Inteligência emocional e desenvolvimento de habilidades sociais na Educação

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Caminhos para o Crescimento Pessoal e Acadêmico: Uma Análise Profunda sobre a Interação entre Inteligência Emocional e Desenvolvimento de Habilidades Sociais no Contexto Educacional

 

Bernadete Galdino Iunes –  bernadetegaldino@hotmail.com

A temática da Inteligência Emocional e Desenvolvimento de Habilidades Sociais na Educação engloba a investigação acerca de como práticas educacionais podem fomentar competências emocionais e sociais, essenciais para o êxito pessoal e profissional. A inteligência emocional, conforme definida por Salovey e Mayer (1990), refere-se à capacidade de perceber, avaliar e expressar emoções com precisão; a capacidade de acessar e/ou gerar sentimentos quando eles facilitam o pensamento; a capacidade de compreender a emoção e o conhecimento emocional; e a capacidade de regular emoções para promover o crescimento emocional e intelectual.

Em um contexto educacional, a promoção da inteligência emocional e habilidades sociais pode ser vista como um meio de preparar os estudantes não apenas academicamente, mas também para os desafios interpessoais e intrapessoais que encontrarão em suas vidas. Goleman (1995) destacou a importância da inteligência emocional no sucesso profissional e pessoal, sugerindo que ela pode ser mais significativa do que o QI tradicional.

A incorporação da inteligência emocional no currículo escolar pode ser realizada através de programas específicos que enfocam o desenvolvimento de habilidades como autoconsciência, autocontrole, motivação, empatia e habilidades sociais. Esses programas são projetados para ajudar os alunos a reconhecer e gerenciar suas próprias emoções, desenvolver sensibilidade às emoções dos outros e cultivar habilidades sociais eficazes.

Estudos têm mostrado que programas de educação emocional e social podem ter impactos significativos. Durlak et al. (2011) conduziram uma meta-análise de 213 estudos e descobriram que programas de aprendizado socioemocional em escolas não apenas melhoram as habilidades sociais e emocionais dos alunos, mas também têm efeitos positivos no desempenho acadêmico. Além disso, esses programas podem contribuir para a redução de problemas de comportamento e emocionais.

Além de programas específicos, a integração da inteligência emocional na educação pode também ocorrer de maneira mais difusa, permeando diferentes aspectos do currículo e da cultura escolar. Isso pode incluir a adoção de práticas de ensino que promovam a reflexão, a autoavaliação, o trabalho em equipe e a resolução de conflitos, além de um ambiente escolar que valorize e respeite as emoções como parte integral do processo educativo.

Em síntese, a promoção da inteligência emocional e do desenvolvimento de habilidades sociais na educação é um campo que merece atenção contínua, pois essas competências são fundamentais para o sucesso e o bem-estar dos indivíduos em uma sociedade cada vez mais complexa e interconectada.

A investigação sobre Inteligência Emocional e Desenvolvimento de Habilidades Sociais na Educação no contexto brasileiro tem se intensificado nos últimos anos, refletindo uma tendência global de valorizar essas competências. No Brasil, diversos estudos e iniciativas têm explorado como a educação pode ser uma ferramenta eficaz na promoção dessas habilidades.

Um exemplo significativo é o trabalho de Bisquerra (2009), que, embora não seja exclusivamente focado no Brasil, tem sido influente em diversos programas educacionais brasileiros que visam o desenvolvimento da inteligência emocional. A abordagem de Bisquerra sobre educação emocional é baseada na ideia de que as emoções são uma parte integral do desenvolvimento humano e devem ser abordadas explicitamente no contexto educacional.

No Brasil, a implementação de programas de inteligência emocional em escolas tem sido documentada em várias pesquisas. Por exemplo, Freitas, Tassoni e Barham (2013) discutiram a importância da educação emocional no desenvolvimento infantil e sugeriram estratégias para a implementação de práticas educativas voltadas para o desenvolvimento emocional nas escolas brasileiras.

Além disso, a implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica, que enfatizam a formação integral do aluno, incluindo o desenvolvimento socioemocional, é um indicativo do reconhecimento, pelo Ministério da Educação do Brasil, da importância da educação emocional e social.

Outro aspecto relevante é a pesquisa de Antunes (2006), que enfoca a educação socioemocional no contexto brasileiro, propondo métodos para o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais nas escolas. Seu trabalho destaca a importância de um ambiente escolar que promova o desenvolvimento emocional e social como parte essencial do currículo.

                                                                                       Fonte: Pixabay, imagem de AbsolutVision

Estudos regionais no Brasil também têm demonstrado o impacto positivo de programas de educação emocional e social. Por exemplo, em algumas escolas municipais de São Paulo, programas de aprendizado socioemocional demonstraram melhorias significativas na interação social, na redução de comportamentos disruptivos e no desempenho acadêmico dos estudantes.

Em resumo, no Brasil, a integração da inteligência emocional e das habilidades sociais na educação tem sido reconhecida como uma abordagem valiosa para preparar os alunos para os desafios da vida moderna, tanto no âmbito pessoal quanto no profissional.

Conclui-se, portanto, que a integração da Inteligência Emocional e do Desenvolvimento de Habilidades Sociais no contexto educacional brasileiro é não apenas pertinente, mas também essencial para o preparo integral dos alunos. A educação emocional e social, conforme evidenciado por estudos e práticas no Brasil, contribui significativamente para o desenvolvimento de competências fundamentais para o sucesso pessoal e profissional dos estudantes.

Esses programas e abordagens pedagógicas, que enfatizam o cultivo de habilidades como autoconsciência, autogestão, empatia e competência social, demonstram um impacto positivo não só no comportamento e bem-estar emocional dos estudantes, mas também em seu desempenho acadêmico. Tais iniciativas refletem um entendimento mais amplo da educação, que transcende o ensino puramente cognitivo, abraçando a complexidade do desenvolvimento humano em suas dimensões emocionais e sociais.

O avanço dessas práticas no Brasil, apoiado por políticas educacionais que reconhecem a importância da formação socioemocional, sinaliza um caminho promissor para a educação contemporânea. Esse movimento alinha-se com a necessidade crescente de preparar os jovens para enfrentar desafios em um mundo cada vez mais interconectado e emocionalmente complexo. Assim, reafirma-se a relevância da inteligência emocional e habilidades sociais como componentes cruciais na formação de indivíduos capazes, resilientes e empáticos, aptos a contribuir de maneira significativa para a sociedade.

 

REFERÊNCIAS

  1. BISQUERRA, Rafael. Psicopedagogia das emoções. Editora Síntese, 2009.
  2. FREITAS, Luís Carlos; TASSONI, Eliza Claudia Migliolo; BARHAM, Elizabeth Joan. Educação emocional na escola. Psicologia Escolar e Educacional, v. 17, n. 1, p. 131-138, 2013.
  3. ANTUNES, Celso. Educação emocional: Um programa para o desenvolvimento das habilidades sociais. Vozes, 2006.
  4. SALOVEY, Peter; MAYER, John D. Emotional intelligence. Imagination, Cognition and Personality, v. 9, n. 3, p. 185-211, 1990.
  5. GOLEMAN, Daniel. Emotional intelligence. Bantam Books, 1995.
  6. DURLAK, Joseph A. et al. The impact of enhancing students’ social and emotional learning: A meta-analysis of school-based universal interventions. Child Development, v. 82, n. 1, p. 405-432, 2011.
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Estoicismo e a Psicologia

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Apesar de só ter sido considerado como ciência na modernidade, estudar a mente e o comportamento humano não é algo recente. Antes debatida no campo filosófico, estudar os aspectos mentais e comportamentais sempre foi um tema delicado, principalmente quando voltados para o enfrentamento de adversidades pessoais ou, até mesmo, quando experimentadas de modo coletivo.

Os pensadores da antiguidade dedicaram anos de observação e debates para criarem conceitos, expressarem ideias e definir, até os tempos modernos, alguns posicionamentos e comportamentos sociais.

Dentre as ideias que foram criadas, que não foram poucas, pode ser destacado o Estoicismo, ou Escola Estoica, que teve sua origem em meados do século III a.C, sendo um dos primeiros idealizadores Zenão de Cício (335-264 a.C.), também conhecido como Zenão, O profeta.

Fonte: encurtador.com.br/aevCS

O interessante da filosofia estoica é que toda sua origem é pautada na tragédia particular de Zenão. O percursor deste ideal era um comerciante de tintura púrpura tíria, iguaria extremamente apreciada pela nobreza à época dada a dificuldade de se extrair tal tingimento.

Zenão possuía uma vida abastarda, contudo, um trágico naufrágio lhe tirou toda riqueza que tinha, pelo menos essa é a versão mais aceita pelos historiadores. Ocorre que, ao contrário do que se esperaria de alguém que perdeu tudo, Zenão utilizou deste momento para seguir em frente, transformando aquele episódio em combustível para modificar sua forma de viver.

Fonte: Imagem de 0fjd125gk87 por Pixabay

Assim como no passado, tragédias pessoais são desoladoras, pode vir de todas as formas e situações, atingir um indivíduo de modo a destruir sua vida por completo, afundando-o em vícios ou até mesmo o levando a tomar decisões drásticas e irreversíveis como o suicídio.

Mas em que aspecto o estoicismo pode influenciar no processo terapêutico?

Sendo um assunto vasto e impossível compacta-lo de forma plena em um pequeno texto, pode-se resumir o estoicismo em uma filosofia de vida focada naquilo que se possa controlar, sendo um ideal adotado por diversas figuras históricas, dentre elas o próprio Imperador Marco Aurélio.

A melhor forma de exemplificar isso é através da própria história de Zenão. Como dito anteriormente, uma tragédia pode arruinar com a vida de uma pessoa e todos os indivíduos estão suscetíveis a fatalidades. Porém, o que muda é a forma como o indivíduo encara tudo aquilo que se passa com ele.

Sofrer por aquilo que não pode controlar, por exemplo, é algo desprezado pelos estoicos, mas como fazer isso? Bem, não é simples, se o fosse, não precisaríamos de tratamentos terapêuticos, não é mesmo? Mas, através de exercícios e constâncias é possível alcançar um nível de contemplação da vida que superaria esse sentimento negativo.

Modernamente podemos tratar isso como a Inteligência Emocional, uma ferramenta desenvolvida para contribuir no autoconhecimento dos indivíduos, levando-os a transcender nos aspectos psicológicos e emocionais. Ter conhecimento sobre suas vulnerabilidades, compreender suas qualidades são pontos que já são utilizados modernamente.

Fonte: Imagem de Mohamed Hassan por Pixabay

É claro que o Estoicismo não será universal na vida de todos os povos, tampouco deverá ser aplicado em toda e qualquer situação, haja vista que em determinadas situações uma abordagem imersiva e acolhedora se mostrará mais eficaz, mas pode ser muito bem aplicado em um tratamento psicoterápico para auxiliar o paciente/cliente no processo de se tornar alguém pleno dentro de sua própria realidade, não permitindo que este seja barrado por pequenos percalços.

Lições importantes como ter o pleno conhecimento da própria mortalidade, do sacrifício para alcançar propósitos e recompensas maiores, da simplicidade são características que até na atualidade podem impactar positivamente um indivíduo para superar quadros de ansiedade, depressão, estresse traumático, medos e vergonhas.

Desta forma, percebe-se que a filosofia estoica pode sim ser uma grande aliada da psicologia, assim como outras escolas filosóficas, desde aplicadas com precisão para a realidade do indivíduo e de modo que possa atender às suas necessidades.

REFERÊNCIAS

HOLIDAY, Ryan; HANSELMAN, Stephen. A vida dos estoicos: a arte de viver, de Zenão a Marco Aurélio. Tradução de Alexandre Raposo e Luiz Felipe Fonseca. Edição Digital. 2021. Editora Intrínseca. Rio de Janeiro: RJ.

MONTALVÃO, Thiago. Do Estoicismo à Psicologia: como entender os comportamentos irracionais e a ansiedade durante a pandemia. É possível contorná-los?. Disponível em <https://universoracionalista.org/do-estoicismo-a-psicologia-como-entender-os-comportamentos-irracionais-e-a-ansiedade-durante-a-pandemia-e-possivel-contorna-los/> acesso em 14 set 2022.

 

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A inteligência emocional no Irmão do Jorel

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Quando uma pessoa recebe uma informação carregada de afeto, aciona-se sua Inteligência Emocional, pois vários sistemas ligados às emoções são trabalhados. A Inteligência Emocional (IS) implica em avaliar e expressar emoções de si e dos outros; regular as emoções de si e dos outros; e usar a emoção para processos adaptativos. Tais processamentos são aplicados em linguagem verbal e não verbal (BUENO; PRIMI, 2003). 

Além disso, IS implica em perceber cuidadosamente as situações de extrema emoção, assim como de avaliar e expressar emoções, além da capacidade de compreender e expressar emoções. Também envolve a competência em perceber e gerir sentimentos quando colaboram nos processamentos de pensamento assim como controlar as emoções para aumentar a maturidade emocional e intelectual (BUENO; PRIMI, 2003).

Fonte: Google Imagens

 

No desenho animado intitulado como Irmão do Jorel, o protagonista que tem o seu nome em anonimato e é conhecido na trama pelo nome do desenho, esbanja várias habilidades de IS ao decorrer dos episódios. Mesmo sendo apenas uma criança com apenas oito anos é possível observar que sua postura mediante aos problemas de uma criança são resolvidos de modo muito maduro e com grande complexidade (HUTZ; WOYCIEKOSKY, 2021).

Fonte: Google Imagens

 

Sua companheira de aventuras, Lara, também demonstra muita maturidade emocional e intelectual, as vezes mais do que o próprio protagonista, e é de se duvidar se o desenho de fato é para crianças acima de dez anos. Muitas vezes ocorre a narração e um encadeamento de diálogos complexos, incluindo os processos que são usados em IS. Nota-se na maioria dos episódios, o protagonista consegue verbalizar suas emoções e antes disso, identifica-las, além e reconhecer os efeitos delas em seu comportamento (HUTZ; WOYCIEKOSKY, 2021). 

Fonte: Google Imagens

 

Além disso, Irmão do Jorel consegue reconhecer com facilidade a expressão e o humor dos personagens coadjuvantes ao seu redor e por conta disso, tenta solucionar seus problemas. O autocontrole também é presente nos episódios pois percebe-se que mesmo tendo várias vezes expressões de raiva, medo, surpresa e paixão, o protagonista consegue controlá-las e tentar pensar racialmente para resolver a situação problema (HUTZ; WOYCIEKOSKY, 2021). 

Fonte: Google Imagens

 

O desenho animado traz vários questionamentos complexos sobre vários temas, como o sentido da vida, as qualidades das relações com os membros familiares e da escola e sobre a definição de temas abstratos como por exemplo, o que é alegria ou amor. Mas o mais surpreende no desenho é exatamente essa capacidade do protagonista em saber lidar com muita maestria e sapiência suas emoções (BUENO; PRIMI, 2003).

Esperava-se que uma criança apenas de oito anos tivesse comportamentos comuns a essa faixa etária, como birra, escândalos e um uma linguagem verbal simplória. Contudo o desenho ilustra o contrário, mas fica uma ótima recomendação às crianças, pois como toda jornada do herói, em cada episódio há um final feliz. Isso reforça aos espectadores a lição de que vale a pena se expressar e ter maior controle sobre as emoções. 

REFERENCIAS: 

HUTZ, C. W.; WOYCIEKOSKY,C. Inteligência Emocional: Teoria, Pesquisa, Medida, Aplicações e Controvérsias. Psicologia: Reflexão e Crítica, v.34, n.22, pp.1-11. 2021.

BUENO, J. M. H.; PRIMI, R.Inteligência Emocional: Um Estudo de Validade sobre a Capacidade de Perceber Emoções. Psicologia: Reflexão e Crítica, 2003, 16(2), pp. 279-291

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O equilíbrio entre razão e emoção está na capacidade de reconhecer e avaliar os sentimentos

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A busca pela inteligência emocional tem tido novos adeptos; cansadas de terem o emocional como uma pedra de tropeço, em suas relações interpessoais, as pessoas têm procurado ajuda, para vencer este tipo de barreira, que se torna um conflito eterno. E para quem ainda não conhece sobre o assunto, a inteligência emocional é a capacidade do indivíduo em lidar com suas emoções diariamente. Goleman, Macke e Boyatzis (2018), explicam que a inteligência emocional pode ser entendida como “ser inteligente em suas emoções”. Ou seja, é preciso ter o controle de suas emoções para o desenvolvimento emocional saudável e colaborativo.

Os autores supracitados apontam que a inteligência emocional deveria ser cultivada na fase da infância, não somente dentro de casa, mas também nas escolas. “A educação deveria também incluir habilidades de inteligência emocional que incentivam a ressonância”. Para ele, quanto mais pessoas buscarem habilidades emocionais, maior será o ganho social, ou seja, uma haverá uma diminuição dos males sociais, e como consequência a redução da violência e do consumo de drogas. “As comunidades seriam beneficiadas por níveis mais altos de tolerância, bondade e responsabilidade pessoal.” Goleman, Macke e Boyatzis (2002).

Mayer e Salovey (1997) definem a inteligência emocional como a capacidade de perceber e avaliar, bem como gerar emoções facilitadoras de pensamentos, que possibilitam o seu controle para o desenvolvimento emocional e intelectual. Clareza emocional, conhecimento emocional e percepções das emoções são algumas das características que o indivíduo com inteligência emocional detém. (Mayer e Salovey, 1990).  Para os pesquisadores, as pessoas emocionalmente inteligentes escolhem melhor o caminho de suas ações quando inseridas em encontros sociais, justamente por saberem guiarem suas emoções. “Saber gerenciar as emoções pode ajudar as pessoas a nutrirem afetos positivos, e enfrentar o estresse.” (Mayer e Salovey, 1997)

Fonte: encurtador.com.br/eqA26

Goleman (2011) aponta que a inteligência emocional está relacionada com o autodomínio de suas emoções, e enfatiza que as pessoas quando bem humoradas possuem uma capacidade de reposta mais inteligente, por usarem uma parte do cérebro que auxilia nas boas tomadas de decisões.  Esse ponto de vista é fácil de observar, já que são nos momentos de estresse e nervosismo, que muitas decisões são tomadas de forma errônea, justamente pelo fato do indivíduo usar o calor do momento, ou seja as emoções afloradas de uma forma negativa. Por isso, ele enfatiza o estado do bom humor para estimular decisões assertivas. 

Por estar presente a maior parte do tempo na vida das pessoas, o trabalho ocupa um espaço significativo na existência de cada um, e por ser fonte de sustento, a atividade profissional precisa ser levada em consideração, para se tornar um momento prazeroso, apesar do estresse do cotidiano, que é inevitável. Nesse sentido, que Goleman (1999) aponta que além do conhecimento especializado, é imprescindível utilizar ferramentas que promovam a inteligência emocional, de uma forma, eficaz para obtenção do sucesso esperado, não somente em metas, mas também englobando o bem-estar interpessoal. 

Em sua obra Trabalhando com a Inteligência Emocional, Goleman (1999) narra que um executivo o contatou para que tivesse um atendimento de relacionamento à sua empresa, após conversa com o empresário, Goleman detectou que a feição ranzinza do empreendedor desmotivava os funcionários a darem resultados positivos, na empresa.  Ou seja, a mensagem que o empresário transmitia era de insatisfação com seus funcionários, fora que não havia um canal de comunicação saudável.  Ou seja, para ter bons resultados a transformação precisa começar, em quem deseja a mudança. Uma simples mudança, mudou toda a rotina da empresa, bem como melhorou a forma de tratamento. 

Fonte: encurtador.com.br/psAKR

Entre as características de um profissional de sucesso, Goleman (1999) destacou que a empatia é primordial, e por isso precisa ser trabalhada constantemente. Segundo ele, a inteligência emocional detém 12 características que são: autoconsciência emocional, autocontrole emocional, adaptabilidade, orientação ao sucesso, empatia, como mencionado, consciência organizacional, influência, orientação e tutoria, gestão de conflitos, trabalho em equipe e liderança inspiradora.  Espero que tenha se identificado com várias dessas habilidades.

Caso não tenha se identificado, não se desespere. Procure uma ajuda profissional que irá auxiliar no desenvolvimento da inteligência emocional, não somente no mercado de trabalho, mas para todas as áreas, que merecem atenção. Conforme Mayer e Caruso (2002), as pessoas com alto nível de inteligência emocional são capazes de terem relacionamentos, de uma forma mais profunda, bem como constituir uma rede social mais segura, além de desenvolver uma liderança mais coesa. 

Referências

Goleman, D; Macke, A e Boyatzis, R (2018). O poder da inteligência emocional. Como liderar com sensibilidade e eficiência. Tradução Berilo Vargas. Pág. 1 a 17. Disponível em < https://statics-shoptime.b2w.io/sherlock/books/firstChapter/133620801.pdf >. Acesso 14, de out, de 2021.

Mayer, JD. & Caruso D. 2002. The effective Leader: Understanding and applying emotional intelligence.

Mayer, J. D. & Salovey, P. 1997. What is emotional intelligence? Em P. Salovey & D. J. Sluyter (Orgs.), Emotional development and emotional intelligence: Implications for Educators

Goleman, D. O Cérebro e a Inteligência Emocional Novas perspectivas. (2011).

Salovey, P. & Mayer, J. D. 1990. Emotional intelligence. Imagination, Cognition and Personality.

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Lidando com pessoas destrutivas

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Viver em sociedade é uma tarefa árdua, cada pessoa busca a satisfação de seus próprios interesses, poucos pensam em uma coletividade social. Tal situação é visivelmente percebida quando se faz uma análise no sistema de leis e normas que existem para o convívio social.

Normas que cuidam tanto de uma esfera penal, pautada em ações criminosas, quanto no âmbito civil, mais direcionada às relações comuns e o cumprimento das normas civis é o fator crucial para uma boa relação em comunidade.

Mas, como lidar com aquilo que não é, legalmente falando, uma conduta “dolosa” que viola o direito de outrem?

Como pessoas sociáveis, sempre buscamos estar em coletividade, mas no coletivo há diversas personalidades, traumas, condições extremas de pessoas que são comumente chamadas de pessoas tóxicas.

Fonte: encurtador.com.br/hyBDW

Dentro desse grupo de “más companhias”, há aquelas que são consideradas como um abismo emocional, ou, até mesmo, como buracos negros emocionais, ou seja, são indivíduos que possuem um vazio descomunal dentro de si e buscam – não intencionalmente – sugar todo e qualquer resquício de “sanidade” das pessoas próximas.

Essas pessoas são como parasitas, instalam-se em nossas vidas como simbiontes, se apresentando inicialmente como pessoas solicitas, amigáveis, amáveis etc., e vão mostrando suas “garras” com o passar do tempo.

Tal condição é tão presente na sociedade que já foi romantizado em grandes sucessos da música brasileira, como em Segredos – Frejat, onde é dito “e eu vou tratá-la bem pra que ela não tenha medo quando começar a conhecer os meus segredos”. Pessoas tóxicas estão presentes em todos os ambientes e, muitas vezes, elas sequer percebem que causam mal para os que compartilham o mesmo ambiente que eles.

As principais dúvidas que surgem sobre esta questão são: como identificar essas pessoas; como se distanciar destas pessoas; e, como descobrir se é este tipo de pessoa?

Fonte: encurtador.com.br/BH389

É importante frisar que o auxílio de um profissional da psicologia será sempre essencial para a identificação e tratamento destes casos.

Pessoas com este comportamento negativo possuem características um tanto quanto “eugênicas” em suas personalidades, o modus operandi destes indivíduos possuem padrões, em sua maioria são manipuladores que se fazem de vítimas psicológicas para conseguir aquilo que deseja, ou até mesmo um narcisista egocêntrico que usa as pessoas e suas emoções para satisfazer seus desejos pessoais.

Além dos manipuladores, existem aqueles que são psicologicamente instáveis, seja por traumas, viciados quimicamente em bebidas ou entorpecentes nocivos a saúde física e mental, estas pessoas também são consideradas como indivíduos com um buraco negro emocional que infecta àqueles ao seu redor com o negativismo de suas personalidades.

Se distanciar destes indivíduos não é uma tarefa fácil, tendo em vista que normalmente elas se instalam no ciclo mais íntimo das pessoas, instalam na psiquê do “hospedeiro” uma imagem de que são essenciais para suas vidas ou até mesmo de que, caso se desvinculem, não irão conseguir sobreviver muito tempo.

Fonte: encurtador.com.br/jlACR

Por isso, é necessário um desenvolvimento extraordinário da inteligência emocional, para conseguir enfrentar essas pessoas. A coisa se torna ainda mais complexa quando a pessoa tóxica é um familiar, o provedor do lar, os genitores, irmãos, cônjuges, aqueles que, dada as circunstâncias não se desvinculam facilmente, como lidar?

Sempre é importante frisar que nenhuma decisão precipitada deve ser tomada, principalmente aquelas irreversíveis, vez que não contribuirão em nada na melhoria ou resolução dos problemas, traria tão somente um agravo nas relações e mais poder para o indivíduo tóxico que possui alguma vantagem sobre a “vítima”.

A pessoa quando percebe que se encontra em um ambiente tóxico, se sente sufocada, em alguns casos similar a um cárcere privado, sem saída, sem escolhas, sem vontades. Mas com o tempo ela conseguirá perceber que possui o poder de escolha entre se manter naquele ambiente ou se retirar e buscar a resiliência de sua mente. Porém, caso seja impossível se excluir do convívio social/familiar/profissional que essas pessoas, a “vítima” deve buscar um aprimoramento de sua mente para não permitir que a negatividade do outro lhe afete, até porque o mal está no outro, não em si.

Por último, como identificar que o causador de todo o mal-estar ao seu redor é causado por você e não por terceiros? Uma situação indesejada que é muito comum quando se faz uma análise mais profunda sobre o tema pois, caso não seja o agente causador, mesmo que inconscientemente, você estará permitindo que alguém controle e manipule seu estado mental.

Neste cenário, o indivíduo deve realizar uma análise de cada aspecto de sua vida pessoal/profissional e verificar se são suas atitudes que lhe infligem agonia e dor psíquica.

Compreendida sua toxicidade como indivíduo, deve ser buscado imediatamente a ajuda profissional para tratar os maus traços de sua personalidade, não para agradar os outros, mas para buscar uma versão melhor de si mesmo.

Fonte: encurtador.com.br/fqACD
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Inteligência Emocional e relações interpessoais significativas

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As emoções têm um papel fundamental na vida humana. Elas determinam nossa qualidade de vida e permeiam todos os nossos relacionamentos (no trabalho, entre amigos, familiares e relacionamentos íntimos). Por vezes, as emoções começam de forma tão rápida que nosso consciente não consegue detectar o que ativou uma emoção em nossa mente naquele momento (EKMAN, 2011). Ainda de acordo com o autor, “Não temos muito controle a respeito do que nos deixa emocionados, mas é possível, embora não seja fácil, fazer algumas mudanças naquilo que ativa nossas emoções e em nosso comportamento quando nos emocionamos” (p.14).

Greenberg (2015), ao falar sobre esse assunto inicia trazendo o questionamento do motivo pelo qual as pessoas possuem emoções e o que precisam fazer com elas, e coloca como resposta que as emoções são de extrema importância para a sobrevivência, intercomunicação e resolução de dilemas.

Com isso Greenberg (2015) afirma que as emoções não são lacunas que  simplesmente acontecem ao longo da vida que  tendem a ser controladas,  pelo contrário, elas acontecem  pois fazem parte do processo do próprio sujeito e precisa ser atendida e compreendida. Vale entender que  não somente as emoções são significativas nesse processo, o autor relaciona um equilíbrio com a  razão  onde ajuda as pessoas tornarem-se efetivas em seus ambientes em constante mudança, ajudando-as adaptar-se ao mundo e facilitando a solução adaptativa e lavando a  autoconscientização  de problemas ocasionais.

Houve um desenvolvimento das emoções para que elas melhorem a adaptação, porém Greenberg (2015) traz que ainda encontram-se diversas formas na qual esse método é capaz de se modificar tornando-se desadaptativo.

Percebe-se que as emoções têm um papel importante na vida do ser humano, fazendo com que aconteça mudanças necessárias e  realize o despertar para a ação. Para afirmar sobre essa importância, o autor supracitado elenca alguns tópicos os quais ele cita que a emoção monitora o estado do relacionamento, a emoção avalia se as coisas estão no caminho certo, a emoção melhora o aprendizado. As emoções são consideradas então, como uma parte crucial que envolve tudo o que é considerado relevante para nós.

Ouviu-se sobre emoções adaptativas, mas há também as emoções que são consideradas como desadaptativas. Segundo Greenberg (2015), essas emoções podem se tornar desadaptativas por vários motivos, desde situações que possam evocar uma emoção inata à fatores temperamentais e orgânicos. Cabe avaliar a intensidade e a frequência com que essas emoções se alteram.

Fonte: encurtador.com.br/yzAI7

Um outro aspecto a ser considerado é sobre como essas emoções se manifestam fisiologicamente. Greenberg (2015), trata em seu livro sobre o elo entre a emoção e o corpo, isso significa que o corpo e as emoções estão conectados de forma inseparável. O autor ainda traz o sistema límbico como exemplo de como comandar boa parte das emoções, o que implica nos processos físicos, acarretando assim alterações de padrões e influenciando na saúde física. Goleman (2011) diz que: “A maior estimulação fisiológica pode dever-se à tentativa constante dos circuitos neurais de manter sentimentos positivos ou eliminar ou inibir os negativos” (p.111). Observações fisiológicas podem auxiliar na “verificação de como diferentes tipos de emoção preparam o corpo para diferentes tipos de resposta” (p.35). Um outro autor, Ekman (2011),  também afirma ligação entre corpo e emoção, afirmando que  as emoções produzem modificações na parte do cérebro que nos mobiliza a lidar com o que propagou a emoção, assim como mudanças  no sistema nervoso autônomo, o qual regula os batimentos cardíacos, a respiração e muitas outras alterações corporais,  preparando-nos para diversas ações. O autor ainda ressalta que as emoções enviam sinais como mudanças nas expressões, da face, na voz e na postura corporal, e elas simplesmente acontecem de maneira natural.

Através de Goleman (2011), entendemos que as manifestações fisiológicas podem ser uma reação pré-programada em nosso cérebro para que haja funcionamento adequado do nosso corpo e reação que assegure a sobrevivência. Entendemos também que há uma estreita relação entre razão e sentimento, devido o cérebro pensante ter se desenvolvido mediante as emoções.

As emoções, portanto, são importantes para a racionalidade. Na dança entre sentimento e pensamento, a faculdade emocional guia nossas decisões a cada momento, trabalhando de mãos dadas com a mente racional e capacitando — ou incapacitando — o próprio pensamento.  Do mesmo modo, o cérebro pensante desempenha uma função de administrador de nossas emoções — a não ser naqueles momentos em que elas lhe escapam ao controle e o cérebro emocional corre solto (GOLEMAN, 2011, p.59).

Segundo Greenberg (2015), para que as pessoas ajam de maneira inteligente no mundo social, estas precisam atentar-se às suas emoções e dar-lhes o status de pensamento e ação. Ou seja, a inteligência emocional requer a conscientização da experiência emocional atual incorporada, expressão apropriada, reflexão e regulação das emoções. A inteligência emocional, para o autor, possui quatro componentes: a capacidade de perceber emoções em si e nos outros (consciência emocional), a capacidade de acessar e / ou gerar sentimentos para facilitar o pensamento (utilização da emoção), a capacidade de entender emoções (conhecimento da emoção) e a capacidade de regular emoções para promover o crescimento (gerenciamento de emoções).

Goleman (2011) diz que, de certa maneira, temos dois cérebros, duas mentes e consequentemente dois tipos de inteligência (racional e emocional). É através desses dois tipos de inteligência, uma corroborando com a outra, que o nosso desempenho na vida é estabelecido; sendo o sucesso determinado através de um equilíbrio inteligente entre QI e emoção. Este autor fala que, apesar de atuarem em conjunto, cada uma dessas duas dimensões contribuem, isoladamente, para as qualidades de uma pessoa. Contudo, “é a inteligência emocional que contribui com um número muito maior das qualidades que nos tornam mais plenamente humanos” (p.76); “coloca as emoções no centro das aptidões para viver” (p.27). O autor ainda desenvolve sobre cinco componentes da inteligência emocional, que são: a autoconsciência, o autocontrole/autorregulação, a automotivação, a empatia e as habilidades sociais.

Fonte: encurtador.com.br/azFU7

Este trabalho tem por objetivo expor e descrever todas as chaves da inteligência emocional na visão de dois autores, sendo eles Leslie S. Greenberg e Daniel Goleman.

Possui uma importância acadêmica por se tratar de uma narrativa significativa para o estudo sobre inteligência emocional. Também possui relevância social pois viabiliza uma compreensão para a sociedade sobre a inteligência emocional. Além disso, Goleman (2011) menciona tomar conhecimento de que no Brasil há sinais que apontam para uma emergente alienação e pressão social que podem levar a crises graves na teia de relações sociais

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com objeto metodológico exploratório e descritivo, procedimento metodológico narrativo e natureza metodológica qualitativa com amostragem por conveniência.

 Dessa maneira  Köche (1997, p.122) afirma  que  o objetivo da pesquisa bibliográfica é “conhecer e analisar as principais contribuições teóricas existentes sobre um determinado tema ou problema, tornando-se instrumento indispensável a qualquer tipo de pesquisa”. Gil (1991) afirma também que, quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet. Quanto à pesquisa narrativa, constituem basicamente de análise da literatura publicada em livros, artigos de revistas impressas e/ou eletrônicas, na interpretação e análise crítica pessoal do autor. (ROTHER, 2007).

Tratando-se da pesquisa exploratória, sua finalidade envolve o desenvolvimento, o esclarecimento e a modificação de conceitos e ideias. Desenvolvidos objetivando uma visão geral sobre determinado fato, com o intuito de formular problemas mais acurados ou hipóteses para futuros estudos (GIL, 2008).

O autor supracitado traz como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados.

Quanto ao objetivo da pesquisa qualitativa pode ser definida como a que se fundamenta principalmente em análises qualitativas, caracterizando-se, em princípio, pela não utilização de instrumental estatístico na análise dos dados (VIEIRA; ZOUAIN, 2006; BARDIN, 2011). As técnicas qualitativas focalizam a experiência das pessoas e seu relativo significado, em semelhança a eventos, processos e estruturas, implantados em cenários sociais (SKINNER; TAGG; HOLLOWAY, 2000).

Gil (2008), afirma ser a amostragem por conveniência a menos rigorosa dentre os demais tipos. Pode ser aplicada em estudos exploratórios ou qualitativos, quando não é necessário alto nível de precisão. “O pesquisador seleciona os elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam, de alguma forma, representar o universo” (p.94).

Fonte: encurtador.com.br/zDHJ0

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

 A inteligência emocional é conhecida por envolver cabeça e coração, assim como também a conscientização da experiência emocional atual incorporada, expressão apropriada, reflexão e regulação das emoções na transformação. Tudo isso ocorre no presente sofrendo assim, influências do passado e do futuro, uma constante interligação de tempo. Para ressignificar é necessário experiência e reflexão durante o processo  das emoções (desadaptativas). A empatia para com as emoções das outras pessoas faz total diferença na compreensão e na vivência da inteligência emocional. A terapia focada nas emoções tem, então, como objetivo principal aumentar a inteligência emocional dos pacientes (GREENBERG, 2015).

2.1 COMPONENTES DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL SEGUNDO GREENBERG

2.1.1 Compreendendo as emoções – Consciência emocional

As emoções são uma maneira bem direta de vivenciar o momento em que as situações estão ocorrendo, elas enviam mensagens e apresentam problemas que precisam ser resolvidos pela razão. Assim, a cognição geralmente ajuda as pessoas a atingir objetivos afetivos; decisões precisam ser tomadas em relação à expressão e ação. Um outro ponto é que o pensamento também explica a dor; coloca em perspectiva; faz sentido; justifica e ou racionaliza; e ajuda a determinar um remédio, que poderá solucionar os problemas que foram apresentados inicialmente (GREENBERG, 2015).

 As emoções estão a todo tempo no nosso corpo, então é importante coordenar os esforços conscientes com o estímulo automático das emoções, ou seja, é necessário conhecê-las ao invés de evitá-las. Sabe-se que os seres humanos executam as suas ações de acordo como trabalham as emoções e no que fazem com elas. Raiva ou tristeza excessivamente controlada consomem energia, o que a literatura sugere é que a expressão de necessidades e divulgação de mágoas geralmente traz melhores resultados. O autor cita que para conseguir isso, as pessoas precisam aprender a integrar sua razão com a emoção, não sendo compelidas pela emoção nem afastadas dela. Para obter bons resultados é necessário integrar cabeça e coração (GREENBERG, 2015).

2.1.2 Utilização da emoção – Expressando essas emoções

Expressar as emoções de forma adequada ao contexto é uma habilidade complexa da inteligência emocional, esta envolve instruções biológicas e culturais. O que acontece é que as pessoas aprendem formas apropriadas de expressão para as mais diversas situações. O fator principal para Greenberg (2015) é aprender quando e como expressar uma emoção, mesmo em alguns momentos não conseguindo com a sua totalidade, tudo isto faz parte do desenvolvimento da inteligência emocional.

2.1.3 Conhecimento das emoções

Segundo Greenberg (2015) encontram-se dois modos pelos quais os sentimentos se manifestam e duas atitudes pelas quais os treinadores emocionais conseguem auxiliar os indivíduos a adquirir compreensão do que experienciam fundamentalmente. O primeiro tipo de sentimento é expressivo, evidentemente acessível e afetuoso. O segundo tipo de vivência acontece quando os seres humanos são capazes de experienciar alguma coisa em seus corpos, porém a emoção até então não está explícita.

As emoções geralmente indicam o modo sobre como as pessoas estão levando a vida. Em alguns momentos quando experimentam emoções desagradáveis, significa que há algo errado ao qual elas precisam dar assistência. O primeiro passo é reconhecer essa emoção e expressá-la, porém isso não será o suficiente para ajustar a situação, sendo assim, será necessário que as pessoas leiam as mensagens de suas próprias reações e comecem a agir com sensibilidade para corrigir a situação (GREENBERG, 2015).

2.1.4 Regulando emoção- Gerenciando emoção.

“Regular significa poder ter emoção quando você as deseja e não tê-la quando não o desejar. Ser capaz de adiar as respostas, saber o que são e refletir sobre elas são habilidades essencialmente humanas” (GREENBERG,2015, p.17). o mesmo autor afirma que, o sujeito precisa ser apto para dirigir o que escolhe expressar, ou suprime.  Ao em vez de suprimir as pessoas precisam discernir suas emoções em direção a ação construtivas ou transformá-las  em benefícios  ou modificá-la em ações que sejam mais favoráveis e úteis para solução de problemas (GREENBERG, 2015).

As pessoas devem ser movidas por suas emoções e está apta a acalmá-las e fazer uma reflexão sobre elas. Deve escutar a si mesmo, conscientizando  simbolicamente as emoções corporais , ressignificando e colocando  as ideias em um perspectiva  de maneira amplificada, uma vez que a emoção é acordada e reconhecida, são aspectos construtivos  importantes da inteligência emocional.(GREENBERG, 2015)

Fonte: encurtador.com.br/jJLQ4

2.2 COMPONENTES DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL SEGUNDO GOLEMAN

2.2.1 Conhecer as próprias emoções (autoconsciência)

A autoconsciência é a chave essencial da inteligência emocional. Se resume em reconhecer uma emoção no momento em que ela ocorre. É a permanente atenção ao que se está sentindo internamente; é consciência auto-reflexiva, cujo a mente volta-se para a observação e investigação do que está sendo vivenciado, inclusive em relação às emoções. A atenção, na autoconsciência, não reage de forma exagerada à emoção e nem amplifica a percepção da mesma; ela é neutra e, mesmo diante de emoções turbulentas, mantém-se auto-reflexiva (GOLEMAN, 2011).

2.2.2 Lidar com emoções (autocontrole/autorregulação)

Desde a época de Platão, a capacidade de manter o autocontrole diante do turbilhão emocional trazido pelo acaso é tido como uma virtude; uma forma inteligente, equilibrada e sábia de conduzir a vida, com temperança. O autocontrole está relacionado ao lidar com as emoções para que estas sejam apropriadas, sendo esta uma aptidão desenvolvida por meio da autoconsciência. É importante ressaltar que o reconhecimento das emoções propicia compreensão, logo, contribui com maior liberdade de escolhas; não apenas para não agir impulsivamente ou movido pelo sentimento, mas para se livrar ou não desta emoção (GOLEMAN, 2011).

O objetivo do autocontrole, ou autorregulação,  é encontrar o equilíbrio e não suprimir as emoções. É sentir a emoção proporcionalmente à circunstância, na medida certa. É fundamental para o bem-estar do sujeito que ele consiga manter o controle das emoções que o perturbam. “Os altos e baixos dão tempero à vida, mas precisam ser vividos de forma equilibrada. Na contabilidade do coração, é a proporção entre emoções positivas e negativas que determina a sensação de bem-estar” (GOLEMAN, 2011, p.89).  O autor ainda diz que não se trata de evitar sentimentos desagradáveis, mas de não deixar tais sentimentos invadirem todo o ser. E que a durabilidade, assim como a intensidade, não devem ultrapassar um limite razoável para não se tornarem perturbadores extremos.

2.2.3  Motivar-se (automotivação)

 Goleman (2011) expõe sobre as emoções negativas, onde excessivamente fortes deslocam a concentração para as aflições particulares, influenciando na tentativa de dedicação em qualquer outra coisa. Já a função da motivação positiva é a associação de emoções como satisfação e convicção na obtenção de uma meta.

 Tendo em vista que nossas sensações prejudicam ou complementam nossa habilidade de refletir e elaborar estratégias, de continuar aprendendo para atingir um propósito distante, resolver questões e coisas assim, elas também estabelecem os limites de nossa competência de utilizar nossas habilidades cognitivas inerentes, e desse modo designam como nos saímos na vivência. Uma vez que nós somos instigados por sensações de euforia e felicidade no que realizamos essas emoções nos conduzem ao resultado (GOLEMAN, 2011).

2.2.4  Reconhecer emoções nos outros (empatia)

 De acordo com Goleman (2011, p. 133), “a empatia é alimentada pelo autoconhecimento; quanto mais consciente estivermos acerca de nossas próprias emoções, mais facilmente poderemos entender o sentimento alheio”. Pessoas empáticas estão mais atentas a sutis sinais que indicam a necessidade dos outros. A incapacidade de reconhecer emoções nos outros sugere um grande déficit de inteligência emocional e tem influência em vários aspectos da vida, pois todo relacionamento vem de uma sintonia emocional. Além disso, deve-se entender que a forma de expressão das emoções é predominantemente não-verbal. Sendo assim, “a chave para que possamos entender os sentimentos dos outros está em nossa capacidade de interpretar canais não-verbais: o tom da voz, gestos, expressão facial e outros sinais” (p. 133).

2.2.5  Lidar com relacionamentos (habilidades sociais)

Goleman (2011) afirma que, “a forma como as pessoas expressam seus sentimentos constitui-se numa competência social muito importante” (p.153), pois de acordo com que é expressado gera impacto no outro. E deve se haver um cuidado ao se expressar, como por exemplo “mascarando” seus verdadeiros sentimentos para não constranger alguém, porém não precisa necessariamente mentir sobre o que sente, só basta ser menos ofensivo. E esses princípios precisam ser trilhados para que se haja bons relacionamentos sociais, pois o sentimento que é levado pelo outro reflete em outros sujeitos. Ir de encontro cautelosamente produz o impacto  ideal.

 Assim sendo, sempre que há sinais de interações, esses sinais afetam aqueles com quem convive. Quanto mais habilidade houver nas relações que mantém com o outro, mais eficaz serão os sinais emocionais que serão enviados. A maneira reservada que se procede a sociedade bem-educada e, por fim, apenas uma maneira de garantir que nenhum vazamento emocional perturbador vá debilitar os relacionamentos (GOLEMAN, 2011).

Vale ressaltar, que a força de envolvimento que os sujeitos vivenciam numa interação, representa a forma como os seus movimentos físicos são organizados enquanto dialogam entre si, facilitando o levar e o receber, os estados de espírito, como por exemplo afirma com a cabeça, e outro afirma também. Quanto mais fisicamente sincronizado, mais afinidade terão em seus estados de espírito. Sendo este a essência dos relacionamentos (GOLEMAN, 2011).

Fonte: encurtador.com.br/lsEP4

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerou-se então, que as emoções possuem grandes relevâncias para a vida dos seres humanos, sendo necessário que eles consigam compreendê-las para que não existam empecilhos e que ocorra a vivência e controle desses sentimentos. Outro ponto que foi conceituado também foi sobre a interação das emoções com o corpo humano, e a influência que essa ligação possui na saúde do indivíduo.

Perpassou-se então até chegar nas chaves da Inteligência Emocional, que foi abordada pelos dois autores Leslie S. Greenberg e Daniel Goleman, onde trouxeram os componentes da inteligência emocional segundo as suas teorias.

Respondendo ao objetivo geral, este trabalho discorreu sobre cada uma das chaves, viabilizando uma maior compreensão sobre o tema, na visão de cada autor. Sugere-se então, que possa haver mais pesquisas a respeito do tema, para maior aprofundamento.

REFERÊNCIAS

EKMAN, P. A linguagem das emoções: Revolucione sua comunicação e seus relacionamentos reconhecendo todas as expressões das pessoas ao redor. Tradução Carlos Szlak. — São Paulo: LuadePapel, 2011.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2008

GOLEMAN, D. Inteligência emocional [recurso eletrônico]; tradução Marcos Santarrita. – Rio de Janeiro : Objetiva, 2011. Recurso digital.

GREENBERG, L.S.. Emotional Focused Therapy: coaching clients to work through their feelings. Second edition. Washington: American Psychological Association, 2015.

KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática da pesquisa. 15. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997

VIEIRA, M. M. F.; ZOUAIN, D. M. Pesquisa qualitativa em administração. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006

ROTHER, E. T. Revisão Sistemática X Revisão Narrativa. Acta paul. enferm. vol.20 no.2 São Paulo Apr./June 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ape/v20n2/a01v20n2.pdf

TEIXEIRA, M. G.; ROGLIO, K. D. As Influências da Dinâmica de Lógicas Institucionais na Trajetória Organizacional: o Caso da Cooperativa Veiling Holambra. Brazilian Business Review, v. 12, nº 1, p. 1-37, 2015.

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