A importância da socialização para o desenvolvimento na infância e adolescência

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O ser humano é um ser que está em constante mudança em todos seus aspectos, tanto no desenvolvimento físico, cognitivo quanto no psicossocial. Com isso, essas transformações ao longo do tempo constroem a sua personalidade e sua formação enquanto indivíduo. O contrário disso, afetaria este em algumas de suas habilidades, e não sendo trabalhada a tempo e de forma tecnicamente adequada, poderia acarretar em prejuízos significativos no desenvolvimento do ciclo de vida do sujeito.

Os estudos acerca do desenvolvimento da vida humana torna-se cada vez mais presente em diversas áreas: “incluem psicologia, psiquiatria, sociologia, antropologia, biologia, genética, ciência da família, estudos interdisciplinar sobre relações familiares, educação, história e medicina” (PAPALIA & FELDMAN, 2013, p.37). E muitos dos estudos atuais são dedicados a compreender a evolução dos indivíduos no contexto social, bem como dos fatores que contribui estando ou não em socialização, e os agravos que podem ser elencados com a ausência dessa habilidade.

No ano 2020, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que a COVID-19, doença causada pelo Novo Coronavírus estava se expandido e caracterizando-se como uma pandemia, que as pessoas precisavam se cuidar e um dos meios para evitar o contágio foi evitar o contato com pessoas infectadas, que levou ao surgimento de um novo comportamento, o de ficar em isolamento social. Este evento atípico e estressor fez com que as pessoas se confinassem em seus lares, aliado ao medo de contrair o vírus.

Neste cenário, a pandemia trouxe inúmeras mudanças na vida cotidiana da população de modo geral. Esse evento impactou na rotina de vida de crianças e adolescentes, devido ao fechamento de escolas, o tempo que passavam em casa dobrou, prevalecendo prejuízos aliado à perda do convívio social (FIOCRUZ, 2020). Desse modo, é fato que todas as crianças estão sujeitas as repercussões psicossociais e atrasos no desenvolvimento cognitivo no que se refere às habilidades voltadas à aprendizagem, linguagem, raciocínio, atenção e criatividade.

A ampliação das habilidades sociais pode culminar em um melhor convívio em sociedade e principalmente no ambiente escolar, contexto de convivência diária das crianças, além disso, pode contribuir para a expansão do desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial dessas crianças, mas é sabido que existem barreiras no que diz respeito à construção das relações sociais.

Durante todo o ciclo do desenvolvimento estamos inseridos em contextos que se configuram pela socialização. Logo, trabalhar questões relacionadas aos déficits, potencializando maneiras de enfrentamento com o intuito de reduzir possíveis problemas, justifica a respectiva intervenção. Podendo assim, o quanto antes, intervir de forma pontual para evitar situações agravantes no futuro. 

O desenvolvimento humano é um processo que ocorre durante toda a vida, contendo processos sistemáticos de mudança e aprimoramento, de modo geral em todos os aspectos da vida humana. E durante essas fases, as habilidades individuais tornam-se presentes e o não desenvolvimento das mesmas podem trazer sérios atrasos na vida dos sujeitos.

Segundo Papalia e Feldman (2013), o ser humano possui três principais domínios/aspectos que ao longo da formação da vida são desenvolvidos, tais como: desenvolvimento físico, a evolução do corpo e do cérebro. O desenvolvimento cognitivo está relacionado a aprendizagem e por último, o desenvolvimento psicossocial que se refere às relações sociais experienciadas pelos sujeitos.

Neste contexto, após o início da pandemia do COVID-19 e com os avanços nas áreas de tecnologia, um público que chega a ser afetado diretamente devido o contágio pelo o Novo Coronavírus são as crianças, a qual ficaram por meses isolados em suas casas sem poder interagir com outras crianças e tendo que lidar com o ensino escolar no formato online, sem convívio social. E apenas no ano de 2022, ou seja, após 2 anos de pandemia as aulas presenciais voltaram de maneira gradual, sendo necessário a ressocialização. De acordo com Vygotsky (1978) em seus estudos, conclui-se que as crianças aprendem por meio da interação social, compartilhando e aperfeiçoando sua capacidade de interagir.

Os impactos que esse período de transição traz consigo é claro no cotidiano das crianças, como por exemplo insegurança e incertezas afetando especificamente no funcionamento psicológico destas crianças (MURATORI & CIACCHINI, 2020), além de fatores estressantes como tédio, agressividade, ansiedade, inquietação, entre outros.

Outro fator é a globalização da economia, percebe-se que o individualismo ganha espaço e em seguida o consumismo, gerando consequências que afetam diretamente as relações sociais, tornando-as egocêntricas e por consequência causando o distanciamento das pessoas e impossibilitando a construção das habilidades sociais, assim gerando agravamento das desigualdades sociais. Segundo Papalia e Feldman (2013) “o desenvolvimento psicossocial pode afetar o funcionamento cognitivo e físico”, ou seja, sem socialização as crianças podem ter prejuízos em ambas as áreas.

Além dos fatores ambientais que interferem no processo de construção das habilidades sociais, é necessário considerar que esse é um processo de desenvolvimento interpessoal. Mesmo na ausência de transtornos específicos associados a dificuldades de relacionamento, as crianças não desenvolvem igualmente suas diferentes habilidades sociais, nem as desempenham com igual proficiência em todas as situações. (DEL PRETTE & DEL PRETTE, 2005, p 52).

Por outro lado, atualmente é cada vez mais notado a presença de comportamentos considerados socialmente inadequados, independente da faixa etária e principalmente após o início da pandemia. Onde muitas das reações esperadas e apresentadas pelas crianças ao longo do período pandêmico, tais como: “dificuldades de concentração, irritabilidade, medo, inquietação, tédio, sensação de solidão, alterações no padrão de sono e alimentação” (FIOCRUZ, 2020, pág. 4), são oriundos dos prejuízos associados à educação formal e a socialização dessas crianças em pleno século XXI.

Cunha e Rodrigues (2010), reforça a importância de promover o desenvolvimento de características pessoais trazendo um cunho positivo e mais adaptativo, sendo capaz de promover a saúde psicológica através de recursos, como a resiliência. Além disso, Botvin e Griffin (2004), afirmam que as intervenções em habilidades sociais produzem além da redução de comportamentos de risco, gerando saúde física, como também fortalece o bem-estar psicológico, aumentando o autoconhecimento, autocuidado e aprendizagem.

Seguindo tal perspectiva, é necessário um olhar direcionado aos estudos acerca das habilidades sociais, em especial com as crianças, buscando intervir e proporcionar uma diminuição da frequência de comportamentos considerados inadequados e assim promover a socialização, estimulando o contato e o convívio social no meio ao qual estão inseridas. Pois, as intervenções são benéficas, principalmente para o público infanto-juvenil, trazendo resultados positivos ao desenvolvimento psicossocial, gerando uma melhora na qualidade de vida como um todo. 

REFERÊNCIAS 

BOTVIN, G. J.; GRIFFIN, K.W. Life Skills Training: Empirical Findings and Future Directions. The Journal of Primary Prevention, Cambridge, v. 25, n. 2, 2004, p. 211-232. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1023/B:JOPP.0000042391.58573.5b. Acesso em: 16 set. 2021.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de Ética Profissional dos Psicólogos, Resolução n. º 10/05, 2005.

Conselho Nacional de Saúde (Brasil). Resolução n° 196/96. Bioética 1996, 4(2), Supl:15-25

COELHO, N.M. A utilização do lúdico pelos estagiários de psicologia da clínica escola do CEULP/ULBRA – Trabalho de Conclusão de Curso – Palmas, 2013.

CUNHA, N.; RODRIGUES, M. C. O desenvolvimento de competências psicossociais como fator de proteção ao desenvolvimento infantil. Est. Inter. Psicol., Londrina, v. 1, n. 2, p. 235- 248, jun. 2010. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/eip/v1n2/a08.pdf. Acesso em: 20 de março de 2023.

Del Prette, Z. A. P. (2005). Psicologia das habilidades sociais na infância: teoria e prática. Petrópolis, RJ: Vozes.

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Saúde Mental e Atenção Psicossocial na COVID-19: Crianças na Pandemia COVID-19. Rio de Janeiro, 2020b. Disponível em: https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/wp-content/uploads/2020/05/crianc%CC%A7as_pandemia.pdf. Acesso em: 20 de março de 2023

Muratori, P., & Ciacchini, R. (2020). Children and the COVID-19 transition: psychological reflections and suggestions on adapting to the emergency. Clinical Neuropsychiatry, 17(2), 131-134. https://doi.org/10.36131/CN20200219

PAPALIA, D. E. e FELDMAN, R. D. (2013). Desenvolvimento Humano. Porto Alegre, Artmed, 12ª ed

Vygotsky, L. S. (1978). Mente na sociedade: O desenvolvimento do processo psicológico superior. Cambridge. MA: Harvard University Press.

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Os estilhaços do sujeito por João Teófilo

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“O ser humano nasce com infinitas possibilidades de ser várias pessoas, viver várias vidas, mas, no final, ele acaba morrendo tendo vivido uma só”. (JOÃO TEÓFILO)

As manifestações artísticas tem em si uma dádiva inimitável: a representação do indizível, a interpretação do inefável e a projeção rumo ao infinito criativo. Dentre inúmeros exemplos possíveis de serem elencados nestas categorizações vez ou outra há destaques a serem em relevo, como é o caso da obra imagética e animada de João Teófilo, arquiteto, urbanista e artista visual.

O conjunto de uma formação múltipla agregada a uma visão, de igual maneira, holística e contemporânea, fazem com que os projetos, exposições e demais obras de Teófilo emanem uma diversidade de olhares e possibilidades de interpretações únicas. E, como exemplo neste rol de pulsantes linguagens metafóricas, dramáticas, existenciais e introspectivas há o seu Sujeito Estilhaçado, formado pelo arranjo expositivo de imagens em banda desenhada em aquarela, bico de pena, técnicas de luz e sombra com nanquim, etc. A união de todos estes elementos corroboram para a individuação do apelo e aspecto visual da obra, singularizando-a de uma forma imensurável.

Segundo o próprio autor da obra, suas principais inspirações tratam das profundezas da inquietude do sujeito, seus dilemas, enfrentamentos e embates, como a angústia, a morte, as escolhes, as máscaras sociais e a fragmentação do eu. Percebe-se nas representações de suas imagens, que, há a visitação de tais temáticas, ora em efeitos de cores de desgaste em meios ao sofrimento de rostos em frígida inexpressão, ou, em efeitos de luz e sombra, perpassados por uma paleta dialógica com o raionismo e o realismo pictórico pós belle epoque.

Fonte: http://zip.net/bjtLC2

O deslocamento da unicidade frente ao seu múltiplo. Esta pode ser considerada uma das máximas argumentadas na exposição. A clareza destes dois elementos, o uno e múltiplo, aparecem de forma contínua, e, por vezes, complementar ou contrária, de modo a reforçar a sua proposta de reflexão. A busca, para o clareamento do sentido da existência, mesmo que esta última seja a falta do propósito em si, ultrapassa as esferas do próprio eu, as relações com os outros entes humanos e inanimados, alcançando o embate do indivíduo com o seu mundo, sua totalidade. O peso do fardo, inevitavelmente, desencoraja aqueles indispostos a enfrentá-lo, ou, ao menos, considerar a sua presença e participação no estrato do existir de cada um.

As representações de Teófilo remetem a uma gama complexa e instigante de situações que acometem a natureza humana em seu existir. O embate sugerido pelo autor se dá na dualidade entre o eu interior em seu estado de solidão e a “necessidade” de socialização, pois esta última acaba por condenar o indivíduo no uso de diferentes máscaras como garantia de um escopo harmônico junto à coletividade. Eis então, ao mesmo tempo, uma análise, interpretação, reflexão sobre o tema:

Seria justo dizer que o ser humano é aquele que pode escolher algo para si; em grau maior que qualquer outra espécie – determinar seu próprio futuro. Essas escolhas – a própria vida – são quase sempre feitas sob a tutela dos outros: o modo impessoal de ser. É nossa condição inicial e na maior parte das vezes, assim permanece. O indivíduo numa sociedade parece condenado a existir sempre em relação aos outros. É também nessa relação que ele constrói significado e identidade. Sua personalidade não tem nada de unitária. Os vários papéis que encarna, o tornam um ser fragmentado. Quanto mais longe se aventura na construção de sua identidade multifacetada, mais se distancia de algo que lhe era próprio, se confunde com as máscaras que usa – a cada passo arrisca sufocar sua subjetividade mais autêntica. Nesse constante abrir mão de si mesmo, cresce uma angústia – angústia de ser vários, sem chegar a ser ninguém por inteiro (TEÓFILO, 2012).

Se se exige do indivíduo o engendramento desta sobreposição de camadas do seu ser, é possível questionar-se até que ponto, a própria socialização é responsável, ou pelo menos em boa parte, pelas aflições, angústias e desestabilizações do ser humano. Há, portanto, a inevitabilidade de ação de um dínamo, já que inegável as benesses que a sociabilidade podem trazer às pessoas, pois o emocional e manifestação sentimental  nos unifica, diferencia e afeta, e a relação com o outro é crucial neste processo, mas, ao mesmo tempo, haverá aqueles que vão optar, devido à estes efeitos, de se afastarem, isolarem, ou, simplesmente, reverem o peso deste imbróglio.

Fonte: http://zip.net/brtLGg

Assim como faz sua reflexão por meio de imagens, Teófilo dialoga com outras iniciativas, por meios diferentes, que tratam de igual maneira com o aumento do caráter quebradiço das bases do sujeito contemporâneo. Alguns exemplos se notabilizam, por seu alcance, profundidade e importância em pouco tempo de criação já sendo alçados como referência no assunto, como The Fight Club o livro de 1996, de Chuck Palahniuk e também o filme de 1999, dirigido por David Fincher, também é possível mencionar  Spieltrieb da escritora alemã Juli Zeh, que ganhou uma adaptação em formato de série com o nome de A Menina Sem Qualidades pela MTV Brasil, e We need takl about Kevin o filme de 2011 e o romance de Lionel Shriver de 2003.   Em todas estas obras, os temas mencionados, trabalhados e vividos pelas personagens se encontram com a discussão imagética proposta por Teófilo em seus estilhaços do sujeito.

Existiram, e ainda existem, correntes de pensamento e debate que se debruçaram sobre a situação de estilhaçamento do sujeito. Dentre possíveis e outras tantas relegadas ao esquecimento vale destacar o papel dos existencialistas e irracionalistas; no primeiro caso o foco se dá no sujeito, suas aflições, angústias, anseios, desejos, incompletude e enfrentamentos consigo mesmo e com os outros. Já em relação aos irracionalistas, o que se coloca em questão são os limites de validade dos postulados de veracidade, eficiência e neutralidade, de modo a provar sua condição corruptível, limitação e insuficiência frente aos seus próprios fundamentos.

Mas, nada se iguala às fronteiras finais lançadas pelos existencialistas, na estruturação das bases do niilismo, na admissão da falta de finalidade e poderio da causalidade a resultante inerente do existir, adentrando em estágios propícios e em argumentos de proficuidade da morte como via para, senão superar, ao menos findar o curso extinção do sentido do viver, sem necessariamente recorrer ao suicídio para a se chegar a este objetivo.

Fonte: http://zip.net/bltLcp

A linguagem escolhida por Teófilo foi a visual, por seus rascunhos, desenhos e imagens. No entanto, a temática da solidão, da náusea contemporânea, e da esquizofrenia do nosso mundo aparece em outras mídias e representações. Alguns exemplos são Mad World do Tears for Fears, Pare o Mundo que eu quero descer de Raul Seixas, O Silêncio das Estrelas de Lenine, Dogs do Pink Floyd; pinturas como O Grito (Skrik) Edvard Munch, Guernica de Pablo Picasso e Angustia do Homem Primitivo de Cândido Portinari; e mais recentemente até mesmo séries de TV tem se arriscado nestas discussões como a niilista True Detective, Breaking Bad e a inesperada A Menina Sem Qualidades.

 E, assim como podemos ver na obra e exposição de Teófilo, em conjunto com suas falas, a busca pelo sentido e seu não encontro levam o indivíduo à contemplação da nadificação, já que ao despir-se de todos os sistemas sígnicos, simbólicos, icônicos, emocionais, espirituais, científicos e, principalmente sociais, seria capaz de haver uma sustentação existencial para esta escolha? Os estilhaços da mimese social, compõem-nos, e em sua ausência, aguentaríamos uma possível nudez da falta de propósito no viver? Estes são algumas das antinomias lançadas em o Sujeito Estilhaçado, cabendo para cada ser humano, em sua singularidade ou coletividade, admoestar ou não estas assertivas, a depender do resguardo das consequências em sobre tal decisão.

 

REFERÊNCIAS:

TEÓFILO, João. Exposição Sujeito Estilhaçado. Biblioteca Nacional, Brasília. 2012.

 

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Efeitos Negativos da Tecnologia na Infância

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Primeiramente convém analisar o significado de vida social, entender o que vem a ser o viver em sociedade.  O termo “sociedade” vem do Latim societas cujo significado é “associação amistosa com outros”. Trata-se de um grupo de pessoas que compartilham semelhanças e experiências, estabelecendo interdependências, e que ao mesmo tempo são distintas umas das outras tanto em seus aspectos exteriores quanto em seus interesses subjetivos.

Branco (2011, s.p.) escreve que o primeiro grupo social no qual um indivíduo está inserido é a família, onde a criança gradativamente descobre o mundo além de seu lar. Considerando, então, que a família é o primeiro exemplo de sociedade que envolve uma pessoa, deve-se antes focar a tecnologia e sua direta atuação no ambiente familiar.

Fonte: http://zip.net/bhtJxn

Uma pesquisa feita com 1.521 crianças de 6 a 12 anos por uma revista infantil norte-americana mostrou que 62% das crianças reclamam da demasiada distração dos pais a ponto de estes não ouvirem os filhos. A pesquisa constatou que os celulares eram os principais responsáveis nesses casos. Além disso, celulares, TV’s, smartphones e tablets juntos foram a causa do distanciamento entre filhos e pais em 51% dos casos (SALEH, 2014).

Nem mesmo quando a família está à mesa para refeições os smartphones são poupados. Momentos que deveriam ser oportunidades únicas para dialogar e estreitar laços familiares são desperdiçados, o que é lamentável principalmente quando os próprios pais não dão o bom exemplo nesses infrequentes momentos em que estão perto dos filhos. Em virtude disso, os filhos pequenos seguem o mesmo caminho, o que traz mais danos ao ambiente familiar e afetarão negativamente outras áreas da vida.

Fonte: http://zip.net/bptJ4b

Paiva e Costa (2015, p. 4) ressaltam que desde muito cedo a criança tem contato com tecnologias como celulares e tablets, o que provoca questionamentos devido ao fato de tratar-se de um ser que ainda não tem maturidade para lidar bem com esses aparatos.  Diante de variadas opções de entretenimento, a mente de uma criança logo se apega a esse impressionante mundo virtual, caracterizado por jogos eletrônicos, jogos onlines e redes sociais, gastando tempo e energia.

Inevitavelmente são menosprezadas as brincadeiras tradicionais tais como amarelinha, pega-pega, esconde-esconde e jogar bola, atividades que envolvem esforço e contatos físicos. Percebe-se, portanto, o prejuízo da interação social, já que a criança passa a maior parte do seu tempo dentro de sua casa, sozinha com um equipamento eletrônico.

De acordo com o psicólogo Cristiano Nabuco, quanto mais uma criança é apegada à tecnologia, mais distante ela fica do ambiente social, tornando-se incapaz de se entrosar com outras. Ainda segundo o psicólogo, essa incapacidade impede de serem desenvolvidas habilidades sociais que compreendem a inteligência emocional, portanto, a criança ligada à tecnologia não é capaz de empatizar, sentir-se no lugar do outro, um nobre gesto indispensável para uma sociedade melhor (FOLHA DE SÃO PAULO, 2014).

Fonte: http://zip.net/bktJpD

Eisenstein e Estefenon (2011) escrevem que a criança se vê envolvida numa mistura de mundo real com o mundo virtual. No caso das redes sociais, são criados novos códigos de relacionamentos, resultando na aquisição de novos “amigos”. São construídas uma ou várias versões virtuais de identidade. Nesse caso, o nome já não é tão importante, sendo substituídos por logins e senhas.

Já que a criança está por perto, contidamente entretida com a tecnologia, dentro de casa, os responsáveis ficam mais tranquilos, sentindo-se sob o controle, mantendo a ordem sem grandes dificuldades. Henríquez (2014, s.p.) diz que isso pode ser útil a curto prazo, mas a longo prazo os efeitos viciantes desses aparatos trarão consequências nefastas ao vínculo familiar e à vida futura da criança.

Portanto, é necessário analisar a que ponto a situação da criança pode estar chegando, e se isso está sendo benéfico ou maléfico, esse papel cabe exclusivamente aos pais, pois a criança ainda não tem discernimento sobre si mesma e poderá desenvolver uma profunda dependência da tecnologia, acarretando por fim o isolamento social.

Assim sendo, é inerente aos pais ou responsáveis a responsabilidade de zelar pela vida social das crianças, estimulando a interação pessoal dela com os colegas do bairro ou da escola, leva-las a passeios e programações culturais.

Ações como esse fortalecem o vínculo familiar e causam efeitos positivos não só no presente como no futuro, tornarão a criança em um adulto de saudáveis relacionamentos cognitivos, profissionais e afetivos, aprimorando, portanto, todo o viver em sociedade. A participação dos adultos é essencial para que a criança compreenda a função das tecnologias presentes em seu dia a dia, para que elas as usem com confiança (KELLY, 2013, s.p.).

Fonte: http://zip.net/bxtKf4

Efeitos negativos da tecnologia na vida educacional da criança

É inquestionável a grandeza do papel escolar na vida do ser humano, especialmente nos primeiros anos de sua existência. Quinalha (2010, s.p.) escreve que a escola é o segundo lugar mais importante na vida da criança, vendo-o como o ambiente onde emerge “uma segunda sociabilidade”. Tal relevância se deve ao fato de que é na escola onde a criança irá aprender a observar e questionar, constituindo-se assim como um ser pensante, além de prepará-la para um pleno exercício da cidadania.

Assim sendo, deve-se garantir que, ao adentrar no ambiente educacional, o estudante tenha suas capacidades fisiológicas e cognitivas preservadas para que seu aprendizado seja pleno. Infelizmente, pesquisas têm apresentado relações de causa e efeito entre o uso abusivo da tecnologia e problemas de aprendizagem.

É importante ressaltar que, para fins de debate e reflexão, o presente trabalho abrange somente os efeitos deletérios da tecnologia usada de forma abusiva ou em fases não adequadas para crianças, portanto, essa pesquisa não tem um caráter generalizador e nem radical.

Fonte: http://zip.net/bktJpG

Estudos têm mostrado que uma ou duas horas de TV (televisão), sem a supervisão dos responsáveis, trazem significativos efeitos danosos ao rendimento escolar de crianças, especialmente no quesito leitura (ROJAS, 2008). A televisão dá aos pequenos uma série de informações já prontas, o que, de modo geral, os impede de raciocinar e desenvolver seu pensamento crítico. Isso explica o fato de a leitura, que envolve não só a decodificação de palavras, mas também o assimilar do conteúdo, tornar-se dificultosa e por fim ser desprezada por quem gasta expressivas horas com tecnologias.

Problemas de atenção também advêm do uso abusivo de aparatos eletrônicos, especificamente da televisão. Um efeito do abuso desse aparelho é a hiperatividade, uma condição física que se caracteriza pelo subdesenvolvimento e mau funcionamento do cérebro, cuja principal característica é a atenção deficiente. Setzer (2014, s.p.) declara:

A produção de hiperatividade pela TV é fácil de ser compreendida: crianças saudáveis não ficam quietas, estão sempre fazendo algo, pois é assim que aprendem, desenvolvem musculatura, coordenação motora etc. Uma criança saudável só fica parada se ouvir uma história: aí se pode observar que ela fica como que olhando para o infinito, pois está imaginando interiormente os personagens, o ambiente e a ação. No caso da TV, a criança fica fisicamente estática […], não tendo nada a imaginar, pois as imagens já vêm prontas e se sucedem com rapidez. Ao se desligar o aparelho, a criança tem uma explosão de atividade, para compensar o tempo que ficou imóvel e passiva […].

Por sua vez, a hiperatividade afeta negativamente o aprendizado da criança, já que a atenção desta está desordenada. Santos (2016, s.p.) escreve que as escolas frequentemente lidam com esta questão, registrando que pesquisas apontam que para cada vinte alunos de uma turma escolar, cinco apresentam comportamento hiperativo.

Amâncio (2014, s.p.) cita a sobrecarga cognitiva como outro resultado negativo da exposição às tecnologias da informação. Rebouças (2015, s.p.) explica:

Toda demanda de memória utilizada no processo de aprendizado é referida como carga cognitiva, ou seja, toda quantidade de conteúdo e desdobrar de conhecimento que a pessoa registra em sua memória durante a instrução e capacitação. No uso do computador e da internet como meios de instrução, a carga cognitiva abrange o processo mental capaz de acessar e interpretar o conteúdo apresentado em janelas, ícones e objetos. A sobrecarga cognitiva gera um descompasso entre experiência, habilidade e temperamento da pessoa. Além de prejudicar o nível de detalhes e qualidade de uma tarefa.

De acordo com Luiz Vicente Figueira de Mello, do Ambulatório de Transtornos Ansiosos do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo (USP), o excesso de informações, que supera a capacidade neuronal, leva à sobrecarga das conduções elétricas do cérebro e ao estresse (REDE GLOBO, 2016).  Não é ilógico concluir que uma sobrecarga cognitiva é extremamente danosa ao cérebro de uma criança, órgão este que ainda está em formação, e extremamente prejudicial a ela como aluna, seu aprendizado escolar é limitado.

Fonte: http://zip.net/bwtHVL

Agora falando especificamente sobre a Internet, esta trouxe novas formas de escrever e expressões. Deve-se ressaltar o tão falado “internetês”, que consiste em abreviar palavras e ignorar pontuações, desrespeitando assim as normas gramaticais. Alguns exemplos são: “Td d bom p vc”; “xau bju” e “A gnt se fla por aki”. (O certo seria “Tudo de bom pra você”; “tchau, beijo” e ”a gente se fala por aqui”). O problema está no fato de tal linguagem ser usada no ambiente escolar, devido à confusão gerada por diferentes formas de escrita.

Hamze (2008, s.p.) ressalta o seguinte:

Em português, ou em qualquer outra língua do mundo, a Internet já começa a modificar os habituais meios de comunicação considerados como politicamente corretos. É melhor pensar nas consequências desse acontecimento antes que haja uma descaracterização dos idiomas cultos pela extrema e cada vez mais rápida fama da rede. 

Não se deve demonizar o “internetês” que facilmente pode ser assimilado pela criança, nem proibir o seu uso, mas ressaltar aos pequenos a maior importância da língua materna, falando-lhes sobre os benefícios que existem em obedecer às normas gramaticais, e não se desvincular delas. Papéis não podem ser invertidos, é, portanto, dever dos responsáveis de averiguarem se esses novos dialetos não estão confundindo a criança em seu ambiente escolar.

Portanto, percebe-se que o abuso da tecnologia por parte das crianças traz a elas efeitos negativos a curto e longo prazo.  Diante dessa situação, é reafirmado o fato de que recai sobre os pais a responsabilidade de monitorar os filhos, sempre dialogando com eles sobre a importância do uso adequado desses aparelhos que inevitavelmente compõem o cotidiano do presente século, características marcantes da sociedade da informação.

Os pais devem orientar seus filhos do mesmo modo que o fariam em relação às atividades e relacionamentos convencionais. O diálogo deve preceder o uso consciente da internet (PERES, 2015).

Fonte: http://zip.net/bwtHVM

A recomendação supracitada deve estender-se além da internet, abrangendo a tecnologia em suas mais diversas formas de representação. Como consequência do esclarecimento a respeito desses aparatos eletrônicos, aliado à orientação dos responsáveis, a criança terá uma plena participação no contexto social, garantirá um pleno aprendizado no ambiente educacional e, portanto, terá um futuro com menos problemas.

REFERÊNCIAS:

AMÂNCIO, Wagna Ferreira S. Pontos Positivos e Negativos em relação ao uso da Tecnologia no Processo de Ensino-Aprendizado. Disponível em: <http://www.pedagogiaufesead2014.blogspot.com.br/>. Acesso em 04 outubro 2016.

BRANCO, Anselmo Lázaro. Sociedade: Relações sociais, diversidade e conflitos. Disponível em: <http://www.educação.uol.com.br/>. Acesso em 08 outubro 2016.

EISENSTEIN, Evelyn; ESTEFENON, Susana B. Geração Digital: Riscos das novas tecnologias para crianças e adolescentes. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, Rio de Janeiro, v. 10, 2011. Disponível em: <http://www.revista.hupe.uerj.br>. Acesso em 27 setembro 2016.

FOLHA DE SÃO PAULO. Obesas e sedentárias, 54% das crianças passam mais de 4 horas por dia em frente à TV ou celular. Disponível em: <http://www.maternar.blogfolha.uol.com.br/>. Acesso em 06 outubro 2016.

HAMZE, Amelia. Internetês. Disponível em: <http://www.web.archive.org>. Acesso em 06 outubro 2016.

HENRÍQUEZ, Omar. Adicción a la tecnología em los niños. El papel de los padres em la prevención. Disponível em <http://www.colombianosune.com>. Acesso em 03 novembro 2016.

KELLY, Clare. Los niños y la tecnología.  Disponível em: <http://www.cbeebies.com/>. Acesso em 03 outubro 2016.

PAIVA, Natália Morais de; COSTA, Johnatan da Silva. A influência da tecnologia na infância: Desenvolvimento ou ameaça? Psicologia, Teresina, 2015. Disponível em: <http://www.psicologia.pt>. Acesso em 26 setembro 2016.

QUINALHA, Ivone Honório. A importância da escola e seu lugar na constituição humana. Disponível em <http://www.cuidademim.com.br/>.  Acesso em 19 novembro 2016.

REBOUÇAS, Fernando. Sobrecarga cognitiva. Disponível em: <http://www.agendapesquisa.com.b/r>. Acesso em 04 outubro 2016.

REDE GLOBO. Excesso de informação pode causar exaustão do sistema nervoso central. Disponível em: <http://www.redeglobo.globo.com/>.

ROJAS O., Valéria. Influencia de la televisión y vídeo juegos en el aprendizaje y conducta infanto-juvenil. Revista Chilena de Pediatría, Santiago, v. 79, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.com>. Acesso em 27 setembro 2016.

SALEH, Naíma. A tecnologia está afetando as relações familiares dentro da sua casa? Disponível em: <http://www.revistacrescer.globo.com/>. Acesso em 08 outubro 2016.

SANTOS, Bárbara. Como agir com crianças hiperativas e desatentas na escola. Disponível em <http://www.centropsicopedagogicoapoio.com.br>. Acesso em 17 novembro 2016.

SETZER, Valdemar W. Efeitos negativos dos meios eletrônicos em crianças, adolescentes e adultos. Disponível em <http://www.ime.usp.br>. Acesso em 17 novembro 2016.

UOL. Infância sem risco – Saiba como proteger as crianças dos criminosos digitais. Disponível em: <http://www.uol.com.br>. Acesso em 06 outubro 2016.

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A influência da linguagem para a Psicologia Social

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A linguagem é um conceito que muito interessa a Psicologia, andando lado a lado com ela e vista em várias vertentes desta ciência. Uma dessas vertentes que se preocupa em compreender e se utiliza do conceito de linguagem em seu estudo e prática é a Psicologia Social. Mas por que estudar o conceito de linguagem em Psicologia Social? A resposta para esta pergunta é muito simples. Basta recorrer à lógica de que a linguagem é a principal ferramenta tanto para a formação individual quanto para a formação social. Através da linguagem, o indivíduo concebe e transmite conhecimentos, valores, princípios, vontades, atitudes, etc. para o seu grupo e/ou contexto social.

O conhecimento social é o conhecimento em comunicação e o conhecimento em ação. Não pode haver conhecimento social a menos que seja formado, mantido, difundido e transformado dentro da sociedade, entre indivíduos ou entre indivíduos e grupos, subgrupos e culturas. O conhecimento social se refere às dinâmicas da estabilidade e das mudanças (MARKOVÁ apud CARVALHO, 2009).

Dado que a Psicologia Social estuda as relações sociais e de (inter)dependência entre os indivíduos de determinado contexto ou ambiente, fica claro que se faz necessário estudar também o conceito de linguagem, uma vez que é a partir dela que as relações se iniciam e se firmam.

Fonte: http://zip.net/bttDL3
Fonte: http://zip.net/bttDL3

Mas a linguagem vai muito além disso. Em Psicologia Social, percebe-se que vários de seus conceitos derivam ou se produzem através da linguagem. Alguns exemplos são: percepção social, formação de identidade, subjetividade, cognição social, representações sociais, estereótipos, atitudes, processo grupal, etc. Todos estes conceitos, quando analisados a fundo, têm em suas bases a linguagem, pois, é a partir dela e de seus vários símbolos que os indivíduos passam a compreender o mundo e a si mesmos.

Tendo isso em vista, denota-se que para compreender os grupos sociais, as suas formações e as suas finalidades, é fundamental também compreender a linguagem. Compreender um grupo social exige tomar conhecimento de sua realidade, de suas verdadeiras necessidades, como esse grupo se relaciona e como ele busca transformar-se. Esse conhecimento dá-se principalmente através da linguagem, cuja transmite as informações necessárias para tal.

O psicólogo social busca, através da linguagem, compreender os fenômenos sociais, utilizando do estudo dessa e de como ela influencia as relações interpessoais dos indivíduos e na formação dos grupos em torno de objetivos e necessidades em comum. Ou seja, a linguagem serve como aparato para garantir a vida em sociedade.

Fonte: http://zip.net/bgtC4w
Fonte: http://zip.net/bgtC4w

Neste contexto, verifica-se grande relação entre a linguagem e a Psicologia Social Sociológica, haja vista que ambas possuem o social como quesito central. Segundo George Herbert Mead, um dos principais precursores da vertente sociológica da Psicologia Social, a mente e a formação da personalidade são produtos da linguagem, em que ocorrem no processo de socialização e interação dos indivíduos, onde estes adotam as atitudes do grupo para si, sendo assim, para Mead, impossível formar a personalidade longe do contexto social.

REFERÊNCIAS:

Carvalho, Denis Barros. Resenha: representação, dialogicidade e a linguagem como questões centrais da psicologia social: uma teoria psicossocial da mente.Scielo Brasil. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822009000100017. Acesso em: 23/04/16.

Dias, Rosangela Hanel. Linguagem, interação e socialização: contribuições de Mead e Bakhtin.XanpedSul.Disponível em: http://xanpedsul.faed.udesc.br/arq_pdf/539-0.pdf. Acesso em: 23/04/16.

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Equoterapia tem resultados positivos e traz cada vez mais interessados para o meio

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A busca por alternativas diversas que ajudem o ser humano a se adaptar às mudanças atuais que nem sempre favorecem o próprio desenvolvimento é frequente, já que a rotina diária, praticamente obriga as pessoas a conviverem com um mundo que exige mais conhecimento, mais tempo e principalmente mais agilidade. O fato de a evolução exigir muito da sociedade em geral, traz uma série de benefícios, mas também pode provocar uma onda de estresse, por motivos  que envolvem a capacidade de cada um em dar, ou não, conta desta rotina, levando à estados críticos de depressão, além de problemas que podem comprometer a saúde pessoal por tempo indeterminado.O estresse é apenas um dos milhares de fatores que fazem as pessoas buscarem não só a recuperação física e mental, como também a qualidade de vida cada vez mais padronizada pela própria sociedade.  Como uma das mais recentes alternativas de tratamento, a Equoterapia é cada vez mais bem vinda e bem avaliada por profissionais que confirmam a melhora contínua dos pacientes, que por meio da interação com os cavalos, encontram a solução para muitos problemas.

A Associação Nacional de Equoterapia – Ande-Brasil, destaca que além da Equoterapia empregar o cavalo como agente promotor de ganhos a nível físico e psíquico, ainda exige a participação do corpo inteiro, contribuindo assim, para o desenvolvimento da força muscular, relaxamento, conscientização do próprio corpo e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio. Ainda de acordo com a Associação, a interação com o cavalo, incluindo os primeiros contatos, desenvolve novas formas de socialização, autoconfiança e autoestima.

 

 

A Equoterapia mostra em estudos, a capacidade de interação que o praticante, neste caso, tem com os cavalos antes, durante e depois das aulas monitoradas por profissionais do meio equestre, além de um psicólogo e de um fisioterapeuta devidamente reconhecidos pela Ande Brasil. A busca pela terapia com cavalos cresce mesmo sem muita divulgação e vem tendo reconhecimento com parcerias que incentivam a prática por meio de palestras, eventos voltados para o segmento, atividades interativas e depoimentos que mostram os resultados positivos.

Fontes: contrapontoonline.wordpress.com equitacaoespecial.blogspot.comwww.equoterapia.org.br/

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O início da vida escolar – cortando o cordão umbilical

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O primeiro dia de aula é sempre mais difícil para os pais, que tendem a aguentar ou suportar a dor da separação, choro e gritos dos filhos. É comum que com essa mudança, a criança fique ansiosa ou assustada com o ambiente novo e desconhecido, protestando com manha e até greve de fome, isso se não soltar o maior berreiro na entrada da escola. As crianças costumam armar um verdadeiro teatro só pra não enfrentar essa situação.

“No início foi doloroso, a cada manhã era um sofrimento pois ele chorava bastante na entrada” diz Jaqueline de Oliveira, mãe de Luiz Felipe de 1 ano e 8 meses . Ela leva o filho à creche desde que o garoto tinha sete meses.

Jaqueline diz que o papel do professor é muito importante no desenvolvimento escolar da criança.  “Eles chegam e são recepcionados pelas professoras com festa, com carinho, lá eles praticam atividades de educação física, ensina a brincar de bola, rolar no chão, subir nos degraus, ensinam atividades com músicas, com tintas, tudo muito bonito.” A mãe, satisfeita com a atuação da escola, diz ainda que “é tão bom chegar na escola e ver meu filho dando os braços para a professora, nesse momento tenho certeza que ele é bem cuidado, que recebe carinho e que tem confiança nelas”.

Olivia Vieira, mãe de Lucas de 1 ano e 10 meses, ao levar o filho pela primeira vez viu que não é fácil conciliar o trabalho com a rotina do filho na creche.  “Acordar cedo, fazer mamadeira, dar banho, vestir uniforme, arrumar o lanche na lancheira, arrumar a mochila, levar na escola e ir para o trabalho. É puxado, mas aos poucos vou pegando o ritmo.”

Olivia e o filho Lucas no primeiro dia de aula.
Foto: Arquivo pessoal

É um momento tenso e delicado também para o professor, que tem um papel fundamental  nesse período escolar. É preciso usar a  criatividade e atividades para que as crianças fiquem a vontade no  novo ambiente e se acostumem com a ausência dos pais.

Nubia Cristina além de ser professora também é mãe de duas crianças, uma de 6 e outra de dois. Ela diz que a adaptação é uma questão de tempo. “Alguns casos é mais doloroso para os pais, principalmente quem tem filhos pequenos”. A professora conta que  “geralmente a dificuldade da criança é  em relação a primeira ida a escola, é sair do conforto de casa para ir a um ambiente novo, com pessoas que ela nunca viu, mas com o passar dos dias isso vai melhorando e logo ela se acostuma com a rotina”.

É uma etapa de adaptação. “É uma transição difícil de adaptação, muitos pais ainda não confiam em deixar seus filhos sozinhos, ano passado teve uma criança que ficou apenas 3 dias e o pai a tirou da creche, os pais tem que ter consciência que esse período leva tempo pra se adaptar”,  acrescenta Mara Regina, Psicopedagoga e Professora.

Mara Regina é professora de crianças de 1 a 3 anos, diz que a adaptação escolar leva tempo.
Foto: Arquivo Pessoal

Hoje a criança passa maior parte do dia em ambiente escolar, por isso a escola também tem o dever de oferecer profissionais competentes que trabalhem para o desenvolvimento pedagógico das crianças com atividades lúdicas que favorecerá para o resto da vida escolar. E esse processo para ocorrer de forma tranquila tem que ter uma parceria entre escola, pais e professores. “Nesse momento é indispensável a parceria, o envolvimento, a compreensão  dos pais,pois muitas vezes eles também se sentem apreensivos, receosos se a criança irá gostar, se adaptar no ambiente escolar. Os pais devem sempre procurar o contato com a equipe da escola(orientador, supervisor, diretora e professores), para juntos buscarem alternativas para suprir as dificuldades encontradas”, confirma Sueli Maria Araújo Silva, Orientadora Educacional  especializada em Neuropedagogia e Psicanálise do Centro Municipal Educacional Infantil (CMEI) Amâncio José de Moraes em Palmas (TO).

Sueli ainda dá algumas dicas que podem ajudar na adaptação da criança na vida escolar:

– Se possível levar a criança antes do inicio das aulas para que ela conheça o ambiente.

– Sempre que possível a família  deve ter  conversas com a criança acerca da escola,mostrando gravuras, fotos,vídeos e etc.

– Acompanhar sempre  e continuar com as atividades em casa feitas na escola pra que ela se sinta a vontade no ambiente escolar.

– Parceria com a família,os pais devem procurar a equipe da escola ou creche para conversar, buscando soluções para as dificuldades detectadas.

– Uma boa acolhida por parte da escola e atividades diversificadas que favoreçam a socialização.

Olivia acha que o papel da escola é passar confiança para os pais.  “O ideal é confiarmos nos cuidadores e sairmos para eles se adaptarem ao novo espaço, aos novos colegas e professoras”, defende.

Para Jaqueline, o papel dos pais nesse momento é ser  participativo, acompanhando, desenvolvendo e colaborando nas atividades escolares dos filhos.

Jaqueline se emociona ao levar o filho Luiz Felipe à festa junina na creche.
Foto Arquivo Pessoal

“Procuro dar continuidade ao trabalho dos professores, cantando as mesmas músicas, as mesmas brincadeiras e histórias que envolvam os colegas e professores para que ele fique habituado com essas pessoas. Mesmo sendo bebê costumo levá-lo em todas as festinhas. Ano passado participamos da festinha de encerramento onde ele dançou a música “O rock das frutas, ele era o caju (risos)”, finaliza.

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