Casa das estrelas: O mundo narrado pelo olhar das crianças e uma perspectiva psicológica da experiência infantil
2 de setembro de 2023 talita marques texeira
Livro
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Casa das estrelas: o universo pelo olhar das crianças
“Casa das Estrelas” é uma obra cativante escrita por Javier Naranjo que nos transporta para um mundo de imaginação e criatividade. O livro, composto por neologismo, é um convite para explorar o universo da linguagem de forma lúdica e poética. Naranjo brinca com as palavras e as ideias de maneira única, criando uma atmosfera mágica e nos convida a ver o mundo com olhos de criança. Com sua escrita envolvente e criativa, o autor nos presenteia com um livro que celebra a magia da linguagem e a capacidade sincera das crianças de se expressarem.
Javier Naranjo, um professor e poeta colombiano, ao longo dos anos, coletou definições dadas por seus alunos do primário a palavras, objetos, ideias, lugares e sentimentos. Reunidos no grande sucesso “Casa das Estrelas”, esses pequenos neologismos oferecem uma ampla perspectiva de interpretações, variando entre o poético, o lúdico, o melancólico e o revelador.
A obra apresenta definições singelas, porém profundas, como por exemplo, “poesia”, que é descrita como “É como estar cantando”, ou “amor”, definido como “É quando batem em você e dói muito”. Além disso, os neologismos abordam questões sociais e políticas, como a definição de “guerra” que diz: “Gente que se mata por um pedaço de terra ou de paz”.
“Casa das Estrelas” também revela uma visão crítica e perspicaz das crianças, como na definição de “adulto”: “Pessoa que, em toda coisa que fala, vem primeiro ela.” Através dessas definições, Naranjo nos lembra da desenvoltura e da simplicidade das crianças ao abordar temas complexos, oferecendo uma obra que nos convida a refletir sobre a natureza da linguagem e da sociedade.
Fonte:www.delivroemlivro.com.br
Adulto: Pessoa que, em toda coisa que fala, fala primeiro de si. (Andrés Felipe Bedoya, 8 anos)
“Casa das Estrelas” é uma obra que encanta leitores de todas as idades. É um convite para nos perdermos nas palavras e nos deixarmos levar pela beleza das histórias que habitam o céu noturno. Naranjo nos lembra que a literatura tem o poder de nos transportar para mundos desconhecidos e nos fazer questionar a realidade que nos cerca. É um livro que nos convida a olhar para o céu com uma perspectiva renovada e a encontrar estrelas cadentes em nossos próprios pensamentos; uma obra poética e inspiradora que nos convida a explorar as maravilhas da linguagem e da imaginação.
Em uma perspectiva psicanalítica, a nomenclatura de palavra se dá pela técnica de associação livre, desenvolvida por Freud para que seus pacientes expusesse sem influência do terapeuta seus pensamentos a respeito de uma palavra, dessa forma conteúdos vinha à tona; Já segundo a teoria de Jean Piaget do desenvolvimento psicossocial, as crianças passam por estágios de desenvolvimento cognitivo, cada um com características psicossociais específicas. Durante a segunda infância, a criança está no estágio operacional concreto, onde desenvolve habilidades de pensamento lógico e começa a interagir com os outros de maneira mais cooperativa. Piaget acreditava que o desenvolvimento moral e social se baseia na capacidade cognitiva da criança para compreender as regras e normas sociais. Assim, o desenvolvimento psicossocial na visão de Piaget está fortemente relacionado ao desenvolvimento cognitivo e à interação com o ambiente social.
Parafraseando o conceito de estímulo e resposta em Análise do Comportamento, as palavras são estímulos e sua significação as respostas, que surgem a partir do repertório das crianças, a partir de suas experiências e comunidade verbal, que auxiliam os indivíduos na nomeação de seus eventos privados e sensações corporais. Assim fica possível ver que ao expressar o significado das palavras, as crianças expressam assim como citou Skinner “O fato da privacidade não pode, é claro, ser questionado. Cada pessoa está em contato especial com uma pequena parte do universo contida dentro de sua própria pele.” (1963/1969)
A data é um marco na luta contra crimes sexuais cometidos contra crianças e adolescentes
Com foco no combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, a Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju) está participando da Campanha Faça Bonito por meio das gerências da Primeira Infância e da Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente. E neste dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, irá explicar a diferença entre abuso e exploração sexual infantil, expressões por vezes não compreendidas por toda a sociedade.
Segundo a gerente de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Seciju, Rejane Pereira, a Secretaria vem realizando ações de mobilização com a Rede de Proteção em relação ao combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, inclusive para esclarecer a população quanto aos termos. “É importante lembrar que há uma diferença entre os termos, sendo o abuso referente à utilização do corpo de uma criança e/ou adolescente por um adulto, ou até mesmo outro adolescente para a prática de qualquer ato sexual tendo ou não contato físico; já a exploração sexual caracteriza-se pela utilização de uma criança e/ou adolescente com a intenção de lucro ou troca, seja financeira ou de qualquer espécie”, explica.
Já a gerente da Primeira Infância da Seciju, Andreia Seles, informou que a violência sexual ainda é uma pratica que existe no país e que se deve proteger as crianças. “Torna-se mais necessário ainda a luta contra essas violências quando se trata de crianças pequenas que ainda não sabem se defender. Os pais e os cuidadores devem incentivar o autocuidado para que as crianças mesmo na primeira infância sejam capazes de dizer ‘não’, evitando assim possíveis abusos, e estimular o relato de violências ocorridas. E nós como adultos temos que ficar atentos a estes crimes, sempre denunciando”, concluiu.
Gerente Andreia Seles explica a importância de a população entender sobre o tema e formas de denunciar/Lauane dos Santos – Governo do Tocantins
A data
O dia 18 de maio, foi escolhido o“Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes” (instituído pela Lei Federal 9.970/00),porque nesta data no ano de 1973, na cidade de Vitória (ES), um crime bárbaro chocou todo o país e ficou conhecido como o “Caso Araceli”. Trata-se de uma menina de apenas oito anos de idade que foi raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta. Apesar de sua natureza hedionda, até hoje este crime está impune.
Faça Bonito
A proposta anual da campanha, que neste ano comemora o 20º ano de mobilização, é destacar a data para mobilizar, sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade a participar da luta em defesa dos direitos de crianças e adolescentes. É preciso garantir a toda criança e adolescente o direito ao seu desenvolvimento de forma segura e protegida, livres do abuso e da exploração sexual.
O superintendente de Administração do Sistema de Proteção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Seciju, Gilberto da Costa Silva, explica sobre as adequações feitas para a realização da campanha no contexto da pandemia. “A Campanha Faça Bonito, com ações de conscientização junto a Rede e sociedade em prol das nossas crianças e adolescentes, têm acontecido em ambiente on-line, não sendo incentivadas atividades presenciais de abordagem direta, a fim de evitar aglomeração de pessoas”, esclarece.
Gerente Rejane Pereira lembra que há diferenças entre abuso e exploração sexual, ainda que as duas envolvam práticas de ato sexuais, com ou sem contato físico, com crianças ou adolescentes/Lauane dos Santos/Governo do Tocantins
Onde denunciar
Caso você suspeite ou tenha conhecimento de alguma criança ou adolescente que esteja sofrendo violência sexual, denuncie. As denúncias podem ser feitas a qualquer uma dessas instituições e de forma anônimas:
Conselho Tutelar da sua cidade;
Disque 100 ou disque denúncia local;
Delegacias especializadas ou comuns;
Polícia Militar, Polícia Federal ou Polícia Rodoviária Federal;
Com propósito de incentivar outras famílias, mãe relata como ajudou sua filha a lidar com transtorno.
Nada dura para sempre, somente o amor de uma mãe. É com essa frase que a escritora Margarete A. Chinaglia resume o enredo do seu livro “Transtorno do Déficit de Atenção – TDA: sob o ponto de vista de uma mãe”. A autora diz que pretende ajudar outras famílias que passam pelo mesmo problema, revelando todos os desafios que enfrentou com a sua filha, desde o diagnóstico na infância até a fase adulta.
Margarete conta que descobriu que sua filha tinha Transtorno de Déficit de Atenção (TDA) aos nove de idade. Ela diz que a luta foi grande. A família buscou apoio em médicos, psicólogos, psicopedagogos e em parentes. Mas ninguém conseguiu diminuir as angústias e medos que sentia. “Desde o diagnóstico, minha vida foi obter conhecimento, estudar e aprender a lidar com o diferente para ajudar minha filha com um único objetivo que ela fosse feliz”.
A vivência a incentivou a escrever o livro com o propósito de ajudar outras pessoas que vivem o mesmo drama. Chinaglia diz que a obra ficou guardada por quatro anos depois de ter terminado de escrever. O receio era com a exposição da sua família, principalmente da filha. “Porém, a vontade de contribuir com outras pessoas me levou a publicar”.
Fonte: encurtador.com.br/uzW59
O drama
Segundo a autora, o primeiro desafio foi a aceitação do desconhecido, pois na época pouco se sabia sobre o TDA. Já na adolescência, precisou enfrentar uma escola despreparada para receber crianças com esse tipo de transtorno. Teve de lidar ainda com a ausência de inclusão, além da depressão de sua filha pela baixa autoestima e o isolamento.
No prefácio, a autora preferiu usar o desabafo nas próprias palavras da filha como relato de quem convive com o transtorno na pele todos os dias: “Para mim, vivenciar o TDA foi uma mistura de emoções muito grande: ora depressão ora medo ora intimidação. Às vezes, interminável. Outras, impossível de vencer.”
Fonte: encurtador.com.br/eMQST
Como lidar
Margarete aconselha outras mães a sempre ir em busca de diferentes opiniões médicas. Diz para sempre tentar ajudar seus filhos com paciência e persistência. Comenta que, em muitas circunstâncias, é preciso explicar repetidas vezes porque algo não está correto e ter a certeza de que ele entendeu. “O portador de TDA não aprende com os seus erros. Porém, uma hora ele amadurece. Incentive e elogie quando merecer. Não se atenha só nas críticas, elas destroem a autoestima”.
– Espero que o livro ensine que para quase tudo nesta vida há jeito e que as pessoas com TDA também são capazes, basta querer e enfrentar as dificuldades de cabeça erguida. Mostre para seus filhos que diante de qualquer dificuldade, as pessoas que os amam sempre estarão ao seu lado – conclui.
Atualmente
Hoje, a filha de Margarete tem 27 anos e é mãe de uma menina de 5. A autora diz que sua filha tem consciência das limitações dela. O transtorno a fez amadurecer tarde, resultando em muitas dificuldades, erros e sofrimentos. “Algumas vezes, ela comenta que não sabe como foi capaz de tomar certas atitudes. Apesar de saber que o TDA sempre irá acompanhá-la, costuma dizer, ‘Nada dura para sempre, somente o amor de uma mãe!’”.
Fonte: Divulgação
Sobre a autora:
Margarete A. Chinaglia nasceu em São Carlos (SP), mas tornou-se uma paranaense de coração. Formada como farmacêutica bioquímica, sua atuação é em gestão hospitalar, com objetivo de promover um atendimento de qualidade nos hospitais.
Ficha técnica
Livro: Transtorno do Déficit de Atenção – TDA: sob o ponto de vista de uma mãe
O projeto é coordenado pela Prof.ª Me Ruth do Prado Cabral
Na próxima quinta-feira (25) acontecerá o encontro do Grupo de Estudos “TACI” (Terapia Analista Comportamental Infantil), proposto pelo curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra. O projeto é coordenado pela prof.ª Me Ruth do Prado Cabral e tem como objetivo oferecer aos/às acadêmicos/as do curso de Psicologia oportunidades de ações que possibilitem aplicação dos conhecimentos pela construção e reconstrução de saberes na prática de cunho profissional em análise do comportamento infantil e da adolescência.
Os encontros serão quinzenais, das 19 h às 21h, no CEULP/ULBRA. A mediação será realizada por acadêmicos matriculados no Estágio Específico com ênfase em Psicologia e Processos Clínicos I e II na abordagem Analista Comportamental. Estende-se também a participação aos acadêmicos que estejam fazendo processo seletivo para a ênfase clínica com início em 2019/2.
Fonte: Arquivo Pessoal
Serão 7 encontros que discutirão as temáticas: Aspectos Introdutórios da TACI; Avaliação Funcional do Comportamento e suas Aplicações à TACI; A prática da Análise Funcional de Casos Clínicos em TACI; Formulação Comportamental de Casos Clínicos; A prática da Orientação à pais em formato de cartilhas- no processo terapêutico infantil e Intervenções criativas no processo da TACI (treino respiratório com o uso do balão, escada do medo, entre outros).
A acadêmica Bruna Medeiros, participante do grupo TACI, relata que “é muito importante que a gente tenha esses momentos de estudo fora dos momentos de supervisão clínica, muitas vezes pegamos demandas que apenas o estudo domiciliar não é suficiente para nos munir de aparato teórico que nos auxilie para propor intervenções clínicas. Sem dúvidas, momentos como esses são o diferencial do nosso curso.”
Fonte: Arquivo Pessoal
Para se inscrever no grupo acesse o formulário. Atividade com certificação de carga horária 14 horas em extensão.
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Especialistas discutem sobre os apelos excessivos da publicidade infantil
As crianças, de um modo geral, têm um alto poder de absorção de qualquer tipo de conteúdo. Por exemplo, toda Páscoa, chovem propagandas sobre chocolates entre outros itens. O resultado é o consumo exagerado de doces que só pioram a saúde dos pequenos.
Por meio de diversas técnicas, as marcas conseguem exercer um poder de influência muito grande em cima das crianças para que possam incentivar os pais a comprarem brinquedos e guloseimas. Mas quais são efeitos negativos e como lidar com os desejos causados pela publicidade?
Para a psicóloga Livia Marques, as propagandas abusivas acarretam grandes influências negativas nas crianças. Ela diz que o efeito disso surge de uma forma muito ruim na mente delas, fazendo com que fiquem inflexíveis ao não e a qualquer argumento. “Tanto na TV como na internet, o conteúdo massivo pode causar uma fixação muito grande na mente delas”.
Livia fala que os sinais de que algo está errado com o desejo de ter um brinquedo ou de lanchar é refletido geralmente no comportamento agressivo e inflexível ao pedir aos pais. “Há casos que a criança não aceita de forma alguma o limite que é imposto”.
Fonte: Pixabay
Para Dario Perez, professor acadêmico e especialista em publicidade e marketing, o problema está no fato de que muitas empresas acabam “perdendo a mão” em suas ações publicitárias e comentem alguns excessos. Ele comenta que o público infantil é extremamente sensível a qualquer tipo de técnica de marketing que possa ser utilizado dentro dos parâmetros de um comercial de TV ou na internet, por exemplo.
– As crianças absorvem com muita facilidade todos os tipos de influências direcionadas. Mesmo as campanhas, que não possuem um bom comercial ou técnica apurada de publicidade, conseguem converter a venda, utilizando-se de uma comunicação lúdica e aspiracional, aproveitando personagens para gerar empatia e elevar sua credibilidade – explica.
Dario diz ainda que um dos objetivos da publicidade é gerar, por meio da influência, a sensação de felicidade através do consumo. Dessa forma, as crianças falam para os pais sobre a necessidade de ter tal produto. Eles, por sua vez, acabam satisfazendo o desejo para a alegria dos filhos.
Fonte: encurtador.com.br/adgkQ
Como lidar
A psicóloga Livia diz que a melhor forma de proteger a família é por meio do diálogo. Ela comenta que é importante os pais saberem dizer não, mesmo quando é muito difícil. Por outro lado, é preciso mostrar o porquê do não, talvez pela falta de condições financeiras, se a criança já tem muitos brinquedos e ganhou algum recentemente ou até explicando que determinado lanche ou doce pode fazer mal se comer muito dele.
– A conversa é fundamental. A criança também precisa saber para compreender e respeitar. Os responsáveis precisam entender também que a permissividade não pode ter espaço nessas lacunas – reforça.
Regulamentação
Para o especialista em marketing e publicidade, a regulamentação da publicidade infantil ainda é muito delicada no Brasil. Segundo o profissional, existe um projeto de lei mais rigoroso e voltado para a proteção da criança durante a exposição de alguma marca. Porém, ainda não foi aprovado. “Enquanto isso, observamos alguns efeitos colaterais, como, por exemplo, o alto índice de consumo de alimentos ditos como não saudáveis”.
– Segundo o Ministério da Saúde, uma em cada três crianças no Brasil estão com sobrepeso. Além disso, o segmento de brinquedos para crianças só cresce, segundo os dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). Claramente isso são reflexos do poder persuasão – destaca.
Dario diz que para que as marcas respeitem a ética, é preciso, primeiro, assumir sua responsabilidade no processo de influência das crianças. Segundo, é fundamental que as empresas sejam claras. Ou seja, elas devem encarar do ponto de vista educacional, mostrando os benefícios e os malefícios desses produtos. “Não quer dizer que é preciso fazer uma campanha socioeducativa. E, sim, ser mais transparente”.
– Por exemplo, pode avisar que a criança não deve beber determinada bebida todo dia, pois pode fazer mal para a saúde. Isso vai mostrar que aquele produto em alto consumo pode gerar efeitos negativos – comenta.
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Habilidades sociais na infância: relato de experiência clínica
É de extrema importância as habilidades sociais na vida das crianças, uma vez que elas vão precisar do treino para assertividade, sabe estabelecer bons relacionamentos e ter bom desenvolvimento dentro da sociedade, com os bons costumes que são esperados deles no relacionamento com os pais, familiares, professores e colegas, com quem convivem diariamente.
Foram feitos 9 encontros com o grupo. Estes encontros eram semanais, aos sábados pela manhã, com duração de uma hora e meia cada encontro. O grupo era composto por duas crianças entre nove e onze anos de idade e duas estagiárias de psicologia. Durante todo o grupo pudemos acompanhar o desenvolvimento de dois pacientes, ambos sempre participativos, mesmo diante das dificuldades encontradas para realizar as atividades, porém sempre se mostraram dispostos e interessados no processo. Enquanto acadêmicas foi muito importante essa experiência, visto que para a carreira profissional lidar com demandas que visam este crescimento pessoal e social dos indivíduos, também exige de nós novas habilidades de enfrentamento, criatividade dentro dos processos e interesse em aprender junto com eles.
O formato em que a disciplina foi ministrada foi muito eficiente visto que se teve oportunidade de aprender dentro do seu processo, que você estava conduzindo com seus clientes, bem como aprender na troca de ideias com os demais grupos no momento da supervisão com a professora. Foi possível discutir questões que poderiam aparecer durante os encontros, que ainda não haviam aparecido, bem como se preparar para situações que pudessem ocorrer.
No 1º encontro fizemos uma coleta de dados e queixas, bem como a apresentação da proposta grupal para os pais. Foi proposto pela supervisora de estágio, Prof.ª Ana Beatriz, que marcássemos um horário com os responsáveis, apresentando a proposta grupal, coletando os dados e verificando se a queixa inicial permanece a mesma ou se fora alterada. Também se faz necessária a assinatura do termo de ciência referente as faltas que é de prática do serviço escola.
No 2º encontro trabalhamos o tema autocontrole e expressividade emocional. A proposta do encontro é trabalhar as emoções, sabendo reconhecer as suas e identificar a dos outros, bem como aprender a expressar as suas emoções, falar sobre elas. O objetivo era que eles soubessem identificar seus sentimentos, saber lidar com eles, controlar seu próprio humor e tolerar frustrações. Trabalhar com eles a caixinha dos sentimentos com a história da mitologia grega da “caixa de pandora”, também pedimos para eles colorirem o sentimento com a dinâmica “os sentimentos têm cores” e depois tentar identificar os sentimentos das respectivas figuras na dinâmica “eu tenho sentimentos”. Ambas as dinâmicas foram propostas por Prette (2013).
No 3º encontro falamos sobre habilidades de civilidade, entendida como expressão comportamental aceitas ou valorizadas em uma determinada subcultura, com objetivo de trabalhar as boas maneiras, compreender a necessidade de conviver com as pessoas, demonstrar criatividade, seguir regras, falar de si e ouvir o próximo. Já no 4º encontro foi tratado sobre a empatia como ferramenta contra o comportamento violento, vem de encontro com o tema da primeira sessão, porém a proposta é que agora criem-se repertórios de se colocar no lugar do outro, compreendendo e sentindo o que o outro sente. É esperado que ao final da sessão as crianças tenham trabalhado habilidades que permitam: observar, prestar atenção e ouvir o outro, demonstrar interesse e preocupação pelo outro, reconhecer sentimentos, compreender situações, demonstrar respeito às diferenças, expressar compreensão pelo sentimento e experiência do outro, oferecer ajuda e compartilhar.
No 5º encontro a temática foi assertividade, pois trabalha a noção de igualdade de direitos e deveres, com objetivo de refletir a importância da sinceridade, elogiar, incentivar, compreender o significado das palavras (sim e não). No 6º encontro discutimos sobre soluções de problemas interpessoais com intuito de trabalhar habilidades sociais como de autocontrole, expressividade emocional, empatia, assertividade, relatando a importância de acalmar se diante de uma situação problema, pensar antes de tomar decisões, avaliar possíveis alternativas de soluções de problemas.
No 7º encontro os intrudimos sobre fazer amizades ao trabalhar habilidades específicas para realização de como se fazer amizades, relatar a importância da convivência com os outros, as funções das amizades, a importância de refletir sobre o sentimento gostar. No 8º e penúltimo encontro trabalhamos habilidades sociais acadêmicas. Este encontro tem como proposta trabalhar as principais classes de habilidades acadêmicas como seguir regras, prestar atenção, imitar comportamento socialmente competentes, autocontrole, orientação para a tarefa, elaborar e responder perguntas, oferecer e solicitar ajuda, busca por aprovação de desempenho, reconhecer e elogiar desempenho dos outros, cooperação, atendimento de pedidos e participação das discussões em classe.
No 9º e último encontro demos as devolutivas. Este foi o dia em que se finaliza os encontros, o encerramento será realizado com a reunião de todos os participantes, os estagiários relataram a devolutiva com os pais, realizam encaminhamentos de atendimentos se caso necessário, ou realizam o desligamento do mesmo. Com delicioso café da manhã, as crianças recebem medalhas, que serão representadas pelo seu ótimo desenvolvimento no grupo, superando suas dificuldades e aprendendo suas novas habilidades sociais.
Desenvolver as habilidades sociais na infância é poder construir relações mais efetivas, fazendo uma melhor interação com os demais. De acordo com Prette (2013) vivemos numa sociedade que se modifica rapidamente e assim devemos responder com novas práticas de habilidades e novos aprendizados, para poder lidar melhor com essa realidade, sendo mais positivo desenvolver na infância.
De acordo com Freitas (2006, p.251) “além de que outros estudos indicam que o desenvolvimento de habilidades sociais na infância pode se constituir em um fator de proteção contra a ocorrência de dificuldades de aprendizagem e comportamentos antissociais”. Contudo o fator de proteção para suas dificuldades tanto de comportamentos como aprendizado, desenvolve qualidade de vida para o sujeito desde infância.
Prette (2013) também relata em seu texto que não temos dados suficientes sobre o número de casos com as crianças brasileiras, porém elas estão relativamente presentes nos relatos das queixas dos pais em serviços públicos de atendimento. Portanto é justo ressaltar a preocupação de vários profissionais perante essa incidência, tanto psicólogos, educadores, psiquiatras, e outros profissionais.
A utilização do grupo tem como estratégia a metodologia de pesquisa sempre fazendo parte de uma investigação ativa, podendo ter diversos objetivos, como o estudo do processo grupal, das transformações ocorridas nos vínculos do grupo ou na construção do conhecimento do grupo sobre determinado tema. Há autores como Moliterno et al. (2012) que consideram que a atuação do psicólogo em grupos terapêuticos é de fundamental importância, visto que essa possibilita a elaboração psicossocial de seus participantes, fortalece sua autoestima, cria vínculos afetivos, diminui a resistência das relações interpessoais, possibilitando ainda a expressividade dos mesmos.
Fonte: encurtador.com.br/ktBIJ
De acordo com o convívio do grupo e as interações dos membros, acreditamos fielmente que o vínculo estabelecido será de um valor essencial para todos integrantes. Pichon nos deixa claro que o vínculo na relação dialética alimentam mutuamente tanto o sujeito como o objeto conhecendo que a medida que se ensina se aprende, não nos deixando dúvidas do ganho imensurável para ambas as partes envolvidas nesse processo grupal.
Para as configurações do setting se destacam o grupo homogêneo, que segundo Zimmerman & Osório (1997) grupos homogêneos são grupos que têm a mesma categoria, seja ela de idade, sexo, grau cultural, categoria de patologia, entre outros aspectos. Grupo fechado, pois o grupo fechado, após composto não entra mais ninguém. (ZIMMERMAN & OSÓRIO, 1997).
Acreditamos que o crescimento grupal é progressivo e acumulativo, ter pessoas entrando e saindo do processo dificulta que ele tenha um prosseguimento e que siga o planejamento, tendo em vista que todos tenham as mesmas experiências no processo e andem nivelados no decorrer das atividades, também devido à importância de estabelecimento do vínculo que Pichón Riviere define como “uma estrutura complexa que inclui um sujeito, um objeto, e sua mútua inter relação com processos de comunicação e aprendizagem” (BAREMBLITT, 1986)
O término do grupo é fechado, o grupo começa e termina junto. “Ao resolver as ansiedade básicas, ao alcançar a aprendizagem de comunicação e decisão etc, diz-se que atingiu a “cura” ou seja, tarefa concluída.” (BAREMBLITT, 1986).
A ênfase que os pais atribuem a esse processo tem papel fundamental, o pai que antes era o herói nesse momento passa a ser visualizado de forma diferente, deixando de ser idealizado como uma figura sanadora de angústias e problemas. De acordo com (BEE, 1997) os pais são responsáveis pela imagem que o filho constitui sobre si próprios, os padrões que os pais possuem de autoimagem são fortes influenciadores, assim como também as cobranças das atividades realizadas pelo indivíduo, se recebem ênfase ou não ao responderem com bons resultados.
Todos esses aspectos formam a percepção de autoimagem. O sentimento de estima, de admiração dos genitores constitui o processo de autoimagem positiva, construindo assim o processo de autoestima. O não ser visto, ser reprovado, desvalorizado impede que esse processo seja fomentado no ambiente familiar.
Ainda de acordo com (BEE, 1997) processos que envolvem a autonomia como as atividades desempenhadas nos ambientes sociais também são formadores de autoestima. O sucesso ou fracasso promove o processo de autopercepção podendo ela ser distorcida pelo meio social como exemplo o bullying que acontece frequentemente nas escolas. Para (Bee, 1997) o juízo de valor empregado por outras pessoas é um forte determinante no que se refere à estima, o que o outro pensa faz uma significativa diferença para eles. Partindo de tais configurações serão elaboradas propostas para ser trabalho temáticas referentes à autopercepção.
BAREMBLITT, Gregorio. GRUPOS TEORIA E TÉCNICA. 5. ed. Rio de Janeiro: Graal Editora, 1986. 224 p.
Bee. Helen O ciclo vital / Helen Bee, brad. Regina Cortez. – Porto Alegre: Artmed. 1997.
Del Prette Z. A. P. & Del Prette, A. (2005). Psicologia das habilidades sociais na infância: Teoria e prática. Petrópolis: Vozes 6 ed.- Petrópolis, Rj: Vozes, 2013.
Freitas, Lucas Cordeiro. Resenha: Psicologia das Habilidades Sociais na Infância: Teoria e Prática. Psicologia: Teoria e Pesquisa Mai-Ago 2006, Vol. 22 n. 2, pp. 251-252
ZIMERMAN, David E.; OSORIO, Luiz Carlos. Como Trabalhamos com Grupos. Porto Alegre: Artmed, 1997. 424 p.
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Títulos inéditos da coleção “Quando me sinto” chegam ao mercado editorial
Lançamento da Editora Ciranda Cultural e com mais de 2 milhões de livros vendidos, a coleção tem abordagem positivista e auxilia a criança no autoconhecimento. Cada livro possui na capa uma deliciosa textura para tocar e sentir.
A psicologia positiva é uma forma de pensar e adota uma visão mais contemplativa dos potenciais, das motivações e das capacidades humanas, priorizando mais a busca pela felicidade do que o entendimento dos distúrbios mentais. Esse olhar da ciência psicológica auxilia que a criança a lidar com as frustrações explorando o que ela tem de melhor.
Nesta aclamada coleção da editora Ciranda Cultural, “Quando me Sinto”, a autora e ilustradora Trace Moroney, apresenta um coelhinho que diante de seus sentimentos aprende a lidar com eles e a compreendê-los.A coleção também apresentatextos direcionados aos adultos, que enfatizam a importância da interação entre pai e filho e, principalmente, do autoconhecimento para alcançar a autonomia.
Originalmente lançada em 2005, ”Quando me sinto” apresenta dez títulos, sendo os dois primeiros inéditos: Decepcionado, Nervoso, Amado, Bondoso, Feliz, Irritado, Sozinho, Triste, com Inveja e Medo. Em “Quando me sinto Nervoso”, por exemplo, o personagem relata algumas situações que o deixa com esse sentimento, como participar de uma competição, falar em público ou dormir na casa de um coleguinha. A obra também menciona algumas sensações como respiração acelerada, ofegante, tremores e calor. Ao entender o seu sentimento, o personagem passa a refletir sobre o quanto é comum e ao mesmo tempo bom ter essas sensações, afinal, o nervosismo pode ajudar o cérebro a ficar mais alerta, e com mais energia é possível agir rapidamente em algumas situações. Respirar profundamente ou conversar com alguém, são coisas que o coelhinho faz quando é dominado pelo nervosismo. Ao final da leitura há algumas questões que a criança pode responder e refletir sobre seus sentimentos. Para os pais o livro dá dicas de como lidar com a situação – Os sintomas físicos da ansiedade podem ser assustadores, mas eles também são muito comuns e podem nos ajudar a manter a atenção. Incentivar a criança a respirar lenta e profundamente e a tomar um pouco de água pode ajudá-la a se sentir melhor. Vale também conversar sobre as preocupações dela e explicar que ficar nervoso é normal. Compartilhar seus medos e dar uma resposta positiva e tranquila fará a criança se sentir valorizada, desenvolvendo sua autoconfiança para lidar com seus medos – Explica Sarah Padbury, psicóloga infantil.
Com mais de 2 milhões de livros vendidos, a coleção, que tem abordagem positivista, já foi traduzida para 15 idiomas e cada título tem capa dura e uma deliciosa textura para tocar e sentir.
Sobre a autora: Depois de trabalhar durante vários anos em editoras, e sempre apaixonada pelo seu trabalho, Trace Moroney seguiu seu coração e decidiu abrir seu próprio negócio. Assim, tornou-se autora, designer e ilustradora especialista em livros infantis.
O Sistema Único de Saúde (SUS) nasceu graças a movimentos sociais que lutaram pelo direito de saúde a todos, e foi garantido pela Constituição Federal de 1988 com a lei 8.080/1990. Já atendeu 190milhões de pessoas prestando serviços variados como campanhas preventivas, imunização, fiscalização sanitária, procedimentos médicos de média e alta complexidade como transplante de órgãos, entre outros. O sistema é relativamente novo, (gosto de pensar assim, visto que nascemos no mesmo ano), e vem evoluindo de forma positiva se baseando nos princípios fundamentais da Universalidade, Integralidade e Equidade que garante atendimento a todos.
Sendo assim, procurei uma unidade de saúde da família mais próxima e me surpreendi positivamente com a quantidade de unidades de atendimento espalhadas por Palmas-TO. Eu, mãe de primeira viagem, com um bebê de 8 dias no colo, (minha Isis), fui até a Policlínica da 108 sul, para que fossem ministradas as vacinas Hepatite B e BCG (Bacilo Calmette Guérin), simplificadamente, essa vacina cria imunidade e age contra infecções, sendo a principal responsável pela defesa do corpo contra a tuberculose.
Chegando lá, fizemos o cartão SUS na recepção , tudo muito rápido e sem fila, o cartão é feito de forma digital e impresso na hora em papel comum, só basta recortar no formato do cartão para ficar bonitinho. Em seguida nos encaminharam para a sala de vacinação, onde fomos recebidas com simpatia e profissionalismo pela técnica em enfermagem Nilza Maria Conceição. Acredito que devido ao fato de perceber o medo recorrente estampado no rosto dos pais, tenha criado mecanismos que ajudam no conforto de saber que a vacina é o melhor para nossos pequenos.
A profissional explicou sobre o processo de vacinação de um recém nascido até seus primeiros anos de vida e ao me aprofundar um pouco mais no assunto, encontrei informações sobre o Programa Nacional de Imunizações (PNI), que foi criado em 1973 e é uma referência internacional de política pública de saúde. Pois, por meio das campanhas de vacinação, conseguiu erradicar doenças como a varíola e a poliomielite, mais conhecida como paralisia infantil. De acordo com o Ministério da Saúde “O Brasil conta atualmente com mais de 36 mil salas de vacinação espalhadas por todo território nacional, que aplicam por ano 300 mil imunobiológicos. Há ainda vacinas especiais para grupos em condições clínicas específicas, como portadores de HIV, disponíveis nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).”
Nilza fez anotações sobre as vacinas ministradas na Caderneta de Saúde da Criança. Esse é um documento único, onde contém orientações como cuidados com a saúde, direitos da criança, registro de nascimento, alimentação saudável, vacinação, desenvolvimento, entre outros. A caderneta é distribuída pela secretaria de saúde para as maternidades tanto públicas como particulares e entregue gratuitamente para cada responsável pela criança.
O preenchimento da caderneta, com os dados dos primeiros anos de vida da criança ajuda a fomentar uma base do histórico médico. O que pode facilitar bastante o diagnóstico de possíveis doenças. Acredito ser de fundamental importância o trabalho de coleta desses dados e que em um futuro próximo esta caderneta possa vir a ser digital para que qualquer profissional de saúde tenha acesso a todas as informações importantes do paciente.
Chegado os dois meses da Isis e com a cicatrização da BCG seguindo como esperado, chega junto a preocupação com a temida vacinaPentavalente,que é aplicada aos 2, 4 e 6 meses com o primeiro reforço aos 15 meses e segundo aos 4 anos da criança e protege contra tétano, difteria, meningite, coqueluche (outros tipos de infecções provocadas pelo Haemophilus influenzae tipo B) e a hepatite B. Mesmo antes do nascimento da minha filha já me assombraram com histórias sobre a mesma, que me fez pensar que seriam dois dias de choro e sofrimento. Até que mais uma vez fomos recebidas pelaNilzacom a mesma atenção da primeira vez, que fez seu trabalho e me instruiu sobre os cuidados nas horas seguintes para que fosse mais tranquilo o processo reativo. E realmente, não foi nada assombroso.
Seguimos com nossas visitas mensais à unidade de saúde até o sexto mês. Foi aí que nos deparamos com a falta da vacina pentavalente, e como informado, havia acabado o estoque em toda a cidade. Saí com o conforto de saber que estaria faltando apenas a terceira dose para minha filha e como informado, não era necessário preocupação. Sei que, muitos pais ficaram esperando e outros tiveram de recorrer a clínicas particulares de vacinação. Nesse caso específico, o atraso nas entregas ocorreram pois estavam aguardando a finalização de trâmites administrativos para liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), segundo o Ministério da Saúde.
Embora contenha falhas, acredito que o SUS seja uma das maiores conquistas sociais dos últimos anos. Com ele foi possível levar um pouco de dignidade a população, já que antes a saúde era direito de uma minoria rica e era comum perder entes queridos por não poder pagar mais do que um xarope que prometia tudo e não resolvia nada.
Deixo meu agradecimento àqueles que não se conformaram!
Lewis Wikes Hine nasceu em Oshkosh – Estados Unidos em 26 de setembro de 1874. Era sociólogo e professor. “Estudou Sociologia em Chicago e Nova Iorque no período de 1900 a 1907”. Enquanto professor de sociologia, Hine criticava o que se referia às leis de trabalho infantil, uma vez que não existiam leis que amparasse as crianças expostas a tal situação.
Foi entre 1908 e 1924, a serviço do National Child Labor Committee, que o fotógrafo documentarista Lewis Hine registrou e denunciou através de sua câmera, as inúmeras faces do trabalho de crianças nos EUA. Os registros do fotógrafo deram uma contribuição decisiva para o debate sobre o emprego do trabalho infantil no mundo contemporâneo. Hine desafiava as estruturas sociais e políticas do seu tempo publicando através das suas fotografias as injustiças, as lutas e o trabalho das crianças.
Fonte: https://goo.gl/A2Y85L
Questões ligadas ao trabalho foi o que ele mais se dedicou em suas fotografias. Sua pedagogia era levar ao conhecimento do público, toda sua pesquisa, “O Trabalho Infantil”. Com isso ele conseguia fotografar o cotidiano das pessoas. Seu trabalho era sempre chamar a atenção das pessoas para injustiça social.
Nos Estados Unidos Hine registrou crianças trabalhando em fábricas. Recebeu fortes críticas, as quais diziam que suas fotos não causavam impactos, mas ele procurava mostrar a realidade em cada situação fotografada. O fotógrafo, que comprou sua primeira câmera em 1903, dedicou-se à fotografia a fim de revelar a miséria dos imigrantes europeus. Em 1908, continuou seus estudos sociológicos com fotografias de trabalhadores metalúrgicos de Pittsburg. Hine expôs à opinião pública as péssimas condições de trabalho, campanha que teve como resultado a aprovação da lei de trabalho infantil.
O fotógrafo poderia continuar como professor de sociologia, e foi exercendo tal profissão, que ele teve a oportunidade de conhecer as realidades gritantes de sua época, as quais o levaram a optar por fotografar os diversos rostos da dor e da angústia que chegavam ao seu alcance.
Com seu jeito irreverente e audacioso Hine registrou o que ousava desfiar o perigo e a face das crianças exploradas em trabalho pesado. Uma forma dos seus registros saírem do texto, e tornarem-se conhecidos através da fotografia.
Nessa perspectiva Hine registra a vida laboriosa das mulheres exploradas e das crianças nos Estados Unidos, “nas décadas de 1.900”, onde lhes é negado viver uma infância com direito de serem crianças. Grande parte dessa população explorada, era imigrantes vindos da Europa; tais pessoas se submetiam a trabalho pesado e se sujeitavam a salários inferiores aos dos homens.
Hine trabalhou incansavelmente pela justiça em seu país. E foi com a grande contribuição de suas fotografias, que os Estados Unidos começaram a organizar Leis que amparasse a infância. Suas imagens ajudaram a criar várias leis trabalhistas, foi apenas após sua morte que foi reconhecido como grande fotógrafo.
Fonte: https://goo.gl/3cyMBr
Lewis Hine foi pioneiro da foto documental e seus registros foram para além da foto jornalismo, suas fotos levavam o público uma reflexão da realidade mostrada. O perfil psicológico do fotógrafo, evidencia o olhar reflexivo diante do que ele fotografava. Era sensível à dor, às angustias, às situações de miséria, ao trabalho forçado o qual as pessoas eram expostas em seu país; principalmente as mulheres e as crianças. E todas essas questões são campos para a atuação da Psicologia enquanto ciência.
Fotografar é capturar uma circunstância, uma situação, um momento e/ou pessoas, atendendo particularidades. Muitas vezes serão capturados a dor, o vazio, talvez desconhecido ou despercebido e que as lentes têm o poder de revelar a essência escondida no silêncio. O vínculo que o fotógrafo estabelece com aquilo ou a alguém que ele quer capturar elucida de forma fundamental a sua obra, e representa a realidade por meio de imagens.