Barbie: uma jornada pelo padrão de beleza, feminismo e a diversidade

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“Eu… eu… nem eu mesmo sei, nesse momento… eu… enfim, sei quem eu era, quando me levantei hoje de manhã, mas acho que já me transformei várias vezes desde então”— Lewis Carroll, no livro Alice no País das Maravilhas.

Ana Paula Abreu Dos Anjos – anapaulaabreu@rede.ulbra.br

Bárbara Millicent Roberts, mundialmente conhecida como Barbie, a boneca criada pela co-fundadora da empresa norte americana Mattel, Ruth Handler, veio ao mundo como a representação de uma jovem modelo fashionista, alcançando o posto de boneca mais vendida do mundo, Ruth, teve sua inspiração ao observar sua filha Bárbara brincar, já na adolescência, com bonecas, demonstrando mais interesse por suas bonecas de papel, que tinha a estrutura similar a de uma mulher adulta, além de uma variedade de roupas para trocar, uma vez que naquela época as bonecas produzidas nos EUA representavam bebês, e durante uma viagem em família à Europa, Ruth presenteou sua filha com a boneca Lilli, a personagem criada pelo autor Reinhard Beuthien para o jornal alemão Bild, que devido ao seu sucesso virou boneca em 1955, visualizando assim a criação da Barbie.

Oficialmente lançada durante a Feira Anual de Brinquedos de Nova Iorque, no dia 9 de março de 1959, a boneca que possuía trinta centímetros de altura, uma cintura acentuada, em um corpo de proporções sem muitas curvas, usando um maiô listrado em preto e branco, com salto alto e maquiagem, em pouco tempo a Barbie foi transformada em uma personagem glamorosa, com uma vida perfeita, e ainda que as primeiras Barbies tivessem opções disponíveis com cabelos castanhos, a boneca de longos cabelos loiros e medidas corporais impossíveis, se estabeleceu no imaginário popular, o que contribuiu na construção de um inalcançável padrão de beleza, as imagens publicitárias da Barbie estavam intrinsecamente associada a juventude, moda e beleza, em um perfeito mundo cor de rosa.

Fonte:Pixabay 

Ao longo de sua jornada, Barbie deixou de ser apenas um simples brinquedo, se transformando em um modelo que inspirava. No entanto, nem sempre positivamente, um exemplo a ser observado seria as denominadas “Barbies humanas”, pessoas que buscam por meio de inúmeras cirurgias plásticas, procedimentos estéticos e dietas mirabolantes, transfigurando o corpo de forma obsessiva, com o objetivo de ser uma versão da vida real da boneca, o que por vezes se constitui em uma busca incansável por um ideal de perfeição que não existe, ainda que o padrão de beleza seja anterior a criação da Barbie, ela acabou por se um fruto desse meio, além de ferramenta desse mecanismo de idealização.

Para além de questões relacionadas a perpetuação de um padrão hegemônico de beleza, o empoderamento feminino sempre esteve associado a Barbie em seu marketing, com o clássico slogan “you can be anything” (você pode ser tudo que quiser), e inúmeras animações protagonizadas por personagens femininas no papel de heroínas que salvam o dia. Outro fator relevante é, poucos anos após seu lançamento, durante a década de 70 foram disponibilizadas no mercado bonecas Barbies como a representação de inúmeras profissões, como astronauta, médica e professora, já tendo atualmente mais de 200 carreiras, personificando um modelo de independência feminina.

A Barbie pode ser considerada como um fenômeno cultural que “atuou” e acompanhou vários momentos da história. No que concerne ao feminismo, Barbie esteve ao lado de causas feministas, surgiu em um período pós guerra exercendo uma profissão, totalmente o oposto das mulheres daquele período que eram “adestradas” a cuidar do lar. (SILVA, 2014).

No ano de 1980 foi lançada a primeira boneca “Barbie” negra, e ao longo dos anos a diversidade foi crescendo na linha de bonecas, em 2019 e 2020, com a coleção “Barbie Fashionista” foram incluídas na linha bonecas Barbies de pessoas com deficiência, vitiligo e sem cabelo, além de proporções corporais diversificadas, se alinhado a busca por inclusão social, e a conexão por intermédio da representatividade com o consumidor, mudanças como essas podem ser um forte sinal de que atualmente existe um crescente movimento por identificação em andamento na sociedade.

A publicidade não inventa coisas; seu discurso, suas representações estão sempre relacionados com o conhecimento que circula na sociedade. Suas imagens trazem sempre signos, significantes e significados que nos são familiares. A representação é um dos processos sociais por meio dos quais diferenças são construídas ou modificadas. As representações são produzidas com base em características específicas a cada grupo social, e sua materialização vem de fora. Elas têm um papel ativo na produção de categorias sociais, tais como gênero, raça/etnia, classe, sexualidade, geração. (TEIXEIRA, 2009).

O aguardado filme “Barbie” dirigido por Greta Gerwig, com lançamento no Brasil previsto para 20 de Julho de 2023, vem mantendo seu enredo em segredo, porém em sua divulgação através de pôsteres e o teaser do trailer, o que pode ser vislumbrado é uma diversidade de Barbies, interpretadas por diferentes atrizes, trazendo também o personagem Ken (o namorado da Barbie) com a mesma proposta; nas imagens individuais dos personagens, além da diversidade, o que chama a atenção é o humor ácido, ao apresentar cada Barbie como “essa Barbie tem um prêmio Nobel de física”, “essa Barbie é presidente”, as imagens contento os personagens Kens tem frases como, por exemplo, “ele é só o Ken” e “ele é outro Ken”, aparentemente invertendo o papel de esposa troféu, comumente associado às mulheres.

Fonte: Warner Bros/divulgação.

Os pôsteres do filme Barbie (2023) apresentam diversas versões do personagem Barbie.

Bárbara Millicent Roberts, mais conhecida como Barbie, trilhou uma longa jornada, se constituindo em um complexo personagem, com camadas, caminhando entre, o estereótipo de beleza estabelecido pela sociedade, um ícone feminista, a diversidade, inclusão e representatividade, atualmente a personagem parece inclinada a modificar sua imagem, ainda fortemente associada a manutenção de um padrão social de beleza, para algo que abrace, valorize e respeite a diversidade, inspirando seus fãs, e sua pluralidade, a serem o que quiserem ser.

 

 

Referências:

GERBER. Barbie e Ruth: a história da mulher que criou a boneca mais famosa do mundo e fundou a maior empresa de brinquedos do século XX. São Paulo: Ediouro, 2009.

SILVA, Rosângela Barbosa da. Boneca Barbie: apocalíptica ou integrada. Universitas: Arquitetura e Comunicação Social, v. 11, n. 2, p. 39-46, jul./dez. 2014. Disponível em: https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/arqcom/article/view/2779. Acesso em: 13 de Abr. 2023.

TEIXEIRA, Níncia Cecília Ribas Borges. Discurso publicitário e a pedagogia do gênero:

representações do feminino. Comunicação, Mídia e Consumo, São Paulo, v. 6, n. 17, p.37-

48, nov. 2009.

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A Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla deste ano busca transformar o conhecimento em ação

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A Semana reforça a necessidade de cumprir o que está na legislação brasileira para a garantir os direitos das pessoas com deficiência  

Com o tema ‘É tempo de transformar conhecimento em ação’, a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla inicia amanhã, 20, e vai até o dia 28 de agosto, com a finalidade de realizar ações focadas na promoção do conhecimento dos direitos dessa parcela da população para que sejam respeitados e cumpridos efetivamente.

A Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla foi criada pela Federação Nacional Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAES) que inicialmente foi titulada de Semana Nacional da Criança Excepcional pelo Decreto n° 54.188, de 1964, mas em 2017 foi alterada pela Lei n° 13.585 com o nome atual.

Durante a Semana Nacional, Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju), juntamente com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) do Tocantins, levará informações a fim de sensibilizar as pessoas sobre o tema e assegurar direitos igualitários, inclusão social e cidadania às pessoas com deficiência.

Fonte: Apae Brasil

A gerente de Diversidade e Inclusão da Seciju, Nayara Brandão, fala que a Pasta vai trabalhar o tema com blitzes informativas em diversos pontos públicos da cidade, como shoppings centers, parques e feiras, além da entrega de cestas básicas às famílias. “A Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla é de suma importância e tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância da inclusão, do respeito e dos direitos. Durante esta semana a Gerência de Diversidade e Inclusão Social estará levando informações para toda a sociedade através de blitz educativa com entrega de cartilhas”, explica a gerente.

A Semana

A diretora da Apae de Palmas, Ruth Coelho Dias Cavalcante, esclarece que a campanha permeia os trabalhos desenvolvidos pela instituição ao longo de todo ano, como instrumento de defesa e garantia de direitos e mobilização social. “O objetivo é divulgar conhecimento sobre as condições sociais das pessoas com deficiência intelectual e múltipla, como meio de transformação da realidade, superando as barreiras que as impedem de participar coletivamente em igualdade de condições com as demais pessoas”, frisa a diretora.

“Hoje o Brasil tem uma das legislações mais avançadas do mundo no que se refere à garantia de direitos das pessoas em situação de deficiência, no entanto, na prática, a maior parte do que se assegura na lei não é acessível a todos e o tema veio provocar o debate nacional sobre direitos a partir de conteúdos acessíveis sobre transporte, moradia, acesso à educação, saúde e assistência social, pensando em como assegurar que esses direitos se efetivem na vida diária dessas pessoas”, enfatiza a diretora da Apae.

Fonte: encurtador.com.br/yHN04

O que é deficiência intelectual e múltipla

De acordo com a Apae, a deficiência intelectual é um transtorno de desenvolvimento que faz com que o indivíduo tenha um nível cognitivo e comportamental muito abaixo do que é esperado para sua idade cronológica. Já a deficiência múltipla é quando pessoas são afetadas em duas ou mais áreas, caracterizando uma associação entre diferentes deficiências, com possibilidades bastante amplas de combinações.

Apae

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) nasceu em 1954 no Rio de Janeiro e hoje está presente em mais de 2 mil municípios em todo o território nacional e só na Apae do Tocantins, mais de 14 mil pessoas são atendidas nas 32 unidades do Estado.

Na Apae de Palmas, o trabalho debruça-se em promover a inclusão social das pessoas com deficiência intelectual e múltipla em todos o seu ciclo de vida, por meio das atividades nas áreas da educação, assistência social, proteção dos direitos, saúde, esportes, auto defensores, artes, danças, fonoaudiologia, psicologia, fisioterapia com implementação Pedsuit, todos atendimentos gratuitos às famílias dos assistidos.

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Steven Universo – um aprendizado sobre lidar com emoções em “Mindful Education”

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Steven Universo (ou Steven Universe, nos Estados Unidos) é uma série animada norte americana produzida por Rebecca Sugar para o canal televisivo por assinatura Cartoon Network. Você pode conferir mais sobre o desenho neste link.

No episódio “Mindful education”, ou “Educação de consciência” em português, temos uma abordagem sobre a dificuldade em lidar com emoções, culpa e excesso de preocupações. Tudo isso retratada de uma maneira simples e muito delicada para o público.

Sinopse: Steven e Connie em seu contínuo treinamento de combate, entretanto, durante o episódio, ambos se encontram em uma situação de muita culpa em decorrência de eventos passados, fazendo com que não consigam lidar com o acúmulo de emoções que estão sentindo.

No início do episódio, Steven tenta fazer uma brincadeira com Connie, mas nota que a mesma está indiferente. Durante o episódio, Steven e Connie tentam treinar se fundindo, mas algumas coisas dão errado em decorrência de um problema que aconteceu com Connie, fazendo-os perder o controle da fusão se separando. Posteriormente, Steven tenta confortar Connie e saber o que aconteceu, ela diz que acidentalmente machucou um garoto em sua escola pois não sabe o que fazer nesse tipo de situação envolvendo acidentes e acabou fugindo.

Depois de ter explicado a situação, Garnet chega e explica que uma fusão, para ser estável, precisa de equilíbrio interior. A falta de equilíbrio leva a conflitos e a perda da estabilidade da fusão, sendo assim, é preciso manter também um equilíbrio mental, confrontando e entendendo seus próprios sentimentos. Com isso, Garnet oferece ajuda para meditar e compreender melhor seus interiores.

Em seus interiores, após se fundirem novamente, Garnet canta uma música sobre confrontar seus sentimentos. Borboletas aparecem e mostram duas personagens, Ruby e Safira, com problemas, onde Safira se sente incomodada com uma borboleta e Ruby fica furiosa com essa única borboleta, sem perceber que aos poucos várias outras borboletas passam a incomodar Safira. Posteriormente, Ruby respira fundo e consegue ampliar seu olhar sobre a situação, onde ela estava furiosa com apenas uma borboleta em vez de ajudar Safira que estava sendo prejudicada por várias. Ela então para e vai em direção a Safira, ajudando-a e posteriormente acalmando a situação das borboletas juntas.

Stevonnie então canta e percebe que Steven e Connie estavam na mesma situação, mas dessa vez conseguem resolver juntos e com calma, terminando assim a meditação.

 

Em outro dia, Steven e Connie tentam treinar novamente, como Stevonnie, mas tudo acaba dando errado quando Steven também se encontra na mesma situação que Connie estava antes, quando se depara com vários problemas de seu passado que ainda não se resolveram, problemas esses que envolvem sua mãe, uma antiga amiga, uma inimiga e outras pessoas a qual se encontrou e teve problemas aos quais Steven não sabe o que fazer.

Stevonnie se sentindo inferior aos seus problemas.

Durante esse processo, Stevonnie começa a ter uma crise de ansiedade e acabam caindo da arena onde estavam, em um precipício. Durante a queda, eles se desfundem e Steven explica a Connie como não consegue lidar com todos esses problemas que o assombram. Connie diz que está tudo bem pensar sobre isso e também está tudo bem se sentir mal em relação a isso, mas que Steven tem que honesto em como isso o faz mal, para assim seguir em frente.

#steven universe from tinnink #steven universe from tinnink

Com a ajuda de Connie, Steven consegue aos poucos se acalmar e pensar sobre suas ações passadas, onde todos esses problemas foram causados a partir das outras pessoas rejeitarem sua ajuda, mesmo ele fazendo o possível. Ao se acalmar por completo, se fundem novamente e conseguem flutuar com os poderes de Stevonnie em segurança ao solo, terminando o episódio com um sorriso aliviado no rosto.

Esse episódio faz diversas referências. As borboletas são uma delas, onde em algumas culturas elas representam a alma de um indivíduo, com a cor branca representando sua pureza, que também possuem associação com boa sorte e com o seguir em frente durante a vida.

A técnica de meditação utilizada por Garnet durante o episódio faz referência as mesmas estratégias utilizadas pelos princípios da Terapia Cognitiva baseada em Mindfulness (Mindfulness Cognitive Behavior Therapy – MCBT) ou Terapia de Aceitação e Compromisso (Acceptance and Commitment Therapy – ACT), onde em suas falas durante a música Garnet diz “É apenas um pensamento, nós podemos assisti-lo indo embora”. É uma prática da aceitação da presença de emoções negativas sem se deixar controlar por esses pensamentos. Ambas as terapias já mostraram ter um ótimo sucesso em tratamentos de ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático.

Stevonnie em Mindful Education(Fanart) | • Steven Universe BR • Amino

O símbolo de mãos que Garnet e Stevonnie fazem durante a meditação é chamado de símbolo “Vishuddha Chakra Mudra”, ou chakra/energia da Garganta. Esta energia, apresentado pela cor azul, é a energia da Comunicação, que estava bloqueado pela confusão e mentiras.

lesbian squared — Garnet in Mindful Education

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Bravura e sobrevivência – (En)Cena entrevista a advogada Flávia Paulo

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“Mesmo antes da pandemia, o Brasil já era o 5º país do mundo no índice de feminicídios [1], há anos figura entre os piores em termos de desigualdade de renda e é considerado o país que mais mata pessoas LGBTQI+ [2]. Após a pandemia esses índices irão demonstrar cenários complicados para nós mulheres”.
Flávia Paulo

Uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade de Campinas aponta que a população LGBTQI+ se sentem mais vulneráveis ao desemprego e à depressão por causa da pandemia. Segundo dados do Núcleo de Gênero e Diversidade – NUGEN [3], divulgados em 2020, dos dez mil brasileiros entrevistados 44% das lésbicas; 34% dos gays; 47% das pessoas bissexuais e pansexuais; e 42% das transexuais temem sofrer algum problema de saúde mental durante a pandemia do novo coronavírus.

O estudo revela ainda que 21,6% dos LGBTs entrevistados estão desempregados enquanto que o índice total no Brasil é de 12,2%, segundo o IBGE.

Neste contexto, a revista (En)Cena entrevista a advogada, militante ativista do movimento lésbico e usuária ativa das redes sociais Flávia Paulo aponta sua perspectiva sobre os desafios de ser mulher, LGBTQI+, atuar como jurista e ter sucesso profissional no Brasil da pandemia. Destaca, ainda, os impactos positivos de saber a hora de parar, desligar-se do trabalho e manter uma vida pessoal equilibrada para manter saúde mental e reinventar formas de sobrevivência no pós-pandemia.

Flávio Paulo. Foto – Arquivo pessoal

(En)Cena – Considerando o seu lugar de fala, de mulher, advogada, ativista do movimento lésbico e usuária ativa das redes sociais: o que é ser mulher no Brasil, durante a pandemia da COVID 19?

Flávia Paulo – As limitações dentro desse padrão no qual faço parte, são evidentemente sentidas no cotidiano. Para ser mulher neste contexto precisamos encarar de frente e com muita bravura todas as limitações que são impostas a nós. A pandemia gerada pelo novo Corona vírus intensificou todas as crises que já faziam parte das realidades aqui no Brasil. Um dos temas que a covid-19 trouxe à tona para a sociedade brasileira foi a dimensão da divisão sexual do trabalho em relação ao trabalho não-pago realizado no interior das famílias. No cenário brasileiro, a crise sanitária se soma à crise de governança, resultando num pandemônio que produz mais precariedades e violências contra as classes minoritárias. A voz da mulher merece ter além de espaço, força, pois nada adianta os disfarces de oitivas seguidos de engavetamento de suas ideias e pensamentos. As redes sociais estão cada vez mais sendo utilizadas para demonstrar essas realidades. Utilizo as minhas redes sociais para o fim comercial e também para a criação da minha persona, mulher, lésbica, advogada e independente para que com isso eu consiga gerar sentimentos de acolhimento para aquelas que se sentem muitas vezes desestimuladas a serem quem elas querem ser ou se sentem indiferentes e possam ter coragem de assumir uma vida livre ou pelo menos tentar.

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(En)Cena – Como a saúde mental (sentimentos e emoções) das mulheres interfere em tomadas de decisões acertadas ou equivocadas em termos de direito?

Flávia Paulo – Acredito que seja de forma individual, pois temos mulheres técnicas nas quais nada ou quase nada interfere suas emoções e sentimentos nas tomadas de decisões, como temos também em contrapartida mulheres que se deixam levar por sentimentos e emoções que acabam influenciando em decisões que deveriam ser tomadas apenas por critérios técnicos. Mas entendo, que seja algo mais relacionado à capacidade humana do que a distinção entre gêneros. Conheço homens, advogados, juristas, extremamente emocionais e que se deixam ser influenciados a ponto de tomarem decisões técnicas baseadas em sentimentos. Já recebi decisões judiciais baseadas claramente em sentimentos pois não se enquadram no código de processo civil, no direito material e sim na mais pura opinião pessoal do magistrado.

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(En)Cena – Quais estratégias você indica para que as mulheres mantenham saúde mental no curso de um processo judicial?

Flávia Paulo – O que você faz quando desliga o seu computador é um fator que irá determinar se terá saúde mental ou não. Com o computador aberto, sofrendo as pressões tanto de clientes, como de colegas e magistrados, eu entendo ser muito improvável que a mulher consiga ter saúde mental. Me refiro a máquina (computador) pois estamos em pandemia, e a advocacia hoje acontece de forma virtual, na máquina. E desligar a máquina e tentar ter sua vida pessoal longe dela, eu vejo como primordial para uma saúde equilibrada, caso contrário você será consumida aos poucos. Mas a máquina pode ser estendida a qualquer tipo de objeto ou pessoas que te liguem ao seu trabalho. Ter sua vida pessoal é primordial.

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(En)Cena –  Na sua opinião, qual seria o caminho para as mulheres no pós-pandemia?

Flávia Paulo – Importante destacar que na história, toda crise social atingiu com mais intensidade as mulheres e isso será sentido no mundo pós-pandemia. Isto porque esse impacto é maior nas mulheres e isso está ligado ao machismo estrutural. A sobrecarga e acúmulo de funções, a carga mental invisível. Isso tudo terá uma consequência nos próximos anos que será perceptível. É preciso, ainda, contextualizar que mesmo antes da pandemia, o Brasil já era o 5º país do mundo no índice de feminicídios, há anos figura entre os piores em termos de desigualdade de renda e é considerado o país que mais mata pessoas LGBTQI+. Após a pandemia esses índices irão demonstrar cenários complicados para nós mulheres. Essa polarização de mulheres contra homens, feministas contra não feministas, isso tudo já está muito mais ativado agora no cenário epidêmico e terá graves consequências contra os direitos das mulheres e contra sua própria dignidade, o que será externamente sentido quando a pandemia não for mais o foco e a sociedade entender o que as mulheres tiveram que se submeter durante a pandemia. E como nos ensinou Angela Davis: “Precisamos nos esforçar para erguer-nos enquanto subimos”. E com isso as mulheres mais uma vez terão que reinventar formas de sobrevivência.

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Notas:

[1] Mapa da Violência de 2015, organizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).

[2]Observatório de assassinatos trans.  https://exame.com/brasil/pelo-12o-ano-consecutivo-brasil-e-pais-que-mais-mata-transexuais-no-mundo/

[3]https://wp.ufpel.edu.br/nugen/2020/09/02/pesquisa-da-ufmg-e-unicamp-aponta-que-populacao-lgbt-esta-mais-vulneravel-ao-desemprego-e-a-depressao-por-causa-da-pandemia/

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Steven Universo – uma contribuição midiática para a diversidade

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Steven Universo (ou Steven Universe, nos Estados Unidos) é uma série animada norte americana produzida por Rebecca Sugar para o canal televisivo por assinatura Cartoon Network. A série teve seu início em 4 de novembro de 2013 e teve sua conclusão em 27 de março de 2020.

O desenho animado retrata a história de um garoto de 13 anos (no início da série, porém que aparenta ter bem menos) que sai pelo mundo ajudando suas fortes amigas, e também cuidadoras, em várias aventuras. Steven não é humano, ao menos não totalmente, pois embora seu pai Greg seja humano, sua mãe, Rose Quartz, veio de uma raça alienígena muito distante chamada “Gems”, que são pedras capazes de fazer seu próprio corpo através de luz e que não envelhecem.

Ametista, Garnet e Pérola

Infelizmente, sua mãe precisou dar a própria vida para que Steven fosse capaz de nascer, o deixando aos cuidados de Greg, Pérola, Ametista e Garnet, amigas de Rose, que também são Gems.

Steven Universo aborda diversas temáticas como relacionamentos, amizades, família, amadurecimento, preservação do meio ambiente, resolução de problemas, diversidade, temáticas LGBT, emoções e configurações familiares, tudo isso de forma sutil e gradativa ao decorrer de toda a série.

A série é contemporânea, aborda temáticas atuais, como as citadas anteriormente, e também mostra personagens femininas como protagonistas muito fortes, levando em conta que além de Steven e seu pai, todas as personagens principais da animação são mulheres.

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Além disso, Steven faz parte de uma configuração familiar não-comum, pois Garnet, Ametista e Pérola são suas cuidadoras, e figuras maternas; quebrando a configuração de uma família nuclear, como citado em um de seus episódios.

O que os adultos tem a aprender com Steven Universe? |

Durante toda sua trajetória, Steven encontra diversos problemas, muitos dele os quais ele não consegue resolver inicialmente. Ele conta com ajuda, gradativamente amadurece e vai se tornando um personagem cada vez mais bem desenvolvido. Não só ele, mas as outras personagens também. O desenho aborda dificuldades típicas e outras mais complexas que crianças podem passar, desde se preocupar com animais ou até mesmo a preocupação de fazer novas amizades. A série também aborda a diversidade contemporânea em seus outros personagens, como a mãe de Connie (amiga e paixão de Steven), que é uma médica bem-sucedida e negra.

Ao longo dos episódios, a série retoma e aborda outros assuntos que não são muito falados, ou ainda considerados tabus, de forma bem delicada e bem desenvolvida, como: o relacionamento e casamento de pessoas do mesmo sexo, em que duas personagens femininas formam um casal que se ama e é capaz de se fundir através da magia para estarem sempre juntas.

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Personagens femininas resolvendo seus próprios problemas e sendo heroínas que não dependem de outro homem para isso;

E problemas psicológicos como trauma, ansiedade e baixa autoestima, que afeta tanto adultos quanto jovens e crianças.

Aos poucos, esses e muitos outros assuntos são abordados gradativamente de forma sutil e delicada para o espectador, cheio de fantasias, com um enfoque na naturalidade e capacidade de melhora que os personagens possuem para aceitar ou resolver esses problemas.

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FICHA TÉCNICA

Título Original: Steven Universe
Direção: Rebecca Sugar, Ian Jones-Quartey, Kat Morris, Joe Johnston, Kevin Dart, Elle Michalka, Jasmin Lai, Ricky Cometa, Liz Artinian
Duração: 11 minutos por episódio (5 Temporadas + epílogo)
Classificação: 10 anos
Ano: 2013 – 2020
Gênero: Ação, Animação, Aventura, Comédia, Drama, Fantasia, Ficção científica, Musical, Suspense, Mistério
País: Estados Unidos da América
Onde assistir: Netflix, Cartoon Network

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Sexualidade, sexo, identidade de gênero e orientação sexual: a construção do sujeito social e sua subjetividade

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A sexualidade é, sem dúvida, uma construção. Construção de valores “modernos”, de condutas éticas, de um processo contínuo da percepção de quem somos em condições históricas, culturais e de inter-relações específicas.

Embora muita gente os confunda, esses termos definem aspectos bem distintos de uma mesma pessoa. O sexo do corpo (gênero e fisiologia), a identidade de gênero (quem eu sou na sociedade), e a orientação sexual (condição biossocial). Há muito tempo a questão da sexualidade deixou de ver apenas o que é masculino e feminino, e passou a entender o que de fato se é, a busca pela realização dos desejos e a necessidade de ser livre.

A sexualidade é, sem dúvida, uma construção. Construção de valores “modernos”, de condutas éticas, de um processo contínuo da percepção de quem somos em condições históricas, culturais e de inter-relações específicas, portanto, contextualizadas localmente. (GEERTZ, 2000).

A sexualidade faz parte da personalidade do indivíduo. É um aspecto do ser humano que não pode ser separado dos outros aspectos da vida, pois influencia a forma como se relacionam, com o que as atrai, qual objeto de seu desejo, sentimentos, pensamentos, interações e ações, portanto, diz respeito a saúde física e mental.

Fonte: encurtador.com.br/iAPV0

Muitas pessoas acham que ao falar de sexualidade estamos falando de sexo. Mas é importante entender que o sexo está ligado aos órgãos genitais, ou também ao ato sexual. Enquanto que sexualidade vai além disso, é um modo de ser, de sentir, de manifestar, é a forma como vamos ao encontro do outro, a intimidade, o afeto. É tudo aquilo que somos capazes de sentir e expressar. Os sujeitos podem exercer sua sexualidade de diferentes formas, eles podem “viver seus desejos e prazeres corporais” de muitos modos (WEEKS, APUD BRITZMAN, 1996).

Podemos considerar que a sexualidade não é fixa e imutável. Ela é influenciada pelo modo como as pessoas desenvolvem suas relações interpessoais. Somos seres em contínuo processo de transformação, ou seja, somos inconstantes, pois, nossas necessidades e desejos mudam. A sexualidade não se confunde com um instinto. Nem com um objeto (parceiro), nem com um objetivo (unir dois órgãos genitais). Ela é poliforma, polivalente, ultrapassa a necessidade fisiológica e tem a ver com a simbolização do desejo (CHAUÍ, 1991, P.15).

Tudo que vivemos e sentimos acontece no nosso corpo, portanto, não é possível separar a sexualidade do corpo ou pensar no corpo sem considerar a sexualidade. Ao redor dos nossos corpos, estão os modos como percebemos, sentimos, entendemos, nos relacionamos. Isso significa dizer que a sexualidade vai muito além de fatores físicos. É caracterizada por aquilo que é subjetivo, próprio, único. É a busca pela realização dos desejos, que pode se transformar ao longo dos anos, dependendo da experiência que a pessoa se permite vivenciar, ou seja, a sexualidade está sempre aberta a novas formas de significação.

Fonte: encurtador.com.br/bKOPU

“O sexo biológico é um termo utilizado para definir o que é homem, mulher, e intersexual, baseado em características orgânicas como cromossomos e genitais. Ou seja, biologicamente nasce meninas ou meninos, em função de um órgão sexual” (LUIZ ANTONIO GUERRA, 2014). O sexo biológico é apenas a parte física da identidade de uma pessoa, que pode encontrar diferentes posturas psicológicas.

Sexo faz referência somente às características biológicas de cada indivíduo, como órgãos, hormônios e cromossomos. Sendo assim, a fêmea possui vagina, ovários e cromossomos XX; o macho possui pênis, testículos e cromossomos XY; já o intersexo (o que por muito tempo tinha o nome de hermafrodita) possui uma combinação dos dois anteriores. (CRISTIANO ROSA, 2016).

Quando falamos em sexo biológico, temos que pensá-lo como a presença de órgãos reprodutivos no corpo orgânico, conhecidos por pênis, vagina ou ambos. Porém, é importante frisar que essa marca biológica que compõe esse corpo não necessariamente irá definir a identidade afetivo-sexual. O sexo biológico é um fator inato, ou seja, pertence ao ser desde o seu nascimento, independente do gênero que o indivíduo possa vir a se identificar mais tarde.

Fonte: encurtador.com.br/gyPZ2

Identidade de gênero é a experiência subjetiva de uma pessoa a respeito de si mesma e das suas relações com outros gêneros. A pessoa se reconhece como feminino ou masculino, independente do sexo biológico ou da orientação sexual. É se identificar com determinados valores, condutas e posturas sociais, ou seja, é como ela se percebe.

Gênero é algo constituído ao longo da vida, e não é estabelecido no nascimento. Alguém pode se identificar com o gênero homem ou mulher que é dado ao nascer (então é cis) ou não (então é trans). Em outras palavras, gênero é a maneira com que você se enxerga, a interpretação que você tem de si mesmo, em sua cabeça e pensamento. (CRISTIANO ROSA, 2016).

A pessoa pode nascer com um determinado sexo biológico, porém, se identificar com outro. Geralmente sentem que seu corpo não está adequado à forma como pensam, e querem adequá-lo à imagem de gênero que têm de si. Isso se dá de várias formas, desde uso de roupas, passando por tratamentos hormonais, até procedimentos cirúrgicos, ou seja, a pessoa pode se identificar com o sexo biológico de seu nascimento, ou não, e isso necessariamente não irá definir sua orientação sexual.

Fonte: encurtador.com.br/hprCH

Cisgênero abrange as pessoas que se identificam com o gênero que lhes foi determinado quando de seu nascimento, e transgênero abrange o grupo diversificado de pessoas que não se identificam, em graus diferentes, com comportamentos e/ou papéis esperados do gênero que lhes foi determinado quando de seu nascimento (JAQUELINE GOMES DE JESUS, 2012).

A orientação sexual de uma pessoa indica por quais gêneros ela sente-se atraída. Seja física, romântica e/ou emocionalmente, diz respeito a preferência do desejo afetivo e sexual. Algumas pessoas dão-se conta dos seus sentimentos muito cedo, outras não. Mas apesar de tudo, estes sentimentos podem mudar ao longo da vida.

Toda pessoa, além do sexo, tem uma orientação íntima que define seus interesses, um impulso que configura sua atração sexual. Esse é o aspecto psicológico que complementa o sexo, possibilitando à pessoa estabelecer quais são suas preferências nas relações sexuais e sentimentais. Isso é o que define a orientação sexual da pessoa, que pode ser heterossexual, homossexual ou bissexual. Para alguns especialistas, apesar de não haver consenso, ser assexual também é uma orientação sexual. (MUNDO PSICOLOGOS, 2016).

Fonte: encurtador.com.br/bnosK

A orientação sexual refere-se ao tipo de atração que temos por outras pessoas. Sendo assim, alguém pode se interessar por pessoas do mesmo sexo (homossexual), do sexo diferente (heterossexual), dos dois sexos (bissexual), ou também pode não se interessar por ninguém (assexual). Essa atração afetivossexual por alguém é uma vivência interna relativa à sexualidade. Portanto, é diferente do senso pessoal de pertencer a algum gênero.

Esses tipos de atrações citadas não define todas as possíveis orientações sexuais. Apenas as mais comuns, pois existe uma infinidade de possibilidades para se sentir atraído. A orientação sexual existe num continuum que varia desde a homossexualidade exclusiva até a heterossexualidade exclusiva, passando pelas diversas formas de bissexualidade. (BRASIL, 2004, p. 29).

Portanto, compreende-se que a sexualidade é um dos pontos centrais na identidade do ser humano, que se manifesta através da emoção e da afetividade. É o modo como cada indivíduo vivencia suas experiências, que se tornam únicas. A sexualidade fundamenta os cuidados corporais e as relações de gênero, além de fundamentar também a busca do amor e do contato mais pleno com o outro.

Compreender a sexualidade em seu processo de contínua transformação é a condição necessária para identificar as diversas formas de vivenciar a subjetividade, no qual permite que cada indivíduo tenha uma forma única e particular de ser e sentir. Em muitos aspectos isso tem relação com aquilo que se aprende ao longo da vida, e uma das coisas que as pessoas aprendem é significar sentimentos e comportamentos.

REFERÊNCIAS

GUERRA, Luiz Antônio. Sexo, Gênero e Sexualidade. Disponível em: <https://www.infoescola.com/sociologia/sexo-genero-e-sexualidade/>. Acesso em: 20 mai. 2019.

JESUS, Jaqueline Gomes de. Orientações sobre identidade de gênero: conceitos e termos. 2012. Disponível em: <https://www.sertao.ufg.br/up/16/o/ORIENTA%C3%87%C3%95ES_SOBRE_IDENTIDADE_DE_G%C3%8ANERO__CONCEITOS_E_TERMOS_-_2%C2%AA_Edi%C3%A7%C3%A3o.pdf?1355331649>. Acesso em 20 mai. 2019.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, Sexualidade e Educação. 2003. Disponível em: <https://bibliotecaonlinedahisfj.files.wordpress.com/2015/03/genero-sexualidade-e-educacao-guacira-lopes-louro.pdf>. Acesso em: 27 mai. 2019.

MUNDO PSICÓLOGOS. Diferenças entre sexo, orientação sexual, e gênero. 2016. Disponível em: <https://br.mundopsicologos.com/artigos/diferencas-entre-sexo-orientacao-sexual-e-genero>. Acesso em: 20 mai. 2019.

ROSA, Cristiano. Questão de gênero. 2016. Disponível em: <https://www.jornalnh.com.br/_conteudo/2016/08/blogs/cotidiano/questao_de_genero/371790-genero-x-sexo-biologico.html>. Acesso em 20 mai. 2019.

SENEM, Cleiton José; CARAMAMASCHI, Sandro. Concepção de sexo e sexualidade no ocidente: Origem, História e Atualidade. Disponível em: <https://online.unisc.br/seer/index.php/barbaroi/issue/download/492/69>.  Acesso em: 25 mai. 2019.

SILVA, Ariana Kelly Leandra Silva da. Diversidade sexual e de gênero: a construção do sujeito social. Universidade Federal do Pará (UFPA). Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-25912013000100003, 2013>. Acesso em: 20 mai. 2019.

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Caos 2019 irá abordar o olhar da ciência sobre a homofobia e reorientação Sexual

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Entender os contextos político, social e psíquico pelos quais opera a lógica do preconceito é de fundamental importância, tendo em vista o caráter social e humanista presentes na prática profissional dos/as psicólogos/as

Dois dos temas mais emergentes da Psicologia, a homofobia e a reorientação sexual, terá espaço na palestra de encerramento do Caos 2019, que será ministrada pelo psicólogo mineiro Fábio Baía, no dia 24 de maio de 2019, às 19h, no auditório central do Ceulp/UlbraEntender os contextos político, social e psíquico pelos quais opera a lógica do preconceito é de fundamental importância, tendo em vista o caráter social e humanista presentes na prática profissional dos/as psicólogos/as

Fonte: encurtador.com.br/guzOV

A homofobia, hoje, é pauta recorrente na intervenção clínica por causar de uma série de danos psicológicos às vítimas. Neste sentido, entender os contextos político, social e psíquico pelos quais ela opera é de fundamental importância, tendo em vista o caráter social e humanista presentes na prática profissional dos/as psicólogos/as.

Na mesma perspectiva, Fábio Baía irá abordar a problemática da reorientação sexual, e o papel da Psicologia no processo de quebra de preconceitos, além da necessidade dos profissionais, ao seguir os princípios éticos, combater a prática da reorientação sexual, bem como promover a diversidade e da dignidade humana. Toda a palestra será balizada pelo que há de mais atual em termos de paradigmas científicos.

Fonte: Arquivo Pessoal

Fábio Baía é psicólogo pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2006), mestre em Ciências do Comportamento pela Universidade de Brasília (2008) e doutor em Ciências do Comportamento pela Universidade de Brasília (2013). Foi membro do Conselho Superior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás.

O palestrante também foi presidente da Associação Brasileira de Análise do Comportamento (ACBr) biênio 2016-2017 e diretor da Faculdade de Psicologia da UniRV 2015-2018. Atualmente é professor titular da Universidade de Rio Verde, Líder do Grupo de Pesquisa ‘Análise do Comportamento nos três níveis de seleção’, membro do Grupo Internacional de Pesquisadores Culturo Behavior System Sciences e coordenador do Laboratório de Psicologia Experimental (LAPEX-UniRV). Fábio também tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Experimental, atuando principalmente nos seguintes temas: fenômenos sociais, metacontingência, práticas culturais, macrocontingência.

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Sexualidade Feminina e disfunções sexuais é tema de minicurso

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No primeiro semestre de 2019, o Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS) trabalhará com o tema “Psicologia e Sexualidade – corpo, conhecimento e liberdade”. Com o intuito de oferecer uma prévia para o público sobre como será o congresso, a coordenação de Psicologia irá realizar um evento PRÉ-CAOS, que ocorrerá no dia 31 de outubro de 2018, no Ceulp/Ulbra, sob o título “SEXUALIDADE, DIVERSIDADE E LIBERDADE: PRÉ-CAOS 2019”

Entre os convidados que integra a programação, está a Dra. Marcia Cristina Terra de Siqueira Peres graduada em medicina pela universidade de Uberlândia e título de especialista em ginecologia obstetrícia, Orientação Sexual, Terapia Sexual e em Clínica Psicanalítica. Pós Graduada na área de Perícia Médica e mestrado em Psicologia, atualmente, como servidora pública é médica ginecologista e psicoterapeuta, além de professora na Universidade Federal do Tocantins.

A Dra. Marcia Cristina ministrará o minicurso Sexualidade Feminina: saúde e disfunções sexuais, as inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pelo link. Com a participação no evento, os inscritos receberão certificado de 10 horas.

Confira a programação completa:
– Cine Alteridade Especial : filme “A garota dinamarquesa”, das 12h às 14h, sala 220 F;
– Minicurso 1: Sexualidade Masculina: saúde e disfunções sexuais, com Dr. Adelmo Aires Negre, das 15h às 17h, sala 221
– Minicurso 2: Terapia Sexual: a vida com mais prazer, com Sexóloga Glícia Neves da Costa, das 15h às 17h, sala 223
– Minicurso 3: Sexualidade Feminina: saúde e disfunções sexuais, com Dra. Marcia Cristina Terra de Siqueira Peres, das 15h às 17h, sala 227
– Teste rápido, com o Núcleo Henfil, das 17h às 19h, nas salas 424 e 425
– Sarau, das 17h às 19h, no hall do Núcleo Alteridade
– Mesa redonda, das 19h às 22h, no auditório central, com os profissionais:
– Dhieine Caminski, psicóloga, especialista em Saúde da Família (UNIVALI) e gerente de Saúde Mental da SEMUS – Palmas
– Gleidy Braga, jornalista e bacharela em Direito, especialista em Gestão e Políticas Públicas (FESPSP) e mestranda em Desenvolvimento Regional (UFT)
– Pierre Brandão, educador físico (CEULP), fisioterapeuta (FUNEC), mestre em Gerontologia (UCB) e doutor em Educação Física (UCB)
– Rafaela Alexandra Vieira, economista, especialista em Gestão Pública, Gestão de Pessoas. Gerenciamento de Projetos e Orçamento de Finanças Públicas e vice-presidente da ATRATO (Associação das Travestis e Transexuais do Estado do Tocantins)

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PRÉ-CAOS 2019: Jornalista e Advogada Gleidy Braga integra mesa redonda

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 No primeiro semestre de 2019, o Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS) trabalhará com o tema “Psicologia e Sexualidade – corpo, conhecimento e liberdade”. Com o intuito de oferecer uma prévia para o público sobre como será o congresso, a coordenação de Psicologia irá realizar um evento PRÉ-CAOS, que ocorrerá no dia 31 de outubro de 2018, no Ceulp/Ulbra, sob o título “SEXUALIDADE, DIVERSIDADE E LIBERDADE: PRÉ-CAOS 2019”.

Gleidy Braga está entre os convidados que integram a mesa redonda. Braga é Jornalista, Advogada.  É   especialista em Gestão e Políticas Públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP). Mestranda em Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal  do Tocantins. Foi Professora voluntária de Direitos Humanos, no curso de Serviço Social do Instituto Tocantinense de Pós-graduação (ITOP) e de Oficina de Jornalismo e Direitos Humanos, no curso de Jornalismo da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Foi Secretária Estadual de Cidadania e Justiça do Tocantins e vice-presidente do Conselho Nacional dos Secretários da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos e Administração Penitenciária. É Presidenta dos Conselhos Estaduais de Políticas sobre Drogas, dos Direitos da Mulher e do Fundo de Defesa do Consumidor. Foi membro do Conselho Superior do Sistema de Informações do Departamento Penitenciário Nacional (Sisdepen), do Ministério da Justiça, representando a região Norte. Foi superintendente da Mulher, Direitos Humanos e Equidade do município de Palmas, de 2013 a agosto de 2014. Também trabalhou como assistente e assessora técnica na Secretaria Nacional de Juventude da Secretária Geral da Presidência da República para as temáticas de gênero e de comunicação, entre 2011 e 2012. Foi Conselheira Nacional dos Direitos da Mulher representando a Secretaria Geral da Presidência da República em 2012. Neste mesmo período foi também membro do Comitê de Articulação e Monitoramento do Plano Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres e membro do Grupo de Trabalho Interministerial para elaboração de proposta do II Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.

Os demais convidados que compõe a mesa redonda serão O educador físico, Pierre Brandão; a psicóloga Dhieine Caminski; e a economista e vice-presidente da ATRATO, Rafaella Alexandra Vieira. Além da mesa redonda, a programação contará com minicursos, testes rápidos de sangue, exibição de filme e sarau.

As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pelo linkCom a participação no evento, os inscritos receberão certificado de 10 horas.

Confira a programação completa:

– Cine Alteridade Especial: filme “A garota dinamarquesa”, das 12h às 14h, sala 220 F;

– Minicurso 1: Sexualidade Masculina: saúde e disfunções sexuais, com Dr. Adelmo Aires Negre, das 15h às 17h, sala 221

– Minicurso 2: Terapia Sexual: a vida com mais prazer, com Sexóloga Glícia Neves da Costa, das 15h às 17h, sala 223

– Minicurso 3: Sexualidade Feminina: saúde e disfunções sexuais, com Dra. Marcia Cristina Terra de Siqueira Peres, das 15h às 17h, sala 227

– Teste rápido, com o Núcleo Henfil, das 17h às 19h, nas salas 424 e 425

– Sarau, das 17h às 19h, no hall do Núcleo Alteridade

– Mesa redonda, das 19h às 22h, no auditório central, com os profissionais:

– Dhieine Caminski, psicóloga, especialista em Saúde da Família (UNIVALI) e gerente de Saúde Mental da SEMUS – Palmas

– Gleidy Braga, jornalista e bacharela em Direito, especialista em Gestão e Políticas Públicas (FESPSP) e mestranda em Desenvolvimento Regional (UFT)

– Pierre Brandão, educador físico (CEULP), fisioterapeuta (FUNEC), mestre em Gerontologia (UCB) e doutor em Educação Física (UCB)

– Rafaela Alexandra Vieira, economista, especialista em Gestão Pública, Gestão de Pessoas. Gerenciamento de Projetos e Orçamento de Finanças Públicas e vice-presidente da ATRATO (Associação das Travestis e Transexuais do Estado do Tocantins).

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