Profa. Dra. Ana Beatriz compõe Rede de Leitura Inclusiva no Tocantins

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A Rede de Leitura Inclusiva é um projeto mobilizado pela Fundação Dorina Nowill para Cegos na perspectiva de fomentar o acesso à Leitura e à informação para pessoas com deficiência, fornecer livros acessíveis e engajar os profissionais que atuam como intermediários da leitura.

Fonte: Arquivo Pessoal – Abertura contando a história do GT Palmas – Tocantins

O 2º Encontro de Leitura Inclusiva do GT Palmas – Tocantins aconteceu no último dia 04/10/19 no SESC – Centro de Atividades, organizado pela parceria das representantes do SESC, Geovana Lima, da UFT, Alessandra Santarém, e Ana Beatriz, do CEULP/ULBRA, por meio do Núcleo de Apoio ao Discente – Alteridade, mobilizada pela Fundação Dorina Nowill para Cegos.

Fonte: Arquivo Pessoal – Thaís (bibliotecária do CEULP/ ULBRA), Anny e Ana Beatriz (do Alteridade), Carla Silvestre (do ITPAC) e Ângela Vitória (intérprete do Alteridade)

Nesse encontro foram convidadas pessoas de várias instituições de ensino públicas e privadas, de bibliotecas e vários órgãos envolvidos na divulgação da leitura, arte e cultura inclusiva, com o intuito de estreitar o relacionamento e disseminar ações de inclusão, garantindo o direito ao acesso de pessoas com deficiência.

Fonte: Arquivo Pessoal

O encontro teve como objetivos a retomada das ações da rede, divulgação das ações da rede, convite para a partição de novos membros e a divulgação da inclusão de sessão de cinema com audiodescrição na programação do Cine SESC, que na ocasião projetou o filme “A Filha de Ninguém”.

Fonte: Arquivo Pessoal – Ilma declamando um poema e Thainá interpretando em LIBRAS.

Do que se trata

A Rede de Leitura Inclusiva é um projeto mobilizado pela Fundação Dorina Nowill para Cegos na perspectiva de fomentar o acesso à Leitura e à informação para pessoas com deficiência, fornecer livros acessíveis e engajar os profissionais que atuam como intermediários da leitura para que este público também seja contemplado em suas atividades.

Fonte: Arquivo Pessoal – Psicóloga Carla F. Silvestre, cega, egressa do CEULP, conversando com Angelita Garcia e o público sobre como é ser uma leitora cega.

Esta ação acontece em âmbito nacional onde cada Estado é mobilizado a formar Grupos de Trabalho para que construam novas ações de leitura e inclusão ou potencializem as já existentes. O GT do Tocantins (Palmas) foi criado em junho de 2015 quando, a Fundação Dorina Nowill, a partir da visita de Perla Assunção, convidou profissionais de várias instituições e iniciou as atividades do grupo. Dentre estes profissionais se encontra a profa. do curso de Psicologia do Ceulp, Dra. Ana Beatriz Dupré.

Fonte: Arquivo Pessoal – Profa. Thainá da UFT Porto Nacional apresenta projeto de extensão.

A partir de então, várias reuniões e eventos aconteceram, tendo o 1º Encontro de Leitura Inclusiva do Tocantins ocorrido no CEULP/ ULBRA, em agosto de 2015. Em agosto de 2016 ocorreu o 1º Encontro da Rede de Leitura Inclusiva, em São Paulo, ocasião em que a Profa. Dra. Ana Beatriz Dupré Silva, coordenadora do Alteridade, esteve presente.

Fonte: Arquivo Pessoal – Apresentação do Boi Encantado, pelo grupo Encantados Contadores de Histórias, de Santa Catarina, que lançou o CD com a história cantada e com audiodescrição.

Após esses primeiros momentos, os GT´s passaram a desenvolver atividades em suas regiões, sendo sempre apoiados pela Fundação Dorina Nowill. E, no último mês de agosto, a Profa. Dra. Ana Beatriz, juntamente com a bibliotecária da UFT, campus Porto Nacional, Alessandra Santarém, e a produtora cultural do SESC, Geovana Lima, foram convidadas a participar do 2º Encontro da Rede de Leitura Inclusiva, em São Paulo.

Fonte: Arquivo Pessoal – Os autores Francisco Hélito, cego, Edimilson Sacramento, cego, e Lázaro Ramos, falam de suas produções lançadas em Braille. Na foto também aparecem Perla Assunção e Angelita Garcia, da Fundação Dorina Nowill, articuladoras da Rede de Leitura Inclusiva.
Fonte: Arquivo Pessoal – Materiais recebidos durante o evento e que estão disponíveis no Alteridade.

E assim, durante três dias, reafirmou-se a importância de promover o acesso à leitura a todas as pessoas, assim como a projetos culturais, para uma formação global e cidadã. Nesse encontro se reuniram representantes de todos os    GT’s que compõem a Rede de Leitura Inclusiva, de forma que todas as ações pudessem ser compartilhadas. Além disso, foi apresentada a pesquisa Cenário da Leitura Acessível no Brasil, do Data Folha. 

 

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Cine Alteridade tem programação especial para o CAOS

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A ação é uma iniciativa do Núcleo de Atendimento Educacional Especializado aos Discentes – Alteridade

O Cine Alteridade, que tem como objetivo promover a socialização e acesso à cultura entre acadêmicos de todos os cursos, vai exibir uma série de filmes com a temática da sexualidade humana durante esta semana do Caos – Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia.

A ação é uma iniciativa do Núcleo de Atendimento Educacional Especializado aos Discentes – Alteridade, um projeto de extensão do curso de Psicologia e com o foco principal de auxiliar os alunos da instituição, com serviços que vão desde acessibilidade aos acadêmicos cegos, surdos e cadeirantes até o auxílio aos que tem dificuldades de aprendizagem.

O acadêmico é livre para procurar o ambiente ou ser encaminhado pela própria coordenação e professores. Todos os serviços são gratuitos. Neste contexto, a exibição de filmes propicia um ambiente de socialização.

Para se inscrever no evento, acessar o link 

Abaixo, confira a programação completa

Dia 21:

12h – Divinas Divas
Local: LIGA – Refúgio Psi

17h – Hoje eu Quero Voltar Sozinho
Local: LIGA – Refúgio Psi

Dia 22:

12h – A Pele Que Hábito
Local: LIGA – Refúgio Psi

17h – Paraíso Perdido
Local: LIGA – Refúgio Psi

Dia 23:

12h – A História de Nós Dois
Local: LIGA – Refúgio Psi

17h – Flores Raras
Local: LIGA – Refúgio Psi

Dia 24:

12h – Um Divã Para Dois
Local: LIGA – Refúgio Psi

17h – Blue Valentine – Namorados Para Sempre
Local: LIGA – Refúgio Psi

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Professores do Ceulp/Ulbra visitam o Alteridade para conhecer ações do núcleo

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Alteridade oferece serviços de acolhimento, acompanhamento individual às dificuldades de ensino-aprendizagem e grupos com temas diversos

Foto – Antônio Marcos

Professores do curso de Odontologia do Ceulp/Ulbra foram conhecer nesta quinta, dia 31/01/2019, as ações do Alteridade, projeto de extensão do curso de Psicologia cujo objetivo é oferecer suporte aos acadêmicos da instituição no que tange à acessibilidade, processos de ensino e aprendizagem, promoção de saúde mental e desenvolvimento de habilidades profissionais no contexto universitário.

O grupo foi conduzido pela coordenadora de Odonto, profa. Micheline Pimentel, e foi recebido pela profa. Ana Beatriz Dupré, psicóloga coordenadora do Alteridade. O objetivo da visita foi estabelecer um vínculo entre os docentes e o núcleo, para facilitar o encaminhamento de eventuais demandas do curso de Odondologia.

O Alteridade oferece serviços de acolhimento, acompanhamento individual às dificuldades de ensino-aprendizagem e grupos com temas diversos, formados a partir das demandas apresentadas por acadêmicos e professores.

Os serviços são disponibilizados por estagiários do curso de Psicologia (supervisionados por professores do curso), além de monitores para os discentes com necessidades educacionais especiais, incluindo, ainda, a presença de um tradutor-intérprete de LIBRAS em seu quadro.

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CRP-23 aborda tema relacionado à Psicologia Escolar

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No dia 19 de outubro de 2017, o Conselho Regional de Psicologia realizou uma roda de conversa voltada à temática da Psicologia Escolar. O evento foi proposto e organizado, pela psicóloga egressa do Ceulp/Ulbra Haréli, e contou com a participação do professor de Psicologia da UFT – Campus Miracema, Ladislau Ribeiro ( Doutor em Psicologia Social), do professor de Psicologia José Fernando Patino ( Mestre em Psicologia Cultural e Doutor em Educação) também doscente do Campus de Miracema, e da professora do Ceulp/Ulbra Ana Beatriz Dupré ( Mestre em Psicologia e Doutora em Ciências do Comportamento).

Contando com um público bastante variado, a roda de conversa possiblitou a presença de diversas classes da sociedade, desde alunos de graduação de cursos diferenciados, professores da educação básica, alunos de ensino médio, assim como profissionais psicólogos. Tal variabilidade, foi enriquecedora, uma vez que os diálogos estabelecidos possiblitaram grande reflexão sobre a conexão Psicologia e Educação.

Diante dos expostos trazidos pelos professores palestrantes, foi possível percebermos que o âmbito educacional tem sido alvo de preocupação de alguns profissionais, o que nos traz a esperança de melhorias nesse contexto. Melhorias estas que já vem sendo alcançadas.

O trabalho dos Psicólogos em Miracema, representado na pessoa do professor Ladislau e do professor José Fernando, vem com uma proposta de intervenção incrível em escolas públicas do município de Miracema. Angariando uma parceria entre os representantes educacionais do Município e a UFT, o projeto de pesquisa e intervenção, baseado em queixas escolares/necessidades educacionais, já esta sendo executado nestas escolas. Tal projeto tem sido campo para aprendizagem  dos acadêmicos de Psicologia do Campus de Miracema.

Aqui em Palmas, no Ceulp/Ulbra, a Psicologia Escolar tem se destacado no campo da Acessibilidade, com o Núcleo Alteridade, coordenado pela professora Ana Beatriz, que apresentando nosso serviço de apoio aos discentes, ganhou elogios e admiração por parte dos estudantes que estavam ali presentes. O Núcleo que conta com diversos serviços que vão desde grupos variados destinados ao desenvolvimento acadêmico dos discentes, até planejamentos de formas de ensino-aprendizagem adaptadas às mais diversas dificuldades apresentadas pelos nossos alunos.

Ainda na fala do Psicólogo Colombiano José Fernando, que por sinal, foi uma fala muito perto da nossa realidade acadêmica. Quando nos falou sobre as dificuldades da trajetória universitária, a identificação dos acadêmicas ali presente foi genuína. José lembrou-nos sobre a importância de olhar para o universitário como um ser humano, passível de interferências de vida emocional, econômica, social. Ou seja, ele nos trouxe sobre a importância da saúde mental do universitário.

O evento foi lindo e enriquecedor, trouxe reflexão e também gratidão, por essa nova era de conexão entre a Psicologia e a Educação, que por muitos anos foi baseada na aplicação de testes e na problematização do aluno como o problema. É aliviante pensar que esse cenário está sendo mudado, e que uma nova configuração da Psicologia Escolar vêm se estabelecendo a cada dia.

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CAOS: Cine Alteridade faz exibição em parceria com SESC

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Durante o Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – Caos, o Projeto Cine Alteridade estará exibindo filmes sobre violência.

Em parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc), o projeto Cine Alteridade fez uma exibição especial na noite desta terça, 22 de agosto, às 19h, no estacionamento do Ceulp/Ulbra. O filme em cartaz foi “O sonho de Wadjada”, longa saudita da cineasta Haifaa al Mansour.

Um filme feito por uma mulher em um país árabe, dos mais extremistas quanto à questões de gênero, enfrentou tantas dificuldades para sua produção quanto sua protagonistas, uma garota de 10 anos cujo sonho é ter uma bicicleta, algo completamente proibido para garotas em sua cultura. Wadjda não consegue entender porque mulheres e homens recebem tratamento tão desigual, e simboliza sua rebeldia na luta para conseguir, sozinha, recursos para comprar uma bicicleta, já que não pode contar com o apoio de sua família.

Assim como Wadjada, Haifaa al Mansour enfrentou várias barreiras para realizar a obra, tendo muitas vezes que se esconder atrás de assistente para dar ordens por não poder aparecer diretamente comandando homens. Tanto na película quanto na vida real, o filme traz, de maneira muito simples, a reflexão sobre a violência cotidiana contra as mulheres e a tentativa de não permitir seu avanço, sua liberdade, dificultando lhes o direito às alegrias mas simples da vida.

Além desta edição especial ao ar livre, o Cine Alteridade realiza exibições diárias em todos os outros dias do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – CAOS, a saber, 21, 22, 23 e 25 de agosto, sempre de 12h30 às 14h, na sala 241, trazendo como tema: a violência.

Cine Alteridade: 

O Cine Alteridade nasceu em 2013 com o objetivo de proporcionar opção de lazer para os acadêmicos que ficavam o dia inteiro no Ceulp/Ulbra.

O Congresso

A II edição Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – CAOS, tem como tema “As Faces da Violência – Psicologia, Mídia e Sociedade”. Será uma semana para refletir sobre o exercício da psicologia nos mais diversos campos de atuação, frente as mais diversas formas de expressão da violência, para além das fronteiras da saúde, da segurança pública e das ciências humanas. O tema se configura como objeto perene de investigação científica e profissional, sobretudo na Psicologia, com foco na emancipação das subjetividades.

Serviço:

O que: Cine Alteridade Especial Violência
Quando: 21 a 23 e 25 de agosto de 2017, de 12h39 às 14h00
Onde: Sala 241 do Ceulp/Ulbra
Realização: Curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra
Apoio: Serviço Social do Comércio – SESC, Conselho Regional de Psicologia – CRP-23, Prefeitura de Palmas, Jornal O Girassol, Psicotestes, Coordenação de Extensão do Ceulp/Ulbra, Coordenação de Pesquisa do Ceulp/Ulbra.

 

Mais informações:

Coordenação de Psicologia: Irenides Teixeira (63) 999943446
Assessoria do Ceulp/Ulbra: 3219 8029/ 3219 8100
Programação e Inscrições: http://ulbra-to.br/caos/
Notícias do Evento: http://encenasaudemental.com/mural

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Alteridade: implantada “Biblioteca ao ar livre” no campus do CEULP/ULBRA

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A Biblioteca ao ar livre é o novo projeto (re)implantado pelo projeto de extensão Alteridade[1], no CEULP/ULBRA, e está funcionando desde o último dia 23/03/2016. O projeto nasceu a partir do curso de Biomedicina, porém havia deixado de funcionar durante algum tempo. O Alteridade, vendo potencial na ideia, abraçou a causa e se propôs a reestruturá-lo. A Biblioteca ao ar livre tem como motivação ser um novo espaço de integração e produção de conhecimento.

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A primeira doação de livros para o projeto veio do trote solidário do CEULP/ULBRA, o Akádemo. Essa será uma das práticas do Akádemo a partir de agora. Outras campanhas de doações também serão estruturadas, por exemplo para montar a “gibiteca”, e a seção de revistas. O ambiente tem por pretensão ser o novo espaço de integração do campus. Outros projetos do Alteridade, como exemplo, a aula de dança, acontecerá no mesmo local. O Alteridade também tem em seu planejamento abrir o espaço da Biblioteca ao ar livre para projetos como “clubes de livros”, entre outros.

A coordenadora do alteridade e idealizadora do projeto, professora doutora Ana Beatriz Duprè da Silva e a professora mestre Fabiana Fleury Curado contam os passos do projeto. De início o Alteridade (re)pensa o projeto já existente, modificando algumas regras. Por exemplo, agora o acadêmico só poderá levar um livro se deixar outro “porque senão todo mundo leva e esvazia”. Isso ocorrerá principalmente “até a gente começar a ter mais doações”, diz Ana Beatriz. No momento o foco é “fazer com que as pessoas entendam as regras e também fomentar a doação de livros”, explica Ana Beatriz. A Biblioteca ao ar livre está sendo organizada também com auxílio de uma monitora voluntária, acadêmica do curso de Psicologia e bibliotecária, Maria Madalena de Camargo.

A iniciativa já está chamando atenção dos acadêmicos. Iuri Souza de Barros, do curso de Engenharia de Minas, diz apreciar e achar interessante a ideia. “É novidade para o campus, eu achei muito interessante, a gente fica à vontade aqui no ‘sofazinho’, estudando”, comenta Iuri.

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[1] Núcleo de Atendimento Educacional Especializado aos Discentes – CEULP/ULBRA

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Surdez não é doença e merece respeito

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“O que importa a surdez da orelha, quando a mente ouve? A verdadeira surdez, a incurável surdez, é a da mente”. (Surdo francês Ferdinand Berther)

Alexander Graham Bell, inventor do telefone, Jonathan Swift, escritor do romance “As Viagens de Gulliver” e o ex-presidente dos EUA Bill Clinton possuem uma característica em comum, além de destaque no cenário mundial: têm deficiência auditiva. No Brasil, por exemplo, estima-se que existam cerca de 15 milhões de pessoas com algum tipo de perda de audição e percebe-se a grande dificuldade no que diz respeito a relacionamentos e socialização ao analisar adolescentes com esse tipo de deficiência, o que gera maiores desafios e complicações na fase adulta da vida.

Adolescência é fase delicada e determinante. Mudanças em todos os aspectos ocorrem e na vida de um surdo não é diferente. Pelo contrário, são necessários mais cautela e respeito. “Um adolescente surdo, que precisa de um intérprete, de uma prótese, tende a ser visto diferente. Frequentemente, passa por situações de evitamento ou distanciamento por parte dos ouvintes, ou ele mesmo acaba não facilitando esse tipo de aproximação”, explica Marta Schorn, psicóloga argentina, especialista em surdez. A condição de surdo os inibe de certas possibilidades e situações e, futuramente na vida adulta, percebem-se características peculiares.

A psicóloga e pesquisadora Gisele Oliveira da Silva, professora de Libras do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN, comenta que os surdos são, por vezes, considerados imaturos e problemáticos nas relações que estabelecem com si mesmos e com o mundo.  “Mas isto não é um efeito que tem como causa a própria surdez, mas da forma com que a família, a escola e outras instituições formadoras lidam com estes sujeitos ao preservarem estigmas que, somados a barreiras linguísticas, os privam de orientação, esclarecimento, e os eterniza como seres “infantis””, esclarece Gisele.

Isso porque a sociedade no geral não sabe lidar com surdos. Muitas das situações preconceituosas acarretam grandes consequências e podem ser evitadas. Blogs e vlogs relatam erros graves dos ouvintes que não têm sensibilidade e respeito com deficientes auditivos. Da mesma forma que há regras de convivência e educação na cultura ouvinte, há também na vida dos que não escutam. Algumas dicas podem ajudar na relação:

– Não é correto dizer que alguém é surdo-mudo. Muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Muitas fazem a leitura labial, outras não.

– Quando quiser falar com uma pessoa surda, se ela não estiver prestando atenção em você, acene para ela ou toque em seu braço levemente.

– Quando estiver conversando com uma pessoa surda, fale de maneira clara, pronunciando bem as palavras, mas não exagere. Use a sua velocidade normal, a não ser que lhe peçam para falar mais devagar.

– Use um tom normal de voz, a não ser que lhe peçam para falar mais alto. Gritar nunca adianta.

– Fale diretamente com a pessoa, não de lado ou atrás dela.

– Faça com que a sua boca esteja bem visível. Gesticular ou segurar algo em frente à boca torna impossível a leitura labial. Usar bigode também atrapalha.

–   Quando falar com uma pessoa surda, tente ficar num lugar iluminado. Evite ficar contra a luz (de uma janela, por exemplo), pois isso dificulta ver o seu rosto.

–  Se você souber alguma linguagem de sinais, tente usá-la. Se a pessoa surda tiver dificuldade em entender, avisará. De modo geral, suas tentativas serão apreciadas e estimuladas.

–  Seja expressivo ao falar. Como as pessoas surdas não podem ouvir mudanças sutis de tom de voz que indicam sentimentos de alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, as expressões faciais, os gestos e o movimento do seu corpo serão excelentes indicações do que você quer dizer.

– Enquanto estiver conversando, mantenha sempre contato visual, se você desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa terminou.

– Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dicção. Se tiver dificuldade para compreender o que ela está dizendo, não se acanhe em pedir para que repita. Geralmente, as pessoas surdas não se incomodam de repetir quantas for preciso para que sejam entendidas.

–  Se for necessário, comunique-se através de bilhetes. O importante é se comunicar. O método não é tão importante.

– Quando a pessoa surda estiver acompanhada de um intérprete, dirija-se à pessoa surda, não ao intérprete.

Com informações de www.avozdosurdo.com.br

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Em busca da alteridade

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Ser, somente, sem considerar, valorizar e, principalmente, respeitar o outro, não basta.  Para ser é necessário haver o outro, entender e se fazer entender, colocar-se no lugar do outro. Foi com esse entendimento que se deu o início de minhas atividades no Alteridade, núcleo do CEULP/ULBRA que assume a tarefa de auxiliar a instituição no oferecimento de um atendimento educacional especializado.

Sistematizar tudo aquilo das disciplinas de Psicologia Escolar, Intervenção da Psicologia na Educação, Psicologia da Aprendizagem com minha experiência pessoal como professor e aluno foi pouco para participar deste universo. Ainda mais considerando que o núcleo estava em seu início e o universo era pouco para nós.

Mas enfim, o estágio estava começando e muito havia para ser feito. Armei-me das referências teóricas destas disciplinas e de novas que se mostraram necessárias, uni-me aos colegas estagiários e às supervisões de meus professores e passei à ação.

Foram várias e diferentes as atividades desenvolvidas no período em que estagiei no Alteridade, passando da busca de um espaço físico na instituição que se adequasse à sua proposta até às discussões homéricas sobre o nome que o núcleo assumiria.

Assim, foram realizados os atendimentos individuais com alunos com as mais variadas dificuldades.

Dificuldades de ordem física, com alunos surdos, cegos, cadeirantes. Bom, não atuei junto a estes, ainda que tentasse me atrever a conversar em Libras (ou algo parecido) com alguns alunos surdos. Não sei se consegui, mas descobri que os surdos não se incomodam com nossas tentativas de comunicação. Eles a preferem ao nosso silêncio (fica a dica).

Dificuldades de ordem emocional, com alunos recém-saídos de suas cidades, que pela primeira vez ficam longe do seio da família, do conforto do lar. Ou que, ainda, se vêm perdidos perante o mundo de liberdades que a universidade lhes oferece.

Dificuldades de aprendizagem, originadas de um ensino médio frágil, da falta de um acompanhamento mais presente pelos pais, ou mesmo da falta de habilidade pessoal em conviver com o conjunto de responsabilidades que a universidade oferece (e cobra).

Dificuldades psicológicas, das mais diferentes formas e origens, que acabam refletindo no processo de aprendizado como um todo, pois envolvem relacionamentos interpessoais, lembranças doloridas da infância, momentos de angústia ou ansiedade que se refletem naquela fuga de um trabalho em grupo, de uma apresentação oral, de uma prova um pouco mais trabalhosa.

Dificuldades que nos dizem muito, pois como alunos que ainda somos sabemos o que é estar na posição do outro. E entender esta posição é grande parte do que a participação no Alteridade nos cobra em nossa atuação como estagiário. Ao final do processo, posso garantir: se auxiliamos alguém em sua caminhada na universidade, muito mais crescemos pessoalmente a cada atendimento realizado.

Mas, empolgante mesmo, é ver uma ou outra iniciativa tomando corpo e se agigantando perante as demandas que iam surgindo. Sim, porque basta você mexer em um vespeiro adormecido para descobrir que não é pouco nem pequeno o que se escondia ali. Aos poucos foram surgindo novas ideias e práticas, aprovadas pelos supervisores e postas em atividade pelos estagiários, monitores, professores e funcionários do Alteridade e que serão lapidadas com o tempo, como o Cine Alteridade, o Grupo de Discussão do Luto, as Oficinas de Mapas Conceituais, o Clube do Livro, o intercâmbio de ações com os laboratórios de Instrumentalização Científica e de produção Textual entre outras.

Muito foi feito. E, com certeza, ainda é pouco, pois muito mais ainda está por vir. Afinal,

se no passado o outro era de fato diferente, distante e compunha uma realidade diversa daquela de meu mundo, hoje, o longe é perto e o outro é também um mesmo, uma imagem do eu invertida no espelho, capaz de confundir certezas pois, não se trata mais de outros povos, outras línguas, outros costumes. O outro, hoje, é próximo e familiar, mas não necessariamente é nosso conhecido (Gusmão, 1999, p. 44-45).

E se é perante esta imagem do eu invertida que nos tornamos o que somos, o núcleo Alteridade proporciona o ambiente propício para realizar este encontro.

Referência:

Gusmão, N. M. M. (1999). Linguagem, cultura e alteridade: imagens do outro. Cadernos de Pesquisa (Fundação Carlos Chagas), n. 107, jul. 1999, 41-77.

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