Algoritmo da Vida, uma tecnologia de esperança!

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Os esforços para ajudar o combate ao suicídio continua de forma crescente. De acordo com  com a Organização Mundial da Saúde (OMS), dados publicados em setembro de 2022 indicam que mais de 700 mil pessoas morrem por ano devido ao suicídio, o equivalente a uma a cada 100 mortes registradas. Dessas pessoas, a faixa etária majoritária são os jovens entre 15 a 29 anos de idade [1].

Existem grandes campanhas movidas no intuito de prevenir o suicídio e a depressão. Uma delas é o Setembro Amarelo, conhecido nacionalmente  por promover campanhas de conscientização e apoio às pessoas com vulnerabilidade psicológica. Durante o mês da campanha são realizadas ações sociais, como caminhadas, propagandas televisivas e a oferta de cursos gratuitos de prevenção ao suicídio.

Fonte: encurtador.com.br/fvAHO

A causa para a o suicídio é aberta a muitos contextos, provinda muitas vezes pela depressão. Essa doença  decorre de fatores  biológicos  (fatores genéticos), fatores psicológicos(personalidade e vivências ao longo da vida),   fatores  clínicos   (incluídos   transtornos   psiquiátricos),  fatores sociais e fatores ambientais (clima frio e localização geográfica, como estar afastado do convívio social) [2].

Com essa perspectiva, a empresa SAP Brasil, especializada em desenvolvimento de softwares, realizou em 2019 o evento SAP NOW que aconteceu na cidade de São Paulo. Durante o evento, foi apresentado em conjunto com a Amazon Web Service (AWS) o lançamento do ‘Algoritmo da Vida’, um algoritmo que tem como objetivo a prevenção de suicídio com base nas atividades nas redes sociais.[3]

Fonte: encurtador.com.br/lKNY2

Segundo Luciana Coan, diretora de comunicação integrada e responsabilidade social corporativa na SAP Brasil em entrevista ao Aberje Trends 2020, o Algoritmo da Vida busca identificar e oferecer ajuda às pessoas com depressão e tendências suicidas, no ambiente digital [4]. Ou seja, a ideia inicial foi criar uma ferramenta que pudesse agir em um primeiro contato de forma automática, sem necessariamente a intervenção humana. 

A proposta inicial apresentada contou com a parceria da rede social Twitter. Para que fosse possível verificar os resultados reais, a plataforma com o então algoritmo buscava associações de palavras e combinações de frases que continham os termos “solidão”, “fracasso”, “medo”. Feito a análise de posts com esses termos, o algoritmo foi capaz de identificar contas consideradas de risco ao suicídio, dessa forma era feito o encaminhamento destes perfis para especialistas para a realização de uma checagem cuidadosa e detalhada para identificar contextos, ironias e recorrência de termos e periodicidade. O Algoritmo da vida está em atividade desde janeiro de 2019 e já detectou mais de 300 mil menções no qual contém palavras e expressões de caráter depressivo.

Exemplo de publicação que o algoritmo captaria

Para a HarrisLogic (https://harrislogic.com/), empresa criada para desenvolver soluções que integram tecnologia e saúde, essa tecnologia representa a revolução da saúde mental, ao trabalhar a favor do paciente com base nas informações reunidas, contribuindo para que tratamentos sejam orientados de acordo com seu histórico. Uma ferramenta criada para salvar vidas. [5].

Dessa forma, a tecnologia em conjunto com outras áreas de conhecimento, pode desenvolver ferramentas que impactam de forma benéfica na vida das pessoas. É visível a desmistificação do uso da tecnologia em áreas em que antes não era popular o uso de meios tecnológicos. O Algoritmo da Vida pode ser o pontapé inicial para o surgimento de outras futuras ferramentas que podem contribuir para a vida das pessoas.

Referências

[1] https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/setembro/anualmente-mais-de-700-mil-pessoas-cometem-suicidio-segundo-oms

[2] Turecki  G,  Brent  DA,  Gunnell  D,  O’Connor  RC, Oquendo   MA,   Pirkis   J,   et   al.   Suicide   and  suicide  risk.  Nat  Rev  Dis  Primers.  2019;5(1):74. DOI: 10.1038/s41572-019-0121-0

[3] https://convergencia.digital/sap/sap-brasil-aws-e-africa-agregam-ti-ao-algoritmo-da-vida-na-prevencao-ao-suicidio/

[4] https://www.aberje.com.br/algoritmo-da-vida-solucao-tecnologica-no-combate-a-depressao

[5] https://news.sap.com/brazil/2019/10/tecnologia-como-ferramenta-de-prevencao-ao-suicidio-bl0g/

Observação: artigo desenvolvido na disciplina “Tecnologias Criativas” do Programa Extensionista Interdisciplinar “Tecnologias para a Vida” dos cursos de Ciência da Computação, Sistemas de Informação e Engenharia de Software da Ulbra Palmas.

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Setembro Amarelo: acolhimento da indecifrável dor de quem fica

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O processo de luto se inicia depois de uma perda. Aquilo que perdemos e como perdemos, pode impactar na intensidade da nossa trajetória, nos impulsionando a vivenciar experiências únicas, que devem ser respeitadas e validadas. Em casos extremos, ao se perder uma pessoa fisicamente, inicia-se um processo repleto de emoções e reações intensas. É um processo difícil que pode ser passível de mais complexidade caso a morte aconteça por suicídio.

No que diz respeito ao suicídio concreto, este não pode ser entendido de maneira simplista, pois é algo profundo e multifatorial. Da mesma maneira devemos enxergar o sofrimento dos sujeitos abalados e enternecidos decorrentes de uma morte por suicídio: é preciso ver, de fato, sua total profundidade, para que desse modo a ação de acolher aconteça devidamente.

Levando em consideração que há uma alta taxa de incidência de morte consumada por suicídio, transportando-o à um patamar entendido como uma questão de saúde pública, isso implica paralelamente em um número elevado de pessoas impactadas por mortes de tal natureza. Para cada pessoa que se vai, ficam indivíduos extremamente abalados – conhecidos como os sobreviventes.

Fonte: Imagem de Arek Socha por Pixabay

Por essa razão, muitos estudos se debruça sobre a temática de enlutados que perderam pessoas por suicídio Trata-se de uma vivência repleta de sentimentos e sensações penosas, que podem oscilar e co-existir; como a raiva, tristeza, abandono, isolamento, solidão e culpa. Também é possível surgir a vergonha de se falar sobre o fato ocorrido, então muitas das pessoas ocultam como sucedeu a morte. Isso comprova a  estigmatização ainda existente no meio social frente a um tema que requer atenção e cuidado, e que não deve ser tachado e julgado.

O mês de setembro já é reconhecido como um período de conscientização acerca da temática, é um convite para se falar e refletir sofre, em busca de mitigar os índices. Nas redes sociais, o movimento se dá ativamente através de publicações que abordam o assunto. É uma época onde profissionais se empenham em oferecer palestras que abordam o tema. Porém, essa reflexão deve ser levantada sempre, de forma constante, em todos os meses do ano e deve ir além, visto que é importante abraçar aqueles que perderam alguém de forma abrupta.

Torna-se imperativo que haja ações de prevenção e, igualmente, de posvenção – termo que significa o cuidado com aqueles que ficam submergidos na dor após a perda. Se constituem como um grupo de risco, podendo implicar em novos casos, em uma trajetória de luto complicado, caso não sejam amparados adequadamente.

Fonte: Imagem por Freepik

Como Irvin Yalom e Marily Yalom bem dizem: “O luto é o preço que pagamos por ter coragem de amar os outros”, então é inegável que a dor após a partida de um ente querido está inteiramente interligada com a relação que se tinha com a pessoa que se foi. Questionamentos aparecem, é normal que seja difícil encontrar um sentido dentro da nova realidade que reflete a ausência. Trilhar o caminho da vida sem a pessoa que se foi pode ser penoso, porém, possível.

O singelo ato de falar é uma maneira terapêutica de trazer à consciência e ordenar todas as emoções que fazem parte do luto. Desse modo, é essencial encontrar uma rede de apoio para lidar com a singularidade de cada caso, para que haja uma restauração adequada e um redescobrimento de razões para seguir em frente. O falar – abertamente, sem receio, sem julgamento –, pode amenizar a dor, auxiliar na cura de uma ferida que se abriu, pode impedir que transtornos mentais surjam e que novos casos se repitam. Evitar o isolamento, reconhecer o fenômeno do luto e suas particularidades, respeitando sempre o próprio tempo e limites, são pontos necessários para reaprender a viver na nova realidade.

Fontes que podem auxiliar os sobreviventes enlutados por suicídio:

  • CVV GASS – Centro de Valorização à vida / Grupo de Apoio aos Sobreviventes de Suicídio
  • https://posvencaodosuicidio.com.br/
  • https://vitaalere.com.br/
  • Podcast Finitude
  • Cartilhas sobre o tema, filmes, séries etc.

Referências

FUKUMITSU, K. O.; KOVACS, M. J. Especificidades sobre processo de luto frente ao suicídio. Psico. Porto Alegre, 2016. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psico/v47n1/02.pdf>. Acesso em: 13 de set. de 2022.

RUCKERT, M. L. T.; FRIZZO, R. P.; RIGOLI, M. M. Suicídio: a importância de novos estudos de posvenção no Brasil. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 2019. Disponível em: <https://cdn.publisher.gn1.link/rbtc.org.br/pdf/v15n2a02.pdf>. Acesso em: 13 de set. de 2022.

SCAVACINI, K; et al. Posvenção: orientações para o cuidado ao luto por suicídio. São Paulo: Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio, 2020.

YALOM, I. D.; YALOM, M. Uma questão de vida e morte. São Paulo: Planeta, 2021.

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Semus elenca ações no dia a dia para evitar adoecimento mental

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Em setembro, mês em que o mundo se volta para alertar sobre o suicídio, problema grave que, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), ceifa a vida de 12 mil brasileiros por ano, a Secretaria Municipal da Saúde de Palmas (Semus) enumera ações que podem ser feitas no dia a dia para evitar o adoecimento mental. O intuito é chamar a atenção para as causas e prevenir mortes autoprovocadas na Capital.

Segundo Paloma Graciano de Carvalho Moura, psicóloga da Semus, não existe “receita de bolo” para ter uma saúde mental plena, no entanto, ela cita alguns fatores de proteção que contribuem para a prevenção de transtornos mentais, a promoção da saúde mental e o bem-estar.

“Uma rede de apoio é fundamental para a manutenção da saúde mental, seja ela formada por familiares e/ou amigos. A religiosidade também é importante assim como o trabalho, pois são formas que encontramos de participarmos da vida comunitária. Há de se lembrar que o estabelecimento de estratégias positivas de enfrentamento consiste num fator protetivo relevante, uma vez que favorece o bem-estar biopsicossocial”, afirma a profissional.

Paloma explica que a rotina deve contemplar momentos de autocuidado. “As práticas culturais também promovem o sentimento de pertencer, uma vez que favorece o fortalecimento de redes tradicionais de solidariedade. Em suma, seria ter tempo para cada coisa, incluindo atividades prazerosas, atividades físicas, meditativas e de relaxamento. Uma rotina saudável envolve prazer, satisfação e conexão social. Para isso, reforce o diálogo e cultive a empatia”, elenca a psicóloga.

Fonte: Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Violência autoprovocada 

Todas essas práticas acima contribuem para uma valorização da vida e, por consequência, a prevenção da violência autoprovocada que, segundo a Coordenação Técnica das Causas Externas da Semus compreende a ideação suicida, autoagressão, tentativas de suicídio e suicídio, ações que requerem atenção integral em saúde.

Conforme os dados da Coordenação, de janeiro a agosto deste ano, 264 casos de violência autoprovocada (tentativa de suicídio e automutilação) de residentes de Palmas foram registradas. Sendo que 14 pessoas morreram em Palmas por morte autoprovocada. A maioria das pessoas que pratica a violência autoprovocada é composta por mulheres adultas, na faixa etária de 20 a 64 anos. No entanto, dos 14 óbitos, dez são do sexo masculino.

Atendimento 

Na Capital, os atendimentos em saúde mental são oferecidos nas Unidades de Saúde da Família (USFs) para casos leves. Basta o paciente procurar sua USF e ser acolhido. Para casos moderados, o atendimento é feito nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps II e AD III) e ambulatórios (Policlínica de Taquaralto, Ambulatório de Atenção à Saúde Dr Eduardo Medrado, etc). A Semus reforça que o atendimento dos Caps funciona na modalidade “porta aberta”, ou seja, não é necessário o encaminhamento das USFs para o serviço. No caso dos ambulatórios, é necessário encaminhamento da USF. Para casos de urgência e emergência, o paciente deve ser encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

A população também dispõe, em todo o país, do Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo  voluntária e gratuitamente pelo número 188 todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone,  24 horas todos os dias.

Unidade de Saúde da Família de Palmas / Fonte: encurtador.com.br/mrvF5

Fatores de risco

Paloma informa que o principal fator de risco para o suicídio é o histórico de tentativas da pessoa e/ou de sua família. “Contudo, percebe-se que outro fator de risco relevante diz respeito a exclusão social de grupos de populações vulneráveis, dentre elas, negros, indígenas e imigrantes. Além disso, o comportamento suicida está mais presente entre os jovens entre 15 e 30 anos e idosos”, afirma.

Ela ressalta que a população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais) encontra-se mais suscetível ao sofrimento intenso, aos comportamentos autodestrutivos e à vulnerabilidade emocional. “As violências, de maneira geral, também influenciam significativamente no agravamento do comportamento suicida. Além disso, pessoas portadoras de doenças crônicas, em especial, as acompanhadas por dores, também tendem ao sofrimento mental maior, incluindo os deficientes. Em outras palavras, pessoas que estão em situação de exclusão tornam-se mais vulneráveis frente ao adoecimento mental, daí a importância da efetivação das políticas públicas e da democracia enquanto fator de proteção à vida”, completa.

Para reduzir os impactos das pessoas que possuem  fatores de risco para o adoecimento mental, a profissional afirma que é necessário fortalecer fatores de proteção, capazes de diminuir o sofrimento do sujeito, principalmente dando a ele as ferramentas para a resolução de problemas.

“O fortalecimento de vínculos é uma estratégia importante neste processo, principalmente a motivação para pedir ajuda e conseguir expressar o seu sofrimento de outras formas. A habilidade para solucionar problemas da vida também é outro ponto crucial na prevenção do suicídio, pois favorece a busca pela melhoria da qualidade de vida. A responsabilidade sobre familiares e voluntariado também tem se mostrado relevante no ‘significado da vida’, que, por sinal, é próprio de cada um. A vivência de valores e normas socialmente compartilhadas também ajuda na integração social e nas práticas coletivas, como o esporte e a arte”, finaliza.

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A romantização do uso de álcool no adulto jovem

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A transição para a vida adulta marca o fim da puberdade e culturalmente encerra-se o período de adolescência, que geralmente é marcada por inúmeras descobertas, como o do próprio corpo, identidade sexual e uma maior busca pelas atividades sexuais. A expectativa e a experiência de conquista pela independência em todas as áreas da vida são libertadoras. Porém, a responsabilidade de sustentar as tomadas de decisões, o controle financeiro, a interação com os grupos sociais nem sempre é fácil e pode se tornar algo pesado. Este peso pode trazer muitos transtornos na vida do adulto jovem, e iremos analisar um destes: o uso problemático de álcool.

A literatura aponta que os estudos epidemiológicos no Brasil possibilitam a afirmação de que o álcool é um dos maiores problemas de saúde pública do país. Apesar de ser lícito, traz custos altos para a sociedade e o uso excessivo no país requer uma atenção maior nos projetos de saúde. Além de que o consumo do álcool abrange questões sociais, físicas, psicológicas, individuais e farmacológicas (VICTORA et al, 2011).

É muito comum no Brasil, encontrarmos lugares em que a bebida alcoólica é oferecida em bares, botecos, distribuidoras, pubs, e nos mais diversos eventos sociais. O consumo de bebidas alcoólicas atinge o auge no início da vida adulta. Nas faculdades é muito comum encontrar jovens que fazem o uso com mais frequência e assiduidade do que em jovens que não frequentam a faculdade (SAMHSA, 2004).

Alguns motivos que podem levar o adulto jovem a consumir bebida alcoólica com frequência estão na influência das amizades, na necessidade de se enquadrar em grupos sociais, distrair-se em momentos de tensão ou estresse, para fugir de problemas, por lazer e/ou para se sentirem mais seguros em situações com outras pessoas (SOARES et al., 2017).

Algumas questões a serem trabalhadas estão em quais medidas poderiam ser tomadas para que o consumo de álcool pudesse ter menor repercussão na sociedade e como esse consumo de álcool poderia ser desencorajado na população usuária.

O álcool além de ter o potencial de causar dependência, é responsável por inúmeros acidentes automobilísticos, suicídio, violência doméstica, comportamento sexual de risco, problemas de saúde, e se torna um grande potencializador para quem está passando por transtornos mentais. Pode agravar casos de ansiedade, desencadear distúrbios no sono e a probabilidade do usuário cometer agressões sexuais (BRECKLIN e ULTMAN, 2010).

Fonte: pixabay

O comportamento suicida é multifatorial, mas o uso de substâncias psicoativas é um fator de risco e pode ser também um fator decadente. O desejo de consumir as substâncias, como o álcool por exemplo, podem acarretar em uma ânsia e necessidade de consumo quando a mesma está em falta. A bebida pode causar o aumento da impulsividade, podendo ocorrer surtos psicóticos, e também gerar uma característica depressora no Sistema Nervoso Central, tornando-se um agravante para pessoas já deprimidas, sendo assim uma das possibilidades causadoras do suicídio (RIBEIRO et al., 2016).

 As autoras Papalia e Feldman (2013) citam que o consumo de risco de álcool é definido quando um indivíduo consome mais de 14 doses de álcool por semana ou de quatro doses em um único dia para homens; e para as mulheres são sete doses por semana e até três doses em único dia. Aproximadamente 3 em cada 10 pessoas são consideradas dentro da faixa de consumo de risco com grande probabilidade de se tornarem dependentes químicos ou de contrair problemas mentais, físicos e sociais e desenvolverem doenças hepáticas.

Dados de 2019 do Ministério da Saúde, apontam que 17,9% da população brasileira adulta faz uso de bebida alcoólica. Mesmo com um percentual menor, as mulheres (11%) tiveram um maior crescimento que os homens (26%) no período de 2016 a 2018. Pesquisas apontam ainda que o uso abusivo entre os homens é maior na faixa etária de 25 a 34 anos e entre as mulheres na idade de 18 a 25 anos e que o consumo frequente tende a diminuir com o avanço da idade em ambos os gêneros.

Este consumo excessivo principalmente na faixa do adulto jovem tende a ser muito romantizado principalmente com as consequências do uso, é comum as pessoas falarem sobre as ressacas, de beber até cair e dar os famosos “pt” como algo bonito ou descolado e até engraçado, gerando vários memes na internet ou assunto nas redes sociais e nas rodas de conversa.

Mesmo que as pessoas digam que fazem o uso social de bebida alcoólica, é importante enfatizar que não existe consumo de álcool isento de riscos, Importante mencionar que a Dependência Química é um transtorno mental, e como tal, há outros fatores envolvidos além do hábito de beber. Como por exemplo, predisposição genética e vulnerabilidade biológica. No entanto, mesmo que não preencha critérios diagnósticos para dependência química, o hábito de beber pode causar prejuízos psicossociais, assim como orgânicos.  “Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais” (DSM-5, 2014).

Faz-se necessário apontar que existem dispositivos que ofertam serviços para os usuários de álcool e drogas, os Centros de Atenção Psicossocial em Álcool e Drogas (CAPS-AD) do Ministério da Saúde, é um dispositivo de assistência e tratamento para os usuários, bem como trabalha com uma política de redução de danos em relação ao uso destas substâncias. É muito importante que os profissionais de saúde trabalhem para promover a facilitação de acesso ao tratamento, ampliando informações para os usuários e para os familiares de como buscar ajuda.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Saúde, Consumo abusivo de álcool aumenta 42,9% entre as mulheres. Brasília, 2019.

Brecklin, L. R., & Ullman, S. E. (2010). The roles of victim and offender substance use in sexual assault outcomes. Journal of Interpersonal Violence, 25(8), 1503–1522. doi: 0886260509354584.

Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

Papalia, Diane E. Desenvolvimento humano [recurso eletrônico] / Diane E. Papalia, Ruth Duskin Feldman, com Gabriela Martorell ; tradução : Carla Filomena Marques Pinto Vercesi… [et al.] ; [revisão técnica: Maria Cecília de Vilhena Moraes Silva… et al.]. – 12. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013.

Ribeiro DB, Terra MG, Soccol KLS, Schneider JF, Camillo LA, Plein FAS. Motivos da tentativa de suicídio expressos por homens usuários de álcool e outras drogas. Rev Gaúcha Enferm. 2016 mar;37(1):e54896. doi: http://dx.doi. org/10.1590/1983-1447.2016.01.54896.

SOARES, Fernanda de Jesus; OLIVEIRA, Daiana C.; OLIVEIRA, Paula R.; LIMA, Tatiane S.; ALVES, Adriana L.R.; SILVA, Matheus L.; DUARTE, Stênio Fernando P. Análise dos Motivos dos Jovens e Adultos consumirem Álcool. Id on Line Revista Multidisciplinar e de Psicologia, Maio de 2017, vol.11, n.35, p.554-566. ISSN: 1981-1179.

Substance Abuse and Mental Health Services Administration (SAMHSA). (2004b). Results from the 2003 National Survey on Drug Use & Health: National findings (Office of Applied Studies, NSDUH Series H-25, DHHS Publication No. SMA 04-3964). Rockville, MD: U.S. Department of Health and Human Services.

Victora, C. G., Barreto, M. L., Leal, M., Monteiro, C. A., Schmidt, M. I., Paim, J. et al. (2011). Health conditions and health-policy innovations in Brazil: the way forward. Lancet, 377(9782), 90-102.  https://doi.org/10.1016/S0140-6736(11)60055-X.

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Polícia Militar do Estado do Tocantins Promove Campanha de Prevenção ao Suicídio no Setembro Amarelo

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O setembro amarelo é o mês dedicado a campanha de prevenção ao suicídio que deu início no ano de 2015 e hoje se destaca mundialmente como um período em que são abertos espaços de discussões e debates acerca da temática. O reconhecimento da necessidade de se olhar para esse fenômeno vem sendo construída a partir da realidade a cada dia mais preocupante, em que o risco de suicídio, nas diferentes faixas etárias, demonstra que o manejo em lidar com essa questão deve ser amplamente discutido e aplicado seja no âmbito familiar, social ou profissional.

Segundo Botega (2015) o suicídio é multideterminado por um conjunto de fatores de diferentes naturezas, que são externas ou internas aos indivíduos e podem se combinar de forma complexa e variável. Existem uma influência genética, de elementos da história pessoal e familiar, de fatores culturais e socioeconômicos, de acontecimentos estressantes, de traços da personalidade e também de transtornos mentais.

O alerta quanto aos sinais e principalmente a abertura para a possiblidade de oferecer atenção e acolhimento à dor psíquica expressada pelo indivíduo, pode ser um meio de modificar a situação ao qual o panorama do suicídio se apresenta na atualidade.

Fonte: Governo do Tocantins

A Diretoria de Saúde e Promoção Social da Polícia militar do Tocantins (DSPS), por meio do Centro de Atenção à Saúde Integral do Policial Militar (CAISPM) se prontificou durante todo o mês de setembro a realizar orientações e acolhimento via telefone disponível, para a escuta daqueles que se sentirem atravessados pela temática de alguma forma, sejam os policiais militares, como também toda a sociedade em geral, para que possam ser atendidos por profissionais de saúde, numa perspectiva de atenção psicossocial.

Lembrando que essa pauta se faz necessário ser discutida não somente durante o setembro amarelo, mas a atenção deve acontecer de forma ampla e constante e ocupar cada vez mais os espaços de discussão, para que estratégias possam ser implementadas frente a essa problemática.

Deixar uma pessoa se expressar livremente e adotar uma postura sem julgamento e não diretiva produz benefícios que podem fazer a diferença na vida de alguém que pretende o suicídio, por isso se faz importante campanhas que promovam um oportunidade de fala e de escuta receptiva com imenso valor terapêutico.

REFERÊNCIA

BOTEGA, NJ. Crise Suicida: avaliação e manejo. Artmed, Porto Alegre, 2015.

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Jovens e o suicídio: das causas ao auxílio para meninos e meninas

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O fervor da saída da infância para algo maior e complexo, chamado adolescência, sempre foi desafiador. É a fase de descobertas, maiores responsabilidades e decisões pensando em algo maior no futuro. A psicóloga Dayse Chaves explica sobre essa grande mudança de vida. “Às vezes esquecemos de detalhes nessa transição como, por exemplo, o teor psicológico e até mesmo a formação do cérebro, que pode interferir no nosso humor, sexualidade e como nos relacionamos perante a sociedade”.

As turbulências hormonais podem ser uma das causas dos distúrbios emocionais do jovem,  o que pode potencializar a tendência suicida ou até mesmo o próprio suicídio.  São quase 1 milhão de mortes no ano por suicídio no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a cada morte teve em média 26 tentativas realizadas sem sucesso. A última pesquisa feita pelo Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde em 2016, relata que no Brasil nos últimos 12 anos, a taxa de suicídio entre 15 a 29 anos aumentou cerca de 10 %, totalizando em 5,6 mortes por 100 mil habitantes.  E a  maioria dos suicidas são do sexo masculino.

Por mais que os outros países tenham números mais preocupantes, como no caso da Coréia do Sul, com 30 mortes por 100 mil habitantes, conforme segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil lidera a oitava posição no ranking publicado pela OMS. A antropóloga Emilene Leite diz que ainda há observações a serem feitas: “Eles nunca vão acontecer isoladamente, existem motivos para isso. Geralmente quem tem depressão e pensamento suicida,  nunca toma uma decisão imediatamente”.

OS MOTIVOS PARA O FIM

A psicóloga Dayse Chaves informa alguns dos motivos para os jovens pensarem  na morte como solução dos problemas. “Os motivos variam. Em geral são a violência, que pode incluir abuso sexual, relacionamento abusivo, violência doméstica, conflitos familiares, à sensação de mal estar psicológico relacionada com a depressão, a falta de interação social, etc”.

Natália (nome fictício)*, 18 anos, conta como foi enfrentar o sentimento de depressão. “Chegar aos 17 e ter pensamentos suicidas não é tão legal. Houve um tempo que eu realmente não entendia o porquê de continuar viva e me afundava cada vez mais em questões da minha própria existência. A adolescência pode ser uma das piores fases da vida, pois é quando amores bobos e destruidores acontecem, a ansiedade toma conta, o bullying vem à tona e sempre há um conflito com seu próprio eu. A depressão chegou em mim na pré-adolescência e aguentei tantas outras coisas caladas e sozinha, me sentia confusa, vazia. Falar nesses assuntos é um tanto complicado, ainda mais pra quem guarda só pra si”.

A psicopedagoga Elany Fonseca reforça o quanto essas situações são impactantes na vida dos jovens e que sempre temos que ficar em alerta. “O caso é que depressão e ansiedade  não são frescuras. São doenças que levam à morte, e devemos olhar com mais amor e preocupação para quem sofrem assim. Demonstrar apoio é essencial para transmitir conforto”.

Natália: luta contra depressão

O LADO MASCULINO

Os dados apontam que cerca de 68% dos suicídios são cometidos por homens, mas será que a sociedade os ajuda? João (nome fictício)*, 24 anos, relembra o momento de dor que vivenciou quando ficou com depressão. “Foi em uma noite de domingo. Eu já havia considerado essa possibilidade na minha adolescência, mas só tentei tempos depois. Eu sentia vergonha e medo do que eles poderiam pensar se eu contasse sobre os pensamentos suicidas e os meus sentimentos. Como homem deveria tentar ser mais resistível a isso, mas não é fácil ter que enfrentar esse tipo de situação”.

A psicóloga Dayse Chaves afirma que a sociedade sexista pode acabar agravando as tendências dos homens que já estão em fase de depressão: “Tem muito a ver com o machismo, que ainda é a principal barreira a ser quebrada. Tudo isso vem agregado a questão estrutural da cultura de como o homem não pode ser diferente daquilo que foram criados para serem. A quebra dessa casca masculina é feita quando o homem percebe que precisa urgentemente de ajuda”.

FAMÍLIA: CAMINHO PARA A SUPERAÇÃO

Dayse Chaves afirma o quão importante e significativo a ajuda da família tem para os jovens. “A família é importante para demonstrar apoio social, já que aqueles que tem depressão e não possuem esse apoio podem acabar tendo seu quadro clínico agravado. Com esse apoio é possível se recuperar mais rápido”.

Resgatar convívio social e familiar é uma forma de ajudar a todos. Bia (nome fictício)*, 30 anos, conta como ela e sua família ajudaram um dos irmãos que tinha tendências suicidas. “Foi um choque ter que lidar com algo que nunca imaginávamos passar. Percebemos algumas mudanças, mas não sabíamos o que era. Depois de um tempo ele se abriu conosco, conversamos sobre isso e nós o apoiamos em sua decisão. Tivemos um cuidado redobrado com ele, mas com o passar do tempo pude perceber que estávamos mais próximos e confiantes para conversar sobre tudo, incluindo da parte dele. Isso foi de grande importância para nós”.

Dayse Chaves: apoio social pode diminuir gravidade dos casos

A SAÚDE MENTAL NÃO PODE SER BANALIZADA

A psicóloga Nádia Borges comenta desde o início o que significa a ação de ajudar: “Jamais pode-se banalizar um pedido de socorro. Esse pedido pode vir de inúmeras formas. Verifique, converse e diga ‘estou aqui, como posso te ajudar?’ E o que me preocupa é quantidade de casos que atendemos, é um número alarmante. Temos não só um grupo para os jovens, como também para a família que precisa de suporte”.

A cidade de Imperatriz – MA possui uma rede de apoio com unidades do Centro de Atenção Psicossocial (Caps). O indicado para os jovens é o CAPS-IJ,  localizado na Rua Sergipe, entre as Ruas Gonçalves Dias e Rui Barbosa. É aberto de segunda à sexta das 7 h às 17 h.   Há um corpo de profissionais, como assistente social, enfermeiros, pedagogos, fonoaudiólogos e nutricionistas, entre outros, capazes de auxiliar no tratamento dos pacientes. A campanha nacional,  conhecida como “Setembro Amarelo”, tem o apoio do Caps e foi feita para auxiliar a sociedade a participar ativamente de ações que valorizem a vida e ajudem segmentos da população a evitar o suicídio.

Fotos: Talison Fernandes e Lucas Oliveira 

*Nome fictício para preservar a identidade do entrevistado

** Reportagem realizada na disciplina Técnicas de Reportagem (2017.1)

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“Vamos falar sobre Suicídio?” é tema do 1º Encontro sobre Saúde Mental em Palmas

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Nesta sexta-feira, dia 22 de setembro de 2017, aconteceu o 1º Encontro sobre Saúde Mental na Universidade Federal do Tocantins – Campus Palmas. Promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus), faz parte da programação “Setembro Amarelo: Prevenção ao Suicídio”, sendo o segundo evento incluído na programação.

O encontro foi realizado em dois momentos. O início se deu no auditório da Universidade da Maturidade (UMA), que faz parte da UFT, com a Mesa de Abertura composta pelo psiquiatra Flávio Dias Silva e os psicólogos Camila Brusch, Tássio de Oliveira Soares e Johnatan Rospide. Este último abordou o suicídio a partir de um posicionamento ético e político, como um sintoma da sociedade, e defendeu a tese de que o atual processo de subjetivação está produzindo subjetividades que são solo fértil para o suicídio.

A psicóloga Camila Brusch introduziu sua fala detalhando os temas que seriam tratados nas rodas de conversa, como orientação sexual, identidade de gênero, violência sexual, violência doméstica e abuso infantil. Camila também alertou sobre o índice de suicídio ser oito vezes maior na comunidade LGBT.

Mesa de Abertura. Foto: Laryssa Araújo.

Tássio trouxe à mesa a perspectiva do suicídio indígena, que é constantemente vivido por estas comunidades e que possui um significado cultural distinto ao do que os profissionais da saúde estão mais habituados a trabalhar, isto é, o da cultura não indígena. Além disso, indicou que o papel do psicólogo, quando inserido nesses grupos, é de dar voz para esses povos e amenizar a ação do governo sobre os mesmos.

E o psiquiatra Flávio Dias Silva comentou a sua atuação baseada na medicina centrada na pessoa, onde o cuidado é primordial. Explanou que atualmente as áreas provedoras de cuidado estão sendo insuficientes e, ainda, as pessoas estão acumulando raiva, esta se generaliza de tal modo a ponto de voltar-se para si mesma, como o suicídio. Nisso, é essencial que os profissionais da saúde trabalhem desenvolvendo a resiliência nessas pessoas.

O segundo momento foi realizado no Bloco C, da universidade, em três salas que contemplavam as rodas de conversa com temas distintos. Foram eles “Suicídio, automutilação e transtornos mentais”, que teve o psiquiatra Flávio Dias Silva como facilitador; ”Suicídio e sexualidade”, com os mediadores o psiquiatra Luís Prestes e a psicóloga Camila Brusch; e “Suicídio e cultura”, com os mediadores – psicólogos – Johnatan Rospide e Tássio de Oliveira Soares.

Para Isabelle Rabelo, acadêmica de Enfermagem do CEULP, a roda de conversa sobre suicídio e automutilação lhe propiciou, como futura profissional, uma visão mais humanizada no que se refere à saúde mental. Ademais, afirma que se alegrou ao ver a diversidade de profissionais presentes que buscam formação humanista para tratar dessa problemática.

Nesse contexto, o evento contribuiu com o objetivo proposto. Favoreceu diálogos entre a comunidade e profissionais da saúde sobre os saberes acerca do suicídio, sua prevenção, diagnóstico e intervenção. É válido ressaltar que o “Setembro Amarelo: Prevenção ao Suicídio” ainda tem mais duas atividades, no IFTO e no Parque Cesamar, até o dia 10 de outubro de 2017. Clique aqui para acessar a Programação na íntegra.

Setembro Amarelo. Fonte: https://goo.gl/PX4Y6K

Vamos falar sobre Suicídio?

Um problema de saúde pública que vive atualmente a situação do tabu e do aumento de suas vítimas é o suicídio. Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. Tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas. A esperança é o fato de que, segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta.

Saiba mais sobre o Setembro Amarelo

Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, com o objetivo direto de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção. Ocorre no mês de setembro desde 2015, por meio da identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela e ampla divulgação de informações.

CVV – Centro de Valorização da Vida (uma das principais mobilizadoras do Setembro Amarelo) é uma entidade sem fins lucrativos que atua gratuitamente na prevenção do suicídio desde 1962, membro fundador do Befrienders Worldwide e ativo junto ao IASP – Associação Internacional para Prevenção do Suicídio), da Abeps (Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio) e de outros órgãos internacionais que atuam pela causa.

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Distorção da felicidade nas redes sociais pode levar ao suicídio

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Assunto será abordado no Simpósio de Neurociências da Unesc

Curtidas, compartilhamentos e milhões de amigos. A distorção da felicidade que se espalha pelas redes sociais tem preocupado profissionais da área da saúde. Segundo uma pesquisa da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, quanto mais tempo os jovens usam as redes sociais durante o dia, maiores são as chances de desenvolver a depressão. Dentro desses números seguem aqueles que recorrem a forma mais drástica de terminar com a dor: o suicídio.

Fonte: https://goo.gl/tKFNtq

Para tratar sobre o assunto, a Unesc traz para a próxima semana (22 a 23/9) a 15ª edição do Simpósio de Neurociências da Unesc, que está com inscrições abertas e tem como objetivo promover a construção do conhecimento através de dados epidemiológicos e neurológicos que envolvem o suicídio. E a temática assusta, dados da Organização Mundial da Saúde mostram que a cada 40 segundos ocorre uma morte por suicídio.

A professora do curso de Medicina da Unesc, Kelen Cacellier Cechinel Recco, comentou que a relação entre o suicídio e as redes sociais, tão presente na vida das pessoas, se fortalece por meio do afastamento de relacionamentos interpessoais. “Além disso, existe a busca constante de uma imagem que dê uma maior aceitação social, levando os usuários das mídias a perda de identidade. Essas frustrações, somadas a outros fatores, pode facilitar o aparecimento de transtornos psiquiátricos”, ressaltou.

Fonte: https://goo.gl/3hyMmi

Como posso ajudar?

Sinais de alerta são visíveis em pessoas que têm a vontade de tirar a própria vida, muitos deles são pedidos de ajuda. Frases como “quero sumir” e “nada em minha vida faz sentido” devem ser levadas a sério. “O paciente traz vários indícios quando tem pensamentos suicidas. É necessário estar sempre alerta, para que familiares e amigos consigam dar o encaminhamento correto o mais breve possível”, afirmou Kelen.

Por falta de informação, muitos ainda acreditam que falar sobre o suicídio pode agravar o problema. Mas segundo a professora, isso é um mito. “Conversar sobre suicídio sem preconceitos, mostrar-se disposto a ouvir e ajudar a pessoa que está com esses pensamentos, faz com que ele sinta segurança e confiança em expor seus sentimentos.  Falar sobre o assunto não vai dar “ideia” de cometer o ato, mas sim, representar uma ótima oportunidade de buscar tratamento”, contou.

O Simpósio

Epidemiologia do suicídio, fatores de risco, suicídio na infância e adolescência, intervenções farmacológicas, desafios para a Psicologia, entre outros temas serão abordados durante o Simpósio. A edição vai contar com a participação de profissionais renomados da área da saúde mental para debater estratégias de prevenção do suicídio.

Inscrições e programação

http://www.unesc.net/portal/capa/index/681/10879/

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“Suicídio, Homofobia e LGBT+” é tema do Psicologia em Debate

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O evento acontece no dia 13 de setembro às 17h na sala 203 do CEULP e marca a ação do curso na campanha “Setembro Amarelo” de prevenção ao suicídio

“Suicídio, Homofobia e LGBT+ – Quem a Homotransfobia matou hoje?” será pauta de discussão da 33ª edição do “Psicologia em Debate”, que acontecerá no próximo dia 13 de setembro na sala 203, a partir das 17h. Com a orientação da Profa Me. Cristina D’Ornellas Filipakis, o tema foi desenvolvido como TCC e será apresentado pela egressa de Psicologia do CEULP Flor de Lyss Feitosa.

O Psicologia em Debate do referido dia marca a atuação do curso no “Setembro Amarelo” que é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, com o objetivo de alertar a população a respeito do suicídio no Brasil e no mundo.

Fonte: https://goo.gl/Tm99YH

 “Psicologia em Debate” é um espaço permanente para apresentação de trabalho de pesquisa e extensão, TCC, entre outros, dos estudantes e egressos de psicologia do CEULP/ULBRA, dando oportunidade de divulgação das atividades desenvolvidas no curso. Entre os objetivos do projeto está a instrumentalização dos alunos e o estímulo para que mais acadêmicos se envolvam em atividades científicas. 

O evento acontece desde fevereiro de 2016 sempre às quartas-feiras, na sala 203, prédio da Psicologia, no CEULP. A atividade é aberta ao público, é gratuita e vale horas complementares.

Fonte: https://goo.gl/Ng5Dys

Saiba mais sobre o Setembro Amarelo

Iniciado no Brasil pelo CVV (Centro de Valorização da Vida)CFM (Conselho Federal de Medicina)ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), o Setembro Amarelo realizou as primeiras atividades em 2014 concentradas em Brasília. Em 2015 já conseguiu uma maior exposição com ações em todas as regiões do país. Mundialmente, o IASP – Associação Internacional para Prevenção do Suicídio estimula a divulgação da causa, vinculado ao dia 10 do mesmo mês no qual se comemora o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. O CVV – Centro de Valorização da Vida (uma das principais mobilizadoras do Setembro Amarelo) é uma entidade sem fins lucrativos que atua gratuitamente na prevenção do suicídio desde 1962, membro fundador do Befrienders Worldwide e ativo junto ao IASP – Associação Internacional para Prevenção do Suicídio), da Abeps (Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio) e de outros órgãos internacionais que atuam pela causa.

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