Habilidades sociais na infância: relato de experiência clínica

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É de extrema importância as habilidades sociais na vida das crianças, uma vez que elas vão precisar do treino para assertividade, sabe estabelecer bons relacionamentos e ter bom desenvolvimento dentro da sociedade, com os bons costumes que são esperados deles no relacionamento com os pais, familiares, professores e colegas, com quem convivem diariamente.

Foram feitos 9 encontros com o grupo. Estes encontros eram semanais, aos sábados pela manhã, com duração de uma hora e meia cada encontro. O grupo era composto por duas crianças entre nove e onze anos de idade e duas estagiárias de psicologia. Durante todo o grupo pudemos acompanhar o desenvolvimento de dois pacientes, ambos sempre participativos, mesmo diante das dificuldades encontradas para realizar as atividades, porém sempre se mostraram dispostos e interessados no processo. Enquanto acadêmicas foi muito importante essa experiência, visto que para a carreira profissional lidar com demandas que visam este crescimento pessoal e social dos indivíduos, também exige de nós novas habilidades de enfrentamento, criatividade dentro dos processos e interesse em aprender junto com eles.

O formato em que a disciplina foi ministrada foi muito eficiente visto que se teve oportunidade de aprender dentro do seu processo, que você estava conduzindo com seus clientes, bem como aprender na troca de ideias com os demais grupos no momento da supervisão com a professora. Foi possível discutir questões que poderiam aparecer durante os encontros, que ainda não haviam aparecido, bem como se preparar para situações que pudessem ocorrer.

Fonte: encurtador.com.br/klqC6

No 1º encontro fizemos uma coleta de dados e queixas, bem como a apresentação da proposta grupal para os pais. Foi proposto pela supervisora de estágio, Prof.ª Ana Beatriz, que marcássemos um horário com os responsáveis, apresentando a proposta grupal, coletando os dados e verificando se a queixa inicial permanece a mesma ou se fora alterada. Também se faz necessária a assinatura do termo de ciência referente as faltas que é de prática do serviço escola.

No 2º encontro trabalhamos o tema autocontrole e expressividade emocional. A proposta do encontro é trabalhar as emoções, sabendo reconhecer as suas e identificar a dos outros, bem como aprender a expressar as suas emoções, falar sobre elas. O objetivo era que eles soubessem identificar seus sentimentos, saber lidar com eles, controlar seu próprio humor e tolerar frustrações. Trabalhar com eles a caixinha dos sentimentos com a história da mitologia grega da “caixa de pandora”, também pedimos para eles colorirem o sentimento com a dinâmica “os sentimentos têm cores” e depois tentar identificar os sentimentos das respectivas figuras na dinâmica “eu tenho sentimentos”. Ambas as dinâmicas foram propostas por Prette (2013).

No 3º encontro falamos sobre habilidades de civilidade, entendida como expressão comportamental aceitas ou valorizadas em uma determinada subcultura, com objetivo de trabalhar as boas maneiras, compreender a necessidade de conviver com as pessoas, demonstrar criatividade, seguir regras, falar de si e ouvir o próximo. Já no 4º encontro foi tratado sobre a empatia como ferramenta contra o comportamento violento, vem de encontro com o tema da primeira sessão, porém a proposta é que agora criem-se repertórios de se colocar no lugar do outro, compreendendo e sentindo o que o outro sente. É esperado que ao final da sessão as crianças tenham trabalhado habilidades que permitam: observar, prestar atenção e ouvir o outro, demonstrar interesse e preocupação pelo outro, reconhecer sentimentos, compreender situações, demonstrar respeito às diferenças, expressar compreensão pelo sentimento e experiência do outro, oferecer ajuda e compartilhar.

Fonte: encurtador.com.br/mnU46

No 5º encontro a temática foi assertividade, pois trabalha a noção de igualdade de direitos e deveres, com objetivo de refletir a importância da sinceridade, elogiar, incentivar, compreender o significado das palavras (sim e não). No 6º encontro discutimos sobre soluções de problemas interpessoais com intuito de trabalhar habilidades sociais como de autocontrole, expressividade emocional, empatia, assertividade, relatando a importância de acalmar se diante de uma situação problema, pensar antes de tomar decisões, avaliar possíveis alternativas de soluções de problemas.

No 7º encontro os intrudimos sobre fazer amizades ao trabalhar habilidades específicas para realização de como se fazer amizades, relatar a importância da convivência com os outros, as funções das amizades, a importância de refletir sobre o sentimento gostar. No 8º e penúltimo encontro trabalhamos habilidades sociais acadêmicas. Este encontro tem como proposta trabalhar as principais classes de habilidades acadêmicas como seguir regras, prestar atenção, imitar comportamento socialmente competentes, autocontrole, orientação para a tarefa, elaborar e responder perguntas, oferecer e solicitar ajuda, busca por aprovação de desempenho, reconhecer e elogiar desempenho dos outros, cooperação, atendimento de pedidos e participação das discussões em classe.

No 9º e último encontro demos as devolutivas. Este foi o dia em que se finaliza os encontros, o encerramento será realizado com a reunião de todos os participantes, os estagiários relataram a devolutiva com os pais, realizam encaminhamentos de atendimentos se caso necessário, ou realizam o desligamento do mesmo. Com delicioso café da manhã, as crianças recebem medalhas, que serão representadas pelo seu ótimo desenvolvimento no grupo, superando suas dificuldades e aprendendo suas novas habilidades sociais.

Fonte: encurtador.com.br/bnqvL

Desenvolver as habilidades sociais na infância é poder construir relações mais efetivas, fazendo uma melhor interação com os demais. De acordo com Prette (2013) vivemos numa sociedade que se modifica rapidamente e assim devemos responder com novas práticas de habilidades e novos aprendizados, para poder lidar melhor com essa realidade, sendo mais positivo desenvolver na infância.

De acordo com Freitas (2006, p.251) “além de que outros estudos indicam que o desenvolvimento de habilidades sociais na infância pode se constituir em um fator de proteção contra a ocorrência de dificuldades de aprendizagem e comportamentos antissociais”. Contudo o fator de proteção para suas dificuldades tanto de comportamentos como aprendizado, desenvolve qualidade de vida para o sujeito desde infância.

Prette (2013) também relata em seu texto que não temos dados suficientes sobre o número de casos com as crianças brasileiras, porém elas estão relativamente presentes nos relatos das queixas dos pais em serviços públicos de atendimento. Portanto é justo ressaltar a preocupação de vários profissionais perante essa incidência, tanto psicólogos, educadores, psiquiatras, e outros profissionais.

A utilização do grupo tem como estratégia a metodologia de pesquisa sempre fazendo parte de uma investigação ativa, podendo ter diversos objetivos, como o estudo do processo grupal, das transformações ocorridas nos vínculos do grupo ou na construção do conhecimento do grupo sobre determinado tema. Há autores como Moliterno et al. (2012) que consideram que a atuação do psicólogo em grupos terapêuticos é de fundamental importância, visto que essa possibilita a elaboração psicossocial de seus participantes, fortalece sua autoestima, cria vínculos afetivos, diminui a resistência das relações interpessoais, possibilitando ainda a expressividade dos mesmos.

Fonte: encurtador.com.br/ktBIJ

De acordo com o convívio do grupo e as interações dos membros, acreditamos fielmente que o vínculo estabelecido será de um valor essencial para todos integrantes. Pichon nos deixa claro que o vínculo na relação dialética alimentam mutuamente tanto o sujeito como o objeto conhecendo que a medida que se ensina se aprende, não nos deixando dúvidas do ganho imensurável para ambas as partes envolvidas nesse processo grupal.

Para as configurações do setting se destacam o grupo homogêneo, que segundo Zimmerman & Osório (1997) grupos homogêneos são grupos que têm a mesma categoria, seja ela de idade, sexo, grau cultural, categoria de patologia, entre outros aspectos. Grupo fechado, pois o grupo fechado, após composto não entra mais ninguém. (ZIMMERMAN & OSÓRIO, 1997).

Acreditamos que o crescimento grupal é progressivo e acumulativo, ter pessoas entrando e saindo do processo dificulta que ele tenha um prosseguimento e que siga o planejamento, tendo em vista que todos tenham as mesmas experiências no processo e andem nivelados no decorrer das atividades, também devido à importância de estabelecimento do vínculo que Pichón Riviere define como “uma estrutura complexa que inclui um sujeito, um objeto, e sua mútua inter relação com processos de comunicação e aprendizagem” (BAREMBLITT, 1986)

O término do grupo é fechado, o grupo começa e termina junto. “Ao resolver as ansiedade básicas, ao alcançar a aprendizagem de comunicação e decisão etc, diz-se que atingiu a “cura” ou seja, tarefa concluída.” (BAREMBLITT, 1986).

Fonte: encurtador.com.br/qtuAO

A ênfase que os pais atribuem a esse processo tem papel fundamental, o pai que antes era o herói nesse momento passa a ser visualizado de forma diferente, deixando de ser idealizado como uma figura sanadora de angústias e problemas. De acordo com (BEE, 1997) os pais são responsáveis pela imagem que o filho constitui sobre si próprios, os padrões que os pais possuem de autoimagem são fortes influenciadores, assim como também as cobranças das atividades realizadas pelo indivíduo, se recebem ênfase ou não ao responderem com bons resultados.

Todos esses aspectos formam a percepção de autoimagem. O sentimento de estima, de admiração dos genitores constitui o processo de autoimagem positiva, construindo assim o processo de autoestima. O não ser visto, ser reprovado, desvalorizado impede que esse processo seja fomentado no ambiente familiar.

Ainda de acordo com (BEE, 1997) processos que envolvem a autonomia como as atividades desempenhadas nos ambientes sociais  também são formadores de autoestima. O sucesso ou fracasso promove o processo de autopercepção podendo ela ser distorcida pelo meio social como exemplo o bullying que acontece frequentemente nas escolas. Para (Bee, 1997) o juízo de valor empregado por outras pessoas é um forte determinante no que se refere à estima, o que o outro pensa faz uma significativa diferença para eles. Partindo de tais configurações serão elaboradas propostas para ser trabalho temáticas referentes à autopercepção.

Fonte: encurtador.com.br/dqzRW

REFERÊNCIAS

BAREMBLITT, Gregorio. GRUPOS TEORIA E TÉCNICA. 5. ed. Rio de Janeiro: Graal Editora, 1986. 224 p.

Bee. Helen O ciclo vital / Helen Bee, brad. Regina Cortez. – Porto Alegre: Artmed. 1997.

Del Prette Z. A. P. & Del Prette, A. (2005). Psicologia das habilidades sociais na infância: Teoria e prática. Petrópolis: Vozes 6 ed.- Petrópolis, Rj: Vozes, 2013.

Freitas, Lucas Cordeiro. Resenha: Psicologia das Habilidades Sociais na Infância: Teoria e Prática. Psicologia: Teoria e Pesquisa Mai-Ago 2006, Vol. 22 n. 2, pp. 251-252

ZIMERMAN, David E.; OSORIO, Luiz Carlos. Como Trabalhamos com Grupos. Porto Alegre: Artmed, 1997. 424 p.

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Quais as possíveis diferenças entre estresse e ansiedade?

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O estresse é, segundo Monteiro, um mal-estar gerado pela frustração e geralmente está ligado a sobrecarga de trabalho.

Ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, a ansiedade é uma emoção normal e o nosso organismo necessita dela. Ela tem como função a proteção do nosso organismo diante das situações, é diretamente relacionada com a reação de luta-e-fuga. (BUENO et al,2008)

Ela é retratada diversas vezes como reações de medo e de pânico (SILVA, 2014), porém, como ilustrado no texto de Bueno et al (2008), o sistema nervoso autônomo é quem gerencia as reações da ansiedade:

Fonte: Bueno et al,2008.

Ou seja, ela pode sim chegar a ataques de pânico e reações como o medo, mas tudo isso é gerenciado pelo sistema nervoso autônomo simpático e, o mais importante, regulado pelo sistema nervoso autônomo parassimpático.

O estresse é, segundo Monteiro (2015), um mal-estar gerado pela frustração e geralmente está ligado a sobrecarga de trabalho. “Em um estudo britânico sobre o stress e mortalidade, os pesquisadores descobriram que o stress pode levar a um maior risco de morte por doenças cardiovasculares, câncer, ataque cardíaco e acidente vascular cerebral’. (FLETCHER, 2016)

Têm reações biológicas, comportamentais e psicológicas diante de estressores do ambiente (internos ou externos), podendo desencadear diversos problemas de saúde. É dividido em 4 fases sendo elas: 1- reação de alerta, 2-resistencia, 3-quase exaustão e 4- esgotamento (BUENO et al 2008). Como tudo em nossa vida, o estresse em excesso faz mal ao corpo e pode apresentar as seguintes reações:

Diante do exposto concluímos que o estresse e a ansiedade se diferem em causa, reações e forma de ocorrência no organismo, porém ambos devem ser assistidos por profissionais capacitados para atenderem estas demandas e também devem ser tratados, pois em excesso, podem causar risco de vida e trazer malefícios a saúde do individuo e comprometer suas relações sociais e de trabalho.

Referências

BUENO, Gina Nolêto et al. Tempos modernos versus ansiedade: aprenda a controlar sua ansiedade. 2008. Pg. 341. Disponível em:< https://www.passeidireto.com/arquivo/2782805/21—silva-w-c-m-p-org-2008-sobre-comportamento-e-cognicao-vol-21 >. Acesso em: 04 mar. 2017.

MONTEIRO, LUCIMARI. SINTOMAS DE ANSIEDADE E DE ESTRESSE EXISTEM DIFERENÇA? 2015.     Disponível      em:      <http://ansiedadenocontrole.com/sintomas-de- ansiedade-estresse/>. Acesso em: 03 mar. 2017.

FLETCHER,    Luiza. 5    DIFERENÇAS   ENTRE    STRESS    E    ANSIEDADE. 2016. Disponível     em:     <https://osegredo.com.br/2016/07/5-diferencas-entre-stress-e-ansiedade/>. Acesso em: 03 mar. 2017.

SILVA,   Andréia. A    diferença    entre    estresse    e    ansiedade. 2014.    Disponível    em: <https://ideianutri.com/2014/02/27/a-diferenca-entre-estresse-e-ansiedade/>. Acesso em: 03 mar. 2017.

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Papel do Psicólogo e Cuidados Paliativos

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Cuidados paliativos tem como objetivo melhorar a qualidade de vida de pacientes que estão em estágios avançados de doenças terminais, para que haja diminuição da dor e do sofrimento e na geração de novos repertórios para lidar com a dor. É feito a partir de equipes multiprofissionais composta por médicos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, conselheiros espirituais, entre outros profissionais que prestem assistência ao paciente e a seus familiares.

Para se definir a prática dos cuidados paliativos é fundamental que se tenha uma abordagem multidisciplinar que produza uma assistência harmônica, onde o foco é amenizar e controlar os sintomas de ordem física, psicológica, social e espiritual e não de buscar a cura de determinada doença. Trata-se de oferecer ao paciente qualidade de vida, enquanto vida houver (FERREIRA at al, 2011 apud OLIVEIRA & SILVA, 2010)

A contribuição do profissional psicólogo neste âmbito é de entender os sintomas, as patologias e as desordens psíquicas oriundas deste processo de adoecimento e empoderar o paciente para o seu tratamento e processo. A intenção é que o psicólogo trabalhe de forma a minimizar os efeitos causados pela doença, juntamente com o paciente, facilitando a reintegração desse paciente com a família, sua rotina, a sociedade, evitando assim o surgimento de maiores complicações. “Desse modo, evita-se o surgimento de complicações de ordem psicológica que possam interferir no campo profissional, afetivo e social tanto do sujeito em tratamento quanto na de seus familiares” (FERREIRA at al, 2011 apud SAMPAIO & LÖHR, 2008).

Neste processo é de suma relevância respeitar a espiritualidade do paciente, mesmo que não seja papel do profissional psicólogo influenciar neste processo, mas este deve perceber o fenômeno religioso como um recurso neste tratamento, pois ele proporciona ao paciente sentido à vida, suporte emocional, reforço para o paciente, tendo assim papel terapêutico. Existe o líder espiritual que vem somar neste processo, ele tenciona alívio de sintomas estressantes, sofrimentos que vão além do físico, estão em dimensão espiritual, cuidado este que apresenta a morte com a visão de um processo natural e não necessariamente a representação do fim de tudo (ACADEMIA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS, 2009).

Fonte: encurtador.com.br/quQR5

Um exemplo de quadro adoecedor que se utiliza de cuidados paliativos é de pacientes oncológicos, neste quadro é importante que o cuidado promova respeito aos direitos do paciente, para que promova autonomia dele no processo, empoderamento e que ele tome as próprias decisões quanto ao seu tratamento. O papel da família é apoiá-lo neste processo enquanto a equipe multiprofissional oferece informações claras a respeito de suas possibilidades, a doença, seus sintomas, sua evolução, de forma a respeitar a compreensão do paciente sua tolerância emocional.

 Ainda sobre o processo é necessário entender que o paciente está todo o tempo sob o uso de fármacos, e nem sempre os sintomas que ele tem são exatamente da doença, mas podem ser efeitos colaterais das medicações para dor. Os opióides, por exemplo, causam mal-estar, cólicas intestinais, intestino preso causando desconforto para o paciente e dificuldade na sua alimentação. Então a medicação precisa ser entendida como uma extensão do tratamento e causadora de alívio e de sofrimento.

São comuns quadros de dependência de fármacos, mas em cuidados paliativos ela não é encarada de forma prejudicial ao indivíduo, ela faz parte do processo, uma vez que a pessoa está em dor e sofrimento, não é um problema estar sob efeito de medicação durante todo o tempo, é neste momento que cabe falar a respeito da bomba de ACP (Analgesia Controlada pelo Paciente), pois ela é uma ferramenta de uso do próprio paciente que é quem discerne o momento de usá-la e o papel da equipe terapêutica é ajudá-lo a se entender no processo, entender seu corpo e seus limites, para que assim ele se sinta apto a decidir quando usar a medicação e como.

Analgesia controlada pelo paciente (ACP) permite a titulação dos analgésicos de forma individualizada […] apesar de geralmente ser utilizado opióide, por via intravenosa ou epidural, qualquer analgésico administrado por diferentes vias pode ser considerado uma ACP, sendo administrado imediatamente após a solicitação do paciente. [..]Para que a ACP promova analgesia adequada a concentração sérica do opióide deve permanecer dentro da “janela terapêutica” (YASSUDA, 2018)

Fonte: encurtador.com.br/eksw9

Por fim, podemos concluir que a equipe profissional deve ajudar o paciente no enfrentamento e elaboração das experiências emocionais intensas vivenciadas na fase de terminalidade da vida. Tendo cuidado para não ocupar o lugar de mais um elemento invasivo no processo de tratamento, mas de facilitador no processo de integração do paciente, da família e da equipe multidisciplinar, mantendo como foco o doente (não a doença) e a melhora na qualidade de vida do paciente (não o prolongamento infrutífero do seu sofrimento).

REFERÊNCIAS

 ACADEMIA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS.  Manual de cuidados paliativos. Rio de Janeiro: Diagraphic, 2009. 320 p. Disponível em: <http://www.santacasasp.org.br/upSrv01/up_publicacoes/8011/10577_Manual de Cuidados Paliativos.pdf>. Acesso em: 29 out. 2018.

FERREIRA, Ana Paula de Queiroz; LOPES, Leany Queiroz Ferreira; MELO, Mônica Cristina Batista de; O Papel Do Psicólogo Da Equipe De Cuidados Paliativos Junto Ao Paciente Com Câncer. 2011. Rev. SBPH. Vol. 14 no.2, Rio de Janeiro – Jul/Dez – 2011.

YASSUDA, Heitor. Analgesia controlada pelo paciente (ACP). Disponível em: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=265&fase=imprime. Acesso 29 out. 2018.

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Gênero: questão de aprendizagem?

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A epistemologia inatista acredita que “as possibilidades de adquirir conhecimentos são hereditárias, inatas, predeterminadas.” (Paula et al.) ou seja, já nascemos predispostos/predeterminados com as características que deveremos desenvolver durante a vida. Neste pensamento não é levado em consideração a experiência do individuo, visto que quando houve a experiência ele já sabia o que deveria ser feito ou como deveria reagir. Na psicologia temos Rogers que segue esta linha epistemológica de raciocínio.

A personalidade,  a forma de pensar,  seus  hábitos,  seus  valores,  as  reações  emocionais  e o comportamento são inatos, isto é, nascem com o indivíduo e seu destino já vem pré-determinado.  Os  eventos  que ocorrem após  o nascimento não são essenciais  ou importantes  para o desenvolvimento (QUEIROZ, 1998). 

A epistemologia ambientalista acredita na “experiência como fonte do conhecimento e formação de hábitos, atribuindo um grande poder ao ambiente no desenvolvimento e na constituição das características humanas.” (QUEIROZ, 1998), ou seja, o indivíduo depende das experiências para adquirir novos conhecimentos e repertórios num formato de aprendizagem acumulativa onde esta experiência vai ser direcionada pelos fatores presentes no ambiente, o ambiente é quem determina o formato a ser aprendido. Na psicologia temos Watson que segue esta linha epistemológica de raciocínio.

Fonte: https://bit.ly/2LV5U1H

A epistemologia interacionista acredita que “o organismo e o meio exercem ações recíprocas, ou seja, um influencia o outro acarretando mudanças sobre o indivíduo” (QUEIROZ, 1998), para tanto, o indivíduo e o meio estão relacionados no momento da aprendizagem onde o individuo transforma o meio e é também transformado por ele num formato de construção de novos comportamento e repertórios. Ao falar de interacionismo somos arremetidos à cultura, pois a cultura norteia uma série de condutas do indivíduo e ele está imerso a ela desde o seu nascimento. Na psicologia temos Piaget que segue esta linha epistemológica de raciocínio.

No documentário Paradoxo da Igualdade, do sociólogo Harald Eia, podemos observar argumentos dos pesquisadores que são embasadas nas epistemologias: inatista, ambientalista e interacionistas.

Vemos argumentos inatistas na pesquisa do Trond Diseth, pesquisador do Hospital Nacional, da Anne Campbell, professora do departamento de psicologia em Durham – Inglaterra, e de Simon Baron-Cohen, professor Inglês de Psiquiatria, ambos acreditam que de uma forma ou de outra nascemos geneticamente predispostos a seguir tendências de gênero, exemplificado no documentário como homens terem afinidade com trabalhos que envolvam ciências exatas e mulheres terem afinidade com trabalhos que envolvam se relacionar com pessoas.

Sexismo. Fonte: https://bit.ly/2MvJ16g

Eles comprovam estes fatos baseados em seus estudos, Anne Campbell estuda a evolução e crê que somos fisicamente diferentes exatamente por causa do papel social que representamos desde a pré-história. Trond Disethe Simon Baron-Cohen têm testes feitos em laboratório com crianças ainda na primeira infância que apresentam maior afinidade com brinquedos relacionados ao seu gênero.

Já a teoria ambientalista é representada pelo Dr. Richard Lippa, professor de psicologia na Universidade da Califórnia, que fez pesquisas em 53 países e percebeu que a questão de gênero na hora da escolha do trabalho depende do ambiente em que aquelas pessoas estão inseridas.

Ele explica que uma mulher indiana, por exemplo, que precisa de emprego, se encontrar oportunidade em um serviço que precise operar computador então ela vai operar computador. Se uma mulher no Camboja precisa ter noções de exatas para trabalhar, elas vão desenvolver afinidade com isto. Então os países com liberdade de escolha tendem a ser países mais sexistas nesta questão dos empregos, pois cada um pode escolher o seu emprego de acordo com suas preferencias.

Já o pensamento interacionista é mostrado nos pensamentos dos três noruegueses,Cathrine Egeland (Pesquisadora no Instituto de Pesquisa do Trabalho), Joergen Lorenzten (Pesquisador de gênero no Centro de Estudos interdisciplinares de gênero na Universidade de Oslo) e Martine Aurdal, que negam a teoria inatista uma vez que eles dizem que somos sujeitados às influencias sociais e culturais que recebemos desde o primeiro segundo de vida.

Eles explicam isto dizendo que todas as expectativas de papeis sociais são simplesmente depositadas em nós, uma vez que influenciamos nossas crianças a quererem determinada cor, ou brincadeira, ou brinquedo.

As representações de trabalho que temos são sexistas, como por exemplo, as placas de “obra na pista” são representadas por bonecos homens. Quando vemos um bebe já mudamos a interação que vamos ter com ele dependendo do sexo que ele tiver, se for menina é uma “princesinha, bonitinha” e se for menino é um “rapazinho valente e forte”.

Fonte: https://bit.ly/2lciq1t

Eles creem que todas estas influências determinam papeis a serem desempenhados, e mesmo em uma sociedade igualitária, os papeis sociais determinam o trabalho que você vai escolher, a roupa que você vai vestir, entre outros fatores.

No documentário norueguês conduzido pelo sociólogo Harald Eia, não fica definida uma das epistemologias como verdadeira e absoluta, na verdade o intento do documentário é mostrar como elas visões vem explicar uma série de comportamentos e fatores presentes na nossa sociedade e nenhum deles é determinante para entender todos estes fatores. Fica como reflexão a cerca do paradoxo da igualdade e também fica como uma boa ilustração das epistemologias inatista, ambientalista e interacionistas.

REFERÊNCIAS:

HJERNEVASK (PARADOXO DA IGUALDADE). Direção de Harald Eia. Produção de Ole-martin Ihle. Noruega: Nrk1, 2010. 7 Episódios (40 min.), son., color. Legendado. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=G0J9KZVB9FM>. Acesso em: 21 fev. 2017.

QUEIROZ, Elaine Moral. TEORIAS DA APRENDIZAGEM, 1998. Disponível em: <http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/tatiana/materiais/apostila___material_extra.pdf>. Acesso em: 22 fev. 2017.

PAULA, Angela et al. Inatismo ou Apriorismo. 2009. Disponível em: <http://teoriasdaaprendizagem2009.blogspot.com.br/2009/06/inatismo-ou-apriorismo.html>. Acesso em: 22 fev. 2017.

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Ética em psicologia: uma apropriação

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Quando se fala de postura ética profissional de um profissional psicólogo, logo somos remetidos ao nosso código de ética, que mais orienta uma postura e uma atuação do que regulamenta leis e normas de conduta;já que este código nos acompanha desde a iniciação acadêmica.

 No que diz respeito a disciplina de ética e legislação no curso de psicologia hoje, tivemos contato direto com esse código e fomos levados a indagar a necessidade de um código que também orientasse a conduta de um acadêmico de psicologia. Esta orientação, desde a formação do profissional psicólogo, é de extrema importância, pois o acadêmico esta imerso em atuação desde o primeiro período do seu curso.

Fonte: https://bit.ly/2lfnKRW

Tão cedo este acadêmico vai ter contato com a realidade dos profissionais em suas diversas áreas e o código de ética do profissional, apesar de se preocupar em tanger também atuação de um acadêmico, ele não entra em linhas de discutir a sua atuação em todos os momentos do seu curso, é mais em linhas gerais. Então ter a quem ou a o que recorrer no momento de dúvida sobre como agir em determinadas situações faz extremo sentido quanto ao amparo desde psicólogo em formação.

No momento de discussão e da elaboração de um código de ética que orienta a atuação do acadêmico foi tocado, por diversas vezes, no assunto de quantas normas já existem hoje que orientam esse acadêmico na sua formação, mas que nem sempre há um contato com elas desde o início. O acadêmico entra na instituição muito perdido, são muitas informações, normas ao mesmo tempo que ele tem que se dar conta. Se adaptar ao formato da instituição nas suas burocracias, normas e diretos como também aos seus locais de estágio é sua realidade naquele momento.

Fonte: https://bit.ly/2HUDhiN

É importante também ressaltar a necessidade de que ter uma mistura dessas normas em um local acessível, de linguagem fácil que ajude esse acadêmico a ter noção do que diz respeito a ele na sua formação. Ele vai poder se orientar tanto nas vias institucionais, nas vias do seu próprio curso, atuação, direitos, normas, deveres, como nas orientações que serão voltadas exatamente ao seu dia a dia. E poder participar da construção dessas orientações vai empoderá-lo já de início nesta jornada.

Essa imersão do acadêmico vai gerar nele um sentimento de amparo, de ter um norteador desde o princípio e também vai acostuma-lo a estar sempre buscando orientar a sua atuação. Então esse contexto vai gerar profissionais mais conscientes da necessidade de buscar melhorar sempre e garantir que seja normatizado e executado tudo que está diante dele como dever, ou mesmo direito.

Isso garante um profissional mais preocupado com a situação da sua classe trabalhista, do que está bom e do que não está; vai gerar um profissional que queira participar das conquistas da sua classe tanto pela melhoria na sua profissão quanto na qualidade de serviço que estará sendo levada para seu cliente. E ele vai saber o quanto isso é importante para uma boa atuação. Ainda mais quando se trata de um profissional que visa saúde e bem-estar mental de indivíduos.

Fonte: https://bit.ly/2JIeC6S

Não estou dizendo que os profissionais já formados que não tiveram oportunidade de ter essa preocupação desde a sua vida acadêmica, seja um profissional despreocupado com a sua classe e com a sua orientação. Eu estou apenas ressaltando que acontece e muito de uma pessoa terminar a sua graduação, montar a sua clinica, seu local de trabalho, conquistar o seu espaço no mercado e se esquecer que faz parte de um conjunto de profissionais que são altamente influenciados pelo conjunto, no que diz respeito a psicologia como uma ciência nova.

Diante disso temos uma profissão hoje que está em ascensão, que está buscando ter seu espaço na sociedade. Empoderar seus profissionais, abrir caminhos e regulamentar uma serie de condutas ainda não exploradas, pois nosso objeto de estudo está em constante mudança. O homem está nessa mudança. Não podemos fechar os olhos para isso e fazer uma atuação imutável, que não acompanhe os processos que o homem, tanto individualmente como em sociedade está em constante mudança.

Como profissionais que visam a saúde, não podemos nos esquecer a importância que todo esse contexto tem na nossa atuação. Então gerar profissionais mais atentos a estas questões vai exatamente garantir uma nova atuação todos os dias. Novas modalidades, busca por melhoria, tanto na sua condição quanto na condição do seu paciente. E juntos teremos uma classe, tanto acadêmica quanto profissional que vai estar preocupada com esses pontos. Por isso é tão importante essa orientação desde o começo.

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É possível aprender observando?

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Também conhecida como aprendizagem social, a aprendizagem por observação se dá por imitação, moldagem, ao se observar o comportamento de terceiros, como maior exemplo disso temos os pais. Podemos não reproduzir necessariamente suas expressões, porém certamente adquirimos alguns dos seus padrões sociais (DAVIDOFF, 2001, pág. 131).

Esta aprendizagem acontece em 4 etapas, aquisição, retenção, desemprenho e consequências. No primeiro momento ele irá observar seu modelo e reconhecer sua conduta, no segundo momento vai armazenar as respostas deste modelo, no terceiro momento vai reproduzir o comportamento do modelo em que o aprendiz julgar apropriado e, por último, as consequências de sua conduta vão enfraquecer ou fortalecer esse aprendizado para que seja efetivado ou não.

É mais comum que se aprenda o comportamento de pessoas com estilos de vida compatíveis com os nossos, quanto a faixa etária, classe social, temperamento, níveis de instrução. NO caso das crianças, elas podem ter até mais de um modelo para suas atitudes. Os adultos tendem a se inspirar em pessoas famosas, glamorosas, poderosas e que tenham altos status.

É muito comum meninos de inspirarem em seus heróis de quadrinhos e de desenhos, eles copiam seus jargões, suas atitudes, seus “poderes” dentro de casa, na sua escola, nos seus ambientes de convívio social. Isso pode ter consequências boas e ruins, pode ocorrer, na pior das hipóteses, de um indivíduo bater no outro, arremessar coisas, porque viu o seu modelo apresentar esse tipo de atitude na televisão ou no gibi.

Esse é um dos maiores motivos de preocupação dos pais e educadores quanto aos jogos violentos, as crianças ficam habituadas a situações de violência e já não se afligem com situações de perigo. Isso pode tanto despertar interesse e apetite por violência quanto tirar o senso de sensibilidade da criança em situações de risco para os outros e para si mesmas (DAVIDOFF, 2001, pág. 132).

Condicionamento operante

 Operante é tudo aquilo que se faz foi intenção e vontade própria, “Embora os operantes pareçam espontâneos e sob pleno controle animal, são altamente influenciados por seus efeitos. ” (DAVIDOFF, 2001, pag. 109). Já o condicionamento operante acontece a cada momento, praticamente em todas as nossas ações e interações. Por exemplo, você vai conhecer a sogra e faz um macarrão, porém ela não gosta, isso já te condiciona a não fazer mais aquele tipo de macarrão para ela. As situações são moldadas pelos seus efeitos.

Este condicionamento pode se dar por reforçamento e punição. O reforçamento pode ser positivo e negativo. No reforço positivo você adiciona algo para aumentar um comportamento, por exemplo ao passear com o seu cachorro você dá um biscoito a ele por andar com a coleira mais perto de você. No caso você adicionou o biscoito para aumentar a caminhada lado a lado.  Já o reforço negativo você retira algo para aumentar um comportamento, por exemplo na mesma situação do cachorro, para que ele ande lado a lado com o dono o dono retira o ato de andar na frente do cachorro fazendo com que o cão aumente o ato de andar ao seu lado.

Fonte: https://bit.ly/2JIyrLx

 A punição pode ser positiva e negativa. Na punição positiva você adiciona algo para diminuir um comportamento, por exemplo ao passear com o seu cachorro e ele começa a puxar a coleira para ir para fora da pista, você a puxa de volta, ou seja, está adicionando o ato de estrangular para que ele diminua o ato de sair da pista. Já na punição negativa você diminui algo para diminuir um comportamento, na mesma situação do cachorro saindo da pista, você para o passeio para ele parar de puxar a coleira indo para fora da pista. Então você diminuiu o ato de passear/ andar para que o cão diminua o ato de sair da pista.

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A relação entre psicologia da saúde, hospitalar e pediátrica

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O psicólogo trabalha em cima da prevenção da saúde mental de seus pacientes, acompanha casos onde haja necessidade de intervenção quanto a tratamentos, atende grupos de familiares, até mesmo funcionários do hospital.

A presença dos psicólogos na saúde pública foi influenciada em suma pela reforma sanitária e psiquiátrica que ocorreu na década de 1980. Foi um movimento que buscou mudanças essenciais no sistema de saúde a fim de melhores condições de vida para a população.  Dentre essas mudanças, almejava-se o não isolamento de indivíduos com algum distúrbio mental em manicômios, onde eram separados de suas famílias e excluídos da sociedade.

Como resultado dessa luta nasceu o Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de garantir o direito ao acesso à saúde de qualidade á toda a população, oficializado na Constituição de 1988, ao qual diz o seguinte: “Art. 196. A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (in: CONASEMS, 1990, p. 04).

O SUS trouxe uma ideologia do ser humano como um todo, um ser biopsicossocial não fragmentado, que necessita de saúde integral: física, psíquica, emocional; com práticas que vão desde a prevenção até o tratamento. Seu princípio é ser descentralizado, ou seja, as atitudes a serem tomadas devem ser baseadas nas necessidades de cada localidade ou região, visando suprir as demandas dessa população.

Fonte: encurtador.com.br/hJMVZ

A partir disto, surge como modelo de assistência à saúde o Programa Saúde da Família (PSF), com seus objetivos a serem descritos a seguir: “O programa Saúde da Família é um modelo de assistência à saúde que vai desenvolver ações de promoção à saúde do indivíduo, da família e da comunidade, através de equipes de saúde que farão o atendimento na unidade local de saúde e na comunidade, no nível primário […]” (Brasil, 1994, p. 02).

Com a visão do ser humano como um todo, a promoção da saúde no PSF deve ser feita por uma equipe multidisciplinar, descentralizando o trabalho médico e dando ênfase na pluralidade das diversas demandas direcionadas a outras áreas profissionais.  Essa equipe deve trabalhar integrada entre si, unindo seus conhecimentos para uma melhor qualidade de vida da população local.

Para a Organização Mundial de Saúde, a qualidade de vida apresenta uma natureza multifatorial, enfocando cinco dimensões: a psicológica, a física, as relações sociais, o meio ambiente e o nível de independência, que, nesse caso, corresponde aos aspectos de morbidade, dependência de cuidados médicos e de medicações, capacidade laboral e atividades diárias (Souza e Carvalho, 2003).

É aí que entra o papel do psicólogo. Não há como falar em saúde desassociando-a da saúde mental, uma é complementar à outra. A psicologia se mostra extremamente necessária dentro do PSF, pois ficam a cargo do profissional os princípios de prevenção e promoção da saúde mental e o tratamento de transtornos psíquicos de forma humanitária e digna junto à família e a comunidade, isso visando promover aspectos e práticas de uma vida saudável à população local, dando a cada indivíduo a consciência de agente da sua própria saúde. Ele deve estar atento também a questões que implicam ao meio social e às suas relações, tais como o uso de drogas, criminalidade, abusos sexuais, relações familiares e etc.

Fonte: encurtador.com.br/nwKP4

Segundo Ana Carol Pontes de França e Bartyra Amorim Viana, “há contribuições relevantes quanto à atuação do psicólogo no PSF de acordo com sua realidade, são elas: Assessoria na elaboração, implementação e avaliação permanente de ações em saúde pública junto à equipe multidisciplinar; Assessoria na elaboração de programas e atividades complementares, em áreas pertinentes à consecução do projeto em saúde, tais como: desenvolvimento emocional e relações interpessoais, orientação sexual, prevenção em relação ao uso de substâncias psicoativas, orientação vocacional e preparação para o trabalho, preparação para a aposentadoria, reorientação profissional, lazer, criatividade, etc; Elaboração e condução de programas de trabalho com grupos que contemplem a prevenção e a promoção da saúde mental da comunidade, objetivando a melhoria na qualidade de vida, a promoção da resiliência psicológica.” (PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2006).

A presença do psicólogo no PSF é essencial e mostra bons resultados quanto à promoção de qualidade de vida das comunidades. Com isso, vê-se a necessidade da continuidade dos trabalhos para superar os desafios presentes, em vista que o profissional deve estar atento à realidade da comunidade, às suas possibilidades e os seus limites, disposto sempre a oferecer um serviço de qualidade para a população.

Psicologia hospitalar

Alfredo Simonetti em seu livro, define a Psicologia Hospitalar como um campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento.  Que se dá quando o sujeito humano carregado de subjetividade se embarra com uma realidade antes não conhecida de natureza patológica denominada “doença”, presente em seu próprio corpo, produzindo uma infinidade de aspectos psicológicos que podem evidenciar no paciente na família ou na equipe de profissionais. Assim não se trata apenas de doenças psíquicas os chamados “problemas mentais” mas aspectos psicológicos de qualquer doença mesmo que seja física, pois existe certa subjetividade por trás de cada uma.

Segundo o autor, o foco da psicologia hospitalar são os aspectos psicológicos em torno do adoecimento e estão encarnados nas pessoas, pessoa do paciente, pessoa da família e pessoa da equipe de profissionais. Portanto, não esta ligado somente a dor e ao sofrimento daquele paciente, mas comportamentos notados de cada parte envolvida. Pois cada um deles tem um objetivo diante da doença, que varia entre (sintoma, como interesse do paciente em se livrar da doença; prognostico, como interesse da família em saber a gravidade dela; e diagnóstico, interesse do medico para iniciar o tratamento). E esses desencontros de objetivos precisam ser bem manejados pelo psicólogo hospitalar.

Fonte: encurtador.com.br/dryDE

A psicologia está interessada mesmo em dar voz a subjetividade do paciente, restituindo-lhe o lugar de sujeito que a medicina lhe afasta (Moretto, 2001). Ou seja enquanto que para a medicina as emoções, as fantasias e os sentimentos não tem nenhum sentido, pois olha somente para doença em si e quer esvaziar o paciente de toda essa subjetividade. Para a psicologia acontece o contrario, pois acredita que isso é fundamental no tratamento, uma vez que o corpo não funciona sozinho, precisa do sujeito, com suas ações.

Quando um paciente chega para internação, cada profissional sabe o seu papel o médico preocupa com a doença e seus sintomas, a enfermeira com o corpo e dá a medicação necessária, e o psicólogo somente com o “corpo simbólico” consegue fazer seu trabalho. Ou seja, usa aquilo que está além do corpo físico, em oculto e que poucos veem, mas que na maioria já até manifestou, através da doença. Porém, o único que percebe isso é o psicólogo, que vai usar seu maior instrumento de trabalho, fala e a escuta principalmente para resolver certas situações que só ele consegue.

Existem também aqueles pacientes que estão sedados, inconscientes, impossibilitados de falar, ou mesmo resistem ao atendimento. Ainda assim as palavras são eficientes, através dos códigos não verbais, gestos, olhares até mesmo o silêncio é valido e usado pelo profissional como uma espécie de interação entre eles e uma forma de descobrir a relação de tudo com os sintomas e a doença já instalada.

De acordo com a definição do órgão que rege o exercício profissional do psicólogo no Brasil, o CFP (2003a), o psicólogo especialista em Psicologia Hospitalar tem sua função centrada nos âmbitos secundário e terciário de atenção à saúde, atuando em instituições de saúde e realizando atividades como: atendimento psicoterapêutico; grupos psicoterapêuticos; grupos de psicoprofilaxia; atendimentos em ambulatório e unidade de terapia intensiva; pronto atendimento; enfermarias em geral; psicomotricidade no contexto hospitalar; avaliação diagnóstica; psicodiagnóstico; consultoria e interconsultoria.

Fonte: encurtador.com.br/iqrHP

Além disso, o psicólogo dá apoio a equipe multidisciplinar. Casos em que médicos e enfermeiros não conseguem resolver. Por exemplo, a relação com o paciente quando ele recebe uma noticia inesperada, ou um diagnóstico, e se desespera diante de uma medida radical que precisa ser tomada pelo enfermo, como parte necessária do tratamento e, contudo pode escolher por não aceitar. É o caso da amputação de membros do corpo, cirurgias arriscadas, remédios fortes, casos de dependentes químicos que não conseguem largar o vicio. Assim mais uma vez entre em cena o psicólogo hospitalar com sua especialidade no campo das palavras com a orientação necessária e na maioria das vezes bem sucedida.

Há controvérsias e criticas em relação a área, Yamamoto e Cunha (1998) argumentam que o hospital é um local, e não um campo de atuação, o que torna pouco defensável sua classificação como área de atuação. No segundo, Yamamoto, Trindade e Oliveira descartam a denominação Psicologia hospitalar por duas razões: a primeira, a inadequação do uso de um local de trabalho para designar uma área de atuação, e a segunda é que a identificação por local tende a pulverizar e a fragmentar o campo profissional da Psicologia, tornando muito difícil a construção de uma identidade de profissional de saúde para o psicólogo que atua no contexto hospitalar.

Psicologia Hospitalar x Psicologia da Saúde

Chiattone (2000), que diz que a Psicologia Hospitalar é apenas uma estratégia de atuação em Psicologia da Saúde, e que, portanto, deveria ser denominada psicologia no contexto hospitalar. Segundo a definição de Kern e Bornholdt (2004) e também de Chiattone (2000)[1] , a atuação do psicólogo da saúde é principalmente na área hospitalar, mas também pode ser feita em campanhas de “promoção da saúde“, educação em saúde mental, em pesquisas e aulas nas universidades por exemplo. Logo, todo psicólogo hospitalar é psicólogo da saúde mas nem todo psicólogo da saúde é hospitalar.

Logo a psicologia hospitalar é responsável por recolocar o indivíduo diante da doença que já está instalada, e acompanha-lo durante o tratamento externo fazendo as orientações e o acolhimento necessário.

Fonte: encurtador.com.br/rsBCJ

Psicologia Pediátrica

Dentro da psicologia da saúde existe a psicologia pediátrica que é uma área específica a ser trabalhada com crianças e adolescentes, com aplicabilidade clínica. Ambas foram reconhecidas no mesmo ano, 1978. Em seu âmbito profissional ele pode lidar tanto com a criança como com os pais da criança e outros técnicos da saúde.

“Fazem parte do âmbito do trabalho do Psicólogo Pediátrico:

– Perturbações do desenvolvimento associadas a fases específicas, ou simplesmente situações reativas, como as perturbações alimentares, sono, separação/individuação, dificuldades de socialização à entrada para a infantaria ou escola, etc.;

– Problemas neonatais (incluindo a prematuridade, malformações congénitas, morte neonatal, etc.);

– Situações de não progressão ponderal; anorexia; suicídio, maus tratos;

– Doença crónica (asma, artrite reumatoide, insuficiência renal, diabetes, lúpus, fibrose quística, epilepsia, HIV pediátrico, etc.);

– Situações traumáticas (queimaduras, traumatismos cranianos e vertebro-medulares);

– O desenvolver e implementar campanhas de prevenção e promoção para a saúde de todo o tipo como as de acidentes de viação, consumo de tabaco, etc.”

Existem três formas de atuação deste profissional. A primeira delas é a consulta indireta, onde ele aplica uma ação auxiliar ao trabalho do médico apenas quando é solicitado, sem muitas intervenções, apenas pareceres e recomendações.

A segunda forma é a consulta com colaboração onde ele aplica ações interventivas, são estas ações que facilitam e complementas as ações do médico, como por exemplo em casos que o paciente não quer aderir ao tratamento. E por último o terceiro modelo que não é muito descrito em livros de psicologia pediátrica, pois não é muito usual, é quando o psicólogo atua por própria conta, sem precisar de solicitação da equipe multidisciplinar.

Fonte: encurtador.com.br/fkov6

Um aspecto interessante da psicologia pediátrica é que é necessária uma especialização da parte do profissional para atuar nesta área. Os psicólogos especialistas em área clina, por exemplo, não apresentam muita aproveitabilidade nesta área, pois eles costumam agir de forma isolada, o que prejudica a integração com a equipe e a colaboração interdisciplinar.

Um dos maiores papeis do psicólogo pediátrico talvez seja a de ensinar aos pais seu papel de prevenção da saúde mental da criança, os efeitos da doença física para ela, entre outros aspectos importante do desenvolvimento infantil de cada etapa da infância.

A chegada dos psicólogos para o âmbito da saúde facilitou muito o trabalho das pessoas desta área, pois “uma significativa percentagem dos pacientes que recorrem a serviços de pediatria tem apenas problemas psicológicos ou uma mistura de problemas físicos e psicológicos (Duff, Rowe, & Anderson, 1973; McCleland, Staples, Weisberg, & Bergen, 1978; Wright, 1979).

Nota-se a grande diversidade de área de atuação mesmo dentro de uma área da psicologia. Um dos maiores desafios do psicólogo na atualidade é identificar estas “brechas” onde sua atuação é necessária e conquistar seu espaço no mercado de trabalho.

No âmbito da psicologia da saúde percebe-se que o psicólogo não atua apenas para “dar notícias ruins”, o psicólogo trabalha em cima da prevenção da saúde mental de seus pacientes, acompanha casos onde haja necessidade de intervenção quanto a tratamentos, atende grupos de familiares, até mesmo funcionários do hospital.

Outro aspecto importantíssimo é ressaltar o trabalho interdisciplinar para os demais profissionais que atuam em conjunto com o psicólogo para reestabelecer a saúde de seus pacientes. Esse trabalho em conjunto é de extrema importância quando se está trabalhando em prol do bem de outras pessoas.

REFERÊNCIAS:

Belar, C., & Deardorff, W. (1995). Clinical health psychology in medical settings: Practitioner’s guidebook. American Psychological Association. DeLeon, P., Pallak, M., & Hefferman, J. A. (1982). Hospital health care delivery. American Psychologist, 37, 1340-1341.

Dorken, H., Webb, J., & Zaro, J. (1982). Hospital practice of psychology resurveyed: 1980. Professional Psychologist, 13, 814-829.

Drotar, D. (1993). Psychological perspectives in chronic childhood ilness. In M. C. Roberts, G. P. Koocher, D. K. Routh, & D. J. Willis (Eds.), Readings in

pediatric psychology. New York: Plenum Press. Duff, R., Rowe, D., & Anderson, F. (1973). Patient care and student learning in a pediatric clinic. Pediatrics, 50, 839-846.

SIMONETTI ( 2004) Manual de Psicologia Hospitalar. São Paulo: Casa do Psicólogo. p. 09-25

Moreto, M. L. T. A problemática da inserção do psicólogo na instituição hospitalar. Revista de Psicologia Hospitalar, v. 9, n. 2, 1999. p.19-23

CFP – Conselho Federal de Psicologia . Página oficial da Instituição, 2003.

 Yamamoto, O., & Cunha, I. (1998). O psicólogo em hospitais de Natal: uma caracterização preliminar. Psicologia: Reflexão & Crítica, 11(2), 345-362.

KERN, E. C.; BORNHOLDT E. Psicologia da saúde x Psicologia Hospitalar: definições e possibilidades de inserção profissional. Disponível em: [1] (23/01/2010)

CHIATTONE, H. B. C. A Significação da Psicologia no Contexto Hospitalar. In Angerami-Camon, V. A. (org.). Psicologia da Saúde – um Novo Significado Para a Prática Clínica. São Paulo: Pioneira Psicologia, 2000, pp. 73-165.

CONASEMS, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde 1990, p. 04.

SANTILLO, Ministro da Saúde Henrique. Em despacho, Brasil, 1994, p. 02.

SOUZA, Rafaela Assis de & CARVALHO, Alysson Massote. Programa de Saúde da Família e Qualidade de Vida: um Olhar da Psicologia. Natal : Estud. Psicol., vol. 08, n. 03, pp. 515 – 523, dez. 2003, ISSN 1413 – 294X.

FRANÇA, Ana Carol Pontes de & VIANA, Bartyra Amorim. Interface psicologia e programa saúde da família – PSF: reflexões teóricas. Psicol. cienc. prof. vol.26 no.2, Brasília, Junho de 2006.

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Desafios éticos na ludoterapia

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A infância é um processo dialético, isto é, passível de transformações e mudanças, e para que ocorram essas modificações a criança passa por várias fases e em cada uma delas a mesma ocupa diferentes lugares nas relações humanas. (VYGOTSKI, apud ARCE, 2004). ALudoterapia é um procedimento psicoterápico para tratamento infantil, através da ação de brincar, usando brincadeiras, jogos, brinquedos, os quais a criança brincando projeta seu modo de ser.

O terapeuta observa e interpreta suas projeções para compreender seu mundo interno e a dinâmica da sua personalidade. O objetivo da ludoterapia é proporcionar um espaço de construção de novos significados das experiências vividas pelas crianças dentro de um processo de intervenção psicológica. O brincar da criança, de acordo com Vygotsky, possibilita a construção dos signos psicológicos, a apropriação do mundo externo e a construção da representação interna do meio externo.

O CEULP/ULBRA oportuniza o acadêmico de Psicologia entrar em contato com as práticas profissionais do psicólogo,para desenvolver a capacidade de observar, descrever, analisar, interpretar e orientar os problemas de origem psicológica, tais como: cognitivos, emocionais, comportamentais e ecológicos, visando abranger aspectos sócio-político-econômicos, dentro de uma formação generalista.

Fonte: https://bit.ly/2ynweQq

Ao início do processo terapêutico é esclarecido aos pais e responsáveis como se dará o acompanhamento da ludoterapia e como se trata a assistência dos estagiários com as crianças. É colocado que a sala tem um vidro onde todo o atendimento será observado por estagiário do CEULP/ULBRA e é firmado um combinado entre os pais e a professora orientadora quanto a presença das crianças e a procedência diante de faltas.

Também colocado à disposição dos pais a possibilidade de procurar professora orientadora para eventuais conversas sobre os filhos, bem comoencaminhamentos para grupo de orientação de pais, encaminhamento médico, tudo que vá promover a saúde e bem-estar destas crianças, como é previsto no código de ética do profissional psicólogo (2005, p. 8).

“Art. 1º – f) fornecer, a quem de direito, na prestação de serviçospsicológicos,informações concernentes ao trabalho a serrealizado e ao seu objetivo profissional; g) Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação e serviços psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetem o usuário ou beneficiário; h) Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, a partir da prestação de serviços psicológicos, e fornecer, sempre que solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho; ”

Diante de identificação de casos violência, abuso ou quaisquer outros atos que comprometam a saúde física e mental das crianças, os alunos juntamente com a professora, não devem ficar alheios, fazendo a tomada de decisão de intervenção para o cuidado desta criança. É assegurado ao profissional psicólogo que faça uso de intervenções maiores, como intervenções judiciais e civis para denunciar os atos citados no artigo 2º do código de ética: “Art. 2º – a) praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizemnegligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão; ”.

Fonte: https://bit.ly/2JXzNBe

No final do semestre letivo é dever do acadêmico produzir um relatório para a instituição com base no que foi aprendido na prática pré-profissional. Este relatório deve respeitar o código de ética (2005, p.13) no que diz respeito ao sigilo profissional: “Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissionala fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidadedas pessoas, grupos ou organizações, a que tenhaacesso no exercício profissional. ”

Esta primeira experiência coloca o acadêmico a par da necessidade de respeito que cabe dentro da atuação clínica, mesmo que de início sua atuação tenha sido de observação, o acadêmico aprende a ter um olhar mais seguro de como deve agir dentro de uma psicoterapia em grupo e individual, pois a professora mostra em todos os méritos a melhor forma de agir diante dos casos. A mesma se preocupa com toda a organização do atendimento, desde a roupa que os acadêmicos estarão usando até o contato que eles terão com estas crianças. É uma oportunidade de experiência riquíssima que aproxima os acadêmicos da pratica profissional somado ao aprendizado da conduta ética que o profissional psicólogo deve ter.

REFERÊNCIAS:

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA.LEI NO 5.766: Código de Ética Profissional do Psicólogo. Brasília, 2005. 18 p. Disponível em: <http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf>. Acesso em: 06 set. 2016.

VIGOTSKY, L.S. A formação social na mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos. São Paulo: Martins Fontes, 1984

Ludoterapia como um Vygotskiano faz. Disponível em: <http://www.ipaf.com.br/arquivos/artigos/ludoterapia.pdf>. Acesso em: 7 set. 2016.

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Os mecanismos de ação das drogas no corpo

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Para entender a ação dos fármacos no organismo é necessário entender o funcionamento do sistema nervoso central

O texto de Gorenstein e Scavone, 1999, traça um paralelo com a disciplina de psicofarmacologia, no que diz respeito ao nosso cronograma de matérias. Inicialmente foi abordado a respeito do surgimento dos fármacos e o texto afirma que foi de forma empírica, uma vez que foram se descobrindo medicamentos com a observação dos efeitos de outras medicações em pessoas, ou o uso de outras substâncias naturais ou animais como saberes populares de determinada região ou povo. É relatado no texto também os tipos de medicação que estudamos e seus efeitos para transtornos psiquiátricos, que é uma das importâncias de se ter uma disciplina de fármacos no curso de psicologia. “Cinco grupos de drogas capazes de promover efeitos clínicos em transtornos psiquiátricos: antipsicóticos (clorpromazina, haloperidol), antidepressivos tricíclicos (imipramina), antidepressivos IMAO (iproniazida), ansiolíticos (meprobamato e clordiazepóxido) e antimania (lítio).” (GORENSTEIN E SCAVONE, 1999)

Outro ponto importante do texto é quando aborda os mecanismos de ação das drogas no corpo, algo que também é contemplado na disciplina, questões como, “introduzir novos agentes com maior seletividade e menor latência de ação, toxicidade e efeitos colaterais, além de utilizá-los como instrumentos na geração de hipóteses biológicas sobre a fisiopatologia dos transtornos mentais.” (GORENSTEIN E SCAVONE, 1999). Algo que também fora discutido em sala de aula foi o uso de animais como forma de observação do uso de fármacos, realizar uma avaliação in vivo gerando assim resultados que garantem segurança e eficácia no tratamento em humanos.

Figura 1 – Aula 1 de Psicofarmacologia – INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Ao se tratar de técnicas bioquímicas chegamos a farmacodinâmica e farmacocinética, onde entendemos a atuação do organismo no fármaco, em sua distribuição e processamento, bem como a atuação do fármaco no organismo, as suas reações e mecanismos de ação no corpo. “através dessas técnicas obteve-se a primeira evidência direta da existência do receptor da acetilcolina18 e a de que os antidepressivos tricíclicos ligam-se a sítios específicos” (GORENSTEIN E SCAVONE, 1999).

O texto também elenca áreas como Genética e a Neuroimagem como contribuições da psicofarmacologia, são técnicas usadas para o desenvolvimento de novas drogas, no que se difere da farmacologia tradicional, pois utiliza-se se novas áreas de ação dos medicamento no corpo, antes desconhecidas, como por exemplo a neuroimagem que dispõe de imagens do cérebro humano que mostra a reação do organismo a determinado medicamento.

Através dessas técnicas é possível quantificar a ligação de um traçador marcado com isótopo radioativo, expressa pelo Bmax ou pelo potencial de ligação (BP), ou como a razão de ligação específica para a não específica. A mensuração do deslocamento do traçador marcado, provocado por uma droga, reflete a cinética da droga em estudo. (GORENSTEIN E SCAVONE, 1999).

Fonte: encurtador.com.br/iDOY9

Conclui-se então que para entender a ação dos fármacos no organismo é necessário entender o funcionamento do sistema nervoso central, bem como os efeitos da medicação, seus sítios de ligação e as reações que são provocadas no organismo, bem como as psicopatologias. Outro ponto alto do texto é a expectativa de que estas novas tecnologias de estudo da psicofarmacologia ajudem a avanças cada vez mais na área e progredir nos tratamentos, para que as medicações sejam cada vez mais direcionadas e os efeitos adversos diminuídos. “Entretanto, o progresso da psicofarmacologia só estará efetivamente consolidado se o planejamento estritamente racional de novas drogas levar ao real desenvolvimento de compostos com alta capacidade de prevenir e tratar eficazmente os transtornos mentais.”

Referência

GORENSTEIN, Clarice; SCAVONE, Cristóforo. Avanços em psicofarmacologia – mecanismos de ação de psicofármacos hoje. Rev. Bras. Psiquiatr. São Paulo,  v. 21, n. 1, p. 64-73,  mar.  1999 .   Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44461999000100012&lng=pt&nrm=iso >. acessos em  31  mar.  2019.  http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44461999000100012.

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