O que é a Primeira Infância?

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Lei que institui o Mês da Infância é aprovada. Fase do desenvolvimento deu nome a Lei n° 14.617. Por que investir nessa fase é lucrativo para o futuro?

 Talita Marques Teixeira: talitampsi@rede.ulbra.br

 

A primeira infância é uma fase crítica no desenvolvimento humano, que compreende desde o nascimento até os seis anos de idade. Durante esse período, o cérebro das crianças passa por um crescimento e desenvolvimento acelerados, estabelecendo as bases para a aprendizagem, saúde emocional, habilidades sociais e cognitivas ao longo da vida. Portanto, investir na primeira infância é fundamental para garantir o pleno desenvolvimento das crianças e para promover uma sociedade mais justa e igualitária, pautada nos princípios dos direitos humanos.

Surge aqui a necessidade de garantia de direitos, visto que o não incentivo e déficit no investimento na primeira pode acarretar em baixos índices de desenvolvimentos futuros. A intervenção precoce, que consiste em oferecer suporte e estimulação adequados às crianças desde os primeiros anos de vida, desempenha um papel crucial nesse processo. A pesquisa científica tem demonstrado repetidamente que as experiências vividas pelas crianças na primeira infância têm um impacto profundo em seu desenvolvimento futuro. Isso inclui sua capacidade de aprender, tomar decisões, resolver problemas, manter relacionamentos saudáveis e contribuir de maneira positiva para a sociedade.

Diante disso, é sancionada a lei a Lei nº14.617, que fica instituído o mês de agosto como o Mês da Primeira Infância, para promoção de ações de conscientização sobre a importância da atenção integral às gestantes e às crianças de até 6 (seis) anos de idade e a suas famílias, em todo o território nacional. A lei vem como forma de garantir os direitos de 20,6 milhões de crianças de 0 a 6 anos que no último DataSUS de 2021 foram registradas nos informes de saúde, a iniciativa conta com poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. São medidas como oferta de atendimento integral e multiprofissional, promoção dos vínculos afetivos, da nutrição, imunização, direito de brincar e prevenção de acidentes e doenças.

Fonte:https://revistacrescer.globo.com/criancas

Congresso aprova projeto de lei que cria o Mês da Primeira Infância

Quando os investimentos públicos são direcionados para programas de intervenção precoce, uma série de benefícios se desdobra. Primeiramente, esses programas ajudam a identificar e tratar precocemente qualquer problema de desenvolvimento, como atrasos na fala, déficits cognitivos ou questões emocionais, que, quando não tratados a tempo, podem se agravar e causar dificuldades ao longo da vida. Isso não apenas reduz o sofrimento das crianças, mas também economiza recursos a longo prazo, uma vez que o custo de intervenções tardias é muito maior.

Além disso, ao investir na primeira infância, estamos fortalecendo os alicerces da igualdade de oportunidades. Crianças que recebem apoio adequado desde cedo têm maior probabilidade de atingir seu potencial máximo, independentemente de seu contexto socioeconômico ou étnico. Isso é essencial para promover os direitos humanos, que incluem o direito à igualdade de oportunidades para todas as crianças, independentemente de sua origem.

Os investimentos públicos na primeira infância também têm o potencial de reduzir as desigualdades sociais. Crianças que crescem em ambientes desfavorecidos muitas vezes enfrentam barreiras adicionais ao seu desenvolvimento. Portanto, programas que oferecem educação de qualidade, serviços de saúde acessíveis, creches de qualidade e apoio emocional podem ajudar a nivelar o campo de jogo, permitindo que todas as crianças tenham a chance de prosperar.

Além disso, investir na primeira infância é uma estratégia eficaz para a prevenção de violações dos direitos humanos, como o abandono, abuso e negligência infantil. Quando as famílias recebem apoio e recursos para cuidar de seus filhos desde cedo, as chances de problemas graves de proteção à criança são reduzidas significativamente.

Em resumo, os investimentos públicos na primeira infância, com foco na intervenção precoce e na promoção dos direitos humanos, são fundamentais para construir uma sociedade mais justa e igualitária. Ao proporcionar às crianças as condições necessárias para o desenvolvimento pleno, estamos investindo em um futuro mais promissor para elas e para a sociedade como um todo. Isso não é apenas um imperativo ético, mas também uma estratégia inteligente que gera benefícios duradouros para todos.

Fonte:https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes 

Pacto Nacional pela Primeira Infância

De acordo ao PNPI (Plano Nacional pela Primeira Infância) junto da Frente Parlamentar Mista da Primeira Infância, o investimento direcionado à primeira infância representou 0,41% do Produto Interno Bruto (PIB) e 0,92% do Orçamento Geral da União (OGU). A análise das despesas por área temática revelou que quase 94% do GSPI se concentraram em saúde, assistência social e educação, enquanto menos de 1% foi alocado em habitação, saneamento, proteção e defesa dos direitos humanos, esporte e cultura.

A disponibilidade de recursos também desempenhou um papel importante, já que áreas como saúde e educação têm repasses obrigatórios, enquanto a cultura pode sofrer contingenciamentos sem grandes consequências. A assistência social enfrentou desafios devido a não aprovação da dotação inicial e à insuficiência de créditos adicionais. Portanto, a análise destaca a necessidade de repensar a alocação de recursos e a implementação de políticas específicas para a primeira infância no Brasil.

Em conclusão, a primeira infância é uma fase crucial no desenvolvimento humano, com um impacto profundo no futuro das crianças e da sociedade como um todo. Investir nessa fase da vida é essencial para garantir o pleno desenvolvimento das crianças, promover a igualdade de oportunidades e prevenir violações dos direitos humanos. A recente instituição do Mês da Primeira Infância no Brasil é um passo importante nessa direção, buscando conscientizar sobre a importância da atenção integral às gestantes e crianças até seis anos de idade.

Os investimentos públicos na primeira infância devem ser direcionados com sabedoria, considerando a eficiência na execução e a priorização de áreas que impactam diretamente o desenvolvimento infantil, como saúde, assistência social e educação. Além disso, esses investimentos têm o potencial de reduzir desigualdades sociais e garantir que todas as crianças, independentemente de seu contexto, tenham a oportunidade de prosperar. Em suma, investir na primeira infância não é apenas uma questão ética, mas também uma estratégia inteligente para construir um futuro mais promissor para a sociedade como um todo, e a garantia de economia futura.

SITES CONSULTADOS:

https://revistacrescer.globo.com/fique-por-dentro/noticia/2023/07/agosto-passa-a-ser-o-mes-da-primeira-infancia-define-lei.ghtml

https://www.unicef.org/brazil/relatorios/medicao-do-gasto-social-com-primeira-infancia-em-2021 

https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/pacto-nacional-pela-primeira-infancia/

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Considerações acerca da depressão pós-parto

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O sofrimento psíquico vivenciado por uma parcela significativa de mulheres, após o nascimento do bebê, que implica em transformações de natureza psicoafetiva na vida das mesmas, pode ser compreendido como a manifestação da chamada depressão pós-parto. Esse tipo de transtorno, tem sido bastante estudado, justamente por apresentar certa dificuldade, em ser de fato notificado o seu real acontecimento, incidindo em dúvidas e por vezes ainda, em intervenções inadequadas (COUTINHO; SARAIVA, 2008).

 

Fonte: Imagem no Freepik

Para melhor compreensão da manifestação da depressão pós-parto, se faz necessário enfocar que esse tipo de sofrimento psíquico pode ser caracterizado, enquanto mal-estar moderno, uma espécie de transtorno reativo amplamente identificado em vários perfis humanos. Nesse sentido é imprescindível ampliar as discussões acerca do assunto, pois faz parte de um contexto atual, que por muito tempo foi sequer mencionado e precisa ser melhor estudado, principalmente pelos profissionais de saúde em geral, que atendem cotidianamente casos dessa natureza, e ainda não se sentem, em sua grande maioria, seguros em identificar a ocorrência desse transtorno, muito ainda confundido com outras transformações que podem ocorrer naturalmente no puerpério (COUTINHO; SARAIVA, 2008).

De acordo com Coutinho e Saraiva (2008), o nascimento de um bebê provoca várias transformações dentro de uma família, pois implica em alterações e novas adaptações na rotina diária, que podem está associados ao surgimento de problemas emocionais, e nesse contexto, a evolução para o sofrimento psíquico que, pode se encontrar manifesto na esfera afetiva, na dor mental, bem como na esfera física e também nas condições fisiológicas em geral.

Dessa forma, o puerpério é considerado como um período caracterizado por transformações de ordem biológica, psicológica e social, sendo a depressão pós-parto um episódio associado com o nascimento do bebê que se inicia ainda na gestação, sendo continuada após o parto. E apesar da etiologia da mesma, não ser totalmente conhecida e haver ainda discordâncias, no âmbito da literatura, são apontados critérios para sua classificação relacionados primeiramente, a fatores hormonais e fisiológicos, seguidos dos fatores sociodemográficos, e posteriormente os fatores psicossociais (ARRAIS; ARAÙJO, 2017).

Fonte: Imagem no Freepik

De acordo com Schmidt, Piccoloto e Müller (2005), os sintomas da depressão pós-parto incluem irritabilidade, choro com frequência, sentimento de desamparo, falta de motivação, desinteresse sexual, alterações na alimentação e sono, entre sensação de incapacidade e queixas psicossomáticas. Em situações consideradas mais graves, podem se manifestar pela intensa melancolia, que pode evoluir para pensamentos delirantes, episódios psicóticos, ocasionando em alguns casos na ocorrência de abandono do bebê ou infanticídio. 

Diversos fatores estão associados ao desenvolvimento da depressão pós-parto e em sua grande maioria se relaciona com o bebê, como prematuridade, intercorrências neonatais, e ainda malformações congênitas, porém ainda podem ser reconhecidos os fatores socioculturais, como decepções na vida profissional, bem como fatores físicos relacionados as alterações hormonais. Sendo recentemente identificados como também importantes, os seguintes fatores a serem considerados: a situação socioeconômica, baixa autoestima, dificuldades na relação conjugal e a gravidez não desejada (SCHIMIDT; PICCOLOTO; MÜLLER, 2005).

Segundo Schimidt, Piccoloto e Müller (2005) atualmente vem se apresentando uma associação entre a depressão pós-parto e problemas posteriores do desenvolvimento das crianças, incluindo comprometimento da saúde física, o que ocasiona numa readaptação da rotina familiar, o que pode causar sofrimento e adoecimento.  Vale ressaltar que, além disso, é importante acrescentar, que os impactos dessa problemática na vida da mãe e do filho são das mais diversas e estudos apontam para interferências diretas na percepção quanto a sua função materna, ocasionando em sintomas da depressão pós-parto.

A depressão pós-parto se apresenta, antes de tudo, com a expressão de uma dor vivenciada a partir da experiência da maternidade, com isso os enfrentamentos são de natureza íntima no campo da percepção que impacta o emocional e marca o corpo e os pensamentos das mulheres a desenvolvem, mas também surgem no espaço coletivo, quando estas não são compreendidas e até julgadas. Portanto, ao olhar essa problemática é importante observar, que trata-se de um sujeito em sofrimento, que não escolhe, mas que se apresenta e que necessita ser cuidado.

Fonte: Imagem no Freepik

Referências: 

ARRAIS, A. da R.; ARAÚJO, T.C.C.F de. Depressão pós-parto: uma revisão sobre fatores de risco e de proteção. Psic., Saúde & Doenças vol.18 no.3 Lisboa dez. 2017. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862017000300016. Acesso em 25/10/2021.

COUTINHO, M. da P. de L.; SARAIVA, E. R. de A. Depressão pós-parto: considerações teóricas. Estud. pesqui. psicol. v.8 n.3 Rio de Janeiro dez. 2008. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812008000300014. Acesso em 25/10/2021.

SCHIMIDT, E. B.; PICCOLOTO, N. M.; MÜLLER, M. C. Depressão pós-parto: fatores de risco e repercussões no desenvolvimento infantil. Psico-USF, v. 10, n. 1, p. 61-68, jan./jun. 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pusf/v10n1/v10n1a08.pdf. Acesso em 25/04/2019. Acesso em 25/10/2021.

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Pesquisa aponta a importância dos pets no desenvolvimento de crianças e jovens durante o confinamento

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O estudo realizado pela Mars Petcare revelou que a maioria dos pais enxergam os gatos e cães como bons companheiros para seus filhos, principalmente em momentos de estresse

A pandemia mexeu com o estilo de vida de toda a população mundial e, certamente, os mais afetados foram as crianças e jovens. A maioria precisou se adaptar aos novos hábitos impostos pelo confinamento com o ensino virtual e isso afetou o bem-estar físico e mental pela falta de contato com os colegas de classe. Pensando nisso, a Mars Petcare realizou uma pesquisa online entre fevereiro e março de 2021 com dois mil pais nos EUA e Reino Unido para entender os benefícios dos animais na vida dos pequenos.

Os dados mostraram que o convívio com um pet pode reduzir o estresse e até mesmo melhorar a função cognitiva entre os estudantes. 83% dos pais entrevistados afirmam que o gato ou o cão da família ajudou os filhos a se sentirem menos solitários durante o isolamento social.

As principais descobertas da pesquisa destacam que a boa relação entre seres humanos e pets, na infância e adolescência durante o confinamento trouxe inúmeros benefícios, incluindo motivação no ambiente de estudo e interesse na prática de atividades físicas. Confira abaixo:

Entre os entrevistados:

  • 83% disseram que a presença de um animal ajudou o filho a se sentir menos solitário;
  • 72% alegaram que a criança está mais motivada com um animal de estimação por perto;
  • 56% chegaram a dizer que ter um animal em casa ajudou a melhorar o desempenho acadêmico dos filhos;
  • 83% disseram que os pets ajudam a reduzir a ansiedade dos filhos;
  • 85% afirmaram que ter um gato ou cão em casa tornou o aprendizado virtual mais agradável para os jovens.

Os pais entrevistados também encontraram muitos outros motivos para elogiar a presença dos pets. A maioria afirmou que eles ajudaram a aumentar a autoconfiança de seus filhos, mantê-los em uma rotina diária, ofereceram mais oportunidades para prática de atividades físicas e até mesmo melhorou o humor de toda a família.

Fonte: encurtador.com.br/bvOQX

Em relação ao tempo:

A pesquisa também descobriu que alguns pais acham que o tempo que o animal passa com a família também beneficia a ele mesmo.

  • 87% acharam que o tempo extra que o pet passa com seus filhos foi agradável para o animal;
  • 77% acreditam que o tempo extra deixou o pet mais calmo.

Os pets no ambiente de estudo:

Para muitos pais as interações controladas e regulares com animais nas escolas poderiam apoiar a confiança, felicidade e aprendizado dos filhos.

  • 80% acharam que a interação controlada com pets deve ser usada nas escolas à medida que os alunos começam a fazer a transição para outras salas de aula;
  • 75% acreditam que as escolas devem investir mais na introdução de animais no ambiente tradicional de sala de aula.

Com esses dados é possível perceber o impacto positivo no bem-estar físico e emocional de crianças e adolescentes durante o confinamento também é possível enxergar que a convivência com gatos e cães se tornou importante e necessária na rotina desses jovens.

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Saúde Mental na infância: reflexões sobre o ato de cuidar

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A saúde mental na infância é um tema que necessita ser amplamente estudado e discutido nos diferentes espaços públicos, observando as especificidades das condições de saúde de crianças e adolescentes. No entanto, o tema não costuma ser alvo central de discussões na saúde pública. Sobre a saúde mental na infância, uma reflexão importante é: o que representa o cuidado em se tratando dessa demanda na prática?

Cuidar pode ter diversos significados, mas o cuidado no trabalho de saúde em geral, deve ser pensado “para o trabalho que se dá na relação, para além dos protocolos que cuidam do corpo biológico, pensando nas lógicas que constituem as relações no campo da Política de Saúde” (BATTISTELLI; CRUZ, 2016, p. 190). Sendo esse conceito um importante norteador de um olhar acerca do ato de cuidar em saúde mental infantil.

Uma política de saúde mental na infância deve favorecer a construção de uma visão integralizada das problemáticas de saúde envolvidas no desenvolvimento infantil, bem como a ampliação de políticas públicas, de modo a possibilitar a transformação e superação dos modelos de intervenção que ainda são comumente executados no tratamento dessas demandas. Mas como superar tais modelos?

Pensar e implementar as práticas direcionadas ao cuidado com crianças e adolescentes é algo desafiador. A construção dessa demanda na perspectiva do cuidado vai além dos protocolos biológicos e, infelizmente, ainda não está presente nas ações direcionadas a demanda da saúde mental infantil.

Segundo Battistelli e Cruz (2016, p.191) o cuidado deve perpassar “pela expressão de percepções, sentidos e análises atribuídas às vivências”, no qual a criança é compreendida, sendo observado o seu contexto, a sua subjetividade e as suas relações, algo que impacta diretamente a forma como se constrói a atenção a saúde mental na infância.

Battistelli e Cruz (2016, p.199) ainda acrescentam que, infelizmente, “As saídas mais fáceis, muitas vezes, são disfarces para práticas institucionalizadas que repetem antigos padrões de tratamento […]”, reforçando uma concepção ultrapassada de saúde mental com foco na doença.

Fonte: encurtador.com.br/opyzZ

Em se tratando de infância, isso se torna ainda mais crítico, no sentido de não haver estratégias de enfrentamento para as questões peculiares pelas práticas de cuidado, nos espaços de atendimento para essa faixa etária, ou mesmo, da dificuldade de compreensão dessas questões, que em sua maioria dizem respeito à história de vida e familiar da criança, sendo mais fácil e adequado oferecer essa possibilidade real de atendimento logo que a queixa se apresenta.

Com o objetivo de fazer reflexões acerca de situações que de fato são alvos de uma intervenção psiquiátrica voltada para a infância em nossa sociedade, alguns questionamentos são levantados, enquanto recurso terapêutico ou de ampliar o olhar de modo a “pensar o sujeito integralmente, considerando sua subjetividade, singularidade e visão de mundo (BATTISTELLI; CRUZ, 2016, p. 192)”, para efeito de uma intervenção numa perspectiva de articulação dos princípios do Sistema Único de Saúde – SUS, Sistema Único de Assistência Social – SUAS e Estatuto da Criança e Adolescente – ECA, enquanto políticas que reconhecem outras estratégias de cuidado para crianças e adolescentes.

A rede de cuidados é reflexo do impacto de como se representa o ato de cuidar. Nela, as linhas de cuidado devem se pautar numa intervenção que tenha como aspecto central o sujeito e sua subjetividade, observando o contexto no qual este está inserido, valorizando suas potencialidades. Tais serviços de saúde devem romper com a lógica institucionalizante, adotando em sua práxis a lógica dialética e reflexiva, na qual o cuidado se constrói a partir da necessidade do outro, respeitando sua visão de mundo e valorizando sua co-participação na construção do projeto terapêutico (MERHY; FEUERWECKER, 2010).

Couto, Duarte e Delgado (2008, p. 391), evidenciam a defasagem na atenção em saúde mental para crianças e adolescentes no Brasil, contrastando com a magnitude dos problemas e as consequências a eles associadas. No geral, as especificidades dessa faixa etária não têm sido contempladas, para efeito da criação de políticas de prevenção, promoção e intervenção em saúde mental que beneficiem esse público.

Fonte: encurtador.com.br/lAVW6

Alguns fatores podem ter influenciado a falta de discussões e debates, nos diversos espaços públicos, para estruturação de uma rede ampla de proteção à criança, no que concerne principalmente à inclusão da pauta saúde mental na infância, que aconteceu tardiamente a política nacional de saúde mental.  São eles:  extensa e variada quantidade de problemas que emergem nessa faixa etária, tornando complexas a avaliação diagnóstica e situacional; falta de conhecimento das consequências na vida adulta associadas aos transtornos mentais na infância e adolescência; inexistência de evidências que comprovem a eficácia e efetividade no tratamento dos transtornos mentais na infância e a falta de articulação entre os setores de proteção que atendem à demanda de saúde mental nesse segmento (COUTO; DUARTE; DELGADO, 2008).

Quando pensamos as práticas de intervenção na saúde mental infantil, o cenário é de desafios, pois o que acontece na maioria das vezes “são disfarces para práticas institucionalizadas que repetem antigos padrões de tratamento, pois reforçam uma concepção de saúde mental, onde a doença é o foco e o sujeito objeto” (BATTISTELLI; CRUZ, 2016, p. 199). Ou seja, ainda quando se deseja inovar, os riscos de continuar com práticas que reproduzem uma lógica que precisa ser superada, no dia a dia, é o que se apresenta.

Para Battistelli e Cruz (2016, p.199) “não produzir crianças loucas” será uma responsabilidade de uma rede de cuidados que envolve os profissionais e a família, observando a integralidade do sujeito, que necessita ser ouvido, protegido e defendido, enfrentando novas formas de agir e respeitando o universo infantil como algo primoroso e diferenciado.

O desenvolvimento de uma política de saúde mental que priorize a infância e adolescência se faz urgente e necessária, observando o que já foi exposto. No entanto, desafios como: a estruturação da rede, o aumento dos Centros de Atenção Psicossociais voltados para a infância, ambulatórios de atendimento e demais dispositivos devem ser enfrentados e efetivados na prática, bem como a implantação de uma metodologia compatível, que supere um modelo de priorização da institucionalização, uma maior cobertura do atendimento e a articulação entre os diversos setores para a constituição de uma rede eficaz de cuidado a criança e ao adolescente.

Fonte: encurtador.com.br/nW456

Referências:

COUTO, M.C.V. DUARTE, C.S. DELGADO, P.G.G. A saúde mental infantil na Saúde Pública brasileira: situação atual e desafios. Rev. Bras. Psiquiatr. 2008;30(4):390-8. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462008000400015. Acesso: 05/03/2021.

BATTISTELLI, B. M. CRUZ, L.R. Saúde Mental na Infância: cuidado e cotidiano nas políticas públicas. Rev. Polis e Psique, 2016; 6(3): 187 – 205. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2016000300011. Acesso: 05/03/2021.

MERHY, E. E., FEUERWECKER, L. GOMES, M. P. C.  Da repetição à diferença: construindo sentidos com o outro no mundo do cuidado. Em T.B. Franco (Org.). Semiótica, afecção & cuidado em saúde(pp.60-75). São Paulo: Hucitec, 2010.

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“Uma Viagem Inesperada – Missão Especial” de uma mãe resiliente com filhos Autistas

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As crianças que não são perfeitas são expulsas daqui?

O filme “Uma viagem inesperada – missão especial” é um drama norte americano lançado em 2004, sob a direção de Gregg Champion. Baseado em fatos reais, conta a história de Corrine (Mary Louise Parker), uma mãe de gêmeos univitelinos de cinco anos de idade, Steven (Zac Efron) e Phillip (Thomas Lewis), que são autistas. Inicialmente a mãe não compreende os comportamentos dos filhos, apenas nota que há algo de diferente então leva-os em inúmeros médicos que descobrem características do autismo. A princípio a mãe fica inconformada, ao receber a notícia que seus dois filhos são autistas.

Fonte: https://bit.ly/3gdBkjH

Ela então conta ao marido sobre o fato, e ele lhe diz que não consegue lidar com a situação. Por isso, Corrine o abandona e passa a criar os meninos sozinha. Ela então propõe que os filhos tenham uma vida normal, contrata uma babá, começa a trabalhar e coloca os filhos numa escola, não informando que eles têm autismo. O comportamento das crianças, dá espaço a interpretações descontextualizadas e os professores acusam Corrine de maus tratos; quando ela conta a verdade, eles a mandam procurar outra escola.

Corrine corre atrás de seus direitos e confronta a direção da escola, que decide por utilizar de um recurso do estado, enviando um professor de educação especial que prepara as crianças para ter aulas em sala com os demais alunos. Com os acompanhamentos do professor as crianças fazem grandes avanços e, uma década depois, os irmãos adolescentes enfrentam o ensino médio, enquanto lidam com os desafios dessa fase como as expectativas e exigências sociais e lidar com as próprias limitações.

Fonte: https://bit.ly/2D9tCYR

No decorrer do filme a família enfrenta muitos obstáculos e supera os preconceitos da sociedade, mostrando a capacidade de cada membro. Cada um de seus filhos demonstra habilidades e interesses por atividades distintas: Steven entra para uma equipe de corrida cross country e Phillip é apresentado a música por Doug Thomas (Aidan Quinn), que se mostra atencioso e interessado em participar da família. Doug apresenta-se de forma generosa, compartilhando os problemas da família, vivenciando juntos as adversidades.

O TEA – Transtorno do Espectro Autista, é definido pelo DSM-5 com um déficit persistente na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos. Suas características são, dificuldades na reciprocidade socioemocional como manter conversas e demonstrar emoções; dificuldades nos comportamentos comunicativos não verbais, como na compreensão e uso de gestos; padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, com hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais (APA, 2014).

O diagnóstico é feito por meio de observações clínicas, considerando as características acima mencionadas assim como se os sintomas estão presentes desde o início da infância e limitam ou prejudicam o funcionamento diário (APA, 2014). No filme, quando Corrine leva os filhos gêmeos ao médico, são descritas essas mesmas características, com exceção de movimentação estereotipada. Steven tem atraso na linguagem, nunca fala, e Phillip apresenta ecolalia imediata, repetindo o que ouve, mas nunca se expressando.

O conceito de autismo modificou-se consideravelmente, ao longo dos anos, deixando de ser compreendido, na definição mais recente do DSM-5, como categorias do Transtorno Autista, Síndrome de Asperger, Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Sem Outra Especificação e passando a ser compreendido como um continuum de manifestações de ampla variabilidade, tanto no grau de acometimento, quanto na forma particular em que os prejuízos apresentam-se em diversas áreas do desenvolvimento do indivíduo (SELLA; RIBEIRO, 2018).

Fonte: https://bit.ly/2D9tCYR

O diagnóstico do TEA é realizado, além da observação, por meio também de entrevista com os pais ou cuidadores, para análise do histórico de desenvolvimento da criança (SELLA; RIBEIRO, 2018). O diagnóstico e intervenção precoce tem grandes benefícios para a criança e para a família. “As estratégias iniciais visam ensinar à criança a perceber o que está acontecendo a sua volta, ser mais atenta, imitar comportamentos aceitáveis, desenvolver habilidades comunicativas e etc.” (HANS, 2007).

Conforme a fala do professor de educação especial a Corrine, “o tratamento/ acompanhamento apresenta resultados com o tempo, dependendo do nível do autismo”. Os níveis de gravidade do autismo são, de nível 1 exigindo apoio; nível 2 exigindo apoio substancial; e nível 3 exigindo apoio muito substancial (APA, 2014). Nota-se que em todos os níveis do autismo exige acompanhamento e torna-se imprescindível um acompanhamento individualizado para melhor desenvolvimento e inclusão social.

Siqueira (2012) menciona sobre planejamento de ensino individualizado – PEI, uma alternativa de trabalho que individualiza e personaliza os processos de ensino para um determinado sujeito. Sua elaboração se dá com a colaboração de toda equipe escolar participante do processo, assim como dos responsáveis e demais profissionais. Nele são previstas estratégias pedagógicas que favoreçam o desenvolvimento da pessoa não só nas áreas acadêmicas, mas também social e laboral, considerando a faixa etária, o nível de desenvolvimento e do interesse do sujeito.

Fonte: https://bit.ly/3hzJxyB

Periodicamente revisado e avaliado e, tendo como base os interesses, possibilidades, conhecimentos do estudante, necessidades e prioridades de aprendizagem – como por exemplo como ensinar e quem vai ensinar, o PEI é muito importante, visto que facilita o processo de ensino-aprendizagem, respeitando singularidades e contribuindo para o estabelecimento dos suportes necessários para que o educando se desenvolva de forma plena (SIQUEIRA, 2012). No filme nota-se o acompanhamento bem próximo a realidade dos dois irmãos considerando a singularidade e interesses de cada um.

FICHA TÉCNICA:

UMA VIAGEM INESPERADA – MISSÃO ESPECIAL

Título original: Miracle Run
Direção: Gregg Champion
Elenco: Zac Efron, Bubba Lewis, Mary-Louise Parker, Aidan Quinn;
Ano: 2004
País: EUA
Gênero: Drama, biográfico; 

REFERÊNCIAS:

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora, 2014.

HANS, Linda Lee R. N. Manual sobre o Espectro Autista. Tradução: Cintia Nunes, 2007.

SELLA, Ana Carolina; RIBEIRO, Daniela Mendonça. Análise do comportamento aplicada ao transtorno do espectro autista. Appris Editora e Livraria Eireli-ME, 2018.

SIQUEIRA, C. F. O. et al. Planos de ensino individualizados na escolarização de alunos com deficiência intelectual. In: Anais do V Congresso Brasileiro de Educação Especial. 2012. p. 11671-11686.

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CAOS: A criança abusada não se resume ao abuso

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Nesta terça, 22 de agosto, a Profa. Me. Clea Maria Ballão Lopes, Psicóloga e mestre em Psicologia Clínica com ênfase em Psicanálise, esteve no Congresso Acadêmico dos Saberes em Psicologia ministrando o mini curso ‘Violência e Desenvolvimento Infantil’. Maria atualmente é professora da Universidade Estadual do Centro-Oeste. Durante o minicurso, a psicóloga apresentou brevemente como é desenvolvimento humano para a psicanalise; a importância de o cuidador conversar com a criança antes mesmo de nascer; a importância da construção dos laços de afetividade; a diferença entre desejo e querer; a diferença e importância entre alienação e separação; consequências do abuso infantil; e como se dá a construção da subjetividade.

Maria explanou que a psicanalise não é uma teoria do desenvolvimento. Isto por que o sujeito com o qual trabalha é o inconsciente e não a razão. ´´O que marca o ritmo do desenvolvimento é o desejo do Outro que opera sobre a criança através de seu discurso“, completou. Foi falado também, sobre a importância de a criança ter alguém para comunicar-se. Se ela não tiver o outro para intervir, ela míngua. Ela precisa de um outro da mesma espécie para cuidar dela. Clea citou a importância de a mãe falar com a criança durante a gestação, pois quando a mãe fala ela entende e depois de seu nascimento, a criança se identifica com a voz da mãe e se acalma.

Os laços de afetividade são sempre importantes para o desenvolvimento da criança.  Os laços estabelecem relações construtivas, norteia o processo de  interação e  de boa convivência da criança com seus cuidadores. O mundo esta uma correria. O pouco tempo que se tem, se for dedicado a conversa e afetividade, resulta em mais segurança e confiança para viver no mundo.

Há crianças que querem e outras que desejam. Ballão clarificou a diferença entre desejo e querer. O primeiro não tem um objeto determinado para satisfação pessoal, pode ser qualquer coisa. ´´Algo que desconheço, que não sei o que é, mas que incomoda, traz satisfação, mas é momentânea“, explicou a psicóloga. Já o segundo, tem um objeto determinado para satisfação. Ser desejante é o mover da vida. As pessoa melancólicas e depressivas geralmente não têm desejos, abrem mão de seus desejos, dos sonhos e das idealizações, estão em situação autodestrutiva. Clea explica que a fantasia tem o seu  lado bom, o de desejo e movimentação, ´´mas se ficarmos só nisso, acaba ficando superficial“, diz.

Ballão relatou que nem sempre ser alienado é ruim , pois este constitui o individuo, por isso é importante. Mas ressalta, ´´ Inicialmente fique alienado. Mas não pode durar a vida inteira.“. O bebê se aliena, se oferece de objeto, obedece por medo de perder o amor, mas é preciso ganhar autonomia. A criança que é sempre alienada pode ficar presa a essa alienação, e ainda na fase a adulta não conseguir se desprender . Logo é importante a ausência momentânea dos cuidadores, para que a criança comece a fazer  separação, entender que não é um simbiose e desenvolver autonomia. Cada um tem uma maneira de ser. ´´É importante sermos nós mesmos. Se você tentar sempre ser o outro, você pode se perder“, explica a psicóloga.

Como foi visto, as fases de desenvolvimentos de uma criança influenciam muito em sua formação de identidade, em suas relações sociais, suas escolhas de profissão, escolhas sexuais e várias outras ações. O abuso sexual infantil deixa marcas severas. Alguns sintomas de identificação de abuso sexual são: estresse pós traumático; distúrbios de comportamentos sexual; agressividade ou forte inibição; ansiedade e agitação; insônia e pesadelos; e distúrbios alimentares.

Por fim, foi falado do manejo clinico. A criança não se resume ao abuso. O psicoterapeuta precisa mostrar a criança que  ela tem um outro lugar no mundo, que há outras possibilidades para se reinventar. Ajudar na elaboração desse luto, para que não se repita em sua vida e em gerações futuras. A criança não é ´´A abusada“, foi abusada e tem uma vida inteira pela frente.

 

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CAOS: abertura de Congresso discute violência e desenvolvimento infantil

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O evento acontece no auditório central do Ceulp/Ulbra entre os dias 21 e 25 de agosto de 2017.

Está prevista para esta segunda feira às 19h, no auditório central do Ceulp/Ulbra a abertura do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – Caos 2017, trazendo a palestra sobre “Consequências da violência no desenvolvimento infantil” que será ministrada pela psicóloga, mestre Cléa Maria Ballão Lopes, da Universidade Estadual do Centro Oeste – Unicentro.

Especialista em clínica mãe-bebê, Ballão afirma com propriedade que as consequências da violência para o desenvolvimento infantil vão além dos sérios aspectos físicos e psicológicos, desembocando em graves problemas sociais. “Na esfera psicológica são comuns sentimentos de raiva, de medo quanto ao agressor, isolamento, quadros de dificuldades escolares, dificuldade de confiar nos outros, autoritarismo, violência doméstica, parricídio ou matricídio, gravidez precoce e suicídio. No domínio social podem apresentar dificuldade de interagir com adultos e, mesmo, de estabelecer relações com seus pares. Como podemos perceber as consequências são devastadoras”, afirma. A palestrante alerta ainda para o tema do suicídio que se tornou uma realidade entre crianças em todo o mundo e afirma que estudos mostram que tais ocorrências vêm crescendo, também no Brasil.

Dados alarmantes sobre o aumento nos casos de violência contra crianças podem ser facilmente verificados através das entradas do Hospital Infantil de Palmas, onde todos os dias são acolhidos casos de agressão física e sexual. Além desde outros casos de violência psicológica e familiar também podem significar experiências fortes demais para o mundo interno da criança, que por não saber elaborar tais conflitos acaba tendo como válvula de escape a conversão da violência sofrida em sintomas orgânicos que se manifestam na forma de diversas doenças, neste caso o corpo se torna a válvula de escapa para a pressão à qual a criança é submetida.

 

Clea Maria Ballão Lopes – Foto: arquivo pessoal

 

Palestrante: 

Profa. Me. Clea Maria Ballão Lopes é psicóloga pela Universidade Tuiuti do Paraná. Mestre em Psicologia Clínica com ênfase em Psicanálise pela Universidade Federal do Paraná e atua como professora da Universidade Estadual do Centro-Oeste. Tem experiência na área da Psicanálise atuando principalmente nos seguintes temas: clínica mãe-bebê e supervisão de estágios.

 

 

O Congresso

A edição de 2017 do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – CAOS, tem como tema “As Faces da Violência – Psicologia, Mídia e Sociedade”. Será uma semana para refletir sobre o exercício da psicologia nos mais diversos campos de atuação, frente as mais diversas formas de expressão da violência, para além das fronteiras da saúde, da segurança pública e das ciências humanas. O tema se configura como objeto perene de investigação científica e profissional, sobretudo na Psicologia, com foco na emancipação das subjetividades.

Serviço:

O que: Palestra “Consequências da violência no desenvolvimento infantil”
Quando: 21 de agosto de 2017 às 19h
Onde: Auditório Central do Ceulp/Ulbra
Realização: Curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra

Apoio: Conselho Regional de Psicologia – CRP-23, Prefeitura de Palmas (SEMUS), Jornal O Girassol, Psicotestes, GM Turismo, Coordenação de Extensão do Ceulp/Ulbra, Coordenação de Pesquisa do Ceulp/Ulbra.

Mais informações:

Coordenação de Psicologia: Irenides Teixeira (63) 999943446
Assessoria do Ceulp/Ulbra: 3219 8029/ 3219 8100
Programação e Inscrições: http://ulbra-to.br/caos/

Notícias do Evento: http://encenasaudemental.com/mural

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