Seios fartos, lábios carnudos, cintura fina acompanhada de uma barriga reta, pernas grossas e definidas, isso um pouco, aquilo muito e assim vão sendo as várias modificações feitas com cada vez mais frequência por pessoas com diferentes objetivos. Pensando em alcançar um nível de beleza padronizado pela sociedade atual, homens e mulheres de todas as idades, passam a utilizar as mais diversas alternativas ligadas às cirurgias plásticas.
A lipoaspiração colocou o Brasil em segundo lugar no ranking mundial de cirurgias plásticas estéticas em 2011. Os dados são da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps) junto a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC), e outras entidades, cuja pesquisa listou os dez países com maior número de cirurgias plásticas do mundo. O Brasil, com 905.124 procedimentos, ficou atrás apenas dos Estados Unidos, que realizou 1.094.146 no mesmo ano. A pesquisa também mostra que o Brasil quase dobrou o número de cirurgias estéticas realizados nos últimos anos, com 97,2% de crescimento.
Segundo o membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Ruben Penteado, uma das maiores preocupações dos cirurgiões é explicar à sociedade que o sucesso de uma cirurgia plástica também envolve a escolha de um profissional gabaritado. “Dados do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, Cremesp, revelam que cerca de 97% dos médicos que respondem a processos éticos-profissionais relacionados a cirurgias plásticas e procedimentos estéticos, não possuem título de especialista na área”, diz o médico.
Ainda de acordo com Penteado, é muito importante prestar atenção às propagandas enganosas. A publicidade médica irregular é a infração mais recorrente nos processos analisados pelo Cremesp que envolvem a cirurgia plástica e os procedimentos estéticos. Esta prática abrange ações que vimos com freqüência como a exposição de pacientes (mostrando o “antes” e o “depois”), a divulgação de técnicas não reconhecidas e de procedimentos sem comprovação científica.
Nem sempre a busca pelas cirurgias plásticas segue pelos melhores caminhos, com procedimentos cirúrgicos realizados por profissionais qualificados, por isso cresce também o número de denúncias e casos referentes às inúmeras consequências negativas que uma cirurgia não realizada dentro dos padrões legais pode causar. A diretora técnica da Medicatriz Dermocosméticos, que é farmacêutica e pós-graduada no setor de cirurgia plástica da UNIFESP (SP), Dra. Sheila Gonçalves, falou sobre um dos produtos aplicados que recentemente deixou a atriz e apresentadora, Andressa Urach em estado grave de saúde, depois de aplicar um produto conhecido como hidrogem nas coxas.
“Diferente do implante de silicone, o hidrogel é aplicado diretamente no local e serve para preencher volumes no corpo. O corpo humano é feito para combater qualquer corpo estranho dentro do organismo e, no caso dela, provavelmente a grande quantidade de produto desencadeou o processo inflamatório”, enfatiza Sheila ressaltando que no caso de Andressa, a inflamação não foi decorrente de manuseio incorreto do produto na hora da aplicação, caso contrário ela teria sentido dores dias após o procedimento. O problema dela se deu ao longo do tempo. É um risco que pode acontecer com qualquer pessoa que utiliza o produto em exagero.
Mesmo sabendo dos bens físicos e mentais que uma cirurgia plástica pode trazer para a vida do ser humano é de total relevância que antes de realizar qualquer cirurgia, a pessoa busque se informar com profissionais qualificados, conhecidos no mercado, com boas indicações. As vezes pela ansiedade de mudar algo no corpo, pensando em melhorar a autoestima e se sentir melhor com sigo mesmo, o público interessado, busca o mais rápido e mais barato, o que pode acarretar a uma série de consequências que dependendo da situação, gera sequelas por toda a vida. Já foram registrados vários casos de pessoas que chegaram a óbito por cirurgias plásticas realizadas de forma incorreta.
Todo cuidado é pouco e com saúde não se brinca, vale mais a espera por um bom resultado, do que a pressa que neste caso, pode sim, ser a grande inimiga da perfeição.
Fonte: Veja São Paulo