A ascendência familiar no progresso das pessoas com deficiência

A revelação da deficiência de um descendente pode originar um convívio traumático, que muda, mexe com o nível emocional de todos os membros da família. Por meio do diagnóstico, a família toda, busca se remodelar, na intenção de se adaptar, no objetivo de rebuscar o equilíbrio familiar, visto que, todos os membros da família serão tocados.

No decorrer da gestação até o nascimento do bebê, há em alguns integrantes da família uma intensidade de sentimentos, objetivos, probabilidades, ideias, quando acontece o nascimento da criança, que são desfeitas quando a verdade impõe uma situação distinta daquela anteriormente imaginada. A origem de um bebê “imperfeito”, quer dizer, deficiente justifica um impacto emocional aos pais, e essencialmente nas mães, e também à equipe de saúde responsável por comunicar o diagnóstico.

No tempo em que o diagnóstico ainda não foi notificado, manifesta-se um sentimento de negação da deficiência do filho, proporcionando aos pais um intervalo essencial para passar pelo impacto que virá depois. Em algumas ocasiões, as emoções preliminares dos pais e familiares, são repentinas e estáveis, porém, para outros familiares podem durar anos ou se tornarem permanentes.

Para os genitores do sujeito diagnosticado com alguma deficiência, este retrata o luto do filho projetado, aquele imaginado e esperado. Desta forma, para que o descendente verdadeiro, venha a ter existência, passe a ser aprovado, recebido é necessário que os pais e a família, passem pelo processo de luto do filho idealizado (BARBOSA; CHAUD; GOMES, 2008).

Conforme a forma que estes familiares passem por este luto, começam a produzir expectativas que vão de positivas até negativas. É primordial destacar, que essas expectativas também podem ser manipuladas pelas explicações que constituem a causa da deficiência (BRUNHARA; PETEAN, 1998).

Melhor dizendo, na imensa maioria dos casos, as mães anseiam que o desenvolvimento do filho progrida ou seja normal, ou seja, a obstinada busca pela “milagrosa” cura. Depois da passagem pelo período de luto do filho “ideal”, e adequação à nova realidade dos familiares, afloram as possibilidades a frente do filho “verídico”, isto é, com deficiência.

REFERÊNCIAS

ANACHE, A., A.; MITJÁNS, A., M. Deficiência mental e produção científica na base de dados da CAPES: o lugar da aprendizagem. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), Campinas,SP, v.11, n.2, p. 253-274, jul/dez. 2007.

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BARBOSA, M. A M.; CHAUD, M. N.; GOMES, M. M. Vivências de mães com um filho deficiente: um estudo Fenomenológico. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, SP, v.21, n.1, p.46-52, Jan/Fev. 2008.

BASTOS, O.M.; DESLANDES, S., F. A experiência de ter um filho com deficiência mental: narrativas de mães. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, RJ, v.24, n.9, p.2141-2150, set.2008.

BRUNHARA, F. C. R. & PETEAN, E. B. L. Expectativas dos Pais Quanto ao Desenvolvimento de seus Filhos Portadores de Deficiência. Anais do II Congresso Brasileiro de Psicologia do Desenvolvimento. Gramado, R.S, 1998.