O luto em O Último Adeus

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‘Existe morte ao nosso redor. Em todos os lugares para onde olharmos. 1,8 pessoa se mata a cada segundo. Só não prestamos atenção. Até começarmos a notar’ (p.251)

O Último Adeus é um livro que embora a escritora tenha sido sensível na forma de falar sobre suicídio, não é tranquilo de se ler, porém sua leitura é clara e não cansativa. Cynthia Hand traz uma nova abordagem de como, quando e porque falarmos do tema, trazendo características de como superar o luto das pessoas que perdemos ao longo da vida.

Narrado por Alexis (Lex), que está no final do segundo grau e a espera das tão esperadas respostas sobre eventuais aceites, enviadas pelas faculdades, vivia razoavelmente bem, tendo problemas que hoje muitos jovens tendem como ‘’normal’’ que é o divórcio dos pais. Lex vivia um dia por vez. Amante da matemática, membro do clube de cálculo, ela infelizmente perdeu seu irmão mais novo Tyler (Ty) de 16 anos, saudável, jogador estrela do time de basquete e bastante popular na escola. Ele não conseguiu vencer a batalha com seus demônios internos, assim entrado no índice de pessoas que deram fim a própria vida.

Lex agora anda perdida, lidando com a perspectiva do luto, sentimento de culpa, raiva e principalmente cuidando da mãe que diz ter perdido a vontade de viver. Por escolha própria a menina se afasta dos amigos e do próprio namorado por não saber lidar com toda a ‘’pena’’ que sentiam por ela, porém todos eles não desistem e tentam ajudá-la o máximo que podem.

Fonte: https://bit.ly/2FESY0V

Embora o pai seja ausente, concorda em pagar terapia para a menina e toda a história se desenvolve com a ajuda de Dave, o terapeuta que tenta diversas vezes intervenções diferentes para que a garota passe pelo processo de cura e aceitação. A maneira em que os dois entram de acordo é a de Lex passar a escrever um diário sobre Ty tendo como enfoque principal as primeiras e as últimas coisas relacionadas a ele e as lembranças que se tem.

Lex acaba entrando em crise por perceber que lembrar-se dos momentos em que teve com o irmão não é tão fácil principalmente após a morte dele, onde ela acredita estar esquecendo-se de tudo que se pode relacionar a Ty e o medo de não lembrar mais dele lhe consome.

‘’As pessoas que amamos nunca se vão realmente.’’ (p. 343)

Em certo momento do livro Lex revela sentir como se houvesse um buraco dentro de seu peito que se abre de repente em momentos totalmente aleatórios durante seus dias e rapidamente se fecham, e as vezes ela sente o perfume do irmão e o vê pela casa, o que a faz pensar que está ficando louca e que se contar para Dave ele vai tentar medicá-la.

“Eu não estava prestando atenção. Estava ocupada demais sendo a protagonista do meu próprio filme, enquanto meu irmão estava em algum lugar lá fora aquela noite, no escuro, sofrendo. E 17 dias mais tarde, ele estava morto.” (p. 139)

O Último Adeus literalmente bate onde mais dói, fazendo com que o/a leitor/a tenha vontade de entrar no enredo para melhorar a vida de Lex, num movimento em que esta, perceba que apesar dos pesares não está só e nem que sua vida acabou ali. Neste contexto, a terapia vai ter um grande significado na vida dela, fazendo-a entender não o ‘’porque’’ do acontecido, e sim ‘’para que’’ aconteceu.

Fonte: https://bit.ly/2FESY0V

Título: O Último Adeus

Título Original: The Last Time We Say Goodbye

Autor: Cynthia Hand

Editora: Darkside

Páginas: 352

Ano de Publicação: 2016

Gênero: Drama

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Pipa: um olhar plus size

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No mundo de a ‘Turma da Tina’ Maurício de Sousa inverte os papeis impostos pela sociedade

Janaína foi criada em 1969 por Maurício de Sousa, pertencente ao mundo de ‘Turma da Tina’’; em 1970 chegou às bancas, onde seu tipo físico foge dos padrões da sociedade, tanto no quesito ‘corpo ideal’ como no quesito de ‘localização onde mora’, pois no começo toda a Turma era composta por adolescentes baianos e com o tempo foram transformados em paulistas, logo adquiriu o apelido de ‘Pipa’ por causa de sua tartaruga.

De acordo com a Revista MSP + 50, durante sua adolescência Pipa sentia vergonha de seu próprio corpo, onde ocasionalmente passou a sofrer bullying e a se sentir menosprezada, características marcantes de uma pessoa que enfrenta problemas de peso.

De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil (1999), a OMS (Organização Mundial de Saúde), classifica a obesidade uma doença de alto risco, crônica e reincidente, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. A obesidade tem adquirido proporções epidêmicas e vem crescendo significantemente. Mesmo que consiga emagrecer, a pessoa terá que passar o resto da vida cuidando da alimentação e de olho na balança. Não é fácil para um obeso tomar a decisão de perder peso. Logo a personagem vive tentando fazer dietas, porém não resiste aos alimentos considerados não saudáveis. Kahtalian (1992) considera que o ato de comer, para os obesos, é tido como tranquilizador, como uma forma de localizar a ansiedade e a angústia no corpo, sendo apresentadas também dificuldades de lidar com a frustração e com os limites.

Fonte: https://bit.ly/2Wvyv3Z

Campos (1993) identificou as seguintes características psicológicas em adultos obesos por hiperfagia: passividade e submissão, preocupação excessiva com comida, ingestão compulsiva de alimentos e drogas, dependência e infantilização, primitivismo, não aceitação do esquema corporal, temor de não ser aceito ou amado, indicadores de dificuldades de adaptação social, bloqueio da agressividade, dificuldade para absorver frustração, desamparo, insegurança, intolerância e culpa.

Porém a personagem em alguns quadrinhos demonstra que aceita sua condição de peso e que se aceita como ela realmente é, mostrando assim para os leitores que não se tem corpo perfeito, e sim que se pode viver feliz como você realmente é.

No mundo de a ‘Turma da Tina’ Maurício de Sousa inverte os papeis impostos pela sociedade, pois a personagem Tina que é alta, magra e resolvida nunca encontra alguém para se relacionar amorosamente e que a fizesse bem de fato, enquanto Pipa em suas condições namora Zecão que a aceita do jeito que é. Mostrando mais uma vez que se pode emagrecer se quiser ou não, mas no mundo de Maurício o seu jeito de ser, pensar e agir te garante um final feliz.

Fonte: https://bit.ly/2TroDX6

REFERÊNCIAS:

RIBEIRO, Antônio Luiz. Disponível em: <http://www.guiadosquadrinhos.com/personagem/pipa/1344>. Acesso em: 01 de jan. 2019.

SOUSA, Maurício de. Disponível em: <http://turmadamonica.uol.com.br/personagem/pipa/>. Acesso em: 01 de jan. 2019.

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Hoje sou Alice: a toca do coelho é bem mais profunda

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“Em ‘Hoje eu sou Alice’ a autora relata a extraordinária jornada de uma mulher com transtorno dissociativo de personalidade, que precisou lutar contra a anorexia, o álcool, mas, mais do que tudo, contra nove personalidades alternativas que emergiram após ficarem adormecidas diante de uma infância pertubadoramente cruel. Sem controle, Alice entregou-se a elas – e sua vida passou a ser um caleidoscópio de acontecimentos e revelações. Emocionante e incrivelmente inspirador, este é o relato cativante sobre uma doença rara e sobre a história de uma mulher que decidiu lutar contra a realidade e a imaginação.” – Larousse do Brasil

Alice Jamieson decide contar todo seu trajeto de vida através dessa autobiografia por nome de ‘’Hoje sou Alice’’, nela ela conta os abusos sofridos tanto físicos quanto psicológicos desde quando tinha seis meses de idade até sua adolescência, cometidos por diversas pessoas: homens, mulheres e até um círculo de pedófilos em que seu pai estava inserido, porém a maioria dos abusos era cometido pelo seu pai. Desencadeando uma série de traumas, ela teve anorexia, desenvolveu TOC e o mais descrito e perceptível durante todo o livro é o desenvolvimento de um distúrbio de múltiplas personalidades (sendo pelo menos nove).

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Fonte: encurtador.com.br/cJMRY

“(…) Ao longo de toda a minha infância, sofri abuso sexual, físico e emocional, e não contei a ninguém. Este livro descreve como na infância desenvolvi mecanismos para lidar com o abuso e como agora, adulta, tenho lutado para levar uma vida normal em meio a períodos de psicose, crises nervosas, vício em drogas e automutilação. Não me desculparei pela linguagem chocante em alguns trechos e pelas verdades indigestas que precisam ser contadas. O abuso infantil é algo inimaginável para os que não foram vítimas dele, ao passo que é o inferno para os que sofrem diariamente com o sentimento da vergonha e à noite são tomados pelo medo de que a porta seja aberta e que o homem – quase sempre é um homem – entre em seu quarto. Na maioria das vezes, o abuso se dá em casa e geralmente envolve parentes próximos – pais, irmãos etc.” – página 13

A autora enriquece o livro de detalhes, dando aquele ‘’soco no estômago’’ de todos os leitores, relatando não só os abusos, mas todas as consequências suportadas durante sua vida adulta, assim marcada por transtornos psicológicos. No decorrer de todo seu crescimento Alice retomava as dolorosas lembranças por pesadelos ou até mesmo flashbacks.

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Fonte: encurtador.com.br/bdhA7

“Eu estava sempre visualizando a imagem de um homem entrando no meu quarto e tirando as minhas roupas no meio da noite, percorrendo meu corpo com suas mãos, afastando meus braços, me tocando em lugares que não deveria. De manhã, enquanto minha visão ainda se adaptava à luz, eu tinha visões fragmentadas, malformadas, que eram tão repugnantes que me faziam correr para o chuveiro a fim de queimá-las debaixo da água quente e eliminá-las do meu cérebro’’. – página 30

Toda a criação das personalidades desenvolveu-se durante sua infância, criadas assim para ser uma válvula de defesa e sobrevivência. Das personalidades que mais perturbavam a escritora eram: JJ, um menino de 10 anos que gostava de brincar com uma arma de plástico e cometer pequenos furtos; Kato, um adolescente suicida e violento, que quando controlava Alice fazia a mesma acordar em hospitais com os braços enfaixados e Shirley, uma menina de 14 anos que gosta de ficar bêbada e cozinhar.

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Fonte: encurtador.com.br/cJMRY

‘’No todo, já tive cerca de cem overdoses e precisei de quinhentos pontos nos braços: chamamos essas marcas de cicatrizes de batalhas. Sobrevivi a essas batalhas, o que uma pessoa religiosa provavelmente chamaria de milagre.’’ – página 283

Tirando o fato de o livro contar uma vida destruída e triste, a autora sempre dá detalhes de como ver e perceber que uma criança está sofrendo ou sofreu abuso, falar sobre a temática dói, porém nos prepara melhor para prevenir que novos casos ocorram, destacando a leitura como muito importante.

A linguagem do texto é clara e tranquila de se ler, fazendo com que os leitores se sintam dentro da história, colocando-se no lugar da autora e percebendo a inocência da mesma. O livro é um relato cruel, causa desconforto e nos faz interromper a leitura diversas vezes.

FICHA TÉCNICA DO LIVRO

Titulo: Hoje eu sou AliceNove Personalidades, Uma Mente Torturada.
Autora: Alice Jamieson
Ano: 2010
Páginas: 336
Editora: Larousse do Brasil

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Como é ser você?

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De ser eu, eu entendo.

Sei qual shampoo cai melhor ao meu tipo de cabelo, qual minha comida favorita e quanto calço. Sei como é me olhar ao espelho logo após de acordar, olhar meu cabelo bagunçado e saber que meu rosto está inchado, sei como me sinto quando fico nervosa por ter que lidar com a morte, ou não sei, porque é tudo tão inesperado que nem passa pela minha cabeça o fato ocorrer.

Sei que sinto falta dos meus amigos de infância, de brincar descalça na rua e depois reclamar que queimei meus pés no sol quente, sei que coloco sempre minha família em primeiro lugar sem pensar duas vezes. Sei que meu falho gosto musical vai depender de como eu esteja me sentindo naquele dia, que choro de saudade das pessoas que infelizmente perdi de formas trágicas.

Fonte: encurtador.com.br/cAJOS

Sei que morro de amores por filhotes de cachorros e que me sinto mal por ter tanta comida em casa e acabar estruindo sabendo que tanta gente no mundo passa fome. Sei como sou bruta com algumas pessoas, a forma que eu as trato nem sempre é a mais dócil, me desculpem por isso. Sei o quanto de dor posso aguentar e tenho consciência de que uma hora transbordamos, e a melhor forma de se transbordar é pelos olhos.

Sei o quão de saudade sinto em ver minha mãe presente em minha vida, me aconselhando, puxando minha orelha e até mesmo conversando sobre amores platônicos, mas sei também que ela é presente da forma que pode.  Sei que a presença de bons amigos principalmente na faculdade é importante, relembrando bons amigos!

Sei é ser irmã mais velha e ter que pensar duas vezes em realizar algum ato pelo fato de provavelmente o mesmo ser repetido. Sei o que passei, o quão foi difícil chegar aqui. Sei do gosto de viajar pela primeira vez sozinha sentir o frio no pé da barriga ao andar a primeira vez de avião. Sei que embora o caminho seja longo, a vista é maravilhosa.

Fonte: encurtador.com.br/dBJQY

Sei que viver é sobreviver, e tenho consciência do quão é difícil, mas que no final das contas é maravilhoso e gratificante olhar para trás e ver que você evoluiu.

Não faço a mínima ideia de quem sou e muito menos para onde quero ir.

E quem você é?

Como é ser você?

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Os comportamentos de risco na adolescência: Aos Treze

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Aos Treze (2003) dirigido por Catherine Hardwicke conta a história de uma típica adolescente de treze anos de idade, Tracy (Evan Rachel Wood) é como qualquer outra garota tem suas atividades escolares, boa aluna de notas altas, monstra uma facilidade em escrever poemas e tem seu círculo de amizades condizentes com seus gostos e sua personalidade.

Ao entrar no colegial se encontra em posição de fraqueza ao ver que não se identifica com o grupo mais popular da escola liderado pela menina Evie (Nikki Reed) que é desejada por todos os meninos e centro das atenções de todos. Tracy então acaba passando por uma ‘’crise de identidade’’ em que não se vê mais uma garota e já se vê como mulher querendo ter atitudes como tal, o que não condiz com sua idade querendo levar a vida da garota mais popular da escola.

O processo da adolescência não depende de forma isolada ao próprio adolescente, ou seja, a constelação familiar é a primeira expressão da sociedade que influiu e determina parte da conduta dos adolescentes (ABERASTURY e KNOBEL, 1970).

Fonte: https://bit.ly/2OpNBaC

Tracy leva uma vida de classe média, sustentada apenas pela mãe que tem um salão de beleza em casa para que consiga sustentar a adolescente e seu irmão mais velho Mason (Brady Corbet), o pai da menina é ausente o que ocasiona a liberdade excessiva na vida de Tracy. Sua mãe leva um relacionamento com um ex-dependente químico o que acaba piorando a relação das duas fazendo com que Tracy pense que sua atenção será reduzida e a menina ‘’perderia’’ sua mãe assim como perdeu seu pai.

Observa-se claramente em que o grupo das garotas populares influencia Tracy a experimentar o que chamamos de comportamentos de risco como: drogas, álcool e as relações sexuais desprotegidas, como justificam Lacerda e Lacerda, “O grupo exerce pressão muito forte, porque o adolescente se identifica com ele e com a maioria dos seus membros” (1998, p. 49).

Vários são os fatores que poderão levar o adolescente a usar drogas: genericamente podemos considerar os aspectos (1) sociais, incluindo neste grupo a sociedade e a cultura, a família e o grupo de amigos e colegas e (2) individuais (aspectos inatos e adquiridos, particularmente as vivências infantis) (2003, p. 41). No filme vemos que Tracy já é influenciada dentro de sua própria casa tendo em vista que a mãe e o irmão fumam e o parceiro de sua mãe era viciado em drogas que tinha acabado de voltar da reabilitação.

Fonte: https://bit.ly/2OpNBaC

Tracy é uma garota exageradamente ansiosa o que a leva a automutilação, mais um comportamento de risco que infelizmente em nossa sociedade vem aumentando. Porém quando sua mãe entendeu o que realmente sua filha passava, ofereceu o suporte que realmente precisava e a amparou incondicionalmente.

O filme nos mostra as condutas normalmente realizadas pelos adolescentes, tornando a fase de reconhecer quem se é, ou seja, a busca pela identidade muito mais difícil. As palavras de Aberastury e Knobel se fazem necessárias, pois “A criança entra na adolescência com dificuldades, conflitos e incertezas que se magnificam neste momento vital, para sair em seguida à maturidade estabilizada com determinado caráter e personalidade adultos” (1970, p.30).

A obra cinematográfica leva-nos a uma profunda reflexão sobre esta fase da vida onde se evidenciam muitos enfretamentos sobre a existência pessoal, e ser aceito a qualquer custo por determinados em que estamos inseridos socialmente que nem sempre representam segurança, bem como um desejo de “saber os porquês” de nossas vidas e que no final das contas, o afeto estabelecido com a família é fundamental para que as novas experiências sejam vividas com superação, mesmo depois das dificuldades.

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Fonte: https://gph.is/2QXydPN

Referências Bibliográficas:

ABERASTURY e KNOBEL; Arminda e Maurício. Adolescência normal: um enfoque psicanalítico. Porto Alegre: Artmed, 1970.  

LACERDA e LACERDA; Catarina Augusta de Oliveira Passin de e Milton Paulo de. Adolescência: problema, mito ou desafio?. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 1998. 

 FICHA TÉCNICA DO FILME:

THIRTEEN 

Diretor: Catherine Hardwicke e escrito por Hardwicke e Nikki Reed 

País: EUA 

Ano: 2003 

Classificação: 16

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Manipulação psicológica: Alienação Parental

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‘’Até que a morte nos separe’’, hoje vem sida cada vez mais abolida dos casamentos, onde o aumento de separações tem crescido gradativamente em nosso país. Fator sociocultural vem influenciando essa atitude, que infelizmente vem afetando as estruturas familiares. O divorcio dos pais acabam gerando efeitos de culpa, desamparo e abandono tanto em crianças como em adolescentes.

Pelo fato de ocorrer muitas mudanças na estrutura e na rotina familiar, o divorcio acaba-se tornando um evento estressante para todos os presentes do momento, não só para o casal. Pelo fato de sermos biopsicossociais diversos fatores devem ser estudados em um adolescente que passa por essa situação, que é presenciar o divorcio dos pais.

Os temperamentos dos adolescentes que passam por situações assim acabam sofrendo uma alteração como: começar a conviver com comportamentos de risco, uso de drogas, álcool e podendo até ter seu rendimento escolar afetado.

Fonte: encurtador.com.br/jGRTU

De acordo com um estudo comparativo de Dunlop et al. (2001, a autoestima do adolescente está associada a um alto cuidado parental, sem que isso signifique um controle excessivo por parte dos pais, visto que aquele necessita também de autonomia e individuação. Filhos de casais que tiveram um rompimento com complicações normalmente tem um sentimento de revolta, seja pela ausência do pai ou pela ausência da mãe.

Um dos maiores problemas de ajustamento do adolescente á separação é o alienação parental, onde uns dos cônjuges motivados por rancores e mágoas acabam utilizando o próprio filho como instrumento de vingança seja consciente ou inconsciente, o que acaba influenciando a ‘’escolha’’ de um dos pais. Hoje esse tipo de atitude já é considerado crime.

A separação nem sempre é má aceita por parte dos filhos, muita já tem consciência de que a relação dos pais não estava estável como antes. Por ser uma situação delicada, não se pode falar que todos terão a mesma reação, alguns podem ser mais próximos dos pais, já outros não. Varia muito do contexto familiar. É necessário apoio, limites e cuidados, ou seja, se preza pela natureza das relações entre pais e filhos e pós-separação se preze a continuidade desses laços.

Fonte: encurtador.com.br/ajrG2
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A passagem do eu: o medo de crescer

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Todo adolescente gosta de acreditar que a vida pós ensino fundamental, chegada no ensino médio e conectando á entrada da faculdade será igual a de filmes americanos. Bom, eu também adorava fantasiar com armários, participar do time de líder de torcida, contribuir para o jornal da escola ou até mesmo conhecer o primeiro amor. Acontece que o país em que vivemos não nos proporciona tais experiências tão parecidas com as dos filmes.

Falar de ‘’tudo’’ o que se passa na escola é uma experiência que te faz pensar tanto em como você era, nos amigos que continuaram com você, os professores que mais contribuíram na sua caminhada e principalmente nas lembranças que ficaram e que por um bom tempo não serão esquecidas. Mudei de escola na metade do ano de 2011, o que é assustador porque você vira o centro das atenções sejam elas boas ou ruins.

O problema maior não é nem a adaptação com as novas regras ou os novos professores, e sim na questão de amizades, pensem comigo você convive com certo grupo há muito tempo e de repente você tem que analisar observar e esperar ser aceito. O que até hoje me embrulha o estômago… Tenho medo de não ser aceita, e depois não ter ninguém para socializar. Mas da mesma maneira que tenho medo em não ter amigos, acabo não tendo vergonha de procurar os mesmos, eu poderia dizer que foi difícil conseguir me encaixar em grupo, mas felizmente não foi o pessoal era muito unido na época, o que facilitou muito.

Fonte: encurtador.com.br/msyO6

Continuei com a mesma turma até o primeiro ano do ensino médio, o que poderíamos dizer que vai ser a parte mais trágica desse relato, bom pelo falo de ser ‘’sem vergonha’’ demais, acabei me desleixando nos estudos com as matérias que não tinha afinidade, reneguei muitos professores que eram muito bons e competentes e acabei me aproximando de outros que felizmente continuam contribuindo na minha caminhada hoje. Acabou que, as provas finais chegaram, as notas vermelhas vieram e logo em seguida a recuperação acabou que fiquei devendo notas em muitas matérias, acabei reprovando… O que hoje eu entendo que foi uma das maiores maravilha que me aconteceu, vão por mim… Uma pena na época não ter entendido.

A reação da minha família não foi nada agradável, o que claro é ‘’normal’’, estudava em escola particular, não tirava da cabeça que determinada quantia de dinheiro teria sido ‘’jogada no lixo’’ pelo fato de eu ter tido preguiça de estudar, cem por cento culpa minha. O que nisso acabou deixando a viagem de final de ano em um clima muito pesado e chato de se lidar.

Revivi todo aquele processo de criar novos laços mais uma vez, porque encontrar meus amigos da antiga sala no recreio é uma coisa, ter um grupo X para fazer trabalho é uma coisa totalmente diferente. Continuei com a facilidade de fazer amigos, algumas amigas também na época repetiram o ano, o que tornou a experiência menos dolorosa… Analisei a turma inteira durante um mês, dai soube quem seriam as minhas ‘’panelinhas’’, entre os dois primeiros anos e o segundo ano não teve muita diferença e nem detalhes significativos para ser relatado aqui.

Fonte: encurtador.com.br/qLSZ7

Era 2017, último ano escolar, dessa vez tinha que dar tudo certo. Chega aquele momento de fazer as camisetas e colocar o curso desejado na costa, eu já tinha certeza do que queria, fazia questão de falar para todos que queria ser psicóloga, mas como a maioria dos vestibulandos outros cursos passaram pela minha cabeça: relações internacionais e moda, mas nesses eu não me via futuramente, não tinha imagens na cabeça nessas áreas de atuação já com psicologia sim, as vezes eu me pegava olhando modelo de vestidos para a formatura…

As melhores experiências com certeza em que vivi foi no ano de 2017, o destino me proporcionou conhecer pessoas maravilhosas onde eu pude absorver um pouco de cada pessoa, o que acabou contribuindo para a minha personalidade. Amizades que jurei que para sempre seriam eternas acabaram perdendo a essência.

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Fonte: encurtador.com.br/dEF37

Depois disso os vestibulares vieram e consequentemente aprovações vieram juntas, escolhi em que faculdade ficar, e estou me descobrindo cada dia mais no curso em que infelizmente nesse ano perdi uma pessoa que me motivou e me incentivou a entrar, mas o fato de essa pessoa hoje não estar mais aqui, é o que me da mais força de vontade para continuar. Não me arrependo de ter escolhido o curso de psicologia e todos que me falam que tem vontade de fazer ou que me perguntam como é tenho o maior prazer de explicar as experiências que tive até agora.

Sou muito de acreditar em destino, tudo o que passamos na vida é porque existe um propósito, então não me envergonho de falar que repeti um ano na escola, o que me fortaleceu bastante como pessoa e me moldou muito, passei de ‘’a problemática da turma’’ para a ‘’que lida melhor em questões de liderança’’, então ponderando os prós e os contras, foi uma experiência necessária.

Não tenham medo de errar, não tenham medo de se expressar, muito menos tenham medo de tomar decisões, vão por mim a vida hora ou outra vai cobrar esses preceitos de vocês. Porém não exijam tanto de vocês, não se sobrecarreguem simplesmente viva um dia de cada vez.

Fonte: encurtador.com.br/inuCS

 

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Relato de experiência: homossexualidade ainda não é tema superado

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Recentemente o egresso do Ceulp/Ulbra e psicólogo Ulisses Franklin Carvalho da Cunha abordou o tema “A experiência materna diante da relação homossexual masculina: um estudo de caso”. A apresentação ocorreu durante uma edição do Psicologia em Debate.

Por ser um tema considerado tabu, é pouco discutido nas escolas, comunidade e principalmente nas famílias, onde nunca estamos preparados para receber esse tipo de notícia; justamente por não sabermos como reagir, o egresso compara a compreensão da notícia como as fases do luto descrita pela psiquiatra Elizabeth Kubler Ross.

De acordo com o Dicionário Aurélio, homossexual caracteriza-se como: ‘’Que ou quem sente atração sexual por pessoas do mesmo sexo ou tem relações sexuais ou afetivas com pessoas do mesmo sexo’’. Tendo o direito de ter um relacionamento saudável como qualquer outra pessoa, sem se limitar por optar em ter outra preferência afetiva. Uma das maiores dificuldades que uma pessoa que pertença ao grupo dos LGBT’S possa experimentar é chegar ao momento da revelação para seus amigos e sua família que por ser um grande tabu acaba tornando a jornada maior e mais complicada, pois quando uma pessoa que se encontra nessa situação toma a iniciativa de dar o passo inicial seu interior fica conturbado; é na compreensão dos parentes que se busca alento.

Fonte: goo.gl/f6J1KD

Outro ponto importante abordado foi o índice de violência contra o público LGBT, que de acordo com o Jornal GLOBO “a cada 19 horas um LGBT é assassinado ou se suicida vítima da LGBTfobia”.

O egresso comparou a experiência da mãe entrevistada em seu Trabalho de Conclusão de Curso com as fases do luto explicadas por Elizabeth Kubler Ross, que seriam: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Podendo ou não a entrevistada ter passado necessariamente por todas essas fases muito menos ter seguido sua ordem.

Seu objetivo de estudo foi conhecer e compreender como funcionava a subjetividade da mãe naquele determinado momento, tanto emocional, social e principalmente em relação à sua saúde mental. No decorrer do debate, pudemos nos aprofundar mais no assunto com relatos de vida de alguns participantes presentes que mostraram que alguns pais podem ou não aceitar a orientação sexual do filho, deixando claro que devemos tratar da situação de uma maneira menos tensa, sabendo respeitar tanto o lado da mãe como do filho, que também sofrerá com a circunstância.

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