O exíguo espaço da pessoa com deficiência na vivência da sexualidade na Sociedade Capacitista

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O normal ou anormal é encarado, portanto, como uma variação do modelo médico, colocando a deficiência como um desvio de normalidade, ao qual se faz necessária correção, para ser considerado humano, havendo assim a aproximação do padrão […] Compreende-se, na necessidade de se fazer uma sociedade para os deficientes para além da responsabilidade do modelo médico, e focar nas formas de conceber o incabível na vivência capitalista.

No dia 14/11/2020, houve o encontro com a Psicóloga Clínica Laureane Marília, abarcando sobre o tema “Sexualidade da pessoa com Deficiência”, como parte da disciplina de Psicologia da Sexualidade Humana, do curso de Psicologia do CEULP/ULBRA de Palmas-TO, mediada pela professora da instituição de ensino, Ruth Cabral, ao qual a convidada, trouxe através da narrativa de sua experiência clinicando sobre a importância de se criar contextos de proteção ao suicídio, refletindo sobre a sociedade homofóbia e transfóbica como fomentadora do sofrimento emocional; trouxe em suma, a importância de ater-se para questões sociais, que atravessam a atuação clínica, com enfoque sobre as vivências da pessoa com deficiência na sexualidade, e seus entraves. A conversa abriu espaço para a reflexão dos alunos presentes, assim como abertura para dúvidas e considerações. Laureane pôde trazer através da sua vivência enquanto pessoa com deficiência, e psicóloga um diálogo engrandecedor para os estudantes, com seu lugar de fala, e com sua bagagem enquanto profissional.

Arquivo Pessoal

Problematizando a vivência da pessoa deficiente, Laureane na presente aula revisou sobre “O termo “Capacitismo”, que está para as pessoas com deficiência assim como o machismo está para a mulheres, o racismo para pessoas negras, a homofobia para as pessoas homossexuais, e a transfobia para a pessoa trans […] É um conjunto de regras que estabelecem qual é o corpo típico da espécie […] qual é anatomia, qual a fisiologia para ser, humano” então, aquelas pessoas que fogem dessa aliciação dos corpos, é dispensável, hierarquizando-as em níveis de capacidade, enquanto socialmente, estabelece-se possibilidades para o desenvolvimento de habilidade de algumas pessoas enquanto que para outras não, marginalizando a pessoa com deficiência, a mercê da sociedade capacitista.

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Durante a trajetória nazista, existiram os assassinatos em massa das pessoas com deficiência, nos campos de concentração, por serem desperdício de investimento, em uma tentativa de um futuro próspero, e sem deficiência, além disso, existiu em paralelo a esterilização involuntária, principalmente nas mulheres cuja as causas da deficiência é genética. Hoje tal prática é proibida, entretanto, ainda existem casos em que mulheres com deficiência foram esterilizadas via SUS, ao qual, tais profissionais violaram um direito humano; profissionais de psicologia também aturam em incentivo de tais ações, por exemplo, em uma mulher com deficiência intelectual. Então, qual seria o papel de psicologia nestes recortes?

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É necessária a compreensão dos motivadores que fazem os familiares acreditarem que a esterilização é mais viável. Enquanto compromisso ético, cabe agir de forma a auxiliar o diálogo da mulher com deficiência e sua família, ajudando em conjunto na quebra dos estigmas relacionados as pessoas com deficiência intelectual, enquanto irresponsáveis em relação ao casamento e constituição familiar, sendo esta uma inverdade, pois, através de uma educação sexual, e explicação dos papéis dos pais, a compreensão desta pessoa se assemelha a de um outro, sem deficiência de mesma idade. É importante compreender também os recortes de classe, e as diferentes dificuldades de enfrentamento, dá-se devida importância a um governo que priorize as necessidades desse indivíduo para ter uma vida digna, dando assistências suficientes para tais fins; o que difere de um modelo neoliberal, que não dá meios para a conquista emancipatória de direitos, como única alternativa a competitividade, e meritocracia.

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Cabe ao psicólogo, orientações, mapeamento das possibilidades com a pessoa com deficiência e sua família quando inseridos em um recorte de linha da pobreza, como a procura da defensoria pública, investigação dos mecanismos legais na convenção da ONU, quais as leis brasileiras de inclusão, e se apesar de tudo, não houver respaldo, abrir liminar na justiça de recursos que não foram disponibilizados voluntariamente. Pontuando a necessidade de fazer psicologia não elitista, voltado ao sujeito de acordo com a realidade social vivenciada. Lembrando que: Deficiência não deve ser sinônimo de doença, principalmente quando saúde é entendido como questão biopsicossocial.

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Pontuou-se sobre a diferença das vivências da mulher com deficiência e do homem com deficiência, ao qual os estereótipos do gênero feminino se entrelaçam com os entendimentos de pessoas frágeis, passíveis, enquanto os homens, são vistos como fortes proativos, colocando então essa mulher no lugar de passividade/submissão ainda maior, dificultando sua autonomia, enquanto o homem deficiente, é posto em um lugar de incompatibilidade de gênero, ao qual se encontra em desajuste ao entendimento do homem, viril e forte. Mostrando o quão essas relações de gênero também afetam o sujeito, produzindo sofrimento, desajustamentos, e mais vulnerabilidades.

Entende-se, dessa forma, a importância das universidades enquanto espaços de reflexão sobre os aspectos culturais que nos atravessam e constituem nossa subjetividade, a fim de conhecer intimamente as limitações pessoais, assim como nos pondo a disposição de sermos passíveis a mudança. Lembrando sobre a falácia da neutralidade, pois uma vez inseridos no mundo, somos influenciados e influenciadores, então é cabível o entendimento das coisas que atravessam, e nos constitui enquanto sujeito.

Foi discutido sobre as questões de normalidade e anormalidade, a problematização das parafilias, e dos conceitos gerados no DSM como uma cartilha de construção do que se inscreve como “normal”, em uma realidade que está em constante desdobramento e mudanças. Nesta perspectiva foi mencionado a questão do prazer ou desejos voltados aos corpos com deficiência, pessoas denominadas – devotee – que por vezes sofrem retaliações à mercê deste desejo, socialmente falando.

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Por conta dos estigmas para esse recorte da fantasia, os devottes por vezes aproximam-se de pessoas deficientes pela internet, causando prejuízo pois pode haver um envolvimento sentimental por parte desse homem/mulher, entretanto, essa relação não será assumida. Então percebe-se uma vivência de retaliação do que deveria ser naturalizado, pois assim como os homossexuais, transexuais, já estiveram nesse lugar de patologização do desejo, o mesmo têm ocorrido com os devottes, que extravasam de forma nociva, em decorrência de uma supressão, medo do julgamento social. Apesar de tudo, são nesses contextos, em que muitas mulheres com deficiência, descobrem que seu corpo é feito para prazer sexual próprio, e que ela é desejável por outro.

Mulheres devotees, por sua vez, são mais facilmente aceitas, uma vez que existe a naturalização da mulher como cuidadora, então se torna mais passível de uma vivência que não a rotule, enquanto existe a concretude desse prazer específico pelas pessoas com deficiência. Enquanto a mulher com deficiência é colocada por vezes como um ser puro, assexual, na perspectiva de que o desejo sexual seria o desvio, o pecado, então o homem devotee é visto como alguém perverso, pois não considera essa mulher deficiente como portadora de desejos.

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O normal ou anormal é encarado, portanto, como uma variação do modelo médico, colocando a deficiência como um desvio de normalidade, ao qual se faz necessária correção, para ser considerado humano, havendo assim a aproximação do padrão. Em contrapartida, existem pessoas que tem desejo de ter deficiência, o que se torna inconcebível um procedimento cirúrgico de transdeficiencia, e uma vez que se recebe essa recusa esse sujeito por vezes se lesiona, a fim de ter prejuízo em alguma parte do corpo, em que por fim possa ser concedido a amputação, ou outro procedimento de supressão. O que pode ser encarado como inadmissível pois se perde força de trabalho, dando a essa pessoa alguma deficiência. Em contrapartida, procedimentos que colocam em risco a vida de mulheres em cirurgias estéticas são facilmente acolhidos, por se aproximar dos padrões normativos, enquanto transdeficiencia, seria compreendido como “loucura”, por parte de quem têm tal desejo.

Durante a participação com a psicóloga, também foi apontado como as pessoas idosas impreterivelmente terão algum tipo de deficiência, portanto um futuro sem deficiência é uma grande ilusão. A aposentaria por invalidez, mostra um pouco sobre como se vê a pessoa com deficiência, ela é inválida, improdutiva, inoperante. Se a mesma comercializar algo, por exemplo, estaria cometendo um crime, tirando dela o direito da aposentadoria por invalidez. Então esse ato, sugere total desvinculação do ser com alguma incapacidade, por conseguir fazer algo. Sendo mais fácil também, estabelecer menos políticas públicas, pois interditar e rotular uma pessoa enquanto inválida é mais fácil e causa menos gastos que investir para que ela supra suas necessidades de forma plena.

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A contraposição do modelo médico vem com ascensão do modelo social (a partir da década de 60) com a luta por direitos civis, abertura política, e no final dos anos 70 veio o movimento pelo fim da ditadura. E a luta pelo direito das pessoas com deficiência esteve neste meio. No Reino Unido homens com deficiência denunciaram situação de vulnerabilidade e condições desumanas, um pontapé para o início de uma trajetória de conscientização e lutas.

Compreende-se, portanto, na necessidade de se fazer uma sociedade para os deficientes para além da responsabilidade do modelo médico, e focar nas formas de conceber o incabível na vivência capitalista, onde essa pessoa com deficiência poderia trabalhar menos de 08 horas por dia, onde houvesse respeito pelas limitações e exaltação de potencialidades, na existência de políticas públicas suficientes e eficazes. E construir a subjetividade de maneira menos evasiva, ao qual você é um sujeito dotado, fugindo do contexto da produtividade, onde há necessidade de uma constância para provar valor, que por vezes não respeita as limitações de pessoas não deficientes, muito menos, dá espaço para novas formas de se inserir como sujeito no mundo.

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A deficiência, assim como tudo existente, é uma construção histórica. E é nítido que o mundo foi construído para privilegiar alguns tipos de corpos em específico. Uma escada é uma construção histórica, e no lugar dela poderiam existir rampas, assim como os assentos são produções culturais, pois poderiam ser maiores para caber pessoas gordas. Nos fazendo refletir na necessidade de ser fazer um mundo onde a diversidade possa existir de forma integra e natural.

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Dificuldades existenciais no contexto pandêmico

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Os pesos ocultos da quarentena estão por vezes presos nas realidades de sofrimento, não divulgadas, não levadas em consideração, não fomentadas a partir do incentivo da fala de quem tem sofrido, independente dos pesos ou medidas que esse sentimento tem, em cada subjetividade. Os impactos visíveis ou invisíveis, nossas relações interpessoais, íntimas, estão em constante mudança, e este momento totalmente desafiador, nos joga na posição de necessidade da capacidade da resolução de problemas, ou, a paralisia das nossas faculdades antes normalmente executadas.

A relação cotidiana mudou, e por consequência nossos aspectos relacionais também experimentam neste fenômeno, necessidade de atualização, sendo este termo, longe de ser interpretado como juízo de valor (bom ou ruim), mas é a forma com que o sujeito se insere, ou se expressa, em um movimento orgânico e dinâmico, mas não unilateral, pois se diversifica a partir de uma estrutura psíquica individual e também coletiva, na busca dificultosa da homeostase.

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Posso talvez afirmar que cada um se insere da maneira que cabe, em suas possibilidades e angústias, alguns, o medo do incerto, da possibilidade da incapacidade de retornar a uma realidade antes vivenciada; outros, na precisão de estar sempre, e em constante produção; se Freud estivesse aqui diria que este é nosso sintoma? Seria nossa resistência para não ter contato com o desprazer? Estaríamos tomados pela estrutura egóica? Sabe-se lá se Skinner em um momento como esse, talvez fizesse paralelo sobre estes comportamentos, e diria que é fuga e esquiva, em uma tentativa de reduzir ou eliminar os estímulos aversivos.

Eu mesma, estou tentando pôr panos frios em meus sofrimentos, mas seria muito tolo da minha parte dizer que não estou constantemente lidando com o sofrer, e com a vida que me pressiona a uma glorificação de processos criativos para o sofrimento, as produções, afinal, estamos todos confinados, qual seria então minha desculpa? Nós avançamos no tempo, mas as questões não biológicas, estão constantemente sendo negligenciadas no processo de adoecimento, o que me faz pensar que não avançamos tanto assim.

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Talvez o leitor esperasse que eu me embasasse em apenas uma teoria, enquanto eu misturava sistêmica, psicanálise, análise do comportamento, e agora, Gestalt e psicologia profunda; quem sabe eu só não esteja buscando incessantemente a quintessência, a pedra filosofal, a individuação, e uma possiblidade de me tornar um sujeito autêntico? Me disponho a deixar parte de mim aqui, e ser… não é sobre pontos finais, ao menos para mim, na maior parte do tempo é sobre interrogações, buscando estar aqui e agora, mas tendo também de resgatar lembranças no fundo do inconsciente, que vez ou outra sussurram ou gritam ao meu ouvido, pedindo atenção, para que eu volte novamente a dar atenção aos meus processos.

Eu enquanto acadêmica me sinto confusa diante de tantas formas de ver o mundo, e enfrentando eu mesma, ao mesmo tempo, para entender quem sou eu no mundo, e o que farei com estes sofrimentos latentes ou abafados pelas implicações sociais. Bem, o contexto não tem sido favorável, na verdade, não sei se algum dia foi, mas me força a crescer. Tive que lidar com o medo da perda de pessoas extremamente próximas, tive de ver o sofrimento de quem passa por uma doença nova, de grande enfermo, observar sobre meus olhos alguém que teve experiência de muito tormento, o que me fez recordar de Jung, e as experiências de “quase morte”, as imagens arquetípicas do self se manifestando.

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Mais que nunca, estamos sofrendo, e precisamos dizer, para que não seja tão solitário este sentir. Se eu refletisse nas fases do luto de Elizabeth Kubler-Ross, não conseguiria dizer com precisão em qual fase estou, mas felizmente não é necessária tal linearidade. De raiva a depressão, e talvez eu tenha conseguido chegar em parte, na gloriosa, mas não estável, aceitação… afinal, já entendo que preciso sofrer, e dar voz ao que não consigo dizer. E eu sinto muito por tudo que eu jamais diria neste relato, de tão vasto, vívido, e por ser tão confuso, nem sei como diria. Que sorte a minha seria ser analisanda… por mais doloroso que seja, é difícil fugir do que também sou eu, está comigo, mesmo que eu negue.

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Diálogo sobre o SUS no contexto pandêmico e análise do ponto de vista teórico da Saúde, Bioética e Sociedade

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No dia 27 de maio de 2020, foi feita entrevista referente a disciplina de Saúde Bioética e Sociedade I (SBS I), da instituição de ensino do CEULP/ULBRA com o entrevistado Alexandre Elias Chagas Achcar, estudante de Jornalismo na Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus Palmas. Ele foi comunicado acerca da entrevista que circundaria a temática do Sistema Único de Saúde (SUS), ao qual foi realizada dez perguntas totais, com objetivo de analisar suas respostas de acordo com o que fora estudado em SBS I, como forma de aprendizado, e elucidação dos conteúdos ministrados. Todas as suas falas foram escritas na íntegra. A seguir, a entrevista em questão.

(En)Cena – Gostaria que você me dissesse se você vê o SUS aplicando formas efetivas de promoção à saúde, tanto quanto na cura dos doentes.

Alexandre Achcar – Eu acredito que o Sistema Único de Saúde é fundamental para a sociedade brasileira, principalmente porque, já está aí a bastante tempo, se eu não me engano ele é de 1988; não sei, posso estar errado, perdão; o Sistema Único de saúde ele é necessário justamente porque outros países comparando por exemplo com Estados Unidos, não tem essa gratuidade na saúde, a população não tem acesso a esse benefício… Por mais que o SUS seja falho justamente porque tem muitas verbas que não chegam para ele, isso é uma questão governamental né? Ministério da Saúde… ainda assim, ele consegue atender de forma eficaz, principalmente agora, na época da COVID-19. Se a gente não tivesse o SUS, seria um grande desastre, por isso eu sou muito adepto, acho que ele é fundamental.

(En)Cena –  Quais os mecanismos do SUS que você lembra de ter usado e usufruído, anteriormente ou atualmente?

Alexandre Achcar – Então… eu cheguei a usar o Sistema Único de Saúde, se eu não me engano, a última vez foi em 2018, no finalzinho de 2018 eu peguei uma infecção, e fiquei muito mal, com muita febre. Fui parar no SUS, e eu não tinha o cartão na época, lembro até hoje, tive que fazer um número, e eu não tinha também… não deram o cartão, então a infraestrutura é algo a si pautar né? Mas que seja um lugar que tenha saúde gratuita para as pessoas, ainda assim, tem que se atualizar, ter uma organização. Mas, eu cheguei a usar, lembro que na época cheguei a tomar uma injeção de benzetacil e uma outra que não lembro o nome, e depois de eu ser medicado e consultado, o médico me passou alguns antibióticos também, eu comprei, tomei, estava sozinho em casa, fiz uma alimentação saudável como ele disse para fazer, e melhorei, foi um bom tratamento.

(En)Cena – Qual a importância do SUS para você?

Alexandre Achcar – Como eu disse anteriormente, a gratuidade e a acessibilidade para as pessoas mais carentes, eu acredito na importância do SUS nesse quesito.

(En)Cena – Você acredita que o SUS alcança todos os recortes populacionais, como um todo?

Alexandre Achcar – Eu acredito que não, porque… por mais que o SUS tente ser o máximo acessível, ainda assim alguns postos de saúde podem estar localizados em um bairro, e aquele posto de saúde pode ser o único da região e a pessoa pode estar passando mal e precisa se locomover, geralmente por uma série de questões econômicas, talvez de saúde mesmo claro… porque a pessoa está procurando um postinho pra resolver uma eventualidade, por N’s motivos essa pessoa pode não ter acesso ao SUS e preferir se tratar em casa, sem nenhum auxílio médico, nem nada do tipo.

Também tem o problema governamental, das verbas não chegarem para o Sistema único de Saúde e não serem convertidas em remédios, e muitas vezes essas pessoas que estão no SUS, querem esse remédio de graça porque não tem condições financeiras para adquirir o remédio recomendado pelo médico. E no próprio Sistema Único de saúde eles oferecem remédio de graça, mas ainda assim tem uma falta muito grande, uma carência muito grande de certos medicamentos.

(En)Cena – Quais seriam as maiores vantagens do SUS enquanto órgão de Saúde para você e para a população, na sua visão?

Alexandre Achcar – Acho que ele é um serviço gratuito, como eu já disse, que é uma grande vantagem, os Sistemas Únicos de Saúde oferecem remédio né? De graça, que é outra vantagem que eu já citei anteriormente… terceiro, a urgência dentro do SUS, também é algo a se pautar porque, da última vez que eu fui lá inclusive, eles têm uma tabela ao qual você se adequa a certo tipos de cores, e essas cores determinam seu lugar na fila de espera. As vezes uma pessoa que está passando muito mal, que tem que ter o atendimento no momento, ela vai na sua frente porque ela tem prioridade, eu acho fundamental ter prioridade nesse quesito, eu acho muito importante…

Entre outras coisas, o SUS é acessível, por mais que ele ainda não seja né, em todos os locais, em todos os bairros, ainda assim ele consegue atingir um nível de acessibilidade considerável, a gente tem que levar em consideração também, eu já disse anteriormente sobre transporte público. E é isso… dentre outras milhares de coisas, o SUS é muito importante para a melhoria da saúde coletiva, e da ciência no Brasil.

(En)Cena – Como você acredita que seria o contexto de pandemia caso não houvesse o SUS?

Alexandre Achcar – Ah… com certeza desastroso! A gente tem que considerar também a má gestão dos órgãos governamentais quanto a alertar da COVID- 19, sem o SUS então, não sei como seria feito… Já há muitos hospitais particulares mesmo, com camas lotadas com pessoas com caso de COVID e sem profissional da saúde, sem o Sistema Único de Saúde também, a gente estaria muito pior do que a gente está, a gente já está em segundo lugar na tabela mundial, acho que com 3.000 casos, não tenho certeza, talvez 4000, tenho que averiguar, mas, estaríamos muito pior, com certeza (a entrevista ocorreu no ápice da primeira onda da Covid-19).

(En)Cena – Se você pudesse implementar mecanismos no SUS, para seu aperfeiçoamento, quais seriam?

Alexandre Achcar – Unidade móvel de atendimento iria resolver um pouco do problema do transporte público, por mais que o SUS tenha, já vi que eles têm algumas campanhas nos bairros, levam a unidade móvel para ajudar a população, geralmente em regiões mais carentes, se essa unidade móvel trabalhasse também, 24 horas, seria fundamental porque as pessoas que estão necessitando do SUS ao invés de ir até ele, o SUS poderia ir até essas pessoas, e resolver parte do problema, entende? Equipe especializada para isso.

Acho muito interessante também, talvez na Polícia Federal, órgãos regulamentadores, que a verba que seria destinada ao Brasil, principalmente ao SUS, passasse por um filtro. O que seria esse filtro? O filtro iria evitar com que esse dinheiro, seja vítima de corrupção passiva, desvio de verba, dentre outros problemas que a gente sabe que ocorre no Brasil, que já é um problema crônico do nosso país.

(En)Cena – Qual a reflexão mais pertinente sobre o SUS e a pandemia que vem te acometendo durante esta fase que se instaurou aqui no Brasil?

Alexandre Achcar – Acredito que sem o SUS seria bem pior, por exemplo… a gente está vendo estádio de futebol sendo lotado por pacientes com COVID- 19, porque dentro do SUS não está tendo mais maca, não está tendo mais espaço para atender o tanto de doente que está tendo no país entende? Sem o SUS seria muito mais complicado, a gente não teria mais lugar dentro dos estágios, e a onde a gente iria colocar essas pessoas?

Por mais que seja um cenário caótico, o SUS está fazendo um papel excelente durante a pandemia, e fundamental sabe? O SUS só não faz um papel melhor, justamente pelos desvios de dinheiro, má gestão governamental, falta de remédio, falta de incentivo cientifico dentro do país, e falta de… eu acredito que é um problema também, falta de reconhecimento das universidades e dos cursos de ciências biológicas e na área de saúde no Brasil

(En)Cena – Você acredita que o momento histórico em que estamos vivendo tem contribuído para uma reflexão sobre a necessidade de se fazer uma saúde para a comunidade e para os indivíduos como um todo, no sentido de saúde como coletividade?

Alexandre Achcar – Com certeza… se a gente para pensar que o SUS hoje em dia, está lotado de gente, tem gente precisando de atendimento e não está tendo como atender porque não tem lugar para as pessoas ficarem, porque não tem respirador o suficiente, porque não tem investimento na tecnologia na saúde dentro do pais, a gente começa a enxergar o tanto que isso é importante sabe… o tanto que investir na saúde, que é um dos pilares da sociedade bem-sucedida, é primordial sabe…

Isso vale para as pessoas que são contra o Sistema Único de Saúde porque se todo mundo se unir para melhorar esse atendimento e reivindicar da saúde pública um atendimento mais eficaz e transparente também, dentro da saúde pública do Brasil, talvez esse seja até o estopim para a elite, utilizar um sistema que é de graça… e ter acessibilidade para todo mundo sabe… porque todo mundo precisa de qualidade quando se trata de saúde, todo o ser humano necessidade de transporte, saúde e educação. É o mínimo que as esferas públicas têm que oferecer para a população.

(En)Cena – E sobre as pessoas que ainda assim, não valorizam e não dão importância para o SUS, qual a visão que você tem sobre elas, e por que você acredita que as pessoas pensam dessa maneira? Você tem alguma opinião sobre o assunto?

Alexandre Achcar – Então, se a gente analisar as pessoas que falam mal do SUS, elas não precisam do SUS, geralmente são pessoas da elite brasileira da “classe A”, e elas tem acesso a saúde particular, elas têm acesso à educação, tem acesso a transporte de qualidade… é um pensamento muito egoísta, você dizer que o Sistema Único de Saúde não deve existir, por causa da situação econômico do país. Se hoje o brasileiro paga um dos maiores impostos do mundo, esse dinheiro volta para ele, o problema não está na quantidade de dinheiro que a gente paga, e sim, na quantidade de dinheiro que volta para a gente como benefício da população.

Reflexão a partir da fala do entrevistado:

É possível observar através das colocações do Alexandre, que ele tem conhecimentos tanto numérico quanto da própria vivência como usuário do SUS. Dentro de sua perspectiva as vantagens do SUS corroboram em se fazer saúde de forma descentralizada, que é um dos quesitos de regionalização pertinentes nas diretrizes do Sistema de Saúde, que visa espalhar os serviços pelos municípios, que tem suas próprias estratégias e demandas.

É perceptível que ele, por sua vez, não compreende a hierarquização vigente, que diz respeito da referência e contra- referência, que se estabelece na rede que se subdividem em funções, que visam o atendimento de piso da Atenção Básica  (PAB), que tem sua importância, mas não atende casos extremamente complexos, cabendo desta maneira a necessidade de referência da rede municipal para a regional, e assim sucessivamente, ao qual quando há a resolutividade da demanda, acontece a contra-transferência. Toda essa questão está vigente no princípio de descentralização político- -administrativo, que se subdividem na esfera: União, Estado e Distrito Federal.

Apesar disso, é importante ressaltar a fala que lista a vulnerabilidade socioeconômica, a inacessibilidade de transporte, e/ou a auto medicalização por falta de informação, o que é uma realidade pertinente que dificulta a universalidade do acesso à saúde. Que é um dos fatores que ele acha pertinente e íntegro do Sistema.

Pôde-se observar que ele busca ter criticismo através de uma visão sócio-política, buscando a justiça social ao qual o SUS faz referência, pondo culpabilização do fracasso ou da não obtenção da força máxima enquanto órgão público pela má gestão política, falta de investimento e o sistema corrupto que o circunda. Pois, assim como ele disserta, existe a falta de recursos, para pesquisa, medicamentos que vai de contramão ao Título III do CAP III sobre “Planejamento e Orçamento” da Lei Nº 8.8080, que fala que deve haver orçamento compatível a necessidade de saúde da localidade, ao qual é necessário planejamento, organização que são aspectos citados por Alexandre, para que haja um plano de saúde efetivo.

Dentro de suas vivências foi possível ver que ele acredita que deva mudar questões da logística, mas que admira a organização e priorização de urgências, que se refere ao princípio de equidade, ao qual pretende-se ter atendimento justo, com a análise da demanda, de acordo com suas necessidades prioritárias.

Nota-se que apesar de ver questões para se aperfeiçoarem no SUS, principalmente em decorrência as responsabilidades governamentais por faltas éticas e administrativas, ele o vê como essencial, principalmente por conta da COVID-19 ao qual essas necessidades ficam ainda mais evidentes, que devem intervir no princípio da integralidade, com articulação coerente e rápida na prevenção e cura da população doente.

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“Malévola: Dona do Mal” em uma interpretação analítica 

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Percurso heroico faz protagonista sofrer grande mudanças internas em busca da integração dos opostos

Malévola é um filme de drama e fantasia dirigido por Robert Stromberg, que dá uma nova roupagem a Bela Adormecida, chamada Aurora; entretanto, tudo é contado através da vida e nuances psicológicas de Malévola, nos fazendo entender que, na verdade, ela não é tão má assim, e tem lá suas motivações para manter-se na defensiva. Sabendo disso, o filme Malévola 2: Dona do mal, reinicia sua trama pautado em questões ainda não superadas.  

Existem inúmeras maneiras de se interpretar a obra cinematográfica, e uma dessas, é sob inspiração da Psicologia Analítica. “A dona do mal”, Malévola, é assim conhecida pelos humanos, através de boatos e histórias passadas de geração em geração, cujo motivo de tanto medo, nem se quer se passa pela consciência destes indivíduos. Talvez estejam imbuídos de uma espécie de contágio psíquico, ou mesmo sob a influência de imagens arquetípicas presentes no inconsciente coletivo. No filme, também fica claro que a Rainha Ingrith é manipuladora e deseja destruir Malévola para obter mais poder, além de visar as terras dos seres mágicos. 

Aurora Humans GIF by Walt Disney Studios
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Traída por Stefan (ainda no primeiro filme) em uma paixão juvenil, Malévola teve suas asas cortadas pela ganância. Por muito tempo teve de se afastar de um elemento tão crucial que é o ar, que trazia a ela as inúmeras tentativas de se afastar dos sentimentos que a aborreciam, por isso, a nova notícia de que Aurora se casaria com o príncipe do reino humano fez com que ela se deparasse com grande fúria. 

Ela de fato não havia superado suas más lembranças, e desejava proteger Aurora de qualquer mal. Entretanto, a jovem sempre foi a ponte para seu vaso alquímico, e desde o seu nascimento trás para perto as relações humanas que tanto evitava. Malévola então cede de sua vontade, para a felicidade de Aurora, e vai ao encontro do rei e da rainha, para o pedido oficial do casamento. 

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Mais uma vez, ela tinha motivos para manter distância, pois a rainha Ingrith colocou em ação seu plano de forjar um feitiço para o rei, e de acusar Malévola de ter o feito, para que assim, tivesse controle total das futuras ações, e pudesse por fim, matá-la. Enfurecida, Malévola sai do castelo e leva um tiro de metal (metal é seu ponto fraco), sendo este elemento do ponto de vista alquímico, referente à razão,  e que em muito está ligado à dimensão do masculino.

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Resgatada por Conall, ela é levada para um distante lugar, ao qual ainda muito machucada, percebe que ali estava acontecendo uma reunião de seres de sua mesma espécie. Naquele local, começa seu processo de busca por sua individuação, onde ela deixa para trás seu mundo ideal, o reino e o lar dos seres mágicos (numa jornada heroica) para se integrar às novas possibilidades daquele coletivo; mas, em grande medida, estava sempre recuando, voltando a si, para o encontro de um paraíso perdido metafórico, numa ação paradoxal, individuando-se sem sair do todo, na sua vivência em comunidade.

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Conall é a representação de sua contraparte psíquica, uma figura externa do sexo oposto, que a ajuda de forma participativa na obtenção do ouro alquímico, ao passo que, todos ali desejavam vingança dos humanos, assim como Malévola que muito sofreu durante sua vida; mas Conall persistia na ideia de que a violência não era a melhor saída. Dentro dessa aventura, Malévola pôde descobrir a origem de seus poderes, e seu destino de proteger a magia, sendo herdeira direta da Fênix.

Em uma das festas da comunidade em que Malévola se encontrava, ela teve súbita sensação de desconforto, que advinha do pressentimento de que sua terra o reino mágico estava em apuros. Conall, percebendo que ela iria até lá, a seguiu, e viu junto a ela, a destruição e a colheita violadora das flores de seu reino; tais flores, na verdade, eram a forma real das fadas depois de sua morte. Percebendo sua presença, os soldados a atacaram com balas de ferro, e Conall ao visualizar a situação, sacrificou sua vida em defesa de Malévola. Tal desfecho trouxe ainda mais revolta para mente da protagonista.

Decididos a iniciar a guerra contra o reino dos humanos, em busca do fim da extinção da sua espécie, Malévola se direciona para uma grande matança, ao passo que Aurora também está em apuros depois de descobrir a farsa da rainha Ingrith. 

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Houve muitas mortes, já que todo exército humano estava preparado para matar “A Dona do Mal”. Aurora, em perigo contra a rainha foi salva pelo amor de Malévola, que a protegeu contra seu ataque, causando sua triste morte. Pondo-se a chorar sobre suas cinzas, a água de Aurora simbolicamente trouxe à tona afetos e, através disso, a fez renascer. Malévola, descobriu ser a própria Fênix da profecia, voltando a vida, e conseguindo a quintessência. 

Pôde-se notar que a protagonista vivenciou uma alteração de consciência, em uma perspectiva da psicologia Analítica e, sobretudo, Transpessoal. A qual há uma inefabilidade no ocorrido, sendo esta, algo que passa das relações neuronais, transcendendo a relação física. Percebe-se que existe uma ausência do medo da morte, e finalmente ela encontra o Logus, o sentido, pois sua verdade transparece a partir da sua mudança de postura, podendo viver o fim da guerra através da ponte existente entre o mundo humano e mágico, com a dialética, situação simbolizada pela união da rainha Aurora e o príncipe Phillip. Ela pôde por fim, superar seu nigredo, na transposição do ódio e da resistência aos humanos.

FICHA TÉCNICA: 

MALÉVOLA: DONA DO MAL

Título Original: Maleficent: Mistress of Evil
Direção: Joachim Rønning
Elenco: Angelina Jolie, Elle Fanning, Sam Riley, Juno Temple;
Gênero: Drama, Aventura
País: EUA
Ano: 2019

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Deficiência da fala e aspectos biopsicossociais

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Os distúrbios da fala e da linguagem são passíveis de prevenção e tratamento tendo melhores resultados se for diagnosticado na infância, com acompanhamento adequado.

Existem fatores biológicos que são decisivos para compreender deficiências da fala que acometem pessoas de diferentes faixas etárias, entretanto, fatores de risco social e emocional, assim como a maneira de interação entre pais e filhos durante o início das fases de desenvolvimento, são decisivos para um desencadeamento no retardo da linguagem, segundo Ferriolli. A rotulação de crianças ou adultos sobre uma incapacidade acaba abafando qualquer possibilidade de desenvolvimento de potencialidades, portanto, compreender o ser a partir de alguma deficiência anula-o como indivíduo capaz de desenvolver habilidades. 

Desde que se nasce o ser se comunica através do choro,  olhar e gestos. A criança também pode distinguir pessoas através da voz, padrões de entoação, que baseiam o início interpretativo, que é dado por adultos, proporcionando leques de significados a partir de dada cultura para as crianças, iniciando o processo de entendimento da linguagem, que é o sistema simbólico usado para representar e significar o mundo através da fonologia, prosódia, sintaxe, morfologia, semântica e pragmática. E por fim no desenvolvimento da fala, diz respeito da troca efetiva de informações, recebendo-a e transmitindo-a através dos sons das palavras, produção vocal e fluência.

encurtador.com.br/aBCFO

 

Os distúrbios da fala e da linguagem são passíveis de prevenção e tratamento tendo melhores resultados se for diagnosticado na infância, com acompanhamento adequado. Para isso, é preciso uma observação dos cuidadores para com as crianças nas características da linguagem, sendo: extensão frasal (número de palavras utilizadas); complexidade sintática das frases; entonação; articulação de fonemas; as trocas presentes na fala da criança; o uso da linguagem pelo discurso e pela iniciativa comunicativa; bem como a fluência de fala (número de rupturas ou disfluências, velocidade de fala). 

Biologicamente, o hemisfério esquerdo é dominante da linguagem em cerca de 90% da população, e o hemisfério direito participa desse processo principalmente em aspectos pragmáticos. O processo neurológico da linguagem é complexo e envolve redes de neurônios espalhadas por diferentes partes cerebrais. Os ouvidos, capazes de captar estímulos sonoros do ambiente, decodifica-os e transforma-os em impulsos elétricos que são conduzidas por células nervosas, para a área do córtex cerebral, no lobo temporal, sendo possível transmiti-los pela linguagem, e armazenar sinais acústicos em um processo de aprendizagem, por algum período de tempo.  

encurtador.com.br/bpEPV

“A área de Wernicke, situada no lobo temporal, reconhece o padrão de sinais auditivos e interpreta-os até obter conceitos ou pensamentos. Ao mesmo tempo, são ativados neurônios na porção inferior do lobo temporal, os quais formam uma imagem do que se ouviu, e outros no lobo parietal, que armazenam conceitos relacionados” (CAROLINA R. SCHIRMER, DENISE R. FONTOURA , MAGDA L. NUNES)

Para verbalizar um pensamento, é acessado representações internas, presente na área da Broca, na porção inferior do lobo frontal, e convertida nos padrões de ativação neuronal necessários à produção da fala. Compreende-se que a aquisição da fala, e a compreensão de uma deficiência, têm faces multifatoriais, que devem ser analisados de forma biológica, psicológica e social (biopsicossocial) para compreender a sua origem, e tratá-las de forma a não categorizar o indivíduo a partir de sua dificuldade da execução da fala e comunicação precisa. 

ALGUNS TIPOS DE DISTÚRBIOS DA FALA:

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Refere-se ao problema na parte mecânica da fala, na expressão das palavras. Alguns dos principais distúrbios são: 

Mudez – esta incapacidade de articular palavras, geralmente é decorrente de transtornos do sistema nervoso central. Em boa parte dos casos, em decorrência de problemas na audição.

A Disfonia: caracterizada por um distúrbio de timbre, intensidade do som, e emissão vocal, podendo ter presença de voz rouca, bitonal ou de falsete. Que se dá pelo comprometimento da inervação motora das pregas vocais, a partir do nervo vagoespinal, podendo ocorrer a afonia completa.

Dislalia: distúrbio de articulação por causas multis, mas que não diz respeito a questões neuronais. Dislalia fisiológica, na qual a partir do desenvolvimento da criança, por volta dos 4 anos, tende a desaparecer, mas também pode ser provocada por malformação do aparelho fonador. Presente no personagem conhecido como “Cebolinha” na animação “A Turma Da Mônica”.

Disartria: distúrbios de articulação da palavra por alteração neurológica, em nível periférico (comprometimento dos nervos encefálicos) ou central (lesão pseudobulbares). Há presença de fala anasalada, explosiva, e nas lesões cerebelares, apresenta-se fala escandida, silabada.

Distúrbio de ritmo 

Taquilalia: Alteração do ritmo em que há aceleramento da fala, com articulação imprecisa. 

Bradilalia: Lentidão em pronunciar as palavras 

Gagueira: Caracterizado por interrupções na fala, com tal frequência que atrapalha na comunicação

Dislexia: Leitura lenta, com erros como omissão, inversões, repetições, substituição de consoantes e vogais. Dislexia de evolução se difere alexia occipital, que se configura quando o indivíduo já conseguia ler, entretanto, após alguma lesão, na qual anteriormente a ela, já existia a leitura e a fala sem qualquer problemática. 

ALGUNS TIPOS DE DISTÚRBIO DE COMUNICAÇÃO:

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Afasia: É um distúrbio de comunicação, com presença de dificuldade  de expressão, percepção, sendo uma síndrome focal, na qual há uma lesão em um lugar determinado que gerará tipos de afasia. 

Afasia de Broca: É uma afasia não fluente, pode reduzir-se a um vocabulário escasso, frases estereotipadas, pode ter transtorno na escrita (agrafia),  em outros casos, pode ocorrer anartria pura (não articulação de nenhuma palavra), entretanto à compreensão do que é falado é pouco alterado. 

Afasia de wernicke ou sensorial: A afasia interfere na compreensão, do que os outros o comunica de forma escrita ou verbal. Não conseguem repetir frases, e a existência de anosognosia, que é incapacidade de perceber seus próprios erros em sua fala.

Afasia de condução: Afasia fluente, com compreensão verbal boa e fala espontânea razoável, usualmente com presença de parafasias, e dificuldade na repetição de palavras. 

Afasia global: Mais grave, redução acentuada da expressão e compreensão, leitura e escrita comprometidas.

Afasia nominativa: Dificuldade em nomear objetos. 

Afasia transcortical: Sérias dificuldades na escrita, mas com boa compreensão de fala, escrita, e repetição de palavras, a lesão não está presente na área de Broca. 

REFERÊNCIAS

PRATES L. P. C. S.; MARTINS V.O. ;Distúrbios da fala e da linguagem na infância, UFMG). Belo Horizonte, MG – Brasil  http://rmmg.org/artigo/detalhes/808

HELENA B. FERRIOLLI V. M ;Associação entre as alterações de alimentação infantil e distúrbios de fala e linguagem CEFAC- SP; 2010 http://www.scielo.br/pdf/rcefac/2010nahead/112-09.pdf

Alguns distúrbios da linguagem e da fala; Redação Tutores Brasil, 2016 https://tutores.com.br/blog/alguns-disturbios-da-linguagem-e-da-fala/

CAROLINA R. SCHIRMER, DENISE R. FONTOURA , MAGDA L. NUNES; Distúrbios da aquisição da linguagem e da aprendizagem; Sociedade Brasileira de Pediatria; 2004 http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n2s0/v80n2Sa11.pdf

SOUZA R. ;Distúrbios de fala e de linguagem- Afasia disartria, Dislexia, Disfonia; Neurofuncional; livro base: propedêutica neuológica básica do Sanvito 2017 https://www.youtube.com/watch?v=zdYWQUoD-O0

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Primeira Caminhada pela Valorização da Vida ocorre em Palmas

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O CVV (Centro De Valorização Da Vida), proporcionará no dia 14/09, a primeira caminhada pela valorização da vida de Palmas, às 18 horas, na Praça dos Girassóis (em frente ao quiosque Toro Grill)

A promoção da saúde mental vem tomando maior visibilidade nos últimos anos, a partir da discussão de possibilidades de inserção em diferentes locais e realidades, tendo em vista que o sofrimento psicológico é uma realidade irrefutável na atualidade. Neste contexto, o Setembro Amarelo, desde 2015, traz a pauta como urgente e necessária, e o enfoque é predominantemente em relação à prevenção do suicídio, que ocupa larga escala nos cuidados em saúde. 

Muito mais que alertar, o Setembro Amarelo incita a participação da população, evidencia a necessidade de que haja compreensão social mais abrangente sobre a temática do suicídio, sendo este multifatorial, e que o preconceito dificulta o processo de acolhimento e cura do indivíduo em sofrimento. O mês que corrobora na prevenção só é possível com a sensibilização, divulgação e participação da população no processo.

encurtador.com.br/imsvU

Pensando nisso, o CVV (Centro De Valorização Da Vida), proporcionará no dia 14/09, a primeira caminhada pela valorização da vida de Palmas, às 18 horas, na Praça dos Girassóis (em frente ao quiosque Toro Grill).

O CVV só existe pela mobilização do trabalho voluntário, que presta apoio emocional 24 horas através do número 188, de forma gratuita em todo Brasil. Sendo essas ligações sigilosas, proporcionando confiabilidade, no qual o voluntário propicia escuta qualificada, sem julgamentos, além de serem preparados para realizar intervenção em crise.

encurtador.com.br/kxFGO

 

Dados Alarmantes:

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos uma pessoa tira a própria vida; tal dado não representa completamente a realidade, pois há muitos óbitos e tentativas que não são contabilizadas, portanto, essa estatística é ainda maior. Visto essa realidade, a OMS pede que haja adoção de prevenção pela parte governamental. Neste contexto, o suicídio é uma questão global de saúde pública. Todas as idades, sexos e regiões do mundo são afetadas.

De modo geral, em algumas regiões do mundo, houve diminuição nos índices de 17%; entretanto, no Brasil, houve aumento dos dados estatísticos. Segundo a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), entre 2006 e 2015, houve aumento de 24%, entre os jovens de 10 a 19 anos, nas maiores cidades Brasileiras.

encurtador.com.br/diuFK

Tais pesquisadores da Unifesp utilizaram dados do SUS (Sistema Único de Saúde), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do Coeficiente Gini (que mede desigualdade) para compreender alguns dos motivos que colaboram para o aumento dos índices. Aponta-se: a internet, mudanças sociais no contexto do país, e a deficiência em políticas públicas, como motivadores que levam ao suicídio. Mas é preciso alertar que existem inúmeras questões que podem permear tal atitude, tendo de ser tratadas com respeito, compreensão da visão de mundo, e vivências que propiciam adoecimento psíquico.

Levando em conta que cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida por ano (segundo a OMS) é necessário que o tema seja tratado com responsabilidade, cuidado, e urgência, pois se trata de saúde pública. É preciso encorajar a busca do atendimento psicológico dos indivíduos que se encontram em risco, assim como a adesão de iniciativas que tragam a pauta da saúde mental, e a promoção da vida, como a proposta pelo CVV na cidade de Palmas-TO.

Referências:

SOBRINHO, P. W. Suicídio cai no mundo, mas cresce em até 24% entre adolescentes no Brasil; UOU em São Paulo, 2019. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2019/04/27/suicidio-cai-no-mundo-mas-cresce-ate-24-entre-adolescentes-no-brasil.htm >Acesso em: 10 de setembro de 2019.

RODRIGUES, A. OMS alerta para a adoção de estratégias para a promoção de suicídio Agência Brasil em Brasília, 2019. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2019-09/oms-alerta-para-adocao-de-estrategias-de-prevencao-ao-suicidio >Acesso em: 10 de setembro de 2019

BBC News; Setembro Amarelo como conversar com alguém que está pensando em suicídio, 2019. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2019/09/09/setembro-amarelo-como-conversar-com-alguem-que-esta-pensando-em-cometer-suicidio.htm>Acesso em: 09 de setembro de 2019

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Estudantes participam de Roda de Conversa sobre psicologia, política e arte

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Roda de conversa se prolongou com uma roda de Samba, proporcionando um momento de lazer, cultura e divertimento, de forma livre, gratuita e interativa para os que desejaram participar desse momento único.

No último dia 24/08 aconteceu, na praça dos Povos Indígenas de Palmas- TO, um encontro proporcionado pela clínica de psicologia Allegórica, a partir de uma roda de conversa com o tema: psicologia, política e arte. O evento contou com a presença de estudantes de Psicologia, além de palmenses e tocantinenses de diferentes cidades interessados no tema. 

Arquivo Pessoal

O momento propunha sentimento de livre acesso, cuja principal objetivo era tornar a ação descontraída, permeada pela espontaneidade dos participantes, que trouxeram a partir da fala diversos conteúdos, que apesar de não estarem em uma lógica acadêmica, vislumbrava assuntos de muita relevância e potência. 

Arquivo Pessoal

A partir dos questionamentos trazidos pela psicóloga Larissa, organizadora e proprietária da clínica Allegórica, indagações como “Pelo o que você luta?” fizeram com que realidades e argumentos viessem a emergir da roda de conversa. 

Demandas como insatisfação, tristeza e dificuldade foram trazidas, assim como conclusões advindas da reflexão de suas próprias realidades, trazendo a ideia de que os ambientes, condições, e as oportunidades, fazem ser possível ver a vida de novos ângulos. Saindo de condições que anteriormente era um “fardo”, ou vista como imutável. Os presentes trouxeram, a partir de relatos, que sair de suas “cavernas”, fez de suas limitações, possibilidades. Assumiram que talvez viessem a ser pessoas diferentes, se escolhessem viver na sombra de imposições, costumes, e crenças anteriores.

A luta por direitos, e a resistência para que não se perca os já conquistados, foram um dos assuntos marcantes da roda de conversa. A insatisfação vivida pelas pessoas da comunidade LGBTQ+ no atual cenário político foi posta à prova, com a fala de uma das participantes: “Nos mate com uma  arma, mas não mate nossa alegria”. A mesma vê que a criação de espaços como esses, propostos pela Allegórica, são de suma importância, para mobilizar e para manter viva a voz das pessoas que lutam há séculos para sair da situação de subalternos perante a sociedade, mantendo uma rede de proteção, de fala, liberdade de expressão, vivência, e pertencimento. 

Como previsto, a roda de conversa se prolongou com uma roda de Samba, proporcionando um momento de lazer, cultura e divertimento, de forma livre, gratuita e interativa para os que desejaram participar desse momento único.

Arquivo Pessoal

 

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11 de agosto: vida estudantil e adoecimento psíquico

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O espaço escolar e acadêmico se torna um ambiente comprometedor e adoecedor, por fatores sociais, que pode trazer à tona uma “atmosfera” competitiva

Neste 11/08 se comemora o dia do estudante. A data foi sugerida em 11 de agosto de 1927 para homenagear os primeiros cursos de ciência jurídica implementados no Brasil. Relembrar e repercutir o dia do estudante é uma maneira de não olvidar  importantes pesquisas científicas que surgem das universidades, assim como a construção do conhecimento que molda um futuro mais abrangente para a realidade de crianças, adolescentes e adultos. 

Mais que nunca a educação se encontra sucateada, assim como desvinculada como prioridade. O governo demonstrou seu descaso ao anunciar corte de R$ 5,8 bilhões nas verbas destinadas às universidades públicas e programas de fomento à pesquisa, com a desculpa de que tais recursos seriam investidos na educação básica, entretanto, além de não cumprir, retalhou investimentos em programas de apoio a educação em tempo integral, construção de creches, alfabetização e ensino técnico. Os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) e Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo (Siop) (REDAÇÃO RBA, 2019). 

encurtador.com.br/DKO04

Além dos problemas externos resultantes do cenário político, realidades internas, ou melhor, estados psíquicos, também estão em evidência. A psicóloga  Karen Graner,  atualmente, participa de projetos de pesquisa em Psicologia da Saúde e Saúde Coletiva com enfoque na saúde mental de estudantes universitários (sofrimento psicológico e uso de substâncias, e fatores associados). Ela dirigiu uma pesquisa que levanta dados sobre o adoecimento psíquico, sendo que 30% dos brasileiros encontram-se nessa realidade; em escala mundial, os números aumentam em 49,1%, sendo que em cada dois estudantes, um se encontra afetado por questões diretamente relacionadas com a saúde mental (REDAÇÃO G1, 2018).

Em 2016, a “Pesquisa Censo e Opinião Discente” na Universidade Federal do ABC (UFABC) mostrou que 17,92% dos trancamentos durante o ano foram por “questões psicológicas” (REDAÇÃO G1, 2018). De alguma maneira a saúde dos estudantes vem sendo comprometida por fatores em comum. 

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Quando se abre brechas para a fala desses alunos, percebe-se que o espaço escolar e acadêmico se torna um ambiente comprometedor e adoecedor, por fatores sociais, que traz à tona uma “atmosfera” competitiva, pela qual não estar na frente, é perder um status, uma boa nota, e até um futuro promissor. “É muito complicado, porque existe uma cobrança da sociedade e da gente mesmo”, relatou uma ex estudante do ensino superior,  que não quis ser identificada, que pausou os estudos por estar lidando com premissas que a fizeram entrar em adoecimento psíquico. 

Por vezes esses alunos se cobram como se fossem uma “máquina de resultados”, e aos poucos não mais é necessário que alguém os pressione, pois a autocobrança se torna um pensamento constante e excessivo, como defende Eliane Brum, do jornal El País, “Exaustos-e-correndo-e-dopados”. Na mesma linha, segundo Han: “somos ao mesmo tempo prisioneiro e vigia, vítima e agressor. Assim, acabamos explorando a nós mesmos. Com isso, a exploração é possível mesmo sem senhorio”. Sobre uma suposta liberdade de conhecimento, sucesso, estabilidade financeira, os indivíduos acabam por se tornar escravos de seus objetivos, e o custo em nossa atualidade, de tantos desdobramentos em torno de esforços que por vezes nem sequer passam pela nossa consciência, é o adoecimento. 

encurtador.com.br/ostGL

Em poucas culturas se incita o autoconhecimento e autocontrole, as esferas emocionais acabam sendo “deixadas de lado” quando na verdade, se conhecer profundamente e saber lidar com questões internas acaba reverberando de forma positiva nas relações sociais. Os indivíduos não teriam de adoecer para perceber o quão a saúde mental é importante para esferas do trabalho, da família, e das demais relações. A realidade de muitos se insere em uma compreensão de mundo que não compete o criticismo, tornando os seres altamente manipuláveis, fazendo com que se tornem uma peça que move a engrenagem que ajudará nesse contexto competitivo, que ignora fatores emocionais, a mercê de um “futuro brilhante”. 

Para mudar as alarmantes estatísticas, é preciso trazer à tona a necessidade de olhar para dentro de si, compreender limitações, feridas passadas, inserir no contexto infantil a importância da frustração para o desenvolvimento da autoestima, assim como a criticidade social. Tudo isso para se contrapor a uma sociedade narcísica, com uma positividade tóxica, que por vezes não valoriza a internalização e o entendimento dos sentimentos negativos. A marginalização desses sentimentos se somatizam no corpo em forma de dores e doenças físicas, tornando estudantes, e futuros trabalhadores, adoecidos. 

REFERÊNCIAS:

BRUM, ELIANE. Exautos-e-correndo-e-dopados (2016). Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/04/politica/1467642464_246482.html Acesso em: 05 ago. 2019.

GRANER, Karen Mendes. Biblioteca virtual Da FAPESP. Disponível em: https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/104707/karen-mendes-graner/ . Acesso em: 05 ago. 2019.

QUERO BOLSA. Saúde Mental é Problema Frequente em estudantes no Brasil (2018). Disponível em: https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/especial-publicitario/quero-bolsa/bolsas-de-estudo/noticia/2018/08/31/saude-mental-e-problema-frequente-entre-estudantes-no-brasil.ghtml Acesso em: 05 ago. 2019.

REDAÇÃO RBA. Governo Bolsonaro Corta Recursos Da Educação Básica (2019). Disponível em: https://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2019/07/governo-bolsonaro-corta-recursos-da-educacao-basica/ Acesso em: 05 ago. 2019.

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Governo sanciona lei que cria Dia de Conscientização e Enfrentamento da Fibromialgia

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O Governo do Estado do Tocantins sancionou no último dia 1° a Lei nº 122, que institui o Dia Estadual de Conscientização e Enfretamento a Fibromialgia. A proposta é de autoria do Deputado Estadual Ricardo Ayres (PSB) e foi aprovada, por unanimidade, na Assembleia Legislativa no início do mês de julho. A fibromialgia é uma síndrome que atinge cerca de 3% da população brasileira, que provoca dores por todo corpo, de difícil diagnóstico e que ainda não existe cura, essas são algumas das razões da importância da conscientização dessa doença.

encurtador.com.br/dyzAV

Pela Lei, a data será celebrada todo dia 12 de maio e tem por objetivo dar informações à população sobre a doença, sintomas e tratamentos adequados, além de promover a troca de experiências entre pacientes, profissionais de saúde e sociedade em geral. “Essa é uma lei que busca abrir espaço para a construção de uma saber coletivo que busque amenizar a dor dessa doença crônica e trazer mais qualidade de vida para os portadores”, explicou Ricardo Ayres.

Tratamento e preconceito:

Gulnara Silva de Freitas, professora de Educação Física sofre há mais de 10 anos com a síndrome e destaca a importância da instituição desse dia: “Me alegra muito saber dessa lei no Tocantins. Somente em São Paulo que tive o diagnóstico, e mesmo assim, até acertar a medicação, ter o tratamento adequado e aprender a conviver com a síndrome é uma luta diária”, disse.

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Ainda segundo a paciente, é importante para Estado que haja essa conscientização. Ela argumenta que este é um marco, pois acredita que é preciso debater a síndrome e que ainda existe um preconceito muito grande.

Para ela, esclarecer pacientes, população, familiares e os profissionais da saúde é importante para que quem sofre da síndrome possa não ser tão estigmatizado e possa ter melhores cuidados e tratamentos. “As pessoas não tem esclarecimento quanto à síndrome, e como não há uma ferida aberta, não há algo que seja percebido pelos outros, imaginam como frescura, preguiça ou algo psicológico”, concluiu.

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