SAÚDE MENTAL NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

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A pauta de saúde mental entre os estudantes do ensino superior, apesar de discutida em muitos âmbitos, continua sendo negligenciada dentre os aspectos acadêmicos. Esta correlação entre adoecimento mental e cursos de níveis superiores desperta muitas pesquisas que demonstram que tais fenômenos são desencadeados por diversos fatores, tais como dificuldades de adaptação ao contexto universitário, distanciamento da família, uso precoce de álcool e drogas, maus hábitos alimentares, a relação professor-aluno e sentimento de desamparo diante do desconhecido foram as principais causas identificadas (Lambert e Moura, 2020).

De acordo com Lambert e Moura (2020, p. 70-89), “o adoecimento do estudante está relacionado a fatores endógenos e exógenos ao ambiente universitário e demandam atenção por parte das Instituições de Ensino Superior.” Podemos afirmar que existe tal atenção advinda das instituições?

Não é de hoje que existem movimentos que circundam os estudantes de níveis superiores em relação ao cuidado que se deve ter quanto à saúde mental, entretanto, podemos verificar se tais abordagens e instrumentos são eficazes em sua prática cotidiana. Para Santos (2019, p. 151), é necessária uma priorização de políticas públicas voltadas para este eixo, como também um fortalecimento de ações coletivas que visem o desenvolvimento da capacidade de interação, baseando-se no foco de promover saúde em vez de evitar o adoecimento.

Conforme Gaiotto (2021, p. 2), ressalta-se que problemas mentais iniciados no período universitário podem também afetar a vida profissional, o que reforça a importância e a necessidade da elaboração de estratégias de enfrentamento institucional, sendo o ambiente universitário considerado fecundo para a condução de ações promotoras de saúde mental.

Dessa forma, analisamos a importância do tema abordado, pois uma saúde mental enfraquecida no contexto acadêmico se relaciona também com a futura vida profissional desse aluno. Estratégias de prevenção e promoção à saúde devem fazer parte do regulamento das instituições. Tais melhorias desempenham um papel fundamental na sociedade, como profissionais mais capacitados no mercado de trabalho. “Reconhecer que o ambiente universitário pode ser, em parte, causador do sofrimento mental é etapa fundamental na transformação da universidade em um ambiente mais saudável” (Gaiotto, 2021, p. 12).

Podemos concluir, então, que a forma mais eficaz de tratar saúde mental nesse contexto vem a partir da promoção em saúde, reforçando contextos adequados aos alunos, instalações apropriadas, interações sociais saudáveis, entre outros. E as instituições têm o dever de promover tais melhorias, visando um contexto macro em saúde.

 

REFERÊNCIAS

GAIOTTO, Emiliana Maria Grando et al. Resposta a necessidades em saúde mental de estudantes universitários: uma revisão rápida. Revista de Saúde Pública, v. 55, p. 114, 2022.

LAMBERT, Aline dos Santos; MOURA, Regina Celi Alvarenga de. Fatores que podem influenciar no adoecimento físico e psíquico do estudante universitário: uma análise da produção científica brasileira. Revista Cocar, Belém, v. 14, n. 28, p. 70-89, 2020. Disponível em: https://periodicos.uepa.br/index.php/cocar/article/view/3107. Acesso em: 13 set. 2024.

SANTOS, Cristina Vianna Moreira dos. Sofrimento psíquico e risco de suicídio: diálogo sobre saúde mental na universidade. Revista do NUFEN, v. 11, n. 2, p. 149-160, 2019.

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