Violência e opressão – (En)Cena entrevista a psicóloga Ruth Cabral

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“Em tempos de pandemia, ser mulher, é ter escancarado que o risco de violência não se limita aos espaços públicos, mas é ter insegurança, medo ainda que no espaço privado este, que inicialmente foi determinado à mulher. Lugar de sobrecarga, de naturalização da incumbência das tarefas domésticas, dos cuidados com os filhos”.

O Portal (En)Cena conversa com a psicóloga Dra Ruth Cabral, professora do curso de psicologia do Ceulp/Ulbra, Doutora em Psicologia Clínica e Cultura pela PUC-Goiás, para entender sua perspectiva acerca do que significas ser mulher no Brasil durante a pandemia da COVID-19.

A Doutora Ruth Cabral aponta o paralelo entre as restrições sociais decorrentes da pandemia somada à permanência dos homens em casa, com o aumento nos índices de violência doméstica, sexual e de gravidez indesejada. Além disso, a entrevistada aponta o risco de adoecimentos mentais, como estresse e a ansiedade, causados pelo excesso de atividades. Por fim, a professora reconhece seu lugar de fala privilegiado ante a outras formas de experiência a mulheridade e indica como um dos caminhos para oportunizar melhoras no pós-pandemia, a articulação de mulheres em prol do fortalecimento do movimento social para garantir direitos e liberdades a todas.

Figura 1 – Arquivo Pessoal

(En)Cena –  Considerando o seu lugar de fala de: mulher, professora e usuária ativa das redes sociais: o que é ser mulher no Brasil, durante a pandemia da COVID-19?

Dra Ruth Cabral – Começo a refletir a partir da pergunta em questão- em mim ressoa inicialmente o quesito “O que é ser mulher no Brasil?” para então, em uma complementariedade reflexiva discorrer sobre os tempos de Pandemia.  Reconhecer a priori, a existência da desigualdade de gênero e de suas causas, contextualizado à realidade brasileira desperta o resultante de um processo histórico que reafirma o lugar da mulher nesse espaço social frágil- lugar este, que ainda que o registro legal aponte para destituição de toda e qualquer forma de discriminação- não é suficiente para garantir equidade de gênero.

Refletir no ser mulher em tempos de pandemia remonta o pensar nos papéis instituídos desde a formação da sociedade. Em tempos de pandemia, ser mulher, é ter escancarado que o risco de violência não se limita aos espaços públicos- mas é ter insegurança, medo ainda que no espaço privado – este, que inicialmente foi determinado à mulher. Lugar de sobrecarga, de naturalização da incumbência das tarefas domésticas, dos cuidados com os filhos. Ressalto o mito do amor materno, descrito como instintivo demarca às mulheres um lugar de exclusividade do cuidado- com as crianças e  para o trabalho doméstico (modelo esse, calcado no patriarcalismo) que alcança a análise para os dias atuais de pandemia.

Como prova disso, pesquisas em tempos de pandemia (Souza et al, 2020; Macedo, 2020) apontam que paralelo às restrições sociais, os índices de violência doméstica, sexual e de gravidez indesejada aumentaram de forma significativa mediante o maior tempo de permanência dos homens em casa- o que parece responder em parte à questão provocada inicialmente. Sem me distanciar dos meus muitos privilégios, sigo tocada pelo grito daquelas que se encontram, explicitamente oprimidas, violentadas e sob as muitas vulnerabilidades. No contexto de crise econômica, social e política em que o Brasil se encontra, é importante discutir e considerar tais questões, considerando que pandemia da Covid-19 enfatiza ainda mais às narrativas e desigualdades sociais pré-existentes.

Fonte: encurtador.com.br/fjQ15

(En)Cena –  Para você, como a pandemia impacta a saúde mental (sentimentos e emoções) das mulheres?  E qual é o efeito deste impacto em casa e no trabalho?

Dra Ruth Cabral – Embora haja uma naturalização da sobrecarga contínua das mulheres nos diferentes contextos e composições familiares, a circunstância  da Pandemia agrega outros fatores que podem intensificar a fragilização da saúde mental das mulheres: o medo do adoecimento, a necessidade de proteção dos filhos (para aquelas que exercem o papel da maternidade), a sobrecarga dos múltiplos cuidados e assistências- tarefas domésticas, intermediação do ensino-aprendizagem das/dos filhas/filhos, a dedicação às atividades ocupacionais. Tais fatores podem acentuar o estresse e a ansiedade, de modo que, a alteração da rotina, o excesso de atividades pode, na sequência, alterar o sono (parte importante na regulação emocional) formando assim um ciclo que intensifica o dano a saúde mental das mulheres, que já estão, naturalmente mais suscetíveis a alguns processos de adoecimentos.

Fonte: encurtador.com.br/ityHS

(En)Cena – Quais são os maiores desafios e quais são os maiores aprendizados da sua experiência como professora durante a pandemia? 

Dra Ruth Cabral – Acredito que a vivência do estresse, do medo, a sensação de incerteza, o reconhecimento das dificuldades vivenciadas ao longo desse período de distanciamento social propõe o agir com flexibilidade, na cuidadosa busca de se compreender as nuances das dificuldades das mulheres- despertando em mim uma atuação sobressaia a empatia, no reconhecimento das vulnerabilidades- como mulheres que são além de discentes, mães, profissionais, filhas…

Posso ver o esgotamento, o cansaço, o acúmulo de tarefas- na prática, como também percebo a  persistência e a luta.   A mim, como mulher, cabe ter uma postura de escuta, cuidado, e tomada de decisão pautada no reconhecimento dos fatores dificultadores a partir do pensar coletivo, sendo uma forma indireta de um exercício de sororidade.

(En)Cena –  Como você compreende o sofrimento emocional das alunas de psicologia afetadas pela quarentena durante a pandemia?

Dra Ruth Cabral – Vejo que essas alunas do curso de psicologia representam parte do universo que compõe a pluralidade das mulheres como um todo. Ainda que marcadas por alguns privilégios (dentre esses, o acesso à educação), há uma representação das angústias experimentadas pelas mulheres no período de pandemia. Mulheres em múltiplas funções, cansadas, mas empenhadas numa luta muito mais pesada por “uma vida que valha a pena ser vivida”, ou uma vida “com algum sentido”. São mulheres, filhas, mães, algumas distante das famílias, inseguras, com diferentes possibilidades de acessos. Diante disso, como não problematizar as questões de gênero? A sobrecarga é facilmente notada: mulheres que se engajam nas atividades acadêmicas alternando o cuidado com as filhas/ os filhos, com as tarefas domésticas, envolvidas no sustento e ainda respondendo a outros fatores externos- tais como pressão estética voltados ao cuidado com o corpo em uma hierarquização de prioridades impostas socialmente.

Fonte: encurtador.com.br/ahtZ9

(En)Cena –  Na sua opinião, qual seria o caminho para as mulheres no pós-pandemia?

Dra Ruth Cabral – Pessoalmente, acredito na articulação de mulheres em prol do fortalecimento do movimento- que possa gerar articulação, amparo, tomada de consciência e a não naturalização das violências vivenciadas, cotidianamente, por tantas. A formação de uma rede de apoio tecida por mulheres no reconhecimento das vulnerabilidades e privilégios, na práxis e não apenas em uma teoria sem alcance social, pautado no “fazer acontecer”. A luta por equidade, por acesso a trabalho, por andar sem medo, por ter segurança, esperança e escolhas que se façam sem o medo contínuo- tudo isso em um processo de ressignificação coletiva do que é ser mulher na luta por um protagonismo em um espaço em que nos foi dado o lugar de coadjuvantes.

Referências

MACÊDO, Shirley. (2020). Ser mulher trabalhadora e mãe no contexto da pandemia COVID-19: tecendo sentidos. Revista do NUFEN12(2), 187-204. https://dx.doi.org/10.26823/RevistadoNUFEN.vol12.nº02rex.33

SOUZA, Alex Sandro Rolland; SOUZA, Gustavo Fonseca de Albuquerque; & PRACIANO, Gabriella de Almeida Figueredo. (2020). A saúde mental das mulheres em tempos da COVID-19. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil20(3), 659-661. Epub 30 de outubro de 2020.https://dx.doi.org/10.1590/1806-93042020000300001

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Hoje não é um dia romântico, hoje é um dia político!

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Todo dia 8 de março é a mesma ladainha: flores, parabéns, frases sobre força e garra. Não estou dizendo que não deve haver flores, parabéns e frases sobre força e garra, pelo contrário, eu particularmente até gosto de flores. O ponto principal é: há criticidade nessas palavras? Há reflexão sobre o que de fato significa não somente o dia da mulher, mas SER mulher e EXISTIR como mulher? Sem pensamento crítico não há felicitações.

Quem é a mulher guerreira que todo mundo tanto fala no dia das mulheres? Quem é a mulher forte, inabalável e que é capaz de suportar tudo? É a mulher sobrecarregada, a mulher exausta, a mulher cuidadora, a mulher que assume todos os cuidados com o lar, com a família e com a criação dos filhos (às vezes nem são dela).

É a mulher que trabalha fora de casa e quando chega tem mais um turno de trabalho doméstico. É a mulher que tem que dar conta de tudo, afinal, ela é forte e guerreira. É a mulher que ganha menos, que trabalha mais, que se especializa mais. Mas que é cada vez menos valorizada profissionalmente, que tem sua voz silenciada e sua existência assediada moral e sexualmente.

E quando a mulher não aguenta tudo isso, cai no choro, cai aos prantos, cai no grito e no desespero, ela é louca! Histérica! A mulher tem que aguentar calada, quieta e silenciada. Esse silenciamento da voz das mulheres tem origem histórica dentro da psiquiatria que se construiu em cima de homens psiquiatras sobre as mulheres loucas (SHOWALTER, 1987).

A autora traz o manicômio como símbolo das instituições que foram construídas pelos homens desde o casamento até as leis. Instituições essas que foram construídas em cima do aprisionamento e do isolamento das mulheres, deixando-as loucas. O homem então é associado a racionalidade, a mulher é associada à loucura, a insanidade como parte da essência de ser mulher (SHOWALTER, 1987). O homem quando associado a loucura é de forma simbólica que remete ao feminino.

Fonte: encurtador.com.br/dAEOT

De acordo com Valeska Zanello, que um dos maiores nomes da psicologia no Brasil, o sofrimento psíquico é construído socialmente e acontece a partir dos valores de gênero (ZANELLO, 2011).  As mulheres tendem a ser mais acometidas pelos transtornos depressivos, ansiosos, distúrbios de sono e comorbidades do que os homens.

Como não viver sob a ameaça do adoecimento psíquico quando estamos incessantemente lutando por espaço, por voz, por validação, por segurança? A mulher vive sob a ameaça do estupro o tempo inteiro. Saímos de casa e temos que estar sempre em alerta sobre onde vamos, com quem e quando. Temos que prestar atenção ao nosso redor, observar se estamos sendo seguidas, se há algo estranho. Temos que estar atentas ao pegar um taxi ou serviço por aplicativo para viagens.

Como não viver à mercê do adoecimento psíquico quando somos bombardeadas sobre nossos corpos, nossas medidas, nossas curvas, nossas características físicas e a nossa personalidade? Afinal, a mulher tem que ser magra, mas não muito. Tem que ter bunda grande, peito duro, mas deve ser proporcional. Não pode ter estria nem celulite, pelos então nem pensar por que não é nada higiênico. Cuidado! Desse jeito nenhum homem vai te querer!

No que tange a saúde mental, o sofrimento psíquico da mulher está atrelado ao ideal estético, matrimonio e maternidade (ZANELLO; FIUZA; COSTA; 2015). A mulher é socialmente pressionada a estar dentro dos padrões estéticos, sobretudo o padrão lipofóbico.

Esse padrão lipofóbico exige que as mulheres sejam magras, esbeltas e joviais, essa exigência faz com que aquelas que não consigam alcançar esse padrão sejam hostilizadas e taxadas de inferiores (NOVAES, 2006). Dessa forma, as mulheres que não se adequam, logo não servem. São invalidadas, criticadas e recebem ataques odiosos sobre seu desleixo e descuido com o corpo.

O corpo da mulher perpassa a transformação estética para princípios éticos, que faz com que ela seja obrigada a exercer cuidados com o corpo e o dever moral de se tornar bonita e atraente (ZANELLO, 2015). Além de tudo isso, a mulher ainda tem que cuidar das tarefas domésticas, do lar, da família, do marido e dos filhos. Tudo isso depois de passar o expediente inteiro sofrendo assédio moral e sexual do ambiente de trabalho.

Ser mulher é sofrer, é sentir dor, é sentir medo. Ser mulher é ser luta, é ser resistência. Ser forte não é uma opção, é o que nos resta. Mas estamos cansadas, estamos exaustas, estamos no limite. Só queríamos ser mulher. Ser tratadas como seres humanos, não como incubadoras ou cuidadoras. Nesse dia da mulher não queremos só flores e mensagens bonitas, queremos lutas por direitos, queremos respeito e igualdade. Afinal, Dias Mulheres Virão!

Referências

NOVAES, Joana de Vilhena. O intolerável peso da feiura: sobre as mulheres e seus corpos. Rio de Janeiro: PUC-Rio/Garamond, 2006.

SHOWALTER, E. Anarquia Sexual: sexo e cultura no fin de siècle. Rio de Janeiro: Rocco, 1987.

ZANELLO, Valeska.; BUKOWITZ, B. Loucura e cultura: uma escuta das relações de gênero nas falas de pacientes psiquiatrizados. Revista Labrys Estudos Feministas. v. 20-21, 2011.

ZANELLO, Valeska. A saúde mental sob o viés do gênero: uma releitura gendrada da epidemiologia, da semiologia e da interpretação diagnóstica. In: ZANELLO, V.; ANDRADE, A. P. M. (Org.). Saúde mental e gênero: diálogos, práticas e interdisciplinaridade. Curitiba: Appris, 2014.

ZANELLO, Valeska; FIUZA, Gabriela; COSTA, Humberto Soares. Saúde mental e gênero: facetas gendradas do sofrimento psíquico. Fractal: Revista de Psicologia, [s.l.], v. 27, n. 3, p.238-246, dez. 2015. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1984-0292/1483

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Purl e a difícil entrada das mulheres em um mundo dominado por homens

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A criadora do curta-metragem Kristen Lester, contou durante um vídeo do canal da Pixar que baseou a animação Purl na experiência que teve em seu primeiro trabalho

Purl é o novo curta-metragem da Disney Pixar, criado pela diretora e roteirista Kristen Lester que mostra a realidade de muitas mulheres que decidem entrar em um mercado de trabalho que é dominado por homens. No curta, conhecemos Purl, uma bola de lã rosa muito animada para começar em seu novo emprego e conhecer seus colegas de trabalho.

A bola de lã rosa chega bastante falante, cumprimentando a todos e tentando se encaixar em um grupo, no entanto, há um grande problema. Ela é uma bola de lã rosa e baixinha. Todos se afastam de Purl quando ela se aproxima, ninguém ri de suas piadas, as pessoas, todos homens, a excluem ao máximo para que ela não tenha uma voz ativa na empresa.

Fonte: https://bit.ly/2EkD35S

Purl, querendo muito ser inserida no meio, decide alterar toda a sua essência. Podemos ver isso quando ela vai ao banheiro e começa tricotar uma nova versão dela. Sua cor rosa chiclete fica em um tom mais claro e ao mesmo tempo fechado, agora está usando um terno e sua – antes divertida e viva – expressão, agora se tornou séria e grosseira.

Assim, ocorre uma enorme mudança na forma de tratamento dos homens da empresa para com Purl. Eles a respeitam. Agora, Purl não é mais fofa e nem delicada. Ela começa a ter voz na empresa pois tem abordagem agressiva e “sem noção”, assim como os homens da empresa.

Fonte: https://bit.ly/2EkD35S

Quando Purl já está totalmente integrada ao grupo masculino, outra bola de lã entra para a empresa, e inicialmente, não querendo ser desprezada pelos seus colegas de trabalho, faz uma piada sobre a nova integrante da empresa e acompanha os homens para uma saída ao “Happy Hour”. Mas Purl para e começa a pensar que ela já esteve na mesma situação da outra bola de lã e de última hora, decide ajudar a novata. Seus colegas homens ficam confusos e constrangidos e a deixam.

É bem evidente que a bola de lã Purl e a outra bola amarela representam mulheres e suas grandes dificuldades em serem inseridas em um emprego onde a grande maioria é composta por homens. Pois mulheres são comumente vistas como bolas de lãs frágeis e delicadas demais para conseguirem tomar uma decisão que leve a empresa para um bom rumo. Isso é verdade? Não. Mas é o que é propagado? Também não.

Fonte: https://bit.ly/2EkD35S

Infelizmente, o que acontece são mulheres mudando suas características para conseguir ter o mesmo tipo de voz que um homem teria, e acabam perdendo sua identidade. Por que características femininas como a delicadeza são tão rejeitadas? Porque é isso o que acontece quando você tem que enfrentar um “mundo de homens” para atingir seus objetivos.

A criadora do curta-metragem Kristen Lester, contou durante um vídeo do canal da Pixar que baseou a animação Purl na experiência que teve em seu primeiro trabalho, onde era a única mulher presente no ambiente e que para continuar a fazer o que gostava, teve que “se tornar um dos caras” sic. Contou também que quando encontrou um novo trabalho, com uma equipe na qual havia mulheres, teve consciência que seu antigo emprego a fez deixar seu aspecto feminino para trás para ser incluída em um grupo. (Você pode assistir o vídeo de Kristen por meio deste link).

Fonte: https://bit.ly/2EkD35S

O final do curta é bem admirável, pois encontramos o ambiente de trabalho de Purl com várias outras bolas de lã, ou seja, mulheres, compartilhando com harmonia e amizade o espaço com os “caras”. A atitude de Purl ao ajudar Lacey (bola de lã amarela), foi significativa para que o local totalmente guiado por homens comece a dar espaço para as mulheres também.

A desigualdade de gênero no mercado de trabalho é uma realidade mundial.  Há, obviamente, as poucas exceções onde pode se encontrar um ambiente trabalhista onde mulheres e homens dispõem dos mesmos direitos, mas como vemos em Purl, é uma caminhada a ser seguida para que esses direitos sejam obtidos. Haverá um dia onde nenhuma mulher precisará alterar sua identidade para conseguir um cargo e os mesmo direitos que homens têm sem fazer grandes esforços. Já estamos caminhando para essa realidade. Ainda bem.

FICHA TÉCNICA DO FILME: 

PURL

Título original: Purl
Direção: Kristen Lester
País: Estados Unidos da América
Ano: 2019
Gênero: Animação

REFERÊNCIAS:

Pixar drops first short film from new animation program SparkShorts. Disponível em: <https://ew.com/movies/2019/02/04/pixar-purl/>. Acesso em 12 de Fevereiro de 2019.

Pixar’s Purl Is a Charming and Insightful Yarn About Women in the Workplace. Disponível em: <https://www.themarysue.com/pixar-purl-short/>. Acesso em 12 de Fevereiro de 2019.

Pixar’s new short “Purl” takes on toxic workplace bro culture. Disponível em: <https://www.fastcompany.com/90303807/pixars-new-short-purl-takes-on-toxic-workplace-bro-culture>. Acesso em 13 de Fevereiro de 2019.

Pixar’s new short stars a swearing ball of feminist yarn. Disponível em: <https://www.polygon.com/2019/2/4/18210951/purl-pixar-short-film-sparkshorts>. Acesso em 13 de Fevereiro de 2019.

Mulheres e o mercado de trabalho: os desafios da igualdade. Disponível em: <https://www.thinkwithgoogle.com/intl/pt-br/tendencias-de-consumo/mulheres-e-o-mercado-de-trabalho-os-desafios-da-igualdade/>. Acesso em 13 de Fevereiro de 2019.

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Os diversos papeis das mulheres e a importância da empatia

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Em pleno século XXI, ainda temos um longo caminho a percorrer quando o assunto é o papel da mulher na sociedade. Por um lado, temos uma gama de conquistas realizadas pelos esforços dos movimentos feministas de décadas atrás, por outro vivemos ainda em uma sociedade machista onde ainda existem alguns papéis delimitados exclusivamente para mulheres, enquanto os homens continuam em sua jornada intimista de ser qualquer coisa que deseje ser, sem as cobranças sobre o que deveria ou não estar fazendo.

Ainda que tenha iniciado o texto dessa forma, minha intenção aqui não é criticar o homem, mas valorizar e acolher a mulher, qualquer que seja o papel que ela desempenhe em sua jornada atual de vida.

Sou mãe, esposa, empreendedora, psicóloga, escritora, esposa, filha, irmã, amiga, mas quem não é a maioria dessas coisas? Ser psicóloga e ser mãe foram escolhas minhas, ponderadas com muito cuidado e pautados em sonhos de vida. Com a psicologia veio o empreendedorismo, afinal não dava para viver apenas de consultório e eu queria mais. Nunca fui dessas pessoas que fazem apenas uma coisa, sempre gostei de explorar minhas possibilidades, o que me levou a empreender à escrever.

Fonte: https://bit.ly/2rhSoN2

O que não havia pensado antes era o nível de dificuldade que incluía me dividir em todas essas versões de mim, pois comecei a acreditar que estava sempre falhando em alguma coisa e a não ficar tão feliz assim comigo mesmo ou com algumas das escolhas que fiz. Cheguei até mesmo a questionar se ser mãe agora foi a melhor escolha, meu filho hoje com três anos de idade é meu maior incentivador, mas também minha maior fonte de desespero e sensação de fracasso a cada “não posso ir”, a cada “mamãe precisa trabalhar”, a cada “mamãe está cansada”. Não é fácil, porque passo bastante tempo dentro de casa, algo que o empreendedorismo me permite. Imagine, então, para as mães que trabalham em regime CLT ou são concursadas e passam a maior parte do seu tempo longe de seus filhos?

Agora imagine todo esse cenário que descrevi e acrescente a ele, além da autocobrança de cada uma de nós em relação a nós mesmas, a cobrança da sociedade que lhe questiona como pode você estar trabalhando no dia da apresentação de esporte do seu filho, ou que não possa ir numa reunião escolar porque estava em uma importante reunião no seu trabalho. Isso sem mencionar o fato de que precisamos estar bem arrumadas, com o cabelo feito, as unhas pintadas, maquiagem escondendo os sinais do cansaço proveniente dos desdobramentos.

Fonte: https://bit.ly/2UN7yYz

Sim, ser mulher tem um “Q” a mais que envolve ainda todo um lado hormonal que nos faz surtar em algumas fases da vida, mas isso ninguém quer enxergar ou compreender. Somente uma mulher para entender outra mulher e ainda assim muitas vezes isso também não acontece, pois o julgamento se sobrepõe à empatia, não permitindo que que tenhamos uma postura acolhedora, mas, sim, majoritariamente crítica.

Sendo assim, proponho a você um exercício diário: sempre que visualizar uma situação com uma outra mulher, seja esta conhecida ou não, procure se colocar no lugar dela. Tente pensar em como ela se sente ao invés de julgar e piorar com comentários inúteis a culpa que provavelmente ela já está depositando sobre si mesma. Portanto, tenhamos mais empatia e que possamos compartilhar mais amor.

Fonte: https://bit.ly/2Ev50JL
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Sororidade é tema do Grupo de Estudos Feministas

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O debate é aberto ao público e ocorre no dia 08 de outubro, às 17h, na sala 203, no Ceulp.

Nesta segunda-feira, dia 08 de outubro de 2018, acontece o encontro do Grupo de Estudos Feministas com o tema “O que é sororidade?”, das 17h às 18h, na sala 203, no Ceulp/Ulbra. O debate é aberto ao público e será conduzido por Gabriela Strelhow, estudante do 8º ano do Colégio Ulbra e uma das mais jovens integrantes do grupo.

Para Gabriela Strelhow “sororidade uma palavra difícil e quase desconhecida, mas que carrega um grande significado. Desde pequenas somos ensinadas a competir umas contra as outras, quem tem o melhor corpo, o melhor homem, a melhor roupa, e pior somos ensinadas a brigar pelos homens. Nisso, sororidade é a irmandade entre as mulheres, ela defende que somos muito mais capazes juntas do que se odiando. Não vamos reproduzir o que aqueles caras do século passado faziam, não só por você, mas por todas nós”.

Saiba mais

O Grupo Acadêmico de Estudos Feministas, iniciativa do curso de Psicologia do Ceulp, com orientação da Profa. Me. Cristina Filipakis, procura situar a luta feminista e sua história nos mais diversos contextos objetivando discutir temas que perpassam de maneira transversal as perspectivas e vivências das histórias de diferentes mulheres.

 

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Grupo de Estudos Feministas promove ação solidária no Ceulp/Ulbra

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O Grupo Acadêmico de Estudos Feministas é um projeto de extensão ligado ao curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra, sob a coordenação da Profa. Me. Cristina D’Ornellas Filipakis e participação de várias acadêmicas do curso. O objetivo é discutir e ampliar a discussão sobre feminismo no âmbito acadêmico, tendo em vista que o tema ainda gera muitos mal-entendidos.

Apesar do lançamento recente, o grupo já promoveu sua primeira ação solidária na sexta-feira (27). Caixas decoradas contendo absorventes higiênicos foram depositadas nos banheiros femininos dos blocos 2, 3 e 4 do Ceulp/Ulbra, para o livre uso das acadêmicas. O objetivo é que as próprias usuárias reabasteçam e usufruam das caixas de acordo com suas necessidades.

Para a acadêmica Ingrid Sousa, que participou da confecção das caixas, realizar a ação foi revigorante: “Pra mim foi uma experiência totalmente nova e revigoradora. Me senti parte do grupo, e sempre muito apoiada. Me unir para produzir a caixa também me trouxe muitos momentos bons, me possibilitou conhecer melhor as meninas do grupo e me sentir apoiada de alguma  forma por todos. As caixinhas são  algo físico que mostra a união de todas nós”.

Os encontros do Grupo Acadêmico de Estudos Feministas ocorrem às segundas-feiras, 17h, na sala 203 do Ceulp/Ulbra. Mais informações podem ser obtidas através do telefone 3219-8068 com a profa. Me. Cristina Filipakis.

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