O amor e outras coisas

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Por Marcos Antônio Silva Carneiro

Há o amor pelas coisas e o amor das coisas. O primeiro é aquele desejo por um sapato, um carro, uma bolsa cara. Tudo está ligado ao valor material que os outros dão e que você paga.

Mas o amor das coisas é aquela dedicatória num livro que você compra num sebo e dá a alguém que ama. E é aí que minha estória começa. Minha mãe, uma vez, me deu um livro, cuja edição dos anos de 1950, era uma peça de Shakespeare, Ricardo III. O livro era tão difícil ler, que lia quase uma página por dia, mas ele era um tesouro pra mim. Não apenas pelo esmero que ela teve em escolher algo de tão bom gosto. Capa dura, camurça vermelha, letras em dourado. O que realmente me encantou naquele livro antigo é que ele tinha duas dedicatórias. A primeira era dela para mim, e dizia “espero que enriqueça sua cultura e seu vocabulário”, e outra, essa sim datada de 23 de abril de 1957, era de um Felipe para uma Maysa com apenas um “com amor, Felipe”.

Isso é o mais puro amor das coisas. É o sentimento, a vida, a exclusividade de uma subjetividade que, voluntariamente, damos a algo inanimado. Não é apenas um objeto, no caso o livro, é um objetivo, o de dar sentido a algo por alguém que se ama.

Tempos atrás eu dei um buquê de rosas para minha mãe, coisa que ela sempre gostou. Aproveitei a ocasião e tirei uma pétala de umas das flores e coloquei dentro daquele livro que ela havia me dado muitos anos antes, esse sim, um hábito meu. Por vezes abria o livro e checava se a pétala estava lá, até que um dia não a encontrei mais entre aquelas páginas.

Não me entristeci, sequer uma melancolia senti. Tudo naquele livro havia cumprido seu ciclo. Um livro que Felipe deu à Maysa, e Francisca deu Marcos, e que continha uma pétala que se perdeu com o tempo, tinha tanto amor, tanto sentimento, que a gente nem se lembrava que era Shakespeare. Era uma estória dentro da estória dentro da estória…

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Melancolia

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Ela se sentia inquieta, assim como se não desse conta de acompanhar os movimentos acelerados ao seu redor, tudo estava se tornando pesado e complicado, tudo que havia construído e que acreditava veio abaixo. 

Assim… Num deslizar pelos dedos ela foi se indo, ensopando-lhes os pés, escorrendo pelas valas criadas por seus entorpecidos pensamentos. 

Necessitava parar, necessitava exercer a mais simples das funções: Respirar, mas isso lhe parecia difícil. Enfim, não queria nada, queria mergulhar neste vazio, dar-se com ele, chafurdar-se nele, porque coisa alguma mais lhe aprazia. 

Culpava-se ainda, fez promessas de mudanças, porém sua amiga insinuava-lhe que se entregasse e ela sem titubear se rendeu ao chamado e entregou sua mão trêmula a ela, sua amiga melancolia.

A melancolia é um dos sentimentos mais exaltados pelos poetas. Em termos poéticos, a melancolia toma ares de beleza, da alma que se interioriza em um profundo quedar de pensamentos, uma lágrima furtiva, uma saudade de não sei o que, um cismar numa tarde de outono onde as folhas que caem encolhem mais a alma do pensador. Comumente a melancolia é associada pelos poetas ao vazio e a falta.

Mas que sentimento é este, como se instala, o que sentimos, como nos comportamos, o que seria este não sei o que nos leva a buscar no mais profundo dos abismos as respostas que às vezes nem nos importa mais.

Das conversas que José Castello teve com o poeta João Cabral, resultou no livro João Cabral: o homem sem alma, onde o mesmo dizia que, tinha um buraco no peito, explicando que, “Não é dor. Não é mal-estar. Não é nada. Ao contrário: falta alguma coisa”, completa dizendo, “Falta uma coisa, fica o buraco, e você tem de carregá-lo”.  (João Cabral: o homem sem alma/ Editora Rocco, 1996).

Alguns estudos vão dizer que na atualidade a melancolia foi substituída pelo termo depressão, portanto no decorrer do texto daremos um parecer que discorda desta premissa, pois ambas sempre causaram grandes males aos indivíduos, mas se diferem em alguns pontos.

Os estados melancólicos tomaram ares de vazio intenso e difícil de ser definidos, sobre esta indefinição Oliveira, (2004) nos afirma que a melancolia, “Tem sido objeto de estudo na medicina, motivo de reflexão para os filósofos, inspiração para os poetas e escritores”. E reitera ainda que “desde a Antiguidade até os dias atuais encontramos referências ao sofrimento humano expresso através desse afeto, bem como a dificuldade em se definir esse estado de sentimento de maneira satisfatória” (OLIVEIRA, 2004, p.93)

Pois bem, entre poetas, teorias e filosofias façamos um caminho em busca de respostas que cheguem perto da definição dessa tal melancolia.

Muitas vezes julga-se que a melancolia é um estado d’alma corriqueiro, quase como fugaz, assim como uma situação de acabrunhamento, no entanto estes estados podem evoluir como manifestações que se generalizam e fazem moradas permanentes em algumas psiquês. 

Fonte: Pixabay

A melancolia assim como a anedonia (são primas irmãs), se desenvolvem dentro de um quadro de apatia generalizada, um que absoluto de falta de ânimo, tendo como características além destas citadas acima um tédio mordaz e uma inércia doentia.

Um indivíduo melancólico está inerte em seu vazio, este sentimento de vazio é como se houvesse um “oco” por dentro como se lhe tirassem ou arrancassem tudo, e ainda assim, apresenta-se como um peso que não se suporta cravado na alma. Porém o raciocínio e a concentração permanecem intactos.

Difere-se da tristeza, pois tristeza é um sentimento referente a alguma perda, ou a alguma ocorrência natural do dia a dia e sua duração pode ser de horas ou poucos dias, não acarretando sérios prejuízos ao indivíduo.

Difere-se também da depressão, pois na depressão o desempenho, o raciocínio e a concentração são afetados, ou seja, acontecem alterações químicas no cérebro e podem ter causas genéticas.

Mas qual é a origem da melancolia quem se ocupou de denominá-la, saibamos mais a respeito.

Fonte: Pixabay

A palavra melancolia foi criada pelo Grego Hipócrates, o pai da Medicina, por volta do século IV a.C. e vem da junção das palavras “mélas” (negro) e “cholé” (bílis) – ou seja, o significado primário é “bílis negra”. Na época, Hipócrates definiu a então doença a partir de um conjunto de sintomas como tristeza profunda, olhar fixo no infinito e perda de apetite. Séculos depois, o psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856-1939) definiu a melancolia como um luto sem perda, processo patológico que necessita de abordagem e tratamentos específicos.

Em Luto e Melancolia (1914-1915) de Freud, ele cita que se sentia incapaz de retratar este afeto, pois a seu ver ele era dotado de um caráter ambíguo e controverso, pois se por um lado, era apontada como estímulo poético, de outro, é tida como uma patologia. Assim sendo, o psicanalista faz uma comparação entre os sintomas do luto e da melancolia, o primeiro parece de ordem natural, no segundo, conduz para uma origem patológica. 

Schopenhauer (1862), dizia que estes sentimentos eram atributos dos mais bem dotados de inteligência, reiterando ainda que muito conhecimento não seja carona para a felicidade.  Dizia ainda que,

 “Ao subir a escada da expectativa de realizações dos desejos não existe a opção de descer […] gradualmente, degrau por degrau, só existe a queda livre, e quanto maior a altura maior é a queda (o sofrimento) do indivíduo” (DEUS, Schopenhauer e o sofrimento, p. 117).

Entre os suspiros apaixonado dos poetas que alardeiam a melancolia e dela tecem seus mais ricos ensaios “A melancolia é a felicidade de se ser triste”. (Victor Hugo), ou por estarmos constituídos pelo id, seria-nos benéfico julgar que os apontamentos de Schopenhauer nos vestiriam bem, ou seja, se estamos melancólicos, logo, somos inteligentes, um cunho de humor é salutar em qualquer peça. 

Porém, apontamentos teóricos nos trazem que na modernidade estamos a mercê de uma era nitidamente marcada pelas incertezas das certezas absolutas, destituídas de descrições, deixando os sujeitos com fragilidades que não sabem lidar, com sentimentos de vulnerabilidade, assim como órfãos em sinaleiros, indivíduos sem direção. 

Como se não bastasse os indivíduos não mais se relacionam, somos uma paisagem nos campos de tela, sentimos exaustão de nós e do outro, sentimos melancolia pelas saudades de imagens de um passado que talvez nem tenhamos vivido. Idealizamos que o outro nos aperceba mesmo que nós mesmos não o façamos. A este respeito, Friedrich Nietzsche diz que, “O homem é mais sensível ao desprezo que vem dos outros do que ao que vem de si mesmo.”

A melancolia advém de longa data e podemos somar a ela mais de dois mil anos de história deixando em cada canto seu legado poético, teórico e filosófico.

 Na contemporaneidade, entre prozacs, Fluoxetinas, Clozapinas e Escitaloprams,. “A melancolia foi para o “spa”, emagreceu, subsiste apenas como um subtipo, uma forma grave de depressão maior, com sintomas físicos correspondendo ao conceito de endógeno.” (CORDÁS, 2002, p.95). 

Vamos nos atropelando, neste mundo líquido, nos esvaindo, dando a mão à nossa mordaz amiga melancolia que invariavelmente também é chamada de depressão, e até isso se torna melancólico, tira-nos a poesia que servia de ancoradouro para possíveis explicações mais suaves e humanas.  

Erroneamente ou não, pesquisas e estudos profundos estão sendo desenvolvidos e com certeza em um futuro próximo, poderemos dar o nome correto a este buraco no peito, este se esquecer de si mesmo.

Referências

BENTO Rodrigues Edilene, 2008. MELANCOLIA E POESIA TECIDAS EM FLOR E ANJOS: DIÁLOGO MELANCÓLICO ENTRE AS POÉTICAS DE AUGUSTO DOS ANJOS E FLORBELA ESPANCA. Disponível em: https://pos-graduacao.uepb.edu.br/ppgli/download/dissertacoes/Dissertacoes2008/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Edilane.pdf. Acesso em 06/10/2022

DEUS, Rocha Flávio, 2021. A Filosofia de Schopenhauer na narrativa do jovem

Werther de Goethe. Disponível em: DOI: http://dx.doi.org/10.5902/2179378648538. . Acesso em 06/10/2022

NORONHA Heloisa. 2020. EQUILÍBRIO.Cuidar da mente para uma vida mais harmônica. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/12/26/melancolia-o-que-e-e-como-lidar-com-ela.htm. Acesso em 04/10/2022

NUNES Homero. Na solidão, triste e desiludido: a morte dos grandes pensadores em meia dúzia de tristes fins. Disponível em: http://lounge.obviousmag.org/isso_compensa/2014/12/na-solidao-triste-e-desiludido.html. Acesso em 06/10/2022

SANTA CLARA, José Carlos. 2008. O problema econômico dos estados depressivos: uma leitura metapsicológica para a melancolia. Disponível em: http://livros01.livrosgratis.com.br/cp052615.pdf. Acesso em 06/10/2022

SANTA CLARA, José Carlos. 2007. Melancolia e narcisismo: a face narcísica da melancolia nas relações do eu com o outro. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272007000200009. Acesso em 06/10/2022

OLIVEIRA, Ana Paula. 2020. A LEITURA COMO MELANCOLIA: MEMÓRIA, PRESENTE E VAZIO NA CRÍTICA DE JOSÉ CASTELLO. Disponível em:  https://rd.uffs.edu.br/bitstream/prefix/3861/1/OLIVEIRA.pdf. Acesso em 06/10/2022

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Uma palavrinha sobre a raiva

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Foi-me sugerida a leitura de um capítulo específico do livro A mente vencendo o humor, que trata sobre a raiva, a culpa e a vergonha, e percebo o quão importante são as informações trazidas ali e o quão essencial é entender estas emoções que permeiam os relacionamentos e as situações das pessoas que nos procuram para a terapia, além de servir para cada um de nós, pois são estados de humor que nos afetam em vários momentos da vida, quando estamos diante de situações desafiadoras que nos fazem sentir ameaçados e/ou injustiçados.

Por agora vou me ater somente à raiva, para conseguir explorar bem os aspectos que percorrem esta emoção. Primeiramente deve-se avaliar com qual frequência, a duração de tempo, e a intensidade que este estado de humor aparece. O objetivo é sentir a raiva com menos frequência, que ela dure um tempo menor, e que não seja tão intensa a ponto de emitirmos comportamentos que depois iremos nos arrepender.

O livro traz uma folha de exercícios que permite você avaliar e depois monitorar  os estados de humor, e perceber o progresso ao passar do tempo. Após feito este levantamento, é importante entender como estas emoções funcionam e o que você pode fazer para se sentir melhor em relação à elas.

A raiva, assim como outros estados de humor, vêm acompanhada por mudanças no pensamento, no comportamento e nas reações físicas. Quando experimentamos a raiva, todo nosso corpo é estimulado para a defesa ou o ataque. A grande sacada é entender que a intensidade que experimentamos a raiva (deste irritação até fúria) é totalmente influenciada pela nossa interpretação da situação vivida, e isso pode variar de pessoa pra pessoa, pois esta maneira de vivenciar a situação perpassa a experiência de vida do sujeito, suas regras ou pressupostos e as crenças que ele tem.

A raiva normalmente está associada à percepção de injustiça, e também está relacionada à ameaça, dano ou prejuízo e à crença de que foram violadas regras importantes. Este sentimento está muito relacionado também às expectativas que temos de outras pessoas. Quanto mais próxima a nossa relação com alguém, mais expectativas temos, e quando percebemos que as pessoas não atenderam a nossa expectativa em relação a alguma coisa, ficamos frustrados, então aparece o sentimento de decepção, dor e de raiva.

Existem algumas estratégias que podem nos ajudar no manejo da raiva, e com treino podemos adquirir habilidades para lidar melhor com esta emoção. De acordo com a Terapia Cognitivo – Comportamental, que é a minha abordagem de escolha, e da qual o livro se refere, o conteúdo dos nossos pensamentos no momento da emoção contém informações muito importantes, e examinar este conteúdo irá nos ajudar a responder às situações de forma mais construtiva.

A TCC como é chamada, nos convida a questionar nossos pensamentos e nos propõem ampliar nosso olhar para que possamos encontrar formas alternativas de pensar em dadas situações. Quando estamos com raiva, costumamos interpretar os acontecimentos equivocadamente e as intenções das pessoas de forma negativa. Aprender a interpretar as ações das outras pessoas, considerar suas intenções de forma mais respeitosa e encarar as situações a partir de diferentes perspectivas são formas úteis de responder à raiva.

Fonte: encurtador.com.br/pwUW5

O livro traz um instrumento que pode ser utilizado para praticar essa reflexão, que consistem em um Registro de Pensamento, onde você descreve a situação, o humor experimentado durante a situação e quais pensamentos ocorreram durante este processo, conforme figura abaixo:

Folha de Excercícios 15.3 Compreendendo a raiva, a culpa e a vergonha

1.     Situação

Quem?

O quê?

Quando?

Onde?

2.     Estados de humor

a.      O que você sentiu?

b.     Avalie cada estado de humor (0-100%)

3.     Pensamentos automáticos (imagens)

a.      O que estava passando por sua mente instantes antes de começar a se sentir assim? Algum outro pensamento? Imagem? Lembrança?

b.     Circule ou marque o pensamento “quente”.

 

 

 

 

 

 

A mente vencendo o humor, segunda edição. 2016 Dennis Greenber e Christine A. Padesky.

Quando as pessoas ficam com raiva, elas tendem a tirar conclusões precipitadas, que podem ser imprecisas. Quando você estiver tendo uma discussão com raiva, pare e pense em suas respostas antes de atacar. Lembre-se de ouvir a outra pessoa na conversa. Uma boa comunicação pode ajudá-lo a resolver problemas antes que sua raiva aumente.

Outra forma de auxílio no controle da raiva é antecipar e se preparar para acontecimentos que possivelmente tragam essa emoção, se planejando, ensaiando mentalmente para aquele momento que possivelmente será estressante, dessa forma você poderá se sentir mais confiante e menos ameaçado se as coisas não derem certo. Sua resposta pode ser mais eficaz e adaptativa se utilizar deste “roteiro” pensando no que você quer atingir ao entrar naquela situação.

Além disso é importante reconhecer os primeiros sinais de raiva, para que ela não chegue a sair do controle, como por exemplo ficar instável, sentir tensão muscular, aumento da frequência cardíaca, mandíbula cerrada, aumento da pressão arterial e atitude defensiva ou de ataque. Você nesse momento pode parar e perceber o que está acontecendo e escolher ter a raiva (o que significa que os sinais se intensificarão ainda mais) ou dar um tempo e usar a assertividade para se acalmar.

Dar um tempo significa se afastar da situação quando você percebe os primeiros sinais que está ficando com raiva. Essa estratégia simples pode ajudá-lo a encarar a situação de forma diferente. Faça um intervalo (o tempo você determina de acordo com a complexidade da situação), e após esse tempo você retornará à situação provavelmente de uma forma bem mais eficaz.

A assertividade diz respeito à um ponto intermediário entre ser agressivo ou permitir passivamente que alguém se aproveite de você. O livro traz um exemplo que fica bem nítido. Suponha que vocês está voltando pra casa do trabalho e seus filhos começam a pedir sua atenção, todos ao mesmo tempo. Se estiver cansado e tentar satisfazer as necessidades deles (passivo), você começará a se sentir sobrecarregado e acabará explodindo de raiva (agressivo). Geralmente é melhor ser assertivo e dizer algo como: “Estou muito cansado e preciso de alguns minutos antes de brincar com vocês. “Isso dá tempo para você se recuperar, lembrar-se do quanto ama seus filhos e preparar-se para um tempo com eles e/ou definir limites quando necessário. Para ajudar você pode usar algumas estratégias como:

  1. Usar afirmações do tipo “Eu” – quando estamos com raiva queremos acusar então começamos com “Você”. Substituindo o “Você” por “Eu” aumentam as chances de fazer a outra pessoa escutar o que vocês está tentando comunicar;
  2. Reconheça o que há de verdade nas queixas que alguém tem de você, e ao mesmo tempo, defenda seus direitos. (como por exemplo aprender a dizer não sem se sentir egoísta, mas na perspectiva que você está cuidando um pouco de você);
  3. Faça declarações claras e simples sobre seus desejos e necessidades, em vez de esperar que outras pessoas leiam sua mente e prevejam o que você quer. (Isso vai te ajudar a alinhar as expectativas com o outro);
  4. Foque no processo de assertividade, e não nos resultados. (Foco no objetivo da comunicação clara, informar as pessoas que nos relacionamentos sobre nossas expectativas ou limites frequentemente reduz a mágoa e a irritação que podem conduzir à raiva).

E por último, praticar o perdão. Muitas vezes a raiva é consequência de mágoas profundas e repetidas que guardamos dos outros, por algo que eles tenham cometido contra nós. Este estado de raiva constante pode corroer o nosso espírito e nos impedir de experimentar felicidade e alegria. Não que este seja um exercício fácil, mas aceitar os fatos ocorridos e se despender da raiva vai aliviar a nossa carga na caminhada da vida. Perdoar não significa desconsiderar as ações da outra pessoa, significa olhar para essas ações de forma diferente.

Você pode tentar por si só controlar melhor a raiva quando ela aparece com as estratégias trazidas aqui, como testar os pensamentos de raiva, preparar-se para acontecimentos que provavelmente incitarão este humor, reconhecer os primeiros sinais de alerta, dar um tempo, ser assertivo e perdoar. Use esses métodos regularmente. Com prática você conseguirá ser mais eficaz quando precisar delas. Mas se mesmo depois disso você perceber que não têm uma boa regulação emocional para lidar com esse sentimento, que você têm prejuízos nos relacionamentos interpessoais por falta de saber lidar com a raiva, a terapia é uma excelente alternativa que pode ensiná-lo a se comunicar melhor, aumentando as interações positivas em seus relacionamentos e a desenvolver habilidades para ajudá-lo a exercitar as estratégias de identificação e a alteração de expectativas e regras. Essas habilidades podem reduzir a raiva e melhorar a qualidade de suas relações, e consequentemente sua qualidade de vida.

Referências:

GREENBERGER, Dennis; PADESKY, Christine A. A mente vencendo o humor: Mude como você se sente, mudando o modo como você pensa. Porto Alegre: Editora Artmed, 2ªEd., 2016.

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Qual a natureza do homem: emoção ou razão?

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Nietzsche acredita que a nossa natureza é uma só: crescer, aumentar, expandir e se fortalecer. O que faz que tenhamos um objetivo universal e inevitável: a vontade de potência.

Você já se perguntou qual o sentido da sua vida? O que te move? Emoção ou razão? Emoção ou motivação? Qual o teu propósito? Você acredita que cada ser humano contém um propósito individual? Qual o valor da vida? Nietzsche diz que o valor da vida não pode ser avaliado, para isto precisaríamos estar mortos. E como sabemos, nenhum morto pode nos declarar qual o valor da vida, ao menos para os que acreditam em metafísica. Mas isto não nos impede em alguma medida, avaliar a nossa vida, assim como conferir sentido, apreciar, depreciar e interpretar (THOMASS, 2019).

Nietzsche acredita que a nossa natureza é uma só: crescer, aumentar, expandir e se fortalecer. O que faz que tenhamos um objetivo universal e inevitável: a vontade de potência. Assim como Nietzsche, Baba (Mestre espiritual) também acredita que temos um objetivo universal, que ele dá o nome de expansão de consciência e faz uma analogia com a árvore: a semente é o ego, e tem o objetivo de se desenvolver, amadurecer e gerar frutos. A raiz representa nossas memórias, nos mantém de pé. O tronco representa nossos valores e virtudes, quanto mais consolidadas, mais longe poderemos chegar. Os galhos são os desdobramentos de nossas virtudes e dons. As folhas são nosso impulso de vida e capacidade de renovação, e por fim, as flores e os frutos representam o que viemos fazer aqui.

Rogers (1947) diz que o sujeito tem uma Tendência Atualizante, condizente com a teoria de ´´vontade de potência“ de Nietzsche. Para Rogers, “descobrimos, dentro da pessoa, sob certas condições, uma capacidade para a reestruturação e reorganização do self, e, consequentemente, a reorganização do comportamento, o que tem profundas implicações sociais” (Rogers, 1947, p. 368). Ou seja, o indivíduo tem a capacidade se organizar e reestruturar de acordo com as limitações do meio. Ainda sobre a tendência atualizante, Rogers & Kinget (1965/1979) pontuaram:

(…) a tendência à atualização é a mais fundamental do organismo em sua totalidade. Preside o exercício de todas as funções, tanto físicas quanto experienciais. E visa constantemente desenvolver as potencialidades do indivíduo para assegurar sua conservação e seu enriquecimento, levando-se em conta as possibilidades e limites do meio (p. 41).

Fonte: encurtador.com.br/cGPQ4

Se for da nossa natureza a vontade de potência, expansão de consciência e tendência atualizante, o que nos limita? Seria o meio em que vivemos? Afinal influenciamos e somos influenciados pelo meio. Muitos teóricos da psicologia sustentam que a personalidade se fundamentada até os 7 anos de idade, ou seja, crenças instaladas podem permanecer por toda vida. Logo, se reproduzimos ignorância, procriamos ignorância. E muitas vezes as crenças que protegem, são as mesmas que isolam e causam maior distanciamento do ´´verdadeiro eu“ (que Jung chama de Self ou Si-mesmo), o que dificulta a evolução.

De acordo com John Locke o homem é uma tábula rasa, ou seja, se constitui por meio das experiências. Logo, uma criança nasce pura e sem máscaras, e a partir das normativas sociais, ela vai se moldando, se corrompendo ou se desenvolvendo. Desta forma, é preciso iniciar uma reforma pelos adultos, de maneira que estes curem suas mazelas e não transfiram as mesmas para os filhos, sobrinhos, alunos etc., a partir do que Freud chama de projeção narcísica. Antes de ter um filho é preciso ter autorresponsabilidade. Você tem vontade de ter um filho para cumprir um programa social, suprir a própria carência ou é algo que vem do coração? Quem em você quer ter um filho?

Tal cenário resulta em uma sociedade doente, dependente de medicamento e terapia. Afinal, se dinheiro, fama, poder e beleza fossem sinônimos felicidade não teríamos tantos famosos adoecidos mentalmente. Whindersson Nunes, que passou por um processo depressivo se questionou em entrevista ao fantástico: “Eu virei um cara que tenho as minhas coisinhas e tudo mais. Mas você chega naquele momento e fica: e aí? Dinheiro, dinheiro, dinheiro e aí?”.

Fonte: encurtador.com.br/orE36

Ainda para suprir o vazio, acabamos nos tornando carentes do outro, mendigando atenção.  Baba diz que não somos carentes de nada, mas crenças nos condicionam e acabamos a achar que somos mendigos de atenção. Logo, muitas vezes fingimos o que não somos, visando receber atenção/carinho. O que resulta em uma vida desperdiçada, baseada na tentativa de forçar o amor do outro. Este estado provoca raiva, e esta raiva volta a si próprio, pois de maneira clara ou não, a pessoa sabe que está a se ´prostituir`. Algumas vezes, para chamar a total atenção de uma pessoa em específico, o indivíduoaz papel de vítima com intuito de conquistar, dominar e manipular o outro. Sendo característica da necessidade de amor exclusivo. Mas de acordo com Sartre: inferno são os outros. Vale ressaltar, também, que se o inferno são os outros, nós também somos o outro (e o inferno) na vida de alguém.

Como você tem agido? De forma racional ou instintiva? Você é uma pessoa que usa a mente para entender o mundo ou apenas para justificar suas opiniões através da emoção? Me atrevo a dizer que pensar no outro, saindo da nossa zona de conforto é uma maneira de praticar sentimento, desta forma, enquanto procuramos a nós mesmos dentro de uma multidão, sigamos a filosofia de Mahatma Gandhi: Seja a mudança que você quer ver no mundo.

Referências

BABA,S. Propósito: a coragem de ser quem somos. Editora Sextante, 1ª edição, 2016.

FREUD, S. [1914]. Sobre o narcisismo: uma introdução. In:____. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas. 1. ed. Trad. Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1974, v. XIV, p. 85-119.

Globo. Whindersson Nunes sobre tratamento contra a depressão: ‘Hoje eu me sinto bem para falar’. https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2019/07/14/whindersson-nunes-sobre-tratamento-contra-a-depressao-hoje-eu-me-sinto-bem-para-falar.ghtml

THOMASS. B. Afirmar-se com Nietzsche. Vozes Nobilis; Edição: 1 (2010)

SALATIE, J. John Locke e o empirismo britânico – Todo conhecimento provém da experiência. Acessado em < https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/john-locke-e-o-empirismo-britanico-todo-conhecimento-provem-da-experiencia.htm?cmpid=copiaecola > no dia 09/08/19.

RAMOS, J. Os  tesouros da saúde. Acessado em < https://www.nova-acropole.pt/a_tesouros_saude.html  > no dia 09/08/19.

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Sala vazia

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Espero que você sentada nessa sala vazia, perceba o que sente seu coração.
E se pergunte o que sente, e se permita a encontrar as respostas no decorrer dos dias, por enquanto que nada muda, você possa se ajustar e tentar enxergar o que está bem em frente do seu nariz.

Que você olhe para trás e se questione mesmo, o que quer fazer da vida, e que alcance tudo o que almeja.

As dúvidas são necessárias para nosso próprio entendimento dentro da fé que você tem dentro de você.

E que não exista uma única certeza, que mesmo sangrando você possa estancar essa ferida para que assim continue trilhando o seu caminho.

Espero que daqui a uns dias você leia essa mensagem e perceba que realmente você mudou e que esse processo foi necessário para o seu crescimento como pessoa.

Confiar no destino é quase incerto, porém dentro das suas possibilidades e mesmo nas dificuldades é possível fazer seu próprio destino. Calar nem sempre significa à espera, mas a reorganização dos sentimentos que estão presentes. A resposta é só uma questão de ter autoconhecimento de si mesmo diante da sua infinita ânsia de viver, e tudo bem se não tivermos todas as respostas.

Viver o aqui e o agora é a coisa mais sensata, pois a vida é um balanço de alegrias e tristezas e nas alegrias é preciso viver com mais intensidade. É se ajustar, desajustar e reajustar.

“Isso é ter fé.”

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Hoje o sentimento é raiva

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O sentimento de hoje é raiva…

Por ter me dado de mais, por não ter sido bem recebida, por descaber num abraço!

Tenho raiva e sei que raiva é um sentimento hostil, sei também que é um gasto de energia desnecessária para alguns.

Tenho raiva de ter dado a minha alegria para quem não merecia. Ter dado a minha dedicação e o meu amor.

Tenho raiva por ter deixado de ser libertina, pra ser algo e instrumento de alguém, uma marionete.

Tenho raiva das declarações, das promessas, dos apelidos carinhosos, das flores, perfumes, dos cartões de amor.

Tenho raiva por tudo isso ser leviano, de ser profano e de ter aceitado ser barganhada por palavras que não valiam nada.

Tenho raiva por não ter cuidado de mim e ter permitido que me fizessem atrocidades desmerecedoras.

Estou quebrantada. Humilhada. Ridicularizada. Deixei que um qualquer me apunhalasse as costas porque eu não queria olhar pra trás!

Dedicação… eu tenho raiva disso. De ter me dedicado a quem me dava tão pouco e que eu insistia de mim mesmo em dar mais.

Por hoje eu sinto raiva por deixar-me adoecer as emoções, e despreparada eu caí na minha própria desilusão e não deu pra amortecer meu coração.

Busquei um ideal, cavei minha própria sepultura, mas apesar de me sentir morta eu não morri. Mas por hoje é raiva que eu sinto!

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As novas formas de amor segundo Carl Rogers

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 As formas de amar contemporâneas vão contra ao que Rogers usa como base para uma boa relação, ou melhor, uma relação na qual as pessoas possam fluir suas potencialidades. Hoje podemos atribuir as formas de amar ao que o Zygmunt Bauman denomina de amor líquido, em modelos em que as pessoas se desfazem de maneira fácil, sem que haja um sentimento de partida, as pessoas e os sentimentos escorrem pelas mãos, não há mais tempo nem disposição de construírem relações duradoras.

O porquê disso tudo podemos atribuir a vários fatores, dentre eles as pessoas se desfazem de vínculos, sentimentos, apreços, e a consequência disso é uma sociedade adoecida, órfãos de um encontro existencial no qual se agregue ao invés de desagregar.

Fonte: http://zip.net/bvtLN5

No livro Novas formas de amor, Rogers relata sobre as novas configurações de casais. Dentre estes casais, existem relacionamentos a três, relacionamentos abertos, poliamor, troca de casais, e outras configurações.

Segundo Fahel (2013) a atração sexual por outras pessoas acontece durante qualquer relacionamento sólido e reprimi-la pode ocasionar estresse na relação. Os casais que estão em um relacionamento aberto vivem uma monogamia afetiva em parceria com a liberdade sexual. No entanto, relações com outros parceiros não são tidas como infidelidade, porém a mesma não deve haver envolvimento afetivo/amoroso, o envolvimento afetivo deve pertencer somente ao casal.

Fonte: http://zip.net/bqtMkQ

Segundo a autora pessoas que aderem ao relacionamento aberto, liberam o desejo, mas não o sentimento. “É importante ressaltar que o relacionamento aberto costuma funcionar melhor quando há regras bem definidas e consentidas por ambos para evitar desentendimentos.” Em seu livro Rogers realiza escuta com os casais que discorrem sobre o funcionamento de seus relacionamentos. Através destas entrevistas, foi possível observar a delicadeza de Rogers em executar a escuta, uma vez que o autor se isenta de valores morais e opiniões, demonstrando a necessidade de ouvir sem julgar.

De acordo com Prado (2014) na contemporaneidade grande parte dos indivíduos tende a não permanecer em uma relação amorosa insatisfatória, deste modo, para muitos o relacionamento aberto pode gerar maior durabilidade da relação, já que para os adeptos dessa forma de amor, um relacionamento aberto funcionaria como quebra de rotina, podendo “apimentar” a relação, se o casal conseguir lidar e conviver bem com esse formato de relação podendo até mesmo melhorar a vida a dois. Por outro lado as questões que envolvem filhos, futuro e sacramentos religiosos são uma forma de tentar evitar “cair” numa possível promiscuidade, tudo depende dos valores de cada um.

A empatia tão falada por Rogers, a congruência, as aceitações positivas estão escassas na sociedade contemporânea, nas relações contemporâneas, nas pessoas contemporâneas, por isso vemos em um contexto clinico pessoas que necessitam apenas de outro alguém que lhe entenda, ou que pelo menos se importe de maneira congruente.

Fonte: http://zip.net/bvtLN6

Nota-se nos casos descritos que os casais enfrentam desafios quanto à flexibilidade e à criatividade da dinâmica no relacionamento. Ao mesmo tempo em que a liberdade predomina, essa configuração gera dúvidas e angústias. Alguns demonstram a dificuldade em enfrentar os novos desafios que se estabelecem durante essa liberdade. Rogers coloca o casamento numa perspectiva histórica, a fim de mostrar que a mudança não ocorre só hoje, mas faz parte da história, três aspectos influenciam esta mudança: o primeiro a política racial, o segundo as leis que regem o casamento e o terceiro a história da família.

O que é possível perceber no livro “novas formas de amor” é que quando Rogers atendia casais com diversas formas de se relacionar, ele procurava compreender as pessoas através de uma escuta apurada, gostava de estar em contato com a história dos casais, dos indivíduos. Simplesmente ele encontrava um significado para isso, só dos relatos tirava ensinamentos sobre o desenvolvimento infantil, sobre as relações pai e filhos, sobre o conceito que as pessoas fazem de si mesmas, os elementos dos bons e maus relacionamentos, os fatores que explicam as mudanças pessoais, o ajustamento sexual e assim por diante.

De acordo com Vigonc (2010, s/p) “toda escuta pode ser entendida como decorrente do sistema de significados do qual faz parte a formação teórica e prática do terapeuta, assim como sua bagagem transportada de suas histórias”. A participação ativa do terapeuta pode contribuir para esclarecer os relatos, construir um sentido, compreender os significados do que foi vivido, dar coerência e sentido para as histórias vivenciadas.

Fonte: http://zip.net/bhtLwS

A escuta é realizada a fim de identificar e compreender o modo como essas relações se estabelecem, feito isso, o autor descreve a dinâmica do casal. Em uma pesquisa sobre a sexualidade dos brasileiros realizada pelo DataFolha em 2009, com uma amostra de 1888 pessoas entre 19 e 60 anos em várias regiões do Brasil, descobriu-se que 40% dos entrevistados acham que relacionamentos abertos podem dar certo. Atualmente, estas configurações são mais recorrentes, à medida que se tornaram mais conhecidas e divulgadas. Existem relatos no Youtube sobre experiências com relacionamentos abertos, poliamor, troca de casais, que comprovam a proporção dessas novas configurações na atualidade.

(…) a internet representa também uma extensão da vida cotidiana, os indivíduos estabelecem neste meio novos tipos de relação, e dão significados para esta relação por meio das características deste próprio meio de comunicação. E, além disso, ela dá as pessoas uma sedução de liberdade, por ser um espaço ilimitado de comunicação e de expressão do indivíduo. O autor afirma, ainda, que o valor supremo da pós-modernidade é o desejo por liberdade (BAUMAN, 2004 cit in FERREIRA; FIORONI, 2009).

Estas configurações contemporâneas refletem o que diz Ferreira e Fioroni (2009), que as relações atuais estabelecidas são frouxas e leves, pois, os indivíduos ao mesmo tempo em que dizem querer um relacionamento duradouro, querem acima de tudo preservar sua liberdade.

REFERÊNCIAS:

BAUMAN, Z. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.

FAHEL, Fernanda. Poliamor x Relacionamento Aberto x Amor Livre x poligamia. Disponível em:<https://mundopoliamoroso.wordpress.com/2013/09/30/poliamor-x-relacionamento-aberto-x-amor-livre-x-swing-x-poligamia-x-ficar/>. Acesso em: 04 jun. 2017.

FERREIRA, Luis Henrique Moura; FIORONI, Luciana Nogueira; DA UFSCAR, Graduando. Concepções sobre relacionamentos amorosos na contemporaneidade: um estudo com universitários. Anais do XV Encontro Nacional da ABRAPSO, 2009.

Pesquisa DataFolha: http://datafolha.folha.uol.com.br/opiniaopublica/2010/02/1223647-sexualidade-dos-brasileiros.shtml

PRADO, Vanessa. Relacionamento Aberto Vale a Pena?. 2014. Disponível em: <https://atosfatoseartefatos.wordpress.com/reportagens-2/relacionamento-aberto-vale-a-pena/>. Acesso em: 04 jun. 2017.

ROGERS, Carl R.. Novas Formas do Amor. Rio de Janeiro: Livraria Jose Olympio, 1976.

VIGONCI. 2010. O casal e a comunicação em crise. Disponível em: https://terapiadefamilia.wordpress.com/2010/12/01/o-casal-e-a-comunicacao-em-crise/

 

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Os efeitos inadequados do Ressentimento

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O Psicologia em Debate de 8 de março de 2017 foi apresentado pelo meu querido colega de aula, Lenício Nascimento, com o tema “A era do Ressentimento: uma agenda para o contemporâneo”, na perspectiva de Luiz Felipe Pondé. Lenício, mesmo com alguns problemas com a configuração dos slides, começa, e bem, discorrendo que a maneira que falamos ou pensamos sobre o ressentimento é sempre de forma negativa.

O ressentimento quando é experimentando por nós, vem com desespero ou auto superação. E a base do ressentimento é a inveja, quando não assumimos e não aceitamos que existe alguém ou uma circunstância melhor que nós. Invejamos um relacionamento ou uma vida de outra pessoa. O ressentimento já faz parte da sociedade, já está em nós. Todos, em algum momento da vida, já experimentamos esse sentimento. Isso nos traz alguns medos, como medo de envelhecer, medo de ser pai ou ser mãe, medo da solidão e medo de amar.

Fonte: http://zip.net/bktGRF

Segundo Lenício e em citação a Pondé, só conseguiríamos fugir desse medo se fôssemos “extra-contemporâneos”, algo difícil de conseguir, porém não impossível.  Ele também falou sobre o maior “pecado” contemporâneo, não o pecado moral, mas o pecado para a filosofia. Trata-se dos vícios que compõem as masmorras e formas de defesas. Onde precisamos fazer coisas para parecer bem na sociedade, como amar todo mundo, quando não somos capazes de amar uma irmã insuportável.

Lenício finaliza a apresentação falando sobre o efeito do ressentimento, que para Pondé é nefasto, e é a incapacidade de produzir esperança e generosidade. A solução não é negar esse ressentimento, mais nomeá-lo, reconhecer que existem pessoas melhores e isso não é ruim, ao contrário!  A partir do momento que conseguimos reconhecer e perceber isso, termos esperança.

Fonte: http://zip.net/bctGLy

Ao concluir ele apresenta a seguinte frase de Viktor Frankl: “Quando a circunstância é boa, devemos desfrutá-la, quando não é favorável devemos transformá-la e quando não pode ser transformada, devemos transformar a nós mesmos”. Eu adorei o Psicologia em Debate, pois Lenício se destacou com uma boa apresentação.

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O medo e o amanhã

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Gritos ocultos e rostos do amanhã, imagens distorcidas de um futuro que ainda não chegou.

Formas longas e sem nenhum compromisso, rabiscadas com grafite num papel no chão.

Por hora era esta a visão: O medo e o amanhã.

Caminhos distantes dispostos na planície, lado a lado uma estrada rumo à escuridão: o desconhecido refletindo no horizonte. Um raio cinza ofuscando contra o azul distante do céu estelar.

Então eu cantei.

Mesmo sem sentir o som de palavra alguma, eu cantei.

Minha voz ecoava pelos cantos.

Na estrada de vidro, meus passos incertos na imensidão. A jornada de toda a minha vida refletida contra o chão, sem brilho e sem distinção.

No limiar, um balé de borboletas cortando o céu em duas fatias grandes: o hoje e o agora, dispostos em duas porções. Toda obra de uma mente doente, num surto de criação.

Um rabisco do que eu já fui, na certeza do que eu jamais viria a ser. Horas depois, pouca luz, e a constatação: O amanhã não chega ao anoitecer.

E fico pensando se há mais alegrias na morte, que a dor absurda da vida. E mesmo depois de minhas orações, a grande estrela que se apaga no arrebol.

O Chão trincando sob os pés, e um cinza nebuloso roubando a cena, que corre acelerada em câmera lenta. No mesmo instante, uma luz cintilante toca a terra, que se desfaz em dois pedaços: o presente e o agora.

Dispostos em duas porções, o sol já não ofusca a luz, e tudo é uma grande a aflição. Assim como é grande a força que comprime o peito. Assim como é grande a imensidão.

E sem ar o peito grita. Gritos mudos na multidão. Sem esperanças só me restam as lágrimas, quem vem me socorrer na escuridão.

catsRODAP

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