Relações Interpessoais na Geragogia sob a visão de Skinner

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Relacionar-se é a capacidade de conviver com outras pessoas. As interações acontecem em contextos diversos, nas organizações e em casa. Ao conviver com o outro há uma troca de afeto e responsabilidades. Ainda na psicologia clássica, a ideia que nós nos conhecemos através dos outros eclodiu.

Geragogia é a educação para velhos. É o estudo de como se dá a aprendizagem de velhos, com o objetivo de proporcionar uma velhice consciente e produtiva. Willis e Schaie (1981) listaram 5 objetivos para a educação de pessoas velhas/antigas. A primeira é ajudar na compreensão corporal e de comportamentos que são manifestados na velhice. O segundo é proporcionar compreensão das mudanças tecnológicas do mundo contemporâneo. A terceira é torná-los capaz de desenvolver capacidade para de defender. A quarta é o adquirir novas aptidões a partir do que foi supracitado. E o quinto é proporcionar aos velhos um bom desenvolvimento, assim como proporcionar a descoberta de novos e diferentes papéis pessoais (OLIVEIRA, 2006).

Para Skinner, o comportamento é resultado de alguma alteração no ambiente, e este também altera o ambiente. Logo, as relações indivíduo-ambiente são controladas pelas consequências. A depender da consequência, tal comportamento irá aumentar ou diminuir, podendo resultar em reforço positivo e negativo. Caso a consequência seja desagradável a frequência tende a diminuir, resultando em estímulo aversivo/punitivo.

 

Afeto e comportamento social na educação gerontológica

A educação gerontológica deve levar em conta, à priori, a personalidade, comportamentos e o ambiente que se inserem os adultos seniores. Para tanto, o Psicólogo Educacional das pessoas velhas deve ser capaz de entender, classificar, e intervir nos comportamentos, e desse modo, promover não apenas a remediação de situações já existentes, mas de forma interdimensional, preveni-las da maneira possível (BARROS-OLIVEIRA, 2006).

Porém, cada idoso tem suas experiências de vida, positivas ou negativas, em contextos diversos. Destarte, é necessária uma educação diferencial e contextual, com características individualizadas. O método de ensino/aprendizagem também é diversificado: deve-se recorrer mais às experiências acumuladas do que fornecer novos conhecimentos, desencadeando novas compreensões do que já existe para os educandos, dar a luz a novas interpretações, promover a auto-educação (BARROS-OLIVEIRA, 2006).

Via de regra na educação convencional, busca-se o desenvolvimento de habilidades e recursos cognitivos sofisticados nos educandos, porém, para uma condição de aprendizagem satisfatória, gerontológica ou não, espera-se que os aprendentes se sintam implicados e que haja satisfação pessoal quando o aprendido seja executado.

Fonte: https://bit.ly/2DmfnOO

Logo, as análises sobre a satisfação em aprender e a afetividade envolvida no processo estão intimamente ligadas ao papel das consequências dos comportamentos envolvidos na aprendizagem. Esse fenômeno tem sido discutido na abordagem Análise do Comportamento, que teve como expoente B. F. Skinner (BENVENUTI; OLIVEIRA; LYLE, 2017).

Reconhecer que quem está no processo de aprendizagem está ativo e transformando seu ambiente leva à possibilidade do manejo das consequências desses comportamentos. Pode-se manipular as consequências a quem se comportou de modo que os comportamentos esperados se repitam no futuro. As consequências mais importantes no contexto da aprendizagem são aquelas advindas de outras pessoas, os chamados reforçadores sociais. De maneira simplificada, podem ocorrer em expressões faciais, elogios, contato físico, sorriso, entre outros. Essa classe de reforçadores contribuem para o fortalecimento de vínculos com todos os envolvidos no processo de aprender (BENVENUTI; OLIVEIRA; LYLE, 2017).

Entre outros aspectos, alguns determinantes para a velhice bem sucedida envolvem a saúde, a manutenção do nível de funcionamento cognitivo e físico e a manutenção da participação social. Esses marcadores abrangem as dimensões física, psíquica e social, sendo a social composta por elementos de comunicação, convivência, sentimento de pertença, entre outros aspectos (BARROS-OLIVEIRA, 2006).

Fonte: https://bit.ly/2Dmg8Ya

Um dos benefícios da expansão da dimensão social, é em partes o autoconhecimento e o estabelecimento de novos significados para a própria existência em relação ao outro. Para Leite (1997), a representação que o outro nos dá de nós mesmos, funciona como o efeito de um espelho, pois, as imagens que temos de nós são sucessivas imagens que os outros nos dão de nós. Caso contrário, não poderíamos saber quem somos. Nas palavras de J. P. Sartre, “o outro guarda um segredo: o segredo do que eu sou”.

Para tanto, o valor da aproximação com outras pessoas depende que o comportamento aproximativo e a manifestação de afetividade seja seguido de consequências reforçadoras. Ainda que essas consequências sejam extrínsecas por serem arranjadas por outros, elas são relacionadas com motivação intrínsecas à medida que a interação social é um dos objetivos da educação (BENVENUTI; OLIVEIRA; LYLE, 2017).

Desse modo, os Psicólogos Educacionais dos idosos devem encorajar o entusiasmo, estar atentos aos estímulos que podem provocar consequências reforçadoras às pessoas velhas, considerando suas características de vida, suas histórias, seus conhecimentos prévios e suas redes afetivas.

Antes de assumir qualquer posição de saber, o psicólogo que se debruça sobre a Geragogia deve compreender que com sua vasta sabedoria, as pessoas velhas podem educar através da experiência, enquanto os mais novos devem se dispor a aprender mais (BARROS-OLIVEIRA, 2006).

Fonte: https://bit.ly/2zaFh4X

Portanto, o afeto, a análise do comportamento e as relações interpessoais apresentam-se como ferramentas para a ressignificação e flexibilização do vasto conhecimento já existente nos idosos, promovendo assim, mais saúde e qualidade de vida.

Princípios Básicos da Análise Experimental do Comportamento aplicados à Geragogia

A perspectiva Analista comportamental, traz a noção de que o comportamento sofre influências do meio, isto é, há uma interação entre organismo-ambiente. Dessa forma, dentro de um conjunto de contingências, é possível a separação do que se apresenta como Estímulo (alteração no ambiente que produz uma alteração no indivíduo) e do que se apresenta como Resposta (alteração no indivíduo causada pelo o estímulo).

Logo, o comportamento para Skinner é entendido como a relação entre vários estímulos, dentre eles: público; privado; histórico; imediato social e não social, uma relação entre o organismo e o ambiente,se apresentando como um processo que muda ao longo do tempo.

 A partir da perspectiva supracitada, comportamentos são estudados basicamente por dois tipos de relações, tanto os respondentes como os operantes. No caso dos respondentes as respostas de um comportamento são emitidas pelo estímulo antecedente apresentado, os comportamentos operantes são influenciados pela consequência conforme o contexto apresentado (HENKLAIN 2013).

Analisando essas variáveis, é possível a identificação de estímulos reforçadores e/ou punitivos, o que Skinner mais a frente denominou como aprendizagem pelas consequências de modo reforçador (aumento da frequência da resposta)e/ou por controle de estímulos aversivos (diminuição da frequência da resposta).

B. F. Skinner. Fonte: https://bit.ly/2RRqV0h

Portanto, para se começar a entender como a Análise do Comportamento enxerga o “aprender” do idoso, é necessário enfatizar que cada idoso possui um vasto repertório de vida, e que todo o processo de ampliação e ressignificação desse repertório, parte de um processo contingencial individualizante e interacionista, concomitantemente, os comportamentos possuem características funcionais no ambiente e não podem partir de uma análise unilateral, considerando que determinado comportamento só é possível a partir da interação indivíduo-ambiente.

Segundo Farias (2017) os indivíduos que pertencem a grupos nos extremos desse “contínuo desenvolvimento humano”, passam por transformações biológicas e comportamentais significativas, e como consequência, necessitam de programações especiais de contingência para produzir compensações comportamentais e ambientais.

O que Barros-Oliveira (2006) descreve que os métodos de ensino/aprendizagem para os velhos também devem ser diversificados, utilizando os princípios básicos da análise experimental do comportamento, como por exemplo, averiguar os estímulos respondentes e operantes, para obter um melhor resultado no desempenho do processo da Geragogia.

Ao ensinar pessoas idosas devemos principalmente desencadear uma nova integração aos estudos, analisando os efeitos da interação entre os velhos e o ambiente, como descreve Henklain (2013 p. 712) “[…] o tipo da tarefa que o professor requisita às consequências que o aluno produz com a realização da tarefa, a clareza da tarefa ou das instruções para a sua realização etc.” utilizando os reforçadores que estimulam a melhor compreensão do conteúdo ministrado.

Fonte: https://bit.ly/2qL9uTx

Outro fator capaz de explicar o comportamento, é reconhecer o indivíduo nas suas facilidades e dificuldades de aprendizagem. Cada velho deverá passar por uma avaliação onde será feita uma análise sobre a sua história de aprendizagem, as condições sob as quais se comportam e as consequências que produz. Portanto, o planejamento de ensino, deverá ser aplicável a realidade e flexível para atender às necessidades demandadas (HENKLAIN 2013).

Salientando a importância desse processo, pois assim, os idosos podem se beneficiar de práticas culturais que evitam a exagerada limitação de seu repertório comportamental e do estabelecimento de comportamentos voltados à saúde, de modo a manter as funções orgânicas satisfatórias por um período de tempo maior (FARIAS 2017).

A educação das pessoas velhas é necessária, visando a construção de uma sociedade com participação de todos, independente da fase do ciclo vital. Visto que na atualidade, pessoas antigas representam uma boa parte da população. Logo se faz necessário dar vez e voz a estas pessoas, para que se tenha uma sociedade e uma geração bem resolvida e satisfatória. Para isto, vimos que o estabelecimento boas relações interpessoais ajudam neste processo, visto que o indivíduo influencia e é influenciado pelo outro em seu meio social. Assim, uma relação de simpatia entre professor-aluno ajuda no processo de fortalecimento, adaptação e desenvolvimento de novos papéis.

REFERÊNCIAS:

BARROS-OLIVEIRA, José. EDUCAÇÃO DAS PESSOAS IDOSAS. Psicologia, Educação e Cultura: Revista do Colégio Internato dos Carvalhos, Pedroso, Portugal, v. 2, n. 10, p.267-309, dez. 2006. Semestral.

BENVENUTI, Marcelo Frota Lobato; OLIVEIRA, Thais Porlan de; LYLE, Leticia Albernaz Guimarães. Afeto e comportamento social no planejamento do ensino: a importância das consequências do comportamento. Psicologia USP, v. 28, n. 3, p. 368-377, 2017.

DE-FARIAS, Ana Karina CR; FONSECA, Flávia Nunes; NERY, Lorena Bezerra. Teoria e Formulação de Casos em Análise Comportamental Clínica. Artmed Editora, 2017.

HENKLAIN, Marcelo Henrique Oliveira. CARMO, João dos Santos.Contribuições da análise do comportamento à educação: um convite ao diálogo. Cad. Pesqui. [online]. 2013, vol.43, n.149, pp.704-723. ISSN 0100-1574. Acesso em 30 de out de 2018, disponível em :< http://dx.doi.org/10.1590/S0100-15742013000200016>.

LEITE, Dante Moreira. Educação e relações interpessoais. In: PATTO, Maria Helena Souza. Introdução à Psicologia Escolar. 3. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997. Cap. 1. p. 301-328.

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“Por que a análise feminista sobre gênero é silenciada” é tema de encontro do Grupo de Estudos Feministas

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O debate é aberto ao público e ocorre no dia 12 de novembro, às 17h, na sala 203, no Ceulp

Acontece na segunda-feira, dia 12 de novembro de 2018, o encontro do Grupo de Estudos Feministas com o tema “Por que a análise feminista sobre gênero é silenciada”, das 17h às 18h, na sala 203, no Ceulp/Ulbra. O debate é aberto ao público e será conduzido pelas acadêmicas Monique Carvalho (Psicologia/Ceulp) e Thainá Ferreira (Filosofia/UFT).

Saiba mais

O Grupo de Estudos Feministas, iniciativa do curso de Psicologia do Ceulp, com orientação da Profa. Me. Cristina Filipakis, procura situar a luta feminista e sua história nos mais diversos contextos objetivando discutir temas que perpassam de maneira transversal as perspectivas e vivências das histórias de diferentes mulheres.

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“Que droga de vida é essa?: a psicologia em um CAPS AD” é tema do Psicologia em Debate

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O evento acontece no dia 14 de novembro às 17h no CEULP

“Que droga de vida é essa?: a psicologia em um CAPS AD” será tema de discussão no “Psicologia em Debate”, que acontecerá no próximo dia 14 de novembro na sala 203, a partir das 17h. O tema será apresentado pelas acadêmicas Gleycielle Silva Magalhães e Sandra Regina Vieira da Silvado CEULP/ULBRA.

“Psicologia em Debate” é um espaço permanente para apresentação de trabalho de pesquisa e extensão, TCC, entre outros, dos acadêmicos e egressos do CEULP/ULBRA, dando oportunidade de divulgação das atividades desenvolvidas no curso. Entre os objetivos do projeto está a instrumentalização dos alunos e o estímulo para que mais acadêmicos se envolvam em atividades científicas. O evento acontece desde fevereiro de 2016 no CEULP. A atividade é gratuita e vale horas complementares.

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A atuação do Psicólogo no Ensino Superior segundo a Psicanálise

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A relação entre psicanálise e educação vem de longa data, desde que Freud demonstrou seu interesse pela pedagogia na intenção de possibilitar uma melhor compreensão por parte dos educadores sobre o desenvolvimento da criança e do adolescente.

Mesmo sem nos ter deixado escrito algum sobre a educação, pode-se dizer que, em toda a obra de Freud, há uma preocupação constante com as questões desse campo, no sentido de que a psicanálise, nascendo de uma prática clínica, constrói um corpo teórico fundamentando uma nova concepção de mundo e de homem, como ser histórico, social e cultural, e tenta compreender como se dá a inserção desse homem na cultura.

Para a psicanálise, é de fundamental importância, no intento de entender o que norteia o processo educativo, considerar o sujeito do inconsciente na educação, sujeito este que não segue o modelo científico e os ideais da ciência. Assim, decorre que, enquanto na educação o sujeito contemplado é o do conhecimento, cognitivo, passível de mensuração, o sujeito do qual ocupa-se a psicanálise é o sujeito do inconsciente enquanto manifestação única, singular, não mensurável e que, por isso, não pode fazer parte do concretamente observável.

A finalidade da educação, segundo a Psicanálise, é a instauração do princípio de realidade, ou seja, é permitir ao indivíduo, submetido ao princípio do prazer, a passagem de pura satisfação das pulsões para um universo simbólico, que faz referência a uma lei, a lei da castração. A entrada no universo simbólico se dá pela linguagem.

Fonte: https://bit.ly/2TqLKBo

A Transferência no processo ensino-aprendizagem

A transferência é antes de tudo, transferir sentidos e representações, e que no contexto educacional ganha vida na relação professor-aluno (SANTOS, 2009).O professor é objeto de transferência e está ligado a “protótipos”, principalmente à imagem da mãe, do pai, etc. Ou seja, as pessoas estimadas ou respeitadas. Iniciada a transferência, a figura do professor é esvaziada de sentido e preenchida pelo aluno conforme sua fantasia. Isso acontece de forma natural na relação educador-educando, assim como em outras relações humanas.

O professor (a) é um fator fundamental para que ocorra a aprendizagem que não está focada somente nos conteúdos, mas sobretudo, na questão que se impõe entre professor e aluno, isso pode estimular ou não o aprendizado, independente dos conteúdos. A relação professor-aluno depende, em grande medida da maturidade afetiva do professor. É numa relação de diálogo e escuta que a educação será uma relação de respeito entre ambas as partes.

Considerando que o indivíduo traz consigo uma experiência relacional vívida com a família, com um inconsciente com todas as suas frustrações e recalcamentos de seu drama interior, com seus desejos e sua história. Portanto, deve-se lembrar que as dificuldades encontradas pelo aluno, na universidade, podem também ser de origem afetiva.

A pedagogia poderia se articular com essa expressão simbólica do aluno a partir das múltiplas situações oferecidas pelo grupo escolar e suas diferentes formas de atividades, oferecendo ao aluno oportunidade de verbalizar suas tensões. É dessa forma que a psicanálise pode ajudar o educador, permitindo a possibilidade de uma compreensão em profundidade do sujeito, no que ele tem de mais pessoal e mais íntimo. Para tal, é necessário que a universidade não mantenha os alunos numa relação de submissão passiva à autoridade do professor.

Freud, em “Por que a guerra?”, afirma que a comunidade se mantém unida pela força opressora da violência e pelos vínculos emocionais dos seus membros.  Ele coloca a existência no homem da pulsão de ódio e destruição, e também a pulsão agressiva. Coutinho (Jorge, 2003) coloca que a concepção de pulsão foi construída ao longo de toda obra Freudiana. Pulsão é um conceito situado na fronteira entre mental e somático, sendo representante psíquico dos estímulos que são originados no organismo e que alcançam a mente e, diferentemente do  da mesma: Pressão (Drang), Finalidade (Objekt) e Fonte (Quelle). Na Quelle se dá a partida de certa pulsão, o processo somático, sendo localizado numa parte do corpo ou em um órgão; Drang é impulso, uma força constante que se origina de uma excitação interna; Objekt é o que tem de mais variável, podendo ser qualquer um. Para Freud Recalque e Sublimação, destinos da pulsão, são dois pólos extremos e opostos que se excluem bilateralmente.

Fonte: https://bit.ly/2DMIqvU

Pela necessidade existente de viver em sociedade e conviver com os outros nos obriga a adotar uma das duas soluções: Bloquear e impedir a exteriorização dos impulsos do Id (Recalque), ou então, transformar esses instintos em ações boas e compatíveis com a necessidade da convivência social (Sublimação).

A Sublimação é a capacidade de deslocamento da pulsão para fins não sexuais, e pensando na contribuição da educação para se conter os impulsos agressivos é necessário considerar os impulsos sexuais e agressivos dos componentes, e a sublimação como um destino possível das pulsões. Estevam (1969) coloca que ocorre quando nossos impulsos malignos se disfarçam de inocentes e inofensivos e se manifestam na vida consciente do ego, sem que ninguém consiga descobrir sua verdadeira identidade. Freud coloca que a análise de professores e educadores é a medida mais preventiva e eficiente do que analisar as crianças. Millot (1987, p.39) coloca que “Saber o que se está fazendo quando se educa, já que não se faz o que se quer.” Em 1920, no texto “Além do Princípio do Prazer”, a teoria das pulsões sofre uma mudança pois Freud conceitua a pulsão de morte.

De acordo com Costa (2007) a escola foi construída com o intuito de afastar a criança da exposição a sexualidade dos adultos, sendo entendido que tal exposição seria inadequada para a formação moral deles. Podemos ver, então, que as propostas da educação não levam em conta os processos inconscientes no aprender, no viver juntos e na violência, que são fundamentais para se pensar nas relações humanas, é entendido que “aprender a viver juntos” pode ocorrer através de um ensino, não levando em conta o que é transmitido de forma inconsciente.

Freud coloca, em uma discussão sobre suicídios de alunos, que uma escola deve dar aos jovens o desejo de viver além de lhes oferecer apoio e amparo em uma época da vida que o seu desenvolvimento faz com que diminua seus vínculos com a família. Sendo assim, podemos ver que para ele a escola e o professor possuem importância na constituição subjetiva dos seus alunos, deve ser colocada como um espaço para vivenciar o convívio com o outro, o diferente de si, onde se posso sonhar, falar, pensar e experimentar limites. Ele coloca, em Massas e Análise do Eu, que libido é a energia dos instintos que tem a ver com tudo incluído pela palavra amor (amor próprio, amor por  pais e filhos, amizade, devoção a objetos, idéias).

Fonte: https://bit.ly/2A5Cqdc

No Complexo de Édipo, segundo observações da psicanálise, o primeiro objeto de amor da criança são os pais, eles seriam os primeiros instintos sexuais da criança, porém ocorre uma repressão dos instintos sexuais, assim a criança permanece ligada a eles pelos instintos, sendo assim, todas as relações desenvolvidas após a infância carregam uma herança dos instinto amorosos pelos pais, inclusive a relação educadora(or)-educanda(o). O Complexo de Castração é um conceito desenvolvido por Freud para caracterizar o momento em que as crianças procuram entender que todos eram iguais, possuíam o mesmo corpo e em dada situação, algo aconteceu que fez com que alguns perdessem algo.

Para Freud, a educação teria um papel importante no processo de sublimação. Porém, a mesma repressão que pode gerar uma sublimação, também pode gerar uma neurose. Uma educação repressiva teria um papel importante na manutenção de uma sociedade neurótica. Uma grande dificuldade que surge para a educação está no fato de que a sublimação se dá através de processos inconscientes. O educador deveria promover a sublimação, mas sublimação não se promove, por ser inconsciente.

A teoria psicanalítica contribui com a educação no sentido de permitir que, tendo conhecimento do caminho que a energia para o saber percorre, o professor atue de maneira mais consciente, viabilizando e compreendendo as manifestações que as pulsões parciais e a pulsão sexual exercem no desenvolvimento infantil.

Atuação do Psicólogo Escolar no Ensino Superior

Estudos mostram que têm surgido novos espaços de atuação emergentes para os psicólogos, como as políticas públicas educacionais, pós-graduação e o Ensino Superior. Devido à facilidade de acesso ao ensino superior, com vestibulares menos seletivos, que tem possibilitado o ingresso de indivíduos que apresentem dificuldade de aprendizagem. Alguns autores relatam que há uma grande recorrência de casos de universitários com problemas de aprendizagem (WITTER, 1998; WATANABE, 2000; FERRARI e SEKKEL, 2007; FERREIRA, 2007). Após o seu ingresso, tanto aluno como universidade devem encontrar alguma forma de sanar ou diminuir os problemas relatados como barreiras no método de aprendizagem, para evitar a evasão ou que este aluno não conclua a sua formação.

Fonte: https://bit.ly/2Dz5iy6

Marinho-Araújo (2009), destaca que a atuação do psicólogo dentro das instituições de ensino superior foca principalmente no acompanhamento dos estudantes nas demandas relacionadas a problemas de adaptação à vida universitária e às novas relações sociais efetivadas; à orientação profissional; ou à demanda ligada aos processos de ensino e aprendizagem. A autora afirma, ainda, que a forma de intervenção é a mesma utilizada na Educação Básica.

Neste contexto temos a psicanálise como um método desenvolvido para consultórios e sua teoria desenvolvida por Freud baseado em casos clínicos, porém, sua aplicação tem sido pensada desde o próprio Freud para outras ciências, dentre delas a educação. Fornecendo assim todo suporte teórico a interpretação de fenômenos que ocorrem fora do contexto analítico, a psicanálise pode fundamentar a prática do analista fora da clínica. Sendo assim não se faz clínica psicanalítica fora dos consultórios, mas atua-se fundamentado na ética da psicanálise (ANSELMO, 2008).

No final da década de 1970, Catherine Millot trabalhou sobre as possibilidades de haver uma pedagogia que levasse em conta os conhecimentos e o método de trabalho da psicanálise, mas concluiu que não era possível, devido a distância entre as duas propostas: a psicanálise pretende trazer à tona o que a educação pretende barrar. Segundo ela, a relação possível entre psicanálise e educação se daria apenas pela psicanálise do educador e da criança (MILLOT, 1979, p.157). Em 1989, Kupfer fundamentada nos estudos de Millot, limita a contribuição da psicanálise como a geração de uma filosofia de trabalho ao educadores.

(…) a Psicanálise pode transmitir ao educador (e não à Pedagogia, como um todo instituído), uma ética, um modo de ver e de entender sua prática educativa. (…) Cessa aí, no entanto, a atuação da Psicanálise. (KUPFER, 1989, p.97).

Em 2007 a autora revê suas elaborações anteriores e modifica sua posição. Afirmando que pode-se falar em educação orientada pela psicanálise (KUPFER, 2007). Demonstrando a possibilidade de educar de modo psicanaliticamente orientado.

Fonte: https://bit.ly/2RZK28v

Kupfre (2007) se refere a estilos cognitivos, a relação de cada indivíduos com o conhecimento, o professor sabendo disso conduzirá o aluno para o seu próprio estilo cognitivo. Propondo uma educação voltada para o sujeito, considerando particularidades, incluindo o modo de aprender.

Na educação, a psicanálise propõe um trabalho de escuta dos educadores, por um lado, e de transmissão da teoria psicanalítica a esses profissionais, por outro. Escutam-se suas angústias diante do diferente, do que foge ao padrão. Transmite-se o que é educar, transferência professor-aluno, e qualquer outro tema que possa auxiliar na prática educativa. Segundo Colli (2008), ao conhecer a teoria psicanalítica o educador pode sustentar a sua função, além de ter reduzido o nível de angústia presente no ato de educar.

Para a psicanálise a dificuldade de aprendizagem deve ser tratada da mesma maneira que se trata qualquer outra queixa clínica, em que se pergunta ao próprio sujeito o que ele pensa a respeito da sua dificuldade. O estudante é levado a refletir sobre a sua queixa, a fim deles próprios encontrem as causas e as possíveis soluções para seu problema, considerando a existência do inconsciente como determinante dos acontecimentos psíquicos.

Além dos poucos estudos voltados para a atuação do psicólogo no ensino superior com uma abordagem psicanalítica há um grande distanciamento entre a atuação profissional e o conhecimento adquirido na academia.

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Abertura do Pré-Caos tem ampla adesão dos acadêmicos

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Evento é organizado pela turma de Psicologia da Sexualidade

Fruto das ações desenvolvidas na disciplina de Psicologia da Sexualidade Humana, o Pré-Caos – evento que antecede o Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia de 2019 – teve a sua abertura as 14h30 desta quarta-feira, dia 31/10, pelas coordenadoras do curso, profa. Dra. Irenides Teixeira e a profa. Me. Cristina Filipakis, e com a participação dos professores Fabiano Fagundes, Lauriane Moreira e Sonielson Sousa.

O evento de abertura foi totalmente organizado pelos acadêmicos do curso matriculados na disciplina e contou com a participação de aproximadamente 350 pessoas entre alunos da Psicologia, acadêmicos de outros cursos e comunidade em geral.

A coordenadora Irenides Teixeira fez uso da palavra para agradecer o empenho dos acadêmicos e professores e destacou a qualidade do evento. Irenides lembrou – juntamente com a profa. Cristina – das transformações que a Psicologia do Ceulp/Ulbra vem experimentando desde 2015. ‘Isso só foi possível porque os acadêmicos entenderam e abraçaram a nossa proposta, que é a de transformar o estudante num sujeito autônomo, agente de transformação e, de fato, um profissional com atitude, qualificação e comprometimento ético. E estamos vendo os resultados desta mobilização’, destacou Irenides.

A coordenadora Cristina Filipakis enfatizou os aspectos técnicos da disciplina e do próximo Caos, que ocorrerá entre os dias 21 a 25 de maio de 2019, além de reforçar a importância do tema sexualidade para a Psicologia. De acordo com Cristina, apesar de parecer um tema corriqueiro, ‘a sexualidade ainda é um tabu para muita gente, e a epistemologia se altera frequentemente, exigindo atenção por parte do profissional de Psicologia, que deve agir pautado pelo princípio do cuidado e do profissionalismo’.

Programação– Além da abertura oficial, o pré-Caos contou com a exibição de uma produção temática no Cine Alteridade, três oficinas, sarau, coffe break e mesa redonda. Todas as atividades foram organizadas pelos acadêmicos e conduzidas por profissionais reconhecidos em âmbito estadual.

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Sexualidade, diversidade e liberdade: um evento PRÉ-CAOS 2019

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O evento acontece no dia 31 de outubro no Ceulp

No primeiro semestre de 2019, o Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS) trabalhará com o tema “Psicologia e Sexualidade – corpo, conhecimento e liberdade”. Com o intuito de oferecer uma prévia para o público sobre como será o congresso, a coordenação de Psicologia teve a ideia de realizar um evento PRÉ-CAOS.

Para tanto, conta com a organização da turma da disciplina de Psicologia da Sexualidade Humana, com supervisão dos seus docentes Me. Cristina D’Ornellas Filipakis, Me. Fabiano Fagundes, Me. Lauriane Moreira e Me. Sonielson Luciano de Sousa. O evento ocorrerá no dia 31 de outubro de 2018, no CEULP, sob o título SEXUALIDADE, DIVERSIDADE E LIBERDADE: PRÉ-CAOS 2019.

De acordo com a Profa. Me Cristina Filipakis, “as expectativas são as melhores possíveis, porque a gente fez uma proposta que começou ainda no CAOS desse ano, em que a gente pensou em fazer um evento pré-CAOS para divulgar o nosso evento e esse tema sobre sexualidade, que gera muita curiosidade nas pessoas. Desde o começo do semestre então a gente queria fazer essa proposta para os alunos. Mas a gente nunca imaginou que a proposta seria tão bem recebida e eles iriam se engajar tanto em um evento tão organizado como está, completo. Então nós, o grupo de professores, estamos surpresos, impressionados e muito orgulhosos da turma, porque está tendo uma dedicação muito grande. Então a gente acredita que vai ser um evento muito bom e isso é legal, porque é um evento organizado pelos alunos e isso mostra a potência dos alunos e o quanto os alunos organizados e unidos podem fazer pelo curso, pela profissão e pela comunidade. Então estamos muito felizes e a expectativa é ótima. A gente acredita que será um evento muito bom e que terá uma repercussão muito grande, tanto dentro do CEULP e do curso, como fora”.

Confira a programação:

– Cine Alteridade Especial: filme “A garota dinamarquesa”, das 12h às 14h, sala 220 F;

– Minicurso 1: Sexualidade Masculina: saúde e disfunções sexuais, com Dr. Adelmo Aires Negre, das 15h às 17h, sala 221

– Minicurso 2: Terapia Sexual: a vida com mais prazer, com Sexóloga Glícia Neves da Costa, das 15h às 17h, sala 223

– Minicurso 3: Sexualidade Feminina: saúde e disfunções sexuais, com Dra. Marcia Cristina Terra de Siqueira Peres, das 15h às 17h, sala 227

– Teste rápido, com o Núcleo Henfil, das 17h às 19h, nas salas 424 e 425

– Sarau, das 17h às 19h, no hall do Núcleo Alteridade

– Mesa redonda, das 19h às 22h, no auditório central, com os profissionais:

– Dhieine Caminski, psicóloga, especialista em Saúde da Família (UNIVALD) e gerente de Saúde Mental da SEMUS – Palmas

– Gleidy Braga, jornalista e bacharela em Direito, especialista em Gestão e Políticas Públicas (FESPSP) e mestranda em Desenvolvimento Regional (UFT)

– Pierre Brandão, educador físico (CEULP), fisioterapeuta (FUNEC), mestre em Gerontologia (UCB) e doutor em Educação Física (UCB)

– Rafaela Alexandra Vieira, economista, especialista em Gestão Pública, Gestão de Pessoas. Gerenciamento de Projetos e Orçamento de Finanças Públicas e vice-presidente da ATRATO (Associação das Travestis e Transexuais do Estado do Tocantins).

Faça a sua inscrição e escolha o minicurso através do link: https://goo.gl/H3uYBa

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PRÉ-CAOS 2019: Psicóloga Dhieine Caminski integra mesa redonda

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O evento acontece no dia 31 de outubro no Ceulp/Ulbra

No primeiro semestre de 2019, o Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS) trabalhará com o tema “Psicologia e Sexualidade – corpo, conhecimento e liberdade”. Com o intuito de oferecer uma prévia para o público sobre como será o congresso, a coordenação de Psicologia irá realizar um evento PRÉ-CAOS, que ocorrerá no dia 31 de outubro de 2018, no Ceulp/Ulbra, sob o título “SEXUALIDADE, DIVERSIDADE E LIBERDADE: PRÉ-CAOS 2019”.

Entre os convidados da mesa redonda que integra a programação, está a psicóloga Dhieine Caminski, especialista em Saúde da Família (UNIVALI) e gerente de Saúde Mental da Secretaria de Saúde de Palmas (SEMUS). A psicóloga também possui experiência em Estudos de Gênero, Violência e Saúde, Saúde Coletiva, Educação Permanente em Saúde e Gestão no SUS, entre outras áreas.

Os demais convidados que compõe a mesa redonda serão a jornalista e especialista em Gestão e Políticas Públicas, Gleidy Braga; o educador físico, fisioterapeuta e gerontólogo, Pierre Brandão; e a economista e vice presidente da ATRATO, Rafaella Alexandra Vieira. Além da mesa redonda, a programação contará com minicursos, testes rápidos de sangue, exibição de filme e sarau.

As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pelo link. Com a participação no evento, os inscritos receberão certificado de 10 horas.

Confira a programação completa:

– Cine Alteridade Especial: filme “A garota dinamarquesa”, das 12h às 14h, sala 220 F;

– Minicurso 1: Sexualidade Masculina: saúde e disfunções sexuais, com Dr. Adelmo Aires Negre, das 15h às 17h, sala 221

– Minicurso 2: Terapia Sexual: a vida com mais prazer, com Sexóloga Glícia Neves da Costa, das 15h às 17h, sala 223

– Minicurso 3: Sexualidade Feminina: saúde e disfunções sexuais, com Dra. Marcia Cristina Terra de Siqueira Peres, das 15h às 17h, sala 227

– Teste rápido, com o Núcleo Henfil, das 17h às 19h, nas salas 424 e 425

– Sarau, das 17h às 19h, no hall do Núcleo Alteridade

– Mesa redonda, das 19h às 22h, no auditório central, com os profissionais:

– Dhieine Caminski, psicóloga, especialista em Saúde da Família (UNIVALI) e gerente de Saúde Mental da SEMUS – Palmas

– Gleidy Braga, jornalista e bacharela em Direito, especialista em Gestão e Políticas Públicas (FESPSP) e mestranda em Desenvolvimento Regional (UFT)

– Pierre Brandão, educador físico (CEULP), fisioterapeuta (FUNEC), mestre em Gerontologia (UCB) e doutor em Educação Física (UCB)

– Rafaela Alexandra Vieira, economista, especialista em Gestão Pública, Gestão de Pessoas. Gerenciamento de Projetos e Orçamento de Finanças Públicas e vice-presidente da ATRATO (Associação das Travestis e Transexuais do Estado do Tocantins).

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Roda de conversa aborda ações de redução de danos em contexto do uso de drogas no Brasil

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Na tarde dessa quarta-feira (17) foi realizado um encontro no anfiteatro da UFT (Universidade Federal do Tocantins), promovido pelos integrantes do Redução de Danos(RD), projeto que nasceu e funciona principalmente na cidade de São Paulo.

Fonte: Arquivo Pessoal

O tema da discussão foi “Do baque ao Crack: 30 anos de Redução de Danos no Brasil). A roda de conversa foi regida por dois membros do projeto, Maria Angélica Comis e Marcelo Ryngelblum. Eles contaram que essa ação começou devido à uma grande epidemia de HIV na cidade de São Paulo, a partir disso eles criaram o Centro de Convivência “É de Lei” que atua há mais de 19 anos com pessoas que usam substâncias psicoativas na perspectiva da Redução de Danos.

“Temos a missão de cocriar e disseminar referências, práticas de cuidado e estratégias de redução de danos baseados em intervenções junto a pessoas que usam drogas, trabalhadores da rede intersetorial, membros da academia e gestores públicos, buscando incidência política que mude a lógica de Guerra às Pessoas, também chamada de Guerra às Drogas”, afirmou uma das autoras do projeto, Maria Angélica.

Fonte: Arquivo Pessoal

Para efetivar esse projeto eles montaram um estande na cidade de São Paulo perto de uma famosa galeria onde muitas pessoas se encontram para o uso de drogas e preparação para ir às festas da cidade. Dessa forma eles distribuíam insumos (preservativos, lubrificantes, piteiras de silicone e protetores labial) criados pelo próprio RD e o É de Lei tentando conscientizar esses usuários da importância de usar esses psicoativos sem contrair uma doença e outros problemas de saúde.

O objetivo desse evento foi mostrar os resultados eficazes trazidos de São Paulo como inspiração para alimentar projetos que já existem no Tocantins, como a Casa 8 de Março, instituição essa que tem como finalidade mobilizar a sociedade em prol das mulheres de todo o estado. Dessa forma, evidenciou-se a importância de um trabalho como esse, e principalmente a visibilidade sobre pessoas que costumam ser tão marginalizadas.

 

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