Palmas recebe o I Fórum Tocantinense de Redução De Danos

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O objetivo é construir um espaço de diálogo coletivo para o debate das ações e estratégias para o fortalecimento da RD no Estado do Tocantins e fortalecer a política no Brasil.

O I Fórum Tocantinense de Redução de Danos, promovido pela Associação Brasileira de Redução de Danos (ABORDA), Coletivo Antimanicomial de Palmas (COLAPA) e Universidade Estadual do Tocantins (UNITINS), com o apoio da Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (FESP), do Serviço Social da Indústria (SESI), do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) e do Conselho Regional de Psicologia 23ª Região (CRP-23), e acontecerá no dia 25 de outubro de 2019, das 8:00 às 18:00, no auditório da sede administrativa da UNITINS.

Nesse espaço, pretende-se debater a atual situação da política de Redução de Danos e Saúde Mental com a rede intersetorial da Assistência Social, Educação, Justiça e Saúde, bem como entidades não governamentais, sociedade civil, Conselhos de Classe e setores do controle social. Compreendendo o cenário de retrocessos que as políticas públicas estão vivenciando, em especial no que tange à Política de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, e as necessidades para uma construção de uma política sobre drogas humanitária que respeite os direitos humanos, a Associação Brasileira de Redução de Danos (ABORDA) vem debatendo, ao longo desse ano, os 30 anos da Redução de Danos no Brasil, seus limites e desafios.

Fonte: Divulgação

Para isso, vão se reunir instituições e atores importantes no Estado do Tocantins envolvidas com a execução da política de drogas, que executam ações de Redução de Danos e trabalham pautadas na lógica de cuidado que respeita as singularidades individuais, os direitos humanos e o exercício da cidadania, especialmente junto às populações-chave.

O objetivo é construir um espaço de diálogo coletivo para o debate das ações e estratégias para o fortalecimento da RD no Estado do Tocantins e fortalecer a política no Brasil com objetivo de minimizar os danos decorrentes do uso de drogas, diminuir o índice de contaminação pelo vírus Hiv/Aids/Hepatites Virais/Tuberculose e outras vulnerabilidades nas populações-chave (usuários e usuárias de álcool e outras drogas, pessoas vivendo com HIV, pessoas em situação de rua, pessoas em sofrimento psíquico e com transtornos mentais, trabalhadores e trabalhadoras do sexo, população periférica e outras).

Fonte: Divulgação

Para alcançar esses objetivos, o Fórum contará com uma mesa dialogada composta por representantes de instituições e movimentos sociais importantes na história da Redução de Danos no Estado, para construir uma linha do tempo da RD no Tocantins e em Palmas. No período vespertino, serão formados grupos de trabalho para discutir as dificuldades da efetivação da Redução de Danos em três eixos temáticos: Estratégias de cuidado em Redução de Danos; Redução de Danos nos espaços de Ensino e Pesquisa; Processos de gestão e garantia de direitos.

O evento é destinado aos trabalhadores, gestores, usuários e familiares das redes intersetoriais (saúde, assistência social, justiça e educação), coletivos e movimentos sociais, Conselhos de Classe, sociedade civil, Universidades e outras instituições de formação, órgãos do controle social e demais atores envolvidos na construção do cuidado pautado nos direitos humanos, respeito à liberdade individual e redução dos danos e vulnerabilidades sociais, psicológicos, biológicos.

Fonte: Divulgação

A inscrição para o evento está sendo realizada por meio do link. Os participantes receberão certificação pela Universidade Estadual do Tocantins, mediante assinatura na lista de frequência.

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Redução de danos como uma prática de cuidado às pessoas que usam drogas

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Quando suportamos a função de cuidador, navegamos por águas escuras e operamos manobras de alta complexidade.

Antonio Lancetti, 2006

O debate sobre RD remonta a meados da década de 1920, na Inglaterra, com a utilização da heroína no tratamento de usuários desta droga, que mantinham relação prejudicial, de modo a minimizar os efeitos prejudiciais da substância injetável e garantir o acesso a direitos básicos. Desta ação, foi produzido e publicado o Relatório Rolleston, em 1926, tornando-se um marco no tratamento do uso prejudicial de álcool e outras drogas (FONSECA, 2005).

Anos mais tarde, em 1980 na Holanda, a RD abriu possibilidade para novos diálogos sobre drogas, após uma ação comunitária perpetrada por um grupo de usuários de substâncias injetáveis (SOUSA; CARVALHO, 2015). À época, havia um número expressivo de usuários de drogas contaminados com Hepatite B, o que desencadeou a mobilização, tensionando o poder público a criar Programas de Trocas de Seringas, que consistia na troca de seringas usadas, por estéreis (FONSECA, 2005). Ainda segundo a autora, além da troca de seringas, o Programa passou a dispor de uma diversidade de insumos (algodão, água potável, bicarbonato de sódio), não somente nos centros de saúde, como também nas cenas de uso (FONSECA, 2005).

Na mesma época, nos Estados Unidos, os primeiros casos de HIV/AIDS começaram a ser detectados. “Com o desenvolvimento dos testes para detectar o HIV, a situação se revelou bastante mais grave: cerca de metade dos UDI (usuários de drogas injetáveis) de Nova Iorque estavam infectados pelo vírus da AIDS” (FONSECA, 2005). Na Europa, chegavam a 30% de pessoas infectadas entre usuários de substâncias injetáveis (TELLES, 2004 apud FONSECA, 2005), e as estratégias de RD foram ganhando força, agora não mais como foco na dependência de drogas, mas como prevenção de doenças infecciosas, como Hepatite B e HIV/AIDS.

Fonte: encurtador.com.br/fnyJL

No Brasil, a primeira tentativa de utilizar estratégias de RD se deu em Santos, em 1989 (PETUCO, 2014; FONSECA, 2005). No entanto, fazer redução de danos na época era tido como crime equivalente ao de traficar drogas, pois os operadores do direito compreendiam como “apologia ao uso”, baseados no argumento legal da Lei nº 6368/76 (FONSECA, 2005).

Em 1995, deu-se início o primeiro Programa de Redução de Danos no Brasil, na cidade de Salvador/BA, como projeto de extensão da faculdade de Medicina na Universidade Federal da Bahia (PETUCO, 2014; FONSECA, 2005). Em 1997, foi criada a ABORDA, constituída por profissionais redutores de danos de diversas áreas, usuários de drogas e pessoas comprometidas com a pauta (PETUCO, 2014; FONSECA, 2005).

Somente em 2005, as ações de RD foram regulamentadas, por meio da Portaria nº 1028, e mais tarde, foram incorporadas à Atenção Primária, com a Portaria nº 2488/2011, com as equipes de Consultório na Rua (TEIXEIRA et. al., 2017), e compreende enquanto eixos norteadores de atenção integral à saúde: a educação e informação, a assistência e a disponibilização de insumos de proteção à saúde (BRASIL, 2005).

Fonte: encurtador.com.br/elnB6

Desse modo, o artigo 9º da referida Portaria vem “Estabelecer que as ações de redução de danos devem ser desenvolvidas em consonância com a promoção dos direitos humanos, tendo especialmente em conta o respeito à diversidade dos usuários ou dependentes de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência” (BRASIL, 2005).

Contrapondo a Portaria que versa sobre a Política de Redução de Danos, as práticas de recolhimento, vide exemplo da megaoperação policial realizada na cracolândia em São Paulo em junho de 2017, possuem intrinsecamente o propósito de higienismo social, internando involuntariamente usuários de drogas nas comunidades terapêuticas nas quais são submetidos a tortura, trabalho compulsório e punições severas. Os mecanismos de assujeitamento do “novo sujeito manicomial”, o usuário de droga, vincula o tratamento a noção de castigo, com bases em uma moral cristã fundante do Estado brasileiro.

A lógica da abstinência, e a consequente postura de negação do diálogo sobre o uso de drogas, está tão arraigada no discurso e postura dos serviços direcionados para usuários de drogas, que mesmo estes são capturados por esse discurso.

Fonte: encurtador.com.br/hnuE5

A Resolução N 01/2018 do Conselho Nacional de Política sobre Drogas (CONAD), implica em uma mudança significativa no que tange a política sobre drogas no Brasil, enfatizando a abstinência como única estratégia de intervenção e a internação como instrumento para atingir esse fim. Além disso, reforça o financiamento das comunidades terapêuticas, ao passo que propõe o sucateamento dos serviços substitutivos, como os CAPS AD e demais dispositivos de reintegração social sob a ótica da redução de danos.

Na atual configuração dos equipamentos de saúde, embora ultrapassada, em sua maioria agenciada pela lógica da abstinência, a RD busca ativar um movimento de afirmação política, uma vez que inaugura um dispositivo, que opera na prática novas formas de ver, pensar, agir e sentir sobre as drogas (SOUZA, CARVALHO, 2015). Nesse ínterim, a RD não se limita ao binarismo “sim às drogas” versus “não às drogas”, tal qual a abstinência, mas emerge como possibilidade de acolher os indivíduos em suas singularidades, aproximando-se do princípio da Universalidade preconizado pela Lei nº 8080, que institui o Sistema Único de Saúde (SUS).

Fonte: encurtador.com.br/qCK29

Em contrapartida, a lógica da abstinência entra em desacordo com a lei supracitada, uma vez que condiciona o acesso ao tratamento em saúde somente àqueles que desejam parar de usar drogas. Segundo Petuco (2014), a abstinência pode ser eventualmente alcançada no processo de tratamento, no entanto, não deve ser posta como objetivo final.

Para Souza e Carvalho (2015), a RD pressupõe três conclusões: nem todas as experiências com drogas são danosas; nem todos os indivíduos que têm experiências danosas com drogas desejam parar de usá-las; e os danos podem ser de diversas ordens, devendo as ações de saúde abarcá-las em sua integralidade.

Os trabalhadores que militam pela RD enquanto “trabalhadores afetivos”, tomando emprestado o conceito de Toni Negri e Michael Hardt (2000) são aqueles que fazem parte do território existencial e geográfico, promovem saúde onde a clínica (trans)borda, entram em sintonia com as pessoas e seus processos para, então, tornarem-se alternativa de autonomia e cuidado.

Fonte: encurtador.com.br/fpsEQ

Pensar a RD não é pensar uma prática fechada, reproduzida em estratégias fabris e em série, mas pensar um ethos de cuidado que valoriza a experiência particular dos sujeitos e é construída singularmente. É, portanto, um paradigma ético de experimentação e um dispositivo que opera uma nova prática.

Como se encontra a política sobre drogas atualmente?

Recentemente o Ministério da Saúde lançou uma nota técnica reafirmando a resolução número 01/2018. Nesta, instaura-se que as estratégias de tratamento deverão ser baseada na lógica da abstinência, excluindo qualquer ação voltada para a política de redução de danos.

Diante disso, retoma-se ou porque não dizer, intensifica-se, a conhecida guerra às drogas, que se apresenta como uma guerra desigual e ineficaz. Primeiro, por ter como alvo de seus principais ataques às populações pobres, negras e que “sujam” a sociedade. Segundo, por não levar em consideração a baixa eficiência dos tratamentos que objetivam a abstinência, visto que é alta a reincidência do uso após o período de reclusão em abstinência (SANTOS e COSTA-ROSA, 2007).

Fonte: encurtador.com.br/dwAQV

Outras decisões da nota técnica que não estão diretamente ligadas a política de drogas, mas estão ligadas a política de saúde mental como um todo, adotam a volta dos hospitais psiquiátricos, a volta do uso da Eletroconvulsoterapia, e ainda usa de termos como ´´manicômio“ e ´´superlotação de Serviços de Emergência com pacientes aguardando por vagas para internação psiquiátrica“, deixando claro o quanto a segregação das pessoas que possuem algum transtorno mental se mostra como uma possibilidade.

Tais mudanças representam um enorme retrocesso a todas as correntes quebradas e as que vinham se quebrando desde a Reforma Psiquiátrica, em relação ao oferecimento de tratamentos que enxergassem os sujeitos com um olhar biopsicossocial. Ainda, perde-se aos poucos a liberdade concedida aos pacientes que antes eram “limpados” da sociedade e depositados em instituições de reclusão com a justificativa de um bom tratamento, quando na realidade desejavam excluí-los dos ambientes sociais tradicionais.

Fonte: encurtador.com.br/ivBC9

Diante disso o Conselho Federal de Psicologia (CFP), entende que tal nota técnica representa um regresso às práticas de cuidados punitivas e segregacionistas e que estas vão de encontro ao princípio de respeito à liberdade, dignidade e integridade do indivíduo defendida pelo Código de ética da profissão. Portanto, no dia 8 de fevereiro foi lançada uma nota de repúdio dizendo que “O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vem a público manifestar repúdio à Nota Técnica Nº 11/2019 intitulada “Nova Saúde Mental”, publicada pela Coordenação-Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, do Ministério da Saúde, na última segunda-feira (4). O teor do documento aponta um grande retrocesso nas conquistas estabelecidas com a Reforma Psiquiátrica (Lei nº 10.216 de 2001), marco na luta antimanicomial ao estabelecer a importância do respeito à dignidade humana das pessoas com transtornos mentais no Brasil. (CFP, 2019)”

REFERÊNCIAS:

MANGUEIRA, Suzana de Oliveira et al. PROMOÇÃO DA SAÚDE E POLÍTICAS PÚBLICAS DO ÁLCOOL NO BRASIL: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA. Psicologia & Sociedade, Pernambuco, v. 27, n. 1, p.157-168, set. 2014. Disponível em: <http://submission.scielo.br/index.php/psoc/article/view/124187/9061>. Acesso em: 07 maio 2019.

PETUCO, D. R. da S.; MEDEIROS, R. G. Redução de danos: dispositivo da reforma? Boletim Drogas e Violência no Campo, [s.l.], [s.n.], mar. 2009.

SANTOS, Clayton Ezequiel dos; COSTA-ROSA, Abílio da. A experiência da toxicomania e da reincidência a partir da fala dos toxicômanos. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 24, n. 4, p.487-502, dez. 2007. Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/29064/S0103-166X2007000400008.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 07 maio 2019.

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Roda de conversa aborda ações de redução de danos em contexto do uso de drogas no Brasil

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Na tarde dessa quarta-feira (17) foi realizado um encontro no anfiteatro da UFT (Universidade Federal do Tocantins), promovido pelos integrantes do Redução de Danos(RD), projeto que nasceu e funciona principalmente na cidade de São Paulo.

Fonte: Arquivo Pessoal

O tema da discussão foi “Do baque ao Crack: 30 anos de Redução de Danos no Brasil). A roda de conversa foi regida por dois membros do projeto, Maria Angélica Comis e Marcelo Ryngelblum. Eles contaram que essa ação começou devido à uma grande epidemia de HIV na cidade de São Paulo, a partir disso eles criaram o Centro de Convivência “É de Lei” que atua há mais de 19 anos com pessoas que usam substâncias psicoativas na perspectiva da Redução de Danos.

“Temos a missão de cocriar e disseminar referências, práticas de cuidado e estratégias de redução de danos baseados em intervenções junto a pessoas que usam drogas, trabalhadores da rede intersetorial, membros da academia e gestores públicos, buscando incidência política que mude a lógica de Guerra às Pessoas, também chamada de Guerra às Drogas”, afirmou uma das autoras do projeto, Maria Angélica.

Fonte: Arquivo Pessoal

Para efetivar esse projeto eles montaram um estande na cidade de São Paulo perto de uma famosa galeria onde muitas pessoas se encontram para o uso de drogas e preparação para ir às festas da cidade. Dessa forma eles distribuíam insumos (preservativos, lubrificantes, piteiras de silicone e protetores labial) criados pelo próprio RD e o É de Lei tentando conscientizar esses usuários da importância de usar esses psicoativos sem contrair uma doença e outros problemas de saúde.

O objetivo desse evento foi mostrar os resultados eficazes trazidos de São Paulo como inspiração para alimentar projetos que já existem no Tocantins, como a Casa 8 de Março, instituição essa que tem como finalidade mobilizar a sociedade em prol das mulheres de todo o estado. Dessa forma, evidenciou-se a importância de um trabalho como esse, e principalmente a visibilidade sobre pessoas que costumam ser tão marginalizadas.

 

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#CAOS 2018: Tecnologias de Cuidado em Saúde é tema de mesa redonda

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A mesa é parte da programação do CAOS 2018 que acontece no Ceulp até o dia 25 de maio.

No dia 24 de maio, em decorrência do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS) ocorreu no Ceulp/Ulbra (auditório central) a mesa-redonda “Tecnologias de cuidado em saúde”, com os psicólogos convidados Ana Carolina Peixoto do Nascimento (CAPS AD), Cesar Gustavo Moraes Ramos (FIOCRUZ/FESP) e Jonathan Rospide Nunes (FESP). A mesa teve a mediação da Prof. Me. Carolina Santin Cótica.

Os Psicólogos Jonatha Rospide Nunes, Cesar Gustavo Moraes Ramos, Carolina Cótica (mediadora) e Ana Carolina Peixoto. Foto: Irenides Teixeira

Cesar inicia a fala, dizendo que “política é o espaço das relações” e que “nós só devemos nos preocupar com a produção de tecnologia quando esta está ligada ao humanismo”, refletindo que a tecnologia só é válida quando é pelo humano, pela sua emancipação e alteridade. Depois, fala sobre o programa Housing first, que consiste em criar espaço de moradia segura para quem está em situação de rua e cita os programas semelhantes no Brasil, como o Programa Atitude, De Braços Abertos e Palmas que Te Acolhe.

Na sequência, o Psicólogo Jonathan trouxe um apanhado acerca da modificação histórica da psicologia, falando sobre a Psicologia Social-Comunitária. Explana um pouco sobre a Equipe de Consultório na Rua, o Palmas que Te Acolhe e o SUS, destacando também os princípios básicos deste.

Por fim, Ana Carolina desmistifica um pouco sobre o que é droga, suas classificações, as diferenças entre uso, abuso e dependência. Apresenta também três olhares sobre as drogas: o da saúde, o da justiça e o da religião. Logo após, fala de um quarto olhar, o da redução de danos (RD), que propõe o olhar da cidadania, de escolha. Enfatiza que o papel do psicólogo nesse âmbito se dá pelo acolhimento incondicional de quem procura pelo serviço e também dos que estão em situação de rua, através do Consultório na Rua.

Mais informações sobre o evento podem ser obtidas no site: http://ulbra-to.br/caos/edicoes/2018#programacao

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Redução de Danos é tema de Fórum Permanente dos Serviços de Saúde Mental no CEULP

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O 2º Fórum Permanente dos Serviços de Saúde Mental acontecerá no dia 26 de junho de 2017, das 8h30 às 12h, no Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA, no miniauditório 543, do Complexo Laboratorial.

O evento é realizado pela Gerência de Saúde Mental da Prefeitura de Palmas em parceria com a Fundação da Juventude, FESP, FioCruz e o curso de Psicologia do CEULP/ULBRA.

O Fórum tem como tema “Redução de Danos e o Processo de Cuidado”e objetiva a continuidade dos trabalhos do I Fórum, que ocorreu em abril deste ano, que visa a qualificação da articulação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).

Programação:

8h30 – Credenciamento (inscrições serão feitas no local).

9h às 10h30 – Palestra: Redução de Danos e Processo de Cuidado.

Palestrante: Décio de Castro Alves

Psicólogo, interlocutor do Projeto Redes (SENAD-MJ/FIOCRUZ), atuando como Supervisor Clínico/Institucional/Intersetorial, nos municípios de Belém/PA, Fortaleza/CE, Petrolina/PE, Juazeiro/BA e Brasília/DF para trabalhadores das redes intersetoriais (Saúde, Assistência Social, Educação, Segurança Pública, etc.) de atenção e cuidado às pessoas com problemas decorrentes do abuso de substâncias psicoativas. Supervisor Clínico Institucional do extinto Programa De Braços Abertos (DBA), da Prefeitura do município de São Paulo/SP.

10h30 às 11h15 – Debate e Sessão de Perguntas.
11h15 às 12h – Leitura da Carta do I Fórum de Integração dos Serviços de Saúde Mental e Encaminhamentos.

Público-Alvo:
Representantes dos seguintes serviços: CAPS II, CAPS AD III, NASF, CSC’s, Henfil, SAMU, UPAs, Consultório na Rua, Fundação da Juventude, FESP, Palmas que te Acolhe, e os hospitais HGPP, HIPP, HMDR, acadêmicos e professores do curso de Psicologia – CEULP/ULBRA e interessados na temática.

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Redução de Danos: repensando preconceitos e influências sociais

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Ao final de 2016, ocorreu no Ceulp/Ulbra a Roda de Conversa: Promoção de Saúde na Perspectiva da Redução de Danos, promovida pelo (En)Cena em parceria com alunos da disciplina de Psicologia da Saúde. O convidado foi o Psicólogo Bruno Logan Azevedo, que possui Pós-graduação em Psicopatologia e Dependência Química, e atuou como redutor de danos no Centro de Convivência É de Lei e no projeto Respire Redução de Danos.

Por meio da conversa, os participantes puderam ter contato com informações diferentes das transmitidas pelas mídias, por vezes tendenciosas e carregadas de preconceito. Expondo sua visão antiproibicionista quanto ao uso de drogas, Bruno compartilhou suas experiências atuando com Redução de Danos de maneira honesta e realista, promovendo discussão e reflexão sobre questões como políticas públicas, leis e aspectos sociais que permeiam o tema.

Fonte: Psicologia CEULP/ULBRA
Fonte: Psicologia CEULP/ULBRA

A abordagem de Redução de Danos busca minimizar condições relacionadas ao uso de psicoativos que sejam degradantes aos âmbitos social e de saúde física e psicológica no indivíduo. Segundo Xavier (2014), “Redução de Danos é o conjunto de estratégias que se ensina aos usuários de droga, para minimizar os riscos relacionados ao consumo dessas substâncias”. Para Bruno é necessário, a priori, que o individuo deseje por opção própria traçar as medidas redutivas, para que posteriormente estratégias sejam criadas em conjunto, de modo que faça sentido ao usuário, buscando reduzir situações de risco.

Entre os fatores de exclusão e vulnerabilidade social que corroboram para o uso de drogas, estão: Políticas públicas ineficazes, rompimento de laços sociais, exclusão do mercado formal de trabalho, problemas com a lei, estigmatização dos usuários e manifestações midiáticas. Na opinião de Bruno, é fundamental que o significado do consumo, o contexto e o tipo de substância sejam relevados e analisados para que se pensem políticas públicas, uma vez que se percebe a associação dessas políticas não aos riscos provocados pelas drogas, mas ao público que as consome, transformando a “guerra às drogas” em uma guerra contra pessoas.

Deve-se pensar também que o consumo de psicoativos é indissociável ao estilo de vida do usuário, podendo a droga agir como um atenuante para problemas em outros âmbitos na vida do indivíduo, como nas relações sociais. Segundo Jacques (1998), é do contexto histórico e social em que o homem vive que decorrem as possibilidades e impossibilidades e, portanto, as alternativas de sua identidade, que por sua vez é composta de múltiplos personagens ocupando papéis sociais, representando assim a identidade coletiva associada a eles, construída e mediada socialmente. Dessa maneira compreende-se a identidade pessoal e social como fundidas e inseparáveis.

Fonte: http://zip.net/bjtC5Z
Fonte: http://zip.net/bjtC5Z

A proibição de determinados psicoativos em detrimento de outros que são legalizados, se apresenta de maneira contraditória uma vez que na intenção de diminuição do consumo, as leis proibitivas acabam direcionando usuários a outras situações de risco, como aproximação do tráfico, compartilhamento de insumos contaminantes, acesso drogas de baixa qualidade, entre outros muitos fatores. Desse modo, a proibição apresenta uma eficácia questionável quanto à inibição do uso, agindo como catalisador para outras maneiras de consumo, e juntamente com a mídia direcionado o consumo para outras drogas legalizadas.

As manifestações midiáticas não só conduzem o indivíduo a opções de drogas representadas como “positivas”, como também contribuem para o retrato dos usuários de maneira estigmatizada, propiciando a formação de estereótipos. De acordo com Myers (2014), o preconceito é uma atitude negativa preconcebida, envolvendo afetos, intenção comportamental e crenças, constantemente permeada pelo uso de estereótipos, que são pré-categorizações negativas, generalistas e simplistas resistentes a novas informações.

A discussão de temas como o da referida Roda de Conversa é fundamental não só para a Psicologia, mas também para o fomento de um senso crítico na população em geral, uma vez que o consumo de drogas é algo cada vez mais comum na atualidade. A política de Redução de Danos promove a ampliação do debate e das perspectivas sobre a temática do uso de drogas, buscando a mudança de políticas públicas, leis e condições sociais, aspectos que devem ser constantemente questionados para a promoção de saúde mental.

Fonte: Centro de convivência É de Lei
Fonte: Centro de convivência É de Lei

REFERÊNCIAS:

JACQUES, M. G. C. Psicologia Social Contemporânea. 2. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1998.

MYERS, D. G. Psicologia Social. 10. ed. Porto Alegre: Amgh Editora, 2014.

O QUE É Redução de Danos?. Centro de Convivência É de Lei. Dartiu Xavier (0:10s). São Paulo: 2014. Disponível em: < http://edelei.org/pag/reducao-danos>. Acesso em: 29 de nov. de 2016.

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Redução de Danos: Psicólogo Bruno Logan fala sobre seu trabalho no canal “RD com Logan”

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O psicólogo e redutor de danos (no contexto de uso de drogas) Bruno Logan Azevedo esteve no final de 2016 com os acadêmicos de Psicologia do Ceulp/Ulbra para compartilhar parte de um trabalho que vem ganhando grande projeção pelo Brasil. Bruno mantém um canal no youtube chamado “RD com Logan”, que dispõe de mais de 4 mil inscritos e uma dezena de vídeos cujo objetivo é discutir o uso de drogas, através da ótica da Redução de Danos.

Na descrição do canal, Logan explica que o espaço é para falar sobre diversas substâncias, seu uso, cultura, sobre os efeitos esperados, adversos, dosagens e o acúmulo das estratégias que a Redução de Danos possui sobre cada substância, dentre outras coisas. “A ideia é trazer informações de forma clara, simples e sem tabu, para os usuários e profissionais que atuam de forma direta e indireta com esta temática e pessoas que tenham interesse de ter mais informações sobre o assunto”, comenta o psicólogo.

Abaixo, confira uma rápida entrevista concedida por Bruno Logan ao portal (En)Cena.

(En)Cena – Como se deu o seu envolvimento com a Redução de Danos?

Bruno Logan – Minha relação com a RD se deu através da minha militância sobre uma mudança da lei de drogas no Brasil, para além de achar que nossa atual lei de drogas é ruim, me surgiu uma questão: “como os usuários de drogas são tratados?”. E aí que a RD me aparece, trazendo algumas respostas e muitas perguntas.

(En)Cena – O que te levou a fazer o canal no Youtube sobre Redução de Danos?

Bruno Logan – Criei um aplicativo de celular para usuários de drogas e por conta da falta de dinheiro para manter este aplicativo no ar, pensei em alguma outra plataforma que pudesse transferir as informações do App sem ter que pagar nada. Eu acompanhava muito um canal chamado “Mundo Molusco”, e aí veio a ideia de fazer o canal do YouTube.

(En)Cena – Qual o público almejado com o canal RD com Logan?

Bruno Logan – Prioritariamente os usuários de drogas. Mas, não tenho dúvidas, com o canal muitos profissionais que atuam de forma direta e indireta com as questões das drogas, assistem e me trazem bastantes feedbacks interessantes.

(En)Cena – Qual a importância de levar a Redução de Danos para o contexto da internet?

Bruno Logan – Na verdade, eu tenho dúvidas se faço Redução de Danos na internet, pois, para se fazer Redução de Danos é preciso estar junto com o usuário e criar vínculos, para que as estratégias façam sentido para o usuário, e é  impossível fazer isso pela internet. Por outro lado, percebo o quanto este canal  pode servir como uma ponte, na qual este acúmulo de informações obtidas com os usuários, pode ser transmitido por este canal, podendo fazer sentido ou não, para outros usuários, e isso é bem interessante.

(En)Cena – Como a RD se articula com a luta pela descriminalização e legalização das drogas? E como isso contribui para a qualidade de vida e autonomia do usuário?

Bruno Logan – No meu 7º vídeo falo sobre isso. A ideia de existir um controle do Estado sobre todas as drogas, faz com que os danos associados com o uso de drogas, por si só, contribua para a melhoria da qualidade de vida do usuário. Pois, ao consumir a substancia, o mesmo saberá exatamente o que esta consumindo, outra questão é que o usuário rompe com o comercio ilegal de drogas e com a violência que esta associada a este comércio.

(En)Cena – Você acredita que os avanços do conservadorismo na política brasileira colocam a Redução de Danos em risco?

Bruno Logan – Eu não acredito que exista um avanço no conservadorismo na política brasileira A meu ver, ela é a mesma desde a época da Ditadura Militar. A Redução de Danos vem sobrevivendo a isto há anos, não por conta de políticas públicas, mas por conta de pessoas que acreditam neste modelo e fazem esta discussão politicamente e em suas atuações. Temos muito que discutir e cobrar estas políticas públicas, porque a RD está prevista por lei, não é um favor.

.5 Motivos pela legalização de todas as drogas

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Liberar, Descriminalizar ou Legalizar?

 

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(En)Cena promove roda de conversa sobre “Promoção de Saúde na Perspectiva da Redução de Danos”

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Acontece na segunda-feira (28/11/2016), a Roda de Conversa: “Promoção de Saúde na Perspectiva da Redução de Danos” com o Psicólogo Bruno Logan Azevedo. 

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A ação é uma realização do portal (En)Cena – A Saúde Mental em Movimento com parceria dos alunos da disciplina de Psicologia da Saúde e se justifica por a temática uso de substâncias fazer parte da atuação do psicólogo no contexto de saúde mental, atenção básica e outras áreas. Nesse sentido, a política de Redução de Danos promove a ampliação do debate e perspectiva sobre a temática. O evento se propõe a compartilhar experiências práticas que fazem interlocução com a teoria estudada pelos acadêmicos.

Bruno Logan Azevedo possui graduação em Psicologia (2012) e Pós-graduação em Psicopatologia e Dependência Química. Atuou como redutor de danos – Centro de Convivência É de Lei e no projeto Respire Redução de Danos. Atual supervisor no Curso de Integração de Competências no Desempenho da Atividade Jurídica com Usuários e Dependentes de Drogas e apresentador do canal do YouTube “RD com Logan”.

SAIBA MAIS

Roda de Conversa: Promoção de Saúde na Perspectiva da Redução de Danos.

Data: 28 de novembro de 2016 às 10h.

Local: LIGA – Laboratório de Integração em Grupos – Sala 241 – Prédio 2 – CEULP/ULBRA.

Atividade Gratuita com inscrições no local.

 

 

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Estratégias de Redução de Danos e Tecnologias Virtuais de Comunicação – (En)Cena entrevista Janaina Franco

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No dia 16 de fevereiro de 2015, foi lançado o primeiro aplicativo de redução de danos e voltado para o usuário de drogas do Brasil.

O aplicativo, ainda disponível apenas para Android, pretende ser uma ferramenta no apoio à Política de Redução de Danos. Foi desenvolvido por uma equipe formada por antropólogos, psicólogos, comunicador visual, design, dentre outros profissionais que se articularam para criar a ferramenta, já apelidado de App RD.

Para entender um pouco melhor sobre a iniciativa, o (En)Cena conversou com os psicólogos paulistas: Bruno Logan Azevedo e Janaina Franco, membros da Equipe App RD, que nos falou sobre a ideia e os resultados que a equipe espera alcançar.

(En)Cena – Como surgiu a ideia do aplicativo?

Janaina Franco – A ideia do primeiro aplicativo de redução de danos e voltado para o usuário de drogas do Brasil, surgiu de uma reflexão sobre formas alternativas de difundir o conceito de Redução de Danos. Considerando que foi a partir de 1984 que iniciaram-se mundialmente vários programas de Redução de Danos, podemos dizer que a RD é uma estratégia nova para com os usuários de drogas, então pensamos na praticidade e facilidade que um aplicativo proporcionaria na divulgação dessas informações. Até onde sabemos existem mais 2 aplicativos deste no mercado, um Americano e outro Francês, arriscamos em dizer que não só é o primeiro aplicativo de Redução de Danos no Brasil, como também na América Latina.

 

(En)Cena – Que resultados vocês esperam alcançar com a iniciativa?

Janaina Franco – Com o avanço da tecnologia, desejamos de forma simples e acessível promover o conceito de Redução de Danos, disponibilizando informações e assim contribuir para minimizar os danos associados pelo uso de drogas. Nosso objetivo a princípio seria ter 5 mil downloads no período de um ano, mas para a nossa feliz surpresa em menos de um mês já temos mais de 2.500 downloads.

(En)Cena – Qual público vocês pretendem atingir com o App RD?

Janaina Franco – Nosso público alvo tende a ser um público mais jovem, aqueles que usam ou não drogas, contudo é direcionado principalmente a usuário de todos os tipos de drogas, bem como familiares e profissionais da área da saúde.

 

(En)Cena – Qual a importância de trazermos a Redução de Danos para o ciberespaço?

Janaina Franco – Devido à extensão que conseguimos com novas tecnologias, acreditamos ser válido e eficaz utilizar todos os meios de divulgação para apresentar e promover a prática de redução de danos, e acompanhando a crescente necessidade de informações rápidas, ‘na palma da mão’ o App Redução de Danos torna-se fundamental na disseminação das informações e ampliação da visão sobre redução de danos e na qualidade de vida de pessoas que decidem experimentar droga em algum momento da vida, pessoas que usam recreativamente e até mesmo dependentes.

 

(En)Cena – A equipe já teve feedback de algum internauta que já utilizou o aplicativo como meio de obter informações sobre substâncias psicoativas?

Janaina Franco – Sim, desde o lançamento recebemos centenas de mensagens dos internautas de diversas partes do país. Nesse período tivemos avaliações positivas quanto à iniciativa e conteúdo disponibilizado. Através desses feedbacks recebemos também algumas sugestões. Vale ressaltar que a RD é um método construído junto e pelos próprios usuários de drogas.  Os usuários de drogas são corresponsáveis pela produção de saúde, em nosso aplicativo funciona da mesma forma.  Estamos em constante aprimoramento do App, e para isso contamos com a colaboração e sugestões dos usuários.

(En)Cena – Como foi o processo de criação do aplicativo?

Bruno Logan – Somos uma equipe de 5 pessoas, 3 psicólogos, 1 Comunicador visual e Design e 1 antropólogo, mas fora os desenvolvedores temos diversos colaboradores, que ajudam com textos, traduções, vídeos enfim… Os próprios usuários sempre mandam feedback por inbox na pagina do aplicativo no Facebook. Tentamos construir e escutando a maior quantidade de pessoas, para assim fazermos o melhor aplicativo para todos.

(En)Cena – A equipe recebeu algum incentivo do setor público ou privado para desenvolver o App?

Bruno Logan – Não, o projeto a princípio é muito mais uma ação de militância pela redução de danos, saúde e qualidade de vida dos usuários, que inclusive é prevista por lei, na lei de drogas do Brasil, mas que pouco recebe investimento pelo setor público. Estamos preenchendo uma lacuna que infelizmente recebe ainda pouco financiamento do poder público, que prefere investir em ações repressivas que historicamente já provaram que não funciona. Queremos dizer, se um usuário resolver usar alguma droga, proibir está funcionando? Não, então deveríamos no mínimo passar informações de cuidado para estes usuários e é isto que a equipe do App RD está fazendo.

(En)Cena – Estamos chegando ao final de nossa entrevista. Gostaríamos de agradecer a participação e parabenizá-los pela iniciativa. Para encerrar, como nossos leitores podem ter acesso ao aplicativo?

Bruno Logan – O aplicativo foi lançado no dia 16 de fevereiro para Android, pode ser baixado gratuitamente no Play Store (goo.gl/lBeXrP), muito em breve vamos disponibilizar o App para Iphone e Windons Phone.

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