Ansiedade entre crianças e adolescentes tem superado a de adultos

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Casos impactam diretamente a criatividade dos jovens

A ansiedade entre crianças e adolescentes tem superado a de adultos, aponta uma pesquisa do Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2022, foram registrados 103.619 procedimentos relacionados ao transtorno em pessoas de até 19 anos. Em 2023, esse número aumentou para 140.782. Nos casos mais graves, as internações também subiram de 447, em 2022, para 512, no ano seguinte.

Os dados apontam um aumento alarmante da ansiedade entre os jovens, muitos deles ainda em fase escolar. Vitor Azambuja, um dos criadores do programa De Criança Para Criança e que desenvolve projetos em escolas, destaca esse cenário e alerta para as consequências da negligência desse tema, que pode levar ao desenvolvimento de outras doenças. “Hoje, não só eu, mas muitos estudos sobre doenças contemporâneas, apontam a ansiedade como uma das mais preocupantes. Isso porque o transtorno afeta tanto o corpo quanto a mente de forma interligada”, afirma.

A ansiedade também atinge o processo criativo, que já enfrenta desafios no Brasil. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mais da metade (54,3%) dos alunos brasileiros de 15 anos apresentou baixo nível de criatividade em uma avaliação internacional, ficando na 44ª posição entre 56 países.

Fonte: Pixabay

Diante desse cenário, Vitor destaca a importância de as escolas estimularem a criatividade dos alunos, de forma ampla e sem limitações. “Normalmente, o estudante aprende que a resposta certa é o único caminho. Com isso, ele acaba desaprendendo o que é criatividade, outras possibilidades, o conceito de errar e o que pode ser aprendido a partir do erro”, explica.

Ele também destaca que o sistema educacional, muitas vezes, não valoriza a criatividade e a curiosidade natural das crianças, algo que precisa ser repensado. “A criança chega à escola cheia de curiosidade, querendo aprender, explorar e ter novas ideias. Mas, no fim, muitas vezes sai sem criatividade, desaprendendo alternativas. Quando entra na escola, ela tem pontos de interrogação, quando sai, sai com frases feitas”, afirma.

Atenção aos conteúdos

Vitor alerta para o excesso de conteúdo circulando nas redes sociais, como dicas sobre saúde, organização e padrões de vida, além da pressa das pessoas em buscar soluções imediatas para tudo. “Quando vejo todo mundo ali, olhando o celular, isso para mim é uma farsa brutal. As pessoas estão projetando sua ansiedade, girando a câmera para ver o que acontece com os outros. Elas se concentram tanto no dia a dia, mas se esquecem de parar, meditar, ouvir algo simples, como uma música, por exemplo”, destaca.

A seguir, quatro pontos que contribuem no processo de criatividade:

  • Valorizar o erro: encoraje a exploração e o aprendizado a partir dos erros, sem medo de errar;
  • Praticar o autocuidado: tire pausas para atividades simples, como ouvir música ou meditar, para reduzir a ansiedade;
  • Repensar as expectativas educacionais: focar mais em criatividade e curiosidade do que em respostas rápidas e perfeitas;
  • Usar as redes sociais com consciência: limite o consumo de conteúdos que geram ansiedade e foque em um uso mais reflexivo.

Uma animação produzida pelo programa De Criança Para Criança destaca a série “Sentimentos e Emoções, que utiliza uma linguagem lúdica e ilustrações criadas por alunos, transformando-as em material educativo. O episódio está disponível para visualização no seguinte link.

Vitor Azambuja, do DCPC
Divulgação

Sobre Vitor Azambuja

Vitor Azambuja é brasileiro, nascido no Rio de Janeiro. Especialista em criação, é diretor de arte e artista plástico. Formado em publicidade e piano clássico, trabalhou em diversas agências de propaganda, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, criando filmes e anúncios para grandes anunciantes. Foi premiado em festivais de propaganda, tais como Figueira da Foz, Colunistas, Clube de criação de São Paulo, Art Directors em Londres e New York Festival. Realizou exposições de pinturas em São Paulo, Rio de Janeiro, Nova Iorque, Miami e Paris. Um dos criadores do programa De Criança Para Criança, Vitor é o diretor criativo da empresa. Seu propósito é fazer com que as crianças do mundo inteiro aprendam desenvolvendo a sua criatividade.

Sobre o De Criança para Criança

O programa De Criança para Criança (DCPC) oferece um leque de metodologias de educação híbrida para escolas de todo o mundo. Do futuro para a escola, a proposta é oferecer às crianças a oportunidade de serem protagonistas, colocando-as no centro da aprendizagem. Através de uma plataforma simples, os professores são orientados a serem mediadores, fazendo com que os próprios alunos desenvolvam conhecimento sobre temáticas diversas. A partir de discussões, constroem coletivamente histórias, fazem desenhos e gravam locuções relativas às narrativas criadas, que posteriormente serão transformadas em animações feitas pelo DCPC, expandindo os horizontes educacionais. 

Site: https://www.decriancaparacrianca.com.br/pt/

Instagram: https://www.instagram.com/decriancaparacrianca/

YouTube: https://www.youtube.com/user/decriancaparacrianca

Facebook: https://www.facebook.com/DeCriancaParaCrianca/

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Curtidas, Comentários e Comparações: o impacto das Redes Sociais na saúde mental dos adolescentes

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Estudos apontam que o uso excessivo das redes podem gerar impactos na imagem e saúde mental.

Matheus Aquino Alves- @mathewsaquino2@gmail.com

O comportamento dos adolescentes é influenciado por uma combinação de fatores, incluindo mudanças físicas, hormonais, cognitivas e sociais. Durante a adolescência, os jovens estão em busca de sua identidade individual. Eles estão explorando quem são, seus interesses, valores e aspirações. Isso pode levar a experimentações em diferentes áreas, como moda, música, hobbies, grupos sociais, buscando encontrar um senso de pertencimento e construir uma identidade pessoal (DEL DUCA; LIMA, 2019). 

Para Nasio (2011), os adolescentes têm uma propensão maior a assumir riscos, comparados a crianças e adultos. Isso ocorre porque seus cérebros estão passando por mudanças significativas, especialmente na região do córtex pré-frontal, responsável pelo controle de impulsos e tomada de decisões. Eles podem ser mais propensos a buscar novas experiências e sensações, muitas vezes avaliando menos as consequências negativas potenciais.

Durante a adolescência, os amigos e os grupos sociais têm uma influência significativa no comportamento dos jovens. Os adolescentes podem sentir uma forte pressão para se encaixar e se adequar às normas e expectativas do grupo. Isso pode levar a comportamentos de imitação, conformidade social e busca por aceitação. Um destes caminhos buscados é pela imagem que querem passar, principalmente na era das redes sociais. 

Lima et al (2016), explana que as redes sociais têm um impacto significativo na vida dos adolescentes, pois permitem que se conectem com amigos, colegas e familiares de maneira rápida e conveniente. Eles podem compartilhar interesses, experiências e emoções, fortalecendo os laços sociais. No entanto, também é importante equilibrar o uso das redes sociais com a interação off-line e presencial, pois o excesso de tempo gasto nas redes pode levar ao isolamento social. 

Para Palfrey e Gasser (2011), o uso das redes sociais pode afetar a saúde emocional dos adolescentes, pois a exposição constante a imagens filtradas e “vidas perfeitas” de outras pessoas pode levar a comparações e sentimentos de inadequação. Além disso, o cyberbullying e a disseminação de conteúdo prejudicial podem causar estresse, ansiedade e impactar negativamente a autoestima dos adolescentes.

Estudos sugerem que o uso excessivo de redes sociais pode estar associado a problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e solidão. A pressão para obter aprovação social, a exposição a conteúdo perturbador e a dependência da validação online podem afetar o bem-estar emocional dos adolescentes. É importante incentivar o equilíbrio e o uso responsável das redes sociais, bem como promover o apoio emocional offline (PALFREY; GASSER, 2011). 

Fonte: Pixabay

Outro fator relevante é quanto à privacidade e segurança dos adolescentes. Eles podem compartilhar informações pessoais sensíveis ou se envolver em interações perigosas com estranhos. A conscientização sobre a importância da privacidade online, a proteção de informações pessoais e a adoção de configurações de privacidade adequadas são essenciais para a segurança dos adolescentes (YOUNG; ABREU, 2011). 

O uso excessivo das redes sociais pode afetar a saúde mental de várias maneiras. As redes sociais muitas vezes mostram uma versão filtrada e idealizada das vidas das pessoas. Isso pode levar os usuários a se compararem constantemente com os outros e a sentirem-se inadequados ou insatisfeitos com suas próprias vidas. Essa comparação social constante pode contribuir para sentimentos de baixa autoestima, inveja e depressão (YOUNG; ABREU, 2011). 

A constante necessidade de verificar e atualizar as redes sociais pode resultar em sentimentos de ansiedade e angústia quando não é possível acessá-las. A compulsão em usar as redes sociais também pode interferir nas atividades diárias, nos relacionamentos pessoais e no sono, afetando negativamente a saúde mental. (MEDPREV, 2021). 

Christofoli Garcia e Assunção (2022) apontam que embora as redes sociais possam conectar as pessoas virtualmente, o uso excessivo delas pode contribuir para o isolamento social na vida real. Quando as interações sociais são predominantemente online, pode haver uma falta de conexão pessoal e intimidade nas relações, levando a sentimentos de solidão e desconexão emocional.

As redes sociais podem expor os usuários a situações de cyberbullying, onde são alvos de insultos, ameaças ou humilhação online. Esse tipo de experiência pode ter um impacto significativo na saúde mental, causando ansiedade, depressão e até pensamentos suicidas. Além disso, a exposição a conteúdo prejudicial, como imagens violentas, discurso de ódio ou conteúdo sexual explícito, também pode afetar negativamente a saúde mental, especialmente em adolescentes (CHRISTOFOLI GARCIA; ASSUNÇÃO, 2021). 

Distúrbios do sono também são uma das causas do seu uso excessivo. A exposição à luz azul emitida por dispositivos eletrônicos e o envolvimento em interações estimulantes nas redes sociais podem dificultar o adormecer e levar a distúrbios do sono. A falta de sono adequado pode contribuir para problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. (MEDPREV, 2021). 

Por fim, as redes sociais têm tanto benefícios quanto desafios para os adolescentes. É importante que os pais, educadores e os próprios adolescentes estejam cientes dos impactos e incentivem o uso responsável das redes sociais, promovendo o equilíbrio entre a vida online e offline, o cuidado com a saúde mental e a proteção da privacidade e segurança online.

É importante encontrar um equilíbrio saudável no uso das redes sociais e adotar práticas que promovam a saúde mental. Isso pode incluir estabelecer limites de tempo, criar intervalos de desconexão, buscar interações sociais offline, praticar autocuidado e procurar apoio profissional, se necessário.

Cada adolescente é único e o comportamento pode variar amplamente entre os indivíduos. Além disso, os fatores culturais, ambientais e individuais também podem influenciar o comportamento dos adolescentes. É essencial oferecer um ambiente de apoio, comunicação aberta e oportunidades para o crescimento e desenvolvimento saudáveis durante essa fase de transição para a vida adulta.

REFERÊNCIAS

CHRISTOFOLI GARCIA, N., ASSUNÇÃO, J., Interativa, C., & Humanas, C. INFLUÊNCIA DAS MÍDIAS SOCIAIS NA SAÚDE MENTAL DOS ADOLESCENTES. 2022. 

Del Duca, M. R., Lima, B. H. V. A Influência das mídias na adolescência. CADERNOS DE PSICOLOGIA – CESJF – jun.2019 v.1 n.1 p.555- 572.

Hospital Santa Mônica. A saúde mental e a importância dela na vida das pessoas. Disponível em: https://hospitalsantamonica.com.br/a-saude-mental-e-a-importancia-dela-na-vida-das-pess oas. 2021. 

LIMA, Nádia Laguárdia de et al. As redes sociais virtuais e a dinâmica da internet. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, n.9, v. 1, p. 90-109, 2016. 14:30. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/gerais/v9n1/v9n1a08.pdf. Acesso em: 01 maio 2019. 

NASIO, Juan David. Como agir com um adolescente difícil? um livro para pais e profissionais. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. 

PALFREY, John; GASSER, Urs. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração dos nativos digitais. Porto Alegre: Artmed, 2011

YOUNG, Kimberly S.; ABREU, Cristiano Nabuco de. Dependência de internet: manual e guia de avaliação e tratamento. Porto Alegre: Artmed, 2011.

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Saúde do adolescente em ação

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Parte integrante do processo avaliativo da disciplina Gestão e Políticas na Odontologia Social II, ministrada pela Professora Micheline Pimentel Ribeiro Cavalcante no Curso Odontologia, do Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA, este trabalho intitulado “PROJETO DE INTERVENÇÃO SAÚDE DO ADOLESCENTE EM AÇÃO- UMA AÇÃO INTEGRADA”. Objetiva executar o plano de intervenção idealizado pelas acadêmicas Franciele Rodrigues dos Santos, Amanda Teles Amorim, Ana Eduarda Freitas Araujo, Karen Mylla Cunha, Vanise Dias da Silva e Mariana Rezende Oliveira do Curso de Odontologia, que foi aplicado junto aos/às estudantes do 1º ao 3º ano do ensino médio no Centro de Ensino Médio Castro Alves, vinculada à Secretaria de Educação, Juventude e Esporte do Governo do Estado do Tocantins (Seduc).

A escola se configura em um espaço de interação social, que promove educação, construção de valores, formação cidadã, bem como do desenvolvimento de habilidades socioemocionais e autoconhecimento. É nesse organismo vivo que se pode perceber o tecer diário na formação do sujeito, aos poucos desenhado através do pensamento crítico, da aquisição de conhecimentos e da expressividade emocional.

A Base Nacional Comum Curricular compreende que o processo educativo vai além do conhecimento e da propagação científica, sendo necessário o desenvolvimento de competências e habilidades, que contribuam na formação de atitudes e valores dos indivíduos inseridos dentro da comunidade escolar.

Em função disso, a BNCC propõe na sua oitava competência um relevante aspecto para a promoção da saúde física e mental do sujeito: Conhecer-se, apreciar se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

Diante do contexto apresentado, entende-se que há uma ciranda entre escola, educação e saúde, compreendendo que quanto mais ocorre a comunicação entre esses elementos, mais benefícios poderão ser percebidos na comunidade escolar, indo assim de encontro à perspectiva do desenvolvimento integral do aluno proposto na BNCC. Os bons níveis de educação, que envolvem a melhor compreensão dos conteúdos, podem ser percebidos em indivíduos mais saudáveis. Em função disso, a escola deve ser entendida como promotora de saúde, através de práticas interdisciplinares e multiprofissionais, intervindo nos mais diversos contextos de vida do estudante.

Nessa perspectiva, as metodologias educacionais devem priorizar a participação e a interação dos atores da escola, compreendendo que o conceito de saúde configura um conjunto de habilidades, tais como autonomia e a tomada de decisões, sendo necessário estimulá-las nos indivíduos, favorecendo atitudes mais saudáveis como a corresponsabilização e o enfrentamento das situações.

Dessa forma, diante do cenário pandêmico em que o contexto escolar está vivenciando com completa mudança da rotina e estrutura vivenciada até então, o presente projeto busca realizar ações de promoção, educação e prevenção em saúde do adolescente ampliando a integralidade do cuidado de forma interprofissional e criando elo entre a saúde e educação.

Com vistas à problematização e ao enfrentamento dos problemas elencados, este relato de experiência apresenta a execução de uma intervenção, cujo procedimento terá na utilização de grupos terapêuticos a sua referência principal.

Fonte: encurtador.com.br/uzFZ1

Discussão da Experiência

No dia 26/04/2022 e 07/05/2022 realizamos um projeto de intervenção multiprofissional “Adolescente em ação” sob responsabilidade da professora Micheline Pimentel com parcerias da Secretaria Municipal da Saúde de Palmas (SEMUS), e com a Fundação Escola de Saúde Pública (FESP) e a Universidade Federal do Tocantins (UFT) onde teve curso de nutrição, psicologia, enfermagem e agentes comunitários de saúde, na escola CEM Castro Alves, cada curso ficava em uma sala recepcionando os alunos para realizar a atividade educativa destinada a sua responsabilidade. Como palestras educativas, avaliação bucal, fisioterapia, avaliação nutricional e outros serviços.

Nosso grupo ficou responsável por apresentar uma palestra educativa que tem como objetivo sensibilizar os adolescentes quanto às fakes news sobre estética facial encontradas nas redes sociais, apresentamos para cinco turmas do turno vespertino e além das palestras teve uma orientação de higiene bucal, e aplicação de flúor. Realizamos uma dinâmica no qual os alunos descreviam em um papel os que eles sabiam a respeito do assunto abordado e colocar também pontos negativos e positivos.

A ação mobilizou a escola inteira, levando aos alunos acesso à informação sobre a saúde mental, a utilização de métodos clareadores que são comprados pela internet, sobre IST ‘s, e também sobre a gravidez, além de estimular as atividades físicas. Observamos que grande parte dos alunos não têm acesso às informações sobre alguns temas, e acaba indo em busca desse conhecimento pela internet e achando informações erradas, dessa forma mobilizar eles com a ação é um incentivo para que eles filtrem os conhecimentos que acham nesse meio na internet.

É importante ressaltar que houve a avaliação da saúde bucal e depois os alunos serão levados para unidade Básica de saúde para realizar o tratamento, a minoria dos alunos demonstrou não ter cuidado com a cavidade bucal, deixando de lado a escovação, o uso do fio dental.  A grande parte dos alunos não tem como ir ao dentista, fica com receio de ir, ou não observa a cavidade bucal, quando acontece uma ação educativa e preventiva ele tem a oportunidade de que um profissional aponte suas necessidades e o incentive a procurar um dentista para poder avaliar e melhor a cavidade bucal deles.

Considerações finais

Concluímos que o encontro foi positivo, pois eles se interessaram pelo assunto e tiraram suas dúvidas, puderam ver que as mídias sociais podem influenciar o modo como pensamos e que nem sempre isso é o melhor para nossa saúde física e mental. Ter o contato com os alunos matriculados na escola CEM Castro Alves nos motivou a ajudar a comunidade a ver suas reais necessidades e a ajudá-los a encontrar os tratamentos e resultados desejados de maneira correta baseadas em evidências científicas.

Visando que esses trabalhos são significativos para a comunidade, fica evidente a necessidade de intervenção nesse ambiente, dando amparo, acolhimento e mostrando a realidade de fake news que a mídia trás principalmente para os jovens, por isso abordamos o ensino médio onde encontra-se jovens tentando acompanhar a moda. A cada dia algo novo surge para os jovens a qual fazem de tudo para acompanhar, o que às vezes leva no prejuízo fazendo de qualquer jeito e com pessoa incapacitada de fazer certos procedimentos. Ao levar essa ação para a escola damos a oportunidade para os alunos terem conhecimento e buscar uma melhora na sua qualidade de vida.

Referências

Alencar, A.C.I.; Lemos, D.C.R.B.; Rodrigues da Silva, E.V.; Sousa, K.B.N.; Sousa Filho, P.C.B.;Ciranda entre Educação e Saúde: Aspectos da Saúde Mental do Adolescente em Contexto Escolar em Tempos de Pandemia. saúdecoletiva  •  2021; (11) COVID.

Brasil. MEC/CONSED/UNDIME. Base Nacional Comum Curricu-lar (BNCC). Educação é a Base. Brasília; 2017.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Orientações básicas de atenção integral à saúde de adolescentes nas escolas e unidades básicas de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. 1. ed., 1 reimpr. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção em Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes nacionais para a atenção integral à saúde de adolescentes e jovens na promoção, proteção e recuperação da saúde. / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção em Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, Área Técnica de Saúde do Adolescente e do Jovem. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010. 132 p. : il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos.

Casemiro  JP,  Fonseca  ABC,  Secco,  FVM.  Promover  saúde  na  escola:  reflexões  a  partir  de  uma  revisão  sobre  saúde  escolar  na  América Latina. Ciência & Saúde Coletiva. 2014; 19(3): 829-840.

Menezes KM, Rodrigues CBC, Candito V, Soares FAA. Educação em Saúde no contexto escolar: construção de uma proposta inter-disciplinar de ensino-aprendizagem baseada em projetos. Rev. Ed. Popular. 2020; 48-66.

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Características psicológicas da Geração Floco de Neve

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Quando falamos de floco de neve logo nos vem em mente não só sua beleza, mas também sua fragilidade e vulnerabilidade, e essas duas características são as que definem pessoas que atingiram a fase adulta na década de 2010. A “geração floco de neve” (“snowflakes”), “milênio” (“millenial”) ou geração “Y”, é uma geração formada por pessoas extremamente sensíveis em pontos de vista que desafiam sua visão de mundo, jovens adultos que se acham melhores e mais especiais que os outros e são tratados como flocos de neve, pois “derretem” com muita facilidade.

Essa expressão teve origem no filme Clube da Luta, quando Brad Pitt fala “vocês não são especiais, não são um floco de neve, o único, o singular. Vocês são feitos da mesma matéria de que vai se decompor como todo mundo”. Essa geração geralmente tem a atitude de filtrar e só permitir entradas de opiniões que não irão ferir sua sensibilidade tendo como suas possíveis consequências à preparação de mentes frágeis do ponto de vista da saúde mental e maus profissionais para o mercado, já que sempre vai existir a diversidade de pensamentos e comportamentos entre as pessoas.

O fato de se achar especial e melhor que os outros acabam deixando o jovem muito mais vulnerável, segundo a psicóloga Jean Tweng, geralmente essas pessoas crescem em famílias onde qualquer atitude da criança os pais já o tratam como se fosse diferente dos outros, ela dá como exemplo uma criança que faz um traço em um papel e seus pais já trata como se fosse Picasso, a criança vai crescendo com muita pressão vinda das pessoas ao seu redor, tanto para sobrevivência financeira quanto para suas ações, que devem ser sempre extremamente legais, amáveis e corretos, havendo assim certo determinismo sócio histórico pressionando e fazendo com que essas crianças cresçam como uma grande projeção narcísica dos pais, que sempre se enchem de expectativas sobre os filhos, imaginando e criando assim uma personalidade que seus filhos devem seguir.

Segundo Luiz Felipe Pondé o crescimento das expectativas dos pais de hoje está ligado a diminuição do número de filhos, pois com o passar do tempo houve essa diminuição e isso consequentemente acabou fazendo os pais colocarem todas suas expectativas e neuras em uma criança.

Estes Jovens acabam se tornando super dependentes dos pais, demoram mais a sair da casa dos pais e ao saírem acabam afundando uma parte de sua vida, já que geralmente ganham menos que seus genitores, tendo relacionamentos líquidos por terem dificuldade e medo do desejo, pois ao entrar em um relacionamento longo começam a lidar com pessoas reais (o que é uma das maiores dificuldades dos jovens), e cada vez menos querem ter filhos, já que será uma responsabilidade muito grande cuidar e bancar um filho. Ao sair de casa o jovem precisa trabalhar, agir como adulto, tendo cada vez mais que se preocupar com as coisas ao seu redor, não podendo depender ou correr para seus pais no primeiro problema a sua frente.

Fonte: Freepik

Como dito, na visão da chamada geração floco de neve, as pessoas se negam as frustrações da vida cotidiana, buscando sempre estarem em suas zonas de conforto, na “mesmice” não a espaço para novas experiências e, portanto novos possíveis fracassos. A humanidade deveria rumar à alteridade, a capacidade de reconhecer e conviver com o diferente e a diversidade, pois este é um belo caminho para evolução.

Atualmente as redes sociais tem sido um mecanismo de espaço de fuga para expressão da geração floco de neve. Nesse espaço virtual é cada vez mais fácil fazer comparações surreais e injustas com a vida de pessoas com realidade completamente distintas, o que gera a frustração na pessoa de pensar que nunca poderá chegar a determinado “pódio” e devido a isso se acomodar em sua rotina, seu cotidiano sem ambição e sem vontade de ir além. As pessoas dessa geração também expressam extrema sensibilidade, uma fragilidade e um papel de vítima, indivíduos que por tudo se ofendem.

Nesse sentindo, tem sido estabelecido nas universidades aos redores do mundo o chamado “espaço seguro”, que se trata de uma reclusão aceitável e voluntaria daqueles que não se sentem à vontade em dialogar, ouvir ou falar sobre determinados assuntos que possam o infringir como individuo por algum motivo, independente de qual seja. Todavia esse espaço pode acabar se tornando uma bolha de reclusão daqueles que não enfrentam determinadas questões, e isso pode influenciar muito na evolução desta pessoa. Pois nem sempre nos meios em que ela se encontrará haverá essa opção de se opor ao debata fala ou escuta.

“Eu não me sinto confortável”, “não aguento mais” ou “isso não é para mim’ são frases marcantes desta geração em questão, de pessoas que privam de realizar e ir em direção aos seus sonhos e objetivos, por se encaixarem na zona de conforto, se colocam em posição de vítima por ser uma válvula de escape mais fácil do que sair em busca de um sentido a sua vida.

Quanto a essa geração no âmbito profissional, estima-se que em 2025 o mercado de trabalho será 70% composto por jovens pejorativamente chamados “flocos de neve”. As características deste grupo no mercado de trabalho são diversas, observa-se muitas vantagens e contribuições na inserção e atuação deste grupo dentro das organizações, contudo, há também muitos pontos a serem discutidos.

Fonte: Freepik

Lombardia (2008) define a Geração Y como “as pessoas nascidas entre 1980 a 2000, conhecida como a geração dos resultados, tendo em vista que nasceu na época das tecnologias, da Internet e do excesso de segurança”. E Oliveira (2009) ressalta que “ela não viveu nenhuma grande ruptura social, vive a democracia, a liberdade política e a prosperidade econômica”.

Após estudos e pesquisas realizadas por grandes autores comprometidos com o assunto em questão, observou-se que os adultos jovens pertencentes à Geração Y são inovadores, criativos, buscam crescimento dentro das organizações, dominam a tecnologia, gostam de serem desafiados, precisam ser constantemente motivados e valorizados pelo seu chefe ou superiores, sempre procuram um lugar que se sintam satisfeitos e precisam trabalhar felizes, se sentindo bem.

Em empresas que são comandadas por essa geração, geralmente os colaboradores são livres para trabalharem quando e como quiserem, eles também possuem espaço de lazer e diversão dentro da empresa que pode ser acessado caso estes atinjam suas metas, e caso isso ocorra, eles ainda podem ganhar premiações para se sentirem valorizados.

Em contrapartida, esta geração “sofre” muitos questionamentos e falta de propósito, estão desacostumados a reconhecer seus erros e a lidar bem com frustrações. Conhecida também como a geração “mimimi”, se faz constantemente de vítimas e transferem a culpa de seus fracassos a terceiros, são imediatistas e visto também como ressentidos e hipersensíveis.

De acordo com Lipikin e Perrymore, os jovens Y não enxergam o chefe como uma figura superior que está lá para ser respeitada, mas sim alguém cujo dever é ajudá-las e orientá-las – sendo uma pessoa que merece respeito como qualquer outra.  Isso retrata também que colaboradores da geração Y não lidam bem com hierarquia, vêem seus superiores como colegas de trabalho e não são nada flexíveis a hierarquia tradicional, além de apresentarem pouca predisposição a escuta, e isso se constitui como um desafio para as empresas.

Referências

Augusta de Oliveira Melo, Fernanda. Cristina dos Santos, Daniele. Cristiane Mendes de Souza, Cleiva.  A Geração Y e as Necessidades do Mercado de Trabalho Contemporâneo: “um Olhar sobre os Novos Talentos”. Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia 2013, Volta Redonda – Rio de Janeiro, vol 1, p. 6. Outubro, 2013.

COVEY, Franklin. Os principais desafios da geração Y no mercado de trabalho: Quais são os desafios da geração Y no mercado de trabalho?. In:  Artigo. 01. ed. Não consta: Franklin Covey, 29 abr. 2019. 00. Disponível em: https://franklincovey.com.br/blog/geracao-y-no-mercado-de-trabalho/. Acesso em: 25 nov. 2021.

PONDÉ, Luiz Felipe. Geração Floco de Neve. Youtube, 22/04/2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=X7rdZwSA4G0&t=2128s. Acesso em 25/11/2021

TORRES, Leonardo. As redes sociais e a geração “floco de neve”. Campo Grande News, 2019. Disponível em: https://amp.campograndenews.com.br/artigos/as-redes-sociais-e-a-geracao-floco-de-neve. Acesso em:25/11/2021.

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Os desafios de crianças e adolescentes durante a pandemia de Covid 19

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A crise sanitária ocasionada pela pandemia da Covid 19 trouxe um novo cenário para toda a humanidade, além de uma mudança repentina de hábitos. Os abraços foram interrompidos, as aulas escolares presenciais passaram a ser on-line, e de repente as pessoas tiveram que usar máscaras, como medida de prevenção, além do distanciamento social. Tantas transformações repentinas, mexeram com o emocional de muita gente, em especial dos adolescentes, que tiveram que fazer de suas casas, uma extensão da escola. 

Conforme a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP,2020), foi necessário preparar uma cartilha para a promoção de saúde mental das crianças e adolescentes, como uma forma de orientar os pais em relação aos filhos, nesse período, que ainda está para ser vencido.   Estabelecimento de rotina, organização do uso de celulares com a limitação de tempo e o acesso sobre notícias, no que tange a pandemia deveriam ser restritos, em prol do bem-estar, estas foram algumas sugestões feitas pela SBP (2020). “5. É crucial que os pais ouçam seus filhos e acolham suas angústias”.

Apesar das ondas mais duras da pandemia terem passado e a disseminação do vírus ter diminuído com a imunização em massa, com as vacinas, as consequências ficaram, o que provocou uma desordem emocional em muitos adolescentes. Nesse sentido, que (MATA, DIAS, SALDANHA, PICANÇO, 2020) abordam sobre as sequelas na saúde mental que a Covid 19 trouxe à criança e ao adolescente. “Dificuldade de concentração, alteração no padrão do sono e da alimentação, maior apego aos pais ou aos responsáveis, irritabilidade, medo, solidão, tédio e maior tempo de exposição às telas” (MATA, DIAS, SALDANHA, PICANÇO, 2020).  

Fonte: Freepick

 

A falta de contato físico foi um grande desafio para o adolescente, que é acostumado estar inserido em grupos que compartilham dos mesmos valores e percepções.  Geralmente, estes são formados com os colegas de escolas. Fegert (2020) aponta que com o isolamento social, muitos serviços básicos, relacionados a educação, assistência à saúde e lazer, foram interrompidos, além de não oferecerem suporte a saúde mental da criança e do adolescente. Estes, mantidos em casa, precisaram reorganizar suas rotinas, fator que pode ter forte impacto em seus aspectos psicológicos e emocionais “(FEGERT JM, et al., 2020).

Para Stvenson (2009), o planejamento estratégico de tempo para manter a saúde física e mental seria uma estratégia utilizada pelos pais, para ocuparem o tempo dos adolescentes, de uma forma inteligente. Nunn (2020) coloca que oferecer um ambiente seguro emocional para as crianças e adolescentes foi o grande desafio para os pais.  Colizzi (2020) observa que apesar dos esforços, a Covid 19 trouxe um aumento da ansiedade em resposta ao estresse que aumentou consideravelmente.

Ferget (2020) reforça que as crianças e adolescentes que tiveram a doença são as mais suscetíveis a terem sequelas emocionais, por isso é necessário um acompanhamento com o especialista para ressignificar essa etapa. Nunn (2020) e orienta que para vencer esse momento, os pais devem estar mais próximos dos filhos estabelecer atividades para a produção de estímulos positivos. Diante disso, é importante que os pais fiquem atentos aos comportamentos dos filhos, mas é preciso que os primeiros busquem ajuda também. A Covid 19 afetou a vida de todas as pessoas, por isso é necessária uma rede de apoio, como forma de fortalecer os relacionamentos e construir espaços seguros.

Fonte: Freepick

Referência

FEGERT JM, et al. Challenges and burden of the Coronavirus 2019 (COVID ‑19) pandemic for child and adolescent mental health: a narrative review to highlight clinical and research needs in the acute phase and the long return to normality. Child and Adolescent Psychiatry and Mental Health.

(MATA,I;  DIAS,L; SALDANHA,C; PICANÇO  M) As implicações da pandemia do COVID-19 na saúde mental e no comportamento das crianças.(2020). Disponível em <  https://cdn.publisher.gn1.link/residenciapediatrica.com.br/pdf/pprint377.pdf>. Acesso: 22,  de out. 2021.

NUNN K. Keeping our children safe and calm in troubled times. Journal of Paediatrics and Child Health, 2020.

Sociedade Brasileira de Pediatria(SBP). Pandemia de COVID-19: guia prático para promoção da saúde mental de crianças e adolescentes(2020) . Disponível em < https://cdn.publisher.gn1.link/residenciapediatrica.com.br/pdf/v10n2a21.pdf > Acesso: 22, de out, de 2021.

STEVENSON E, et al. Pandemic influenza planning: Addressing the needs of children. American Journal of Public Health, 2009.

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18 de maio: Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

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A data é um marco na luta contra crimes sexuais cometidos contra crianças e adolescentes

Com foco no combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, a Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju) está participando da Campanha Faça Bonito por meio das gerências da Primeira Infância e da Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente. E neste dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, irá explicar a diferença entre abuso e exploração sexual infantil, expressões por vezes não compreendidas por toda a sociedade.

Segundo a gerente de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Seciju, Rejane Pereira, a Secretaria vem realizando ações de mobilização com a Rede de Proteção em relação ao combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, inclusive para esclarecer a população quanto aos termos. “É importante lembrar que há uma diferença entre os termos, sendo o abuso referente à utilização do corpo de uma criança e/ou adolescente por um adulto, ou até mesmo outro adolescente para a prática de qualquer ato sexual tendo ou não contato físico; já a exploração sexual caracteriza-se pela utilização de uma criança e/ou adolescente com a intenção de lucro ou troca, seja financeira ou de qualquer espécie”, explica.

Já a gerente da Primeira Infância da Seciju, Andreia Seles, informou que a violência sexual ainda é uma pratica que existe no país e que se deve proteger as crianças. “Torna-se mais necessário ainda a luta contra essas violências quando se trata de crianças pequenas que ainda não sabem se defender. Os pais e os cuidadores devem incentivar o autocuidado para que as crianças mesmo na primeira infância sejam capazes de dizer ‘não’, evitando assim possíveis abusos, e estimular o relato de violências ocorridas. E nós como adultos temos que ficar atentos a estes crimes, sempre denunciando”, concluiu.

Gerente Andreia Seles explica a importância de a população entender sobre o tema e formas de denunciar/Lauane dos Santos – Governo do Tocantins

A data

O dia 18 de maio, foi escolhido o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes” (instituído pela Lei Federal 9.970/00), porque nesta data no ano de 1973, na cidade de Vitória (ES), um crime bárbaro chocou todo o país e ficou conhecido como o “Caso Araceli”. Trata-se de uma menina de apenas oito anos de idade que foi raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta. Apesar de sua natureza hedionda, até hoje este crime está impune.

Faça Bonito

A proposta anual da campanha, que neste ano comemora o 20º ano de mobilização, é destacar a data para mobilizar, sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade a participar da luta em defesa dos direitos de crianças e adolescentes. É preciso garantir a toda criança e adolescente o direito ao seu desenvolvimento de forma segura e protegida, livres do abuso e da exploração sexual.

O superintendente de Administração do Sistema de Proteção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Seciju, Gilberto da Costa Silva, explica sobre as adequações feitas para a realização da campanha no contexto da pandemia. “A Campanha Faça Bonito, com ações de conscientização junto a Rede e sociedade em prol das nossas crianças e adolescentes, têm acontecido em ambiente on-line, não sendo incentivadas atividades presenciais de abordagem direta, a fim de evitar aglomeração de pessoas”, esclarece.

Gerente Rejane Pereira lembra que há diferenças entre abuso e exploração sexual, ainda que as duas envolvam práticas de ato sexuais, com ou sem contato físico, com crianças ou adolescentes/Lauane dos Santos/Governo do Tocantins

Onde denunciar

Caso você suspeite ou tenha conhecimento de alguma criança ou adolescente que esteja sofrendo violência sexual, denuncie. As denúncias podem ser feitas a qualquer uma dessas instituições e de forma anônimas:

  • Conselho Tutelar da sua cidade;
  • Disque 100 ou disque denúncia local;
  • Delegacias especializadas ou comuns;
  • Polícia Militar, Polícia Federal ou Polícia Rodoviária Federal;
  • Número 190;
  • Crimes na web
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“Demandas suicidas” é tema de curso ofertado no Ceulp

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O curso de manejo de adolescentes terá inicio no dia 19 de outubro

O curso de “Intervenção para Adolescentes com Demandas Suicidas” acontece entre os dias 19 de outubro a 07 de dezembro de 2018 no Ceulp/Ulbra. O curso será ministrado pela professora de Psicologia Me. Ana Letícia Odorizzi. Serão oferecidas 20 vagas e os encontros ocorrerão nas sextas-feiras das 8h às 9h da manhã, com carga horária de 8 horas extracurriculares.

Para realizar sua inscrição, a(o) candidata(o) deve atender os seguintes pré-requisitos: Ser estudante de psicologia e ter cursado com aprovação as disciplinas Psicologia do Desenvolvimento I e II, Psicologia das Relações Familiares, Psicopatologia Geral I e II e Psicologia da Saúde. As inscrições devem ser realizadas pelo e-mail psicologia@ceulp.edu.br .

O objetivo do curso será capacitar os alunos do curso de psicologia ao manejo de uma intervenção para adolescentes com demandas suicidas, demonstrando um tipo específico de intervenção a ser realizada com indivíduos com pensamentos disfuncionais: “O evento foi programado como uma das atividades do Setembro Amarelo, que traz a temática do suicídio à pauta. Problemática essa que só aumenta nos últimos tempos, principalmente entre os adolescentes, sendo subdivididos níveis para os pensamentos suicidas, como autolesão, ideação suicida, planejamento suicida e intento suicida. Com tantas variáveis envolvidas nessa temática e tendo como resultados, muitas vezes, a morte desses jovens, pensou-se esse curso na intenção de capacitar os alunos de psicologia no manejo com esse público, através de uma intervenção específica usando como ferramenta a música”, aponta Ana Letícia.

Ana Letícia Odorizzi. Fonte: arquivo pessoal.

Ana Letícia Odorizzi possui graduação em Psicologia pela Fundação UNIRG (2010), Pós Graduação em Gerontologia (UFT) e Mestrado em Educação pelo Programa de Mestrado em Educação (PPGE/UFT) com ênfase em Psicologia da criatividade e envelhecimento. Tem experiência na área de Psicologia Cognitiva Comportamental, dança Clássica e Contemporânea pela Formação em Ballet aplicada a saúde mental e Psicologia da saúde no âmbito da Estratégia de Saúde da Família (NASF). Atualmente professora do curso de Psicologia do Centro Universitário Luterano de Palmas – Ceulp Ulbra, das disciplinas Psicologia da Educação, Psicologia da Aprendizagem e Psicologia do Desenvolvimento I e II.

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O amor narcísico no contexto familiar

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Nossa sociedade cresceu cognitivamente de tal forma, que diferentemente dos nossos ancestrais, a família passou de uma configuração para sobrevivência a instituição geradora de desejos.

 

Precisamos falar sobre família e, sobretudo, temos de reavaliar os títulos que damos as nossas instituições enraizadas. Somos a princípio ‘pequenos sapiens’ em extrema necessidade de cuidados básicos, e nosso primeiro contato social, é o olhar da mãe juntamente com as carícias e segurança do cenário materno; claro, nos casos em que esse indivíduo é desejado. E sobre as mãos dessas pessoas que nos prestam as boas vindas, somos como reais massinhas de modelar, já que de fato, somos novatos no mundo, e tudo que nos é mostrado durante a infância poderá influenciar diretamente nas próximas fases da vida.    

 

encurtador.com.br/kN789

 

Nossa sociedade cresceu cognitivamente de tal forma, que diferentemente dos nossos ancestrais, a família passou de uma configuração para sobrevivência a instituição geradora de desejos. E como massinhas que somos, moldando-se dia pós dia, nem sempre as mãos que nos lapida são as de nossos pais ou cuidadores, logo, todo o contexto nos influencia e por vezes nos tira da projeção que nos foi dada desde o concebimento.   

Quem somos, ou quem queriam que nós fôssemos, tal qual o desejo de nossas famílias, é um processo que se inicia antes mesmo do nascimento da criança, que carrega o sexo e ‘as caixas de gênero’, assim como outras necessidades completamente particulares, que muitas vezes refletem alguma frustração dos pais que os influenciará, nas áreas como a profissão, hobbies, educação, e seus desejos exacerbados de sucesso e uma inteligência acima da média. Um ser humano de fato idealizado.   

Não seria problema o desejo, se não houvesse por vezes uma pressão sobre essa criança que cresce em sua maioria sobre olhares e comandos que os apertam de todos os lados. Parte da infância e da leveza única desta etapa é cortada ou dividida em curtos tempos, para que o pequeno prodígio possa ser construído, saciando dessa forma, o sonho que esses pais desejaram um dia para si. Aquele velho arrependimento “se eu tivesse começado mais cedo, eu poderia ser o que eu sonhava” passa ser projetado nesse filho, logo, uma segunda chance daqueles que nos concebem surte, sobre uma negligência devastadora.  

 

http://twixar.me/CWs3

 

É comum que a obsessão pelo projeto mirabolante e falho chegue a um patamar pelo qual pais (ou cuidadores), entendendo que seus filhos não atingiram o grau de rendimento esperado, os levam aos psicólogos em busca que sejam indicados urgentemente a um psiquiatra, pois constata-se por si só que se tem Déficit de atenção ou TDH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), quando na verdade esses pequenos só estão distraídos observando o novo mundo que os cerca ou agitados em suas aventuras que são de fato cruciais para seu desenvolvimento. Mas a busca incessante da perfeição e a quebra das etapas desses indivíduos leva essas mães tomarem drásticas decisões, medicando sem que haja real necessidade, já que não se tem compreensão do mal que os fazem. 

 

http://twixar.me/qWs3

 

O espelho que os pais projetam sobre os filhos, notoriamente, boa parte das vezes não condiz com a imagem que lhes veste, logo inicia-se por consequência uma vida familiar com atritos sobre a personalidade do indivíduo que se criou sobre e longe de seus olhares. A contingência desproporcional ao almejado se mostra, a frustração e o estresse juntamente com as consequências psicológicas desses indivíduos que agora crescem por si só e desejam suas vidas com objetivos diferentes, chocam e quebram toda a expectativa planejada. É como se os pais tivessem aprendido a amar seus desejos, voltando-se para si, e por consequência usando a criança como objeto de amor, que se classifica como amor narcísico. 

Quando os filhos se mostram com traços vindo de seus próprios erros, herdados pela convivência e aprendizado, assim como a expressão da personalidade individual, esse amor se quebra, e o luto inicia-se, pois, a projeção morre e tudo que resta é frustração e atrito.   

 

http://twixar.me/kWs3

 

A saída para boa parte dos problemas vem da compreensão. Os pais que aqui existem também tem suas histórias de vida. Se analisássemos profundamente cada caso veríamos que há motivos pelos quais esses são como são. Há sempre algo a se desvendar e revelar dentro de nossas ações e relações com o outro, e parte delas se justifica ou se entende levando-se em conta a trajetória anterior do sujeito. Se olharmos de forma micro para qualquer indivíduo, dificilmente entenderemos suas motivações internas que se exterioriza em ação; a busca de reavaliar e compreender faz parte das interações bem-sucedidas.   

Pertence ao crescer, o rompimento dos laços de simbiose que se inicia na amamentação, assim como é do processo que as pessoas sejam únicas dentro de seus contextos e realidades. Ser adulto é entender que de fato, não seremos agradáveis a todo instante; é preciso seguir caminhos em busca de nós mesmos. Tal momento acontece de forma muito dolorosa quando os filhos se tornam objeto de desejo. O sentimento de fracasso e de desafeto acomete os adultos que se formam, pois não podem ser por toda uma vida um projeto, afinal, são pessoas, e têm o direito de viverem sua liberdade. 

É preciso quebrar o paradigma de que família é um laço saudável necessariamente, pois nem sempre essa é a realidade. Não é justo desejar que se tenha uma relação abusiva e que esse indivíduo ali se mantenha só porque há laços consanguíneos. Mais que dar a vida, é necessário que a família dê condições psicológicas para que eles tenham uma boa vida.  

 

http://twixar.me/fZs3

 

Os pais precisam urgentemente compreender que cedo ou tarde o cordão umbilical se desfaz, e tudo que restará são os alicerces que os deram durante a infância quando ainda eram um andaime. Se essa base não for bem formada e alimentada, dificilmente será possível dizer as frases clichês sobre a importância da família, pois serão nada mais que sombras ou lembranças negativas para seus filhos, cuja tendência é o afastamento, caso não haja a compreensão das falhas de seus pais por sua parte. 

Aqueles que alimentam seus filhos com seus melhores aprendizados, respeitam o seu espaço, e entendem suas fases, terão mais segurança e verão de perto seus filhos crescerem, não se sentirão tão amedrontados com seu afastamento pois tem em si a clareza que todos seus ensinamentos estarão gravados em suas memórias e os influenciarão por toda a vida; e caso precisem, esses filhos se sentirão gratos em retornar, e os titular de família.

 

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