A Correria do Cotidiano e o Poder de 8 Minutos: pequenos gestos que impactam nossa saúde mental

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Na rotina diária, cada minuto parece ser consumido por tarefas, notificações e responsabilidades. Entre compromissos de trabalho, demandas familiares e a sobrecarga de informações digitais, é comum negligenciarmos algo essencial: as conexões humanas. Estudos indicam que mais da metade do tempo em que estamos acordados é passado diante de telas, agravando o distanciamento das interações reais [1].

Nesse contexto, o uso consciente da tecnologia pode ser transformador. Inspirado no artigo “The Secret Power of the 8-Minute Phone Call”, publicado pelo The New York Times [2], este texto explora como uma breve ligação telefônica de oito minutos pode ajudar a restaurar a proximidade com amigos e familiares. Reservar este curto intervalo para ouvir a voz de alguém querido pode aliviar a solidão, ansiedade e desconexão, além de gerar benefícios emocionais comprovados pela ciência [3].

Será que subestimamos o impacto desses pequenos gestos? Este texto reflete sobre como ações simples podem promover equilíbrio emocional e fortalecer amizades, destacando a importância de priorizar conexões reais em um mundo acelerado e digital.

Crédito: Rahul Ramachandram/Shutterstock

Vivemos em uma época onde algoritmos e mensagens instantâneas dominam as interações. A psicoterapeuta Claudia Glaser-Mussen descreve o som da voz de um ente querido como uma ferramenta poderosa de conforto e segurança emocional [3]. Essas conversas, mesmo breves, oferecem um raro momento para ouvir e ser ouvido. Diferente de mensagens de texto ou curtidas em redes sociais, o tom de voz, as pausas e os silêncios carregam significados únicos, resgatando a intimidade muitas vezes perdida no caos do dia a dia.

Conexões que Curam: Saúde Mental e Relações Humanas

A desconexão social é um fator crítico para a saúde mental, tanto para quem enfrenta transtornos psíquicos quanto para quem lida com o estresse diário. Segundo o estudo “Vida Cotidiana Após Adoecimento Mental: Desafio para Atenção em Saúde Mental”, a ausência de interações significativas pode intensificar o isolamento e sentimentos de exclusão [4]. No entanto, esse cenário é comum em nossa sociedade digital, afetando não apenas casos clínicos, mas também a vida cotidiana.

Pequenos gestos, como uma ligação telefônica, ajudam a criar “pontes” emocionais. Esses momentos, onde preocupações são compartilhadas e pequenos episódios de alegria vivenciados, promovem liberação de neurotransmissores como dopamina e ocitocina, responsáveis por sentimentos de bem-estar e conexão.

Imagem do filme Divertida Mente 2

Exemplos da cultura popular, como no filme Divertida Mente 2 (Inside Out 2), ilustram como reservar um momento para ouvir e apoiar alguém pode transformar situações difíceis. No final do filme, as amigas de Riley percebem sua crise emocional e dedicam tempo para estar com ela, criando um espaço seguro para que ela compartilhe seus sentimentos e enfrente os desafios. Este ato, aparentemente simples, reforça como gestos de apoio podem ser impactantes.

Assim como essas amigas, podemos incorporar práticas semelhantes no cotidiano. Dedicar alguns minutos para uma conversa ou para perguntar como alguém está fortalece os laços e reforça o valor das relações humanas, mesmo em um mundo cada vez mais automatizado.

Enquanto a modernidade nos direciona para produtividade incessante e longas horas conectados às telas, é essencial resgatar o valor das interações humanas. Brasileiros passam, em média, 56% do dia expostos a smartphones e computadores, o que equivale a mais de 9 horas diárias [1]. Especialistas alertam que esse uso excessivo prejudica a saúde física e mental, contribuindo para o aumento do estresse, da ansiedade e do isolamento social.

Nesse contexto, as ligações telefônicas breves surgem como uma alternativa saudável para se conectar com quem amamos. Elas criam espaços genuínos de interação e nos convidam a desacelerar, priorizando o que realmente importa. Mais do que uma pausa, essas interações tornam-se um ato de resistência contra a desconexão.

Por mais que a tecnologia nos conecte, muitas vezes ela também nos isola. Um gesto tão simples quanto pegar o telefone e ligar para alguém pode ser um ato de resistência contra a alienação e a desconexão. Ele nos convida a reconquistar algo que, no fundo, sempre buscamos: sentir que pertencemos a uma rede de apoio e que nossa presença é significativa para alguém.

São cerca de 9 horas por dia em frente das telas – Foto: Freepik

Em um mundo acelerado e digital, a simplicidade de uma ligação telefônica de oito minutos mostra-se transformadora. Apesar da rotina frenética e do excesso de informações, esses breves momentos oferecem acolhimento e fortalecem as relações humanas. Elas nos lembram que, por mais que a tecnologia avance, somos essencialmente seres sociais.

Essas interações podem aliviar a ansiedade, reduzir a solidão e reforçar vínculos afetivos. Como exemplos da ficção e da vida real demonstram, conexões verdadeiras não demandam grandes esforços, apenas a disposição de estar presente. Em um mundo onde tudo parece mecanizado, uma conversa de oito minutos pode reaquecer o dia de alguém e também o nosso.

Referências:

[1] Brasileiros passam em média 56% do dia em frente às telas de smartphones e computadores – Jornal da USP

[2] https://www.nytimes.com/2023/01/02/well/phone-call-happiness-challenge.html

[3] 8 minutos. Se vai ligar a um familiar, este é o tempo médio ideal que deve durar a chamada – Atual – Máxima

[4] ReP USP – Detalhe do registro: Vida cotidiana após adoecimento mental: desafio para atenção em saúde mental

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A Bolha Algorítmica: como os algoritmos moldam nossa percepção da realidade e impactam a saúde mental

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Na era digital, os algoritmos tornaram-se instrumentos poderosos na forma como acessamos informações e nos conectamos com o mundo. As plataformas digitais utilizam esses sistemas para personalizar conteúdos, mantendo usuários engajados e gerando lucro para as empresas. No entanto, essa personalização excessiva cria um fenômeno conhecido como “bolha algorítmica”, que limita a posição a diferentes perspectivas e reforça crenças pessoais. Estudos recentes apontam que os impactos desse fenômeno vão além da informação, afetando diretamente a saúde mental dos usuários [1].

Foto: Reprodução/Netflix

Os algoritmos desempenham um papel central na experiência digital. Conforme apresentado no documentário O Dilema das Redes e analisado pelo blog da PUC Minas [2], essas ferramentas não são neutras. Elas operam para maximizar o tempo de uso das plataformas, criando um ambiente onde os dados fornecidos pelos usuários são utilizados para exibir conteúdos alinhados a suas preferências. Esse processo, embora pareça conveniente, cria bolhas de informação que reforçam crenças pessoais e restringem o acesso a uma visão diversificada do mundo. 

O impacto psicológico dessa dinâmica é evidente. Como aponta o documentário, as bolhas algorítmicas intensificam a polarização social e alimentam a desinformação e teorias da conspiração. Essas práticas, relacionadas ao conceito de pós- verdade, tornam os usuários mais vulneráveis a conteúdos manipulativos, desconectando-os da realidade objetiva e promovendo instabilidade emocional. De acordo com o blog da PUC Minas, esse isolamento informacional faz com que os indivíduos interpretem suas crenças como verdades absolutas, criando um ambiente propício ao aumento da ansiedade e da desconfiança no outro.

Imagem: Getty Images

O TikTok exemplifica como os algoritmos podem moldar a saúde mental dos usuários. Segundo a Revista Galileu [3], a página “Para Você” da plataforma utiliza algoritmos sofisticados para recomendar conteúdos altamente personalizados, baseados no comportamento anterior do usuário. Embora essa personalização possa oferecer um espaço de autodescoberta para alguns, ele também apresenta desafios significativos. Muitos usuários relataram que o feed contínuo do TikTok cria um ciclo vicioso de consumo, onde conteúdos relacionados a padrões estéticos irreais ou experiências negativas são constantemente exibidos.

Esse fenômeno foi descrito por pesquisadores da Universidade de Minnesota como um “caça-níqueis de dopamina”, onde a plataforma manipula os circuitos de recompensa do cérebro para manter os usuários conectados. No entanto, essa prática também gera sentimentos de inadequação, ansiedade e, em casos mais graves, sintomas depressivos, especialmente entre adolescentes. Conforme relatado na pesquisa citada pela Revista Galileu, alguns usuários até tentaram reduzir o tempo de uso da plataforma, mas enfrentam dificuldades para escapar do ciclo viciante promovido pelo algoritmo [3].

Dentre os grupos mais afetados por esse ciclo, os adolescentes se destacam como os mais vulneráveis. Essa faixa etária, já naturalmente propensa a crises de identidade e comparação social, enfrenta um desafio adicional com o que o artigo do UOL VivaBem denomina como “ansiedade algorítmica” [1]. Esse conceito descreve o impacto emocional negativo causado pela busca incessante de validação nas redes sociais, onde likes, comentários e compartilhamentos se tornam indicadores de valor pessoal amplificados pelos algoritmos.

Esse ambiente de competição social contante pode ser prejudicial. Os adolescentes frequentemente se comparam aos conteúdos idealizados e exibidos nos feeds, acreditando que suas vidas são menos interessantes ou valiosas. Essa percepção distorcida alimenta sentimentos de baixa autoestima, isolamento e insatisfação com a própria vida. Além disso, a repetição desses padrões pode levar a uma desconexão emocional, dificultando o desenvolvimento de relações interpessoais saudáveis e a construção de uma identidade sólida.

Crédito: O que é a bolha social e como ela pode impactar na minha vida?

Embora os desafios sejam significativos, há maneiras de mitigar os efeitos das bolhas algorítmicas. É essencial promover a conscientização sobre o funcionamento dos algoritmos e incentivar práticas de uso consciente das plataformas digitais. Diversificar as fontes de informação, estabelecer limites para o tempo de tela e desconectar-se intencionalmente são algumas estratégias eficazes em nível individual.

Além disso, a responsabilidade recai também sobre as empresas de tecnologia. Como observado na pesquisa citada pela Revista Galileu [3], práticas mais éticas no design dos algoritmos e maior transparência no uso dos dados dos usuários podem reduzir os danos emocionais causados pelo modelo atual. A regulamentação governamental e o incentivo à plataformas centradas no bem-estar do usuário são passos cruciais para equilibrar os avanços tecnológicos com a saúde mental da sociedade. 

A bolha algorítmica é um reflexo das complexidades da era digital. Embora os algoritmos tenham sido projetados para conectar e engajar os usuários, frequentemente acabam isolando-os em realidades artificiais que limitam a diversidade de pensamentos e exacerbam problemas emocionais. O impacto desse isolamento na saúde mental é profundo, afetando especialmente os jovens, que já enfrentam desafios significativos na construção de sua identidade.

Como sociedade, temos a responsabilidade de questionar o papel das plataformas digitais e exigir mudanças que promovam um ambiente digital mais inclusivo e saudável. Reavaliar o funcionamento dos algoritmos, investir em educação digital e incentivar práticas mais éticas no setor são passos fundamentais para minimizar os efeitos negativos das bolhas de informação. Apenas assim poderemos transformar a tecnologia em uma aliada na busca por equilíbrio emocional e bem-estar coletivo.

Referências

[1] Ansiedade algorítmica: o efeito das redes na saúde mental de adolescentes – UOL VivaBem
[2] Análise crítica do documentário O Dilema das Redes – Blog FCA PUC Minas
[3] Como o algoritmo do TikTok impacta nossa saúde mental, segundo estudo – Revista Galileu

 

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Os Desafios da Luta Antimanicomial

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Que possamos defender uma saúde mental que produza vida e dignidade aos usuários

O Movimento da Luta Antimanicomial tem como base garantir os direitos das pessoas em sofrimento mental, centrado no cuidado em liberdade, combatendo a prática de isolamento como forma de tratamento. Essa prática, muitas vezes motivada por estigmas que cercam as pessoas em sofrimento mental, assim como pela lógica do encarceramento e da punição, retira das pessoas o direito de conviverem em sociedade por serem consideradas inaptas a dividirem esse espaço com as outras pessoas ditas normais.

Promulgada em 2001, a Lei da Reforma Psiquiátrica Brasileira, ou Lei Paulo Delgado, trouxe novos caminhos para a política de saúde mental no Brasil, que colocou na agenda a modificação do modelo asilar pela perspectiva social, aberta e comunitária. Frutos de uma luta histórica que teve início no final dos anos 1970 e que através do movimento social e dos trabalhadores da saúde percorreu um longo caminho para ser alcançada.

Nos últimos anos no Brasil, temos enfrentado vários desafios na política de saúde mental e na política de drogas no país, seja por alterações de normativas que regem essas políticas, seja pelos discursos conservadores e proibicionistas proferidos por autoridades. Essas tensões se materializaram no subfinanciamento das estratégias de saúde, sucateamento dos serviços públicos e no aumento dos investimentos governamentais no mercado das comunidades terapêuticas, produzindo um retrocesso nas conquistas da Reforma Psiquiátrica e na Luta Antimanicomial.

A exemplo do afrouxamento das internações involuntárias, Albuquerque (2019) destaca que essa medida acarretou não apenas na alocação de recursos públicos para as comunidades terapêuticas, como já se observou em documentos anteriores, mas também em consequências potencialmente perigosas para a saúde e os direitos dos pacientes/sujeitos envolvidos, assim como: “produzir uma indústria de internações provocada pelos interesses econômicos destas instituições, mas também pela funcionalidade política de punição e segregação dos corpos indesejáveis” (ALBUQUERQUE, 2019, p.10).

Segundo Farias (2019), essa abordagem se concentra exclusivamente no modelo biomédico e delega ao médico a responsabilidade pela tomada de decisão, sem levar em conta os fatores sociais. Isso resulta na perda de autonomia e liberdade dos indivíduos e permite a implementação de medidas rejeitadas historicamente pela comunidade científica, entidades, usuários e profissionais. Além disso, amplia-se o grupo de pessoas que podem decidir sobre a vida de outros, de acordo com seus próprios valores e concepções do que é certo ou errado.

Esses reflexos são observados no cotidiano dos serviços, reproduzidos nos discursos dos profissionais, pela dinâmica interna do fluxo e nos atendimentos. O que nos mobiliza a resgatar as pautas da Luta Antimanicomial, assim como enfatizar as conquistas da Reforma Psiquiátrica e ampliá-la cada vez mais na construção de políticas de saúde mental e no cotidiano dos espaços de trabalho.

Atualmente, temos vivenciado pequenas medidas nesse sentido no que tange essas políticas, como por exemplo, a decisão do governo federal em cortar verbas destinadas às comunidades terapêuticas, assim como a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que prevê o fechamento dos manicômios judiciários no Brasil. Mas o trabalho ainda é grande e é importante sempre lembrar que saúde mental se faz com melhor qualidade de vida da população, com acesso à saúde, educação, assistência social, moradia, emprego e com a ampliação e maior investimento na Rede de Atenção  Psicossocial (RAPS) e na perspectiva do cuidado integral à saúde.

Fonte: Brasil de Fato

“Desinstitucionalização” significa tratar o sujeito em sua existência e em relação com suas condições concretas de vida. Isto significa não administrar-lhe apenas fármacos ou psicoterapias, mas construir possibilidades. O tratamento deixa de ser a exclusão em espaços de violência e mortificação para tornar-se criação de possibilidades concretas de sociabilidade a subjetividade” (Amarante, 1995, p.494).

O estigma, o preconceito e o paradigma proibicionista ainda rondam a construção de políticas, e principalmente a prática profissional nos espaços de trabalho da RAPS. Que possamos defender uma saúde mental que produza vida e dignidade aos usuários. Fortalecendo o cuidado e ampliando as práticas de redução de danos e do cuidado em liberdade, defendidos pela Reforma Psiquiátrica e pela Luta Antimanicomial, e que priorize o respeito à diversidade e a autonomia dos usuários.

Referências:

ALBUQUERQUE, Cynthia Studart. Pacote anticrime e “nova” lei de drogas: fascistização neoliberal e gestão dos indesejáveis. In: 16º Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, 16., 2019: Brasília – DF.

AMARANTE, Paulo. Novos Sujeitos; Novos Direitos: O debate em torno da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 11 (3): 491-494, Jul/Set, 1995.

FARIAS, Lara Lisboa. Estado, nova direita e contra reforma: uma análise sobre os atuais parâmetros da Política de Drogas no Brasil. 2019. 130 f. Dissertação (Mestrado em Política Social). Universidade de Brasília, Brasília, 2019.

 

 

 

 

 

 

 

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Promoção de saúde mental por meio da arte e cultura é tema de intervenção de estágio

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No último sábado (09), os alunos do Estágio Básico em Saúde Mental finalizaram suas atividades com a devolutiva no Canto das Artes em Taquaruçu, Palmas – TO. A ação foi conduzida pelos estagiários Anne Karoline Linhares de Araujo, Gabriel Mascarenhas Pereira, Lorrany Barros Godoy e Tiago Oliveira da Silva, sob a orientação da professora Mariana Miranda Borges (Psicóloga, CRP 23/784) e pela supervisora de campo, psicóloga Betânia Cristina da Luz Pontes (CRP 23/076).

O estágio ocorreu entre os meses de agosto e novembro, com encontros semanais todos os sábados pela tarde. Foram exercidas atividades voltadas a arteterapia, musicalização, reciclagem, interação com literaturas e um cinema composto por um catálogo de filmes, com temáticas pertinentes à cultura brasileira, educação, responsabilidade social e meio ambiente.

Na devolutiva, ocorreu um momento de diálogo em que os estagiários compartilharam com o campo, uma síntese das observações, aprendizados e intervenções realizadas durante o período de atuação, além de receberem um feedback a respeito dessas atividades.

A professora Mariana Miranda Borges comentou sobre a importância do momento: “A devolutiva é um espaço de avaliação das atividades desenvolvidas no estágio e os efeitos desta experiência na aprendizagem dos alunos e das pessoas acompanhadas por eles, neste processo. A partir disto é possível fazer um redesenho da relação do campo com o estágio e da disciplina. Todas as atividades desta disciplina foram utilizadas a metodologia da cartografia com a intenção dos discentes mapearem os afetos produtores de subjetividade e foi rico perceber o quantos os estagiários estavam disponíveis para subjetivarem através da arte e afeto.”

O Canto das Artes é um ponto cultural do Estado do Tocantins. Trata-se de uma Organização Não Governamental que tem o intuito de promover atividades de saúde mental à comunidade de Taquaruçu por meio da arte e da cultura. Fundado informalmente em 2004, o Canto das Artes iniciou com encontros literários e musicais que atraíam crianças e adolescentes da comunidade local, interessadas nas expressões artísticas ali promovidas.

Com o passar do tempo, as atividades foram se expandindo para incluir oficinas voltadas à arte, cultura e preservação ambiental, consolidando a missão da instituição de promover uma melhor qualidade de vida e fomentar uma atuação cidadã consciente, crítica e sustentável.

O estágio realizado faz parte da disciplina de Estágio Básico em Saúde Mental, que tem como objetivo proporcionar ao aluno o desenvolvimento de habilidades práticas, como observação, descrição e compreensão das psicopatologias em diferentes contextos e etapas do ciclo vital. Além disso, visa capacitar o estagiário para realizar intervenções que promovam a saúde mental, tanto no nível individual quanto no coletivo, avaliando os resultados dessas ações.

Conheça mais sobre o Canto das Artes:
http://cantodasartes.org.br/
https://www.instagram.com/cantodasartes.orgto/

 

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Raphael Azevedo Dias: perspectivas sobre o impacto do treinamento físico na Saúde Mental e Bem-Estar

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Com uma sólida trajetória acadêmica e esportiva, o profissional é Graduado em Educação Física , com especialização em Fisiologia do Exercício Físico e Educação Física Escolar , além de ser Mestrando em Políticas Públicas e Sociais na Educação . No campo esportivo, destaca-se como Treinador de Tênis de Mesa Nível 2 pela Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF) e Nível 3 (Iniciação, Formação e Alto Rendimento) pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) . Atua também como Formador Técnico Nacional e Mentor Júnior pela UNITM/CBTM. Sua atuação profissional é diversificada, abrangendo desde o setor público, como funcionário da Secretaria Municipal de Educação , até o empreendedorismo esportivo, sendo técnico head coach e proprietário da Chokito Tênis de Mesa . Além disso, exerce o papel de Professor Técnico da equipe de Tênis de Mesa do Instituto Reviver e do Centro de Referência Paralímpico do Tocantins e é Professor Universitário no curso de Educação Física do CEULP/ULBRA .

(En)Cena – O que te motivou a entrar no esporte e seguir uma carreira em educação física?

Raphael Azevedo Dias – A paixão pelo tênis de mesa e as competições me motivou a entrar no esporte e com isso foi natural o meu interesse em seguir uma carreira em educação física. Vi ali uma oportunidade de continuar no esporte sendo treinador da modalidade e pode continuar contribuindo com o esporte passando toda minha vivência e experiência como atleta na formação de novos atletas.

(En)Cena – Ao longo de sua carreira como atleta, de que forma você viu o esporte contribuindo para o seu próprio autoconhecimento? Há algo que aprendeu sobre si mesmo ao enfrentar desafios físicos e mentais?

Raphael Azevedo Dias – Em uma carreira de atleta seja da iniciação até o alto rendimento (principalmente), sem dúvidas tem muita contribuição positivas: aprender a ganhar e perder, saber dar o seu melhor sempre independente do resultado, ter resiliência em treinar duro todos os dias (isso não é fácil e é muito doloroso e sacrificante), ter sempre um objetivo para buscar e abrir mão de muitas coisas em prol desse objetivo, saber lidar com a pressão e com as adversidades. 

Pra mim o que mais aprendi sobre mim mesmo ao longo desses muitos anos de carreira foi que a cabeça tem que está 100% bem, que meu psicológico pode me levar a ultrapassar todos meus limites, medos e pressão. E que sempre jogando me divertindo consigo chegar longe.

(En)Cena – O esporte competitivo exige muito, tanto fisicamente quanto mentalmente. Quais foram as principais estratégias para lidar?

Raphael Azevedo Dias – Isso é uma coisa que você vai construindo ao longo da carreira. Vai aprendendo a lidar com a mente, vai conhecendo seus medos e incertezas, é isso só se conquista participando de competições (aproveitando todo o processo de experiências) ou seja quanto mais competições jogar mais vai melhorar essa parte mental. 

(En)Cena – Quais técnicas você desenvolveu para enfrentar com a pressão e a ansiedade em competições? 

Raphael Azevedo Dias – Eu sempre procurei entender o que acontecia e procurava achar uma estratégia para melhorar na próxima competição. Antes dos jogos me concentrava num canto e mentalizava o que preciso fazer. Durante os jogos Conversar comigo mesmo sempre motivando e tentando me deixar confiante e firme. Tendo uma postura visual positiva mesmo quando estou perdendo (para que o adversário não veja que eu estou nervoso ou desmotivado) E no pós jogos tento refletir o que foi de positivo e de negativo no jogo.

(En)Cena – Como você acredita que essas estratégias influenciaram e ainda influenciam  sua resiliência fora do esporte?

Raphael Azevedo Dias – Me tornaram uma pessoa mais forte e mais resiliente em tudo que faço. Todas minhas conquistas de vida fora do esporte(ambiente de jogo) eu sem dúvida sei que foi o esporte que me proporcionou, que me preparou para elas. Desde o ambiente escolar, concurso público e ambiente de trabalho.

(En)Cena – Diante de sua carreira como atleta e profissional de educação física, quais foram os momentos ou experiências que mais moldaram sua visão sobre o papel do esporte na vida das pessoas? 

Raphael Azevedo Dias – Nossa, aí são muitos momentos até difícil escolher um só, o esporte é mágico, é incrivelmente transformador e proporciona momentos que ficam como um aprendizado de vida.

Como atleta destacou a final de equipes de um torneio internacional, onde o último jogo da equipe ficou na minha mão em decidir e era contra o time da casa (torcida em peso), só uma mesa em jogo e o adversário já tinha ganhado do nosso número 1 da equipe. Entrei nervoso pois era uma decisão importante e muita pressão da torcida adversária, só estava acontecendo esse jogo. Eu estava perdendo e consegui virar o jogo com muita garra e torcida dos meus companheiros foram estímulos para a vitória. Fomos campeões e o jogador adversário e sua equipe foram me dar os parabéns pelo jogo. Isso me marcou como um momento de superação e resiliência. 

Como profissional de educação física destaco um que foi um aluno e sua mãe chegarem em mim e falarem assim: professor obrigado por tudo que tem feito em minha vida e consequentemente da minha família, se não fosse o senhor eu não estaria treinando, competindo e muito menos estudando para ser alguém na vida como o senhor. Hoje eu já estaria perdido na vida e nas ruas aí igual vários amigos meus. Isso sem dúvida é melhor do que qualquer título em competição.

(En)Cena – Houve algum episódio específico que despertou seu interesse pela interseção entre saúde mental e atividade física?

Raphael Azevedo Dias – Na minha época não se falava tanto em saúde mental igual se fala hoje. Esse assunto despertou interesse nas últimas capacitações nacionais que fiz e hoje venho estudando e trabalhando bastante com meus atletas, com alguns deles até indicando um trabalho por fora com um especialista (psicólogo ou Coach mental) para melhorar nosso trabalho.

(En)Cena – Muitas vezes o público vê o sucesso e as conquistas dos atletas, mas não enxerga os desafios emocionais e psicológicos por trás disso. Pode compartilhar algum momento marcante em que sua saúde mental foi desafiada, e como você encontrou formas de superá-lo?

Raphael Azevedo Dias – Teve alguns momentos que pensei em desistir do esporte, abandonar a carreira de atleta. Pois não estava conseguindo mais treinar com prazer, os resultados não vinham mais como o esperado e as responsabilidades de fazer uma faculdade e trabalhar estavam cada vez maiores. Dei uma pausa de 6 meses para poder entender e saber se era isso que eu queria, fui conversar com pessoas ao meu redor (família e amigos) e procurei um psicólogo para me ajudar nesse processo. E vi que o esporte era parte da minha vida e não conseguia me afastar e comecei a enxergar ele com outros olhos, com os olhos de atleta menos exigente e com o olhar futuro de treinador (onde decidi fazer educação física).

(En)Cena – Em sua experiência, quais aspectos específicos do treinamento físico são mais eficazes para o bem-estar mental dos praticantes? Você acredita que há elementos do treinamento que são subestimados na promoção da saúde emocional?

Raphael Azevedo Dias – Os aspectos cognitivos. Com certeza já elementos que são subestimados ou muitas vezes menosprezados ou com pouca importância.Os aspectos cognitivos sem dúvidas aliados com os elementos específicos da modalidade irão promover uma saúde mental e um bem estar no atleta.

(En)Cena – O esporte pode exercer grande influência sobre a percepção corporal e a autoestima dos praticantes. Como você observou esses critérios e padrões ao longo de sua carreira, e o que considera saudável ou nocivo no impacto que o esporte exerce sobre a imagem corporal dos atletas?

Raphael Azevedo Dias – Eu observei quando fui avançando meu nível técnico e enfrentando jogadores cada vez mais fortes e de seleção, via que precisava me cuidar mais para conseguir resultados. Vi que a preparação física e corporal era importante para que a técnica fizesse a diferença. Então comecei a cuidar do meu corpo e saúde fazendo atividade física e aeróbica fora do treino de mesa, Comecei a me alimentar melhor para manter o corpo em dia e ter força pra treinar. Comecei a me preparar melhor para não ter lesões, com isso comecei a fazer academia para fortalecer. Essas medidas são saudáveis e nocivas que o esporte exerce sobre nós.

(En)Cena – Quais práticas de autocuidado você recomenda para atletas que desejam manter um equilíbrio entre a pressão dos treinos e competições e seu bem-estar mental? Alguma delas foi mostrada especialmente útil para você?

Raphael Azevedo Dias – Ter uma boa relação com o treinador, para poder ter abertura para falar como está se sentindo no treino, no jogo ou até mesmo com algum problema fora ambiente de jogo que esteja te atrapalhando mentalmente a se dedicar ao esporte, isso é primordial nessa relação de confiança entre atleta e treinador. Segundo você entender que o treino é a parte mais árdua e que o jogo é a parte de divertir, fazer o que você treinou. Mas sempre comparando você com você mesmo, a cobrança tem que ser pela sua melhor versão sempre, pela sua melhor entrega em jogo sempre. Que os resultados são consequências dessas ações e que uma hora eles vêm. Não desistir. Seja seu melhor sempre

 

(En)Cena – Com base em tudo o que viveu e aprendeu, que conselhos daria para atletas que estão no início de suas carreiras, especialmente sobre como preservar sua saúde mental ao longo do caminho? Como acredita que os profissionais de educação física podem contribuir para essa conscientização?

Raphael Azevedo Dias – Conselho: viva todo o processo que o esporte lhe oferece, sem pressa, sem pular etapas, aproveite as derrotas sempre elas nos ensinam e nos fortalece, vibrar e comemorar cada vitória pois batalhou pra isso. E siga sempre sendo sua melhor versão o seu melhor a cada dia. A cobrança sempre deve ser essa. Eu acredito que os profissionais de educação física podem contribuir para esse processo, não cobrando do atleta seja campeão, não cobrando que ele aprenda sem você entender o porque ele não aprendeu ou sua dificuldade, não comparando seu desenvolvimento com os demais, pois cada um tem seu processo maturacional e cada um responde aos treinos de uma forma. E principalmente sendo próximo do seu atleta, conhecendo ele e construindo uma relação de confiança, de valores e princípios com ele.

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O uso excessivo de telas pode causar transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)?

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Analisando a influência do uso digital sobre a saúde mental e refletindo estratégias para um equilíbrio saudável.

No cenário atual, a tecnologia digital tornou-se um componente essencial da vida cotidiana, desde a infância até a idade adulta. Dispositivos como smartphones, tablets e computadores são amplamente utilizados para uma variedade de atividades, desde o aprendizado e o trabalho até o entretenimento e a comunicação. No entanto, com o aumento do tempo dedicado a essas telas, surgem preocupações sobre os impactos potenciais desse uso excessivo na saúde mental, especialmente no que diz respeito ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Este texto explora as evidências científicas mais recentes sobre a relação entre o uso excessivo de telas e o TDAH, analisando como a exposição a tecnologias digitais pode influenciar o desenvolvimento e os sintomas desse transtorno.

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

O TDAH é um transtorno neuropsiquiátrico que afeta uma proporção significativa da população infantil e pode continuar a impactar indivíduos na vida adulta. Caracteriza-se por dificuldades persistentes na manutenção da atenção, controle dos impulsos e regulação comportamental. Estudos genéticos e neurológicos mostram que o TDAH possui uma base genética significativa, com a herança genética desempenhando um papel crucial na sua manifestação (Faraone et al., 2021). Além disso, o transtorno está frequentemente associado a anomalias em áreas cerebrais responsáveis pela regulação da atenção e controle dos impulsos (Faraone et al., 2019).

                                                      Fonte: www.freepik.com

O Papel das Telas no Desenvolvimento Infantil

A tecnologia digital é uma parte predominante do ambiente moderno das crianças, e a quantidade de tempo gasto em dispositivos digitais tem aumentado consideravelmente. Estudos recentes têm indicado que o uso excessivo de telas pode ter impactos negativos no desenvolvimento cognitivo e comportamental das crianças. Radesky et al. (2021) descobriram que a exposição prolongada a dispositivos digitais está associada a dificuldades de concentração e comportamento impulsivo. Isso pode ser atribuído à natureza fragmentada e altamente estimulante dos conteúdos digitais, que pode interferir na capacidade das crianças de se concentrarem em tarefas que exigem atenção sustentada.

Como o Uso Excessivo de Telas Pode Influenciar a Atenção e o Controle Impulsivo

  1. Impacto na Atenção Sustentada:
    A capacidade de manter a atenção em tarefas prolongadas é fundamental para o aprendizado e o desenvolvimento acadêmico. No entanto, a exposição contínua a mídias digitais, que frequentemente oferece gratificação instantânea e mudanças rápidas de estímulos, pode dificultar a capacidade das crianças de manter o foco por períodos prolongados. Estudos demonstram que a exposição a mídias digitais pode prejudicar o desempenho em tarefas que exigem atenção sustentada (Lillard et al., 2022). A gratificação instantânea proporcionada por dispositivos digitais pode reduzir a capacidade das crianças de lidar com tarefas que exigem paciência e perseverança, afetando negativamente a capacidade de concentração.
  2. Memória de Trabalho e Funções Executivas:
    A memória de trabalho, essencial para reter e manipular informações temporárias, também pode ser impactada pelo uso excessivo de telas. O uso intenso de tecnologia tem sido associado a um desempenho reduzido em tarefas que exigem memória de trabalho e outras funções executivas (Jiang et al., 2022). A natureza multitarefa do uso de dispositivos digitais pode interferir na capacidade das crianças de processar e manter informações relevantes, refletindo em dificuldades acadêmicas e comportamentais.
  3. Controle Impulsivo e Regulação Emocional:
    O uso constante de estímulos digitais pode influenciar a capacidade das crianças de controlar impulsos e regular emoções. Estudos sugerem que o uso excessivo de dispositivos digitais está associado a um aumento na impulsividade e a dificuldades na regulação emocional (Bayer et al., 2021). A gratificação instantânea proporcionada por jogos e redes sociais pode reduzir a tolerância à frustração e impactar a capacidade das crianças de lidar com desafios e controlar impulsos.

A Interação entre Genética e Ambiente

Embora o TDAH tenha uma base genética significativa, fatores ambientais também desempenham um papel na manifestação e gravidade dos sintomas. A interação entre predisposição genética e ambiente digital pode ser complexa e exacerbar os desafios enfrentados por crianças predispostas ao transtorno. Estudos indicam que a exposição a mídias digitais pode potencialmente agravar os sintomas do TDAH em crianças com predisposição genética (Hale et al., 2022). Essa interação destaca a necessidade de considerar tanto os fatores genéticos quanto os ambientais ao avaliar o impacto do uso de telas.

Estratégias para um Uso Saudável das Telas

Para minimizar os possíveis efeitos negativos do uso excessivo de telas, é essencial adotar práticas que promovam um equilíbrio saudável entre atividades digitais e não digitais:

  1. Estabeleça Limites de Tempo:
    Definir limites claros para o tempo de tela pode ajudar a equilibrar atividades digitais e não digitais. A American Academy of Pediatrics recomenda que crianças com idades entre 2 e 5 anos tenham um máximo de uma hora de tempo de tela por dia (American Academy of Pediatrics, 2022). Estabelecer tais limites pode promover um desenvolvimento saudável das habilidades de atenção e controle impulsivo.
  2. Incentive Atividades Diversificadas:
    Atividades que exigem concentração e engajamento, como leitura, esportes e jogos de tabuleiro, podem ajudar a desenvolver e reforçar habilidades cognitivas essenciais. Estudos sugerem que atividades não digitais podem fornecer um contraponto benéfico às rápidas mudanças de estímulos das mídias digitais (Gingold et al., 2021). Incentivar uma variedade de atividades pode contribuir para um desenvolvimento cognitivo mais equilibrado.
  3. Crie Ambientes de Estudo Sem Distrações:
    Garantir que as crianças estudem em ambientes livres de distrações digitais pode melhorar a capacidade de atenção e a memória de trabalho durante o estudo. A criação de espaços dedicados ao estudo, onde dispositivos digitais não são permitidos, pode ajudar a manter o foco e aumentar a eficiência acadêmica (Becker et al., 2021).
  4. Eduque Sobre o Uso Responsável da Tecnologia:
    Ensinar as crianças a usar a tecnologia de forma equilibrada e consciente é crucial para promover uma relação saudável com dispositivos digitais. Conversas abertas sobre os benefícios e riscos do uso de tecnologia podem ajudar as crianças a desenvolver hábitos de uso mais saudáveis e produtivos (Levin et al., 2022). A educação sobre o uso responsável pode auxiliar na formação de um comportamento equilibrado em relação às tecnologias digitais.

Considerações

Embora, não haja evidências conclusivas de que o uso excessivo de telas cause diretamente o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), há um crescente corpo de evidências que sugere que o uso excessivo de dispositivos digitais pode agravar os sintomas relacionados à atenção e ao controle impulsivo, especialmente em crianças com predisposição genética para o transtorno. Adotar uma abordagem equilibrada no uso da tecnologia e implementar práticas saudáveis pode ajudar a mitigar esses efeitos e promover o desenvolvimento cognitivo e comportamental saudável das crianças. Com uma gestão cuidadosa e estratégias práticas, é possível minimizar o impacto negativo do uso de telas e apoiar um desenvolvimento mais equilibrado e produtivo.

 

Referências

AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS. Media and Young Minds. Pediatrics, v. 149, n. 5, e2022057385, 2022.

BAYER, J. K.; HNATIUK, J.; WILLIAMS, K. The association between screen time and children’s mental health: A review of the literature. Journal of Pediatric Psychology, v. 46, n. 5, p. 554-569, 2021.

BECKER, M. W.; ALZAHABI, R.; HOPWOOD, C. J. Media use, personality, and self-control. Personality and Individual Differences, v. 177, p. 110797, 2021.

FARAONE, S. V.; ASHERSON, P.; BANASCHEWSKI, T.; et al. Attention-deficit/hyperactivity disorder. Nature Reviews Disease Primers, v. 7, n. 1, p. 35, 2021.

FARAONE, S. V.; LARSSON, H. Genetics of attention deficit hyperactivity disorder. Molecular Psychiatry, v. 24, n. 4, p. 562-575, 2019.

GINGOLD, M. J.; FITZPATRICK, B.; HART, S. S. Digital media use and its effects on children’s development: A review of the literature. Developmental Review, v. 59, p. 100965, 2021.

HALE, L.; GUAN, L. Screen time and sleep duration in adolescents: The role of screen content and social media use. Sleep Medicine Reviews, v. 59, p. 101571, 2022.

JIANG, Y.; SCHENKEL, L. S.; LAN, W. The impact of digital media on cognitive development and executive function in children. Cognitive Development, v. 60, p. 101232, 2022.

LILLARD, A. S.; LI, H.; BOGUSZEWSKI, K. The effects of screen media on children’s executive function: A meta-analysis. Developmental Review, v. 63, p. 101075, 2022.

ROSEN, L. D.; CARRIER, L. M.; CHEEVER, N. A. The impact of digital media use on attention and cognitive control: An update. 2021.

 

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Pá de cal na parede

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Uma parede com rachaduras não precisa de cal. Necessita ser tratada para que o problema se resolva. Abrir a extensão da rachadura, raspar a tinta ao redor, preencher a trinca com uma massa acrílica para vedação.

De modo simples, esse procedimento pode resolver. Porém, se a rachadura for provocada pela fundação malfeita, exige cuidado especializado para que a edificação não seja seriamente comprometida. Assim sendo, do que adianta passar mão de cal? Ou mesmo aplicar tinta nessa parede? Em pouco tempo a fenda estará lá te dizendo que existe e que vai permanecer até você resolver.

Trazendo essa história para a nossa vida, é importante refletirmos quantas rachaduras existem e estamos convivendo com elas sem tratarmos? A saúde mental pede socorro! E você, o que tem feito? Jogado uma pá de cal, ou mesmo uma tinta por cima para tentar amenizar? Esquivar-se é um dos caminhos, porém, não resolve!

Negar que precisa de ajuda só mascara a dor! Esperar que o tempo se encarregue? Ele não vai fazer isso. Então se cuide, busque auxílio, tratamento. Não jogue pá de cal onde o que precisa é de uma boa dose de autoamor.

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Saúde física e psicológica do Policial Penal

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As vivências e enfrentamentos de um Policial Penal. Marcondes Marques Marciano, policial penal (segundo à direita da foto)

Marcondes Marques Marciano é bacharel em direito, pós-graduado em direito administrativo, atualmente é Policial Penal desde 2017, hoje é lotado no núcleo de operações com cães – NOC da Polícia Penal do estado do Tocantins (@noc.oficial). O Portal (En)Cena o convidou para responder algumas perguntas sobre o impacto do trabalho dos policiais penais de forma geral.

 (En)Cena – Tendo em vista que a realidade do Sistema Prisional brasileiro é de superlotação e dentro disso uma sobrecarga além da exposição à violência, quais são os principais desafios que os profissionais do sistema penitenciário enfrentam em relação à saúde mental no ambiente de trabalho?

Marcondes Marques: Os profissionais do sistema penitenciário enfrentam desafios significativos em relação à saúde mental, incluindo altos níveis de estresse devido à natureza do trabalho, exposição a situações traumáticas, falta de recursos e apoio psicológico adequado, além do risco de burnout devido à sobrecarga de responsabilidades. A violência no ambiente de trabalho e principalmente a falta de reconhecimento também contribuem para a deterioração da saúde mental desses profissionais, que deixam suas casas para se expor à realidade por vezes difícil de compartilhar com as pessoas próximas, assim causando também isolamento.

(En)Cena: Quais medidas estão sendo implementadas para garantir o bem-estar psicológico dos funcionários do sistema penitenciário?

As medidas para garantir o bem-estar psicológico dos funcionários do sistema penitenciário incluem programas de apoio psicológico, como a oferta de aconselhamento e serviços de saúde mental. Além disso, treinamentos regulares para lidar com situações estressantes, a implementação de políticas de prevenção ao estresse ocupacional e o fornecimento de recursos para gestão do estresse são estratégias comuns. Algumas instituições também promovem uma cultura de apoio entre colegas e incentivam a comunicação aberta sobre questões relacionadas à saúde mental. No entanto, é um desafio contínuo melhorar e expandir essas iniciativas para abordar as complexidades do ambiente penitenciário.

                                                            Fonte: Acervo Pessoal 

Núcleo de operações com cães da Polícia Penal

(En)cena: No estudo da psicologia, o estresse está relacionado à exposição prolongada a fatores que geram estado de alerta, desafios e ameaças, sabendo da sobrecarga física e contínua que enfrentam e da exposição ao perigo, como o estresse ocupacional afeta a saúde física dos Policiais Penais? Quais são os impactos mais comuns?

O estresse que enfrentamos no sistema penitenciário pode afetar nossa saúde física de várias maneiras. Alguns efeitos comuns incluem problemas para dormir, pressão alta, questões no coração, dores musculares, dores de cabeça frequentes e um sistema imunológico comprometido. Lidar constantemente com situações de pressão e tensão pode ser a causa desses problemas de saúde, aumentando o risco de desenvolver condições crônicas. Além disso, o estresse prolongado pode prejudicar os hábitos alimentares e a atividade física, o que piora ainda mais os impactos da saúde física dos Policiais Penais.

(En)cena: Quais recursos estão disponíveis para promover a saúde mental dos profissionais do sistema penitenciário e como eles são acessados?

Existem recursos como: Programas de Aconselhamento e Psicoterapia, treinamentos de resiliência e gestão de estresse que equipam os profissionais com habilidades para lidar com pressões do trabalho, grupos de apoio entre os próprios colegas, aqui se tem um ambiente solidário para compartilhar experiências. Políticas de licença e descanso adequadas, que fomentam períodos de descanso necessários para recuperação, além do próprio trabalho com os animais do NOC promover certo alívio, o vínculo com os animais propicia certa descontração que por vezes não acontece devido ao tipo de função exercida.

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SES-TO participa de palestra com o tema ‘Saúde Mental e Saúde do Homem’

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A ação é em alusão a campanha Novembro Azul em parceria com a SECAD e SEDUC

Por Ananda Santos/Governo do Tocantins

 

A Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO) participou na sexta-feira, 10, de uma ação em alusão a campanha Novembro Azul, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (SEDUC) e Secretaria da Administração (SECAD). Com o tema “Saúde Mental e Saúde do Homem” a ação contou com palestra sobre “O silêncio dos homens, um olhar sobre a saúde mental masculina”.  Além disso, foram disponibilizados aos participantes auriculoterapia, massagens e ventosas, coordenadas pelo Centro de Práticas Integrativas e Complementares (CEPIC) da Universidade Federal do Tocantins (UFT).

                                                                                                                                            Fonte: secom.to.gov.br

A ação campanha Novembro Azul conscientiza sobre o câncer de próstata.

“Foi uma palestra maravilhosa para a gente, sobre saúde mental. Nós vamos ter a sensibilidade de nos cuidar mais, cuidar da saúde, não somente no novembro azul. Foi uma palestra que trouxe muitos benefícios, tanto para a saúde mental, quanto na familiar. As doenças mentais vêm causando muito transtorno na vida do ser humano, na vida de homens, é muito importante que cada homem se cuide cada dia”, afirmou o Analista II da SES-TO, Messias Batista da Silva.

O Secretário Executivo da SES-TO, Luciano Lima Costa, afirmou que “vamos nos cuidar gente, cuidar da nossa saúde mental e física. Estamos no mês de conscientização ao câncer de próstata e sabemos que existe um preconceito dos homens em relação ao toque retal. Algo que as mulheres nos ensinam com o câncer de mama é que elas sofrem tanto, e isso veio pra quebrar a gente, pra ter sensibilidade, buscar ajuda também. Se sintam abraçados pela Secretaria de Saúde”.

                                                                                                                           Fonte: secom.to.gov.br

Os servidores da SES-TO puderam fazer sessão de auriculoterapia, massagens e ventosas.

O psicólogo da Junta Médica da SECAD, Flávio Barros, afirmou que “o homem tem dificuldade de se mostrar frágil, chorar, mostrar problemas, se abrir. A minha crítica hoje, escolhendo esse tema do silêncio, é para fazer o questionamento porque motivo a gente se cala. O silêncio impacta diretamente na saúde mental quando se trata de emoções. Apenas 3 a cada 10 homens têm o hábito de conversar sobre medos e dúvidas com seus amigos.  Os homens se suicidam quatro vezes mais que as mulheres. Então, é preciso conversar, se abrir pra poder mudar isso”.

A gerente de Atenção ao Bem-Estar dos Profissionais da SEDUC, Cristiane Pina, afirmou que “o principal objetivo é mobilizar o nosso público masculino, os servidores das secretarias parceiras, que são a Saúde e a Administração. A equipe da Junta Médica tem nos apoiado para fazer essa ação educativa de informar a respeito da prevenção dos cuidados que os homens precisam ter com relação à saúde. E a gente tem sempre passado nos setores informando que cuidar da saúde também é coisa de homem, porque isso geralmente a gente vê somente nas mulheres. O homem tem um pouco de dificuldade, nós estamos aqui pra mudar isso”.

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