Explorando os horizontes da Educação

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“A educação deve ser um encontro de sonhos e esperança… de melhor qualidade de vida e inclusão”

(En)Cena entrevista Sirlene Ulombe, 54 anos, natural  do Rio de Janeiro. Sirlene possui graduação em enfermagem, é educadora especialista em Saúde Pública e Vigilância Sanitária. No momento, cursa mestrado em Gerontologia. Atualmente está dedicada ao ensino acadêmico de enfermagem e presta consultoria para famílias com pessoas idosas, auxiliando no envelhecimento com qualidade.

(En)Cena : Sirlene, como a educação pode contribuir na vida dos idosos?

Sirlene: Envelhecimento é um processo contínuo, universal, porém desigual (isso é, não acontece da mesma forma para todos). Nesse sentido precisamos todos aprender a envelhecer: e aprender a envelhecer é continuar aprendendo tudo que nos propusermos! Assim a Educação é qualidade de vida, é esperança, é continuidade. Só aprendemos quando queremos e só vivemos até o momento que queremos viver.

(En)Cena: Que tipos de programas ou cursos de educação são mais populares entre os idosos?

Sirlene: Pessoas idosas procuram conhecimento em informática e tecnologias, artes manuais, práticas alternativas complementares e culinária.

(En)Cena: Como a educação pode ajudar os idosos a se manterem mentalmente ativos?

Sirlene: A mente humana sobrevive por estímulos. Aprender algo novo sempre é estimulante para o cérebro. Aprender coisas novas pode retardar processos de demência e ajudar na recuperação de AVC e AVE.

(En)Cena: Quais são os desafios comuns enfrentados pelos idosos ao buscar oportunidades de aprendizado?

Sirlene: Preconceito (sofrem com fracos que tentam menospreza-los), inacessibilidade (os ambientes e  as cidades não são adaptadas) e falta de estímulo (principalmente de familiares) .

(En)Cena: Como as tecnologias estão impactando a educação dos idosos?

Sirlene: Constituem desafio e ao mesmo tempo limitação. Acho que por isso mesmo é a formação mais procurada.

(En)Cena: Qual é o papel das instituições educacionais na promoção da educação para os idosos?

Sirlene: Tornar acessível, tornar prazeroso, tornar contextualizado o processo ensino/aprendizagem.

(En)Cena: Qual o papel da educação como ferramenta de inclusão social e combate à solidão?

Sirlene: Como comecei a citar na primeira pergunta: Educação deve ser encontro de sonhos e esperança; de melhor qualidade de vida; de inclusão. Em minha experiência terapêutica, mesmo pessoas com déficit de saúde mental, almejam se sentir iguais, incluídas, ter o prazer de se sentir capazes de aprender e ensinar mais alguma coisa. Com idosos não é diferente. A busca por conhecimento aproxima pessoas, diminui a solidão… Por isso digo que melhora a qualidade de vida. Saber viver o envelhecer aprendendo até o fim.

(En)Cena:Como a comunidade pode incentivar o idoso a buscar oportunidades de aprendizagem no decorrer dessa fase?

Sirlene: Reduzindo barreiras, promovendo acessibilidade, dizendo não ao preconceito, aprendendo com idosos.

                                                                                         Fonte: Arquivo Pessoal

             

 A razão pela motivação pelo trabalho com idosos.

O (En)Cena agradece a participação da Enfª Sirlene Xavier de Lima Ulombe, em nossa recente entrevista. Foi um prazer contar com a contribuição enriquecedora, sobre uma pauta tão relevante.

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A importância da mentoria como instrumento fundamental na formação acadêmica

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Desvendando a  Mentoria na Jornada Acadêmica

Lucas Nunes Barbosa (Acadêmico de Psicologia) – lucasnunesbarb@rede.ulbra.br

(En)Cena entrevista,  Sônia Cunha, Graduada em Letras Portugues/ Inglês e suas respectivas literaturas e Mestrado em Letras pela Universidade Federal do Tocantins, atualmente atuando como mentora acadêmica.

(En)Cena : Quais são os principais desafios que os estudantes enfrentam ao ingressar na vida acadêmica, e como sua mentoria aborda essas questões?

Sônia: De início, ressalto que a maioria dos acadêmicos que me procuram são trabalhadores que estudam. Essa delimitação já é um recorte considerável do perfil dos acadêmicos que cursam graduação em tempo integral ou pela manhã. Outro fato relevante é: a maioria também cursam suas graduações na modalidade EAD, banalizada em décadas passadas e que, com o advento da COVID-19, tornou-se a modalidade vigente de estudo.

O maior desafio é a escrita acadêmica em si, resumida na seguinte pergunta que ouço recorrente: Sonia, como eu vou escrever tudo o que eu acabei de te falar conforme as exigências da faculdade?

Como mentora, a partir da ideia do acadêmico vou traçando um esqueleto, delimitando a problemática, o objetivo geral e a justificativa que motivou a escolha de determinado tema. Em conjunto vamos traçando esse esqueleto e encaminhamos para o orientador do acadêmico que deverá dar o não a chancela para o início da escrita. Montamos um cronograma e o texto é repassado para o orientador a cada andamento da escrita.

(En)Cena: Como lida com diferenças individuais, como estilos de aprendizagem variados, ao oferecer orientação acadêmica?

Sônia: Eu auxilio apenas em cursos nos quais tenho segurança que são os de licenciatura. Em outras áreas do conhecimento auxilio na confecção de slides, banners, formatação e revisão linguística e metodológica (o ponto fraco da maioria dos acadêmicos).

(En)Cena: Como ajudar os alunos a estabelecer metas acadêmicas e desenvolver um plano para alcançá-las?

Sônia: Direcionada nos prazos. Se tem um fato que assimilei da carreira como servidora pública é que prazo a gente cumpre. Domingo elaboramos o cronograma da semana seguinte, pontuando item a item do que falta e vamos ajustando de acordo com as demandas, assim, na maioria das vezes, desde que o orientador não demore com a sua leitura crítica do trabalho, concluímos o trabalho antes do prazo terminar.

(En)Cena: Quais conselhos você daria para superar momentos de desmotivação ou falta de confiança acadêmica?

Sônia: Não sabe por onde começar, não sofra sozinho, peça ajuda!

A escrita travou, peça ajuda!

Não sabe se a escrita está boa, peça alguém da sua confiança para ler seu trabalho, pois muitas vezes, pelo fato do assunto ser óbvio para quem está pesquisando e escrevendo, para quem vai ler, não.

Vai escrever desde um bilhete à uma tese, pense sempre no seu leitor.

(En)Cena: Qual é a importância da mentoria acadêmica na formação e no desenvolvimento pessoal dos alunos?

Sônia: Primeiro, demonstrar que a escrita de um trabalho acadêmico – do resumo à tese, não precisa ser interpretado como um fardo. Com a mentoria acadêmica você terá um direcionamento que a faculdade não te fornece, isso porque, na graduação, as aulas de Metodologia Científicas são ministradas no início da graduação e a escrita do TCC no último. E mais, quando entramos na graduação não temos a maturidade para compreender o quanto esses conteúdos nos farão falta, mesmo sendo trabalhados de maneira superficial por alguns professores.

Quanto ao desenvolvimento pessoal, a mentoria é aquele direcionamento do que fazer, como fazer sem críticas ou discursos estigmatizados como  “vocês tem que fazer isso e aquilo”, mas não é ensinado de maneira prática. Meu trabalho é dividir a minha experiência acadêmica com aqueles que passam pelos mesmos desafios pelos quais passei, porém sem auxílio. É o de literalmente dizer: vai na coordenação do seu curso, peça a ementa do seu mestrado e vamos observar os créditos que você precisa cumprir e vamos traçar um plano para executá-lo em tempo x para você tomar posse no concurso que terá a chamada dos classificados no tempo y. Na graduação, eu não tive quem falasse dessa parte administrativa e burocrática que existe na vida acadêmica.

(En)Cena: Como equilibrar o apoio acadêmico com o desenvolvimento de habilidades socioemocionais na mentoria?

Sônia: Eu sou boa em observar o comportamento das pessoas. Cada pessoa tem o seu. Caso a pessoa seja espontânea vou nessa linha, caso seja mais formal, também vou nessa linha. Só fecho mentorias com pessoas comprometidas, se a pessoa me der abertura sobre as questões socioemocionais, sou toda ouvidos, porém, muitas vezes as pessoas possuem problemas que fogem do meu alcance, como, conciliar a rotina familiar com a acadêmica, ou seja, a pessoa diz que quer fazer mestrado mas não quer abrir mão de todos os finais de semana na balada, todos os aniversários dos amigos, todos os eventos da igreja. Nesses casos eu não posso ajudar nem interferir. O percurso acadêmico é uma decisão.

(En)Cena: Como a mentoria pode auxiliar os alunos a lidarem com a pressão acadêmica e equilibrar suas demandas pessoais?

Sônia: Com organização de conteúdos e prazos e direcionamento do que e como fazer determinado trabalho acadêmico; tudo seguindo as normativas da instituição à qual o acadêmico está vinculado.

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Explorando desafios educacionais de uma família atípica

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Deborah Dias compartilha sua jornada de desafios e potencialidades na educação de filhos neurodivergentes

O (En)Cena, entrevistamos Deborah Dias, natural de Paraíso-TO, psicopedagoga, assistente terapêutica e gestora de comportamento infantil. Casada com Robson, que possui TDAH, Autismo e Altas Habilidades, ela compartilha sua experiência única. Seu filho Pedro, de 10 anos, apresenta TDAH, AH e Autismo, enquanto Alice, de 6 anos, enfrenta desafios de Autismo e TDAH. Nesta conversa, a convidada destaca sua trajetória e insights relacionados à Educação e ao processo de aprendizagem de crianças atípicas.”

Arquivo pessoal, cedido pela convidada.

(En)Cena : Deborah Quais foram os maiores desafios enfrentados ao educar seus filhos autistas?

Deborah: Quanto à educação em casa os desafios são em separar o que é natural do desenvolvimento, o que é critério diagnóstico e o que não pode ser parte do comportamento aceito em casa. Sabendo disso, cabe a nós direcioná-los com as regras da família. Quanto a educação escolar sempre foi um desafio a maior parte das escolas insiste em colocar as crianças dentro de caixas e a diferença incomoda, cada direito precisa ser lutado para ser conquistado mesmo que seja ao respeito óbvio..

(En)Cena: Como você adaptou o ambiente de aprendizagem para atender às necessidades específicas de seus filhos?

Deborah: Quando tivemos o diagnóstico da Alice iniciou-se uma busca por informação e para conhecer o que poderia propiciar o desenvolvimento de forma mais eficiente, o primeiro passo foi identificar em que momento do desenvolvimento cada criança estava independente da idade cronológica e distribuir de forma estratégica ferramentas para que possam treinar suas habilidades com o mínimo suporte possível.
No banheiro havia suporte visual com imagens lembrando-se desde abaixar a roupa até lavar a mão, disponibilizamos quadros de rotina com imagens que também propiciam segurança e ajudaram muito com o controle da rigidez, fiz um curso de gestão de comportamento para criança com deficiência e foi fundamental para poder lidar com todas as crises sem enlouquecer.

(En)Cena: Como as instituições de ensino podem ajudar a reduzir o estigma em relação ao autismo?

Deborah: A função da escola é educar não apenas na questão curricular mas também ensinar habilidades para vida, sendo o primeiro ambiente social onde as crianças podem aprender muito sobre respeito, diferença, e tanto além do que há no Mundo, informar a comunidade através da aceitação diminuindo o abismo que há na diferença.

(En)Cena: Como você lida com questões de inclusão e interação social no processo de aprendizagem?

Deborah: Por lei existem muitas questões já asseguradas mas na prática ainda existe uma falta de formação, falta de obrigação e diria até de sensibilidade. Ser diferente aparentemente é uma dor de cabeça pros gestores e muitos agem como se tivessem fazendo favores, os profissionais encaminhados para lidar com a educação especial, com crianças de vários tipos de deficiência, professores auxiliares entram muitas vezes sem nem saber qual é a particularidade daquela criança, aprendem o que conseguem sem muito incentivo e quando vão colocar em prática ainda esbarram na barreira da burocracia.

(En)Cena: Pode compartilhar algumas estratégias ou recursos que tenham sido eficazes no processo de ensino de seus filhos?

Deborah: Rotina específica oferece segurança a eles, material adaptado para a particularidade de cada um, terapias em dia e sempre repetir as avaliações de desenvolvimento para que possamos mudar as estratégias de acordo com as evoluções e regressões das crianças.

(En)Cena: De que forma os professores podem ajudar a promover a interação social entre crianças atípicas e seus colegas?

Deborah: Conhecer sobre a diferença específica de cada criança pode parecer difícil mas ensinar sobre respeito a diferença, lidar com naturalidade quando algo acontece trás a possibilidade de espelhar um comportamento adequado às crianças que educa. Existem informações sobre autismo na internet, existem cursos gratuitos em muitos lugares, a escola tem uma psicopedagoga. Existem muitos caminhos para se adequar, mas o principal é a boa vontade.

(En)Cena: Qual é o papel dos pais na colaboração com as instituições de ensino para garantir uma educação adequada para crianças autistas?

Deborah: Em rotina e tratamento adequado a criança que entregamos pra escola estará desregulada e desamparada dificultando a concentração e aprendizagem, não é clichê dizer que é um trabalho de equipe e que precisa-se de uma vila inteira.

(En)Cena: Como você equilibra as necessidades individuais de cada criança em um ambiente familiar?

Deborah: Considerar cada criança como um indivíduo único mesmo que dividam o mesmo diagnóstico é a chave para que possamos ser ferramenta pro melhor desenvolvimento deles. Os rótulos trazidos com o diagnóstico podem atrapalhar que cuidadores enxerguem o momento do desenvolvimento que cada criança está e possa ajudar a desenvolver.

(En)Cena: Quais são os maiores desafios que as crianças autistas enfrentam em um ambiente escolar tradicional?

Deborah: O sistema tradicional de ensino é ineficaz, na minha opinião, inclusive para crianças típicas, esperam que crianças estejam dentro de caixas e que sejam equiparadas por idade, sem respeitar as individualidades de cada um, modo de aprendizado, cuidados externos , enfim desconsideram os fatores ambientais e mesmo as questões relacionadas ao diagnóstico, separam aqueles diagnosticados que passam a ser “problema” das educações especiais.

(En)Cena: Quais conselhos você daria a outras famílias que estão passando pelo mesmo processo que você?

Deborah: O principal é que não vai passar , viver com a diferença é parte que iremos ser , as famílias atípicas não podem viver esperando que haja uma melhora a ponto de terem crianças que parecem típicas ( muitas vezes só pra agradar os pais) ou pode aprender a conviver com a diferença e criar estratégias para que a vida mesmo com as particularidades do diagnóstico.
Eu tento levar a vida leve, da melhor forma que conseguir, para que possa oferecer esse ambiente de paz para eles. Se nós somos a base temos que nos cuidar também para ser por mais tempo. Famoso cuidar de quem cuida.

O (En)Cena agradece a participação da Deborah, em nossa recente entrevista. Foi um prazer aprender e levar informação através de suas experiências e convicções.

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Educação sem distância

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As tecnologias interativas na redução de distâncias em ensino e aprendizagem.

Com os avanços da tecnologia, a educação a distância vem ganhando muita força nos últimos anos, se estabelecendo como uma alternativa viável e importante ferramenta de aprendizado, uma vez que colaboraram também para o ensino tradicional. O livro “Educação sem distância: as tecnologias interativas na redução de distâncias em ensino e aprendizagem”, de Romero Tori (2010) oferece insights importantes em relação à evolução da tecnologia nas práticas pedagógicas.

O livro é divido em três partes centrais, “A distância que aproxima”, “Distância e presença na medida certa” e “A presença da tecnologia”, levando seus leitores a refletirem sobre o uso da tecnologia como prática pedagógica, considerando o importante papel para a democratização do acesso à educação e suas possíveis adaptações.

No início do livro, o autor aborda o tema da Educação a Distância (EaD), que historicamente foi tratada como uma abordagem educacional distinta e muitas vezes vista como oposta ao ensino presencial tradicional. O autor destaca como persiste um estigma em relação a essa modalidade de ensino, uma vez que ela teve suas raízes em um período em que a tecnologia era limitada. Até recentemente, era comum que a EaD fosse menosprezada, e os profissionais formados nessa modalidade eram frequentemente julgados em comparação com aqueles que obtiveram uma formação presencial. Tori observa, no entanto, que atualmente não é difícil encontrar graduados da Educação a Distância com desempenho superior a seus pares formados no sistema tradicional.

O livro proporciona uma reflexão importante sobre a educação que vai além das limitações físicas da sala de aula, enfatizando a necessidade de uma conexão entre o aluno e o conteúdo para que ocorra um aprendizado significativo. Também destaca que mesmo no ensino presencial convencional, elementos da educação a distância já estão presentes, sob a forma de “lição de casa” e “trabalho extraclasse”. É totalmente possível que um aluno esteja fisicamente presente em uma aula com um professor, mas, emocionalmente, desconectado do conteúdo apresentado, ao passo que, através da internet, esse mesmo estudante pode estar presente e engajado.

Para que a aprendizagem ocorra, o autor acredita que deve haver uma proximidade entre o aluno, o conteúdo e o professor. Para alcançar essa proximidade, é essencial superar barreiras e reduzir distâncias, e a tecnologia desempenha um papel fundamental nesse processo educacional. Apesar da importância dos métodos de ensino tradicionais, faz todo o sentido utilizar recursos avançados, ferramentas e métodos disponíveis para enriquecer a experiência educacional, independentemente do ambiente de ensino.

                                                                                                                       AbouYassin/Pixabay  

                                                 A tecnologia como aliada do aprendizado

Ainda nessa parte do livro, o autor traz a discussão sobre como a tecnologia interativa pode beneficiar a aprendizagem virtual e convencional, trazendo a ideia de educação híbrida. As tecnologias interativas estão possibilitando um aumento na sensação de proximidade pelos aprendizes, que seja através de videoconferências e chats. Para Cortelazzo (2000, p. 43), “as novas tecnologias computacionais interativas […] permitem que homens e mulheres desenvolvam colaborações mútuas mesmo estando distantes espacialmente”.

No capítulo intitulado “Distância e Presença na Medida Certa”, o autor aborda o tema da distância e da presença sob uma perspectiva educacional, psicológica e cognitiva, relacionando-os à tecnologia. Tori argumenta que é totalmente viável que os alunos sintam proximidade com o professor e se envolvam no processo de aprendizado, mesmo que não estejam fisicamente próximos.

O autor enfatiza a importância da proximidade com os colegas, pois esse vínculo desempenha um papel crucial na motivação dos estudantes e fornece um suporte valioso para o aprendizado. Nesse capítulo, Tori apresenta uma variedade de conceitos e ilustrações que sustentam a ideia fundamental de “distância” e “proximidade” no contexto educacional, proporcionando uma visão abrangente sobre como esses fatores influenciam a eficácia do processo de ensino e aprendizado.

Seja online ou offline, precisamos compreender o complexo aspecto humano […]. Mais que sistemas, redes são pessoas que anseiam por conversar, se apresentar, compartilhar conhecimentos tácitos, pensamentos críticos, conhecimentos científicos ou se unir para alcançar maior influência. (PASSARELLI, 2009, p. 325).

No último capítulo “A presença da tecnologia” Tori fala sobre a educação baseada em tecnologias interativas, sobre suas características e sobre pontos que precisam de melhores adequação para que haja tecnologias que favorecem uma melhor padronização, armazenamentos de dados e recursos educacionais.

Neste capítulo o autor mostra como os softwares podem auxiliar no ambiente de aprendizagem, tecnologias que podem armazenar dados, criar estatísticas, gerar avaliações, enquetes, fóruns e diversas outras aplicações que podem aumentar a proximidade dos alunos com a instituição, os professores e os colegas, sem que eles precisem está geograficamente próximos.

Ainda nesse capítulo o autor trás a relevância da realidade virtual (RV) como ferramenta de interação e aprendizagem, atuando como um meio de reduzir a distância entre o aluno e o conteúdo, possibilitando uma maior imersão ao conteúdo proposto, logicamente essa experiência não desvalida a interação In loco, no entanto, oferece ao usuário um possibilidade de se aproximar da experiência real, e de resgatar coisas do passado, e cenários como o sistema solar, por exemplo.

                                                                                                                             YohoprashantPixabay

Realidade aumentada

Em um passado não muito distante, a utilização da realidade virtual era predominantemente viável apenas para grandes empresas devido aos custos envolvidos. No entanto, à medida que a tecnologia avançou, tornou-se possível, por meio de um smartphone e um dispositivo de visualização simples, mergulhar nessa experiência, tornando-a cada vez mais acessível e disponível para um público mais amplo. A experiência com a realidade virtual vai além de meras imersões superficiais; atualmente, existem tecnologias capazes de proporcionar aos usuários uma experiência que se assemelha muito à realidade.

Em seu livro, Tori (2016) oferece um exemplo relacionado ao treinamento odontológico. Antes de aplicarem seus conhecimentos em pacientes reais, os estudantes de odontologia costumavam praticar em manequins e objetos de treinamento. No entanto, com a realidade virtual, esses alunos agora podem vivenciar simulações que reproduzem com precisão pacientes, consultórios e diversos instrumentos, permitindo que eles se aproximem muito mais da realidade. A partir deste exemplo, é possível perceber a ampla gama de possibilidades que essa ferramenta oferece, não apenas no campo da odontologia, mas em diversas áreas do conhecimento e da prática profissional.

Consideramos ainda que as discussões trazidas por Tori são muito importantes para que possamos compreender o uso da tecnologia na educação e fazer melhor uso dela, para que possamos ter uma educação que se faz próxima ao aluno, desmistificando alguns conceitos, e estando aberto para as ferramentas de aprendizado que a tecnologia pode contribuir para a educação.

 

 Referências

CORTELAZZO, I. B. C. Colaboração, trabalho em equipe e as tecnologias de comunicação: relações de proximidade em cursos de pós-graduação. 2000. Tese (Doutorado)—Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.

PASSARELLI, B. A aprendizagem on-line por meio de comunidades virtuais de aprendizagem. In: LITTO, F. M.; FORMIGA, M. (Org.). Educação a distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. V. 1. p. 325–331.

TORI, R. et al. Treinamento odontológico imersivo por meio de realidade virtual. In:

Anais do XXVII Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, 2016

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Howard Gardner e as inteligências múltiplas

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Howard Gardner, nascido em 11 de julho de 1943 em Scranton, Pensilvânia, é um psicólogo cognitivo e educacional renomado por sua teoria das “Inteligências Múltiplas”, que revolucionou a compreensão tradicional de inteligência e aprendizagem.

Lucas Nunes Barbosa – lucasnunesbarb@rede.ulbra.br

 

De família judaica, Gardner teve amplas oportunidades para se aprofundar em vários interesses. Ele logo apresentou seu amor pela música, em 1965 Gardner recebeu seu bacharelado em História pela Universidade de Harvard, o que foi apenas o início de suas atividades educacionais. Ele continuou a estudar psicologia na mesma universidade, recebendo seu doutorado com orientação de ninguém menos do que Erik Erikson.

A contribuição de Gardner para o mundo da educação e da psicologia foi de grande relevância. Sua jornada incluiu também um doutorado em psicologia também em Harvard, seguido de uma pesquisa de pós-doutorado em Neuropsicologia. Em meados de 1980, ele apresentou a teoria das inteligências múltiplas no qual é o seu trabalho de maior expressão internacionalmente.

 

                                               Fonte: https://encurtador.com.br/hqxB4

                                                                  

 Gardner se tornou professor na mesma universidade em que se formou, e atualmente possui mais de trinta livros e diversas outras produções publicadas. Sua carreira profissional já lhe rendeu diversos reconhecimentos e o deixou internacionalmente conhecido, especialmente através da teoria das inteligências múltiplas. Sendo doutor Honoris Causa de várias universidades, e coleciona uma vasta gama de titulações e reconhecimentos, com forte influência no campo da Psicologia e da educação, levando sua mensagem através de suas produções, em publicações, eventos, conferências e palestras, inclusive aqui no Brasil.

Gallego(2002) apresenta a  inteligência tradicionalmente definida com base no Quociente de Inteligência, relacionada a capacidade inata do indivíduo de alcançar um desempenho satisfatório ou não, em qualquer área de atuação. E então fortalecendo a ideia de que a Inteligência pode ser medida através de estatísticas, testes e comparativos nas diferentes idades (GARDNER; WALTERS, 1995).

Gallego (2002) Traz que foi a partir dessa idéia unitária de se definir Inteligência foi que gerou uma insatisfação em Howard Gardner e motivou a criação da Teoria das Inteligências Múltiplas, expandindo o olhar para essa definição que põem de um lado os “burros” e de outro os “inteligentes”. Para Gardner a inteligência está relacionada à capacidade de resolução de problemas e  de produzir algo que seja relevante para um ou mais ambientes, levando em consideração que os indivíduos possuem forças cognitivas diferentes, em culturas e comunidades diferentes.

Para Howard Gardner todas as pessoas possuem potencial de desenvolver as diversas inteligências. Diante disso ele propõe os seguintes tipos de inteligência:

  • Lógico-Matemática;
  • Linguística;
  • Corporal-cinestésica;
  • Musical;
  • Espacial;
  • Interpessoal;
  • Intrapessoal;
  • Naturalista;
  • Existencialista.

Bonmann (2012) e Então, todas as inteligências estão presentes em todas as pessoas, mas em certas pessoas uma ou mais dessas inteligências poderá ter uma maior expressão. E então  as  inteligências não podem ser vistas de forma quantitativa porque simplesmente não são como objetos (ALVES, 2002)

Trazendo para a educação, Gardner (1995) destaca a importância de identificar nas crianças suas potencialidades, para que possam indicar as experiências nas quais as crianças vão se beneficiar. E também buscar identificar as fraquezas das crianças, para entender suas limitações, e buscar estratégias de manejo precoce que favoreçam o desenvolvimento dessas habilidades.

Moraes (2013) completa que a partir desse olhar é possível traçar métodos de avaliação  e conteúdos que melhor se adequem ao aluno no contexto de aprendizagem, fazendo com que o educador mobilize as inteligências de forma com que faça os alunos aprenderem de uma forma que faça sentido a eles.

A teoria de Gardner sendo seu trabalho de maior expressão nos mostra um conceito diversificado do que é inteligência, e quando falamos em um contexto educacional/escolar isso propõem as instituições uma perspectiva de Educação Inclusiva, em que considera a diversidade de saberes e habilidades, estimulando a inclusão e valorizando as diferenças.

 Referências

GALLEGO, C.H. Aplicação de jogos lúdicos na educação geral utilizando a teoria das inteligências múltiplas. 2002. Disponível em <:https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/83134 >. Acessado em 25 ago. 2023.

GARDNER, H.; WALTERS, J. Uma versão aperfeiçoada. In: GARDNER, H. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artmed, 1995, p. 12-36.

ALVES, U.S. Inteligências múltiplas e inteligência emocional: conceitos e discussões. Dialogia, São Paulo, v.1, s/n., p.127-144, out. 2002

GARDNER, H. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artmed, 1995, p. 12-36.

MORAES, M.F. A Teoria das inteligências múltiplas no ensino de língua espanhola: recursos e estratégias de aprendizagem. 2013.

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“Mentes Perigosas” – vínculo professor e aluno no processo de aprendizagem

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Uma Professora, seus Alunos e a jornada para transformar  a educação em uma comunidade “marginalizada.”

Lançado em 1995, o drama dirigido por John N. Smith, com roteiro de Ronald Blass narra a história de Louanne Jonhson uma ex-militar da marinha americana que abandonou sua carreira para seguir com o sonho de se tornar professora. O filme apresenta um recorte da década de 1980, especificamente retratando uma turma de alunos taxados pela a instituição de ensino como problemáticos, e a missão dada a  Louanne é ser a nova professora desses alunos.

A chegada de Louanne na instituição se dá por Hal Griffith, um amigo e professor do local, que aparenta descontentamento com o currículo de ensino do local, mas que prefere seguir os planos de ensino orientados. Esse amigo apresenta a oportunidade de estágio para a personagem e então ela vai ao encontro com uma espécie de coordenadora acadêmica. Neste cenário, acabam contratando ela para uma vaga efetiva.

Essa turma em especifico é composta por negros, latinos e asiáticos considerados problemáticos, e o filme apresenta o contexto de pobreza, violência e marginalização desses jovens, que agrupados geraram no ambiente escolar um espaço para pegação, uso de drogas e acerto de contas. O primeiro contato da professora com os alunos não foi como a personagem esperava, a resposta dos alunos frente a uma nova docente foi de extrema fúria, intimidação e banalização, tendo em vista que Louanne não era a primeira pessoa a tentar lecionar nessa turma.

                                                                                        Fonte: https://encurtador.com.br/uAEZ3                                                                           Imagem de divulgação

Logo na primeira aula, a professora chega e tenta conduzir a aula de forma convencional e de acordo com as normas e diretrizes da escola, no entanto os alunos se mostraram indisciplinados, e por diversas vezes a ignoraram. Com isso, Louanne sai imediatamente da sala de aula e se vê em um momento de tristeza, se sentindo certa de que não voltaria. Neste momento, seu amigo Hal, vendo a professora em desespero, decide estimulá-la a buscar novos meios de prender a atenção dos alunos.

Ela então passou a utilizar práticas alternativas e que despertam a atenção dos alunos, favorecendo o vínculo com eles. O vínculo entre professor e aluno, neste cenário, se torna um propulsor para a evolução dos discentes. No entanto, a inovação iniciada pela professora não passou despercebida pela direção escolar. Suas ações e práticas práticas foram,  por diversas vezes, questionadas pela a direção da instituição, a despeito do resultado positivo na interação com os alunos. Aqui parte uma crítica em relação a padronização do ensino, podendo ofertar pouco espaço para métodos alternativos que seriam mais coerentes para as diversas necessidades e preferências de pessoas diferentes.

Para despertar o protagonismo dos alunos e ter êxito em ajudá-los, a professora passou a buscar novos caminhos, inovar e buscar uma linguagem que se aproximasse da realidade deles, para que a partir disso eles pudessem enxergar o potencial de aprendizado deles. Estimulando a leitura através de premiações em busca de uma aprendizagem contínua . E aqui podemos fazer outra reflexão acerca do papel do professor para além de um currículo fechado, para de fato um agente de desenvolvimento/aprendizagem.

O filme apresenta o vínculo de professor e aluno como ferramenta importante para o processo de aprendizagem, Louanne chegou a visitar comunidades, conhecer a família de alguns dos seus alunos, e intervir em brigas e discussões, gerando na turma um sentimento que eles não estavam acostumados, levando inclusive ao questionamento do porque ela se importava com o futuro deles, preocupação essa que o filme relata não acontecer no próprio lar dos jovens.

                                                               fonte: https://encurtador.com.br/uAEZ3

Imagem de Divulgação

O filme leva a reflexão mostrando que por um lado havia a rigidez da instituição em não aceitar as estratégias de aprendizagem da professora, pois fugiam da perspectiva tradicional de ensino. Neste cenário, em diversos momentos, a inovação provocada por Louanne  era alvo de desestimulação ou mesmo punição. Por outro lado, o amigo da professora, Hal,  embora discorde da perspectiva de ensino bancária defendida pela escola, prefere manter uma postura de anuência diante das regras instituições, mesmo tendo ciência dos prejuízos delas.

Para Mello e Rubio (2013,  a aprendizagem vai além do ato de ensinar, eles colocam o afeto como característica importante para o papel de educador, auxiliando na tomada de consciência dos seus alunos perante a sociedade. Este meio social  de sentimentos que irá intervir no processo de aprendizagem, são detalhes em um dia escolar que definirá a influência na aprendizagem (MAIA, 2012).

A ideia de um ensino que envolve esse afeto, é por diversas vezes percebidos pelos próprios alunos, um exemplo muito forte é quando um deles se envolvem em uma briga externa que levou a sua morte, Louanne fica abalada pois havia estabelecido um forte vínculo com o aluno e a turma, e então decide abandonar o cargo. No entanto, em conjunto os alunos uniram forças para convencê-la de que eles precisam da continuidade.

E por mais que aplicado aos dias atuais, a postura do sistema educacional pode discordar de diversos métodos escolhidos por ela no decorrer do processo, como usar chocolates como recompensa para estimular o aprendizado. No entanto, a reflexão que o filme produz, nos leva a pensar que mais importante do que aquilo que é feito (como dar ou não chocolate) é o efeito que isso produz sobre o aprendizado e sobre vínculo entre professor e aluno. Neste sentido, faz-se necessária a consideração parcimoniosa e crítica em relação ao método de aprendizagem e ao tipo de relações construídas nos diversos contextos de formação educacional.

Referências:

MELLO,   Tágides;   RUBIO,   Juliana   de   Alcântara   Silveira. A   Importância   da Afetividade na Relação Professor/Aluno no Processo de Ensino/Aprendizagem na  Educação  Infantil.

MAIA, Heber, Necessidades Educacionais Especiais. Adriana Rocha Brito. (et al); Heber Maia (org). Rio de Janeiro: Walk Editora, 2011.

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Como manter boas relações no trabalho

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A qualidade das relações é protetiva em relação ao estresse e à insatisfação no trabalho

O estresse nas relações de trabalho é cada vez mais comum nos dias de hoje. As excessivas pressões e demandas do ambiente profissional podem colaborar com o surgimento de  conflitos interpessoais, tensões emocionais e até mesmo problemas de saúde. A constante  busca por melhores cargos, reconhecimento e salário pode levar os colaboradores a se tornarem mais agressivos e individualistas, prejudicando a cooperação e a harmonia entre as pessoas. Além disso, a sobrecarga de trabalho e as longas jornadas também podem causar estresse nas relações Chiavenato (2010).

Os estudos sobre o estresse no trabalho surgem na década de 1970, o estresse ocupacional é decorrente das “relações complexas entre condições de trabalho, condições externas ao trabalho e características do trabalhador, nas quais a demanda de trabalho excede as habilidades do trabalhador para enfrentá-las” (BARROS,2013).

Chiavenato (2010) apontou que as principais fontes de estresse no trabalho denominam-se: causas ambientais e causas pessoais. Sendo as ambientais, oriundas da própria Organização, ambiente com condições ruins de trabalho, acúmulo de tarefas, e as causas pessoais variam de acordo com cada indivíduo, como insegurança, preocupação excessiva, maus hábitos de alimentação. Quando os colaboradores estão constantemente sob pressão para cumprir prazos apertados e entregar resultados, é comum que haja um aumento nas tensões e conflitos. A falta de comunicação efetiva também é um fator que contribui para o estresse nas relações de trabalho.

A ausência de diálogo claro e aberto entre colegas e superiores pode levar a mal-entendidos, ressentimentos e frustrações. A falta de apoio e diálogo adequados também podem gerar um clima de desconforto e tensão no ambiente de trabalho. É importante ressaltar que o estresse nas relações de trabalho não afeta apenas o bem-estar emocional dos colaboradores, mas também pode ter consequências negativas para a produtividade e o desempenho da equipe.

E esse bem-estar é extremamente importante. Abreu (2017) aponta que a qualidade de vida é considerada uma grande aliada na melhoria do desempenho do trabalhador. Dito isso, garantir um ambiente de trabalho saudável é um fator de extrema importância para o bem estar. Ter uma boa relação de trabalho auxilia no processo de colaboração e criatividade, favorecendo bons resultados para a organização e um ambiente organizacional mais agradável. Para lidar com o estresse nas relações de trabalho, é fundamental que as organizações busquem medidas que promovam um ambiente saudável e colaborativo.

Fonte: StockSnap no Pixabay

Equipe colaborativa

Com isso, algumas mudanças de condutas podem favorecer uma melhor relação no ambiente de trabalho:

1-Demonstrar respeito ao próximo, ouvindo e valorizando os saberes dos colegas, buscando uma comunicação afetiva, de forma respeitosa evitando comentários ofensivos.

2- Postura colaborativa em ajudar a equipe, compartilhando os saberes e experiências, estando aberto a aprender.

3-Resolução de conflitos: Busca abordar os conflitos de maneira construtiva. Identifique as questões subjacentes, encontre soluções em conjunto e esteja disposto a ceder em determinados pontos. A resolução colaborativa de conflitos pode fortalecer as relações e reduzir o estresse.

4-Celebrar as conquistas em conjunto, reconhecendo a evolução e potencialidades dos colegas de trabalho, incentivando e proporcionando um ambiente de reconhecimento coletivo.

5-Estabelecer limites: Estabelecer limites em relação ao trabalho, como horários de trabalho, pausas e tempo para descanso. Evitando levar trabalho para casa e aprenda a estabelecer um equilíbrio entre as demandas profissionais e pessoais.

Fonte: Mohamed_hassan no Pixabay

Fortalecer vínculo

6-Manejo do estresse pessoal: Cuidar da saúde mental e física, pois isso pode influenciar suas relações no trabalho. Estar bem consigo mesmo, você estará mais preparado para lidar com o estresse nas relações de trabalho.

7- Estabelecer metas realistas: Evite colocar pressão excessiva sobre si mesmo ou sobre os outros. Estabeleça metas e expectativas realistas em relação ao trabalho e reconheça que as pessoas têm tempos diferentes.

Lembrando que reduzir o estresse nas relações de trabalho é um processo contínuo que requer esforço e comprometimento de todas as partes envolvidas. Ao adotar essas estratégias, o colaborador pode através das relações estar contribuindo para um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e harmonioso.

Referências:

ABREU, A. Qualidade de vida no trabalho: principais técnicas e benefícios! (2017).  Disponível<:http://revistaconexao.aems.edu.br/wpcontent/plugins/download-attachments/includes/download.php?id=1921>. Acessado em 05 Jun. 2023.

BARROS, I. C. S. Estresse ocupacional e qualidade de vida no contexto hospitalar: um estudo psicossociológico. 2013. 230p. Tese (Doutorado em Psicologia) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2013.

CHIAVENATO, I. Comportamento organizacional: A dinâmica do sucesso das organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

 

 

 

 

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A importância dos vínculos familiares no contexto da institucionalização de idosos

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Os idosos institucionalizados são pessoas idosas que residem em instituições de cuidados, como lares de idosos ou casas de repouso. Os vínculos familiares contribuem para a manutenção do  senso de pertencimento e bem-estar

O rápido e gradual envelhecimento da população suscita diversas preocupações, principalmente no que se refere à saúde e cuidados com os idosos. O processo de envelhecimento, mesmo quando ocorre de forma saudável, muitas vezes leva à perda da função, afetando a autonomia e a independência do idoso e exigindo cuidado e atenção. No Brasil, a proporção de idosos na população é cada vez mais evidente. Além disso, pode-se observar a expectativa de vida, ou seja, as pessoas vivem mais. No entanto, esta realidade levanta outros problemas, como o apoio a essa população (BARROS; GOMES JÚNIOR, 2013).

À medida que envelhecemos, tornamo-nos mais sensíveis ao ambiente ao nosso redor devido à diminuição das capacidades de adaptação. É essencial garantir que esse processo seja saudável e ativo, o que implica incentivar os idosos a praticarem sua independência e autocuidado. A família desempenha um papel central no cuidado e no bem-estar dos idosos, sendo uma fonte crucial de apoio para aqueles que necessitam de cuidados.

Dutra (2016) traz que tradicional e historicamente, o cuidado ao idoso tem sido atribuído à família, com a responsabilidade de suprir suas necessidades, principalmente se o idoso em questão estiver com a autonomia e independência comprometidas.

Segundo Estatuto do Idoso:

É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária (BRASIL, 2003).

Alcântara (2009) completa que a sociedade espera que as famílias devam assumir essa necessidade. No entanto, isso nem sempre acontece, por diversos motivos, as famílias podem não conseguir ou se interessarem por assumir esse cuidado. Com isso, as famílias podem recorrer a uma instituição que atende e acolhe esse público. Esses lugares, devem promover um ambiente de lar em que os idosos se adaptam e podem realizar suas necessidades enquanto moradores, oferecendo cidadania e dignidade.

Santos (2014) Por mais que as políticas públicas em relação às instituições de longa permanência adotarem medidas necessárias para atender os idosos, buscando fazer com que  eles se sintam acolhidos e tenham uma sensação de estar em um lar,  muitas vezes a família se distancia, abandonando o idoso e perdendo o vínculo familiar.

Fonte: Gerald no Pixabey

Idoso em segundo plano

Vieira (2016) Coloca o idoso no contexto de  institucionalização, como um fator de risco para o rompimento de vínculos afetivos e sociais. Esse rompimento pode provocar no idoso o medo, a angústia, e sensação de desamparo.  Dito isso, a importância de manter esse vínculo familiar, fica muito claro, pois favorece os aspectos afetivos e emocionais desses indivíduos, à medida que envelhecemos, muitas vezes buscamos conexões mais fortes para obter esse equilíbrio.

Bertolin e Viecili (2014) completam que ao se sentir ignorado e esquecido, o idoso sente-se desvalorizado e excluído. A vivência dessa fase da terceira idade pode ser bastante dolorosa e carrega diversos desafios, como mudanças de rotina, de se adequar a um novos ambientes, às perdas e limitações.

Mesmo ao considerar que o idoso institucionalizado esteja em um espaço de cuidado e bem-estar, Fonseca (2005) não descarta as relações familiares como um fator importante para além do acolhimento oferecido na instituição, destacando o convívio com a família, amenizando a solidão e o afastamento. O autor traz que os laços afetivos são de suma importância para os idosos, principalmente os que se encontram institucionalizados, pois estabelecem um laço de parceria. A família continua sendo o centro da vida dos idosos, mesmo quando estão institucionalizados. É a família que passa ao idoso o sentimento de ser acolhido e amado, e que lhe dá a motivação e a coragem necessárias para continuar a ter uma visão positiva.

Fonte: StockSnap no Pixabay

Vínculo familiar

Referências:

ALCÂNTARA, A. O. Velhos institucionalizados e família: entre abafos e desabafos. 2. ed. Campinas, SP: Editora Alínea, 2009.

BARROS, R. H.; GOMES JÚNIOR, E. P. Por uma história do velho ou do envelhecimento no Brasil. CES revista, v. 27, n. 1, p. 72-92. 2013.

BERTOLIN, G.; VIECILI, M. (2014). Abandono Afetivo do Idoso: Reparação Civil ao Ato de (não) Amar? Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 5, n.1, p. 338-360, 1º Trimestre de 2014.

BRASIL. Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil.

DUTRA, R. R.; VARGAS, S. C.; TORNQUIST, L.; TORNQUIST, D.; MARTINS, V. A.; KRUG, S. F.; CORBELLINI, V. A. Refletindo sobre o processo de institucionalização. 2016.

FONSECA, A.M. 2005. Desenvolvimento humano e envelhecimento. Lisboa, Climepsi Editores, 242 p

SANTOS, N. O. dos, Beuter, M., Girardon-Perlini, N. M. O., Paskulin, L. M. G., Leite, M. T., & Budó, M. de L. D. (2014). Percepção de trabalhadores de uma instituição de longa permanência para idosos acerca da família. Texto & contexto enfermagem, 23(4), 971-978.

VIEIRA, S. K. S. F.; ANJOS, M. N. C. DOS; SANTOS, F. A. N. DOS, DAMASCENO, C. K. C. S.; SOUSA, C. M. M. DE; OLIVEIRA, A. D. DA S. Avaliação da qualidade de vida de idosos institucionalizados. Revista Inter-disciplinar, Teresina, v. 9, n. 4, p. 1-11, 2016.

 

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As relações de amizade ao longo da vida

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Quando falamos em estilo pessoais e interpessoais, identificamos uma diversidade de formas de ser e de se relacionar com o outro, do engraçado ao mais reservado, do corajoso ao medroso, tagarela ou quietinho. Todas essas características são levadas e compartilhadas nas relações de amizades que estabelecemos ao longo da vida. Hartup (1996) mostra que o que há de comum entre os diferentes tipos  de amigos é que boas amizades geram laços de confiança e que  as aventuras e decepções, se tornam momentos de extrema importância ao longo da vida.

Amigo se refere à alguém ou um grupo de pessoas que compartilham suas experiências, felicidades, frustrações e que servem como rede de apoio para todos os momentos da vida. Com amigos, além de nos sentirmos bem, sentimos que podemos contar com alguém, que podemos ser nós mesmos e podemos ouvir não só o que queremos como resposta. Para Bowlby (1988) essa rede de apoio está associada ao fortalecimento de competência e gera um sentimento de pertencimento, além de possibilitar adotar estratégias eficazes em  situação de crise ou desamparo. Para Bronfenbrenner (1979) a ausência dessa rede de apoio,  pode aumentar a vulnerabilidade das pessoas frente a uma situação de risco.

Um bom amigo te coloca para frente, te apoiando e incentivando a encarar os medos e buscar os seus desejos. Para  Hartup (1996), a ciência da amizade é compreendida como uma importante fonte de felicidade e bem-estar, que proporciona compartilhar experiências, interesses, sentimentos e emoções. A forma como enxergamos a amizade difere conforme as etapas da vida, e o texto trará algumas características de cada fase do desenvolvimento.

Hartup (1996) trás que ainda nos primeiros anos de vida, o uso da palavra amigo se inicia, e na infância essa relação é pautada por afeto, companheirismo, muita diversão e reciprocidade, e é com esses momentos que o indivíduo passa a estabelecer laços e habilidades sociais, aprende a lidar com conflitos e a desfrutar da troca social. Quando a criança possui amigos, ela consegue desenvolver diversas habilidades, como a capacidade de comunicação, e até mesmo o conflito com outras crianças são experiências que vão contribuir para um crescimento mais sólido para o futuro, favorecendo uma melhor postura ao encarar situações parecidas, fazendo da amizade na infância uma importante ferramenta para saúde emocional.

Fonte: Sasint no Pixabay

Amigos brincando na infância

Salisch (2001) aponta que estabelecer relações de amizade na infância representa um papel importante para o desenvolvimento social, cognitivo e emocional. A amizade desempenha um papel fundamental ao impor desafios ao desenvolvimento emocional da criança, pois envolve experiências emocionais onde a criança aprende a administrar a raiva, o ciúmes, inveja, amor, confiança, as expectativas e o senso de competição. Rizzo e Corsaro (1995) completam que o apoio social, para as crianças, pode contribuir para a redução de estresse no enfrentamento de preocupações compartilhadas.

Rawlins (1992) disserta que na  adolescência a amizade é uma dimensão da vida muito importante, junto à confiança e intimidade nas relações.  É na transição da adolescência para a vida adulta que o jovem em sua relação de amizade atinge um ápice funcional desenvolvimental, ajudando o indivíduo em sua adaptação a novas tarefas da vida, como os desafios na universidade e na  carreira profissional . Esse momento, principalmente da adolescência para a vida do adulto jovem, é um fase em que o indivíduo  costuma estabelecer diversas conexões duradouras, e também momentos de  desafios como as mudanças do corpo, das responsabilidades, das relações amorosas e decepções.

Para Rawlins (1992), ao entrar na vida universitária, geralmente na transição da adolescência para a vida adulta, o indivíduo necessita se reorganizar emocionalmente e construir essa rede de apoio social, e reorganizar a relação familiar o novo sistema criado na universidade e as amizades já preexistentes. Esse período geralmente é marcado por desafios e dúvidas sociais e intelectuais e uma grande expectativa quanto à vida após a universidade.

Rodriguez, Mira, Myers, Morris e Cardoza (2003) realizaram um estudo com 338 pessoas jovens adultas, com o propósito de avaliar o bem-estar na redução de estresse na relação com os familiares e com os amigos. A pesquisa apontou que ambos os apoios contribuem para o sentimento de bem-estar nas pessoas.

Fonte: Broesis no Pixabay

Adultos em momento de diversão

Carbery e Buhrmester (1998) traz que, no decorrer da  vida a quantidade de amigos diminui com a adultez e o envolvimento em romance estável, casamento, surgimento de filhos e dedicação ao trabalho. Com o avançar da idade, as responsabilidades continuam a aumentar e o encontro entre amigos costumam ser cada vez mais pontuais, e muitas vezes associado a um evento. Tendo em vista o quão importante é ter um ciclo de amizade, e o quanto isso pode trazer  qualidade de vida para as pessoas.

Rodrigues (2010) Com a saída dos filhos de casa, e a chegada da velhice, cultivar amizades mostra ser também grande relevância, pois a partir disso o idoso pode compartilhar suas experiências, trocar confidências, relembrar momentos que passaram no decorrer de suas vidas, aconselhar e até mesmo se abrir para novos romances, evitando também a solidão e o sentimento de desamparo, aproveitando para desfrutar de mais momentos de lazer e de interação social. O autor completa que  desenvolvimento e a manutenção de uma boa rede social de apoio com a inserção de novos amigos é uma das formas de amenizar o impacto das perdas e limitações naturais da velhice.

Referências

BOWLBY, J. (1988). Cuidados maternos e saúde mental. São Paulo: Martins Fontes.1988.p.64

BRONFENBRENNER, U. A ecologia do desenvolvimento humano: experimentos naturais e planejados (Tradução VERONESE, M. A. V.) Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

CARBERY, J., & BUHRMESTER, D. (1998). Friendship and need fulfillment during three phases of young adulthood. Journal of Social and Personal Relationships, 15(3), 393-409.

HARTUP  (1989). Behavioral manifestations of children’s friendships. In T. Berndt & G. Ladd (Eds.), Peer relationships in child development (pp. 46-70). New York: Wiley.

RODRIGUEZ, N., Mira, C., Myers, H., Morris, J., & Cardoza, D. (2003). Family or friends: who plays a greater supportive role for Latino college students? Cultural Diversity and Ethnic Minority Psychology, 9(3), 236-250.

SALISCH, M. von (2001). Desenvolvimento emocional infantil: desafios em sua relação com pais, colegas e amigos. Jornal Internacional de Comportamental Desenvolvimento, 25 (4), 310-319.

RIZZO, T.A. & Corsaro, W.A. (1995). Processos de apoio social na primeira infância amizade: Um estudo comparativo das congruências ecológicas no apoio encenado. americano Journal of Community Psychology, 23 (3), 389-417.

ROWLINS (1992). Friendship matters. New York: Aldine de Gruyter.

RODRIGUES, AG. (2010). Habilidades comunicativas e a rede social de apoio de idosos institucionalizados. [Tese]. São Paulo: Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, 2010.

 

 

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