O olhar sociológico na fotografia de Lewis Hine

Lewis Wikes Hine nasceu em Oshkosh – Estados Unidos em 26 de setembro de 1874. Era sociólogo e professor. “Estudou Sociologia em Chicago e Nova Iorque no período de 1900 a 1907”. Enquanto professor de sociologia, Hine criticava o que se referia às leis de trabalho infantil, uma vez que não existiam leis que amparasse as crianças expostas a tal situação.

Foi entre 1908 e 1924, a serviço do National Child Labor Committee, que o fotógrafo documentarista Lewis Hine registrou e denunciou através de sua câmera, as inúmeras faces do trabalho de crianças nos EUA. Os registros do fotógrafo deram uma contribuição decisiva para o debate sobre o emprego do trabalho infantil no mundo contemporâneo. Hine desafiava as estruturas sociais e políticas do seu tempo publicando através das suas fotografias as injustiças, as lutas e o trabalho das crianças.

Fonte: https://goo.gl/A2Y85L

Questões ligadas ao trabalho foi o que ele mais se dedicou em suas fotografias. Sua pedagogia era levar ao conhecimento do público, toda sua pesquisa, “O Trabalho Infantil”. Com isso ele conseguia fotografar o cotidiano das pessoas. Seu trabalho era sempre chamar a atenção das pessoas para injustiça social.

Nos Estados Unidos Hine registrou crianças trabalhando em fábricas. Recebeu fortes críticas, as quais diziam que suas fotos não causavam impactos, mas ele procurava mostrar a realidade em cada situação fotografada. O fotógrafo, que comprou sua primeira câmera em 1903, dedicou-se à fotografia a fim de revelar a miséria dos imigrantes europeus. Em 1908, continuou seus estudos sociológicos com fotografias de trabalhadores metalúrgicos de Pittsburg. Hine expôs à opinião pública as péssimas condições de trabalho, campanha que teve como resultado a aprovação da lei de trabalho infantil.

O fotógrafo poderia continuar como professor de sociologia, e foi exercendo tal profissão, que ele teve a oportunidade de conhecer as realidades gritantes de sua época, as quais o levaram a optar por fotografar os diversos rostos da dor e da angústia que chegavam ao seu alcance.

Com seu jeito irreverente e audacioso Hine registrou o que ousava desfiar o perigo e a face das crianças exploradas em trabalho pesado. Uma forma dos seus registros saírem do texto, e tornarem-se conhecidos através da fotografia.

Nessa perspectiva Hine registra a vida laboriosa das mulheres exploradas e das crianças nos Estados Unidos, “nas décadas de 1.900”, onde lhes é negado viver uma infância com direito de serem crianças. Grande parte dessa população explorada, era imigrantes vindos da Europa; tais pessoas se submetiam a trabalho pesado e se sujeitavam a salários inferiores aos dos homens.

Hine trabalhou incansavelmente pela justiça em seu país. E foi com a grande contribuição de suas fotografias, que os Estados Unidos começaram a organizar Leis que amparasse a infância. Suas imagens ajudaram a criar várias leis trabalhistas, foi apenas após sua morte que foi reconhecido como grande fotógrafo.

Fonte: https://goo.gl/3cyMBr

Lewis Hine foi pioneiro da foto documental e seus registros foram para além da foto jornalismo, suas fotos levavam o público uma reflexão da realidade mostrada. O perfil psicológico do fotógrafo, evidencia o olhar reflexivo diante do que ele fotografava. Era sensível à dor, às angustias, às situações de miséria, ao trabalho forçado o qual as pessoas eram expostas em seu país; principalmente as mulheres e as crianças. E todas essas questões são campos para a atuação da Psicologia enquanto ciência.

Fotografar é capturar uma circunstância, uma situação, um momento e/ou pessoas, atendendo particularidades. Muitas vezes serão capturados a dor, o vazio, talvez desconhecido ou despercebido e que as lentes têm o poder de revelar a essência escondida no silêncio. O vínculo que o fotógrafo estabelece com aquilo ou a alguém que ele quer capturar elucida de forma fundamental a sua obra, e representa a realidade por meio de imagens.