Visita ao Centro Espírita

Em relação a religião, no momento me encontro cética. Mas cresci em um lar cristão, em que tive o ensinamento de que a igreja ao qual eu pertencia era a verdadeira. E continuo acreditando que é a verdadeira, assim como as demais religiões, já que ao meu ver cada igreja tem sua verdade, pois as igrejas são constituídas por pessoas de fé, construídas por verdades subjetivas.

 Devido experiências particulares de ter crescido em um lar cristão, acabei construindo preconceitos com outras religiões. Mas com o amadurecimento pessoal, fui desmistificando e ampliando minha percepção, e resolvi me conceder a liberdade de conhecer outras religiões. Em uma das visitas tive a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a doutrina espírita, já que era uma das religiões que eu mais tinha preconceitos.

Escolhi a Federação Espírita do Estado do Tocantins. Cheguei ao local com 1 hora de antecedência, as 19h, pois eles prezam bastante pela pontualidade. Fui recebida pela Linda, uma senhora muito simpática e receptiva que logo me acomodou em uma cadeira dentro da sala onde aconteceria as atividades da noite. Enquanto não começava, conversei com Dona Juarama, quem me contou um pouco da história do Espiritismo. E ainda me esclareceu sobre a programação do dia, que seria: Música, oração, palestra, oração, música e passe.

No local da reunião conversei também com a senhora Esmeralda, uma das líderes, que me esclareceu algumas coisas, como: no Espiritismo não tem nenhum proibição, é apenas apresentado o que convém e o que não convém; Não se paga dízimos; não é obrigado fazer caridades; a mocidade toca em asilos e hospitais por se sentirem bem, e não por dever; e a mulher não tem papel definido no Espiritismo, ela faz o que acha ser melhor em sua vida.

Fonte: encurtador.com.br/hov15

Ao esperar o início da palavra do dia, como som ambiente tocava uma música muito aconchegante, constituída por notas calmas, que remetia a sons de natureza e que me confortou internamente. Em seguida, o senhor Edemar começou a palestra, que tinha como tema ‘Conhecendo a doutrina Espírita’. O senhor Edemar disse que o espiritismo não têm Allan Kardec como o superior, mas sim como um profeta, pois o superior é Deus. Continuou dizendo que  Kardec foi um Médium avançado, mas que todos nós somos médiuns, alguns evoluem mais que outros.

Falou ainda, sobre 4 correntes: 1ª – Materialista: tudo acaba, então a vida é para ser bem aproveitada sem se pensar nas consequências; 2ª – Panteísmo: ´somos` um pedacinho de Deus, depois que morremos voltamos para o mesmo; 3ª – Dogmática: a alma sobrevive, mas o espírito não evolui, não há a reencarnação; e 4ª – A Espírita, na qual o espírito evolui, desencarna e reencarna. É possível o recomeçar/refazer.

Edemar terminou a palestra dizendo que Deus não é a nossa imagem, mas nós que somos a imagem dele. Disse também           que a inteligência suprema é a causa primária de todas as coisas. Além de esclarecer que para o Espiritismo somos seres bidimensionais e que quando desencarnamos, não viramos anjos e nem demônios. Mas podemos ter vindo de outro mundo, poderemos até sermos ET´s, assim como, temos a possibilidade de futuramente nos reencarnamos em vidas de outros planetas, primários ou não. Complementou dizendo que hoje o homem conquistou o micro e o macro, mas não consegue conhecer a si mesmo, enfatizando que tudo na vida passa, só o espírito permanece.

Fonte: encurtador.com.br/twQR4

Depois da palestra teve uma oração feito por Jurama, que foi fervorosa ao pedir paz no coração de cada pessoa presente. Logo em seguida a banda começou a tocar e teve o início do passe, em que os idosos, crianças e famílias tinham preferência. Esperei minha vez e entrei na sala do passe. É uma sala pequena e com pouca luz, na qual tem cadeiras e atrás das cadeiras ficam  médiuns, membros do centro, que passaram energias positivas por meio de orações, pois o passe significa uma renovação de energias. O passe dura em torno de um minuto e na saída tem uma água fluidificada, na qual bebi e em seguida me despedi e deixei o local.

Valeu a perna ter visitado, pois pude quebrar preconceitos. A partir de tal visita, reafirmou em mim a ideia de que acredito em Deus, pai e espírito santo. E baseada na promessa divina da existência do paraíso/céu, na minha percepção, não existe uma única religião que será salva, e sim pessoas verdadeiras que serão salvas, e estas podem estar no vaticano ou em um terreiro de candomblé.

Psicóloga egressa do Ceulp/Ulbra. Pós-graduanda em Terapia de casal: abordagem psicanalítica (Unyleya). Colaboradora do Portal (En)cena.