalar (2012); Terapeuta Prânico Avançado e Psicoterapeuta Prânico com Cristais, desde 2013 pelo Instituto Prana Brasília, além de praticante de Yoga Arhatica do Mestre Choa Kok Sui.

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Unidade de saúde mental no Hospital Geral de Palmas-TO: atenção, cuidado e articulação com a RAPS

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O (En)Cena conversou com a coordenadora de enfermagem da psiquiatria do Hospital Geral de Palmas-TO, Graça Cortez, sobre o manejo e cuidado de usuários em crise e os desafios de articulação entre o serviço do HG e outros pontos da Rede de Atenção Psicossocial, fazendo uma interface com os ideais da reforma psiquiátrica e do movimento antimanicomial.

Graça Cortez
Foto: Arquivo Pessoal.

(En)Cena: Graça, conte-nos como é o seu trabalho e como foi sua aproximação e trajetória na saúde mental.

Graça Cortez: Iniciei minha trajetória na Unidade de Saúde Mental como enfermeira assistencial, me especializei na área, e após três anos e meio no serviço assumi a coordenação de enfermagem na psiquiatria do Hospital Geral de Palmas-TO. Fomos pioneiras no serviço, pensando e desenvolvendo cuidados em saúde mental neste ponto da rede. Hoje trabalho na gestão e capacitação da equipe na tentativa de qualificar permanentemente o cuidado e a atenção dispensados aos pacientes em internação.

(En)Cena: Qual o papel do serviço em saúde mental no Hospital Geral no cuidado a usuários com transtornos mentais graves e persistentes e/ou com prejuízos em decorrência do abuso de álcool e outras drogas? Por quais profissionais é composta a equipe na psiquiatria?

Graça Cortez: Trata-se de um serviço de alta complexidade onde assistimos e cuidamos de usuários em franca crise, que não dispõem de condições para manterem acompanhamento em serviços ambulatoriais e que têm importantes prejuízos biopsicossociais. Nosso objetivo é dar estabilidade clínica e o mínimo de autonomia para que este e sua família consigam dar continuidade ao tratamento sem a necessidade de internação. Ele inicialmente é atendido no pronto socorro, avaliado pelo médico clínico geral e por seguinte pelo psiquiatra e, se necessário, é encaminhado para internação na psiquiatria. A equipe é multiprofissional, composta por enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, médicos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e nutricionista.

(En)Cena: Quais os critérios (sinais, sintomas e diagnose) e duração máxima de internação? Como os apontamentos e conceitos da reforma psiquiátrica e da luta antimanicomial interferem no serviço e procedimentos na psiquiatria?

Graça Cortez: O quadro de sintomas comum aos pacientes em franca crise que demandam internação são: surto psicótico e/ou comportamentais graves iniciais ou crônicos, intento suicida importante e o mesmo quadro em pacientes com sérios prejuízos psicossociais em decorrência do abuso de álcool ou outras drogas, sendo esses, em alguns casos, internados compulsoriamente. Os sinais e sintomas são os clássicos, a saber, alucinações, delírios, intento suicida e sérios prejuízos em razão do abuso de drogas. Normalmente a internação pode perdurar por até 20 dias, por acreditar ser esse tempo hábil para melhora dos casos, exceto em casos de internação compulsória, onde não há claro o prazo definido para alta. Apesar da configuração do nosso serviço, ou seja, de lógica hospitalar, buscamos dispensar um serviço pautado na política de humanização do SUS, na tentativa de garantir aos pacientes os seus direitos, dando-lhes uma assistência digna.

(En)Cena: Qual o percurso (fluxo interno) o usuário percorre até estar em condições de obter alta biopsicossocial (prognóstico)?

Graça Cortez: Antes de chegar à psiquiatria, o usuário é avaliado no PS (Pronto Socorro), normalmente trazido pelo SAMU, para a sala vermelha, avaliado pelo médico clínico geral, o qual solicita avaliação seguida de um parecer do psiquiatra de plantão e mediante sua avaliação solicita o encaminhamento do paciente à ala de internação através da regulação interna. É necessário responder aos critérios de real necessidade para internação. É frequente a reinternação, entretanto, mesmo nesses casos, o usuário realiza esse mesmo trajeto. Para alta, realiza-se avaliação clínica e verificação se o usuário dispõe de condições para dar continuidade ao acompanhamento em outros pontos da RAPS (Ex. CAPS).

(En)Cena: Como é trabalhar com usuários que estão na ala psiquiátrica que usam o serviço por demandas judiciais e/ou cumprem mandato de segurança? Apontamentos, desafios e amparo.

Graça Cortez: Especificamente sobre a internação compulsória, vejo com um desafio, já que os pacientes atendidos, em sua maioria, demandam cuidados em saúde mental em decorrência do abuso de drogas. Deste modo, apesar de estarem em momentânea crise, quando saem, julgam desnecessário a permanência e tornam ainda mais difícil o trabalho da equipe. Faz-se necessário uma mobilização para manter esse paciente no serviço, sendo essas investidas desgastantes. Há usuários que causam transtornos, pois tem dificuldades em obedecer as regras ou rotina da unidade. Seria interessante um apoio técnico e jurídico mais próximo da nossa realidade para lidar com tais situações. Nos casos de internação compulsória, acredito que o usuário tem parte de seus direitos feridos, sobretudo por não poder escolher seu destino nessas situações. O maior problema é quando o usuário entra e não tem previsão de saída. Não há parâmetro nesses casos. Só há data de entrada. Há duas dimensões que precisam de análise, a de saúde e a jurídica, e por essa razão é comum a dificuldade de dissolver tais casos.

(En)Cena: Há diálogo entre a psiquiatria do HG com outros pontos de atenção/cuidado da rede de atenção psicossocial (RAPS)? Recebem ou repassam informações oficiais sobre a continuidade do acompanhamento (integralidade do cuidado) de egressos deste serviço? (CAPS II e AD, A.B, Urgência e Emergência e outros).

Graça Cortez: Temos um bom diálogo com a coordenação de saúde mental do Estado e com os CAPS (AD III e II). Entretanto não há um feedback quando se trata de um retorno de informações de usuários que retornam para cidades que não dispõem desses serviços. A contra referência ocorre, pois é oficializada via encaminhamento. Quando não há na cidade um serviço especializado em saúde mental, encaminhamos para a unidade básica de saúde, entretanto percebemos que a atenção básica por vezes não reconhece o paciente como seu, transferindo ao CAPS tal responsabilidade. O usuário sai orientado e com a contra referência e receita em mãos. Ligamos e informamos sobre a necessidade da continuidade de acompanhamento ao usuário. Quando queremos informação, entramos em contato com o serviço de referência no território e/ou técnico de referência.

(En)Cena: Graça, não é raro ouvir, sobretudo de próprios usuários e familiares, reclamações sobre o modo de cuidados dispensados a usuários em crise no que diz respeito à contenção e ao manejo, alegando possíveis maus tratos por parte da equipe. O que dizer a respeito?

Graça Cortez: Esse é um ponto chave. Quando falamos em saúde mental, no Hospital Geral, visualizamos um paciente em franca crise psiquiátrica, e em alguns casos o paciente em crise investe de força física e resiste ao início do tratamento. Nesses casos, faz-se necessário a contenção e disposição de medidas mais enérgicas, mas resguardando física e moralmente o usuário. Para proteger o paciente e quem está ao seu redor, precisamos fazer o manejo mais forte – contenção mecânica. Não é aleatório, exige técnica para realizar tais procedimentos. Para quem é externo ao serviço é comum o estranhamento, mas há casos em que é inevitável o uso da contenção mecânica e contenção química, enfatizamos que é para o benefício do próprio usuário\familiares\funcionários. Quem não conhece os processos de trabalho não compreendem a necessidade de tais procedimentos e se assustam, mas são atividades comuns e necessárias.

(En)Cena: Sabe-se que a psiquiatria do HG de Palmas é referência do serviço no estado. Quais condições se dispõem para assistir tamanha demanda? Qual a avaliação se faz de recursos físicos e humanos?

Graça Cortez: Veja bem, segundo a orientação do ministério da saúde, nós temos que dispor até 10% de leitos do HG para pacientes psiquiátricos, entretanto, mesmo dispondo tal porcentagem, ainda não é suficiente para assistir integralmente a demanda. Atendemos, além da demanda do Estado do Tocantins, usuários do Maranhão, Bahia, Mato Grosso, Pará e até Goiás. Portanto, para serviços na internação, não é o suficiente. Os recursos humanos são satisfatórios e a equipe tem conseguido assistir a demanda, apesar de achar que durante o tempo de internação, o paciente deve desenvolver mais atividades terapêuticas, como parte aliada ao tratamento medicamentoso. Já os recursos físicos ainda carecem melhorias.

(En)Cena: Quais são os maiores desafios de um trabalho com tamanha complexidade?

Graça Cortez: Manter a saúde mental!

(En)Cena: A própria, da equipe?

Graça: Sim, a própria saúde mental, de modo que não implique aos usuários, não implique na assistência e não interfira na boa condução do cuidado dispensado ao paciente. A atmosfera do ambiente por muitas vezes é tensa, sendo necessário ter paciência e auto-cuidado para não ser afetado de modo que tal afeto prejudique tua prática.  Então, acho que antes de tudo, trabalhar na saúde mental faz-se necessário conhecer bem a saúde mental e manter bem a própria.

(En)Cena: Como se dá a relação entre os familiares, usuários internados e equipe? Como funciona o fluxo nessa perspectiva (visitas, acompanhamento etc)?

Graça Cortez: Então, como se trata de uma relação de cuidado, mesmo com as intempéries, a família vê na equipe um suporte, já que a grande maioria também está adoecida em razão das dificuldades que é conviver com um familiar que tenha transtorno mental e que não está em tratamento. Então é uma relação de parceria e apoio.  Solicitamos a família que todo usuário tenha um acompanhante para não causar tanto impacto a ele, por que geralmente ele interna sedado e acorda num ambiente totalmente inóspito, sem ninguém conhecido. Então, a partir dessa lógica, solicitamos a presença de uma pessoa que o usuário tenha vínculo. Inicialmente orientamos o acompanhante, colhemos informações acerca do usuário e o passamos as normas e a rotina da unidade. Deste modo acreditamos que tornamos a internação dele mais humanizada.

(En)Cena: O serviço já acolheu ou internou um usuário com transtorno mental ou com prejuízos decorrentes do uso de drogas que ora estava em situação de rua? Se sim, qual (quais) estratégia na tentativa de reinseri-lo socialmente ou reintegrá-lo a família?

Graça Cortez: Sim. Tivemos alguns casos. Foi uma ação que o Serviço Social da nossa unidade realizou com sucesso. Alguns retornaram para sua casa, família, Estado, e o que não conseguiu foi encaminhado para uma casa abrigo. São muitas histórias, muitos desafios, porém quando há boa vontade e engajamento da equipe o trabalho acontece, traz resultados e reconhecimento.

 


Edição: Hudson Eygo.

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